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O Papa Francisco partiu para o Canadá neste domingo (24)para uma visita de seis dias durante a qual se espera que ele peça desculpas aos sobreviventes indígenas de abusos em escolas residenciais administradas pela Igreja Católica.

O avião do Papa decolou de Roma pouco depois das 09h00 hora local (04h00 no horário de Brasília). Em uma cadeira de rodas, o pontífice argentino de 85 anos, que sofre com o joelho direito, teve que usar uma plataforma elevatória para embarcar, segundo um jornalista da AFP que o acompanha.

A "peregrinação penitencial", como o pontífice a descreveu, é vista como um passo importante para enfrentar o escândalo global de abuso sexual infantil por parte do clero e décadas de encobrimento.

Antes de sua partida, o papa enviou uma mensagem no Twitter em inglês e francês para seus "queridos irmãos e irmãs no Canadá".

“Venho entre vocês para me encontrar com os povos indígenas. Espero que, com a graça de Deus, minha peregrinação penitencial possa contribuir para o caminho de reconciliação já iniciado. Por favor, acompanhe-me com a oração”, escreveu.

Francisco começará sua 37ª viagem internacional desde que se tornou pontífice em Edmonton, na província ocidental de Alberta, antes de seguir para a cidade de Quebec e depois para Iqaluit, cidade mais ao norte do país.

O pontífice pretende reiterar as desculpas feitas às delegações canadenses que visitaram o Vaticano em abril. É importante para as comunidades indígenas que o pedido de perdão seja feito em solo canadense, pois a terra de seus ancestrais é de particular importância para eles.

A descoberta, desde o ano passado, de centenas de restos mortais de crianças indígenas em sepulturas sem identificação no local das escolas públicas administradas pela Igreja Católica forçou o Canadá a enfrentar sua política fracassada de assimilação forçada.

Da mesma forma, destacou o papel da igreja no que uma comissão nacional de verdade e reconciliação chamou de "genocídio cultural".

Cerca de 150.000 crianças das Primeiras Nações, Metis e Inuit foram matriculadas desde o final do século XIX até a década de 1990 em 139 escolas residenciais, onde passaram meses ou anos isoladas de suas famílias, idioma e cultura. Muitos deles foram abusados física e sexualmente por diretores e professores. Acredita-se que milhares morreram de doenças, desnutrição ou negligência.

Em maio de 2021, mais de 1.300 sepulturas não marcadas foram descobertas nos locais das antigas escolas.

Francisco começa sua peregrinação na segunda-feira com uma parada na cidade de Maskwacis, cerca de 100 quilômetros ao sul de Edmonton, que abriga uma das maiores escolas residenciais do Canadá.

Uma multidão esperada de cerca de 15.000 pessoas, incluindo ex-alunos de todo o país, assistirá ao seu discurso.

Neste domingo (19), a F1 apresentou o GP do Canadá, a corrida foi marcada pela dominância de Verstappen e boa atuação da Ferrari no circuito. O LeiaJá preparou um conteúdo sobre a corrida e como está o campeonato desta temporada:

 GP do Canadá

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A nona corrida do ano prometia mais uma vitória de Max Verstappen, isso porque o atual campeão largou na pole-position e criou a expectativa de que poderia liderar o circuito de ponta-a-ponta. Algo que realmente aconteceu, Max chegou a seis vitórias nas últimas seis provas, se tornando líder isolado da competição mundial.

A corrida foi marcada por Fernando Alonso largar na primeira fila do GP, algo que não acontecia há 3.619 dias, além disso o piloto prometeu atacar a pole-position para tentar dominar a corrida. O ataque realmente aconteceu na largada, porém Max teve calma para defender sua posição.

Por outro lado, a Ferreira conquistou bons resultados no GP, principalmente por Charles Leclerc ter tido a árdua missão de escalar o pelotão inteiro, pois largou em 19° por conta de punições atribuídas pela troca completa de seu motor pela Ferrari, o monegasco terminou na 5ª colocação. Carlos Sainz conquistou a 2ª colocação no GP.

Além disso, o GP foi bom para a Mercedes também, demonstrando uma evolução da empresa. Lewis Hamilton terminou em 3° e George Russell em 4°.

O próximo GP ocorre em Silverstone, na Grã-Bretanha, entre os dias 1 e 3 de julho.

 Classificação Geral;

Após o GP do Canadá a Classificação Geral dos pilotos é a seguinte:

- 1°: Max Verstappen com 175 pontos;

- 2°: Sérgio Pérez com 129 pontos;

- 3°: Charles Leclerc com 126 pontos;

- 4°: George Russell com 111 pontos;

Por outro lado, a Classificação Geral de Construtores ficou assim:

- 1°: Red Bull Racing com 304 pontos;

- 2°: Scuderia Ferrari com 228 pontos;

- 3°: Mercedes AMG Motorsport com 188 pontos;

- 4°: McLaren Racing com 65 pontos;

A Fifa divulgou, nesta quinta-feira (17), as cidades-sede da Copa do Mundo de 2026, o primeiro mundial de futebol masculino a ser realizado simultaneamente em três países: Estados Unidos, México e Canadá. Foram escolhidas 16 cidades, 11 delas americanas, três mexicanas e duas canadenses. Os locais de abertura e o palco da grande final ainda não foram definidos.

Nos Estados Unidos, as cidades escolhidas foram Atlanta, Boston, Dallas, Houston, Kansas City, Los Angeles, Miami, Philadelphia, San Francisco e Seattle. Já o México receberá o evento em Guadalajara, Cidade do México e Monterrey, enquanto o Canadá será representado por Vancouver e Toronto.

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Sede da Copa há 28 anos, os EUA não selecionaram nenhum estádio utilizado em 1994, ano do tetracampeonato do Brasil. Apenas o Rose Bowl, em Pasadena, palco da final, e o Camping World Stadium de Orlando foram considerados para os jogos do maior evento do futebol masculino pela segunda vez, mas acabaram descartados nas rodadas finais.

Ainda que algumas cidades tenha sido repetidas, os estádios escolhidos foram diferentes. Em Dallas, por exemplo, o Cotton Bowl, hoje em dia utilizado apenas para eventos universitários e de menor importância, foi preterido pelo AT&T Stadium, casa do time de futebol americano Dallas Cowboys.

Já o México, que sediou as Copas de 1970 e 1986, verá o Estádio Azteca da Cidade do México se tornar o primeiro estádio a receber três Copas do Mundo. Também serão utilizados o Estádio Akron de Guadalajara e o Estádio BBVA de Monterrey. O Canadá, por sua vez, receberá o evento pela primeira vez na história em seus estádios BMO Field e Commonwealth.

Além das três sedes, o Mundial de 2026 terá outras novidades. Será a primeira com 48 seleções participantes, o que elevará o número de partidas para 80, no lugar das 64 realizadas até então.

Veja as cidades escolhidas pela Fifa:

Canadá - Vancouver e Toronto

Estados Unidos - Seattle, São Francisco, Los Angeles, Kansas City, Dallas, Atlanta, Houston, Boston, Filadélfia, Miami e Nova York.

México - Guadalajara, Monterrey e Cidade do México

O ator Ryan Grantham teria matado sua mãe, Barbara Waite de 64 anos de idade, no final de março de 2020, com um tiro na cabeça enquanto ela tocava piano na casa em que eles moravam juntos, e depois partiria para matar o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

Segundo informações do site CBC News, ele assumiu seus crimes e deve ser condenado à prisão perpétua. Os promotores do caso de Grantham, que tem 24 anos de idade, contaram que após o ator assassinar sua mãe, ele a deixou na sala e foi dormir. No outro dia ele empacotou três armas, munição, 12 coquetéis Molotov, material de acampamento e um mapa com as direções para chegar à casa de Trudeau, em Ottawa, no Canadá.

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Ryan teria desistido desse outro assassinato, mas durante as horas de viagem ele chegou a cogitar a possibilidade de causar um massacre na Ponte Lions Gate em Vancouver, no Canadá e na Universidade Simon Frases, onde o ator estudava antes de parar de frequentar as aulas. Ele teria ficado dirigindo por mais algumas horas antes de parar em uma delegacia e contar aos policiais sobre seu crime.

Em seu depoimento para a polícia, Grantham contou que horas após ter matado sua mãe ele teria surtado e escreveu em seu diário, gravou um vídeo admitindo a culpa e sacou dinheiro para comprar maconha e cervejas antes de voltar para casa para preparar os coquetéis e assistir Netflix.

O corpo de Barbara Waite foi achado por sua filha, Lisa Grantham, no dia 1 de abril de 2020, após a mãe não retornar suas ligações e mensagens, em seu depoimento como vítima do crime a irmã de Ryan disse:

- Como eu posso confiar em qualquer pessoa quando meu próprio irmão escolheu matar a minha mãe enquanto ela estava de costas?

Grantham ainda não foi ouvido no julgamento, mas a promotoria disse que quando o ator assumiu seus crimes, ele teria afirmado que já tinha desejo em cometer violência, tinha impulsos suicidas, com rompantes de ódio e crises de ansiedade. Ryan deve ser acusado de assassinato em segundo grau, que no Canadá, é acompanhado automaticamente de uma sentença de prisão perpétua, a coroa pede ao menos 17 ou 18 anos de inelegibilidade de condicional.

Rya Grantham atuou em filmes e séries desde seus nove anos de idade, ele apareceu em séries como Riverdale, Supernatural e iZombie, e filmes como Diário de um Banana e O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus, que tem Johnny Depp, Jude Law e Andrew Garfield no elenco.

Daisy cuida do bem-estar da equipe da Tungsten Collaborative, empresa de desenho em Ottawa. A seu lado, Delilah, uma basset hound, aproxima-se desta labradora de 12 anos... Ela quer brincar.

No escritório com dez funcionários, circulam outros cães, como Eevee, um galgo inglês, e Hudson, um pastor alemão, que late para chamar a atenção.

Daisy está, inclusive, em uma foto junto com a equipe no site da empresa, onde conta com uma breve biografia.

"Muitas das maiores inovações impulsionadas por Dave (McMullin, vice-presidente) surgiram em longas caminhadas com a Daisy", afirma a companhia, acrescentando que a cadela tem "nove anos de experiência apoiando os melhores desenhistas".

- Aumento da atividade -

"Aconselhamos as pessoas que têm animais de estimação que os tragam" para o escritório, disse à AFP o presidente da Tungsten Collaborative, Bill Dicke.

Para ele, a pandemia tornou as empresas mais tolerantes com animais no local de trabalho.

A inclusão da Tungsten Collaborative na lista Humane Society de empresas que aceitam cães provocou um aumento tanto da atividade comercial quanto da produtividade da equipe, alega Dicke.

Segundo uma pesquisa recente da Léger realizada para a PetSafe, metade dos canadenses (51%) apoiam a ideia de levar seu cão para o escritório.

A proposta é especialmente apreciada pelos mais jovens: 18% dos empregados entre 18 e 24 anos disseram que trocariam de emprego, se seus chefes não permitissem essa opção.

Diante dos cerca de 200.000 canadenses que adotaram um cão, ou um gato, durante a pandemia, os chefes que exigiram o trabalho presencial se viram obrigados a considerar flexibilizações.

- Desafios -

Para Johan Van Hulle, de 29 anos, a nova regra foi "foi fator-chave para a decisão" de aceitar uma proposta da Tungsten Collaborative no ano passado.

Nas construtoras Chandos and Bird, também em Ottawa, funcionários do setor de pesquisa nuclear estão visivelmente emocionados com a presença de Samson, um yorkshire terrier de 10 anos.

Seu tutor, Trevor Watt, não queria deixá-lo sozinho em casa quando retornou ao escritório em janeiro.

Ele imaginou que levá-lo para a empresa seria uma solução temporária. Mas o bichinho não apenas se adaptou ao escritório como conquistou os demais funcionários, que já levam Samson para passear.

"Ele adora vir para o trabalho", disse Trevor Watt, que agradece por "não ter mais preocupações com ele".

Para seu chefe, Byron Williams, acariciar um cão é uma excelente maneira de "relaxar após uma reunião".

Mas a presença do melhor amigo do homem também traz desafios, por exemplo, para os empregados alérgicos, ou para quem tem medo de cachorro.

Ouvidos pela AFP, funcionários de outras empresas também se queixaram de manchas nos tapetes, latidos inesperados e pelos por toda a parte.

De acordo com levantamento realizado pelo Statistics Canada, o Canadá reúne mais de 915 mil vagas de emprego. Ainda segundo a pesquisa, em 2021, contabilizou-se cerca de 550 mil oportunidades. O país oferece postos de trabalho para profissionais faixa etária e em áreas ligadas à área de vendas, saúde, tecnologia da informação, marketing, alimentação, construção, logística, hospedagem e agricultura.

“Para trabalhar, o país exige uma licença de trabalho (work permit) – que pode ser concedida de acordo com a necessidade de cada província e de sua avaliação curricular. Agora, para quem deseja morar, é preciso ter o visto PR (Permanent Residency – Residente Permanente), ou seja, para adquirir este visto é necessário realizar o processo imigratório. É um procedimento que demanda tempo, paciência, dedicação e seriedade na entrega de documentos, além de comprovar boa saúde”, alerta Ed Santos, especialista em imigração e organizador da Expo Canada 2022.

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A pesquisa da Statistics Canada, as províncias com as maiores remunerações são Ontário, Quebec, New Brunswick, Prince Island e Vancouver. Diferente de anos anteriores, o Canadá está em busca de profissionais mulheres de 55 anos ou mais e homens de 25 a 54 anos. 

No entanto, Ed Santos alerta sobre as expectativas sobre empregabilidade logo na chegada ao país. “O período pode demandar dois anos ou mais. Tudo vai depender de seu inglês e de sua disponibilidade financeira para realizá-lo”, alerta. E complementa: “o candidato precisa estar de acordo com as regras educacionais do país. Caso não esteja, é imprescindível que o profissional volte para escola e faça um curso que valide sua profissão com os órgãos regulatórios de cada área”.

Oliver Lipinski, de três anos de idade, estava passeando com os seus pais, Courtney e Chris, quando se deparou com uma campanha de recrutamento que estava ocorrendo em um quartel de bombeiros. A criança, então, decidiu que também queria concorrer a uma vaga no quartel, porém os pais explicaram que ela precisaria de um currículo com suas informações. Eles ajudaram o pequeno Oliver a montar o documento com seus dados escolares, experiência e, claro, seu grande interesse em combater incêndios.

Com o currículo em mãos e uma fantasia de bombeiro, ele bateu na porta do Corpo de Bombeiros da cidade de Parksville, no Canadá, e avisou ao tenente Andrew Wiersma: "Quero um emprego."

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O jovem aspirante foi convocado para uma entrevista e mostrou que tem conhecimento sobre carros de bombeiros e caminhões, conseguiu listar até algumas peças dos veículos.

Ele assistiu a todos os episódios de uma série de segurança contra incêndio e completou o livro de colorir de combate a incêndios. Ou seja, se mostrou apto e foi aprovado para a turma de recrutas de 2034.

Depois de uma seleção bem-sucedida, Oliver ainda montou a escada do seu caminhão favorito e fez uma visita ao Corpo de Bombeiros, com direito a capacete vermelho, ursinho de pelúcia, biscoitos e até um certificado de membro júnior oficial.

"Ficamos entusiasmados em receber o currículo de Oliver, conduzir sua entrevista e todos estamos ansiosos para recebê-lo na classe de recrutas de 2034 como membro júnior", disse Marc Norris, chefe dos bombeiros.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou nesta quinta-feira (31) que a Rússia não deve estar presente na próxima reunião do G20, pois esse país não pode ser considerado um "parceiro construtivo".

"Não acredito que possamos nos sentar com a Rússia em torno da mesa" explicou Trudeau, que assinalou ter conversado sobre o tema com o presidente da Indonésia, que está a cargo do G20 este ano.

"Não faz nenhum sentido ter uma discussão sobre o crescimento econômico mundial, se o país responsável por grande parte dos inconvenientes se encontra na mesa", acrescentou.

A decisão recai no próprio G20, criado para promover o diálogo entre as antigas potências industriais do G7 e as principais economias emergentes, como China, Brasil e Rússia.

"É lógico que Vladimir Putin não compareça este ano. A expulsão no longo prazo, é preciso haver uma discussão sobre isso", ressaltou Trudeau.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um apelo na semana passada para excluir a Rússia do G20, país que já foi expulso do G8 - agora G7 - após a anexação da Crimeia em 2014.

A Indonésia, por sua vez, comunicou que seguiria "imparcial", enquanto a China defende que Putin compareça à reunião do grupo, que acontece no final do ano.

Após 36 anos, o Canadá está de volta à Copa do Mundo. A seleção canadense vinha surpreendendo desde o início do torneio classificatório e garantiu sua vaga neste domingo ao golear a Jamaica, por 4 a 0, em Toronto. Com o isso, o país da América do Norte chegou aos 28 pontos e não pode mais ser alcançada por qualquer seleção, restando apenas um rodada.

No primeiro tempo, a seleção canadense já havia aberto dois gols de vantagem para os jamaicanos, vice-lanternas do octogonal final das Eliminatórias da Concacaf. Cyle Larin e Tajon Buchanan marcaram os primeiros tentos. Na segunda etapa, Junior Hoilett fez o terceiro. Adrian Mariappa marcou contra no fim do jogo e determinou o placar final.

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Ao longo das Eliminatórias, o Canadá sofreu apenas uma derrota. Ela aconteceu justamente na rodada passada, quando perdeu para a Costa Rica, por 1 a 0. A seleção canadense ainda volta a campo na quarta-feira, em visita ao Panamá, às 22h05, e pode ser determinante para a definição do time que vai à repescagem intercontinental.

A última e única participação do Canadá em uma Copa do Mundo se deu em 1986. Na edição disputada no México, os canadenses ficaram no Grupo C, ao lado de União Soviética, França e Hungria. Foram três jogos disputados, com três derrotas e nenhum gol marcado. Na estreia, perderam para os franceses pelo placar mínimo. Na segunda rodada, derrota para a Hungria, por 2 a 0. No terceiro jogo, repetição do mesmo placar e triunfo soviético.

A ida do Canadá para a Copa do Mundo de 2022 é providencial em diversos aspectos. O principal deles é porque o país será uma das sedes do Mundial de 2026. A organização será dividida com Estados Unidos e México. Com isso, a experiência inédita de jogar duas Copas seguidas será muito importante para, em quatro anos, chegarem ao torneio com ainda mais força.

Após o apito final no BMO Field, em Toronto, foi marcado por intensa comemoração por parte de jogadores e torcedores. A festa estava preparada, com camisetas e placas especiais. Mesmo com temperatura negativa e neve, não faltou animação a todos para celebrar o feito histórico.

O consumidor brasileiro vai passar a comer picanha de gado canadense - ao menos, o consumidor que puder pagar por isso. O acordo comercial de carnes firmado nesta semana entre o Brasil e o Canadá vai incluir, como contrapartida, a entrada de cortes canadenses "mais gordos" em território nacional.

A carne brasileira que será exportada, majoritariamente, é a do gado zebu, uma carne mais magra e que costuma ser utilizada no mercado internacional para produção de alimentos industrializados. Do lado canadense, porém, o que predomina são raças de origem europeia, como o angus, que tem a característica de ser uma carne mais entremeada de gordura.

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A JBS Foods, que já tem unidade no Canadá, deve centralizar boa parte dessas transações, levando cortes brasileiros até os canadenses e, paralelamente, despachando picanha e demais cortes para o consumidor brasileiro a partir de sua base em Calgary.

Pelas regras atuais de comércio internacional, o Canadá administra uma cota de importação de até 76 mil toneladas de carne por ano. O Brasil vai entrar na disputa de parte dessa cota e deve disputar espaço com o Uruguai, que hoje exporta cerca de 15 mil toneladas de carne aos canadenses.

Na segunda-feira, 14, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, estava no Canadá, quando anunciou a abertura do mercado e o fato de que o Brasil ultrapassou a marca de 200 novos mercados externos para produtos agropecuários abertos desde o início de 2019.

Para a carne bovina, a exportação está liberada para todos os Estados que ainda fazem a vacinação de rebanhos contra a febre aftosa. No caso da carne suína, por enquanto a exportação só está autorizada para os frigoríficos de Santa Catarina, único Estado que já é reconhecido como livre de febre aftosa, peste suína clássica e peste suína africana. O ministério entrou com um pedido de reconhecimento do Paraná e do Rio Grande do Sul como estados livres dessas três doenças.

Hoje o maior vendedor de carne e demais alimentos para o Canadá são os Estados Unidos, país que tem relação de livre comércio com os canadenses e que, portanto, não disputa cotas de importação. O Brasil passaria a ter esse mesmo tratamento, caso o acordo Mercosul-Canadá seja consumado, o que ainda não aconteceu.

As autoridades de saúde canadenses aprovaram nesta quinta-feira (24) a primeira vacina doméstica contra a Covid-19, anunciaram a empresa biofarmacêutica Medicago, com sede na cidade de Quebec, e sua parceira GlaxoSmithKline. O anúncio é feito depois que mais de 90% dos adultos canadenses já receberam duas injeções de outras vacinas, mas cerca de metade da população ainda não recebeu uma dose de reforço.

Chamando a aprovação da Health Canada de sua vacina Covifenz "um marco significativo para o Canadá na luta contra a pandemia", o executivo-chefe da Medicago, Takashi Nagao, disse que a empresa já estava "fabricando doses para começar a atender seu pedido". Ottawa encomendou 76 milhões de doses de Covifenz.

O ministro da Indústria, François-Philippe Champagne, disse que o desenvolvimento da vacina também marcou uma reversão de um declínio de décadas nas capacidades de biofabricação do Canadá, que a pandemia expôs.

"Esta é a primeira vacina autorizada contra a Covid-19 desenvolvida por uma empresa canadense e a primeira que usa uma tecnologia de proteína à base de plantas", disse um comunicado do governo. Ottawa havia aprovado anteriormente seis outras vacinas Covid, incluindo a AstraZeneca, Moderna e Pfizer.

De acordo com a Health Canada, ensaios clínicos mostraram que a vacina de duas doses Covifenz é 71% eficaz na proteção de adultos de 18 a 64 anos contra infecções por coronavírus.

Manifestantes do "Comboio da Liberdade" que ocupam o centro de Ottawa, no Canadá, sustentaram uma postura de desafio nesta quinta-feira, 17, dizendo estar preparados para uma repressão policial, após autoridades exigirem mais uma vez que o grupo deixe a capital.

Cerca de 400 veículos estão estacionados do lado de fora do parlamento e do gabinete do primeiro-ministro, Justin Trudeau, paralisando o centro da cidade. Classificando os bloqueios como uma ameaça à democracia, Trudeau invocou medidas de emergência na segunda-feira, dando ao seu governo poderes temporários para reprimi-los.

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Nesta quinta-feira, a polícia canadense informou que restringiria o acesso ao centro de Ottawa e começou a erguer barreiras ao redor dos prédios do governo. Agentes também distribuíram panfletos em inglês e francês alertando motoristas sobre "penalidades severas", que incluiriam a prisão. Os folhetos traziam ainda alertas de que participantes do Comboio condenados por crimes poderiam ser impedidos de entrar nos EUA.

A presença policial cresceu notavelmente nesta quinta-feira, após o chefe de polícia interino de Ottawa, Steve Bell, ter afirmado no dia anterior que a polícia iria "recuperar todo o centro da cidade e todos os espaços ocupados." Embora os agentes não tenham tomado medidas para remover fisicamente os manifestantes da região - algo que Bell disse que aconteceria nos próximos dias -, o aumento da presença policial fez com que os manifestantes se preparassem para a ação.

Alguns reagiram de maneira pacífica. "Se a polícia aumentar, não vamos aumentar", disse Chris Dacey, que diz estar nos protestos desde que eles começaram, em 28 de janeiro. "Não vamos responder a nenhum tipo de agressão." Outros, no entanto, assumiram posturas mais desafiadoras. "Não vou a lugar nenhum", disse Pat King, um dos organizadores do protesto. "Hoje é o dia em que todos temos a impressão de que vamos ser presos", disse Justin Aiello, de 23 anos. "Estamos bem com isso, pois é por uma boa causa. Vamos nos divertir na prisão."

O Comboio da Liberdade é formado por manifestantes que se opõem às medidas anti-coronavírus e vêm bloqueando estradas há quase três semanas, um movimento que inspirou protestos antigovernamentais contra em outros países e fechou temporariamente as passagens de fronteira com os Estados Unidos.

O ministro da Segurança Pública do Canadá alertou sobre ligações de manifestantes a grupos de extrema direita. A polícia prendeu 11 pessoas e apreendeu armas e munições na segunda-feira em um bloqueio na fronteira em Coutts, Alberta. Quatro pessoas foram acusadas de conspiração para cometer assassinato. Alguns manifestantes deixaram o local após as prisões para evitar a violência.

Ameaças de multas e prisão ajudaram a convencer alguns manifestantes a se retirarem esta semana de quatro pontos de fronteira dos EUA. A polícia emitiu avisos semelhantes em Ottawa, onde caminhoneiros buzinaram em uníssono na quinta-feira, violando uma ordem judicial.

O clima inclemente pode complicar qualquer ação de policiamento. A neve era esperada na quinta-feira em Ottawa e pode chegar a 30 cm até a manhã de sexta-feira, disse a Environment Canada.

Enquanto isso, cresce a urgência do governo para evitar um quarto fim de semana de protestos estridentes que as autoridades classificam como uma ocupação ilegal. "Os bloqueios e ocupações são uma ameaça à nossa economia, ao relacionamento com os parceiros comerciais, às cadeias de suprimentos e à disponibilidade de bens essenciais como alimentos e remédios. São uma ameaça à segurança pública", disse Trudeau.

A Lei de Emergências acionada pelo premiê dá à polícia autoridade para declarar áreas como o Parlamento fora dos limites para protestos que "violem a paz". Os bancos podem congelar contas sem uma ordem judicial, a Real Polícia Montada do Canadá pode fazer cumprir as leis locais e as empresas de reboques podem ser obrigadas a retirar veículos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A polícia canadense lançou nesta sexta-feira (18) uma grande operação para desbloquear as ruas do centro de Ottawa, paralisadas há quase três semanas por um movimento de opositores às medidas sanitárias que obrigou o Parlamento a permanecer excepcionalmente fechado.

A polícia, que se mobilizou maciçamente pelas ruas da capital federal, começou na sexta-feira passada às 8h00 (horário local, 10h00 em Brasília) a realizar detenções, informaram repórteres da AFP. Em um tuíte, a polícia voltou a aconselhar os manifestantes a ir embora "imediatamente" e pediu que permanecessem "em paz".

A instituição "deseja informar que, segundo as leis provinciais e federais, enfrentarão sanções graves se não pararem suas atividades ilegais e não retirarem imediatamente seus veículos e propriedades de todos os locais de manifestações ilegais", dizia a mensagem.

No dia anterior, pela primeira vez, a polícia se deslocou em massa para o centro da cidade e ergueu um perímetro de segurança, colocando cem postos de controle para o acesso à área. À noite, prendeu dois líderes do movimento, que comparecerão ao tribunal nesta sexta-feira.

Tamara Lich, que está por trás do "comboio da liberdade", está acusada de ter incitado "a cometer crimes". Christopher Barber está acusado pelo mesmo crime, assim como de ter incitado a desobedecer uma ordem judicial e atrapalhar o trabalho da polícia.

Inicialmente subestimado pelas autoridades, o movimento de protesto canadense começou no final de janeiro a partir de caminhoneiros que protestavam contra a obrigação de se vacinarem para cruzar a fronteira com os Estados Unidos.

As demandas, no entanto, se estenderam depois à rejeição de todas as medidas sanitárias e inclusive ao governo de Justin Trudeau. Este último disse na quinta-feira que o movimento deixou de ser "pacífico".

"Mantenham-se afastados"

Pela primeira vez desde o início do protesto, que acontece em frente ao Parlamento federal, este último permaneceu fechado nesta sexta-feira. "A sessão de hoje está cancelada" por razões de segurança, anunciou o presidente da Câmara dos Comuns, Anthony Rota.

"Se você não está (já) presente nas instalações da Câmara dos Comuns, mantenha-se afastado do centro da cidade até novo aviso. Se já está dentro do edifício, permaneça dentro e aguarde instruções", disse aos deputados. Os deputados deveriam debater a aprovação de uma lei de medidas de emergência das 07h00 locais (09h00 em Brasília) até meia-noite.

A câmara analisa desde quinta-feira a implementação da Lei de Medidas de Emergência invocada por Justin Trudeau na segunda-feira para acabar com os bloqueios "ilegais" que se desenvolvem no país.

Trata-se da segunda vez em tempos de paz que esta disposição é utilizada. A anterior remonta à crise de 1970, quando Pierre Elliott Trudeau, pai do atual primeiro-ministro, estava no poder.

A oposição questionou duramente a menção dessa lei pelo governo. Classificando a situação de "precária", o ministro de Segurança Pública, Marco Mendicino, disse ontem que os "bloqueios fronteiriços ilegais" custaram bilhões de dólares à economia canadense.

Grande parte disso foi, segundo ele, devido ao bloqueio dos eixos fronteiriços com Estados Unidos por parte dos manifestantes durante vários dias, o que levou Washington a intervir contra o governo de Trudeau.

A cidade de Ottawa, a província de Ontário e todo o Canadá estão em estado de emergência devido a esse movimento de protesto sem precedentes.

A ponte Ambassador, passagem de fronteira crucial entre Canadá e Estados Unidos, foi reaberta ao tráfego após sete dias de bloqueio por manifestantes contrários às medidas anticovid-19 e depois de uma operação policial que terminou com quase 30 detenções.

O bloqueio da ponte que une a cidade canadense de Windsor à cidade americana de Detroit, por onde passa quase 25% do comércio entre os dois países, obrigou as montadoras de automóveis dos dois lados da fronteira a interromper ou reduzir a produção.

"A ponte Ambassador está agora totalmente aberta, permitindo novamente o livre fluxo comercial entre as economias canadense e americana", informou a empresa em um comunicado. O bloqueio afetou a indústria automotiva dos dois lados da fronteira.

O Serviço de Fronteira do Canadá confirmou a reabertura, mas indicou que não recomenda viagens não essenciais.

A polícia do Canadá liberou a ponte estratégica durante o domingo. Os agentes efetuaram diversas detenções ao longo do dia e desobstruíram a rodovia que segue até a Ponte Ambassador, mas os veículos só voltaram a transitar nesta segunda-feira.

A força de segurança prometeu "tolerância zero" para atividades ilegais na província de Ontario.

Liz Sherwood-Randall, conselheira de Segurança Nacional do presidente americano, Joe Biden, elogiou "os esforços decisivos da força pública (canadense) ao longo da fronteira para conseguir a suspensão completa de todos os bloqueios".

Na semana passada, Washington pressionou Ottawa e pediu o uso dos "poderes federais" para pôr fim ao bloqueio com "sérias consequências" para a economia americana, devido à importância do comércio que circula pela ponte.

O prefeito da cidade vizinha de Windsor comemorou que "a crise econômica nacional na ponte Ambassador tenha terminado", frente ao alto custo financeiro do bloqueio.

O bloqueio causou transtornos para a indústria automotiva dos dois lados da fronteira. Mais de 25% das mercadorias comercializadas entre Estados Unidos e Canadá passam por esta ponte.

- Repúdio às medidas sanitárias -

O movimento de protesto contra as medidas sanitárias inspirou iniciativas similares em outros países.

Na França, por exemplo, cerca de 1.300 veículos vindos de todo o país participaram dos comboios contra o passaporte sanitário e fizeram escala perto da cidade de Lille (norte) rumo a Bruxelas, onde pretendem protestar na segunda-feira, apesar da proibição das autoridades belgas.

Milhares de pessoas contrárias ao passaporte sanitário ou ao presidente francês, Emmanuel Macron, concentraram-se em Paris para protestar ali no sábado, batizando seu movimento de "Comboios da Liberdade", assim como a mobilização canadense.

No Canadá, o movimento, que entra na terceira semana, começou com uma mobilização de caminhoneiros contrários à obrigatoriedade de se vacinarem para cruzar a fronteira entre Canadá e Estados Unidos, mas as reivindicações acabaram incluindo a rejeição ao conjunto de medidas sanitárias adotadas e até a gestão do governo do primeiro-ministro, Justin Trudeau.

As manifestações prosseguiram do domingo em várias do país, entre elas Toronto e Montreal, e outros eixos fronteiriços continuavam bloqueados, nas províncias de Manitoba e Alberta.

Ottawa estava paralisada desde o fim de janeiro. Muitos manifestantes protestaram no centro da capital canadense neste domingo, quando contramanifestantes irritados tentaram conter um dos comboios que chegou para se somar à mobilização.

Antes da liberação da ponte, o ministro da Proteção Civil, Bill Blair, mostrou-se muito crítico à polícia de Ottawa, considerando "inexplicável" que a falta de capacidade para restabelecer a ordem.

"A polícia deve fazer seu trabalho e aplicar a lei na cidade", disse Blair à emissora CBC.

Ele também disse que "o governo federal está disposto a fazer tudo o necessário para retomar o controle da situação e restabelecer a ordem", em uma declaração que parece marcar uma diferença de tom sutil por parte das autoridades.

Consultado sobre a possibilidade de pedir para o exército ajudar a restabelecer a ordem, Trudeau declarou na sexta-feira que esta seria "uma solução de último, último, último recurso".

O primeiro-ministro canadiense, Justin Trudeau, criticou os protestos liderados por caminhoneiros contra as regras anticovid que paralisaram o centro de Ottawa e estimularam movimentos similares na França e Nova Zelândia.

A polícia canadense ameaçou na quarta-feira (9) prender os manifestantes que se uniram ao bloqueio da ponte Abassador, que liga Windsor e a cidade americana de Detroit, em solidariedade com centenas de caminhoneiros que bloqueiam há duas semanas a capital.

"Os bloqueios, as manifestações ilegais, são inaceitáveis e estão impactando negativamente os negócios e fábricas", declarou o primeiro-ministro, Justin Trudeau, na Câmara dos Comuns. "Temos que fazer de tudo para que isso acabe", completou.

"Não podemos terminar a pandemia com bloqueios (...) Precisamos encerrá-la com ciência. Precisamos encerrá-la com medidas de saúde pública", insistiu.

O chamado "Comboio da Liberdade" começou em janeiro no oeste do Canadá, conduzido por caminhoneiros que rejeitam a vacinação ou testes obrigatórios para cruzar a fronteira com os Estados Unidos. Mas o movimento virou um protesto mais amplo contra todas as medidas sanitárias aplicadas contra a covid-19.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que as autoridades americanas estão em "contato direto" com as agências de fronteira canadenses devido ao bloqueio da ponte e advertiu sobre o "risco para as cadeias de abastecimento" e a economia dos dois países.

Mais de 40.000 passageiros, turistas e caminhoneiros carregando mercadorias no valor de US$ 323 milhões cruzam a ponte diariamente.

Dezenas de câmaras de comércio e associações industriais no Canadá e nos Estados Unidos exigiram que a ponte fosse liberada.

"À medida que nossas economias emergem dos impactos da pandemia, não podemos permitir que nenhum grupo prejudique o comércio além-fronteiras", disseram.

- Imitadores -

Apesar das advertências, o protesto prossegue e virou inspiração no exterior, com movimentos similares na Nova Zelândia, Nova York ou França.

Nesta quinta-feira, no centro de Wellington, policiais e manifestantes antivacina se enfrentaram diante do Parlamento neozelandês. Mais de 10 pessoas foram detidas.

Na França, milhares de manifestantes inspirados pelos caminhoneiros canadenses planejam entrar em Paris na noite de sexta-feira, com alguns deles dispostos a seguir até Bruxelas na segunda-feira.

A polícia de Paris atuou nesta quinta-feira para impedir o protesto e anunciou a proibição dos chamados "comboios da liberdade", com a presença de agentes nas principais rodovias para que não sejam bloqueadas, além da ameaça de multas e detenções.

No berço do movimento, no centro de Ottawa, na noite de quarta-feira havia um clima de desafio e celebração.

"Não vamos a lugar nenhum", disse caminhoneiro John Deelstra, ao volante de seu veículo, estacionado no local desde o primeiro dia de protestos.

Lloyd Brubacher, caminhoneiro de Ontário, tem a mesma convicção. "Não vou a lugar nenhum", afirmou, disposto a "lutar até o fim".

"Esta é uma situação dramática que está afetando o bem-estar da relação do Canadá com os Estados Unidos e tem um grande impacto na forma como as empresas podem realizar suas operações", analisou Gilles Le Vasseur, professor da Universidade de Ottawa.

- "Bloqueio econômico ilegal" -

Quase 400 veículos permanecem estacionados diante do gabinete do primeiro-ministro canadense, em meio a churrascos, fogueiras e música.

Proibidos por lei de usar suas buzinas após as reclamações dos moradores, os manifestantes agora usam o barulho dos motores, o que enche o centro de Ottawa com fumaça de diesel.

O setor econômico está preocupado.

O presidente da Associação Canadense de Fabricantes de Automóveis, Brian Kingston, alertou que o bloqueio da ponte Ambassador está "ameaçando cadeias de suprimentos frágeis já sob pressão de escassez e atrasos relacionados à pandemia".

As autoridades afirmaram que 5.000 trabalhadores em Windsor foram enviados de volta para casa na terça-feira por causa do bloqueio e várias fábricas de montagem se preparavam para fechar por falta de peças.

Michelle Krebs, analista da Autotrader em Detroit, explicou que as montadoras norte-americanas dependem de entregas pontuais de peças por aquela ponte suspensa.

O setor automotivo, sublinhou, "é uma parte significativa da economia" e foi afetado no último ano.

O ministro canadense dos Transportes, Omar Alghabra, advertiu para "sérios perigos" por este "bloqueio econômico ilegal contra todos os canadenses".

As autoridades canadenses trabalhavam para tentar controlar o protesto de caminhoneiros contra as restrições impostas como parte do combate à pandemia, que paralisa a capital do país há vários dias e ameaça virar uma grande crise política para o primeiro-ministro Justin Trudeau, que exigiu o fim imediato da manifestação.

O prefeito de Ottawa, Jim Watson, pediu ao governo federal a nomeação de um mediador para dialogar com os manifestantes e alcançar uma maneira de desativar os protestos, que irritam os moradores com suas incessantes buzinas e a fumaça.

No domingo, Watson declarou estado de emergência na cidade ao afirmar que os protestos estavam "fora de controle". Na segunda-feira ele pediu reforços ao governo federal para conseguir o fim do que chamou de "cerco". Ele deseja o envio de 1.800 policiais adicionais.

De acordo com estimativas, entre 400 e 500 caminhões bloqueavam o centro da cidade.

"Isto tem que parar", afirmou o primeiro-ministro Justin Trudeau na segunda-feira em seu retorno à Câmara dos Comuns, após uma semana de isolamento por contágio da covid-19.

"Esta pandemia tem sido uma merda para todos os canadienses. Mas os canadenses sabem que a única saída é continuar escutando a ciência", declarou, irritado com os protestos.

A situação levou o Parlamento a convocar uma reunião urgente para debater os próximos passos.

"O governo federal responderá", prometeu Trudeau à noite.

As manifestações do "Comboio da Liberdade" começaram em 29 de janeiro no oeste do Canadá por parte de caminhoneiros enfurecidos com as exigências de vacinação impostas para quem atravessa a fronteira entre Estados Unidos e Canadá, mas aumentaram para protestos contra as restrições impostas pelo governo de Trudeau para frear a pandemia.

Entre as cidades que registraram manifestações no fim de semana estão Toronto, Winnipeg e Quebec.

Uma da porta-vozes dos manifestantes, Tamara Lich, afirmou na segunda-feira que os ativistas estão dispostos a negociar com o governo para buscar uma solução para a crise, mas insistiram que as restrições devem ser reduzidas.

"O que tentamos fazer agora é entrar em contato com todas as partes a nível federal, para conseguir organizar uma reunião", declarou em um evento transmitido no YouTube. "Para que possamos começar os diálogos e ver como podemos avançar, obter a suspensão das restrições e mandatos, restaurar os direitos e liberdades dos canadenses e ir para casa", completou.

Após as críticas por ter permitido o bloqueio do centro da capital, com lojas fechadas, a polícia de Ottawa anunciou no domingo novas medidas para controlar os protestos, com a proibição da entrega de combustível e mantimentos aos manifestantes.

Várias pessoas foram detidas ou multadas, e veículos foram apreendidos.

As autoridades de Ottawa, no Canadá, anunciaram neste domingo (6) "estado de emergência", depois que milhares de manifestantes, muitos em caminhões de grande porte, interromperam a capital pelo segundo fim de semana consecutivo em protesto contra as medidas sanitárias do governo contra a Covid-19.

O significado da declaração não ficou imediatamente claro. "Declarar um estado de emergência reflete o sério perigo e ameaça à segurança dos moradores representados pelas manifestações e destaca a necessidade de apoio de outras jurisdições e níveis de governo", disse no fim da tarde de domingo o prefeito da cidade, Jim Watson. Horas antes, ele pediu ajuda e disse que a situação "está fora de controle".

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Os protestos, que começaram em Ottawa no dia 29, se estenderam no fim de semana a outras grandes cidades canadenses, enquanto dezenas de caminhões e manifestantes mantinham o centro da capital paralisado.

"A situação está atualmente fora de controle porque os manifestantes impõem sua lei, disse Watson a uma radio local. "Os manifestantes são muito mais numerosos do que nossos policiais." "Estamos perdendo a batalha. Devemos recuperar a cidade", acrescentou.

O movimento, denominado "Comboio da Liberdade", começou contra a decisão de obrigar os caminhoneiros a se vacinarem contra Covid-19 para cruzarem a fronteira com os EUA. Logo o protesto se transformou em uma mobilização contra todas as medidas sanitárias e contra o próprio governo do primeiro-ministro Justin Trudeau.

Os manifestantes dizem que pretendem permanecer nas ruas até que todas as restrições sanitárias sejam levantadas. Eles soltaram fogos de artifício, viraram automóveis e os caminhoneiros usaram suas potentes buzinas.

Protestos similares, mas de menor intensidade, também ocorreram em outras cidades canadenses, como Toronto, Quebec e Winnipeg.

O chefe de polícia de Ottawa lamentou não ter meios suficientes para acabar com o que qualificou de "estado de sítio" na cidade e pediu "recursos suplementares". A polícia da capital espera receber 250 agentes da guarda real do Canadá, um corpo da polícia federal do país. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por muito tempo, a Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf) foi vista quase como uma briga entre apenas México e Estados Unidos ditando a supremacia local. Mas o cenário parece começar a mudar, especialmente, com o fortalecimento do Canadá no âmbito regional. O país vai ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2026, ao lado de Estados Unidos e México, e quer se classificar para o Mundial do Catar, esse ano, para servir de preparação.

As expectativas do Canadá mudaram há poucos anos. Até janeiro de 2018, a seleção masculina de futebol havia sido comandada por sete técnicos, incluindo interinos, em um espaço de nove anos, até chegar ao nome de John Herdman. De lá para cá, muita coisa mudou. Hoje, a equipe nacional é líder do octogonal final das Eliminatórias da Concacaf, com quatro vitórias e quatro empates, além do melhor ataque e da melhor defesa. Essa é a primeira vez que o Canadá chega à fase final da disputa desde 1998.

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"Não temos medo de ninguém", disse o capitão e goleiro Milan Borjan a repórteres, em junho do ano passado. "Os outros que deveriam ter medo do Canadá", desafiou.

O país pulou da 95.ª posição no ranking da Fifa para a 40.ª, desde que Herdman virou treinador. Só em 2021, subiu 38 colocações, maior feito dentre todas as seleções. Na Copa Ouro realizada no ano passado, chegou às semifinais, sendo eliminada pelo México em um jogo tenso, ao sofrer um gol aos 53 minutos do segundo tempo.

O principal responsável apontado pela evolução na seleção canadense é justamente o treinador. O inglês John Herdman trocou a seleção feminina do país pela masculina em 2018, após dois bronzes olímpicos e a conquista dos Jogos Pan-Americanos de 2011, em que derrotou o Brasil na final.

Filho de metalúrgicos em Corsett, perto de Newcastle, Herdman jogou futebol semiprofissional, mas logo percebeu que não teria futuro. Já aos 16 anos, começou a fazer cursos de técnico. Aos 23, ele comandava a Brazilian Soccer School, uma escolinha brasileira de futebol localizada na região. A iniciativa tem como foco a "alegria do jogo", segundo o site oficial. "Não contamos os gols marcados. A nossa missão é uma formação técnica individual e abrangente dos jogadores", informa a organização.

Herdman treinava muitos filhos de jogadores do Sunderland, clube próximo à cidade que ofereceu uma vaga de trabalho na base. Durante o dia, era aluno do departamento de ciências do esporte na Northumbria University e, à noite, trabalhava com os jovens do time.

Hoje, no comando da seleção masculina do Canadá, ele é elogiado por ter dado oportunidades a jovens promessas, atraído jogadores talentosos de dupla nacionalidade e colocado os canadenses com boas chances de voltar a uma Copa do Mundo, após 36 anos. A seleção é comandada por Alphonso Davies, de apenas 21 anos. Mas outros garotos são considerados talentos em ascensão, como os atacantes Jonathan David, do Lille, da França, e Tajon Buchanan, do Brugge, da Bélgica, ambos de 22 anos.

CANADÁ COLHE FRUTOS DO ACOLHIMENTO AOS IMIGRANTES - O treinador deixou claro, desde o início de seu trabalho, a importância de convencer atletas disponíveis para representar o país. "Eu sempre disse isso: representar seu país é sua vocação. É o seu privilégio, é o seu sacrifício, é você retribuir ao seu país. É mais do que futebol. É muito mais profundo: todo o compromisso com sua bandeira, com sua camisa. Isso é diferente. Então eu não "vendo" nada a eles. Eu apenas explico muito claramente: ‘É disso que você pode fazer parte: mudar seu país para sempre’", disse ao site The Athletic.

O Canadá é um dos países que mais abraçaram imigrantes nas últimas décadas, oferecendo novas oportunidades de vida para pessoas de todas as partes do mundo. O déficit de mão de obra em determinados setores da economia representa um dos fatores para justificar o convite aos estrangeiros. "Todas as crianças aqui jogam futebol, essa é a realidade", disse Herdman à BBC. "O país é muito diverso demograficamente. Nós temos muitos imigrantes, incluindo a mim, em que o ‘primeiro amor’ é o futebol".

Essa transformação cultural também se configura nos atletas da seleção. Não são poucos os jogadores do Canadá com dupla nacionalidade. O atacante Jonathan David nasceu nos Estados Unidos, cujos pais haitianos se mudaram de volta para o país da América Central quando ele tinha três meses de idade. Aos seis anos, a família deixou o Haiti rumo ao Canadá.

De pais nigerianos, Ike Ugbo nasceu na Inglaterra e, aos cinco anos de idade, se mudou para o Canadá com a família. Alguns anos depois, retornou para Londres para jogar na base do Chelsea. Ele tem passagens pelas seleções de base da Inglaterra sub-17 e sub-20, mas decidiu representar a seleção canadense principal.

Já Cristian Gutierrez atuava pela seleção do Chile sub-20 até trocar o país sul-americano pelo Canadá. Os pais de Steven Vitória e Stephen Eustáquio são de Portugal, os de Jonathan Osorio nasceram na Colômbia, enquanto a família de Cyle Larin é jamaicana.

"Para alguém como Stephen Eustáquio, (esse processo) levou dois anos. Foram dois anos em que a cada dois meses, ligava, checava como ele estava, primeiro como pessoa, descobrindo um pouco mais da sua vida. Depois, em segundo lugar, como jogador, dando feedback sobre as atuações e depois, por fim, criando uma imagem e também um aviso do que se oferece aqui na seleção, que é criar um legado para um país, não sua própria carreira pessoal", explicou.

Os pais de Alphonso Davies nasceram na Libéria, mas deixaram o país durante a Segunda Guerra Civil do país. As cenas diárias de terror fizeram com que a família encontrasse abrigo no acampamento de refugiados Buduburam, em Gana. Foi lá onde nasceu Alphonso, que tem poucas lembranças do local. A família Davies conseguiu emigrar para o Canadá quando ele ainda era criança. Hoje, com apenas 21 anos, o jogador é o principal nome da seleção canadense, uma realidade no Bayern e embaixador do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

A falta de relevância histórica do Canadá no futebol não é nenhuma novidade, mas o desempenho dos últimos anos permite que a seleção sonhe em voltar a uma Copa do Mundo. Os jogadores se adaptaram a características dos jogos fora de casa da Concacaf que não estão acostumados nos clubes onde atuam, como altas temperaturas e gramados de baixa qualidade. São três vagas destinadas à região e o quarto colocado disputa a repescagem. O Canadá ainda tem pela frente El Salvador, Costa Rica, Jamaica e Panamá.

Opositores às medidas sanitárias contra a Covid-19 protestaram no domingo (30), pelo segundo dia consecutivo, em Ottawa, ao mesmo tempo que caminhoneiros do autodenominado "comboio da liberdade" bloquearam uma rodovia na fronteira oeste do país.

"Esta tarde um importante corpo policial continua trabalhando, ordenando o fluxo de manifestantes e caminhões", afirmou a força de segurança em um comunicado.

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Os policiais estão "sob pressão e totalmente ocupados", completa a nota.

Durante o fim de semana, a capital do Canadá recebeu um grande movimento de protesto iniciado por caminhoneiros que são contrários à obrigatoriedade da vacinação para atravessar a fronteira terrestre com os Estados Unidos, a maior do mundo.

Vários manifestantes, que são contrários de maneira mais ampla às restrições contra a covid-19, seguiram para a Ottawa com o objetivo de apoiar os caminhoneiros.

Em solidariedade, os caminhoneiros organizaram no domingo um "bloqueio completo" da autoestrada 4 ao sul de Alberta (oeste), perto da fronteira, uma rodovia crucial para o transporte de produtos entre os dois países.

"O ponto de entrada (do posto de fronteira) está aberto, mas na realidade ninguém consegue passar a partir do lado norte, a menos que seja a pé", declarou à AFP Curtis Peters, porta-voz da polícia federal em Alberta.

Ele disse que pelo menos 100 caminhões bloqueavam a estrada.

Na capital do país, a polícia abriu investigações pela profanação de monumentos nacionais, comportamentos ameaçadores, ilegais e intimidadores com a polícia e vandalismo.

A mobilização pode aumentar porque outros caminhoneiros, incluindo alguns de lugares tão distantes como a Colúmbia Britânica, planejam protestar por vários dias.

Um homem que é contra a vacinação e, consequentemente, não tinha se imunizado contra a Covid-19 foi proibido temporariamente de ver o seu filho de 12 anos. O fato aconteceu na região de Québec, no Canadá.

O pai havia entrado na Justiça canadense com um pedido para que seu tempo de visitação fosse estendido. No entanto, o juiz determinou que a visitação paterna neste momento e com o homem sem estar vacinado não seria o melhor para a criança.

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Segundo o site Le Devoir, este julgamento é o primeiro caso de perda de direitos por conta da falta de vacinação. Com a determinação judicial, o pai fica impedido de ver o seu filho até o mês de fevereiro deste ano - a não ser que ele decida se vacinar contra a Covid-19.

A mãe da criança, que se colocou contra o pedido do seu ex-marido para ficar mais tempo com o seu filho, foi quem mostrou ao juiz que o homem era contra a vacina e fazia postagens antivacina nas redes sociais.

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