Por não atender o regimento exigido por lei para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o presidente da Câmara de Vereadores do Recife, vereador Vicente André Gomes (PSB), anunciou que não haverá a instalação da comissão na Casa. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (13) durante coletiva de imprensa.
Segundo Gomes, após consulta a Procuradoria Geral da Casa foi dado um parecer sobre a admissibilidade de requerimento formulado pelo vereador Raul Jungmann (PPS) sobre a instalação da CPI. A análise constatou que o documento tinha apenas a assinatura de Jungmann e não as 13, como são exigidas no regimento.
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Outro aspecto apresentado pelo procurador da Câmara do Recife, Izael Nóbrega é referente à falta de denúncia. “Também das justificativas apresentadas não consta qualquer denúncia específica que enseje a almejada investigação”, explicou.
Ratificando o esclarecimento do jurista, o presidente da Casa acrescentou: “Não há nenhuma denúncia. Raul Jungmann protocolou uma CPI só com a assinatura dele e eu não posso instalar. A CPI é uma Comissão Parlamentar de Inquérito que é necessário uma denúncia e como não tinha as 13 assinaturas eu solicitei ao procurador que se pronunciasse e não faz mais sentindo uma discussão no plenário” decidiu.
Após explanação, Vicente André Gomes anunciou a criação de uma nova equipe para tratar do assunto. ”Em contraponto, para atender a sociedade civil, resolvemos criar uma Comissão Especial para discutir com a população e a sociedade civil como OAB e outros órgãos e atender as demandas da população”, divulgou.
Segundo o socialista, a bancada nomeada de Comissão Especial de Análise do Sistema Tarifário adotado pelo Consórcio de Transportes Metropolitano deverá ser composta por sete membros e pode permanecer por até 180 dias, sendo este prazo prorrogado, se necessário.
O vereador disse ainda que o requerimento de Jungmann era vazio e quando indagado se ele tinha errado, respondeu: “Eu não digo que ele comete erros, são estratégias políticas”, disparou.
Depois de encerrar a coletiva com os jornalistas Gomes presidiu a sessão e enquanto explicou a decisão na tribuna, Edilson Silva do Psol, que estava acompanhando o discurso, gritou revoltado. “Isso é manobra”.
A decisão da não instalação também gerou indagações da vereadora Priscila Krause (DEM), já que o líder da oposição não se encontrava, mas o socialista esclareceu as dúvidas e se colocou a disposição para apresentar o parecer da procuradoria a democrata. Apesar da movimentação em torno do assunto, houve a aprovação da Comissão Especial, restando apenas definição dos membros.
Estudantes – Antes de falar com os jornalistas, um grupo pequeno de estudante se colocou à frente da Casa José Mariano tentando entrar e participar da solenidade, mas foi vetado. Na justificativa de Vicente André Gomes ele alegou a falta de espaço, o fato de algumas pessoas estarem usando máscaras e o cuidado com a segurança da Câmara e com o posto de atendimento de recadastramento biométrico inaugurado na última sexta-feira (9). O presidente da Casa declarou na segunda-feira (13) que não mais toleraria mais a ocupação de manifestantes dentro do prédio.