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A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Claudia Bucchianieri acolheu recursos pedidos pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) e suspendeu, na noite desta quinta-feira (20), os direitos de resposta concedidos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que totalizam 164 inserções de 30 segundos no que seria originalmente parte do programa televisivo do chefe do Executivo.

Como efeito, Bolsonaro pode veicular suas inserções no horário político gratuito. Bucchianieri dividiu a responsabilidade com a turma de juízes da Corte e abriu um prazo de 24 horas para que as campanhas de Lula e Bolsonaro se manifestem.

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Uma representação da Coligação Brasil da Esperança aponta suposta veiculação de desinformação e ofensas contra a honra da coligação e de Lula em diferentes inserções da campanha de Bolsonaro na TV ao longo de sete dias. Algumas das peças associam o petista à criminalidade. Somadas, as inserções podem chegar a mais de 1h concedida a campanha do ex-presidente.

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Paulo de Tarso Sanseverino, determinou suspensão de um programa eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) a pedido da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão, do dia 12, se refere a ofensas ao petista como "verdadeiro ladrão" e "corrupto" proferidas pelo locutor do programa.

Após o despacho, um trecho da inserção foi cortado. Em seu lugar, foi inserido um QR Code que leva a um canal de WhatsApp do TSE. Abaixo, consta a frase: "exibido para substituir programa suspenso por infração eleitoral". A parte cortada do vídeo se refere a uma declaração do ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello sobre as anulações de processos do ex-presidente Lula na Corte.

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Na versão original, o ex-ministro aparece afirmando que "o Supremo não o inocentou". "O Supremo assentou a nulidade dos processos-crime, o que implica o retorno à fase anterior, à fase inicial". A versão editada, com o corte, traz metade da declaração de Marco Aurélio.

A decisão do TSE, no entanto, não ordenou a retirada de trechos específicos do programa. O ministro ordenou a "imediata suspensão da veiculação da propaganda eleitoral impugnada na televisão, em qualquer modalidade (inserções ou bloco), sob pena de multa no valor de 50.000,00 (cinquenta mil reais) por cada divulgação".

Em seu despacho, Sanseverino grifou declarações que considerou abusivas veiculadas no horário eleitoral, sem referência explícita a um juízo sobre a fala do ex-ministro do STF. "Nesse passo, in casu, a ilegalidade da propaganda impugnada encontra-se na utilização das expressões 'corrupto' e 'ladrão', atribuídas abusivamente ao candidato da coligação representante, em violação a presunção de inocência e em ofensa", diz.

Ao Estadão, o ex-ministro afirma que está "tudo nebuloso", e que, a partir de sua leitura da decisão do ministro do TSE, entendeu que ela atinge "o programa" e, não a sua fala, "no que esta se limitou a veicular a verdade".

Marco Aurélio ainda afirmou que não sabe se o corte se deu pela "parte administrativa do TSE". "Paciência". "Tempo estranhos", afirma. "Fui presidente do Tribunal Superior Eleitoral e nunca vi disso. Olha: censurar nunca mais. Falei à Band a pura verdade: o Supremo não absolveu o ex-presidente. Não julgou o mérito das ações penais. Anulou os processos ante o que viu, não concordei, como incompetência da 13 de Curitiba", afirmou.

Marco Aurélio disse ainda que jamais chamaria o ex-presidente de "ladrão", como fez a propaganda de Bolsonaro: "Eu sou um homem que guardo a urbanidade, jamais diria isso."

Marco Aurélio foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral em três mandatos distintos. Questionado sobre a atuação do TSE nestas eleições, o ministro afirma que nas ocasiões em que trabalhou no tribunal a atuação da Justiça Eleitoral era "minimalista". "Estou achando que os tempos são estranhos. Não podemos permitir censura a quem quer que seja", concluiu o ministro.

O TSE e a campanha de Bolsonaro foram procurados, mas não se manifestaram até a publicação dessa reportagem.

Pressionada pelo estreitamento da vantagem na disputa pelo Palácio do planalto, a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu o tom contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e, em inserções que serão levadas à televisão, resgatou elogios do candidato à reeleição a Alfredo Stroessner, ditador do Paraguai entre 1954 e 1989, acusado de pedofilia, tortura e assassinato.

O vídeo apresenta o histórico de Stroessner e exibe, em seguida, um elogio feito por Bolsonaro ao ditador em fevereiro, na cerimônia de posse do diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Anatalício Risden Júnior.

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"Você sabe quem foi Alfredo Stroessner? Foi um ditador sanguinário conhecido por ser um dos maiores pedófilos do mundo. Stroessner abusou de mais de 1600 crianças. Matava e enterrava as ossadas em casa. Mesmo assim, Bolsonaro continua mostrando sua admiração ao ditador pedófilo", diz a propaganda do PT. "Homenagem a pedófilo assassino? É esse homem que diz defender a família", segue a inserção.

A estratégia de associar Bolsonaro com pedofilia ganhou força no final de semana, após o candidato à reeleição dizer que "pintou um clima" com meninas venezuelanas menores de idade em suposta situação de prostituição.

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), chegou a proibir o PT de explorar politicamente a declaração em suas peças publicitárias. Em entrevista ao Flow Podcast na última terça-feira, Lula afirmou que Bolsonaro se comporta como um pedófilo.

A campanha petista decidiu subir o tom contra o presidente, que também mantém a eleição em temperatura elevada, após a divulgação do Datafolha de ontem. A pesquisa mostrou um cenário apertado no segundo turno. Lula aparece com 52% dos votos válidos e Bolsonaro, com 48%.

Cinco anos depois de acender a chama do movimento MeToo, a atriz americana Alyssa Milano diz que se sente orgulhosa de ver as mulheres se recusarem a "ser silenciadas".

"Muita coisa mudou", afirmou, em entrevista à AFP, lembrando seu famoso tuíte de 15 de outubro de 2017, quando pediu às mulheres que compartilhassem seus traumas de assédio sexual sob a hashtag #MeToo.

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A atriz, de 49 anos, que se tornou popular com programas como "Who's the Boss?" e "Charmed", admitiu que foi vítima de uma agressão sexual durante uma filmagem na década de 1990.

"O mais evidente é que nos recusamos a ser silenciados e unimos nossas vozes", explicou ela em Cannes, onde participou do festival de programas de televisão Mipcom.

Milano considerou positivas as novas leis nos Estados Unidos contra a discriminação de gênero e o assédio, assim como a criação de "coordenadores de intimidade" para ensaiar cenas de conteúdo sexual nos filmes.

"Para mim, não fazia sentido o fato de que, se houvesse um animal no 'set', fosse obrigatória a presença de um representante da Humane Society (organização de proteção aos animais), enquanto os atores têm de enfrentar situações de vulnerabilidade, não apenas as cenas de amor", sem ajuda, disse Alyssa.

Para ela, a recente decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que devolveu aos estados o poder sobre o direito ao aborto, é uma reação a esses movimentos pela emancipação das mulheres.

"Igualdade e equidade são aterrorizantes para muitos homens brancos no poder", denunciou.

"Tirar nossa autonomia é o caso mais extremo das tentativas de impedir nossa evolução e crescimento", explicou.

Alyssa Milano disse confiar muito nas novas gerações.

"Tenho grandes esperanças", afirmou, referindo-se às novas gerações "que não se contentam apenas em aprender que as meninas podem fazer as mesmas coisas que os meninos, mas que também vivem isso realmente".

Uma comunicação clara e focada no concreto, segundo analistas, torna-se um trunfo neste segundo turno para que as campanhas consigam falar à classe C. Além disso, a religião, identificada como algo relevante para esse grupo, também já tem aparecido como protagonista na disputa nas redes socais e deve continuar em evidência.

Especialistas apontaram erros do PT em ter se utilizado, por exemplo, de artistas e intelectuais para buscar voto para Lula no primeiro turno. Maurício de Almeida Prado, que faz pesquisas qualitativas com esse grupo na consultoria Plano CDE, diz que a classe C enxerga "um discurso de lacração, de esquerda arrogante progressista ou de um vitimismo, de grupos como os gays".

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Ele cita o movimento nas redes sociais que estimulava eleitores do PT a fotografar 13 livros de cor vermelha. "Muitos pensam: nunca li nem 13 livros, quanto mais vermelhos", diz o antropólogo. O partido tirou os artistas e passou a veicular vídeos com pastores evangélicos logo nos primeiros dias da campanha do segundo turno.

O desafio da comunicação também aparece no discurso de não violência, contra as armas, diz Prado, já que a população se vê entre facções criminosas e tráfico. A evidência de que o aumento no número de armas leva a mais violência, demonstrada em pesquisas, é mais difícil de explicar do que o discurso de que a arma serve para a pessoa se defender.

A religião surge, de acordo com analistas, muito atrelada aos valores morais na classe C. "Uma parte da narrativa desses segmentos de direita é de natureza dos costumes, há uma recuperação de um sentimento conservador, colado na fé religiosa, que existe na sociedade e foi trazido para o centro do debate", diz o professor da USP José Álvaro Moisés. A polêmica em torno da visita de Jair Bolsonaro a Aparecida foi um dos temas que se destacaram nas redes sociais na semana passada.

Apesar de as últimas pesquisas mostrarem que 30% da população é evangélica, como o último Censo demográfico foi feito em 2010 (e deveria ter sido repetido em 2020) os números podem estar defasados. Outros 50% se declaram católicos.

'Fé'

"Como cristã, valorizo a família, a vida, sou contra o aborto, contra corrupção", diz Andreia Bassan, de 47 anos, que é evangélica. Ela e o marido têm uma microempresa de cursos online de artesanato. Seu voto é convicto em Bolsonaro. "Ele veio para mostrar as coisas que a gente não enxergava, fomos muito enganados pela política. Se ele não tivesse esse jeito de falar, o sistema já teria engolido ele."

Andreia mora na zona norte da capital e reclama de não poder trabalhar durante a pandemia e de ser obrigada a "entrar como bandida em seu escritório". O casal não se vacinou contra a covid por não acreditar no imunizante "feito às pressas". "Meu marido pegou covid no começo da pandemia, foi terrível, estávamos sem plano de saúde, mas sou uma mulher de fé."

A carioca Cleonice Vieira, professora de Inglês aposentada, de 59 anos, que é católica, diz que também se apega à fé, mas vota em Lula. "Se Bolsonaro fosse cristão, ele não deixaria as pessoas morrerem, não atrasaria a vacina", afirma. "A pobreza voltou, as pessoas estão morrendo de fome, de frio, sem casa." A professora e o marido, mecânico aposentado, vivem na Ilha do Governador, no Rio. Ela diz que seu voto é "por uma vida mais justa" para todos. "Nossa vida é política, não vivemos sozinhos."

Para Moisés, o resultado do primeiro turno mostra que as lideranças políticas precisam fazer uma autocrítica e reaprender a engajar a população. "Com as mudanças tecnológicas, o modo pelo qual esses novos segmentos sociais se expressam não é mais analógico, não mais através de lideranças de partidos. Há acesso imediato à informação na internet, é possível compartilhar narrativas próprias."

Segundo ele, é essencial uma escola mais crítica para crianças. "Nossa educação trata a coisa pública como se ela não tivesse nada a ver com os direitos do jovem. Se quisermos avançar para unificar igualdade e liberdade precisamos mudar o ensino."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Lançada pela Fundação do Câncer em alusão ao Outubro Rosa, mês da conscientização sobre o câncer de mama, a campanha Outubro + que rosa tem um objetivo maior que é alertar sobre a necessidade de cuidado permanente da saúde por parte das mulheres, e não somente em um período específico do ano.

“A ideia é chamar a atenção das mulheres para cuidarem de sua saúde, porque a questão do câncer de mama em outubro é pontual no mundo todo, para chamar a atenção para o problema, mas não é só isso. É para estar atenta a qualquer sinal do seu corpo, não esquecer de fazer os exames preventivos, manter hábitos saudáveis; enfim, todo um conjunto de coisas que são sempre importantes para a gente lembrar. Por isso é que, na fundação, é sempre Outubro + que rosa, disse  à Agência Brasil o diretor executivo da Fundação do Câncer, cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni. O slogan da campanha é Valorize a sua saúde, cuide de você.

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A atriz e cantora Isabel Fillardis é a embaixadora da campanha. Ela participa de uma série de vídeos veiculados nas redes sociais da Fundação do Câncer, fazendo perguntas relacionadas ao câncer de mama e à saúde da mulher, que são respondidas por Luiz Augusto Maltoni e pelos consultores médicos da instituição, Alfredo Scaff e Flávia Miranda. “Precisamos alertar as mulheres sobre a importância de se cuidar o ano inteiro, mantendo hábitos saudáveis, além de acompanhamento médico”, salientou Isabell.

Sinais e sintomas

A campanha deste ano ressalta a necessidade de não adiar as consultas; fazer os exames preventivos; manter hábitos saudáveis, com destaque para não fumar. Maltoni reafirmou a importância de as mulheres prestarem atenção ao aparecimento de eventuais sinais e sintomas de problemas na mama, como aparecimento de nódulos, secreção anormal pelo mamilo que não seja leite, alterações ou retração na pele da mama. “Enfim, sinais e sintomas que chamam a atenção que alguma coisa não está bem”, reforçou Maltoni.

O diretor executivo da Fundação do Câncer indicou que esses cuidados valem para qualquer idade. A mulher que sente alguma alteração nas mamas tem que procurar um médico do serviço de saúde para investigar, recomendou. Segundo ele, isso é diferente de quando se fala de rastreamento, ou seja, a realização de exame de mamografia como prevenção. Nesse caso, a faixa etária que deve realizar mamografia a cada dois anos vai de 50 a 69 anos, seguida de exame clínico por um profissional de saúde. “Isso é para aquela mulher que não está sentindo nada, não tem nenhum sintoma, nem alteração nas mamas”.

Maltoni informou que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 30% e 40% de todos os cânceres poderiam ser prevenidos ou terem reduzida a incidência de casos novos se as pessoas mantivessem hábitos de vida saudável. Eles incluem uma dieta balanceada e rica em fibras, evitar excessos de carne vermelha, evitar excesso de bebida alcoólica, não fumar, manter atividade física regular, evitar sobrepeso e obesidade. “Todos esses são fatores de risco não só para câncer, mas para outras doenças, especialmente as cardiovasculares”. Fumar, em particular, é considerada pelo cirurgião oncológico “uma catástrofe” para vários tipos de câncer e para várias outras doenças. “Então, a gente reforça e destaca essa questão para a pessoa procurar ajuda”.

Neoplasias

No Brasil, o câncer de mama é a principal causa de morte por câncer no sexo feminino e constitui a neoplasia mais comum entre as mulheres, sendo menos incidente apenas que o câncer de pele não melanoma. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de aparecimento de mais de 66 mil novos casos de câncer de mama somente em 2022. Outros tipos de câncer mais incidentes nas mulheres são o do colo do útero, com estimativa de 16.700 casos; o colorretal, com 20 mil casos novos; e o câncer de pulmão, que responde por mais de 12 mil casos a cada ano, no triênio 2020-2022, segundo o Inca. 

Donos da Ypê, empresa do ramo de produtos de limpeza e higiene, doaram R$ 1 milhão para campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quantia é a soma da contribuição de três membros da família Beira, que pertencem ao conselho de sócios da marca.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Jorge Eduardo Beira, vice-presidente de operações da Ypê, doou R$ 500 mil, o que coloca o empresário como um dos 15 maiores doadores da campanha do atual presidente.

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O restante do valor total da contribuição, ainda de acordo com a Folha de S.Paulo, foi realizada por Waldir Beira Júnior, presidente do conselho, e Ana Maria Beira, integrante dos conselhos de sócios e administração, que destinaram, cada um, R$ 250 mil para Bolsonaro. 

O governador reeleito Romeu Zema (Novo) foi escalado para coordenar a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Minas Gerais no segundo turno. A decisão foi anunciada pelo candidato a vice-presidente General Braga Netto (PL) nas redes sociais após uma agenda no Estado ao lado de Zema e de deputados e prefeitos aliados.

"Presidente @jairbolsonaro define governador reeleito @RomeuZema como coordenador da campanha presidencial em Minas Gerais #Bolsonaro22", escreveu Braga Netto. O vice ficou responsável por mobilizar apoio à reeleição do presidente no Estado. No primeiro turno deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 48,29% dos votos em Minas e Bolsonaro, 43,60%.

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A entrada de Zema na campanha presidencial de Bolsonaro representa um elemento novo no segundo turno. Até a primeira rodada, o governador, historicamente aliado ao presidente, se manteve neutro e evitou sinalizar apoio com receio de que a alta rejeição do chefe do Executivo contaminasse seu projeto de reeleição.

Dois dias após ser eleito, Zema não só anunciou apoio público a Bolsonaro, como embarcou na campanha e endossou as críticas ao PT. O governador tem feito reiterados ataques às gestões petistas em Minas, quando Fernando Pimentel esteve à frente do Executivo estadual. Ele também prometeu mobilizar prefeituras e usar a capilaridade da Associação Mineira de Municípios (AMM) em prol da reeleição do presidente.

Nesta sexta-feira (14), Bolsonaro e Zema irão se encontrar com prefeitos filiados à AMM, entidade que contempla 786 cidades do Estado. O presidente da associação, Marcos Vinícius Bizarro (PSDB), que também é prefeito do município Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, anunciou apoio público à reeleição do presidente. Em vídeo publicado no Twitter, ao lado de Zema e Bolsonaro, Bizarro disse que esse é "um encontro que a gente está pensando na gestão pública, e é isso que a gente quer."

A campanha de Bolsonaro aposta em uma virada de Bolsonaro em Minas com a mobilização de Zema e de uma rede de prefeitos. A avaliação de aliados do chefe do Executivo é que apoios regionais valem mais na eleição do que o endosso de partidos ou de ex-candidatos à Presidência como Simone Tebet (MDB), que decidiu fazer campanha para Lula.

Na semana passada, Zema subiu no palanque com o presidente em ato político na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O chefe do Executivo também conta com a mobilização do senador eleito Cleitinho (PSC) e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que foi o mais votado do País nestas eleições, com 1,492 milhões de votos.

De olho no eleitorado que ainda não sabe em quem votar para presidente no segundo turno, a campanha do presidente Jair Bolsonaro lançou nesta quinta-feira (13) uma série de "missões" para treinar o que chamam de micro, médio e grandes influenciadores digitais a "contornar objeções", reproduzir a campanha e rebater temas sensíveis ao chefe do Executivo nas redes sociais.

As "missões" da primeira semana envolvem ações como incluir a bandeira do Brasil na foto de perfil e criar um grupo de WhatsApp para combinar ações com pessoas que têm simpatia por Bolsonaro. Também há atividades como montar um comitê de campanha doméstico para divulgar materiais impressos de comunicação e identificar pessoas indecisas por meio de enquetes para convencê-las a votar no presidente.

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A campanha convocou apoiadores a se inscreverem na "missão influenciadores" nesta semana. Para participar, o usuário de redes sociais precisou preencher um formulário com nome, número de celular, conta no Instagram e quantidade de seguidores no aplicativo. Ao aceitar os termos de participação, que inclui o "recebimento de informações de natureza político-eleitoral", o usuário recebeu um link de um canal no Telegram, que até o fechamento desta reportagem, já atingia 92 mil inscritos.

Em uma live exclusiva a esse público conduzida pelo empresário impedido a se candidatar à Presidência, Pablo Marçal, Bolsonaro convocou as pessoas a participarem do treinamento para rebater ataques de opositores nas redes sociais.

Segundo Marçal, um material sobre "contorno de objeções" será enviado para os influenciadores estudarem. O empresário disse que o conteúdo estruturado em "missões" ajudará o influenciador a argumentar contra assuntos como o uso do cartão corporativo do presidente, a continuidade do Auxílio Brasil, a postura de Bolsonaro contra o público feminino e a compra de imóveis em dinheiro vivo pela família Bolsonaro.

"A gente vai abrir essa campanha para você virar um influenciador oficial. A gente está recebendo um ataque poderoso, uma rede de mentiras contra nosso presidente", disse Marçal.

Bolsonaro deixou a live mais cedo para participar de outra agenda. Ele falou brevemente sobre alguns temas como o uso de cartão corporativo na tentativa de mostrar o tipo de argumentação que os influenciadores devem usar. "Vocês sabem o que está acontecendo. Temos uma data marcada onde decidiremos o futuro do Brasil. O que tem contra a gente: narrativas e mentiras", disse. Além de chamar lula de "camaleão da política" e "encantador de serpentes".

'Missões'

A primeira missão citada no material pede para o usuário trocar a foto do perfil em todas as redes sociais por um filtro que insere a bandeira do Brasil na imagem, "para gerar simpatia". A segunda atividade será gravar um vídeo mostrando a indignação sobre as "injustiças que estão levantando contra o presidente".

Outras atividades incluem criar grupos no WhatsApp para repercutir conteúdos, criar um comitê caseiro de campanha para receber os materiais de Bolsonaro. Há ainda pedidos para os usuários divulgarem conteúdos no status do WhatsApp. A última missão chama as pessoas a participarem de um "Arrastão Digital", "verificando os 20 principais meios de comunicação do Brasil que ficam denegrindo diariamente a imagem do capitão Bolsonaro com mentiras".

Ele pede que os usuários defendam Bolsonaro nesses canais, além de curtir e compartilhar comentários de outros influenciadores, como a deputada federal Carla Zambelli (PL), que também estava presente na live.

Marçal e Zambelli também usaram a ocasião para pedir doações à campanha de Bolsonaro, disponibilizando um número de Pix.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) está no Recife, nesta quinta-feira (13), para cumprir agenda de campanha. Eleitores do candidato à reeleição estão reunidos em frente ao Hotel Transamérica Beach Class, em Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana. O presidente vai se reunir com líderes evangélicos e depois fará um breve discurso em um trio elétrico posicionado na avenida.

A vinda do presidente a Pernambuco representa os esforços da sua campanha em busca do apoio do voto nordestino. Ele perdeu para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na região. Em discurso recente, Bolsonaro declarou: "Uma notícia importante, pessoal:  'Lula venceu em nove dos dez estados com maior taxa de analfabetismo'. Vocês sabem quais são esses estados? São do nosso Nordeste.”

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Bolsonaro está acompanhado do senador eleito Magno Malta e do ex-candidato ao Senado por Pernambuco, Gilson Machado, ambos do PL. Gilson compartilhou, inclusive, um vídeo quando decolaram e outro quando chegaram ao Recife. 

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Os militantes que aguardam o presidente estão com camisas da Seleção e usam bandeiras do Brasil para se proteger do sol e da chuva.

A vinda do presidente dificultou o trânsito na Zona Sul e os motoristas precisam desviar de pontos de bloqueio nos arredores do hotel. A expectativa é que Bolsonaro só atenda ao público após as 11h.

 

Em coletiva realizada nesta terça-feira (11), para desmentir as fake news, a equipe jurídica da campanha 'Pernambuco quer mudar', formada por Raquel Lyra (PSDB) e Priscila Krause (Cidadania) informou que um ex-assessor da chapa 'Pernambuco na veia', composta por Marília Arraes (SD) e Sebastião Oliveira (Avante) é a principal responsável pelas fake news sobre a candidatura da tucana ao Governo de Pernambuco.

“Após o resultado do segundo turno nós passamos a sofrer uma série de ataques e a gente vem observando essa avalanche ao longo da semana, de modo que tomamos as providências jurídicas. Constamos hoje que um dos divulgadores de fake news faz parte da campanha da candidata Marília Arraes. É um coordenador de militantes que tem disseminado com frequência essas notícias falsas. Já tomamos a providência, fizemos uma representação ao Tribunal Regional Eleitoral contra essa pessoa”, afirmou o advogado Túlio Vilaça. 

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- Veja a representação da equipe ao TRE-PE

Dois dias após o resultado do primeiro turno, no dia 4 de outubro, a equipe de Raquel e Priscila publicaram uma nota nas redes sociais informando sobre a circulação de fake news e ataques à tucana. “Pedimos a todos que não compartilhem informações sem antes conferir sua veracidade. Vamos garantir uma eleição limpa e justa”.

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*Com informações de Camilla Dantas

Integrada à campanha de Lula (PT), Simone Tebet (MDB) sugeriu que os apoiadores vistam branco nos próximos atos com o ex-presidente. A equipe do petista aceitou a recomendação da senadora e já pede que os eleitores presentes no encontro desta terça-feira (11), em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, se vistam "pelo amor e pela paz". 

Simone frisou que o vermelho deve ser deixado de lado pois a cor assusta o eleitorado fora do Nordeste, principalmente no interior de São Paulo, nos estados do Centro-Oeste, do Sul e do Norte. Em seu entendimento, a substituição pelo branco vai facilitar a construção de novas alianças e deve atrair mais eleitores. 

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A própria Tebet chegou a dizer que "alguém tem que colocar juízo na campanha do Lula" e, entre suas orientações, indicou diminuir a ênfase no PT e intensificar a estratégia de campanha na rejeição contra Jair Bolsonaro (PL). 

A candidata ao Governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), retomou agenda de campanha em Caruaru, nesta segunda-feira (10), com uma reunião com a candidata a vice-governadora, Priscila Krause (Cidadania) e assessores. Raquel perdeu o marido, Fernando Lucena, no último dia 2 - quando aconteceu o primeiro turno das eleições - e desde então estava recolhida com a família.

Durante a reunião na manhã de hoje, Priscila fez um balanço da última semana em que assumiu a coordenação de campanha.

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“Compartilhei com Raquel o grande número de apoios que recebemos nestes primeiros dias do segundo turno. Foram mais de 50 prefeitos, da Região Metropolitana, Agreste, Sertão e Zona da Mata, deputados federais e estaduais eleitos, reeleitos ou de mandato e apoio de vereadores de todas as regiões de nosso estado, totalizando cerca de 500 lideranças que estão com Raquel”, destacou Priscila.

*Com informações da assessoria de imprensa

Em ato público ao lado da senadora Simone Tebet (MDB), o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a emedebista vai participar do jeito que quiser na campanha do segundo turno, que acontecerá na TV e nas ruas.

No seu discurso, Lula agradeceu Tebet pelo apoio e disse que as propostas sugeridas por ela são totalmente assimiláveis e serão colocadas em prática. De acordo com o petista, o Brasil que foi desenhado no programa de governo da emedebista, que ficou em terceiro lugar na disputa à Presidência, "é possível de ser construído".

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"Espero que você esteja junto para executar cada uma dessas propostas", acenou Lula à Tebet. "Precisamos de você para reconstruir o País", enfatizou, ao dizer que a aliança com a senadora não se trata apenas de apoio a uma candidatura. De acordo com Lula, a composição de apoio não envolve apenas partido político ou agrupamento ideológico, mas "todos têm que participar desse processo".

Em fala direcionada à Tebet, ele disse que a missão de recompor o Brasil não será fácil visto que o adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), não é um "adversário qualquer" ou um "político normal". "Estamos diante de um homem sem alma, sem coração", afirmou. Lula disse ainda que não vai responder ao "jogo rasteiro" do chefe do Executivo e não está preocupado em brigar, mas resolver os problemas econômicos do País.

Uma suspeita de bomba ameaçou a reunião entre Jair Bolsonaro (PL) e empresários da Indústria de Minas Gerais, na noite dessa quinta-feira (6). A rua do Teatro Sesi Minas, em Belo Horizonte, chegou a ser interditada, mas foi liberada após os policiais militares descartarem a suspeita de explosivo.

A PM foi chamada por volta das 18h04 e acionou o BOPE (Batalhão de Operações Especiais) para intervir. A ocorrência foi motivada por uma caixa preta deixada em cima de uma lixeira na Rua Padre Marinho, bairro de Santa Ifigênia, próximo do local onde o presidente conversava com integrantes da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

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Antes da possibilidade da caixa ser um explosivo ser descartada, o deputado bolsonarista coronel Sandro (PL) confirmou que a situação se tratava de uma ameaça de bomba. A rua ficou interditada até às 21h e pessoas que acompanhavam o evento precisaram sair por uma porta lateral. A entrevista programada com o candidato à reeleição foi suspensa. 

Participaram do encontro os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); e do Distrito Federal, Ibaineis Rocha (MDB). Ninguém ficou ferido.

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, participou nesta quinta-feira (6) de uma caminhada com apoiadores em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. O ato saiu do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e seguiu até a Praça da Matriz. Em frente a igreja, Lula relembrou as greves dos metalúrgicos, em que participava durante o regime militar.

“A gente estava em greve, a diretoria do sindicato foi toda presa e os trabalhadores ficaram sendo organizados pela comissão de fábrica”, contou sobre um episódio ocorrido em 1º de Maio de 1980.   Na ocasião, segundo o candidato, os sindicalistas tiveram que se refugiar no interior da igreja para evitar a repressão. “Na época, o saudoso Dom Cláudio Hummes era o bispo da região do ABC e ele dava guarida para os trabalhadores entrarem na sacristia para que a gente não apanhasse da polícia”, relembrou. 

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Desde então, de acordo com Lula, o local se tornou um marco das lutas dos trabalhadores, categoria que ele pretende atender, caso retorne à Presidência. “A gente quer ter o direito de trabalhar, de estudar, de tomar café, almoçar todo dia. A gente quer ter o direito de ter acesso à cultura, ao lazer, de ir ao cinema, ao teatro. A gente quer ter o direito de participar de tudo aquilo que a gente constrói. A gente quer se vestir bem, comer bem. A gente não gosta só de carne de segunda ou pescoço de frango”, disse.

Focado na campanha à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) iniciou esta quinta-feira (6) com ataques diretos ao concorrente. Em suas redes sociais, ele disse que a malandragem de Lula (PT) enrolou o povo.

Na publicação, o conservador disse que tem as virtudes para proteger o país de ataques à soberania nacional. Uma das principais críticas ao seu governo é o retorno do Brasil ao mapa da fome. Em sua defesa, Bolsonaro apontou que usou sua firmeza para negociar fertilizantes com a Rússia para garantir a segurança alimentar da população.

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Para tentar conter a investida de Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo, o petista Luiz Inácio Lula da Silva pretende buscar prefeitos do Estado e dar a largada na campanha para o segundo turno com três eventos em cidades paulistas, ao lado do candidato do PT ao governo estadual, Fernando Haddad. Lula se reuniu na manhã desta terça, 4, com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e com o coordenador de programa de governo Aloizio Mercadante, além de integrantes da equipe de Haddad.

A decisão inicial é reunir cerca de 100 prefeitos em ato em Campinas no sábado e fazer uma caminhada na cidade, onde o desempenho do PT foi ruim no primeiro turno, segundo o coordenador-geral da campanha de Haddad, Luiz Marinho.

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Antes disso, Lula fará dois eventos também em São Paulo com Haddad. O primeiro no berço político do ex-presidente, São Bernardo do Campo, na quinta-feira, e outro em cidade da região metropolitana ainda não definida, na sexta-feira. "Agora é Lula e Haddad e Haddad e Lula", disse Marinho.

Enquanto o comando da campanha nacional fica reunido no QG de Lula, no Pacaembu, Bolsonaro deve se encontrar com Rodrigo Garcia (PSDB) para selar o apoio do tucano ao candidato bolsonarista em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Haddad tentou buscar o apoio de Garcia através de interlocutores. Ontem, o próprio Lula disse que falaria com o governador se preciso, mas Garcia caminha para anunciar apoio a Tarcísio, que teve a adesão nesta terça-feira ainda do PP. "Vamos estar no palanque juntos? Não. Mas vamos ter adesões do PSDB porque faz sentido", afirmou Tarcísio durante o ato de apoio dos pepistas. "Eu acho que existe no PSDB uma adesão natural à uma linha antiPT, linha programática. Não imagino o PSDB apoiando agora o PT. Acho que isso não vai acontecer."

Haddad e Tarcísio foram ao segundo turno com o petista atrás do ex-ministro de Bolsonaro, ao contrário do que mostravam as pesquisas. Em reunião de coordenação geral nesta segunda-feira, Lula reclamou da organização da campanha de Haddad.

O comitê de campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) se prepara para um segundo turno que pode virar uma guerra de rejeições, na avaliação de aliados do presidente. A estratégia de propaganda eleitoral tende a recrudescer, se tornando "mais combativa", na palavra de um dos estrategistas de Bolsonaro. Do ponto de vista de alianças, estão na mira imediata governadores como Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, considerado um aliado-chave pelo Palácio do Planalto, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás.

Integrantes do governo e do comitê bolsonarista entendem que, para mudar o cenário de favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será preciso ampliar o sentimento de antipetismo e apostar na desconstrução do adversário. Pesquisas de intenção de voto durante toda a campanha até agora mostraram que o antibolsonarismo prevaleceu. O resultado do primeiro turno foi de Lula com 48,4% dos votos, e Bolsonaro com 43,2%.

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Na primeira entrevista após a votação, no Palácio da Alvorada, Bolsonaro indicou que irá rever a estratégia e promover ajustes. Em tom sereno, ele reconheceu o sentimento de desaprovação a seu governo e falhas no marketing. Já havia no seu comitê alas que pregavam a linhas distintas, uma mais propositiva e outra favorável ao enfrentamento maior com Lula. "Entendo que há uma vontade de mudar por parte da população, mas tem certas mudanças que podem vir para pior. A gente tentou mostrar durante a campanha esse outro lado, mas parece que não atingiu a camada mais importante da sociedade", disse o presidente. "Existe o sentimento por parte da população que sua vida não ficou igual ao que estava antes da pandemia, ficou um pouquinho pior e a tendência é buscar um responsável, que sempre é o chefe do Executivo."

O presidente, então, afirmou que vai mostrar "o que foi a pandemia" e seus efeitos sobre a economia. Ele repetiu argumentos já explorados como sua conhecida oposição às políticas de isolamento social, os efeitos da guerra na Ucrânia e o que chamou de "crise ideológica" - vitórias de candidatos de esquerda na Argentina, Chile, Colômbia e Venezuela. "Entendo que é por aí nosso trabalho por ocasião do segundo turno", disse Bolsonaro, que confirmou a intenção de comparecer mais a debates e sabatinas.

Um oficial-general da reserva com assento no governo lembra que a gestão do presidente tem dados positivos para mostrar, sobretudo indicadores econômicos mais recentes e redução de alguns crimes, "mas a chance de melhorar é fazer aumentar a rejeição do Lula". Para ele, a campanha tem sido feita com argumentos para "destruição do oponente" e não para a valorização do que cada um pode fazer.

Os integrantes da campanha, sobretudo ligados ao vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente que orientou a estratégia no debate da TV Globo e coordena as ações nas redes sociais, defendem a linha de ampliar a combatividade. A presença de Carlos e a postura de Bolsonaro no debate são vistas como indicativos de que a estratégia poderá ganhar força.

A propaganda do presidente já retomou o discurso "contra o sistema". Além das redes sociais, Lula já foi alvo de propagandas no rádio e na TV que o associavam a crimes comuns, como roubo e tráfico de drogas, além dos escândalos de corrupção como mensalão e petrolão.

Críticas contra institutos de pesquisa

O presidente e seus ministros voltaram suas baterias contra institutos de pesquisa. Querem usá-los como forma de animar seus seguidores, que chegaram à reta final com sinais de abatimento. Como os números de Bolsonaro ficaram acima dos registrados na véspera, em sua maioria, vão aproveitar a onda para ampliar a contestação de institutos de pesquisa.

Segundo o presidente, diante da divergência alguns institutos não deveriam voltar a fazer pesquisas. "Acho que se desmoralizou de vez os institutos de pesquisa. Não vão continuar a fazer pesquisa, não é possível", afirmou na porta do Palácio da Alvorada. Os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fabio Faria (Comunicações) cobraram explicações e defenderam investigação do que consideraram uma "vergonha" e um "escândalo".

Por outro lado, ministros como Paulo Guedes (Economia) e Marcelo Queiroga (Saúde) foram escalados para responder a temas sensíveis, como os cortes orçamentários para 2023 na Saúde, para manter os R$ 19,4 bilhões reservados ao orçamento secreto. Houve propagandas específicas com feitos do governo para atingir grupos como enfermeiros, agricultores, gamers, professores, mulheres, mães de crianças com doenças raras, estudantes do Fies e até idosos, com a prova de vida que dá acesso a benefícios do INSS, por meio do registro do voto. Boa parte dessas inserções nem sequer trazia a imagem de Bolsonaro.

Às vésperas do primeiro turno, o governo anunciou a nomeação de 560 policiais federais concursados, uma exceção justificada pelo Palácio do Planalto como forma de não comprometer o funcionamento do serviço público. Além disso, o governo pode explorar que vai incorporar ao Farmácia Popular, programa que vai perder 60% das verbas no ano que vem, como revelou o Estadão, cinco novos remédios para hipertensão e diabetes. É a primeira vez que novos medicamentos são incluídos desde 2011. O corte orçamentário, por sua vez, limita o acesso a 13 tipos de medicamentos.

Esse mesmo militar que participa do governo entende que Bolsonaro deveria ter modulado o discurso antes e que deu brechas para os adversários explorarem: "Se ele tivesse mudado meia dúzia de coisas no discurso ao longo do mandato levava no primeiro turno, com o pé nas costas. Ele foi o maior inimigo dele mesmo". Para ele, a campanha deve explorar que Lula seria um "cheque em branco", enquanto Bolsonaro não daria uma guinada diferente do que foi o atual mandato.

Os aliados do presidente tentam agora reagir ao que consideram uma onda de influenciadores contra Bolsonaro, como celebridades, parte da mídia, youtubers e artistas formadores de opinião. Diante de um sentimento de abatimento externado por apoiadores, Bolsonaro recorreu de última hora e conseguiu obter gravações de vídeo com apoio de cantores, principalmente os sertanejos, artistas e atletas, como jogadores de futebol da seleção brasileira, do atletismo e do automobilismo, além de personagens da direita internacional, como o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o ex-premiê israelense Benjamin Netanyahu e o ex-presidente da Assembleia da Venezuela Juan Guaidó, considerado pelo governo como chefe do governo venezuelano.

Alianças e doadores

Em termos de recursos, a campanha aposta em um reforço de caixa por meio de doadores já aliados, principalmente com a base do agronegócio. Na avaliação de um ministro do Centrão, a passagem ao segundo turno é a senha para que as contribuições se destravem. Segundo esse titular do primeiro escalão do Planalto, com "Lula sempre na frente todo mundo fugiu".

Nesta segunda-feira, 3, o comitê do presidente deve se reunir em Brasília para traçar estratégias. Uma delas é a busca por partidos e candidatos eleitos ou que disputam o segundo turno nos Estados e que potencialmente se engajariam na campanha do presidente. Na reta final, familiares do presidente cobraram mais empenho de candidatos aliados, acusados de serem "alpinistas" e "caroneiros", que estariam omitindo o presidente da propaganda. Bolsonaro disse compreender o foco deles nas próprias disputas, mas agora vai atrás de manifestações explícitas.

Bolsonaro planeja se reunir com deputados e senadores eleitos em busca para reverter o quadro mais favorável a Lula. Ele disse que já recebeu um telefonema com promessa de esforços do governador reeleito no Rio, Cláudio Castro (PL).

Os governadores reeleitos Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, considerado um aliado pelo Palácio do Planalto, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, estão no topo da lista do comitê de Bolsonaro. No primeiro turno, ambos se afastaram do governo por causa da alta rejeição do presidente e fizeram campanha pela direita de forma independente. Bolsonaro lançou candidatos próprios contra eles, mas a estratégia não vingou.

Entre os dois, Zema já é dado como "apoio certo" por ministros palacianos. Bolsonaro disse já ter dialogado com um interlocutor do governador de Minas e que a conversa com ele está "bastante avançada". Há possibilidade de um encontro na terça-feira, em Belo Horizonte.

Minas é uma peça-chave para a decisão no segundo turno, por ter dado a vitória a Lula e ser o segundo maior colégio eleitoral do País. A ajuda de Zema poderia melhorar o desempenho de Bolsonaro, principalmente no interior, avaliam os estrategistas. Apesar de não ter dado garantias, Zema tem sido aliado do governo e admitiu conversar com Bolsonaro. Logo depois de reeleito, o governador disse que garante que não dará apoio ao PT: "Está fora de cogitação".

O comitê também comemorou os sinais de afinidade do Partido Novo, do candidato Luiz Felipe D’Ávila, que fez dobradinha com Bolsonaro no debate da Globo. Outra adesão oficial esperada é a do PTB, do candidato Padre Kelmon. O União Brasil, que planeja fusão com o Progressistas, também está na mira de Bolsonaro. O presidente se disse de portas abertas para conversar com outros presidenciáveis derrotados, mas não quis falar, por exemplo, do MDB. Simone Tebet, com 4,1% dos votos, deve declarar apoio a Lula.

"No segundo turno zera o jogo, temos chance de coligar com qualquer partido", diz o deputado Capitão Augusto (PL-SP), vice-presidente da legenda de Bolsonaro.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) inicia o segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto em desvantagem financeira para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pelas contas parciais declaradas das campanhas, ele ainda tem para gastar R$ 25,1 milhões. Por sua vez, o petista contará com R$ 79,3 milhões. A equipe de campanha de Bolsonaro vai recorrer a ruralistas, parceiros de primeira hora, para aumentar os recursos.

Os custos devem subir até o prazo final da prestação de contas. É certo, porém, que nomes do agronegócio foram a principal fonte de receita de Bolsonaro, que obteve de pessoas físicas 54% dos R$ 40,2 milhões arrecadados. Para angariar doações entre pecuaristas, o presidente escalou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o filho 01, e Tereza Cristina (PP), ex-ministra da Agricultura e senadora eleita neste domingo, 2, por Mato Grosso do Sul.

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Com menos doações individuais que Bolsonaro, o ex-presidente Lula contou com recursos do Fundo Eleitoral. Os R$ 88 milhões que o PT direcionou até a semana passada para a campanha do candidato representam 98% do total arrecadado pelo petista. Deste total, ele gastou R$ 57,7 milhões. Além disso, Lula terá ainda R$ 49 milhões de uma sobra geral do partido com todas as suas candidaturas.

Para 1.027 candidaturas de todo o País, o PT distribuiu R$ 450 milhões dos R$ 499 milhões a que tem direito. Por sua vez, o PL zerou os seus R$ 270 milhões com 739 candidatos - e não passará mais recursos a Bolsonaro. Os R$ 10 milhões repassados ao candidato pela legenda de Valdemar Costa Neto saíram do Fundo Partidário - caixa que as legendas usam para despesas correntes e que também pode financiar a campanha eleitoral.

No núcleo de campanha de Lula, a expectativa é a de que a interlocução com grandes empresários e lideranças ruralistas poderão atrair novos apoiadores, mesmo com a boa performance de candidatos da direita nas eleições para a Câmara e o Senado, além do desempenho de Bolsonaro, acima do que apontavam as pesquisas. Interlocutores de Lula no segmento ruralista avaliam que as conversas feitas ainda no primeiro turno serviram para dissipar receios de agropecuaristas e contornar a crise gerada quando o petista chamou de fascista a parte do setor que apoia Bolsonaro em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.

Os mais contemplados por Valdemar Costa Neto na distribuição do fundão foram os candidatos do partido aos governos estaduais do Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Goiás. Juntos, Cláudio Castro, Anderson Ferreira, Onyx Lorenzoni e major Vitor Hugo receberam R$ 38 milhões para as despesas de campanha. Com a abertura das urnas, Castro foi eleito, Onyx disputará o segundo turno e Ferreira e Vitor Hugo perderam.

Da parte do PT, Fernando Haddad, que disputará com Tarcísio de Freitas (Republicanos) o segundo turno pelo governo de São Paulo, foi o maior contemplado, depois de Lula, com R$ 19 milhões.

Bolsonaro, por sua vez, foi o candidato que mais arrecadou recursos de pessoas físicas nesta eleição: R$ 22,1 milhões. O montante cobre todos os R$ 15,1 milhões em despesas contratadas até agora. Nos dois casos, o saldo ainda é positivo. À Justiça Eleitoral, porém, as duas candidaturas estimaram gastar até R$ 88,9 milhões no primeiro turno.

Abaixo de Bolsonaro em arrecadações individuais, somente Roberto Argenta (PSC), candidato derrotado ao governo do Rio Grande do Sul, e Tarcísio de Freitas. Ambos obtiveram R$ 6 milhões somente em doações.

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