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O americano Barry Sharpless, premiado nesta quarta-feira(5) com o Nobel de Química ao lado de outros dois cientistas, é a quinta pessoa a receber duas vezes o prêmio.

Ele já havia vencido o Nobel de Química em 2001.

A seguir a lista dos outros quatro integrantes do seleto clube de vencedores do Nobel em duas ocasiões:

- Marie Curie: Física (1903) e Química (1911) -

A francesa de origem polonesa Marie Curie, primeira mulher a receber um Nobel, foi premiada duas vezes. Em 1903 venceu o Nobel de Física, ao lado do marido Pierre Curie e de Henri Becquerel. Em 1911 recebeu o prêmio de Química.

O primeiro foi atribuído pela descoberta da radioatividade, polônio e rádio, e o segundo por suas pesquisas contínuas sobre radioatividade.

Marie Curie é a única mulher que venceu dois prêmios Nobel.

- Linus Pauling: Química (1954) e Paz (1962) -

O americano Linus Pauling recebeu o Nobel de Química em 1954 por ter estabelecido os princípios fundamentais da arquitetura das proteínas.

Ativista pacifista com sua esposa durante a Guerra Fria, Pauling foi contrário aos testes nucleares. Em três estudos ele demonstrou o perigo da radioatividade e estabeleceu a relação entre câncer e exposição à radiação.

Sua campanha contra os testes nucleares contribuiu para que se tornassem subterrâneos. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1962.

- John Bardeen: Física (1956, 1972) -

O americano John Bardeen recebeu seu primeiro Nobel de Física em 1956, ao lado de dois colegas, Walter Brattain e William Shokley, pela invenção do transistor.

O transistor revolucionou o campo da eletrônica, com rádios, calculadoras e computadores menores e mais baratos, entre outros objetos.

Ele recebeu o segundo Nobel, também de Física, em 1972, por sua participação no desenvolvimento da teoria da supercondutividade.

- Frederick Sanger: Química (1958, 1980) -

O britânico Frederick Sanger recebeu o Nobel de Química em 1958 por seus trabalhos sobre a estrutura das proteínas, em particular da insulina, o hormônio que regula os níveis de açúcar no sangue.

A invenção de um novo método de sequenciamento rendeu um segundo Nobel em 1980 (desta vez compartilhado com Paul Berg e Walter Gilbert). O "método Sanger", adotado em todo o planeta, possibilitou o sequenciamento do primeiro genoma humano, que começou em 1992 e foi concluído em 2001.

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Duas organizações receberam o Premio Nobel da Paz em várias ocasiões: o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), em 1917, 1944 e 1963, e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em 1954 e 1981.

Pesquisadores descobriram uma espécie de planta pré-histórica preservado em âmbar: Rhamnaceae, uma família conhecida como Buckthorn. A descoberta foi divulgada na revista arrende in Plant Science, nesta quarta-feira (31). A espécie surgiu 50 milhões de anos antes dos dinossauros.

Durante o estudo, e através de comparações, os pesquisadores puderam perceber que a família Buckthorn se espalha por toda a África, Austrália, América do Norte e do Sul, Ásia e Europa. “Acreditava-se anteriormente que a flor Phylica evoluiu cerca de 20 milhões de anos atrás, e a família Buckthorn 100 milhões de anos atrás, então essas novas datas significam que a família de plantas com flores é muito mais antiga do que os botânicos poderiam imaginar", afirmam os autores do artigo, em comunicado.

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Além disso, os cientistas explicaram que o carvão, também no âmbar, forneceu uma visão das condições em que esse grupo de plantas evoluiu. “Avaliamos as características relacionadas ao fogo no maior número possível de espécies vivas e as traçamos na árvore evolutiva usando uma técnica chamada atribuição de características ancestrais”.

As discussões sobre uma mudança do nome da varíola dos macacos, que alguns países e especialistas consideram humilhante, começaram com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou na semana passada que anúncios devem ser feitos o mais rápido possível sobre o tema.

O objetivo não é apenas mudar o nome do vírus, que já foi registrado em mais de 40 países, mas de suas diferentes cepas.

As cepas são nomeadas com base nas regiões ou países africanos onde estão localizadas pela primeira vez. Por exemplo, a cepa da África Ocidental ou a da Bacia do Congo (mais letal).

No início do mês, mais de 30 científicos, a maioria deles africanos, publicaram uma carta aberta na qual exigiam a mudança de nomenclatura para que "não seja discriminatória nem estigmatizante".

De acordo com estes cientistas, levando em consideração que desde maio uma nova versão do vírus circula pelo mundo, este deveria ser denominado apenas hMPXV (h por humano).

Após uma onda inicial em 10 países africanos, 84% dos novos casos foram detectados este ano na Europa e 12% no continente americano.

Quase 2.100 casos deste tipo de varíola foram detectados desde o início de 2022 no mundo.

Denominar a doença como varíola do macaco implica relacioná-la basicamente com países africanos, criticam alguns especialistas.

"Não é uma doença que realmente possa ser atribuída aos macacos", declarou à AFP o virologista Oyewale Tomori, da Universidade Redeemer na Nigéria.

A doença foi descoberta por cientistas dinamarqueses na década de 1950 em macacos enjaulados em um laboratório. Mas os humanos contraíram o vírus principalmente de roedores.

O continente africano tem sido historicamente associado a grandes pandemias.

"Vimos isso com o HIV na década de 1980 ou o vírus Ebola em 2013, e depois com a covid e as supostas 'variantes sul-africanas'", declarou à AFP o epidemiologista Oliver Restif.

"Este é um debate mais amplo e está relacionado com a estigmatização da África", completou.

O cientista critica inclusive as imagens que são utilizadas pela imprensa para ilustrar as notícias sobre a doença.

Muitas vezes são "fotografias antigas de pacientes africanos", quando na realidade os casos atuais "são muito menos graves", afirmou.

Um grupo de cientistas chilenos descobriu na Antártida cerca de 20 espécies desconhecidas de bactérias hiperresistentes aos antibióticos, que podem transferir sua capacidade de resistência a outros micro-organismos e com isso provocar um risco para a saúde global.

O professor assistente do departamento de Biologia da Universidade do Chile, Andrés Marcoleta, juntamente com a pesquisadora Macarena Varas e seu assistente, Alexis Gaete, fizeram duas expedições à península antártica e às Ilhas Shetland do Sul entre 2017 e 2019.

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Com pás, recipientes estéreis e um equipamento moderno para medir parâmetros ambientais, eles tentavam determinar quão resistentes os micro-organismos que habitavam ali eram em relação a bactérias de outros ambientes.

Após coletar centenas de bactérias endêmicas, eles descobriram que cerca de 20 eram totalmente desconhecidas e com características de "hiperresistência", explicou Marcoleta à AFP.

Para determinar seu incrível poder de resistência, os cientistas cultivaram 12 amostras e as expuseram a diferentes tipos de antibióticos usados para tratar doenças infecciosas e metais que têm propriedades bactericidas, como o cobre, o arsênico ou o cádmio.

"Praticamente nenhum antibiótico causou efeito nestas bactérias. Têm muitas propriedades de resistência. Talvez esta resistência sirva em seu ambiente natural para resistir a outros compostos tóxicos", disse Marcoleta.

"Muitas delas (bactérias) são multirresistentes a antibióticos clássicos ou têm produção de algum metabolito que estamos em processo de caracterização, que tem atividade antibiótica sobre algumas bactérias que têm interesse clínico", acrescentou a doutora Varas.

Os cientistas se preocuparam com esta nova descoberta, pois "cada vez detectamos com maior frequência infecções por bactérias que são muito resistentes às substâncias que hoje em dia estão disponíveis para tratar estas infecções", acrescentou Marcoleta.

As infecções por 'superbactérias' mataram 1,2 milhão de pessoas em 2019, segundo um estudo publicado em janeiro na prestigiosa revista médica britânica The Lancet.

Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde declarou uma crise sanitária mundial diante da resistência aos antimicrobianos e criou um grupo de trabalho para estudar tratamentos alternativos.

"Estas capacidades de resistência das bactérias antárticas poderiam ser adquiridas por bactérias patógenas (que causam doenças), uma situação que provocaria sérios problemas sanitários em nível global", indica o estudo a respeito desta pesquisa publicada na revista Science of the Total Environment.

- As Pseudomonas -

Marcoleta detalha que entre as bactérias encontradas que causaram especial interesse estão as Pseudomonas, predominantes no solo da Península Antártica e parentes de outras que vivem em áreas urbanas, responsáveis por doenças graves como a fibrose cística.

Mas, como estas bactérias poderiam prejudicar o ser humano?

"Felizmente, tudo indica que as ditas Pseudomonas antárticas não são patógenas, mas sim, poderiam atuar como fonte de genes de resistência e ser transferidas com relativa facilidade a Pseudomonas patogênicas", acrescenta o estudo.

Neste caso, adverte, "teríamos um problema sanitário porque haveria novos genes de resistência que estariam contribuindo para esta crise de resistência aos antimicrobianos".

Especialistas afirmam que saber detalhes sobre os genes destas bactérias presentes na Antártida também ajudariam no desenho de possíveis novos antibióticos.

- Bactérias e mudanças climáticas –

Os cientistas começaram um novo estudo no qual buscam determinar como estas bactérias poderiam ser transportadas da Antártida para o resto do mundo.

"A península antártica, onde continuaremos pesquisando, é uma das áreas mais afetadas pelo degelo provocado pelas mudanças climáticas", afirma Marcoleta.

Ano a ano e em um ritmo intenso, solos estão descongelando e deixando expostos reservatórios de genes de resistência.

Os pesquisadores pretendem determinar como esta situação impacta as bactérias e se sua informação genética poderia se disseminar por plantas ou animais que estejam ali.

Os dinossauros eram em sua maioria animais de sangue quente, como as aves e os mamíferos, diferentemente dos répteis, que têm sangue frio, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira (25) na revista científica Nature.

O estudo usou uma nova técnica de medição do metabolismo, ou seja, da capacidade de transformar oxigênio na energia necessária para a vida, informaram os cientistas, chefiados pela paleobióloga Jasmina Wiemann, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.

Os animais de sangue quente, como as aves e os seres humanos, têm um metabolismo elevado. Absorvem muito oxigênio, necessário para a produção das calorias que lhes permitem gerar calor e permanecer ativos.

Os animais de sangue frio, como os répteis, ao contrário, têm uma atividade mais moderada e a manutenção de sua temperatura corporal depende das condições externas. Não pegam sol por prazer, mas por necessidade.

O metabolismo dos dinossauros sempre foi um dilema, pois as aves, que são seus descendentes, têm sangre quente, mas seus 'primos' próximos, os crocodilos, têm sangue frio.

Em 2014, um estudo chegou a definir os dinossauros... Como animais de sangue quente. Mas as medições do metabolismo destes sauros sempre foram feitas por meios indiretos e pouco confiáveis.

A pesquisa publicada na Nature examina diretamente, ao contrário, o uso do oxigênio e em particular seus vestígios ósseos.

Tratam-se de "restos" que "registram a quantidade de oxigênio que um dinossauro respirava e, portanto, seu metabolismo", explicou Jasmina Wiemann em um comunicado.

- Extinção em massa -

Os pesquisadores aplicaram este método não destrutivo, baseado na espectroscopia infra-vermelha, em fêmures de 55 grupos de animais, incluindo dinossauros, para medir "os marcadores moleculares [dos restos] vinculados às taxas metabólicas", destacou Wiemann.

As observações demonstraram que nos dois grandes grupos de dinossauros, o dos ornitísquios tinha espécimes de sangue frio, como os tricerátops, com sua 'gola' protetora e seus chifres imponentes; ou o estegossauro, com sua espinha dorsal característica - herbívoros enormes e lentos.

O outro grupo de dinossauros, o dos saurísquios - os mais numerosos por sua quantidade de espécies e sobretudo por seus descendentes - era, ao contrário, de sangue quente.

Fazem parte deste grupo alguns herbívoros gigantes, como os saurópodes, e carnívoros popularíssimos, como o tiranossauro ou o velociraptor, que saltou para a fama no filme "Jurassic Park - Parque dos Dinossauros".

Dos saurísquios procedem todas as linhagens das aves, únicas descendentes dos dinossauros que sobreviveram à grande extinção das espécies ocorrida há 65 milhões de anos.

Em algum momento formulou-se a hipótese de que o sangue quente e o metabolismo teriam sido a chaves para que os pássaros tivessem conseguido superar esta catástrofe climática provocada pelo impacto de um grande asteroide.

Segundo o estudo, estes fatores não foram, no entanto, de nenhuma ajuda para os dinossauros.

"Estamos vivendo a sexta extinção de espécies e por isso é importante entender como os animais atuais e os extintos responderam às mudanças climáticas e às perturbações ambientais", escreveu a cientista.

Esta compreensão pode ser útil para enfrentar os próximos desafios da biodiversidade.

Uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (24) na revista “Environmental International”, feita por cientistas holandeses mostra evidências da presença de microplásticos na corrente sanguínea de seres humanos. 

Os cientistas coletaram sangue de 22 doadores anônimos. Foram encontradas partículas micro e nano plásticas (ainda menores) em 17 deles. A concentração das partículas atingiu uma média equivalente a uma colher de chá em mil litros de água. Algumas amostras chegaram a ter dois ou três tipos de plásticos. 

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“Nosso estudo é a primeira indicação de que temos partículas de polímero em nosso sangue. É um resultado inovador”, afirmou o professor Dick Vethaak, ecotoxicologista da Vrije Universiteit Amsterdam, ao jornal britânico “The Guardian”. 

“Agora provamos que nossa corrente sanguínea, nosso rio da vida, por assim dizer, tem plástico”, declarou Heather Leslie, da Vrije Universiteit. O próximo ponto para os pesquisadores é descobrir essas partículas se deslocarem da corrente sanguínea para os tecidos e órgãos. 

Os tipos mais frequentes de plásticos encontrados foram o PET (de garrafas plásticas), polietileno (usado em embalagens de alimento e sacolas de supermercado) e polímeros de estireno (isopor). Os pesquisadores também analisaram as amostras para identificar polipropileno (usado em embalagens e rótulos de produto), mas as concentrações eram muito baixas para uma medição precisa. 

Várias pesquisas anteriores já apontavam a presença de microplásticos no corpo humano ou próximas a ele. As partículas foram encontradas na placenta de uma mulher grávida, mamadeiras e na água potável em 2019, segundo um relatório feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Os  resíduos de microplásticos encontrados podem ser de vários tamanhos. Às vezes são tão pequenos que podem ser invisíveis a olho nu, mas já se tornaram um dos principais poluentes da água nos rios e oceanos. 

Por Camily Maciel

 

 

 

 

O governo do Paraná, Estado que concentra a maior comunidade de imigrantes da Ucrânia no Brasil, criou um programa de acolhida a cientistas ucranianas. O objetivo é abrir espaço para recrutar cientistas das universidades ucranianas e trazê-las para universidades sediadas no Paraná, por um período de até dois anos.

O governo paranaense estima o recebimento de até 50 pesquisadoras que possuam o título de doutoras e que estejam ou estiveram atuando no desenvolvimento de projetos de pesquisa. A ideia é viabilizar, complementarmente, uma extensão nas universidades do Paraná.

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O programa será tocado pela Fundação Araucária, ligada à Superintendência Geral da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. As candidatas interessadas, segundo o governo do Paraná, deverão encaminhar propostas em até duas laudas, em ucraniano, português ou inglês, contendo a sua intenção de projeto. Terão ainda que encaminhar um vídeo de até três minutos, explicando o que gostariam de desenvolver. O vídeo pode ser gravado com o próprio celular.

As pesquisadoras receberão uma bolsa de R$ 10.000,00 na categoria Professor - Visitante Especial (PVE). Há complemento no valor de R$ 1.000,00 para cada dependente abaixo de 18 anos e/ou ascendente acima de 60 anos tendo, como limite máximo, três complementos de R$ 1.000,00 a cada pesquisadora selecionada.

Além da bolsa, a Fundação Araucária vai oferecer à pessoa selecionada e seus dependentes, quando houver, as passagens aéreas de vinda ao Brasil e retorno à Ucrânia. O programa Paraná Fala Idiomas oferecerá, gratuitamente, cursos de Português como língua adicional.

Segundo o governo estadual, o Paraná concentra cerca de 80% da totalidade dos imigrantes ucranianos no Brasil. "Identificou-se como prioridade estruturar uma ação de acolhida àqueles que tanto contribuíram com o desenvolvimento do Estado", afirmou o governo do Estado.

A imigração ucraniana se concentra na região centro-sul do Paraná, onde o porcentual de imigrantes pode chegar a 75% da população residente em algumas cidades.

As informações sobre o Programa serão encaminhadas às cientistas ucranianas por meio da Fundação Araucária, além da Embaixada da Ucrânia no Brasil, Ministério de Relações Exteriores, Humanitas e universidades paranaenses, além da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Associação Brasileira de Educação Internacional (Faubai) e Cáritas. Há ainda um e-mail para mais informações: internacionalizacao@fundacaoaraucaria.org.br

A Lua tem mais uma cratera. Uma seção de um foguete que estava vagando há muitos anos pelo espaço se chocou contra a sua superfície nesta sexta-feira (4), segundo especialistas, mas como não foi possível fazer uma observação direta, será preciso paciência para verificá-lo através de imagens.

O impacto aconteceu às 12h25 GMT (09h25 em Brasília) na face oculta da Lua, segundo o astrônomo Bill Gray, o primeiro a identificar que a colisão se aproximava do satélite natural da Terra.

O objeto cilíndrico se deslocava a mais de 9.000 km/h e é provável que tenha causado uma cratera "de 10 a 20 metros de diâmetro", disse o especialista à AFP.

Sua trajetória tinha sido calculada através de observações realizadas por telescópios na Terra. "Tínhamos muitos dados sobre este objeto", disse Bill Gray.

A identificação do foguete em questão foi objeto de debate porque ninguém se ocupa oficialmente de registrar e monitorar os destroços de objetos no espaço profundo.

Gray, criador do software utilizado pelos programas de observação financiados pela Nasa, os monitora para que não sejam confundidos com asteroides e, assim, não se perca tempo estudando-os inutilmente.

Inicialmente, pensava-se que os destroços eram de um foguete da SpaceX. No entanto, por fim chegou-se à conclusão de que se tratava de uma nave chinesa, concretamente um estágio do foguete Longa Marcha, que decolou em 2014 para uma missão chamada Chang'e 5-T1, como parte do programa de exploração lunar do país asiático.

Pequim, por outro lado, negou essa informação e garantiu que a seção de seu foguete tinha "entrado sem perigo na atmosfera terrestre" e foi "incinerada por completo".

No entanto, segundo Gray, a China confundiu duas missões com nomes similares e, na realidade, estava falando de um foguete lançado bem depois.

Em qualquer caso, a cratera só poderá ser observada através da sonda LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter) da Nasa ou pela indiana Chandrayaan-2, ambas em órbita ao redor do satélite natural da Terra.

A agência espacial americana confirmou em janeiro que queria encontrar a cratera, mas advertiu que a operação poderia levar "semanas".

Segundo Gray, as duas sondas podem observar toda a região lunar uma vez por mês.

Não é incomum que as seções dos foguetes fiquem abandonadas no cosmos, mas esta é a primeira vez que se identifica uma colisão não intencional com a Lua.

No passado, partes de foguetes foram lançadas contra o astro com fins científicos.

Em 1973, um dos pais da etnobotânica e estudioso da Amazônia, o americano Richard Evans Schultes (1915-2001), coletou um exemplar de uma arvoreta, deu-lhe o nome de uma espécie que supunha tratar-se na época, e depositou a planta no herbário do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Quase meio século depois, um estudo permitiu ao ecólogo Layon Oreste Demarchi e aos biólogos Maria Teresa Piedade (Inpa) e Lucas Marinho (Universidade Federal do Maranhão), identificarem aquela árvore como uma nova espécie nativa da floresta.

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A descoberta se confirmou após coletas de flores e frutos, de julho de 2017 a março de 2020, e comparações com outras amostras depositadas em vários herbários do Brasil e do exterior.

Com o resultado, eles corrigiram a classificação anterior, feita por outros cientistas, e a nova espécie ganhou o nome de Tovomita cornuta. O resultado está publicado na revista Acta Botanica Brasílica.

Pesquisadora da biodiversidade da Amazônia há mais de 40 anos, Maria Teresa Piedade alerta para a importância da descoberta em meio aos impactos humanos na região. "Somos gestores da maior biodiversidade do planeta, mas ainda estamos longe de conhecê-la em sua totalidade. A perda de hábitats por ações humanas como incêndios, garimpo e outros vetores, se opõe aos trabalhos de busca e uso da floresta em pé", destaca.

Campinaranas

A espécie foi vista em Manaus e nas cidades vizinhas de Presidente Figueiredo e São Sebastião do Uatumã. "Encontramos poucas coletas, o que nos leva a pensar que a espécie é naturalmente rara", diz Demarchi. Ele liderou a pesquisa no doutorado sobre as campinaranas (florestas de areias brancas).

Essas áreas, descreve, são ecossistemas com solos arenosos e pobres em nutrientes, com presença contínua na bacia do Rio Negro e no sul de Roraima.

No resto da Amazônia, aparecem fragmentadas, como ilhas de vegetação fragmentada. É o local exclusivo de ocorrência da árvore, que cresce entre 3 e 8 metros de altura, em vegetação densa. Ela não sobrevive em áreas abertas com luz solar direta.

Cientistas chineses anunciaram o desenvolvimento de um novo tipo de teste de coronavírus tão preciso quanto o PCR e que, garantem, apresenta os resultados em quatro minutos.

Os testes de PCR são considerados mais precisos e sensíveis para detectar o coronavírus, mas os resultados podem demorar algumas horas. Outros teste mais rápidos são menos confiáveis.

Cientistas da Universidade Fudan de Xangai afirmam que encontraram uma solução.

Em um artigo revisado por especialistas e publicado na segunda-feira na Nature Biomedical Engineering, a equipe da universidade afirma que seu sensor, que usa microeletrônica, analisa o material genético da mostra sem a necessidade de passar pelo laboratório.

Durante os testes, a equipe obteve mostras de 33 pessoas infectadas pelo coronavírus em Xangai e que também foram submetidas a exames de PCR. Os resultados apresentaram uma coincidência "perfeita" entre as duas metodologias.

O estudo testou um novo método em um total de 54 pessoas, incluindo pacientes com febre mas sem coronavírus e voluntários da área de saúde. Nenhum deles apresentou falso positivo, segundo a equipe de cientistas.

Os cientistas afirmam que uma vez desenvolvido, este tipo de teste poderá ser usado em diversas situações, como aeroportos, instalações de saúde ou "inclusive dentro de casa".

Príncipe William alfinetou empresários que focam em turismo espacial ao invés de consertar a Terra. A declaração do neto da Rainha Elizabeth II vem após o ator William Shatner, o capitão Kirk de Jornada nas Estrelas, viajar ao espaço em uma aeronave da Blue Origin, empresa do bilionário Jeff Bezos.

Segundo o jornal BBC News, o marido de Kate Middleton comentou sobre o assunto em entrevista ao Newscast, programa da emissora, feita antes do Prêmio Earthshot, criado por ele para recompensar os que tentam salvar o planeta.

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"Precisamos de alguns dos maiores cérebros e mentes do mundo concentrados em tentar consertar este planeta, não em tentar encontrar o próximo lugar para ir e viver. Acho que, no final das contas, foi isso que me convenceu desta ideia - isso é realmente crucial para focar neste [planeta] em vez de desistir e ir para o espaço para tentar pensar em soluções para o futuro", disse.

O príncipe William ainda revelou que não tinha absolutamente nenhum interesse em viajar ao espaço, dizendo que há uma questão fundamental sobre o custo do carbono deste voos. Ele alertou que existe um aumento da ansiedade climática entre os jovens, e que o futuro está basicamente ameaçado o tempo todo: "É muito perturbador e cria ansiedade".

Ele também disse que os adultos deveriam se lembrar de quando eram crianças: "Lembrar o quanto significava estar ao ar livre e do que estamos roubando essas gerações futuras".

Por fim, William comentou sobre como o pai, príncipe Charles, lida com o tema das mudanças climáticas: "Tem sido uma estrada difícil para ele. Ele falou muito mais sobre as mudanças climáticas, muito cedo, antes que alguém pensasse que era um assunto. Seria um desastre absoluto se George [o príncipe, filho de William] estivesse sentado aqui falando sobre salvar o planeta daqui a 30 anos".

Um estudo realizado pela instituição de ensino Dartmouth College, localizada em New Hampshire (EUA), revela que a sinfonia composta pelo austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) “Sonata Para Dois Pianos em Ré Maior, K. 448” traz efeitos neurais positivos e consegue acalmar o cérebro de pessoas que sofrem com  epilepsia.

A descoberta aconteceu a partir da seguinte experiência: 16 participantes com epilepsia refratária foram selecionados e passaram a usar uma espécie de implante cerebral, para monitorar as atividades neurais. Ao tocar a música por 30 segundos, os impulsos elétricos associados à epilepsia tiveram redução considerável.

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Em outra tentativa, os cientistas envolvidos na pesquisa tentaram utilizar as músicas favoritas dos pacientes, mas o efeito de redução não foi registrado. E assim, pôde-se averiguar que a sinfonia de Mozart é composta por temas melódicos contrastantes, e as atividades neurais reagem durante as transições de notas mais opostas entre si.

Em mais uma tentativa, os idealizadores da pesquisa utilizaram outra peça musical, pertencente a outro compositor, que possui melodias sutis sem altos contrastes, e assim, foi observado que os efeitos neurais também não reagiram. Desta forma, os pesquisadores disseram que agora pode ser possível desenvolver novos tratamentos não invasivos para a epilepsia.

 

Os cientistas cartografaram pela primeira vez um vento galáctico, o reservatório de gás de uma galáxia, e assim observaram parte de sua matéria "perdida", de acordo com um estudo divulgado na quinta-feira (16).

"As galáxias raramente são ilhas passivas de estrelas", mas sim estruturas dinâmicas, cuja formação e evolução são difíceis de estudar, afirma o astrofísico Nicolas Bouché, entrevistado pela AFP.

Uma compreensão que se torna ainda mais difícil porque, segundo a teoria, as galáxias são constituídas sobretudo por uma misteriosa matéria escura, de natureza desconhecida e, portanto, invisível, e por apenas cerca de 16% de matéria bariônica, a dos átomos e moléculas do Universo visível.

Como se isso não bastasse, a observação de galáxias revela apenas 20% dessa matéria bariônica. O resto - a matéria "perdida" - seria enviada de volta ao espaço pelo vento galáctico, uma nebulosa de gás e poeira causada pela explosão de estrelas dentro da galáxia.

Uma equipe internacional liderada por pesquisadores do Centro de Pesquisa Astrofísica de Lyon (Cral) mapeou essa nebulosa de matéria perdida usando o espectrógrafo Muse, acoplado ao Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu Austral instalado no deserto chileno de Atacama.

Reservatório de matéria

"É como se víssemos um iceberg pela primeira vez", comenta Nicolas Bouché, pesquisador do Cral e co-signatário do estudo publicado na prestigiosa revista britânica MNRAS, com seu autor principal, Johannes Zabl, do departamento de astronomia da Universidade Canadense de Saint Nary.

Os pesquisadores já haviam observado nebulosas de galáxias, mas muito mais difusas. Desta vez, a observação de Gal1, uma galáxia bastante jovem com cerca de um bilhão de anos, revelou "uma nuvem de gás produzida por esses ventos galácticos, que escapa dos dois lados do disco da galáxia, por dois cones assimétricos".

Gigantesca em tamanho, esta nuvem persistente se estende por mais de 80.000 anos-luz do centro de Gal1. Para efeito de comparação, o diâmetro da nossa Via Láctea é de cerca de 100.000 anos-luz.

Apesar de seu tamanho, essa nebulosa de gás representa apenas "cerca de 10 a 20% da massa da galáxia" observada, segundo Bouché. Ela atua como um reservatório de matéria, do qual a galáxia retira para alimentar sua formação de estrelas.

Parte da nuvem cairia de volta no disco galáctico para formar essas estrelas, algumas das quais, eventualmente explodindo, reenviariam matéria de volta à nebulosa e assim por diante.

"Mapa"

Os cientistas conseguiram estabelecer um "mapa" dessa nebulosa, fornecendo informações sobre seu volume e massa, graças a uma feliz combinação de circunstâncias e ao notável instrumento Muse.

O espectrógrafo de campo amplo fornece uma imagem tridimensional, na qual às duas dimensões da ótica se soma a da análise da luz, o que permite detectar a presença de elementos primordiais.

Nesse caso, um quasar - objeto particularmente brilhante do Universo - serviu, por sua proximidade com a galáxia Gal1, de "farol", traindo a presença de magnésio.

"Detectamos então esse mesmo elemento na galáxia e, portanto, a presença do gás associado a ele", diz Bouché.

A observação dos dois cones de gás foi possível, aliás, apenas porque a galáxia se apresentava quase de perfil para a observação.

Os astrônomos já conheciam este tipo de nebulosa no universo perto de nós, e portanto recente, observa um comunicado de imprensa do CNRS. Mas só se supunha sua existência para galáxias jovens, ainda em formação, como a Gal1, apreendida quando o Universo, mais distante, tinha sete bilhões de anos, ou seja, cerca da metade de sua idade atual.

Os pesquisadores vão agora observar várias galáxias, para "entender por que Gal1 tem nuvem e outras não, e quais as condições que favorecem sua presença", segundo Bouché.

Detectar o vírus da Covid-19 na transpiração dos humanos é um procedimento menos complexo que está sendo desenvolvido por cientistas tailandeses, que organizaram um teste em escala real esta semana em Bangcoc.

Nos corredores de um mercado popular da capital tailandesa, um homem e uma mulher com trajes de proteção solicitam a um vendedor que se coloque um cotonete sob uma axila.

Quinze minutos depois, a haste é introduzida em um tubo de vidro, esterilizado com raios ultravioleta. A amostra retirada é analisada. Trinta segundos depois, eles determinam o resultado: negativo.

O método é "95% confiável", um resultado comparável ao do PCR nasal, de acordo com os primeiros testes realizados com uma mostra aleatória de 2.000 pessoas, afirmou à AFP o cientista Chadin Kulsing, da Universidade Chulalongkorn de Bangcoc, que coordena as unidades móveis de detecção.

Sua equipe já havia organizado um experimento com cães farejadores da transpiração humana para detectar casos assintomáticos de covid-19. O novo projeto em desenvolvimento é complementar.

"As pessoas infectadas por covid-19 secretam substâncias químicas distintas", destaca o cientista.

"Esta descoberta nos permitiu desenvolver um dispositivo para detectar odores específicos produzidos - pelos infectados por coronavírus", completa.

A Tailândia não é o primeiro país a utilizar o suor para detectar a covid-19. O Reino Unido e os Estados Unidos, em particular, iniciaram experimentos similares.

Mas o reino asiático, e em particular a capital Bangcoc, enfrenta uma onda epidêmica sem precedentes desde a primavera (hemisfério norte, outono no Brasil) passada.

Chadin Kulsing espera que seu método de detecção, ainda em fase experimental, possa ser utilizado em breve como alternativa ao PCR, que exige um processamento em laboratório e, em consequência, é muito mais caro.

"Também é muito mais prático", destaca um vendedor do mercado. "Não preciso ir a um laboratório e posso continuar trabalhando enquanto espero o resultado", explica.

A Tailândia registrou quase 1,5 milhão de casos e quase 14.000 mortes por covid, a maioria nos últimos meses.

A campanha de vacinação avança, mas começou tarde. Apenas 11 dos 70 milhões de tailandeses receberam as duas doses da vacina até o momento.

Pesquisadores do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desenvolveram um nariz eletrônico capaz de detectar amostras de drogas ilícitas por meio do odor. O objeto pode auxiliar as ciências forenses fornecendo respostas rápidas com resultados em tempo real. 

A ideia dos pesquisadores é que o dispositivo possa ser usado em aeroportos e fronteiras e que tenha flexibilidade para ser acoplado a outros equipamentos, como, por exemplo, um drone.

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“Nós construímos um protótipo composto de uma matriz de sensores baseados em semicondutores de óxido metálico e utilizamos métodos de reconhecimento de padrões para criação de bibliotecas do perfil volátil das amostras analisadas. Além disso, implementamos uma arquitetura baseada na internet das coisas (IoT), possibilitando que durante a utilização do dispositivo, os resultados possam ser integrados e visualizados remotamente em tempo real”, explica o cientista Lucas Sampaio.

Ele ressalta que este trabalho é uma alternativa ao uso de cães farejadores já que os animais possuem fatores subjetivos que podem influenciar na detecção precisa das substâncias ilícitas. 

“Existe uma variedade de condições e distúrbios que afetam o olfato desses animais, tais como idade, trauma, medicação e fatores ambientais. O trabalho também traz contribuições para o desenvolvimento social, visto que o tráfico de drogas está relacionado ao crime, ao vício e a problemas de saúde. E é importante pontuar que o sistema é uma abordagem sem reagente que não destrói a amostra, permitindo assim uma reanálise que muitas vezes é necessária nas ciências forenses”, esclarece.

O estudo analisou amostras de maconha apreendidas pela Polícia Federal em Pernambuco. Foram utilizados cigarros e um pseudonarcótico da maconha para fazer a diferenciação, uma vez que o pseudonarcótico tem odor similar ao da maconha e é utilizado no treinamento dos cães farejadores.

Os pesquisadores também conseguiram detectar 100% das amostras de maconha analisadas e diferenciá-las de outras substâncias com odor semelhante como cigarro e o pseudonarcótico da maconha – composto por partes da molécula da maconha e celulose. Essa taxa foi obtida utilizando o algoritmo de projeções sucessivas em conjunto com a análise discriminante linear.

Atualmente, o grupo está trabalhando no aperfeiçoamento do sistema, na criação de novas bibliotecas para outras classes de drogas, e no acoplamento do sistema e-nose a um drone por meio de um sistema automático de amostragem de ar.

O planeta pode ter superado um ponto de inflexão para um aquecimento global irreversível, com consequências de efeito cascata, da Groenlândia até a Grande Barreira de Coral - advertiu o comandante da maior expedição científica já enviada ao Polo Norte.

"Apenas o estudo dos próximos anos nos permitirá saber se ainda podemos salvar a camada de gelo do Ártico, presente o ano todo graças a uma proteção do clima, ou se já atravessamos o ponto de não retorno", disse Markus Rex, oito meses após o retorno da missão internacional que passou um ano no Ártico.

Durante quase um ano, equipes internacionais coletaram dados exaustivos que devem fornecer informações valiosas sobre a mudança climática.

"O desaparecimento do gelo de verão do Ártico é uma das primeiras minas neste campo minado, um dos primeiros pontos de não retorno a que chegamos quando vamos longe demais no aquecimento" (global), completou o cientista em uma entrevista coletiva em Berlim, ao lado da ministra da Educação e Pesquisa, Anja Karliczek.

- "Início da explosão" -

De fato, "podemos nos perguntar se já não estamos caminhando sobre esta mina e ativamos o início da explosão", disse o climatologista e físico, cientista de referência para estudos sobre o Ártico.

Se este ponto irreversível for ultrapassado, isto pode gerar consequências "de efeito dominó" para o planeta, advertiu o cientista, e "agravar ainda mais o aquecimento com o desaparecimento da calota polar da Groenlândia, ou o degelo de zonas amplas do permafrost do Ártico".

As antigas geleiras também estão ameaçadas. "Hoje tampouco sabemos se podemos salvar a Grande Barreira de Coral" na Austrália, destacou.

No retorno do quebra-gelo "Polarstern" do instituto alemão Alfred-Wegener ao porto de origem de Bremerhaven, noroeste da Alemanha, em 12 de outubro, o comandante da missão batizada MOSAIC já havia alertado sobre a ameaça que existe para a camada de gelo, que desaparece a uma "velocidade dramática".

O retrocesso do gelo é considerado pelos cientistas o "epicentro do aquecimento global", segundo Rex.

Na ocasião, ele afirmou ter observado no verão "grandes áreas de água líquida quase até o polo, cercadas de gelo cheio de buracos, devido a um expressivo degelo".

Nesta terça-feira, ele disse que a camada de gelo recuou "mais rápido na primavera de 2020 do que desde o início das medições" e que a extensão do gelo durante o verão era a metade de décadas atrás.

- "Última geração" -

A especialista Stefanie Arndt lamentou que, "talvez sejamos a última geração a poder ver o Ártico com gelo no verão".

Esta camada de gelo, destacou, é um "espaço vital importante para os ursos polares".

Os especialistas conseguiram mais de 150 terabytes de dados e mais de mil amostras de gelo.

Durante os 389 dias, a missão de 140 milhões de euros (170 milhões de dólares), dirigida em conjunto por 20 países, estudou a atmosfera, o oceano, a camada de gelo e o ecossistema para reunir dados que permitam avaliar o impacto da mudança climática na região e no mundo.

Centenas de especialistas e cientistas permaneceram na embarcação. O "Polarstern" navegou 3.400 quilômetros no total.

Um animal, identificado como um Equidna, foi descoberto na Austrália e está intrigando cientistas por conta de um fato inusitado: o bicho possui um pênis com quatro pontas. 

À revista Scienc Alert, a bióloga da Universidade de Melbourne, na Austrália, Jane Fenelon, revelou que descobriram que internamente as pontas do pênis agem como se tivessem dois pênis unidos e podem usá-los independentemente. 

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Os especialistas tentam entender por qual motivo o animal usa duas pontas do pênis por vez durante o acasalamento. Eles suspeitam que seja uma forma de competição entre os machos e fêmeas da espécie. 

Os pesquisadores acreditam que, ao acasalar, a equidna pode ejacular 10 vezes sem uma pausa significativa, alternando as pontas do pênis. Jane pontua que com a ejaculação o bicho pode lançar até 100 pacotes de espermatozoides para fecundar um óvulo. 

O Currículo Lattes permitirá o registro dos períodos de licença-maternidade de pesquisadoras. A nova seção, que terá preenchimento opcional, entrará em funcionamento na próxima quinta-feira (15). Mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a plataforma Lattes é o sistema oficial do Brasil para cadastro de cientistas das diversas áreas do conhecimento.

A possibilidade de inclusão da licença é uma demanda de cientistas brasileiras, informou o CNPq ao divulgar a mudança. “Essa evolução tem o objetivo de atender demandas de representantes da comunidade científica e de instituições parceiras desse conselho, sobretudo do Movimento Parent in Science, coordenado pela pesquisadora Fernanda Staniscuaski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que havia protocolado a solicitação no CNPq”, diz nota do conselho. 

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O projeto Parent in Science, que luta por equidade para pesquisadores e pesquisadoras com filhos, considera que a chegada dos filhos pode causar impacto significativo na produção dos pesquisadores, especialmente das mulheres, com desaceleração na elaboração de artigos, afetar o currículo e gerar desvantagem em relação a colegas. Em 2019, o Parent in Science apresentou um pedido formal ao CNPq.

Com a possibilidade de sinalizar o período da licença nessa nova versão do Currículo Lattes, recrutadores, universidades e agências de fomento à pesquisa poderão compreender o por quê da queda em sua produção.

No Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, 50% do total de pesquisadores cadastrados são mulheres. Nos últimos 15 anos o percentual de mulheres aumentou 7 pontos percentuais. 

Desde 2005, o conselho mantém o programa Mulher e Ciência, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações  e outros órgãos. A meta do programa é promover a participação de meninas e mulheres na ciência, além de promover pesquisas sobre relações de gênero, mulheres e feminismo.

Pesquisadores do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) criaram quatro diferentes protótipos de filtros que, segundo eles, são capazes de inativar o vírus da Covid-19. De acordo com a instituição de ensino, os modelos já passaram por testes de certificação e mostraram eficácia de 99,9% em todos os modelos de filtragem criados.

Segundo a UFPB, essas peças são também eficazes contra as novas variantes do Sars-Cov-2 e podem ser utilizadas tanto em ambientes profissionais, como no uso doméstico. A Universidade irá patentear a criação por meio do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e do Tratado de Cooperação de Patentes (PCT), que regula as patentes internacionais. No entanto, a tecnologia já está disponível para transferência para empresas interessadas em comercializá-la, é o que informa Kelly Gomes, presidente da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova).

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Também coordenadora do projeto desenvolvido na UFPB, Kelly afirma ainda que a ideia é que os filtros sejam disponibilizados para a sociedade em preços mais acessíveis do que os presentes no mercado, já que a produção possui baixo custo. “Já estamos tratando com duas empresas da Paraíba para colocarmos a tecnologia à disposição da sociedade. Dependendo das negociações, dentro de um mês as máscaras já podem ser disponibilizadas no mercado”, informou a presidente.

As máscaras produzidas com a nova tecnologia devem ser disponibilizadas também para a comunidade acadêmica da Universidade e para o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), de acordo com a pesquisadora, e há interesse no desenvolvimento da tecnologia em nível industrial, para aplicação em materiais filtrantes de equipamentos já existentes no mercado, como purificadores de ar em hospitais, mas ainda não é possível confirmar prazos.

Os novos filtros foram analisados no Laboratório de Virologia do Instituto de Biologia da Universidade de Campinas (Unicamp), credenciado para realizar esse tipo de teste, para comprovar a eficácia dos materiais que foram expostos em ambiente altamente contaminado pelo coronavírus. Segundo a coordenadora, por uma questão de biossegurança, a análise não utilizou especificamente o vírus da Covid-19, mas um da mesma família do coronavírus, com capacidade de validar o teste.

Expostos ao vírus durante duas horas, um tempo muito superior a um ensaio que testa a segurança de uma máscara de proteção do tipo N95 (realizado em menos de um minuto), dois dos quatro filtros apresentaram 99,9% de eficácia e para os outros dois o resultado foi de 99,99% de segurança na inativação do vírus.

A UFPB esclarece que o estudo para criação de filtros anticovid-19 tinha foco no ambiente hospitalar, em atendimento a uma demanda de profissionais de odontologia, mas os pesquisadores envolvidos verificaram que era possível estender a aplicação dos produtos criados para o combate ao vírus da Covid-19 em ambiente doméstico, por exemplo. O projeto de criação dos protótipos, desenvolvido desde o ano passado por uma equipe multidisciplinar formada por professores da UFPB, contou com o financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ), com uma verba no valor de aproximadamente R$ 146 mil.

Astrônomos trouxeram dados do telescópio espacial da Nasa, que mostram evidências da explosão de uma estrela localizada no centro da galáxia que o sistema solar faz parte. De acordo com a observação, foi possível afirmar que o fenômeno foi ocasionado por uma anã branca, um corpo celeste com massa comparável à do Sol, mas de tamanho semelhante a da Terra.

A explosão aconteceu próximo a um buraco negro supermassivo, chamado Sagitário A*, que se encontra no centro da Via Láctea. Os cientistas observaram essa região por 35 dias e encontraram um padrão fora do normal quando o telescópio emitiu imagens em raio-x. As imagens deste evento se assemelham a estudos em computadores que simulam uma reação nuclear de uma anã branca. Assim, a pesquisa pode ser confirmada e publicada na revista científica The Astrophysical Journal.

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Embora o evento seja relativamente comum por conta das dimensões do espaço, esse tipo de supernova ainda não havia sido detectado dentro da Via Láctea. A descoberta pode ser mais uma ferramenta no auxílio do estudo de como os corpos celestes reagem no espaço. Em outras ocasiões, cientistas afirmaram que a reação de uma explosão deste tipo é responsável por emitir diferentes elementos, como ferro, níquel e cromo.

Mesmo sendo considerada uma explosão, ela foi avaliada como um evento de dimensões menores que as usuais, por conta da quantidade de hidrogênio e hélio que a anã branca fundiu. Sendo assim, a reação termonuclear que aconteceu no núcleo dela trouxe um processo mais lento na emissão de elementos que contribuem na construção de outros corpos celestes.

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