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Cientistas do Instituto de Tecnologia de Israel (Technion) criaram em laboratório uma estrutura com elementos semelhantes aos de um buraco negro, em uma escala menor. A partir desse experimento, foi comprovado pelo físico e coautor do estudo, Jeff Steinhauer, que os buracos negros emitem uma espécie de radiação. Este fenômeno foi nomeado Radiação Hawking, em 1974, na teoria do físico inglês Stephen Hawking (1942-2018).

Até então, não havia um experimento que comprovasse a teoria sobre a radiação. Segundo Steinhauer, em tese, tudo que entra em um buraco negro, não consegue sair, seja a matéria ou até mesmo a luz. Uma determinada região, onde não há volta por conta da sucção do buraco negro, é denominada horizonte de eventos. E por conta deste fenômeno, no espaço vazio, a radiação surge.

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A mecânica quântica permite que o buraco negro faça uma divisão entre as partículas virtuais ao redor, e acaba por absorver parte dessa partícula. Por conta da gravidade, uma das partículas é absorvida e a outra escapa. Essa partícula que foge do horizonte de eventos é a famosa Radiação Hawking. Em teoria, ao longo de bilhões de anos, o buraco negro poderia evaporar completamente por conta dessa radiação.

Hawking foi um dos maiores cientistas do mundo, e ficou conhecido por escrever teorias e dissertar sobre fenômenos físicos da natureza e a origem do universo. Ele sofreu por muitos anos por conta de uma doença degenerativa, a esclerose lateral amiotrófica.

Em certo ponto, a doença fez com que o físico conseguisse mexer apenas os dedos e os olhos, sendo obrigado a ficar em uma cadeira de rodas, com um sintetizador eletrônico para falar. Apesar de todas as dificuldades, Hawking uma vez disse: "Não importa quanto a vida possa ser ruim, sempre existe algo que você pode fazer e triunfar. Enquanto há vida, há esperança".

Assim como lideranças religiosas já haviam se unido para protocolar um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), médicos e cientistas também formalizaram a solicitação junto à Câmara dos Deputados. A classe listou uma série de declarações do chefe do Executivo ao longo da pandemia e compreende que ele cometeu crimes de responsabilidade no enfrentamento da Covid-19.

Para o grupo que compôs a linha de frente do combate ao vírus, Bolsonaro "usou seus poderes legais e sua força política para desacreditar medidas sanitárias de eficácia comprovada e desorientar a população cuja saúde deveria proteger".

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Para fortalecer o pedido de retirada do presidente, frases proferidas entre março de 2020 e dia 20 de janeiro de 2021 - dentre elas "não sou coveiro" - foram anexadas ao documento. O requerimento também utiliza alegações do mandatário que desestimulavam as medidas de isolamento social.

"o Sr. Jair Messias Bolsonaro insistiu em arrastar a credibilidade da Presidência da República (e, consequentemente, do Brasil) a um precipício negacionista que implicou (e vem implicando) perda de vidas e prejuízos incomensuráveis, da saúde à economia", aponta parte do documento.

A decisão sobre o início do debate referente ao impeachment depende do aliado do presidente, o novo presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL). Vale lembrar que Bolsonaro acumula mais de 60 solicitações para perder o cargo e tornou-se o presidente com recorde de pedidos de impeachment.

Para conter o avanço do aquecimento global, o fundador da Microsoft e bilionário, Bill Gates, está financiando um estudo que pretende usar a poeira atóxica de carbonato de cálcio (CaCO3) na atmosfera, na tentativa de parte da luz solar ser refletida para o espaço.

Segundo a Forbes, o Experimento de Perturbação Controlada Estratosférica (SCoPX, na sigla em inglês), que quer está sendo realizado pela Universidade de Harvard, terá o seu primeiro teste realizado no mês de junho, no céu da Suécia, com o auxílio de um balão carregado com equipamentos científicos.

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Neste primeiro momento, apenas a capacidade de comunicação e operação será testada - sem a liberação da poeira. Se funcionar, os pesquisadores apontam que o procedimento poderia reduzir a temperatura global em 1,5°C, que custaria de 1 a 10 bilhões de dólares por ano. 

Cientistas brasileiros e norte-americanos descobriram, em uma expedição marítima feita no arquipélago pernambucano de Fernando de Noronha, quatro novas espécies de peixes que vivem exclusivamente no litoral brasileiro.

Segundo os pesquisadores, a expedição encontrou também outras 15 espécies na região pela primeira vez. O estudo e os resultados da expedição foram publicados na última edição da revista científica Neotropical Ichthyology.

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Uma das quatro espécies descobertas é o peixe-pedra (Scorpaena sp.), espécie venenosa que fica camuflada em recifes, de forma a se esconder de seus predadores. Uma outra espécie descoberta é o chamado peixe-lagarto (Synodus sp.), que também se camufla, mas nesse caso como estratégia para não ser percebido por peixes de menores porte e fazer deles seu alimento.

A expedição descobriu também uma espécie chamada peixe-afrodite (Tosanoides sp.). Este é o segundo do gênero descoberto no Oceano Atlântico. De acordo com os pesquisadores, o primeiro foi encontrado no Arquipélago de São Pedro e São Paulo em 2018.

A quarta nova espécie descoberta foi o peixe gobídeo (Psilotris sp.), um gênero classificado como “raro”. Eles são de pequeno porte e tem como fonte de alimentação microrganismos, zooplanctons e microinvertebrados.

A pesquisa, liderada pela Associação Ambiental Voz da Natureza, foi dividida em duas etapas. A primeira, com duração de 17 dias, consistiu na exploração em águas profundas. A segunda durou mais de um ano, e foi dedicada à taxonomia das espécies, comparando características morfológicas com centenas de outros peixes para comprovar se tratar de animais inéditos para a ciência.

A revista científica Plos Biology divulga, anualmente, banco de dados atualizado de cientistas com rankings sobre resultados do trabalho de pesquisadores influentes: um apresenta o impacto do pesquisador ao longo de sua carreira, enquanto outro traz o mesmo dado aplicado a um único ano (2019 é o mais recente). Na última edição, houve uma surpresa positiva para o Estado: 20 professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estão presentes nas listas divulgadas em outubro. 

Dez docentes estão na relação dos dos 2% mais influentes do mundo ao longo da carreira (em ordem alfabética e incluindo professores aposentados): Adiel Teixeira de Almeida (Departamento de Engenharia de Produção), Anderson Gomes (Departamento de Física), Cid Bartolomeu de Araújo (Departamento de Física), Dmitrii Vassilievitch Petrov (atuou como professor visitante nos Departamentos de Física e Química Fundamental), Francisco Carvalho (Departamento de Ciência da Computação), Gauss Cordeiro (Departamento de Estatística), Gilberto de Sá (Departamento de Química Fundamental), Marcelo Tabarelli (Departamento de Botânica), Sérgio Machado Rezende (Departamento de Física) e Ulysses Paulino Albuquerque (Departamento de Botânica).

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Nos 2% mais influentes em 2019, estão Adiel Teixeira de Almeida (Departamento de Engenharia de Produção), Adriano Lorena Inacio de Oliveira (Departamento de Ciência da Computação), Alcides Nóbrega Sial (Departamento de Geologia), Armando Juan Navarro Vázquez (Departamento de Química Fundamental), Cid Bartolomeu de Araújo (Departamento de Física), Dmitrii Vassilievitch Petrov (Departamento de Química Fundamental), Francisco Carvalho (Departamento de Ciência da Computação), Francisco Cribari Neto (Departamento de Estatística), Gauss Cordeiro (Departamento de Estatística), Marcelo Tabarelli (Departamento de Botânica), Monica Ferreira da Costa (Departamento de Oceanografia), Sérgio Machado Rezende (Departamento de Física), Sérgio Pacheco Neves (Departamento de Geologia) e Ulysses Paulino Albuquerque (Departamento de Botânica). 

A seleção dos pesquisadores escolhidos para compor as listas, segundo a Plos Biology, utilizou um banco de dados com mais de 100 mil cientistas de ponta que fornecem informações padronizadas sobre citações, índice h, índice hm ajustado de coautoria, citações de artigos em diferentes posições de autoria e um indicador composto. 

“Dados separados são mostrados para impacto ao longo da carreira e ano único. São fornecidas métricas com e sem autocitações e proporção de citações para artigos citados. Os cientistas são classificados em 22 campos científicos e 176 subcampos. Os percentis específicos de campo e subcampo também são fornecidos para todos os cientistas que publicaram pelo menos cinco artigos. Os dados ao longo da carreira são atualizados até o final de 2019”, explica o documento da revista.

Batizada de Chama da Esperança, será acesa amanhã (2), dia de Finados, uma pira no Crematório e Cemitério da Penitência, na zona portuária do Rio de Janeiro. A intenção simbólica é iluminar os cientistas que buscam uma vacina contra o novo coronavírus.

A pira será acesa pelo cardeal do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, que irá celebrar uma missa no local, às 7h30, e uma vela acesa na mesma chama será entregue a pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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Segundo a Arquidiocese do Rio de Janeiro, o fogo permanecerá aceso nos dois lugares até que uma vacina seja descoberta e reconhecida pela comunidade científica internacional. Dom Orani também vai inaugurar um jardim memorial na Penitência, com o plantio de uma muda de jequitibá-açu, em referência à importância da preservação ao meio ambiente. Depois, ele inaugura um monumento em homenagem às vítimas da covid-19 no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste.

Por causa da pandemia de coronavírus, as tradicionais missas realizadas nos cemitérios cariocas serão reduzidas este ano, e em algumas localidades, transferidas para as paróquias mais próximas. A Catedral de São Sebastião, no Centro, terá missas em quatro horários e manterá a cripta aberta para visitação ao longo do dia.

Às 10h haverá a soltura de 200 balões, na campanha A Vida Não Para, com mensagens enviadas por internautas. Algumas celebrações serão transmitidas pelas redes sociais da arquidiocese, para evitar as aglomerações.

Cientistas indianos desenvolveram um teste rápido, confiável e barato para detectar o coronavírus com uma tira de papel de teste, que, em breve, estará disponível na Índia.

Chama-se "Feluda", nome de um popular personagem de detetive criado pelo grande cineasta Satyajit Ray (1921-1992) e acrônimo científico de FNCAS9 Editor-Limited Uniform Detection Assay.

Este teste utiliza a técnica de "tesouras moleculares" CRISPR-Cas9, desenvolvida pela geneticista francesa Emmanuelle Charpentier e pela americana Jennifer Doudna, recém-agraciadas com o Prêmio Nobel de Química.

Esse kit, que funciona com amostras colhidas por "swabs" nasais, parece um teste de gravidez caseiro com a tira onde aparecem duas linhas coloridas se o resultado for positivo. O resultado sai em até uma hora.

"Este teste não requer nenhum equipamento sofisticado, ou mão de obra altamente qualificada", explica seu coinventor Souvik Maiti, do CSIR-Institute of Genomics and Integrative Biology (IGIB).

"Muitos lugares remotos na Índia não têm laboratórios sofisticados", explica ele.

Com mais de 7,5 milhões de casos, a Índia é o segundo país do mundo com mais infecções por coronavírus, atrás dos Estados Unidos. Os cientistas esperam que este teste ajude a detectar o vírus nas regiões mais pobres deste país de 1,3 bilhão de pessoas.

A Índia usa, atualmente, testes virológicos de RT-PCR, os testes de referência que precisam de material da laboratório avançado, assim como testes de antígenos. Estes últimos são muito mais rápidos, porque não precisam de análises laboratoriais, mas são menos precisos.

O primeiro tipo detecta o material genético do coronavírus, enquanto o segundo detecta as proteínas do vírus.

Assim como outros em desenvolvimento em outros países, o teste Feluda é considerado um grande avanço na Índia por ter a confiabilidade do teste de PCR com a acessibilidade dos testes de antígenos.

Já recebeu sinal verde das autoridades reguladoras indianas. O ministro da Saúde, Harsh Vardhan, garantiu na semana passada que poderá ser implantado no país pelo conglomerado Tata nas próximas semanas.

Seu preço não foi divulgado, mas, de acordo com a imprensa local, pode custar cerca de 500 rúpias (em torno de US$ 6,8). Um teste de PCR pode custar até 2.400 rúpias em um laboratório privado em Nova Délhi.

No momento, o protótipo requer o uso de um termociclador, ou uma máquina de PCR, mas os cientistas estão trabalhando em uma versão baseada em saliva, ou em "swabs" que possam ser usados em casa, disse o coinventor e cientista do IGIB Debojyoti Chakraborty.

Segundo um estudo realizado por pesquisadores da American University (AU), de Washington (EUA), e publicado na revista ACS Omega, o espinafre tem potencial para ser um catalisador rico em carbono renovável.

Um catalisador é responsável por utilizar as células de combustíveis e gerar energia no processo. Até então, a maioria das células necessitam de catalisadores à base de platina. Contudo, os testes com espinafre podem mudar esse cenário.

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O vegetal já é estudado há mais de 40 anos devido suas propriedades fotossintéticas e eletroquímicas, e também por se tratar de um material barato, de fácil cultivo, abundante e rico em ferro e nitrogênio.

Para exemplificar as capacidades do espinafre, os cientistas da AU colocaram várias folhas de espinafres em um liquidificador e transformaram as folhas em uma espécie de purê. Na sequência, o suco daquela substância passou por um processo de desidratação e se transformou em pó.

Foram adicionados cloretos de sódio e potássio, além de uma pequena quantidade de nitrogênio que, de acordo com os cientistas, apesar do vegetal ser rico em nitrogênio, uma quantidade é perdida no processo de preparação. Os demais ingredientes são necessários para aprimorar as reações químicas.

Por fim, a mistura foi colocada em uma temperatura de 900ºC para a produção de nanofolhas ricas em carbono. Como resultado do processo, os cientistas descobriram que a partir do espinafre é possível criar catalisadores mais eficientes do que os que funcionam à base de platina.

Segundo o professor de química da universidade ShouZhong Zou, o estudo aponta a possibilidade de catalisadores sustentáveis, que podem superar os que operam à base de platina no comércio geral.

Embora o experimento tenha sido um sucesso, ainda não existem garantias de que o método funcione em escala macro. Os cientistas desejam provar que a pesquisa pode ser eficiente em qualquer cenário e pretendem construir um catalisador que funciona à base de espinafre em conjunto a células de combustíveis reais.

As dores musculares, cansaço e bolhas nos pés figuram entre os sintomas que podem indicar que uma pessoa está infectada com a COVID-19. Os sinais podem se manifestar de formas diferentes conforme a idade e características de cada paciente.

Esta foi a conclusão obtida por um grupo de pesquisadores britânicos, que entregou o resultado de seu estudo ao Grupo Consultivo Científico para Emergências (SAGE, na sigla em inglês), que, por sua vez, os transmitiu às autoridades do país, informa o tabloide Daily Mail.

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Entre as conclusões transmitidas, os pesquisadores afirmam também que até uma terça parte das pessoas com COVID-19 não mostra sintomas, ainda que possam ter a mesma probabilidade de transmitir o vírus a outras pessoas.

Um documento preparado pelo Grupo Consultivo de Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes (NERVTAG, na sigla em inglês), apresentando em 17 de setembro, salientou sintomas como a perda de olfato e paladar, febre, dor no peito, dor muscular, voz rouca, diarreia, delírio e bolhas nos pés.

Além disso, o grupo também referiu as erupções cutâneas no rosto e pescoço como indicadores altamente específicos da COVID-19 nos sete dias anteriores a um resultado positivo do teste.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores se basearam em dados do aplicativo Covid Symptom Study (uma base de dados de milhões de usuários que relataram sinais da doença e os resultados de seus testes), assim como no estudo The First Few Hundred sobre os primeiros pacientes com a doença na China.

Contudo, com o intuito de evitar um grande aumento do número de testes e uma possível sobrecarga para os hospitais do país, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido não incluirá estes novos sintomas em sua lista oficial.

Da Sputnik Brasil

Dois cientistas das Universidades de Oxford (Reino Unido) e Harvard (Estados Unidos), autores de um estudo que analisou guias alimentares de dezenas de países, acusam a Associação Brasileira de Indústria de Alimentos (Abia) de desonestidade por usar os resultados de sua pesquisa de forma distorcida para criticar o guia brasileiro.

As diretrizes alimentares brasileiras viraram alvo de polêmica na semana passada quando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) finalizou uma nota técnica pedindo ao Ministério da Saúde que remova do guia alimentar do País trechos com críticas aos alimentos industrializados. Na nota, divulgada pela imprensa, o Mapa classifica o guia alimentar brasileiro como um dos piores do planeta sem citar fontes nem evidências científicas.

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A Abia endossou parte das críticas do Mapa ao documento e usou como uma das evidências da suposta falta de qualidade das diretrizes brasileiras um estudo internacional publicado neste ano no periódico científico British Medical Journal (BMJ), um dos mais importantes do mundo, que avaliou as implicações da adoção de guias alimentares nacionais na saúde e no meio ambiente. O trabalho foi realizado por especialistas dos EUA, Reino Unido e Austrália, entre eles Marco Springmann, autor principal e pesquisador de Oxford, e Anna Herforth, pesquisadora sênior associada de Harvard.

A pesquisa foi citada em posicionamento da Abia favorável à revisão do guia. Na declaração, a associação da indústria afirma que o estudo "analisou guias de 97 países e posicionou as recomendações do guia brasileiro no ranking 86, à frente, portanto, de apenas 11 países".

Ao saber que a pesquisa está sendo usada para criticar o guia brasileiro, Anna e Springmann publicaram nota de esclarecimento em que afirmam que a Abia faz uma interpretação "grosseira" da publicação científica de autoria deles. Os pesquisadores disseram que o estudo não traz ranking de guias alimentares, mas, sim, avalia o alinhamento dos guias com aspectos de saúde e meio ambiente.

Em entrevista por e-mail ao Estadão, os pesquisadores afirmaram não ter entendido de onde a Abia tirou a informação de que o Brasil está na 86ª posição de um suposto ranking trazido no estudo. "O artigo da indústria cita uma classificação que não existe. Tentamos replicar essa classificação, mas não conseguimos chegar perto dos resultados a que se referiam", disse Springmann.

A pesquisadora de Harvard afirmou ter ficado "consternada" ao descobrir o que chamou de "uso desonesto" do artigo pela indústria. "Nós estudamos as diretrizes alimentares porque são documentos políticos importantes que ajudam a colocar em prática o consenso científico sobre dietas saudáveis. Esses documentos devem ser baseados na ciência, não em lobbies da indústria", afirmou.

"Fiquei chocado de terem tentado usar um estudo como o nosso, que pede diretrizes dietéticas mais ambiciosas para argumentar exatamente o contrário. Esse foi claramente um caso de deturpação e referência indevida", disse Springmann.

Os cientistas explicaram que a pesquisa considerou na análise dos guias se eles tinham recomendações quantitativas para o consumo de alimentos, ou seja, se traziam números de porções indicadas de cada produto. Como o guia brasileiro tem diretrizes mais qualitativas, ele aparece no estudo com pontuação incerta nesse quesito. "Pontuação incerta não significa que a orientação é ruim ou precisa de reforma. Significa que a orientação não é quantificada", disseram os pesquisadores. A Abia afirmou que os resultados do estudo permitem a interpretação de que o guia brasileiro tem recomendações genéricas.

Anna ressaltou que o estudo defende que o consumo de alimentos ultraprocessados está associado a maior risco de doenças crônicas - justamente o que a Abia pede que seja retirado do guia brasileiro. Ela destacou que a classificação adotada no documento brasileiro (que separa os alimentos em grupos de acordo com seu nível de processamento) "funciona bem" para comunicar ao público como adotar dietas mais saudáveis, ricas em vegetais, frutas, grãos e leguminosas e com baixo teor de açúcar, sal e gorduras não saudáveis.

Comparação genérica

Procurada, a Associação Brasileira de Indústria de Alimentos (Abia) argumentou que "os números apresentados na conclusão do estudo permitem a comparação das notas atribuídas aos guias analisados" e que o guia brasileiro pode ser considerado "de alta incerteza ou generalidade".

A Abia diz que é precisamente "a recomendação genérica de não consumir produtos 'ultraprocessados' em caráter absoluto" (sem citar quantidades ou densidade de nutrientes) o objeto da crítica dirigida por esta entidade ao documento e que baseia a argumentação de que o guia deve ser revisado".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estudos de cientistas do Rio de Janeiro e Minas Gerais indicam que um soro produzido com plasma de cavalo tem, em alguns casos, 100 vezes mais potência de anticorpos neutralizantes contra a Covid-19. As pesquisas iniciaram em maio e terão os resultados apresentados nesta quinta-feira (13), em um simpósio da Academia Nacional de Medicina (ANM).

O coordenador do estudo produzido no Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio (UFRJ), Jerson Lima Silva, conta que, a princípio, a proteína S recombinante da Covid-19 foi inoculada em cinco cavalos do Instituto Vital Brazil (IVB), durante três semanas. Após 70 dias, os plasmas das cobaias desenvolveram anticorpos neutralizantes de 20 a 100 vezes mais potente do que os plasmas de pessoas que já contraíram a infecção.

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"Os animais nos deram uma resposta impressionante de produção de anticorpos. Inoculamos em cinco e agora estamos expandindo para mais cavalos [...] O quinto (animal), assim como acontece nos humanos, teve uma resposta mais demorada, mas também respondeu produzindo anticorpos", descreveu Lima ao Gaúcha ZN.

Após aprovações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), os cientistas vão iniciar os testes clínicos e acreditam que o soro possa ser usado para imunoterapia ou para imunização passiva, com a vacina como complemento. Pacientes com o vírus mais leve devem ser os primeiros testados. "A gente está bem otimista. Mas essa é uma etapa que tem de ser feita", concluiu o coordenador.

Quando o governo russo programou uma vacinação em massa contra o coronavírus para outubro, os cientistas brasileiros mostraram mais desconfiança e cautela do que otimismo com a perspectiva de cura da doença. As dúvidas aumentaram ontem, quando o presidente Vladimir Putin afirmou que a Rússia se tornou o primeiro país do mundo a aprovar a regulamentação para uma vacina contra a Covid-19. E ela já tem um nome, Sputnik V, lembrando a "vitória" da antiga União Soviética ao lançar o primeiro satélite artificial ao espaço, em 1957.

A possibilidade de se "pular" etapas de testes para acelerar a distribuição da vacina e a falta de transparência dos resultados deixam dúvidas sobre sua eficácia. O Ministério da Saúde da Rússia informa que as pesquisas estão na fase 3, a última e mais importante - mas não divulgou estudos em nenhuma revista científica sobre os resultados das fases anteriores. Segundo o órgão, a Sputnik V está apta para ser distribuída à população.

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Há controvérsias

De acordo com o site russo Meduza, criado por jornalistas independentes, a Associação de Organizações de Pesquisa Clínica, que reúne empresas farmacêuticas e de pesquisa, aponta que a vacina ainda está na fase I-II, segundo o registro de ensaios clínicos. A previsão de conclusão seria apenas em dezembro. Outro site, o Clinical Trials, criado nos EUA, repete o dado: os estudos russos ainda estão na fase 1 e 2.

Como comparação, a vacina Coronavac, parceria do Instituto Butantã com a empresa chinesa Sinovac Biotech, vai precisar de 90 dias para concluir a fase 3. Se os testes derem certo, ela deve estar disponível apenas no início de 2021. O experimento russo tem menos de dois meses de testes em humanos. "Temos 26 vacinas em fase clínica de estudos e seis na fase 3. A vacina russa está em fase 1. Mas o governo está indicando uma vacina pronta em agosto", compara a infectologista Cristina Toscano, da área de Patologia Tropical da Universidade Federal de Goiás.

Para a professora, isso é impossível "porque pressupõe, necessariamente, estudos de fase 3, que não podem ser feitos sem a conclusão da fase 2". Representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), e única sul-americana a integrar o GT de Vacinas para covid-10 no grupo estratégico da Organização Mundial de Saúde, ela está diretamente envolvida na busca por uma vacina contra o covid. . Seu papel é revisar, com os outros 14 integrantes do grupo, as evidências disponíveis sobre o progresso das vacinas em andamento.

No escuro. Nessa mesma linha, a bióloga Natalia Pasternak, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, ressalta a falta de compartilhamento dos dados da vacina russa. "A comunidade científica mundial está no escuro. É motivo de muita preocupação. Temos uma população de cerca de 150 milhões de pessoas (na Rússia) que vai começar a ser vacinada sem que conheçamos os efeitos."

Queimar etapas na criação de uma vacina para acelerar sua distribuição levanta questões éticas, ressalta o virologista Paulo Eduardo Brandão, da Faculdade de Medicina Veterinária da USP. "Esses estudos geram dúvidas na comunidade científica mundial por causa da intenção dos envolvidos de saltar etapas e passar diretamente ao uso da vacina em escala mais ampla", opina o especialista. "Não é ético fazer isso."

Como em Oxford. Alheia à desconfiança da comunidade científica internacional, a Rússia acelerou seu cronograma por determinação do presidente Vladimir Putin. Em reunião transmitida pela TV estatal, ele afirmou que uma de suas filhas tomou a vacina. "Sei que funciona de maneira bastante eficaz", disse Putin.

A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emilio Ribas, afirma que a vacina russa utiliza a plataforma do vetor-viral, a mesma técnica utilizada pela Universidade Oxford, que possui os estudos mais promissores sobre a vacina. "A única diferença é que os russos usam dois adenovírus, mas essa é uma das poucas informações que nós temos", critica.

Na verdade, a vacina divide opiniões até entre os cidadãos russos. A jornalista Daria Kornilova, 45 anos, acredita que a vacina é uma ferramenta de propaganda. Para Natália Zhavoronkova, de 32 anos, "ninguém vai arriscar a saúde da população". "Se a vacina não funcionar do jeito esperado o triunfo pode virar catástrofe", opina a gerente de TI. O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, anunciou que a vacinação em massa começa em outubro. Ela já foi administrada a 38 pessoas.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Chicago e da Universidade Duke, nos Estados Unidos, aponta que a vacinação pelo nariz pode ser mais eficaz e ter menos efeitos colaterais. A pesquisa foi publicada na revista científica Science Advances.

O experimento analisou uma plataforma, base da vacina, que usa nanofibras que preparam o sistema imunológico contra uma invasão em potencial. O objetivo principal do estudo é identificar o mecanismo pelo qual as nanofibras podem induzir uma resposta imune. Os resultados, entretanto, mostraram que essa base tem potencial para gerar vacinas via nasal seguras e eficazes.

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Para um dos autores da pesquisa, o professor Joel Collier, da Universidade Duke, esse tipo de vacina pode ser uma ótima alternativa já que não envolve agulha. "Algumas pessoas têm dificuldade em lidar com agulhas. Elas podem induzir uma resposta vasovagal, fazendo com que as pessoas percam a consciência e seja difícil de controlar. Eliminar a agulha de uma plataforma pode ajudar com esse problema e pode levar mais pessoas a procurarem a vacina", disse.

Os pesquisadores destacam que a plataforma pode permitir aos médicos determinar com mais precisão a resposta imunológica. Eles citam o caso do novo coronavírus, em que uma vacina depositada diretamente nos tecidos mais afetados pode gerar um resultado benéfico. "Isso nos permitiria atingir e produzir anticorpos e células T de maneira muito precisa que fornecerão a maior proteção", afirmou Collier.

Os cientistas acreditam que a plataforma via nasal e a plataforma que envolve aplicação abaixo da língua têm potencial, pois podem gerar uma resposta imunológica diretamente nos pulmões ou nos tecidos da mucosa. 

"Muitas infecções ocorrem através das vias oral e respiratória, incluindo a Covid-19, então ser capaz de desencadear essa resposta imunológica na área certa do corpo é muito útil e pode tornar a vacina mais protetora", destacou outra autora do estudo, a professora Anita Chong.

Outra vantagem da vacina sem medicamentos adicionais é que não há necessidade de refrigeração. Isso permitiria que a vacina chegasse em áreas com recursos limitados.

Na última quarta-feira (29), cientistas australianos batizaram cinco novas moscas com nomes de personagens do mundo Marvel. Entre os nomes dados, estão Deadpool e Stan Lee (1922-2018), criador dos heróis.

Todas as cinco espécies são moscas assassinas, de acordo com a Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO). As outras três foram identificadas com nomes de outros personagens da Marvel: Loki, Thor e Viúva Negra.

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Da esq. para a dir.: os insetos Deadpool, Loki e Stan Lee | Foto: Divulgação

"Nomear uma espécie é o primeiro passo para entender essa espécie", comentou o entomologista da CSIRO Bryan Lessard em entrevista a Reuters. "Sem um nome científico, essas espécies são invisíveis para a ciência", finalizou.

As cinco moscas fazem parte de 165 descobertas nomeadas pelos cientistas ao longo do ano passado, que incluíam dois peixes, três subespécies de pássaros e até um ácaro que vive em um lagarto.

 

Para entender a complexidade do coronavírus, cientistas britânicos desenvolveram um modelo impresso em 3D de um pulmão atingido pelo auge da infecção. Segundo informações publicadas pela Reuters Brasil, o modelo é feito em tamanho real e foi baseado na tomografia computadorizada de um paciente de Belfast, na Irlanda do Norte, infectado pela Covid-19 depois de 14 dias de desenvolvimento da doença no corpo. O paciente sobreviveu, mas ainda não há a certeza sobre os impactos permanentes no organismo infectado.

Os cientistas pretedem utilizar a tecnologia não apenas para ilustrar o impacto da doença sobre o órgão em seu auge, como também para planejar possíveis cirurgias em casos mais graves. A impressão revela em amarelo o pus inflamatório presente no pulmão, assim como o tecido cicatrizado dentro das vias respiratórias que impedem o transporte do oxigênio para o sangue do paciente infectado, levando a habitual falta de ar nos pacientes com a doença.

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O modelo foi desenvolvido pela Axial3D, uma empresa sediada em Belfast especializada em impressões 3D de produtos médicos, e também será utilizado para educar a população sobre os efeitos letais do coronavírus. Pretende-se com isso evitar uma segunda onda da pandemia em todo o mundo.

 

Cientistas conseguiram despertar micróbios de cem milhões de anos, que estavam sob o oceano, em um lugar pouco propício para a vida, segundo um estudo.

Os resultados, publicados na revista Nature Communications, revelam as assombrosas capacidades de uma das formas de vida mais primitivas surgidas na Terra, capazes de sobreviver durante dezenas de milhões de anos quase sem oxigênio ou nutrientes, e voltar à vida em um laboratório.

Há dez anos, uma expedição científica se dispôs a escavar as profundezas do oceano Pacífico e tomou amostras de antigos sedimentos enterrados a cem metros sob o solo oceânico (perto de 6.000 metros debaixo da superfície da água), alguns deles há mais de 100 milhões de anos.

A equipe de pesquisa, dirigida pela agência japonesa de ciência e tecnologia submarina, escolheu o giro subtropical do Pacífico sul, a zona menos ativa de todo o oceano, pois carece de nutrientes, e portanto, muito pouco propícia à vida.

Os cientistas puseram as amostras em incubação para ajudar os micróbios a saírem de sua letargia.

Para sua surpresa, descobriram que, longe de ter estado fossilizados nos sedimentos, os micróbios tinham sobrevivido ali e eram, inclusive, capazes de crescer e se multiplicar.

"A princípio, era cético, mas acabou que 99,1% dos micróbios dos sedimentos de 101,5 milhões de anos continuavam vivos e dispostos a comer!", comentou Yuki Morono, o principal autor do estudo.

"Agora sabemos que não há limite de idade para os organismos na biosfera submarina", explicou à AFP. "É um excelente lugar para explorar os limites da vida na Terra", acrescentou em um comunicado.

Os vestígios de oxigênio nos sedimentos teriam permitido a estes micróbios se manterem vivos durante milhares de anos sem quase gastar energia. Os micróbios "de superfície", por sua vez, não poderiam sobreviver nestas condições.

Estudos precedentes mostram como as bactérias poderiam viver nos lugares mais inóspitos do planeta, inclusive sem oxigênio.

Um grupo de cientistas israelenses desenvolveu uma técnica simples e de baixo custo para produzir etanol de resíduos vegetais tratados com ozônio, respondendo ao aumento da demanda por álcool para uso médico, devido à pandemia de coronavírus.

Há cinco anos, Hadas Mamane, que dirige o programa ambiental da Universidade de Tel-Aviv, trabalha com sua equipe na reciclagem de resíduos, transformando-os em álcool.

A chegada do novo coronavírus aumentou a demanda por gel hidroalcoólico para desinfetar as mãos e levou sua pesquisa para a transformação de resíduos em etanol, usado na fabricação do gel.

"Constatamos que Israel importava todo etanol para produzir álcool em gel e decidimos fabricar etanol, nós mesmos, com base em resíduos", disse Hadas Mamane à AFP.

A técnica, que consiste em injetar pequenas doses de ozônio, permite reduzir os recursos necessários para transformar os resíduos em álcool e, por isso, é mais barata, explica a responsável pelo programa.

"Conseguimos demonstrar que é possível produzir etanol com um processo simples, que respeita o meio ambiente e que não gera toxinas", acrescentou a pesquisadora.

Segundo ela, o estudo tem um grande potencial. A cada ano, são produzidas 620.000 toneladas de resíduos vegetais em Israel.

Realizado em conjunto com o professor Yoram Gerchman, da Universidade de Haifa (norte), o estudo foi publicado no periódico "Waste and Biomass Valorization".

Cientistas peruanos que criaram um teste rápido para detectar Covid-19 confiam que as autoridades de saúde lhes darão sinal verde para iniciar sua produção em massa.

"O vírus é um inimigo invisível e é por isso que os testes precisam ser rápidos, massivos e ter uma ampla cobertura", disse à AFP o biólogo Edward Málaga, chefe do Laboratório de Neurobiologia da Universidade Cayetano Heredia, que desenvolveu o teste rápido.

"É preciso buscar soluções alternativas e, enquanto não aparecerem medicamentos (vacinas), a coisa mais eficaz para combater a transmissão da doença é justamente visualizar o vírus", acrescentou.

Embora o Peru esteja desde a semana passada em fase de desconfinamento após mais de 100 dias de quarentena nacional, a aplicação em massa do teste ainda é necessária, afirmou Málaga, que anunciou o teste rápido em 19 de junho.

Ele disse que seu projeto exigiu trabalho árduo e vários experimentos. Da fase teórica passaram para a prática com ácidos nucleicos para extrair e copiar eficientemente o material genético do vírus da Covid-19, até fazer o anúncio.

Málaga afirmou que sua equipe aguarda agora a aprovação do teste pelo Ministério de Saúde para iniciar sua produção e distribuição em massa.

O pesquisador assistente Joaquín Abugattas explicou que "o método convencional (PCR) que alterna temperaturas" implica um tempo de reação "muito maior, de quatro horas aproximadamente". "Nós usamos uma tecnologia que tem como base a amplificação do DNA a uma única temperatura, por isso essa reação leva 30 minutos".

"O paciente entraria e nos daria uma amostra de saliva, que seria inativada. Então, seria uma questão de misturar mais dois tubos com essa amostra e em questão de 40 minutos o teste se torna eficaz e pode ser visualizado em uma 'tira' reativa semelhante ao teste de gravidez", acrescentou.

O Peru iniciou há seis dias o desconfinamento gradual após três meses e meio de quarentena nacional obrigatória. O país de 33 milhões de habitantes registra 305.703 casos e 10.772 mortes pela pandemia.

"No Peru, a taxa de contágio ainda não foi controlada e já estamos reativando tudo como se estivéssemos na Europa", disse Málaga.

"O mais provável é que teremos que enfrentar possíveis surtos, possíveis focos locais e, mais uma vez, se não soubermos quem está infectado, quem está portando o vírus através de testes moleculares e não serológicos, então mais uma vez estaremos perdidos", alertou.

Peru, o quinto país com mais casos de Covid-19, está em processo de desconfinamento desde quarta-feira passada.

Embora as autoridades digam que a pandemia começa a diminuir, os hospitais peruanos estão à beira do colapso com 11.400 pacientes com coronavírus.

Além disso, o país registra uma média de 174 mortes diárias por coronavírus nas últimas cinco semanas, segundo dados oficiais.

O cientista iraniano Cyrous Asgari, liberado depois de permanecer vários anos detido nos Estados Unidos, retornou ao país, informou nesta quarta-feira (3) a imprensa de Teerã.

A informação foi divulgada pelas agências Tasnim, Isna e Mehr que publicaram em suas contas no Telegram a mesma foto de Asghari, com uma máscara de proteção devido à pandemia do novo coronavírus, sendo recebido por duas mulheres.

Asgari foi acusado em 2016 de roubo de segredos industriais durante uma visita acadêmica a Ohio e foi absolvido em novembro de 2019. Apesar da absolvição, ele permanecia detido nos Estados Unidos, provavelmente por motivos relacionados às leis de imigração.

Em março, o cientista iraniano afirmou ao jornal britânico The Guardian que a polícia de imigração americana o mantinha em um centro de detenção da Louisiana sem instalações sanitárias e se recusava a autorizar seu retorno ao Irã, mesmo após a absolvição.

Asgari, 59 anos, pesquisador da Universidade Tecnológica Sharif em Teerã, parece ter sido liberado em uma troca de prisioneiros, algo pouco frequente entre os dois países, que não têm relações diplomáticas desde 1980.

O Irã mantém cinco americanos detidos, enquanto 18 iranianos estão em prisões dos Estados Unidos.

Vários assessores do governo Boris Johnson alertaram neste sábado que é muito cedo para suspender o confinamento, dois dias antes de o Reino Unido aliviar as restrições impostas para combater a pandemia de coronavírus.

Os membros do comitê científico que assessora o executivo, o Grupo de Conselho Científico para Emergências (SAGE), alertaram para o risco de uma segunda onda de contágios, e o epidemiologista John Edmunds disse que relaxar as restrições é uma "decisão política".

Outro cientista de destaque, Jeremy Farrar, diretor da instituição de pesquisa biomédica Wellcome Trust e membro do SAGE, afirmou no Twitter que o governo estava errado.

"A Covid-19 está se espalhando rápido demais para levantar o confinamento", tuitou Farrar. A Inglaterra começará a suspender as medidas de confinamento impostas em março a partir de segunda-feira, quando as escolas reabrirão parcialmente e serão permitidas reuniões de até seis pessoas.

No restante do Reino Unido, as escolas permanecerão fechadas. Na Escócia, mais esportes ao ar livre serão permitidos, enquanto na Irlanda do Norte a reabertura de mais lojas e a celebração de casamentos ao ar livre serão autorizadas a partir de 8 de junho.

No País de Gales, as pessoas poderão se reunir nas vias públicas a partir de segunda-feira. No total, cinco conselheiros do governo sobre a pandemia manifestaram preocupação em diminuir as restrições.

Alguns políticos, como os prefeitos de Londres e Manchester, seguiram a mesma linha. O primeiro-ministro de Londres, Sadiq Khan, disse em uma mídia social que está "profundamente preocupado com o fato de estarmos correndo demais para suspender as medidas de confinamento".

O executivo anunciou a saída gradual do confinamento na última quinta-feira, quando consultor científico do governo Patrick Vallance alertou que os dados "exigem cautela". Segundo dados oficiais, o Reino Unido registrou 38.376 mortes da Covid-19 até este sábado, o que representa um aumento de 215 mortes em 24 horas.

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