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A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei complementar que viabiliza a compensação de R$ 27 bilhões da União para estados e Distrito Federal em razão da redução do ICMS incidente sobre combustíveis, vigente de junho a dezembro de 2022. A proposta será enviada ao Senado.

Aprovado na forma de um substitutivo do relator, deputado Zeca Dirceu (PT-PR), para o Projeto de Lei Complementar (PLP) 136/23, o texto prevê ainda transferências ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) para recuperar perdas de 2023 em relação a 2022.

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O projeto, enviado pelo Poder Executivo, é resultado de um acordo entre a União e os estados após vários deles obterem liminares no Supremo Tribunal Federal (STF) determinando o pagamento de compensações maiores que as previstas na Lei Complementar 194/22.

Essa lei considerou os combustíveis, o gás natural, a energia elétrica, as comunicações e o transporte coletivo como bens e serviços essenciais, proibindo a aplicação de alíquotas superiores à alíquota padrão do ICMS (17% ou 18%). Esse acordo se refere somente às perdas do ICMS na venda de combustíveis.

*Da Agência Câmara de Notícias

Deputados federais tecem críticas ao governo Lula pela crise que atingiu mais da metade dos municípios brasileiros essa semana, devido aos cortes e atrasos no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). As manifestações nas redes sociais são para apoiar a decisão de diversas prefeituras, que dependem do recebimento da verba, de paralisar os serviços nesta quarta-feira (30)

A deputada federal Clarissa Tércio (PL-PE) declarou em suas redes sociais seu contragosto e apoio à decisão das prefeituras. “Considero vergonhosa a atitude do Governo Federal em reduzir repasses de recursos para os municípios, retirando dos prefeitos, meios para manter as cidades funcionando”, afirmou. 

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Publicação da deputada federal Clarissa Tércio nas redes sociais. 

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http://leiaja.com/politica/2023/08/30/alepe-adere-ao-protesto-contra-que...">Alepe adere ao protesto contra queda do repasse do FPM  

Seu correligionário, o federal Eduardo Bolsonaro (SP) publicou um vídeo onde o prefeito de Nova Cruz, Flávio César Nogueira (MDB), conhecido como Flávio de Beroi, chama a população para se manifestar contra os cortes. “Quando a arrecadação cai, vai dificultar a nossa vida”, diz o prefeito. 

Depois de prefeitos de 15 Estados anunciarem paralisações em atividades das prefeituras nesta quarta-feira, 30, para reivindicar mais repasses do governo federal, lideranças do PT e entidades organizam uma reunião nesta tarde para conter a movimentação. No Nordeste, reduto petista, cidades de todas as nove unidades federativas da região aderiram ao protesto.

A ação, denominada "Sem FPM não dá, as prefeituras vão parar", tem o apoio da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Segundo a entidade, houve uma redução do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), no Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e também atrasos em entregas de emendas parlamentares.

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O encontro desta tarde tem como propósito discutir a possibilidade de acelerar a tramitação do Projeto de Lei Complementar nº 136/2023, que propõe uma injeção de R$ 27 bilhões aos Estados e ao Distrito Federal, para compensar a limitação da alíquota sobre o Imposto de Circulação de Bens e Serviços (ICMS) aprovada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) em junho de 2022.

Se o projeto for aprovado, os municípios serão beneficiados, porque parte dessa compensação recebida pelos Estados terá que ser repassada para eles. O autor da proposta é o deputado Zeca Dirceu (PT-RS).

Um mês depois da limitação das alíquotas ser aprovada, o Congresso derrubou o veto de Bolsonaro à obrigação da União de compensar o que os Estados deixariam de arrecadar. Com isso, o governo voltou a ter que fazer o repasse.

A proposta de Dirceu fala em R$ 27 bilhões, mas especialistas ouvidos pelo Estadão na época apontavam que o rombo podia chegar à casa dos R$ 70 bilhões.

Entenda o caso

Estão confirmadas para a reunião algumas entidades representativas dos municípios - Confederação Nacional de Municípios (CNM), Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e Associação Brasileira de Municípios (ABM) - e alguns consórcios de governadores.

Como mostrou o Estadão, uma das reclamações dos prefeitos é que os repasses do Fundo de Participação dos Municípios têm sido feito com atrasos e em valores mais baixos do que em 2022. O FPM é um percentual do que a União arrecada em com Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por isso, não tem um valor fixo.

A proposta de lei complementar que será discutida nesta tarde na liderança do Partido dos Trabalhadores coloca o foco na questão para a limitação do ICMS aprovada durante o governo Bolsonaro. O projeto foi apresentado por Dirceu no dia 3 de julho e aguarda despacho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para começar a tramitar.

Em Pernambuco, 45% (82) dos municípios de 181 que enviaram dados ao Siconfi, da Secretaria do Tesouro Nacional, encerraram o primeiro semestre de 2023 com déficit, ou seja, com a receita comprometida. Em 2022, no mesmo período, eram 19 (10% dos respondentes). Os dados são da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que informaram, ainda, que 51% dos municípios de todo o país encerraram os primeiros seis meses na mesma situação. 

A queda nos rendimentos acontece após cortes e atrasos nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que tem sido pauta em Brasília, frente à apreciação da reforma tributária. De acordo com a CNM, a cada R$ 100 arrecadados em Pernambuco, R$ 94 foram destinados ao pagamento de pessoal e custeio da máquina pública. 

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O FPM consiste em uma transferência feita três vezes ao mês pela União às administrações municipais, e é composto de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). 

“Estamos em diálogo com as autoridades em Brasília e já alertamos. Muitos não veem o que está acontecendo na ponta, mas o problema é grave. Isso é também resultado de despesas criadas no Congresso e pelo governo federal sem previsão de receitas, como os pisos nacionais, caindo toda a demanda no colo dos municípios”, avalia o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. 

Entre as despesas que oneram os cofres das prefeituras pernambucanas estão, por exemplo, recomposições salariais de servidores municipais, o impacto de reajuste do piso do magistério, que, se concedido como foi imposto pela União, soma R$ 998,8 milhões e o atraso no pagamento de emendas parlamentares. A redução em emendas de custeio – do primeiro semestre de 2022 para o mesmo período de 2023 – é de quase 76%, passando de R$ 631 milhões para R$ 150,4 milhões. No total de emendas, a queda foi de R$ 758,7 milhões para R$ 279,7 milhões para o estado. 

Enquanto as despesas de custeio tiveram aumento de 23,1%, o Fundo de Participação dos Municípios apresenta mais decêndios menores do que o mesmo período de 2022. No primeiro decêndio de julho, por exemplo, houve uma queda brusca de 34,49% no repasse. Em agosto, a queda foi de 23,56%, explicada por uma redução na arrecadação de Imposto de Renda e um lote maior de restituição por parte da Receita Federal. 

Além disso, os gestores de Pernambuco enfrentam o represamento de 57,9 milhões de procedimentos ambulatoriais e 199,2 mil procedimentos hospitalares durante a pandemia, sendo necessários R$ 953,1 milhões para equacionar a demanda; 200 programas federais com defasagens que chegam a 100%; 271 obras paradas e abandonadas por falta de recursos da União; e obras concluídas com mais de R$ 509,4 milhões em recursos próprios sem repasse do governo federal. 

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Entre a terça-feira (29) e esta quarta-feira (30), centenas de municípios brasileiros aderiram a um protesto que condena o cenário de governabilidade atual das cidades. Frente à discussão da reforma tributária, um tópico tem destaque para as gestões municipais: o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que foi alvo de cortes orçamentários e atrasos nos repasses. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 51% das cidades brasileiras estão no vermelho e estão com dificuldade de custear os serviços públicos.  

A crise no Executivo municipal foi exposta pela CNM em Brasília, nos últimos dias 15 e 16 de agosto, na presença de mais de dois mil prefeitos. O órgão alega que, além da queda nas receitas do FPM e do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), houve atrasos no pagamento de emendas parlamentares federais, e aumento das despesas de pessoal, custeio e investimentos. 

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“O FPM, principal receita de quase sete em cada dez municípios, apresentou em 2023 mais decêndios menores do que os mesmos períodos em 2022. No dia 10 de julho deste ano, houve uma queda brusca de 34,49% no repasse. Em agosto, a queda foi de 23,56%. Outra importante receita, a cota-parte do ICMS, afetada pela Lei Complementar 194/2022, recuou 4,5%. Os municípios também enfrentam atraso no pagamento de emendas parlamentares. A queda em emendas de custeio no primeiro semestre de 2023 em comparação a 2022 foi de quase 73%, passando de R$ 10,43 bilhões para R$ 2,80 bilhões”, informa o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. 

Entre as medidas que podem amenizar a crise, a CNM sugeriu o aumento do FPM em 1,5% (PEC 25/2022); a redução da alíquota patronal do INSS para 8%; a recomposição do ICMS (PLP 94/2023); a atualização dos programas federais defasados (PEC 14/2023); e a ampliação da Reforma da Previdência para os Municípios (PEC 38/2023). Confira o restante do manifesto: 

"São 200 programas federais com defasagens que chegam a 100%; crescimento de 21,2% das despesas de custeio; 1,1 bilhão de procedimentos ambulatoriais; e 4,3 milhões de procedimentos hospitalares represados durante a pandemia, sendo necessários R$ 17,2 bilhões para equacionar a demanda; mais de 5,4 mil obras paradas e abandonadas por falta de recursos da União; e R$ 7,4 bilhões investidos com recursos próprios para finalizar obras sem repasse da União. 

O cenário é crítico e deve se agravar com decisões recentes, como o novo critério de atualização do salário-mínimo e a decisão do Supremo Tribunal Federal que torna obrigatória a oferta de vagas em creches, com impacto de mais de R$ 100 bilhões aos Municípios. Vemos ainda a possibilidade de inclusão dos gastos com pessoal das Organizações Sociais nos limites de gasto de pessoal, que causará extrapolação do estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal, com rejeição de contas, multas e inexigibilidade de prefeitos; novos pisos avançando no Congresso sem a definição de como serão financiados; e centenas de medidas que são definidas sem ouvir os Municípios, mas que os atingem diretamente e ferem a autonomia municipal prevista em Constituição".

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Em solidariedade ao movimento de paralisação das prefeituras do Estado, “Sem FPM não há pão”, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) decretou a suspensão das atividades legislativas nesta quarta-feira (30). Dessa forma, não haverá reuniões das comissões permanentes da Casa nem sessão plenária. Ficam mantidas as atividades administrativas e a solene prevista na agenda.

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Paulo Pedrosa/Alepe

A paralisação das prefeituras, que ocorre em todo o Nordeste, preserva o funcionamento das atividades essenciais como saúde e educação. O objetivo é chamar a atenção para a queda dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o que vem comprometendo a manutenção de alguns serviços à população, segundo as prefeituras.

O movimento “Sem FPM não há pão” é liderado pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). No congresso da instituição, nessa segunda-feira (28), o presidente da Alepe, Álvaro Porto, cobrou mobilização de todas as instâncias políticas em socorro às prefeituras. O parlamentar defendeu uma “rápida solução”, a partir da iniciativa de deputados e senadores.

“Tem que ser feito algo com urgência. Os municípios estão quebrados e não aguentam mais esse sofrimento. Temos que unir as bancadas federal e estadual, além dos senadores, e lutarmos juntos por essa causa. A Alepe está solidária e engajada na luta dos municípios. Prefeitos e prefeitas contam com nosso total apoio. A quebradeira dos municípios significa sofrimento para a população”, enfatizou o presidente da Assembleia.

Para o primeiro secretário da Alepe, deputado Gustavo Gouveia, o momento é de unir forças em favor dos municípios. "A Casa de todos os Pernambucanos não pode ficar de fora desse movimento. A queda no repasse desses recursos prejudica diretamente a população e impacta em vários setores como saúde, educação, infraestrutura e demais áreas do desenvolvimento das cidades”, alerta.

*Da assessoria de imprensa

Prefeitos de 11 Estados realizam um protesto, nesta quarta-feira (30), com o objetivo de reivindicar mais receitas do governo federal para os municípios. Em todas as unidades federativas da região Nordeste, as prefeituras irão paralisar atividades administrativas e colocar faixas questionando a redução de envios de recursos financeiros para as cidades. Também é previsto que os chefes municipais compareçam a Brasília para realizar manifestações e pedir mais apoio de parlamentares do Congresso Nacional.

O movimento foi denominado como "Sem FPM não dá, as prefeituras vão parar" e recebe o apoio da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) que atestou uma redução do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), no Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e também atrasos em entregas de emendas parlamentares. Além dos Estados do Nordeste, é previsto também a adesão de cidades do Paraná, Santa Catarina, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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O Estadão apurou com federações estaduais de prefeitos que 350 municípios da Bahia, 217 do Maranhão e 168 do Ceará devem aderir à greve.

Segundo a CNM, os prefeitos estão preocupados com a distribuição da receita do Fundo para o segundo semestre deste ano. O FPM consiste em uma transferência feita três vezes ao mês pela União às administrações municipais, e é composto de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

A pesquisa da CNM também atestou que, nas emendas parlamentares, o primeiro semestre do ano foi marcado por atrasos de pagamentos. A redução das verbas foi de quase 73% na comparação com o mesmo período do ano passado, variando de R$ 10,43 bilhões para R$ 2,80 bilhões. Também foi atestada um recuo de 4,5% da cota-parte no Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Entre as reinvindicações dos prefeitos, estão um aumento de 1,5% no FPM, uma redução da alíquota patronal do INSS para 8% aos municípios até 156 mil habitantes, uma recomposição do ICMS, o fim do voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e uma ampliação da Reforma da Previdência para os municípios.

Cidades do Nordeste vão paralisar serviços administrativos

No município de Imperatriz, que é o maior em população do interior do Estado do Maranhão, apenas serviços essenciais como saúde e limpeza pública irão funcionar. Segundo a prefeitura da cidade, a redução da FPM impactou o oferecimento de serviços essenciais como saúde, educação e infraestrutura. A administração também informou que a redução de emendas parlamentares agravou a situação financeira municipal e que busca aumentar a arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS) e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para reverter os efeitos econômicos.

No município baiano de Vitória da Conquista, foi decretado um feriado facultativo para esta quarta, suspendendo as atividades administrativas como forma de protesto à redução do FPM. Por lá, apenas os serviços de saúde, educação e limpeza urbana estarão funcionando. O mesmo está previsto para acontecer na cidade pernambucana de Cabrobó e em Macau e Água Nova, no Rio Grande do Norte.

Em Maracanaú, cidade da região metropolitana de Fortaleza que conta com cerca de 230 mil habitantes. O atendimento funcionará apenas em serviços de saúde, educação, segurança alimentar, iluminação pública, trânsito, transporte público e limpeza urbana.

Durante audiência sobre a reforma tributária ocorrida nesta terça-feira (29) no Senado, em Brasília, a governadora Raquel Lyra aproveitou a ocasião para pedir, em seu discurso, um socorro emergencial do governo federal destinado aos municípios pernambucanos.

A chefe do Executivo estadual expôs sua preocupação com a queda das transferências referentes ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “Nesta quarta-feira (30), em Pernambuco e em vários estados do Brasil, vai haver uma paralisação dos municípios, fazendo um alerta à Nação sobre a queda de arrecadação. Os estados também estão perdendo. A gente ainda está conseguindo deixar Pernambuco de pé, pagando as suas contas, mas os municípios não têm condições de fazê-lo. Os municípios carecem, sim, de um socorro emergencial para permitir que eles possam ser protegidos e consigam sobreviver a essa queda de receita a que eles estão sendo submetidos”, destacou  Raquel Lyra.

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Considerando apenas o mês de agosto de 2023, comparado com o mesmo período de 2022, o FPM declinou, aproximadamente, 19%, que representa redução de R$ 80 milhões.  As Transferências Fiscais da União são calculadas sobre o somatório da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, sendo 21,5% para o Fundo de Participação dos Estados e 22,5% para o Fundo de Participação dos Municípios.

*Da assessoria 

Ao discursar na abertura do 6° Congresso Pernambucano de Municípios, nesta segunda-feira (28), o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto foi firme ao cobrar mobilização de todas as instâncias da política para socorrer os municípios que, mês a mês, veem os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) serem reduzidos. 

“Acho que vocês, senhoras e senhores prefeitos, têm que pressionar, os deputados estaduais, federais e senadores”, disse, acrescentando que é preciso uma solução imediata. “Queremos uma solução rápida. E esta solução tem que partir daqui, dos deputados, dos senadores. É isso que, eu sei, vocês (gestores) estão esperando ouvir hoje, aqui”, afirmou. 

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Referindo-se a declarações de aliados do governo federal, que, nos seus discursos, destacaram a volta programas estruturadores e a destinação de recursos da União para os municípios, o deputado afirmou que é fácil falar na existência de dinheiro e projetos, enquanto as prefeituras sofrem. “O que está sé precisando é de dinheiro na contas, ajuda direta aos municípios. Os municípios e os prefeitos não aguentam mais”.

Porto sugeriu que se já existe a previsão de aumento nos valores para os municípios, é preciso que se destine um quinhão certo ou um percentual específico para os municípios. Porque, segundo ele, são as prefeituras que sofrem para pagar saúde, educação com transporte escolar, TFD (Tratamento Fora do Domicílio). 

 “Então, é preciso esta ajuda direta. Tem que se fazer projetos para infraestrutura, mas o que a gente está vendo é o FPM caindo a cada dia que passa. Queremos uma solução rápida. A coisa tem que ser urgente. Os municípios estão quebrados. Ninguém aguenta mais este sofrimento”.

O deputado enfatizou que a realidade de redução de repasses penaliza especialmente os gestores por serem eles que estão na ponta, em contato direto com a população. “Vocês (dirigindo-se aos prefeitos) é que estão lá, com povo na porta, fazendo cobrança e a cada dia o dinheiro diminuindo”, disse. “Então, a gente tem que se unir a bancada federal, a estadual, os senadoras e, principalmente, vocês, senhores prefeitos. Vocês é que nos dão voto, vocês é quem trabalham para para eleger deputado e senadores. Então, vocês têm que cobrar da gente. E nós estamos juntos. Vamos correr atrás”, disse.

Destacando ser municipalista, Álvaro Porto lembrou que foi prefeito de Canhotinho por dois mandatos e que sabe bem das dificuldades que estão passando os municípios. Também observou que tem acompanhado de perto a preocupação da atual prefeita de Canhotinho, Sandra Paes, sua esposa, e do prefeito de Quipapá, Alvinho Porto, seu filho.

O presidente da Alepe alertou que, além da falta de recursos, inúmeras prefeituras estão hoje com orçamento comprometido por não poderem pagar a previdência própria. “Isso é uma lei que precisa ser mudada.

Os deputados federais precisam fazer um trabalho para que as prefeituras que caíram no conto de ter a previdência própria, voltem para o regime geral. Isso tem que ser uma pressão de todos. O Brasil está precisando, as prefeituras de Pernambuco estão precisando”. 

*Da assessoria 

Prefeituras pernambucanas amanheceram nesta segunda-feira (21) com faixas pretas em protesto pela queda nas receitas municipais, em especial no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e na alíquota do ICMS.

“Chega de queda de receitas e aumento das despesas” e “Recomposição de perdas do ICMS é urgente”, são algumas das frases que estampam os materiais. A campanha é realizada pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).

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Outra reivindicação expressa nas faixas é a “Aprovação do 1,5% do FPM já”, um dos principais pleitos dos prefeitos e prefeitas de Pernambuco para auxiliar no custeio do piso da enfermagem. Ainda neste mês de agosto, a Associação vai promover uma campanha de rádio e TV para conscientizar a população sobre os riscos que os serviços públicos enfrentam com o atual cenário financeiro das cidades.

Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), 51% dos municípios estão no vermelho neste semestre, devido à diminuição de receitas e aumento das despesas. Além da queda de 23,54% no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), neste mês de agosto, os municípios também amargam represamento das emendas parlamentares e atraso no repasse dos royalties de minerais e petróleo.

*Da assessoria 

Em reunião nesta terça-feira (30) em Brasília, prefeitos de várias cidades brasileiras defenderam o aumento de 1,5% do Fundo de Participação dos Municípios para o pagamento do piso da enfermagem. A expectativa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) é que esse incremento resulte em uma arrecadação dos R$ 10,5 bilhões necessários para garantir o pagamento do piso da categoria de forma permanente.

O aumento no fundo está na Proposta de Emenda à Constituição 25 de 2022, em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.   O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski (foto), diz que os R$ 7,3 bilhões liberados para financiar o piso da enfermagem são insuficientes. Desse valor, R$ 3,3 bilhões ficariam com as prefeituras.

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“Um valorzinho, uma porcaria que não paga nem essa metade do restante do ano que tem, e como fica o ano que vem? Então estão votando agora lá se a liminar concedida vai ser cassada e entra em vigor a lei e aí no outro dia todo mundo tem que pagar o piso dos enfermeiros, ou não”, disse Ziulkoski.  Para o Conselho Federal de Enfermagem, o piso não inviabiliza o funcionamento do setor. Isso porque o setor público e o filantrópico vão receber subsídios do fundo gerido pelo Ministério da Saúde.

O pagamento do piso ainda depende da conclusão da votação no Supremo Tribunal Federal. O julgamento está parado desde o pedido de vista feito pelo ministro Gilmar Mendes há uma semana.

Esta semana são esperados em Brasília cerca de 10 mil participantes para a 24ª Marcha dos Prefeitos. Um dos temas de destaque da marcha é justamente a reforma tributária que está em discussão na Câmara (PECs  45/19 e 110/19, do Senado).

O coordenador da Frente Parlamentar Municipalista, deputado Benes Leocádio (União-RN), explica que o tema geral da marcha é o pacto federativo, que envolve as atribuições de cada ente federativo e as receitas necessárias para atendê-las. A preocupação geral é com possíveis perdas com o fim do ISS, o principal imposto municipal.

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“Nós precisamos saber as alterações propostas, o que poderá diminuir do que temos hoje e o que poderá ser acrescido com a proposta de unificar alguns impostos. A gente precisa ter no horizonte uma perspectiva de não diminuição da arrecadação", disse. 

O deputado disse que o cidadão brasileiro reclama com razão da carga tributária que pagamos, mas também "os entes federativos sabem da competência e responsabilidade de cada um e, principalmente, da concentração desta arrecadação no cofre da União.” 

Contratação de pessoal

Benes Leocádio também disse que as novas regras fiscais devem ser discutidas no sentido de melhorar a gestão na área de pessoal.  “No meu estado, Rio Grande do Norte, nós deveríamos ter 14 mil policiais servindo à população na segurança e temos apenas 7 mil. E a alegação é sempre essa: não pode contratar mais em função do limite prudencial. Mas eu sei que isso precisa ser revisto porque a população fica a ver navios, pagando o preço. Agora mesmo estamos passando por uma onda de ataques terroristas”, observou.

O coordenador da Frente Parlamentar Municipalista citou ainda a necessidade de reajuste da tabela de preços do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos repasses do chamado IGD do Bolsa Família. O IGD, ou Índice de Gestão Descentralizada, é um indicador que mede os resultados obtidos pela gestão municipal nas atividades relacionadas ao Bolsa Família e ao Cadastro Único. 

*Da Agência Câmara de Notícias

Nota técnica elaborada pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) da Câmara dos Deputados calcula a parcela que cada município receberá no rateio decorrente do leilão de áreas do pré-sal realizado em 6 de novembro. A União e os entes federados vão dividir R$ 35,4 bilhões.

Proposta aprovada pelo Congresso Nacional (PL 5478/19), que foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, estabelece que, do total a ser arrecadado pela União, 15% deverão ser divididos pelos municípios conforme o critério do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Isso equivale a mais de R$ 5,3 bilhões.

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O estado do Rio de Janeiro, onde se localizam as áreas leiloadas de Búzios e Itapu, receberá R$ 1,06 bilhão. Os demais estados dividirão R$ 5,3 bilhões.

A parcela destinada a cada ente federado é menor do que o previsto inicialmente porque apenas a Petrobras participou do leilão, tendo empresas chinesas como parceiras. Outras empresas estrangeiras desistiram de disputar os lotes.

Conforme o governo, uma parte dos recursos deverá ser liberada neste ano, e o restante em 2020. As prefeituras poderão, a seu critério, destinar os recursos para investimento ou para despesas previdenciárias. Os estados deverão destinar o dinheiro primeiramente para despesas previdenciárias.

*Da Agência Câmara Notícias

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta terça-feira (9) a construção de um novo pacto federativo e o aumento dos recursos para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “Nós temos pouco, mas queremos dividir o pouco que temos com vocês”, disse a prefeitos, vereadores e gestores municipais na abertura da 22ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios.

O evento é organizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e, de 8 a 11 de abril, reúne cerca de 8 mil municipalistas na capital federal em busca do fortalecimento dos governos locais.

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Ao pedir apoio para a reforma da Previdência, Bolsonaro falou sobre suas recentes viagens internacionais e a importância de sinalizar aos mercados que o país pode equilibrar suas contas e diversificar sua economia.

A proposta do pacto federativo, que desvincula, desindexa e retira diversas obrigações do orçamento, foi sugerida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, entre outras medidas, para impulsionar a recuperação da economia e garantir mais recursos para os estados e municípios.

Reforma da Previdência

Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi enfático ao defender a reforma da Previdência para que o governo federal abra mais espaço no orçamento e direcione mais recursos para os entes federativos. De acordo Maia, as despesas previdenciárias crescem R$ 50 bilhões a cada ano.

“Nós precisamos enfrentar o debate das despesas, o problema é a estrutura cara do governo federal, do Congresso Nacional e do Judiciário. Temos que compreender que, nos últimos 30 anos, o Congresso Nacional atendeu muitas corporações públicas e privadas que capturaram o orçamento da União e hoje o governo federal tem poucos recursos para realizar os próprios investimentos. De cada R$ 100, R$ 94 são despesas obrigatórias”, disse Maia.

O presidente da Câmara explicou aos prefeitos que está dialogando com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para dar andamento nas pautas municipalistas após a discussão da reforma da Previdência, como o aumento dos repasses federais ao FPM, compensação da Lei Kandir e cessão onerosa de recursos do pré-sal.

“Pedir apoio à reforma da Previdência não é para o governo federal, é para que possamos mudar a curva de recessão que o país vive nos últimos anos. A gente só vai poder inverter essa pirâmide quando as despesas federais pararem de crescer como elas crescem”, disse.

Em nome dos prefeitos, o presidente da CNM, Glademir Aroldi, também defendeu a reforma, mas sem as mudanças na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC). De acordo com ele, a economia de muitos municípios, principalmente os menores, também depende das aposentadorias dos trabalhadores rurais.

O Senado aprovou a proposta de emenda à Constituição que aumenta o repasse da União às prefeituras por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Após acordo, a votação da PEC foi realizada em dois turnos, e segue agora para análise da Câmara dos Deputados.

A PEC determina a elevação de um ponto percentual no repasse entregue aos estados e municípios, oriundo das arrecadações do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A distribuição dos recursos será alterada de 49% para 50%, e o novo repasse será feito em setembro de cada ano.

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De acordo com os defensores da proposta, os municípios, historicamente, recebem os menores valores em setembro e outubro devido à restituição do Imposto de Renda dos contribuintes.

Durante a votação, o senador Otto Alencar (PSD-BA) fez um apelo para que os senadores comparecessem ao plenário para aprovar a proposta em defesa da pauta municipalista. “Se nós não aproveitarmos esta sessão de hoje para aprovarmos essa PEC, que é superimportante para os prefeitos do Brasil, nós teremos perdido uma oportunidade, e vossa excelência sabe, que os prefeitos passam dificuldades orçamentárias muito grandes hoje, por falta de recursos”, argumentou.

No relatório em que defende a PEC, o senador Armando Monteiro (PTB-PE) citou as razões do aumento das despesas e da queda real na transferência do FPM para os municípios, como pisos salariais de determinadas categorias e a retração do Produto Interno Bruto entre 2014 e 2016.

“A sazonalidade dos repasses do fundo prejudica a gestão administrativa dos municípios, que não sabem se podem expandir a prestação de serviços públicos na ausência de fontes estáveis de financiamento. A dificuldade em atender à demanda da sociedade por mais e melhores serviços é ainda mais acentuada na atual conjuntura econômica, na qual, em face da redução da renda familiar, as famílias têm trocado a escola particular pela pública e os planos de saúde pelos postos de saúde das prefeituras”.

A expectativa do relator é de que o repasse seja de R$ 5,6 bilhões em 2021, ao fim do aumento gradativo do fundo. Em 2016, a transferência aos municípios no mês de setembro foi de R$ 4,1 bilhões.

Presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB) reclamou, nesta terça-feira (14), da falta de sensibilidade do governo do presidente Michel Temer (PMDB) com a crise financeira que os municípios enfrentam. De acordo com o pessebista, até audiências com a gestão federal para tentar articular soluções para as administrações das cidades estão sendo negadas.  

“Falta muita sensibilidade. Até audiências  com os municípios, que é o ente que está mais próximo do povo, estão sendo negadas até o momento. O povo está perto do município e cobra primeiro do prefeito. Na vida real, Estado e União são abstratos”, criticou. “Os ministros escutam, não deixam de contribuir, pois são deputados, mas a decisão não depende de um ministro ou de outro. O problema é o presidente que não está dialogando”, acrescentou.

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Sob a ótica de Patriota, a concentração de renda na União dificulta ainda mais a situação das prefeituras. “Precisamos fazer o pacto federativo e uma reforma estrutural. Parte da arrecadação ainda fica com a União e a gente precisa que parte dessa arrecadação chegue para os municípios de acordo com a atribuição de cada um. Para onde vai o pedaço maior do bolo tributário, para quem faz mais ou menos?”, indagou.

Os prefeitos vão fazer uma mobilização em Brasília na próxima semana, entre as principais reivindicações, Patriota disse que os gestores vão solicitar do Governo Federal um acréscimo emergencial de 1% no Fundo de Participação Municipal (FPM), o que significa um aporte financeiro de R$ 196 milhões para o Estado. Segundo o presidente da Amupe, depois dos protestos ele vai propor também uma reunião dos prefeitos com a bancada federal pernambucana. 

Endividados em sua maioria com a folha de pagamento, previdência e precatórios, prefeitos de cidades pernambucanas se reuniram, nesta terça-feira (14), na sede da Associação Municipalista de Pernambuco, no Recife, para debater os principais pleitos que serão levados pelo grupo para uma mobilização que acontecerá em Brasília no próximo dia 22. Entre as principais reivindicações, os gestores municipais vão solicitar do Governo Federal um acréscimo emergencial de 1% no Fundo de Participação Municipal (FPM), o que significa um aporte financeiro de R$ 196 milhões para o Estado. 

O valor, de acordo com o presidente da Amupe e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), caso venha a ser liberado será dividido entre as cidades pelo quantitativo de habitantes. “Os prefeitos de Pernambuco se juntam aos prefeitos do Brasil inteiro em uma grande mobilização no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, para exigir solidariedade e providencia, uma ajuda financeira emergencial para que a gente possa fechar as contas”, disse. 

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“Aumentaram as tarefas, as atribuições das prefeituras, sem aumentar os repasses. A maioria tem uma gestão eficiente, esforçada. Reduziram seus próprios salários, demitiram secretários, cortaram diária e gratificações. E aí, vamos tirar mais de onde?  Temos que responder por saúde, educação, infraestrutura. A situação é difícil”, acrescentou Patriota.  

Segundo os relatos dos prefeitos, o cenário é crítico e atinge principalmente os municípios menores de todas as regiões do Estado. Em Palmeirina, no Agreste, por exemplo, a receita é composta pelo FPM - R$ 380 mil - e a arrecadação do ICMS - R$ 150 mil. Entretanto, o valor é gasto o pagamento de aposentados, precatórios e parcelamentos de dívida do INSS. 

“Demitimos todos os cargos comissionados e a maioria dos contratados. Estamos apenas com contratos essenciais, como médico e professor. Tenho duas folhas atrasadas de efetivos e um mês dos inativos. Apenas saúde e educação está em dia. Espero que o Governo Federal libere este 1% e estou rezando para que o ano termine, pois em janeiro e fevereiro a receita aumenta um pouco. Vamos demitir mais gente em janeiro”, frisou o prefeito Marcelo Neves (PSB).  

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Outra amostra do quadro é a cidade de Brejo da Madre de Deus, no Agreste. De acordo com o prefeito Hilário Paulo (PSD) até o fim deste mês serão contabilizadas 500 demissões. “No início do ano tínhamos cerca de mil contratados e comissionados, reduzimos para 600 e de efetivos temos 800. Mesmo com a receita de R$ 5 milhões não conseguimos cumprir com a folha, que já está fracionada”, declarou. 

Prefeita de Lagoa do Carro, na Mata Norte, Judite Botafogo (PSDB) disse que tem comprometido hoje 63% da receita de R$ 2,5 milhões com o pagamento da folha, o que já ultrapassa o limite de 54% previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Chegamos ao extremo agora. Não podemos dar uma assistência ao município, porque tudo é redução de despesas. Já demiti 100 pessoas e a probabilidade é que tenhamos que demitir todos os contratados que temos, quase 300 pessoas, agora no fim de novembro. Demitir os contratados para não termos duas folhas em atraso em dezembro”, frisou. 

“Nossa receita é de 2,5 milhões. É inviável para o município. Na hora que você prioriza a folha não tem investimento. Não estamos nem pedindo para fazer obras, mas manter os serviços essenciais. Não dá para manter médico se não temos remédios”, acrescentou. Sob a ótica de Judite, o pleito emergencial não resolve o problema das prefeituras, mas ajudará.  

O Senado deve analisar na próxima semana o projeto que estabelece as regras da nova repatriação de recursos do exterior. O projeto foi aprovado pela Câmara em fevereiro, agora os senadores vão averiguar as mudanças feitas pelos deputados no texto original (PLS 405/2016). A votação estava prevista para a última quarta-feira (8), mas foi adiada devido ao avanço da sessão especial em comemoração ao Dia Internacional da Mulher

Uma das principais mudanças foi a retirada da proibição expressa de que políticos com mandato possam aderir ao programa. Ainda de acordo com a nova versão do projeto, o prazo para a repatriação passou de 38 para 120 dias, que serão contados a partir da data de regulamentação do tema pela Receita Federal. O patrimônio a ser declarado será aquele em posse do declarante em 30 de junho de 2016. A data prevista no texto que saiu do Senado era dezembro de 2015.

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A tributação total também mudou. Enquanto a primeira versão aprovada no Senado previa 17,5% de Imposto de Renda e 17,5% de multa, o novo texto estabelece 15% de imposto e 20,25% de multa. Dos valores arrecadados com a multa, 46% serão repartidos com os estados e os municípios por meio dos fundos de participação (FPE e FPM). O texto antigo previa 49%.

PECs

A pauta também tem duas propostas de emendas à Constituição (PEC). A PEC 61/2015, da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), possibilita emendas individuais ao projeto da lei orçamentária anual da União para repasse de recursos diretamente ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) e ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

A PEC vai para sua quinta e última sessão de discussão de primeiro turno. De acordo com a Constituição, para concluir a votação de uma PEC são necessários dois turnos de discussão e votação, com apoio favorável de pelo menos três quintos dos senadores em cada um deles. São cinco sessões de discussão no primeiro turno e, no segundo, são feitas três sessões de discussão. Se aprovada, a PEC seguirá para a análise na Câmara dos Deputados.

Também consta da pauta a PEC 111/2015, do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que veda a edição de medidas provisórias que gerem desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos.

Com a alta crise econômica, os novos prefeitos das cidades pernambucanas têm reclamado das dívidas deixadas pelas gestões anteriores. Durante o IV Seminário de Novos Gestores Municipais, promovido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), nesta terça-feira (10), era este o assunto que mais norteava a conversa entre os novos gestores. Das 82 prefeituras já identificadas pelo TCE com problemas na transição, a maioria está fazendo uma auditoria nas contas públicas para fechar o valor das dívidas herdadas pelos antecessores. 

À frente da prefeitura de Petrolina, no Sertão, Miguel Coelho (PSB) disse que o estudo financeiro não é um “embate com a gestão passada”, comandada pelo ex-prefeito Julio Lossio (PMDB), mas uma forma de dar “transparência neste início de governo”. “Ainda não terminamos o levantamento, mas o débito já vai para mais de R$ 65 milhões e é um número que continua crescendo, até porque se formos contabilizar os empréstimos têm mais R$ 30 milhões, já são R$ 95 milhões. Além da folha de dezembro da saúde que ficou em aberto e temos que tirar do Tesouro próprio este mês”, observou. 

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Na Região Metropolitana do Recife (RMR), o mesmo quadro é visto em São Lourenço da Mata. Segundo o prefeito Bruno Pereira (PTB), o montante vai ultrapassar a casa dos R$ 7 milhões, total das três folhas de pagamento deixadas em aberto pelo ex-gestor Gino Albanez (PSB). O balancete das contas deve ser concluído até o fim de janeiro. “Estamos fazendo uma auditoria, mas já posso dizer que temos um déficit nas folhas de pagamento, são dois meses dos efetivos ativos e inativos, mais o 13°. O que chega a R$ 7 milhões. Além dos três meses de comissionados e contratados, dos fornecedores, ainda não contabilizados, o fundo próprio e a previdência municipal, que fica em torno de R$ 1,7 milhão”, detalhou Pereira. 

Segundo o prefeito, outro fator que pesou durante os primeiros dias da administração dele e dificultará na quitação das dívidas, foi o uso da maior parte da primeira parcela do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para o pagamento do INSS. “De R$ 1 milhão só ficou R$ 21 mil. O dinheiro que seria para gente tomar pé da situação e pagar as contas da nossa gestão foi usado para pagar uma dívida. Agora a segunda parcela [do FPM] é o duodécimo da Câmara e a terceira é bem menor. Já temos uma folha alta e não temos dinheiro em caixa, ficamos numa situação complicada. Se tivesse zerado e sem dívidas ainda seria bom, mas com débitos de que forma iremos pagar as nossas obrigações iniciadas no dia 1° de janeiro? Esta é a nossa maior preocupação”, destacou, pontuando que o Tesouro Municipal foi entregue com R$ 1 milhão em caixa. 

Denúncias formalizadas

Bruno Pereira reclamou ainda de não ter recebido estas informações durante o período de transição e pontuou que já fez denúncias contra a antiga gestão tanto no TCE quanto no Ministério Público de Pernambuco (MPPE). De acordo com ele, até os computadores da prefeitura foram retirados antes do dia 1°. “Tivemos muita dificuldade na transição, fizemos denúncias e estamos fazendo novamente. Vamos levar ao Ministério Público todos os pedidos que fizemos durante a transição e não fomos atendidos, inclusive, de má fé, eles aumentaram a Gefip do INSS, para ser paga na primeira parcela do FPM. A sorte foi que conseguimos um acordo com a Receita Federal para não debitar os R$ 2,7 milhões de uma vez. É um absurdo deixar o município sem condições de pagar o que precisa, como a folha de funcionários do mês de janeiro”, protestou. 

Um terceiro exemplo de resquícios negativos da administração municipal anterior é em Itaquitinga, na Mata Norte do Estado. De acordo com o prefeito Geovani Oliveira (PMN), desde novembro até hoje ele não recebeu nenhuma informação sobre gestão. 

“Não tivemos acesso a parte contábil e financeira, não nos foi passado absolutamente nada, até agora. Sabemos que tem atrasos na saúde e que houveram demissões após as eleições. Esses funcionários, inclusive, ingressaram na Justiça dizendo que trabalharam em outubro e novembro e não receberam. Estamos herdando, além de dívidas, passivos judiciais, um levantamento preliminar já conta para mais de 400 processos judiciais contra a prefeitura”, ressaltou.

Oliveira informou ter comunicado todas estas questões foram comunicadas ao Ministério Público de Contas, ao Ministério Publico de Pernambuco e a Polícia. “Infelizmente somos um município cuja a transição administrativa não aconteceu de forma alguma”, salientou. 

Exceto os gestores da Região Metropolitana do Recife e de cidades como Caruaru, Arcoverde, Serra Talhada e Petrolina, a maioria dos prefeitos pernambucanos chegaram à conclusão de que dificilmente conseguirão a reeleição ou emplacarão sucessores nas eleições do ano que vem. A situação está tão complicada que muitos deles estão sem recursos para pagar a folha do décimo terceiro, mesmo recebendo a quota-extra do FPM que será depositada no próximo dia 10.

Alguns prefeitos admitem que sequer tentarão a reeleição, como é o caso de Severino Otávio em Bezerros e Armando Souto em Água Preta. E o cenário tem se repetido por todo o estado. Além do mais, quem se aventurar a tentar a reeleição ou aqueles que forem eleitos em 2016, herdarão massas falidas para administrar a partir de janeiro de 2017.

O FEM, que seria a salvação da lavoura, está com alguns recursos travados, e os prefeitos têm se queixado, em off, do Palácio do Campo das Princesas por demorar nos repasses. Teve prefeito que chegou a fazer um trocadilho com o secretário da Casa Civil Antonio Figueira por não conseguir os recursos que esperava receber.

Neste cenário de crise onde 2016 caminha pra ser muito pior do que 2015, os gestores municipais têm se dado conta de que a derrota nas eleições do ano que vem é praticamente líquida e certa, porque não haverá marqueteiro, por mais competente que seja, que conseguirá reverter a rejeição estratosférica dos gestores porque os serviços essenciais como limpeza urbana, educação, saúde e assistência social estão pra lá de comprometidos. Numa situação como essa não há retórica que consiga resolver a ponto de mudar o panorama catastrófico que se abate sobre as prefeituras espalhadas pelo interior de Pernambuco.

Aproximação – A deputada Socorro Pimentel (PSL), que integra a bancada de oposição na Alepe, tem cada vez mais se aproximado do Palácio do Campo das Princesas. O esposo de Socorro, o ex-deputado Raimundo Pimentel, deverá disputar a prefeitura de Araripina nas eleições do ano que vem pelo PSL. O casal não almeja o apoio formal do Palácio, mas acalenta o sonho do governador Paulo Câmara não se envolver na sucessão do prefeito Alexandre Arraes (PSB), aliado de primeira hora do governador.

Aval – Como a oposição não se entende sobre a estratégia mais adequada para enfrentar a reeleição do prefeito Geraldo Julio, o ministro Armando Monteiro avalizou o deputado Sílvio Costa Filho (PTB) a movimentar sua pré-candidatura a prefeito do Recife. Como líder da oposição na Alepe, Silvio Filho irá centrar fogo na gestão do prefeito Geraldo Julio a partir de agora.

Odacy Amorim – O candidato apoiado pelo senador Fernando Bezerra Coelho a prefeito de Petrolina será o deputado Odacy Amorim (PT) e não o deputado Miguel Coelho (PSB). Com uma avaliação elevada do prefeito Julio Lóssio, Fernando sabe que será difícil emplacar Miguel como prefeito, então vai unir forças em torno de Odacy.

Alan Douglas – Pré-candidato a vereador de Jabotão dos Guararapes pelo PV, Alan Douglas tem se movimentado bastante. Recentemente esteve ao lado da pré-candidata Conceição Nascimnto e na última segunda-feira esteve presente numa plenária com o prefeito Elias Gomes.

RÁPIDAS

Arrependido – Após votar pelo relaxamento da prisão do senador Delcídio Amaral (PT/MS), o senador Humberto Costa quis dar uma de “Madalena arrependida” e agora defende a cassação do mandato do colega petista. A mudança de postura de Humberto foi graças a repercussão negativa da sua decisão que certamente sepultou sua moribunda carreira política. Certamente não adiantará de nada porque o estrago já está feito.

Segurança – Apos deixar o comando da PM o coronel Pereira Neto foi nomeado pelo prefeito Gino Albanez (PSB) como secretário de governo e segurança comunitária da prefeitura de São Lourenco da Mata. O coronel assume o cargo hoje a partir das 9 horas na sede do executivo municipal.

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