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O prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), afirmou, na tarde desta sexta-feira (29), que está sendo vítima de um golpe. O petebista foi afastado das funções públicas pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) desde a última terça-feira (26), após da deflagração da Operação Tupinambá que investiga desvio de bens e verbas da administração municipal. 

"Estou tranquilo e certo de que todos os fatos serão esclarecidos. Estamos aqui para mostrar que estamos 100% confiantes na justiça. Não vou aceitar nenhum tipo de golpe. A denúncia foi feita por um vereador e vamos provar que é inverídica", declarou o prefeito. Indagado sobre quem seria o parlamentar citado por ele, o prefeito disse que não mencionaria nomes. Nos bastidores, consta-se que ele se referia ao presidente da Câmara Municipal, Denis Alves (Podemos). 

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Diretamente sobre as acusações de fraudes que pesam contra ele, o Bruno Pereira disse que "tem que investigar e apurar tudo", mas negou ter cometido qualquer irregularidade. Quanto aos R$23 mil encontrados na sua residência durante a operação na última terça, o petebista reconheceu que costuma guardar valores em espécie. "Sempre saco dinheiro para fazer pagamentos, dos R$23 mil, R$14 mil era do salário do meu pai, R$ 6 mil do meu irmão e R$3 mil meus", detalhou. Até que o TJPE revogue o afastamento do prefeito titular, quem administra a cidade é o vice-prefeito Gabriel Neto (sem partido).

Ao lado do gestor afastado, o senador Armando Monteiro (PTB) reforçou o apoio da legenda ao político e a tese de "golpe" defendida pelo prefeito. "Pude perceber a firme disposição do prefeito em fornecer todas as informações necessárias. Atitude reveladora do compromisso que ele tem com a população que o elegeu. Do nosso partido estamos ao seu lado. Não é possível conceber que algumas injeções tomem um mandato conferido pelo povo", cravou. Além de Armando, o presidente estadual do PTB, deputado José Humberto Cavalcanti também estava na coletiva.

Esclarecimentos das denúncias 

Entre as denúncias apresentadas pelo Ministério Público de Pernambuco, está a de desvios em aproximadamente R$23 milhões de processos licitatórios, que, inclusive, de acordo com o MPPE, não foram encontrados na sede da gestão municipal. De acordo com o procurador-geral do município Edson Vera Cruz, o fato já foi esclarecido para a polícia que não fez buscas na sala em que, de acordo com eles, é realmente armazenada a documentação. "Todos os procedimentos licitatórios foram realizados, cerca de 30 dias antes da Operação enviamos para o Ministério Público e a própria promotora disse que não haviam mais pendências.

Outro ponto, diz respeito a um vídeo divulgado na imprensa com a suposta retirada de documentos do prédio da prefeitura. Durante a coletiva, o prefeito e seus assessores esclareceram que se tratava de um caminhão que fazia a manutenção das impressoras do local. 

Já quanto o fluxo de informações constantes no site de prestação de contas do Tribunal de Contas de Pernambuco, questionado pelo órgão que informou ter valores alterados com frequência, o controlador do município, José Felipe, afirmou que "não há nenhuma ingerência com relação aos dados. Não foram alterados".

Sobre a denúncia feita por uma advogada que constava no Portal de Transparência da cidade como médica, José Felipe disse que em 2017 ela não estava no quadro de funcionários. "Temos a informação por parte da denúncia feita no Ministério Público que se tratava de uma senhora de nome Ana Carla Brito e sabemos que ela prestou serviço em 2015 e 2016, mas em 2017 não. Um empenho foi lavrado neste sentido, mas cancelado depois que constatou-se que ela não era funcionária da gestão", pontuou.

Operação Tupinambá 

Deflagrada na última terça-feira pela Polícia Civil, cumprindo 14 mandados de busca e apreensão, além do afastamento do prefeito e de outros servidores da administração municipal. 

Além de Bruno Pereira, a investigação traz indícios de envolvimento dos secretários de Saúde, Breno Celson Nogueira da Silva, e Finanças, Jucineide Pereira de Melo; membros da Comissão Permanente de Licitação José Carlos de Araújo, Roseane Ramos Gonçalves Andrade e Severina Josefa Paulo da Silva Ramos. 

Ainda foram citados os empresários Nelton Uchoa Simões, Severino Ramos da Silva, Carolina Azevedo da Costa, Eugênio Azevedo da Costa e Luciana Maria da Silva, da Esfera Construções LTDA ME.

Durante as ações policiais foram  apreendidos R$ 28 mil em espécie, sendo R$ 23 mil na casa do prefeito, e duas armas de fogo. Além de equipamentos eletrônicos e documentos, nas residências dos investigados e na prefeitura.

Detalhes da Operação Tupinambá, que afastou das funções públicas por tempo indeterminado o prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), foram apresentados nesta quarta-feira (27). Entre as acusações investigadas pela ação conjunta do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Tribunal de Contas (TCE) e a Polícia Civil, está a ocultação de informações contábeis da gestão, fraudes em licitações e o contrato de empresas laranjas. 

De acordo com a promotora de Justiça do Patrimônio Público de São Lourenço da Mata, Mariana Vila Nova, as denúncias chegaram ao órgão e a gestão municipal foi acionada para respondê-las, mas com a falta de retorno o MPPE precisou acionar a polícia e o TCE. Sob a ótica dela, a área da saúde foi a mais prejudicada.

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“Há indícios de superfaturamento de licitação, ausência de licitação, empresas contratadas não prestaram serviços. Uma das contratadas, inclusive, recebeu mais de R$ 1 milhão para serviço de ultrassonografia na cidade e a sede dela é em Bezerros, não entendo como uma empresa de Bezerros faz ultrassonografia em São Lourenço”, destacou.

No Portal da Transparência, por exemplo, um cidadão que se trata de problemas renais no Recife recebia um auxílio de R$ 160 mil. De acordo com o MPPE, entretanto, o valor real pago ao homem era de R$ 150. Outra menção feita pelos investigadores foi o contrato para o fornecimento de medicamentos para o Hospital Petrolina Campos. A prefeitura estava pagando R$ 180 mil pelo serviço enquanto uma unidade de saúde privada custeava com R$ 30 mil.

“Agora na operação nada foi encontrado lá, nenhum processo de licitação. O que já caracteriza que tem algo errado. Ou eles sumiram com os documentos ou sequer fizeram licitação em 2017”, salientou a promotora. “Caso comprovemos que houve a destruição ou ocultação, porque esses documentos deveriam estar na prefeitura e não se encontram, eles podem ser autuados por  supressão ou ocultação de documento público”, acrescentou a delegada Patrícia Domingos, titular da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp). 

Além de Bruno Pereira, a investigação traz indícios de envolvimento dos secretários de Saúde, Breno Celson Nogueira da Silva, e Finanças, Jucineide Pereira de Melo; membros da Comissão Permanente de Licitação José Carlos de Araújo, Roseane Ramos Gonçalves Andrade e Severina Josefa Paulo da Silva Ramos. Ainda foram citados os empresários Nelton Uchoa Simões, Severino Ramos da Silva, Carolina Azevedo da Costa, Eugênio Azevedo da Costa e Luciana Maria da Silva, da Esfera Construções LTDA ME.

Na Operação Tupinambá, deflagrada nessa terça (26), foram apreendidos R$ 28 mil em espécie, sendo R$ 23 mil na casa do prefeito, e duas armas de fogo. Além de equipamentos eletrônicos e documentos, nas residências dos investigados e na prefeitura.

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Com o afastamento do prefeito de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Bruno Pereira (PTB), por desvios de bens e verbas públicas, quem assume o comando da administração é o vice-prefeito Gabriel Neto (sem partido). Em conversa com o LeiaJá, nesta terça-feira (26), ele afirmou que está aguardando os trâmites técnicos legislativos para a posse que deve acontecer até esta quarta (27). 

Sobre as acusações que pesam contra o petebista, investigadas pela Operação Tupinambá, o vice disse que já “não concordava” com a forma que o prefeito governava a cidade. “Nós nos separamos politicamente no início do ano e eu segui a minha vida, sem vínculo com as ações da prefeitura. Não tenho nada a dizer sobre essas acusações, mas não concordava com o jeito dele governar. As denúncias serão apuradas e investigadas pela Justiça”, ressaltou. 

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Gabriel Neto também informou o que pretende fazer assim que tomar posse. “Vou reunir todo o secretariado, fazer um plano de ação e reuniões de monitoramento para fazer uma gestão eficiente”, disse. Segundo informações de bastidores, os dois teriam rompido politicamente depois de intervenções do pai do prefeito afastado e ex-gestor da cidade, Jairo Pereira (PTB), na administração local. 

De acordo com informações da Polícia Civil, Bruno Pereira foi deslocado das funções para não prejudicar as investigações que já ocorrem há três meses. O petebista foi alvo de um mandado de busca e apreensão nesta terça e os policiais encontraram R$ 23 mil na casa dele. Segundo o delegado Joselito Amaral, responsável pelo caso, “ainda não há provas o suficiente para o indiciamento”, mas a investigação continua e o prefeito terá que explicar a origem do dinheiro encontrado em sua residência. Nesta quarta, o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público de Pernambuco marcaram uma coletiva para dar mais detalhes sobre os próximos passos que serão adotados pela Justiça.

A Operação Tupinambá, deflagrada pela Polícia Civil após uma denúncia de desvio de verbas e recursos públicos na prefeitura de São Lourenço da Mata, encontrou R$ 23 mil na casa do prefeito Bruno Pereira (PTB), que está afastado por tempo indeterminado de suas funções públicas. Além dele, os responsáveis pelas secretarias de saúde e finanças do município e outros quatro servidores das mesmas pastas também foram afastados.

De acordo com o delegado Joselito Amaral, os afastamentos têm por objetivo impedir que os suspeitos interfiram nas investigações. Ainda segundo o delegado, o inquérito continuará e o prefeito terá que explicar a origem do dinheiro encontrado em sua residência. Além dos afastamentos, também foram efetuadas duas prisões. Um guarda municipal de São Lourenço da Mata e uma empresária que não teve o nome divulgado foram presos por posse ilegal de arma de fogo sem registro. A operação mobilizou 110 policiais para a realização de 14 mandados de prisão realizados no município e também em Recife, Caruaru, Camaragibe e Bezerros. 

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A operação foi deflagrada após três meses de uma investigação que teve início com uma denúncia realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) e pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A suspeita a ser confirmada é de que verbas públicas, que têm destinação definida um ano antes de sua liberação, tenham sido desviadas através da assinatura de contratos com empresas que não tiveram seus nomes divulgados. 

Na próxima quarta-feira (26) representantes do TCE, do Ministério Público e da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos da Polícia Civil de Pernambuco realizarão uma coletiva de imprensa às 9h para divulgação de mais informações sobre a investigação e a operação. 

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O cenário político é o principal assunto nas ruas de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), nesta terça-feira (26). Isto porque o prefeito da cidade, Bruno Pereira (PTB), foi afastado das funções pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco por desvio de bens e verbas públicas. Situação que, segundo moradores, não é de hoje. 

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Líder do Movimento Alternativo Cultural da cidade, Ricardo José disse que a "corrupção já é histórica" em São Lourenço. "São 30 anos que duas famílias dividem o poder. Quando não é os Pereira é os Labanca. Essa briga deixa a cidade miserável, de abastecendo apenas do comércio, sem desenvolvimento, sem política cultural. A corrupção aqui não é novidade para gente não", salientou. "Espero que agora seja investigado tudo", acrescentou. 

A doméstica Alcirleide Silva, que mora a 30 anos no município, afirmou estar "decepcionada" com o prefeito. "Foi horrível acordar com esta notícia. Muito decepcionada porque este prefeito nós acreditamos que mudaria as coisas, mas está é pior. Para ser sincera nunca o vi na prefeitura", disse. 

Apesar dos que se colocam favoráveis às investigações, também há moradores que não acreditam que as acusações que pesam contra Bruno Pereira sejam verídicas. "Estou revoltado com tudo isso. Não estão deixando o prefeito governar. Ele estava trabalhando. É uma perseguição política", declarou Aldemir dos Santos. 

Com a deflagração da Operação Tupinambá, foram afastadas sete pessoas da administração municipal. Todas acusadas de desvio de verbas.  Além do prefeito, quatro servidores e os secretários de Finanças e de Saúde. Quem deve assumir o comando da cidade é o vice-prefeito Gabriel Neto que, inclusive, está rompido politicamente com o petebista.

Líder da oposição na Câmara dos Vereadores de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), o vereador Antônio Barros (PSB), mais conhecido como Manga, afirmou ao LeiaJá, nesta terça-feira (26), que pretende instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Casa para averiguar as irregularidades que o prefeito Bruno Pereira (PTB) está sendo acusado. O procedimento, de acordo com ele, será adotado assim que o Legislativo for notificado sobre os autos da Operação Tupinambá, deflagrada hoje, que afastou o petebista das suas funções

"Se os desvios forem verídicos não vamos passar a mão na cabeça de ninguém. Estudamos sim, sem dúvida, instaurar uma CPI para investigar e cassar, se for o caso, o mandato dele", declarou. Antônio informou também que antes desta operação já havia solicitado ao Tribunal de Contas do Estado a realização de uma auditoria na situação financeira da cidade, além da questão das obras inacabadas. "Estávamos aguardando um retorno do órgão", completou.

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A Câmara de Vereadores em São Lourenço consta com 15 parlamentares e quatro deles são da oposição. Da bancada governista, o LeiaJá não conseguiu retorno. 

Com o afastamento de Bruno Pereira pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), acusado de desviar verbas e bens municipais, quem deve assumir o comando da cidade é o vice-prefeito Gabriel Neto que, inclusive, está rompido politicamente com o petebista. À reportagem, Neto disse que não se pronunciaria até ficar a par de toda a situação.

Desde o início da manhã, a sede da prefeitura de São Lourenço está fechada. O expediente no local inicia normalmente por volta das 7h, mas o prédio não foi aberto. Por determinação da Justiça, Bruno e outros servidores foram proibidos de ter acesso ao local. Até o momento, a assessoria de imprensa da prefeitura ainda não se manifestou. 

A Operação Tupinambá cumpriu 14 mandados de busca e apreensão domiciliar no Recife, São Lourenço, Camaragibe, Caruaru e Bezerros. As medidas judiciais foram expedidas pelo Desembargador Odilon de Oliveira Neto.

Festa milionária 

Bruno Pereira é o mesmo que em agosto deste ano foi impedido de realizar uma festa orçada em R$ 4 milhões, segundo dados divulgados pelo TCE. O petebista, na época, foi notificado pela situação financeira da administração municipal já que em janeiro deste ano ele decretou estado de calamidade financeira. Na ocasião, Bruno acusou a oposição de articular contra a sua gestão, mas acatou a recomendação do TCE.

Os funcionários da prefeitura de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), começam a se aglomerar nos arredores da sede da instituição. O clima no local é de incertezas já que o prefeito Bruno Pereira (PTB) foi afastado das suas funções nesta terça-feira (26).

O expediente inicia normalmente às 7h, mas o prédio não foi aberto. Os servidores estão evitando conversar com a imprensa. Ao LeiaJá, a assessoria de imprensa da gestão disse que se manifestaria por volta das 10h. Alguns servidores que preferiram não se identificar afirmaram que o caso era uma investida da oposição.

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Bruno Pereira é um dos principais alvos da Operação Tupinambá que investiga o envolvimento de empresários e funcionários públicos municipais em crimes de desvio de bens e rendas públicas da cidade. 

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Além dele, outros servidores também foram proibidos de ter acesso à sede da gestão.  De acordo com a Polícia Civil desde o início da manhã estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão domiciliar no Recife, São Lourenço, Camaragibe, Caruaru e Bezerros. As medidas judiciais foram expedidas pelo Desembargador Odilon de Oliveira Neto, do Tribunal de Justiça de Pernambuco. O Ministério Público e o Tribunal de Contas de Pernambuco também atuam no caso. 

"Trinta e seis anos que eu moro em São Lourenço da Mata, nunca vi essa situação. E hoje chega nessa situação: a cidade sem prefeito. Por causa da incompetência de secretários e dele mesmo", lamentou o morador Rodrigo Ferreira Chaves ao comentar sobre o caso. 

Festa milionária 

Bruno Pereira é o mesmo que em agosto deste ano foi impedido de realizar uma festa orçada em R$ 4 milhões, segundo dados divulgados pelo TCE. O petebista, na época, foi notificado pela situação financeira da administração municipal já que em janeiro deste ano ele decretou estado de calamidade financeira.

A quebra de braço entre o Legislativo e o Executivo em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), tem ficado cada vez mais clara. Na sessão plenária da Câmara dos Vereadores dessa quarta-feira (16), parlamentares da base governista pediram a cassação do presidente da Casa, Denis Alves (Podemos), por quebra de decoro e estelionato. Em contrapartida, o próprio Denis acusou o prefeito Bruno Pereira (PTB) e os aliados de desvio de verbas.

Os ânimos começaram a se exaltar assim que o primeiro secretário da Câmara, Cícero Pinheiro (PTB), inicou a leitura do pedido de cassação do presidente impetrado pelo suplente de vereador Maurício Carneiro da Silva (PHS), mais conhecido como Thoga. De acordo com a denúncia, Denis, que também é empresário do setor de medicamentos e materiais hospitalares, seria o titular e sócio de três empresas do segmento, todas localizadas no mesmo endereço. Ainda segundo o documento, o presidente da Câmara seria titular de documentos falsos (CPFs e RGs), com o mesmo nome ou nomes parecidos, que constam na Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) nos registros das empresas que ele seria sócio. 

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O pedido é subscrito por 12 vereadores e as empresas em questão são: Medison Denis Material Hospitalar Eireli ME, Medical Vision - Material Médicos LTDA-ME e Rdmed Materiais Hospitalares e Odontológicos LTDA. 

Em reação, Denis disse que os mesmos 12 parlamentares são acusados de trabalhar para a prefeitura e classificou a queixa contra ele de “infundada”.  “Podem tentar denegrir minha imagem, inventar histórias, mas vamos ver qual máscara cairá”, rebateu. 

“Eu não posso concordar com o que está acontecendo hoje em São Lourenço da Mata. Assim como o povo, eu também fui enganado por Bruno. E ele está usando os demais vereadores para impedir o meu trabalho, que é fiscalizar o Executivo. Sou pago para isso, e irei continuar com o meu trabalho, principalmente com tantos indícios de desvio de verbas públicas. Tem vereador recebendo aluguel da prefeitura de sua casa que está fechada há meses, ou parlamentares que fazem o que o prefeito quer, por ter cargos de amigos e parentes na prefeitura. A velha política do ‘toma lá, dá cá’”, acrescentou Denis Alves.

Segundo o presidente, as contas públicas estão sendo mascaradas e “como a prefeitura amanheceu com o carro do Ministério Público batendo em sua porta para recolher documentos”, os vereadores resolveram pedir a cassação dele. “Mais de R$ 24 milhões sumiram dos cofres públicos da Prefeitura de São Lourenço da Mata, em menos de três meses. Estão literalmente maquiando a receita para esconder os desvios de verbas públicas”, acusou. Os vereadores Leonardo Barbosa (SD) e Roco (PP) saíram em defesa de Denis Alves.

Veja a troca de farpas na sessão:

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O prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), afirmou, nesta quarta-feira (2), que a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de cancelar as comemorações da festa do padroeiro da cidade, mais conhecida como Festa de Agosto, é oriunda da má condução da gestão anterior, administrada pelo ex-prefeito da cidade e atual vice-presidente da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), Gino Albanez (PSB). De acordo com Pereira, o socialista deixou uma dívida de R$ 18 milhões aos cofres municipais. 

"O TCE é um órgão neutro, tenho certeza disso, mas que houve muita denúncia da oposição dizendo que a festa ia custar R$4, R$5 e até R$6 milhões isso teve. A oposição tem culpa sim. Assumimos a prefeitura com um débitos de folhas atrasadas e INSS com o valor de R$18 milhões, assumimos as contas, pagamos dois salários atrasados à vista e dividimos um terceiro. O que fez com que o TCE tomasse esta decisão", salientou, em entrevista coletiva na manhã de hoje.

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Bruno Pereira também argumentou que a Festa de Agosto, que iniciaria nessa terça (1º) e seguiria até o próximo dia 10 - trazendo nomes da música como Luan Santana, Wesley Safadão e Aviões do Forró, não custaria R$ 4 milhões como previu inicialmente o TCE. "O próprio relator admitiu que os custos seriam de R$ 1,2 milhões. A partir das informações que apresentamos, então o que corrobora nosso argumento de que a festa não vai acontecer por débitos da antiga gestão", declarou.

Quanto o decreto de Estado de Emergência nas contas munnicipais, também citado na decisão do TCE, o prefeito salientou que a medida expirou no último dia 12 de julho. 

Segundo o petebista, na decisão o TCE reconheceu que ele tem trabalhado com "responsabilidade fiscal", apesar do cenário financeiro. "O Tribunal nos elogiou quanto a isso. Não temos débitos da nossa gestão. Estamos reconstruindo uma cidade que deixaram no caos e que prejudicou a economia do município", cravou, pontuando que adiantou uma parcela do décimo terceiro salário para os servidores tendo em vista uma maior movimentação da economia neste período.

Festa cancelada

Apesar de ser contrário a determinação, o prefeito disse que vai "seguir à risca" a determinação do TCE. "Se fossemos fazer uma festa menor, o prejuízo seria o mesmo. Então vamos seguir à risca a Medida Cautelar do Tribunal", declarou. Segundo Pereira, a não realização da festa vai gerar um prejuízo estimado em R$ 6 milhões.

"Vários comerciantes fizeram empréstimos, investiram um valor alto pois a expectativa era de um retorno grande. Nos dias de atrações menos conhecidas estimávamos 30 mil pessoas circulando aqui. Tínhamos esperança que o Tribunal voltasse atrás da decisão, mas quem sofre é o povo com tudo isso. Não culpamos o TCE, mas a oposição que fez inúmeras denúncias. Fui oposição, mas nunca fiz críticas a Festa de Agosto porque sei que beneficia a população", ressaltou.

O presidente da Câmara dos Vereadores de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, Denis Alves (PTN), afirmou, durante a sessão ordinária dessa segunda-feira (12), que recebeu ameaças após criticar a gestão do prefeito Bruno Pereira (PTB) em um discurso proferido na última quarta (7). Na ocasião, o parlamentar, que deixou a base aliada do petebista, disse que o prefeito não estava gerindo a administração municipal, mas sim o seu pai e ex-gestor da cidade, Jairo Pereira (PTB).  

“Quando saí da sessão na última reunião, uma estudante chegou e disse: ‘um homem me mandou dizer que isso não vai ficar assim, o bicho vai pegar pro seu lado.’ Estamos agora recolhendo as imagens do circuito de TV para tentar identificar a estudante e o homem que pediu para ela dizer isso”, relatou Denis Alves. 

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No discurso da quarta-feira, o presidente da Câmara chegou a dizer que “duas pessoas no quadro da atual gestão municipal - Betânia Brito e o ex-prefeito Jairo Pereira - dão expediente na prefeitura, mas não possuem cargos no Executivo, e o pior, contratam e demitem funcionários como se fossem gestores”. De acordo com o parlamentar, o ex-prefeito que foi condenado por improbabilidade administrativa e é considerada uma pessoa inidônea não pode continuar à frente da prefeitura.

O relato de Alves não foi isolado, além dele, o vereador Edmário José (PP), mais conhecido como Roco das Frutas e Verduras, também afirmou ter sido ameaçado e em reação fez novas denúncias nessa segunda-feira. 

“O prefeito está com raiva de mim porque fiscalizei uma licitação de mais de R$ 4 milhões e encontrei irregularidades. Semana passada demitiu, pelo whatshapp, quatro funcionários que indiquei para trabalharem no Posto de Saúde da Munguba, e hoje a unidade amanheceu fechada. Se ele pensa que está me prejudicando ele está errado, quem está sendo prejudicado é o povo”, disparou. 

Com o discurso exaltado, o progressista disse que agora passará a fazer uma oposição mais ferrenha. “Se eles tiveram dor de cabeça comigo antes, eles vão ter muito mais agora. Inclusive vieram me botar medo, enviando três pessoas para me ameaçar. Logo eu, nascido e criado nos bairros do Pixete e Prego [conhecidos na cidade pelo alto índice de violência]. Eu só tenho medo do castigo de Deus. Agora vocês que administram uma prefeitura com quatro prefeitos (Bruno Gomes, Jairo Pereira, Juninho Pereira e um tal de Wildy, que caiu de paraquedas aqui) vocês sim, deveriam ter medo do castigo de Deus. E Bruno, se não tiver competência para administrar a cidade, entregue, mas não deixe outras pessoas fazerem isso por você”, cravou o vereador.

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Outro lado

Procurado pelo LeiaJá, o prefeito Bruno Pereira afirmou, por meio de nota, que os vereadores citados “estão divulgando fatos inverídicos” e que “em momento algum houve retaliação ou ameaças”. Ressalta que “apesar de trabalhar em conjunto para o município, o Legislativo e o Executivo são órgãos independentes e podem tomar decisões diferentes, pois respeita o estado democrático em que vivemos”. 

No texto, o petebista ainda afirma que os vereadores Denis Alves e Edmário José “estão procurando notoriedade midiática para se promoverem, pois sempre teve respeito por todos, tanto de situação quanto de oposição, e jamais tomaria uma atitude que pudesse denegri-los moralmente”. Já sobre o Posto de Saúde da Manguba, citado pelo Edmário, a nota informa que a unidade está funcionando normalmente.

O prefeito de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, Bruno Pereira (PTB), vai reabrir, na próxima segunda-feira (6), o Hospital e Maternidade Municipal Petronila Campos (HPC). De acordo com o petebista, a unidade de saúde ficou fechada por cinco meses após o ex-gestor e atual vice-presidente da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), Gino Albanez (PSB), demitir enfermeiros e médicos em outubro de 2016. 

Segundo Pereira, o HPC passou por obras de restauração e ainda não será reaberto com sua capacidade de atendimento máximo. “Funcionará apenas com emergências pediátrica, obstétrica e clínica médica, além de exames laboratoriais. Mas em breve, a unidade estará funcionando plenamente com todas as especialidades”, disse.

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Dados divulgados pela prefeitura da cidade apontam que a unidade de saúde é composta por um complexo hospitalar, para pacientes de baixo risco, com ambulatório, farmácia, urgência e emergência clínica, obstétrica e odontológica, além de duas salas de cirurgia, salas de raio-x e ultrassonografia e laboratório para análises clínicas com atendimento 24 horas. 

 

O prefeito de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Bruno Pereira (PTB) afirmou ter identificado uma nova dívida de R$ 3,1 milhões herdada do ex-gestor, Gino Albanez (PSB), em energia elétrica. Segundo o petebista, o débito só foi identificado após a prefeitura ser notificada judicialmente pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) “já que as informações não foram repassadas durante a transição de governo”

De acordo com Bruno Pereira, a dívida já foi informada ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a Procuradoria Municipal “informou que a prática cometida pelo ex-prefeito fere a legislação e onera os cofres públicos, em razão do pagamento de juros e multas decorrentes da inadimplência junto aos fornecedores”.

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Além do débito com a Celpe, o petebista disse que também foram identificados contratos cancelados por falta de pagamento, cobranças extrajudiciais, protestos de títulos em Cartórios e folha salarial atrasada. “Ao assumirmos a Prefeitura de São Lourenço da Mata, encontramos uma completa desorganização administrativa: coleta de lixo sem fazer, postos e hospitais sem médicos e remédios, hospital fechado, escolas sucateadas, secretarias sem mobílias, cadeiras e arquivos digitais, entre outras coisas”, enfatizou o prefeito.

Estado de Calamidade Administrativa

No último dia 23, a gestão da cidade decretou Estado de Emergência Administrativa sob a justificativa de que a arrecadação da prefeitura não daria para arcar com as despesas correntes, além das dívidas deixadas pelo antigo prefeito, como os salários vencidos dos servidores. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), inclusive, chegou a recomendar que o prefeito desse prioridade ao pagamento dos salários atrasados que somavam R$ 5,7 milhões. 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) encaminhou uma recomendação ao prefeito de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Bruno Pereira (PTB), orientando sobre posturas que devem ser adotadas durante os primeiros meses da gestão dele na cidade. A recomendação teve como base denúncias de problemas identificados na transição de governo entre a equipe do petebista e do ex-prefeito, Gino Albanez (PSB).

Entre as questões recomendadas, o MPPE pediu que o prefeito dê prioridade a realização de um levantamento dos débitos relativos aos vencimentos dos servidores municipais, ativos e inativos atrasados e realize o pagamento imediato dessas obrigações. De acordo com a promotora de Justiça Mariana Vila Nova, funcionários municipais de diversas áreas noticiaram o MPPE, no final do ano passado, de que o ex-prefeito deixou de pagar os vencimentos referentes ao mês de dezembro, além do 13º salário.

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As demais medidas envolvem tópicos como processos licitatórios, transição governamental e prestação de contas. Em denúncia encaminhada ao MPPE, auxiliares de Bruno Pereira relataram que encontraram o executivo municipal com diversas irregularidades, como mínima mobília, computadores com arquivos apagados, ausência de informações sobre folha de pagamento e desvio de bens.

Na recomendação, Mariana Vila Nova explica que é objetivo do MPPE orientar o prefeito “a proceder corretamente nas questões tratadas no documento, especialmente no tocante à gestão dos recursos públicos municipais e dos que vier a receber de outras entidades da administração pública, seja por meio de convênios, contratos de repasse ou outros instrumentos, evitando assim cometer irregularidades graves”.

A promotora de Justiça também destaca que é de responsabilidade do atual prefeito em comunicar o ajuizamento de ações de responsabilização pelo município contra o ex-gestor.

Segundo o MPPE, em caso de descumprimento da recomendação o órgão “atuará na rápida responsabilização dos infratores, com a promoção das Ações Penais e de improbidade administrativa cabíveis”. Além disso, em futuros processos judiciais ou administrativos, o Ministério Público diz que Bruno Pereira não poderá alegar desconhecimento quanto aos tópicos abordados no documento.

Em entrevista concedida a um veículo de comunicação local, nesta terça-feira (17), o prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), declarou que irá lutar para armar a guarda municipal. Também lamentou que no município não existam guardas concursados e que uma das metas será a realização de um concurso público. 

Ele fez críticas denunciando que há folhas de pagamento que ultrapassam os valores que a cidade suporta. Afirmou que “há professores ganhando R$ 12 mil e não pisa em sala de aula. Outro, descobrimos que mora em Gravatá e vai pedir exoneração”, contou. 

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Pereira também disse que está tentando resolver os atrasos nas folhas dos servidores. “Estamos com atrasos nas folhas de dezembro de décimo dos efetivos e aposentados e de comissionado desde novembro”.

Também nesta terça, em menos de 30 dias de gestão, o vice-prefeito da cidade, Gabriel Neto (PRB), deixou o cargo de secretário municipal de Saúde. Nos bastidores, dizem que a saída dele foi uma exigência do ex-prefeito Jairo Pereira.  

 

Com a alta crise econômica, os novos prefeitos das cidades pernambucanas têm reclamado das dívidas deixadas pelas gestões anteriores. Durante o IV Seminário de Novos Gestores Municipais, promovido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), nesta terça-feira (10), era este o assunto que mais norteava a conversa entre os novos gestores. Das 82 prefeituras já identificadas pelo TCE com problemas na transição, a maioria está fazendo uma auditoria nas contas públicas para fechar o valor das dívidas herdadas pelos antecessores. 

À frente da prefeitura de Petrolina, no Sertão, Miguel Coelho (PSB) disse que o estudo financeiro não é um “embate com a gestão passada”, comandada pelo ex-prefeito Julio Lossio (PMDB), mas uma forma de dar “transparência neste início de governo”. “Ainda não terminamos o levantamento, mas o débito já vai para mais de R$ 65 milhões e é um número que continua crescendo, até porque se formos contabilizar os empréstimos têm mais R$ 30 milhões, já são R$ 95 milhões. Além da folha de dezembro da saúde que ficou em aberto e temos que tirar do Tesouro próprio este mês”, observou. 

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Na Região Metropolitana do Recife (RMR), o mesmo quadro é visto em São Lourenço da Mata. Segundo o prefeito Bruno Pereira (PTB), o montante vai ultrapassar a casa dos R$ 7 milhões, total das três folhas de pagamento deixadas em aberto pelo ex-gestor Gino Albanez (PSB). O balancete das contas deve ser concluído até o fim de janeiro. “Estamos fazendo uma auditoria, mas já posso dizer que temos um déficit nas folhas de pagamento, são dois meses dos efetivos ativos e inativos, mais o 13°. O que chega a R$ 7 milhões. Além dos três meses de comissionados e contratados, dos fornecedores, ainda não contabilizados, o fundo próprio e a previdência municipal, que fica em torno de R$ 1,7 milhão”, detalhou Pereira. 

Segundo o prefeito, outro fator que pesou durante os primeiros dias da administração dele e dificultará na quitação das dívidas, foi o uso da maior parte da primeira parcela do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para o pagamento do INSS. “De R$ 1 milhão só ficou R$ 21 mil. O dinheiro que seria para gente tomar pé da situação e pagar as contas da nossa gestão foi usado para pagar uma dívida. Agora a segunda parcela [do FPM] é o duodécimo da Câmara e a terceira é bem menor. Já temos uma folha alta e não temos dinheiro em caixa, ficamos numa situação complicada. Se tivesse zerado e sem dívidas ainda seria bom, mas com débitos de que forma iremos pagar as nossas obrigações iniciadas no dia 1° de janeiro? Esta é a nossa maior preocupação”, destacou, pontuando que o Tesouro Municipal foi entregue com R$ 1 milhão em caixa. 

Denúncias formalizadas

Bruno Pereira reclamou ainda de não ter recebido estas informações durante o período de transição e pontuou que já fez denúncias contra a antiga gestão tanto no TCE quanto no Ministério Público de Pernambuco (MPPE). De acordo com ele, até os computadores da prefeitura foram retirados antes do dia 1°. “Tivemos muita dificuldade na transição, fizemos denúncias e estamos fazendo novamente. Vamos levar ao Ministério Público todos os pedidos que fizemos durante a transição e não fomos atendidos, inclusive, de má fé, eles aumentaram a Gefip do INSS, para ser paga na primeira parcela do FPM. A sorte foi que conseguimos um acordo com a Receita Federal para não debitar os R$ 2,7 milhões de uma vez. É um absurdo deixar o município sem condições de pagar o que precisa, como a folha de funcionários do mês de janeiro”, protestou. 

Um terceiro exemplo de resquícios negativos da administração municipal anterior é em Itaquitinga, na Mata Norte do Estado. De acordo com o prefeito Geovani Oliveira (PMN), desde novembro até hoje ele não recebeu nenhuma informação sobre gestão. 

“Não tivemos acesso a parte contábil e financeira, não nos foi passado absolutamente nada, até agora. Sabemos que tem atrasos na saúde e que houveram demissões após as eleições. Esses funcionários, inclusive, ingressaram na Justiça dizendo que trabalharam em outubro e novembro e não receberam. Estamos herdando, além de dívidas, passivos judiciais, um levantamento preliminar já conta para mais de 400 processos judiciais contra a prefeitura”, ressaltou.

Oliveira informou ter comunicado todas estas questões foram comunicadas ao Ministério Público de Contas, ao Ministério Publico de Pernambuco e a Polícia. “Infelizmente somos um município cuja a transição administrativa não aconteceu de forma alguma”, salientou. 

A carreira profissional dos pais é espelho para muitos filhos que optam por seguir o mesmo caminho. Na política isto não é diferente e as eleições municipais sempre reforçam o ditado de que “filho de peixe, peixinho é”. Neste ano, em diversas cidades pernambucanas, estão sendo apresentadas candidaturas de filhos de políticos que já administraram os municípios e hoje concorrem ao mesmo cargo. 

Algumas delas, inclusive, são resultados de projeções feitas pelos próprios pais para perpetuar a passagem de uma família pela administração municipal, onde avós, pais, tios, filhos ou primos deixam nas prefeituras um legado genético, tal como a direção de empresas privadas. Outras, entretanto, são frutos de uma construção política e de candidaturas posteriores que podem ter enfrentado o contragosto paterno. 

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No Recife, um exemplo disso é a candidatura de Priscila Krause (DEM). Filha do ex-prefeito da capital (entre 1979 e 1982) e ex-governador Gustavo Krause (DEM), a democrata afirmou ao Portal LeiaJá que a chegada à disputa não é resultado de algum tipo de projeção feita há 10 anos quando ingressou na política. Priscila disputa pela primeira vez um cargo executivo 22 anos após o pai deixar a vida pública. 

“Não existia um projeto traçado, mas avalio de uma maneira super positiva [ser filha de um ex-prefeito] porque meu pai deixou uma marca muito grande [no Recife]. Onde eu ando tem uma referência muito forte em relação a gestão dele, embora faça muito tempo. As pessoas dizem ‘ você tem que ser 10% do que seu pai foi’. Então traz uma responsabilidade e um comprometimento maior. Acho isso muito bom, gosto desta responsabilidade. Ando a cidade inteira levada pelo legado que ele deixou na vida pública. Não vejo isso, de forma negativa. Pelo contrário, tenho isso a meu favor”, disse. 

Segundo a democrata, quando decidiu disputar pela primeira vez um cargo público ela se deparou com “ponderações” feitas por Gustavo Krause, mas agora, com a disputa pela prefeitura, ouviu muitos conselhos. “A gente conversou muito, muito, muito. Aí ele me disse: ‘se eu posso lhe dar um conselho e se minha gestão deu certo foi porque eu governei da cidade para a rua, seja fiscal de você mesmo’. E é isso que vou fazer”, completou.

Priscila Krause, no entanto, não é a única. Na Região Metropolitana, outros dois exemplos se enquadram neste perfil. Um em São Lourenço da Mata, onde o DNA rege constantemente as disputas, o filho do ex-prefeito Jairo Pereira, Bruno Pereira (PTB) é o principal adversário do atual gestor e postulante à reeleição, Gino Albanez (PSB). Outro no Cabo de Santo Agostinho, onde Betinho Gomes (PSDB) tenta mais uma vez ocupar o cargo de prefeito que o pai e atual prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, já exerceu por dois mandatos (1982 a 1985 e de 1996 a 2000). 

“Elias nunca projetou minha candidatura aqui no Cabo. Na realidade surgiu de forma muito natural, fui me inserindo na política aos poucos, claro que estimulado pela admiração que sempre tive pelo trabalho dele. Mas ao contrário [do que pensam] ele sempre me pediu para que eu não entrasse na política. Hoje disputo a eleição independente do desejo de Elias como líder político. Somos aliados, debatemos as questões da cidade do Cabo, mas há uma autonomia em relação aos meus posicionamentos”, esclareceu o tucano. 

Na análise de Betinho, não existe um peso maior na postulação dele, mas sim algo que amplia suas credenciais ao cargo. “Na verdade tem uma referência positiva do governo que ele realizou, o que nos ajuda, pois aumenta minhas credenciais. Fico apenas me sentindo estimulado a superar os desafios que ele teve que enfrentar no passado com a condição financeira até mais adversa”, salientou.

No Sertão, onde as disputas familiares e a hereditariedade política são mais latentes, um novo retrato disso pode ser visto em Petrolina com a candidatura de Miguel Coelho (PSB) que é filho do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), prefeito da cidade sertaneja entre 1993 e 1996. “Concorrer ao cargo que ele já ocupou na verdade não traz um peso a mais, mas faz uma boa referência do que foi feito no passado. Petrolina tinha um ritmo de desenvolvimento há 10 anos que hoje não tem mais. A comparação das ações dele e as nossas propostas é inevitável, ele é uma base e uma referência que fico feliz em tê-la”, afirmou o socialista. 

“Meu pai sempre apoiou as nossas decisões. No momento que decidi ser candidato ele viu que era o melhor nome para sair vitorioso. Nosso projeto é um projeto da cidade”, acrescentou, rebatendo as críticas de que a postulação seria um projeto familiar. Miguel é o exemplo atual, mas o filho mais velho de FBC, como é conhecido no meio político o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), também já concorreu ao Executivo Municipal, chegando quase a assumir o posto com a cassação do mandato do atual gestor Julio Lossio (PMDB). 

Já na capital do Agreste, Caruaru, a filha do ex-prefeito e ex-governador João Lyra Neto (PSDB), Raquel Lyra (PSDB) também concorre ao comando do Executivo municipal. Para a disputa, inclusive, os dois deixaram o PSB e ingressaram na legenda tucana pelo nome de Raquel ter sido preterido pelos socialistas. João Lyra comandou Caruaru em duas oportunidades, de 1989 a 1993 e de 1997 a 2001. Entramos em contato com Raquel Lyra e Bruno Pereira, mas não obtemos êxito até o fechamento desta matéria.

Diversos partidos aproveitaram o fim de semana para oficializar as chapas que vão disputar o comando de prefeituras pernambucanas. De acordo com os prazos delimitados pela Justiça Eleitoral, as convenções das legendas devem acontecer até a próxima sexta-feira (5). No sábado (30), além das oficializações para a disputa no Recife dos candidatos Priscila Krause (DEM), Carlos Augusto Costa (PV) e Geraldo Julio (PSB), este pela reeleição, também foram confirmadas outras postulações em cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR).

Em Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PR) confirmou a participação na disputa. Em Paulista, foi a vez do ex-deputado estadual Severino Ramos (PTB) oficializar a candidatura; o prefeito Mário Ricardo (PTB) homologou a postulação para permanecer no comando da cidade de Igarrassu e Bruno Pereira (PTB) oficializou a participação neófita na corrida majoritária em São Lourenço da Mata.  

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No domingo (31), as convenções continuaram pelo estado. Além de Olinda, onde Teresa Leitão (PT) e Antônio Campos (PSB) deram largada  às candidaturas, em Arcoverde, no Sertão, Nerianny Cavalcanti (PTB), bateu o martelo na postulação. Em Paulista, o prefeito Júnior Matuto (PSB) confirmou a candidatura à reeleição e o ex-prefeito de Moreno, Vavá Rufino (PTB), marcou o retorno para a disputa pelo executivo municipal.

Ainda no fim de semana, o PSB homologou outras 23 candidaturas. Uma delas foi a o prefeito de Abreu e Lima, Marcos José, à reeleição.  

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