Tópicos | decretos

O Governo de Pernambuco contabiliza mais de 15 mil denúncias de desobediência a decretos sobre coronavírus. As denúncias são recebidas pelo Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) da Secretaria de Defesa Social (SDS), ativado no último 18 de março para coordenar ações de segurança contra a Covid-19. 

Ao todo, foram 15.761 chamados ao telefone 190 com denúncias sobre descumprimento das medidas de contenção. A maior parte das reclamações diz respeito à aglomeração de pessoas. São casos de funcionamento de lojas, bares, restaurantes, templos religiosos e outros estabelecimentos proibidos de abrir ou com restrições para funcionar. Também são denunciadas reuniões acima de 10 pessoas, máximo permitido pelo Decreto Estadual nº 48.837, de 23 de março.

##RECOMENDA##

Desde o dia 22 de março, as denúncias estão sendo classificadas por tipo. Aglomeração de pessoas motivou 6.278 ligações. Em segundo lugar estão queixas sobre funcionamento irregular do comércio, com 3.518 casos. Em Pernambuco, desde o último dia 21, só está permitido abrir os serviços essenciais, como supermercados, farmácias, casas de ração e emergências de unidades de saúde.

A terceira reclamação mais recebida é sobre bares, restaurantes e similares. Pela normativa estadual, esses estabelecimentos apenas podem servir de ponto de coleta e fazer entrega em domicílio.

Não houve prisões no último final de semana em decorrência de desobediência às recomendações sanitárias. Nos casos denunciados, as orientações feitas pela segurança pública foram atendidas sem necessidade de condução a uma delegacia. 

Quem descumprir os decretos estaduais está sujeito a detenção de um mês a um ano, por descumprir determinação do poder público destinada a impedir propagação de doença contagiosa.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou pandemia pela disseminação do novo coronavírus (SRAS-COV-2), que já deixou metade dos estudantes do mundo sem aulas. Há 1.629 casos confirmados da doença no Brasil até esta segunda-feira (23). Como medida de prevenção que visa evitar aglomerações, seleções e concursos públicos foram suspensos. Confira, a seguir, uma lista de com calendários alterados por causa da COVID-19:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) suspendeu um processo seletivo para contratar agentes censitários municipais, agente censitários supervisores e recenseadores. O edital prevê 208 mil vagas e salários de até R$ 2.100. O valor da taxa de inscrição será ressarcido aos candidatos.

##RECOMENDA##

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) suspendeu a realização da prova de um concurso público com 45 vagas e salários de R$ 25.851 para o cargo de juiz substituto. A aplicação estava prevista para o dia 29 de março, mas foi suspensa para evitar a disseminação do coronavírus.

Um concurso com 300 vagas e R$ 8.698 de salário para o cargo de escrivão na Polícia Civil do Distrito Federal foi suspenso por causa do novo coronavírus. As inscrições já estão encerradas. Em nota, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), responsável pela organização do concurso, afirma que todos estão “empenhados em retomar o mais breve possível as atividades regulares do certame”. Até o momento, não foi definida uma nova data para a realização das etapas de seleção do concurso. Os candidatos devem acompanhar a situação através da página do certame no site do Cebraspe.

O concurso público da Autarquia Municipal de Previdência à Saúde dos Servidores do Município do Recife, conhecida como Reciprev, cuja prova seria realizada no dia 3 de maio, teve sua suspensão anunciada no Diário Oficial do Município do Recife no último sábado (21). O edital prevê o preenchimento de 15 oportunidades de níveis médio, técnico e superior, com salários de até R$ 6 mil. Detalhes sobre a nova data serão publicados pela Fundação Carlos Chagas (FCC), organizadora do concurso, quando a Prefeitura do Recife voltar a permitir aglomerações.

Também organizado pela Fundação Carlos Chagas (FCC), o concurso público da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos, da Prefeitura do Recife, realizaria suas provas objetivas no dia 19 de abril. A aplicação foi suspensa através de uma determinação publicada no Diário Oficial do Município do sábado (21). O edital prevê 300 vagas para vários cargos e as novas datas serão divulgadas pela banca organizadora quando for permitida a realização de eventos que causem aglomerações.

O concurso da Secretaria de Saúde do Recife destinado ao cargo de agente comunitário de saúde dispunha de 72 vagas, além da formação de cadastro reserva, com salários de até R$ 1.400. A prova deveria ter sido realizada no domingo (23), mas foi suspensa para cumprir um decreto da Prefeitura do Recife, proibindo aglomerações. A nova data ainda será agendada. 

Um concurso público com 34 vagas destinadas a profissionais com escolaridade de níveis médio e superior foi suspenso pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU-SP). Os salários são de até R$ 8.842. De acordo com o comunicado da suspensão, a medida foi tomada para atender às determinações de um decreto do Governo do Estado de São Paulo, que lista uma série restrições para combater o coronavírus.

Para enfrentar o coronavírus, um processo seletivo, que tinha como objetivo a contratação de professor substituto da área de química, foi suspenso pelo Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG). O salário é de R$ 3.130, mais acréscimos de titulação. O novo cronograma de atividades do concurso ainda não foi publicado.

Um concurso público com 147 vagas para profissionais com nível médio ou superior e salários de até R$ 2.238 foi suspenso pela Prefeitura de Palmares, município localizado na Zona da Mata do Estado de Pernambuco. Após o fim do decreto municipal que determina medidas de prevenção à COVID-19, o Instituto de Apoio à Universidade de Pernambuco (IAUPE), responsável pela organização do concurso, divulgará novas informações através do site.

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) suspendeu um concurso com 38 vagas para professores do magistério superior devido à pandemia de COVID-19. Os salários chegam a  R$ 4.472, além de acréscimos por titulação.

Em evento de comemoração aos 300 dias de governo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou nesta terça-feira uma série de propostas legislativas e decretos. Entre os principais estão a medida provisória (MP) que quebra o monopólio da Casa da Moeda e o projeto de lei que permite a privatização da Eletrobras.

Estas duas propostas precisarão agora passar pelo Congresso Nacional. Presente ao evento, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, afirmou que a MP da Casa da Moeda tem como objetivo quebrar o monopólio de serviços da estatal. Atualmente, a Casa da Moeda tem monopólio na emissão de papel moeda, moeda metálica, caderneta de passaporte e selos fiscais federais. Com o fim do monopólio, outras empresas - inclusive estrangeiras - poderão participar de concorrência para prestar estes serviços.

##RECOMENDA##

Já o projeto de lei sobre a Eletrobras prevê que a proposta nenhum acionista detenha mais de 10% de participação na companhia. Além disso, o governo não terá direito à golden share após a privatização - ação especial que concede poder de veto à União em decisões estratégicas.

Além da MP e do projeto de lei, Bolsonaro assinou cinco decretos durante o evento. O primeiro deles trata do Programa Forças no Esporte (Profesp), desenvolvido pelo Ministério da Defesa. Outro decreto busca simplificar e desburocratizar o plantio da cana de açúcar no Brasil.

Um terceiro decreto assinado por Bolsonaro tem como objetivo revogar outros 257 decretos que, segundo o governo, dificultavam e burocratizavam a vida de pessoas e empresas.

Um quarto decreto teve como foco a revogação de 334 órgãos colegiados considerados extintos, inativos ou inoperantes.

Por fim, Bolsonaro assinou um decreto que consolida em apenas um diploma normativo 77 convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Cuba regulou o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) "como instrumento de defesa da Revolução", em um contexto de expansão desses serviços e de maior confronto com os Estados Unidos.

Um pacote de decretos e medidas publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial regulamenta o uso do "conjunto de recursos, ferramentas, equipamentos, softwares e aplicativos, redes e mídias, que permitem a compilação, processamento, armazenamento, transmissão e recepção de informações em qualquer formato: voz, dados, texto, vídeo e imagens", diz o texto principal.

##RECOMENDA##

Ele destaca o uso e desenvolvimento das TIC "como instrumento de defesa da Revolução".

Para isso, garantirá um "uso responsável dos cidadãos" e "a defesa política e a cibersegurança diante de ameaças, ataques e riscos de todos os tipos".

Os cubanos reclamam dos altos preços da Internet - que o monopólio estatal Etecsa prometeu reduzir à medida que se desenvolve -, mas também do bloqueio a muitos sites políticos, aos quais eles não têm acesso.

As autoridades reconheceram a rede como um novo campo de batalha política e ideológica, e o próprio presidente Miguel Díaz-Canel pede a seus funcionários e apoiadores que tenham uma presença maior nas redes sociais para difundir seus pontos de vista.

Para não deixar dúvidas, o documento alerta que "o Ministério das Comunicações, em coordenação com as Forças Armadas Revolucionárias e o Interior, é responsável por orientar as tarefas e ações que garantam a informatização da sociedade".

O Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 26, publica decreto presidencial que institui o Plano Nacional de Internet das Coisas, "com base na livre concorrência e na livre circulação de dados, observadas as diretrizes de segurança da informação e de proteção de dados pessoais". O texto também dispõe sobre a Câmara de Gestão e Acompanhamento do Desenvolvimento de Sistemas de Comunicação Máquina a Máquina e Internet das Coisas.

Com reveses no Congresso e no Judiciário, o presidente Jair Bolsonaro sofreu nesta quarta-feira, 12, uma dupla derrota. No Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou projetos para derrubar o decreto que facilita o porte de armas. No Supremo Tribunal Federal (STF), a maioria dos ministros decidiu suspender parte do decreto que extingue conselhos da administração pública.

O governo ainda foi contrariado na Câmara. O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), retirou Estados, aposentadoria rural e benefícios assistenciais a idosos da proposta, reduzindo a economia da mudança nas regras. Mas, neste caso, a "derrota" foi vista como caminho para a aprovação da proposta.

##RECOMENDA##

Sem uma base de sustentação no Legislativo, o Palácio do Planalto teve problemas logo na largada da tramitação do decreto de armas, na CCJ do Senado, o que, na visão do relator da proposta, senador Marcos do Val (Cidadania-ES), indica que parlamentares se articulam para derrubar o decreto no plenário como retaliação ao governo.

"Como o governo tem uma postura de não negociar, isso está criando resistências. É uma irresponsabilidade muito grande", disse o relator. O líder do PSL, Major Olimpio (SP), também reagiu. "Não é uma derrota do Palácio do Planalto. É uma derrota para a legítima defesa do cidadão de bem, para a população", afirmou ele.

O resultado é uma amostra da dificuldade que o presidente deve enfrentar no Congresso para fazer avançar suas promessas de campanha.

No Supremo, após nove votos contrários, integral ou parcialmente, ao decreto de Bolsonaro que prevê a extinção de conselhos da administração federal, o presidente da Corte, Dias Toffoli, pediu vista (mais tempo para análise) e suspendeu o julgamento do caso, que será retomado nesta quinta-feira, 13.

Esta é primeira vez que o plenário do Supremo se debruça sobre a validade de uma medida do governo Bolsonaro. Nenhum dos nove ministros que se posicionaram até o momento defendeu a manutenção do decreto, assinado em abril. Mesmo os que defendem a suspensão parcial entendem que o Executivo não pode apenas fechar órgãos colegiados que tenham amparo em lei.

"A extinção indiscriminada de todos os conselhos, sem a identificação nominal de qualquer um deles, quando têm naturezas e funções diversas, têm um nível de opacidade e obscuridade que impede o Congresso Nacional e a sociedade de saberem exatamente o que está sendo feito", disse o ministro Luís Roberto Barroso, em uma manifestação contrária ao governo.

Para o ministro Edson Fachin, que deu o primeiro voto pela suspensão total do decreto, os reflexos do ato presidencial poderiam, "em alguma medida", extinguir o direito de participação da sociedade no governo. Na sua avaliação, há um "retrocesso em termos de direito fundamentais".

O decreto que determina a extinção de colegiados da administração pública federal direta, autárquica e fundacional foi assinado por Bolsonaro em abril. O texto fixa a data de 28 de junho para o fim desses colegiados - a maioria deles instituídos nos governos do PT. Um levantamento do Ministério Público Federal mostra que ao menos 35 conselhos devem ser extintos pelo decreto. Entre eles, estão o Comitê Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conatrap) e o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de LGBT (CNCD/LGBT).

Parcial

Relator da ação, o ministro Marco Aurélio Mello votou para impor limites à extinção de conselhos pelo governo Bolsonaro. Ele foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Ricardo Lewandowski. Um relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em 2017, aponta que 40% dos colegiados foram criados por lei.

Barroso, por sua vez, demonstrou preocupação com o fim de alguns órgãos, como a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo. Destacou que o trabalho escravo é um "problema que ainda existe" e que seria um "retrocesso" enfraquecer o debate sobre o tema. "Quem quer retrocesso? Vamos ver o que será feito (com os conselhos) e dar tempo ao tempo", protestou o advogado-geral da União, André Mendonça.

Previdência

Na Câmara, depois de muita polêmica, o relator da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara retirou Estados e municípios da proposta, contrariando o que defende a equipe econômica do governo (mais informações na pág. B1).

"O meu papel é o de buscar diálogo, entendimento e consensos", disse Moreira ao observar que não havia acordo para que esses tópicos fossem mantidos. Na prática, a maioria dos governadores defendiam a medida, que poderia aliviar as contas, mas deputados e senadores não quiseram arcar com o ônus da medida.

Defensores da reforma, como o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), comemoraram a possibilidade de a proposta ser aprovada mesmo em uma versão mais enxuta. O relator também excluiu do texto a aposentadoria rural e o benefício a idosos miseráveis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) - 6 votos - já votou de forma contrária, em parte ou integralmente, ao decreto do governo Bolsonaro que prevê a extinção de órgãos colegiados da administração pública federal. Se a maioria for confirmada ao fim do julgamento, será a primeira medida do governo Bolsonaro a enfrentar uma derrota no plenário da Suprema Corte.

Quatro ministros já votaram para suspender integralmente o decreto, e outros dois de forma parcial, estipulando que o governo apenas não pode extinguir conselhos que tenham amparo em lei, que é a posição dos ministros Marco Aurélio Mello e Alexandre de Moraes. Já os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Cármen Lúcia querem a suspensão integral do ato presidencial - o que implica a proibição da extinção dos órgãos colegiados através do decreto, tenham eles amparo na lei ou não.

##RECOMENDA##

Esta ala mostrou insatisfação com o fato de o decreto não indicar nominalmente quais conselhos serão fechados. "Ao determinar a extinção até dia 28 de junho, sem indicar quais serão atingidos pela medida não é apenas desaparecimento de um cem números, mas sim quiçá a extinção em alguma medida do direito de participação da sociedade", considerou Fachin, para quem isso significa um "retrocesso em termos de direito fundamentais".

O decreto assinado pelo presidente que extingue órgãos colegiados da administração federal pode acabar com até 30 conselhos e comissões de participação e controle social em áreas como erradicação do trabalho escravo e pessoa com deficiência.

Barroso citou alguns conselhos alvos de extinção, como a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, e destacou que o trabalho escravo é um "problema que ainda existe", e que seria um "retrocesso" enfraquecer o debate sobre o tema. "Eu nem acho que o governo queira enfraquecer, mas é o subproduto deste decreto", afirmou.

Depois do voto de Barroso, Moraes, que já havia votado, fez um aparte para afirmar que, de todos os conselhos citados pelo colega, apenas o que envolve discussão sobre internet não foi previsto na Medida Provisória da administração pública que foi convertida em lei pelo Congresso Nacional.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou na manhã desta quarta-feira, 12, para impor limites à extinção de conselhos pelo governo Jair Bolsonaro. Relator de uma ação do Partido dos Trabalhadores, que acionou o Supremo contra a extinção de conselhos da administração pública federal, Marco Aurélio se posicionou contra o fechamento de conselhos que estejam amparados em lei. Ou seja, para o ministro, o Planalto poderia eliminar apenas os conselhos que não tenham sido criados por lei.

Um relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em 2017, aponta que 40% dos colegiados foram criados por lei. Marco Aurélio decidiu submeter o pedido de medida liminar do PT contra o decreto do governo diretamente ao plenário do Supremo, ao invés de decidir de forma monocrática (individual).

##RECOMENDA##

Esta é primeira vez que o plenário do STF se debruça sobre a validade de uma medida do governo Bolsonaro. A discussão foi iniciada nesta manhã e será retomada à tarde, com a leitura do voto dos outros ministros.

Fins

O decreto assinado pelo presidente que extingue órgãos colegiados da administração federal pode acabar com até 30 conselhos e comissões de participação e controle social em áreas como erradicação do trabalho escravo e pessoa com deficiência.

"Os fins não justificam os meios. A louvável preocupação com a racionalização da máquina pública e a economia de recursos públicos traduzido na redação do decreto não legitima atropelos, atalhos à margem do figurino legal", disse Marco Aurélio Mello.

WhatsApp

Durante a sessão desta manhã, a extinção dos conselhos foi criticada pelo vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia. Maia é o número 2 da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que não compareceu à sessão do Supremo.

Na semana passada, Raquel Dodge se colocou à disposição para ser reconduzida ao cargo por Bolsonaro. Coube a Mariz Maia falar em nome da PGR sobre a eliminação dos colegiados.

"O propósito de desburocratização é válido e necessário. Mas ao mesmo tempo é preciso compatibilizar com a Constituição", afirmou Mariz Maia. "Eu espero que os conselhos não sejam substituídos no processo decisório por grupos de WhatsApp."

Responsável por defender a posição do governo no STF, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, André Mendonça, negou que haja retrocesso com a medida. "Quem quer retrocesso? Vamos ver o que será feito (com os conselhos), o que será mantido - dar tempo ao tempo", frisou.

Desde que subiu a rampa do Palácio do Planalto, em 1.º de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro usou sua caneta, como costuma frisar, para assinar 157 decretos. É o segundo presidente que mais "canetou" desde a promulgação da Constituição de 1988. Só perde para o ex-presidente Fernando Collor de Mello, que editou 486 decretos nos primeiros 150 dias de governo.

Com uma base incerta no Congresso, Bolsonaro tem adotado o expediente em alguns casos para acelerar a implantação do seu projeto político e cumprir promessas de campanha. O Parlamento que tomou posse em março reúne o menor número de congressistas declaradamente governistas da redemocratização para cá. "Com a caneta eu tenho muito mais poder do que você. Apesar de você, na verdade, fazer as leis, eu tenho o poder de fazer decreto. Logicamente, decretos com fundamento", afirmou Bolsonaro ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na semana passada.

##RECOMENDA##

Algumas medidas, no entanto, têm sofrido contestações. Só na Câmara, há 117 pedidos para sustar 20 dos decretos, enquanto sete ações no Supremo Tribunal Federal (STF) questionam a legalidade de duas das "canetadas" do presidente. Todas colocam em xeque os fundamentos utilizados pelo governo para alterar normas sem consultar o Congresso.

É o caso do decreto que ampliou o porte de armas no País. A primeira versão, publicada em 7 de maio, foi tema de 22 projetos de decreto legislativo, um dispositivo legal dos parlamentares para anular esse tipo de ato presidencial. Também foi alvo de duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) no STF. O governo chegou a fazer mudanças no texto, mas não foram suficientes para afastar as dúvidas, levando a três novos pedidos de anulação na Câmara.

O decreto das armas, contudo, não é o mais questionado. Mudanças no sistema de nomeações para cargos no governo levaram a 28 pedidos para sustar a medida que criou o Sistema Integrado de Nomeações e Consultas, plataforma eletrônica conhecida como "banco de talentos". Deputados, todos de oposição, viram na medida uma forma de o governo se sobrepor à autonomia universitária.

Até agora, apenas um decreto presidencial foi derrubado no Congresso: o que previa aumentar o rol de servidores aptos a impor sigilo a documentos oficiais. Este, porém, não saiu da caneta de Bolsonaro, mas da do vice-presidente, Hamilton Mourão, que assinou a medida quando assumiu interinamente a Presidência em fevereiro.

Entidades

O número de "canetadas" de Bolsonaro levou 47 entidades a assinar um manifesto contra o "modus operandi" do governo. Batizado de "Pacto pela democracia", o texto diz que "governar por decreto" é um "atentado à democracia" e traz "uma lembrança amarga à sociedade brasileira", em referência aos decretos-leis do período da ditadura. Entre as entidades que assinam o manifesto estão o Sou da Paz e o Instituto Ethos.

A edição de decretos pelo presidente está prevista na Constituição. Não há limite para o uso do dispositivo pelo chefe do Executivo. No entanto, a Constituição não permite a um presidente criar "nada de novo" por meio de decreto, mas apenas regulamentar a execução de uma lei.

Para o constitucionalista Flavio Pansieri, da Academia Brasileira de Direito Constitucional, é "natural" um governo que não é de continuação propor mais decretos, já que, em tese, se opõe a políticas públicas anteriores. "O que me parece é que os questionamentos muito mais têm a ver com a concordância ou discordância do mérito do tema do que com a utilização adequada do decreto", afirmou.

Procurado, o Palácio do Planalto disse que os decretos foram assinados "a partir do juízo de conveniência e oportunidade" de Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O 'revogaço' de decretos iniciado pelo governo não poupou textos históricos publicados nas últimas décadas pela República. Em sua ofensiva contra os atos que "incham o Estado", o presidente Jair Bolsonaro tratou de riscar do mapa registros oficiais, como um texto editado na segunda-feira de 24 de setembro de 1956, pelo então presidente Juscelino Kubitschek.

Cinco dias depois de publicar a lei que transferia a capital federal do Rio de Janeiro para Brasília, Juscelino assinava o decreto n.º 40.017, criando a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil. A estatal, que viria a se chamar Novacap, seria a responsável por erguer a nova sede do governo federal. Bolsonaro extinguiu o decreto. A Novacap, porém, segue na ativa, porque passou anos atrás para o comando do governo do Distrito Federal.

##RECOMENDA##

Em sua ofensiva contra os decretos, Bolsonaro colocou servidores para fuçar todas as edições feitas pelo governo desde que o Brasil se tornou República, em 15 de novembro de 1889, data em que o marechal Deodoro da Fonseca tomava o poder das mãos do imperador dom Pedro II e editava o decreto n.º 1, que "proclama provisoriamente e decreta como forma de governo da Nação Brasileira a República Federativa, e estabelece as normas pelas quais se devem reger os Estados Federais". Até onde se sabe, este segue em vigor.

O ato mais antigo apagado pelo novo ocupante do Palácio do Planalto foi publicado em 1903 pelo então presidente Rodrigues Alves, que governou o País entre 1902 e 1906. Rodrigues Alves, que chegou a receber o título de "conselheiro do Império" pela princesa Isabel, teve seu decreto nº 5.039 apagado para sempre e, com ele, sua medida que previa "novas instrucções para o exame dos candidatos aos logares de segundo secretário de legação", cadeira que existia no Itamaraty, então comandado pelo Barão do Rio Branco.

Poucos presidentes escaparam das centenas de decisões revogadas até agora. Não houve clemência sequer para o gesto de Getúlio Vargas, que em 5 de janeiro de 1934 decidiu publicar um decreto para conceder à senhora Maria Lopes Trovão uma pensão anual de viúva. Era um gesto de agradecimento não apenas a Maria Trovão, mas a seu marido, o doutor José Lopes da Silva Trovão.

Médico, político e defensor fervoroso da República, Lopes Trovão chegou a bater na porta da casa do marechal Deodoro da Fonseca, em 19 de novembro de 1889, para lhe apresentar a proposta do que seria a nova bandeira constitucional do Brasil. Era verde e amarela, mas com traços muito parecidos aos da bandeira dos Estados Unidos. A bandeira não vingou.

Dos quase 30 mil documentos analisados para o "revogaço" de Bolsonaro até agora, foram revogados, efetivamente, 250 atos de caráter normativo.

Boa parte dos decretos extintos foi publicada por presidentes do período militar, entre 1964 e 1985, e está atrelada a temas corriqueiros. Em 11 de janeiro de 1967, o presidente Castelo Branco usou as páginas oficiais para aprovar tabelas que padronizavam a "ração comum" dos militares, ou seja, os alimentos que seriam servidos pelas Forças Armadas no primeiro semestre daquele ano.

As definições de salários e benefícios dos oficiais também eram pauta constante dos decretos verde-oliva. No dia 18 de dezembro de 1968, o presidente Costa e Silva publicou um decreto para fixar, naquele ano, as gratificações para as funções militares. Cinco dias antes, o general havia editado o Ato Institucional Número Cinco (AI-5), o quinto e mais agressivo dos 17 grandes decretos publicados pela ditadura militar após o golpe de Estado de 1964.

Mas nem tudo é passado remoto na "faxina" dos decretos de Bolsonaro. As revogações feitas até agora atingiram um dos últimos atos da ex-presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. O Palácio mandou extinguir um ato editado por Dilma em 10 de maio de 2016, dois dias antes de descer pela rampa do Palácio do Planalto após ser alvo de impeachment.

O decreto de Dilma alterava trechos do chamado Estatuto do Estrangeiro, um marco legal criado em 1980, durante a ditadura militar, com foco em segurança nacional e uma série de restrições à imigração. No fim do ano passado, já eleito, Bolsonaro atacou a Lei de Migração, dizendo que "ninguém quer botar certo tipo de gente para dentro de casa". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No discurso de posse, no último dia 1° de janeiro, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), foi direto ao falar que a data representava o início da “libertação do socialismo, da inversão de valores e do politicamente correto”. Ele também chegou a dizer que havia “uma grande nação” para reconstruir e que seria feita em conjunto com a sociedade. Passado 10 dias, muitas foram as medidas tomadas por Bolsonaro e sua equipe de governo, que vem abrindo um leque de discussões que parecem sem fim.

No primeiro dia de mandato, Jair Bolsonaro assinou um decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, fixando o salário mínimo em R$ 998, menor que o projetado anteriormente, quando foi proposto R$ 1.006. A reação da oposição foi de imediato. O Partido dos Trabalhadores (PT) chegou a preparar um decreto para que o valor fosse de R$ 1.006, como previa o orçamento aprovado pelo Congresso Nacional. A senadora Gleisi Hoffmann, presidente da legenda, argumentou que essa era uma obrigação já que os juízes e promotores tiveram reajuste de 16% em suas respectivas remunerações.

##RECOMENDA##

Outro dos seus primeiros atos foi a retirada da Fundação Nacional do Índio (Funai) o poder de identificar e demarcar terras indígenas, que foi transferida para o Ministério da Agricultura. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), logo após a iniciativa, recomendou às suas representações nos Estados o ingresso de uma ação popular requerendo a nulidade dos atos praticados pelo presidente. Segundo a organização, a atitude destruía praticamente “toda a política indigenista brasileira”.

Também no início do governo, dois conselhos ligados à Presidência da República foram extintos: o de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e o de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão. Já na área da educação, a qual Bolsonaro já vinha alertando para grandes mudanças, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), que integrava o Ministério da Educação (MEC), foi extinta. Em seu lugar, foi criada a Secretaria de Modalidades Especializadas.

Ainda no setor, Bolsonaro sancionou lei que permite o aluno faltar por motivo religioso. A partir deste mês, as escolas terão dois anos para tomar as providências necessárias para colocar a medida em prática. No entanto, os estudantes vão precisar apresentar um requerimento com a devida antecedência.

O presidente também havia aproveitado para alterar o edital do ano de 2020, do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que estabelece as normas para os livros didáticos entregues às escolas públicas. Dessa forma, temáticas raciais, rurais e de combate à violência contra a mulher não seriam mais requisitos para publicações didáticas, mas o governo voltou atrás na decisão - o que, inclusive, tem sido marca da gestão Bolsonaro.

Entre idas e vindas em atitudes governamentais, o militar chegou a dizer à imprensa que havia assinado decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), na última sexta-feira (4). Mas, após uma reação negativa, ele assinou um novo decreto descartando a possibilidade de aumentar a carga tributária e afirmando que os novos contratos firmados neste ano só terão impacto financeiro a partir do ano seguinte.

Segurança e corrupção

O ex-deputado, que passou quase três décadas no Congresso, já avisou que o decreto que flexibiliza a posse de armas de fogo sai ainda este mês. Ele contou que estava conversando com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, sobre o assunto. O que se sabe é que o desejo do militar é que moradores de locais com altos índices de mortalidade tenham mais facilidade em adquirir armas. “Pode ter certeza que a violência cairá assustadoramente no Brasil”, acredita. O ex-juiz já teria editado o decreto e listado a necessidade de uma justificativa convincente para a posse de armas.

Outro foco de campanha e apesar do ministro Moro prometer “medidas mais duras” contra a corrupção e crime organizado, até agora não foi tomada alguma iniciativa marcante nesse sentido.  O magistrado avisou que pretende enviar à Câmara, em fevereiro, proposta para endurecer o regime de prisão para corrupção e crimes violentos.

Expectativas e oposição

Nesta semana, Bolsonaro realizou a segunda reunião ministerial com a sua equipe no sentido de definir quais serão as 50 medidas que serão implementadas nos 100 primeiros dias de governo. O objetivo incluiria medidas para estimular a economia, divulgação de corte de gastos e até revogações de iniciativas do governo passado. Segundo o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, a equipe “é muito, muito sintonizada”.

Além dos decretos assinados, algumas outras polêmicas foram protagonizadas nestes primeiros dez dias. Nesta semana, o Brasil deixou o Pacto Global de Migrações da ONU. O acordo tratava de questões relativas a como proteger melhor os migrantes e como integrá-los à sociedade, entre outros pontos.

Bolsonaro chegou a ser enfático, por meio das redes sociais, ao ressaltar que o Brasil é soberano para decidir se aceita ou não migrantes. “Quem, porventura, vier para cá deverá estar sujeito às nossas leis, regras e costumes, bem como deverá cantar nosso hino e respeitar nossa cultura. Não é qualquer um que entra em nossa casa, nem será qualquer um que entrará no Brasil via pacto adotado por terceiros”, disparou.

Opositores continuam a falar sobre as medidas que vem sendo tomadas pelo Governo Federal. O deputado federal eleito Túlio Gadêlha (PDT) chegou a dizer não são poucos os retrocessos que estão acontecendo. O pernambucano falou que era necessário um “diálogo amplo”.

Uma das ferrenhas críticas do militar da reserva, a deputada federal eleita Marília Arraes (PT) vem falando com insistência sobre as ações que estão sendo feitas. “Uma escalada de desmandos, atropelos e fascismo. A nós, parlamentares e cidadãos, cabe continuar o combate em defesa da democracia e da soberania de nosso país”, disse recentemente por meio das redes sociais.

Positividade

Críticas à parte dos insatisfeitos, desde o início do ano, a Bolsa acumula alta de mais de 4,72%. O Ibovespa conquistou um recorde e fechou, nessa terça (8), acima de 92 mil pontos pela primeira vez na sua história. Bolsonaro comemorou, em sua conta no Twitter, os resultados. “Bolsa bate novo recorde e dólar se aproxima da marca de R$ 3,70; um dos menores em muitos meses. Estamos resgatando a confiabilidade do investidor no Brasil”, escreveu.

*Foto do Flickr Palácio do Planalto

Um dia depois de anunciar a data para o pagamento do 13º salário dos servidores, o governador Paulo Câmara assinou, nesta sexta-feira (7), um pacote de ações visando regulamentar aspectos da Lei Estadual Anticorrupção [nº 16.309/2018]. De acordo com o pessebista, a iniciativa é fundamental para combater práticas ilícitas contra a administração pública, bem como promover um maior controle social e ético. 

A assinatura aconteceu aproveitando o Dia Internacional Contra a Corrupção, celebrado neste domingo (9). O governador explicou que, ao todo, foram assinados cinco decretos de modo a combater às más práticas. “É uma modernização da nossa legislação, que vai ao encontro do que nós queremos, que é fomentar servidores cada vez mais engajados, trabalhando e oferecendo melhores serviços públicos, com ética e integridade. O Governo do Estado é incansável nessas ações. Isso é primordial para servir bem a população”, explicou.   

##RECOMENDA##

Os decretos dispõem em especial sobre a atuação e a conduta dos agentes públicos sendo: Código de Ética dos Agentes Públicos da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual (Nº 46852/2018); Sistema de Gestão de Ética dos Agentes Públicos da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual (Nº 46853/2018); Código de Conduta da Alta Administração do Poder Executivo Estadual (Nº 46854/2018); Política de Governança da Administração Pública Estadual Direta, Autárquica e Fundacional (Nº 46855/2018); e Critérios de Avaliação do Programa de Integridade no âmbito do Poder Executivo Estadual (Nº 46856/2018). 

Durante diplomação dos políticos pernambucanos vitoriosos, que aconteceu nessa quinta (6), no Classic Hall, o governador chegou a dizer que o objetivo de mais um mandato é buscar manter “Pernambuco na frente”. “Essa é a nossa missão essencial de ajudar a população e buscar manter Pernambuco na frente, Pernambuco equilibrado, Pernambuco que pode manter as suas contas em dias”, ressaltou após o evento. 

Antes do início das oitivas das testemunhas de acusação, nesta quarta-feira, 8, a Comissão do Impeachment do Senado limitou em quatro o número de decretos de crédito suplementar a serem analisados pelo colegiado.

A decisão é considerada uma vitória para a defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, já que o pedido de alteração havia sido feito pela ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo. Em seu parecer, o relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), mencionava cinco decretos, mas aceitou fazer a alteração para evitar contradições.

##RECOMENDA##

Cardozo questionou que o entendimento inicial de Anastasia ia contra o texto do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), aprovado na Câmara, que falava em quatro decretos. Na avaliação de Jovair, ele considerou que os dois primeiros decretos assinados por Dilma eram neutros do ponto de vista fiscal porque as fontes primárias e as despesas financeiras listadas nesses documentos se equivaliam. Na denúncia dos juristas Miguel Reale Jr., Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, que originou o processo, eram mencionados seis decretos.

Com a mudança, poderão ser indicadas pela defesa oito testemunhas para cada um dos decretos, seguindo o que decidiu o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Somadas a oito indicados que falarão sobre as pedaladas fiscais, serão 40 as testemunhas indicadas por Dilma no total. Na última relação enviada por Cardozo, já haviam sido sugeridos 32 nomes para esclarecer os decretos, entre eles o ex-ministro Nelson Barbosa e o ex-governador Ciro Gomes. Outros oito nomes já foram indicados para falar sobre as pedaladas fiscais. Porém as testemunhas ainda não foram aprovadas no colegiado.

Presente na sessão, a professora Janaína Paschoal afirmou que os direitos da acusação não estão sendo respeitados, pois algumas testemunhas contrárias a Dilma não foram aceitas pelo relator, por considerar que abordaram temas que estão fora do objeto da acusação. "Nós temos duas testemunhas, enquanto eles têm 40? Estou indignada como advogada e como cidadã", declarou.

O presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), respondeu que a comissão ainda votará a lista de testemunhas indicadas da defesa, e que ele está tentando assegurar o direito de defesa, já que os aliados de Dilma são minoria na sessão.

O governo federal editou dois decretos para reabrir crédito extra para alguns ministérios. O primeiro decreto destina R$ 977,595 milhões em crédito extraordinário à Integração Nacional, para ações de Defesa Civil e obras do Rio São Francisco. O segundo aporta R$ 1,541 milhão em crédito especial para os ministérios da Justiça, Trabalho e Previdência Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

Duas semanas após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter admitido a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Ministério do Planejamento fez defesa da petista ao alegar que foram legais os seis decretos de crédito suplementar editados por ela sem o aval do Congresso Nacional. O uso desses decretos, no valor de R$ 2,5 bilhões, é um dos três argumentos nos quais Cunha se embasou para instaurar o processo de impedimento.

O ministério esclareceu que havia 29 possibilidades previstas em lei que autorizavam a liberação desses recursos sem a necessidade de se passar pelo Legislativo. Os decretos assinados por Dilma, segundo o Planejamento, se encontram dentro desse rol. A pasta destaca ainda que isso é usado para "garantir a agilidade na adaptação do Orçamento em determinadas situações".

##RECOMENDA##

Em outra frente de defesa das ações do governo, a secretária de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Esther Dweck, afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que os decretos não ampliaram o limite de gasto previsto no contingenciamento de despesas, o que seria vedado por lei. "É preciso separar a gestão orçamentária da gestão fiscal. O decreto dá uma autorização de suplementação, mas não amplia o limite total de gasto", ponderou.

O Planejamento afirma ainda que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA) de 2015 define a possibilidade de autorização para a abertura de créditos suplementares por decreto. O limite previsto para esse manejo é de 20% da dotação orçamentária para editar os decretos sem o aval do Congresso.

"As alegações feitas no pedido de impeachment não se sustentam por dois motivos básicos: os decretos mencionados estão de acordo com a legislação em vigor e, por si sós, não aumentaram a despesa da União", diz o Planejamento, em sua primeira manifestação oficial sobre os decretos desde que foi aceito o processo de impedimento de Dilma.

2016

O relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), incluiu na proposta para o próximo ano o uso de decretos de abertura de créditos suplementares, os mesmos que são questionados no pedido de impeachment. Barros reduziu a margem de manejo dos recursos de 20% para 10%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em defesa da presidente Dilma Rousseff, o Ministério do Planejamento afirmou que os decretos que a presidente assinou e que estão sendo questionados no processo de impeachment são legais. A Pasta esclarece que 29 incisos tratam de autorizações específicas, "muitas delas para garantir a agilidade na adaptação do orçamento em determinadas situações" e que os decretos não aumentam as despesas discricionárias da União.

"As alegações feitas no pedido de impeachment não se sustentam por dois motivos básicos: os decretos mencionados estão de acordo com a legislação em vigor e, por si sós, não aumentaram a despesa da União", diz o Planejamento em nota.

##RECOMENDA##

A Pasta avalia que os seis decretos questionados não são passíveis de questionamentos e que, pela lei, poderiam ser editados decretos de suplementação e ter como fontes de recursos o excesso de arrecadação de receitas próprias ou superávit financeiro de anos anteriores. Outro ponto defendido é que não houve comprometimento da meta fiscal pelos decretos.

Em nota, o Planejamento esclareceu que os questionamentos não são feitos sobre o valor total dos decretos (R$ 95 bilhões), mas apenas sobre a parte que se refere à utilização de excesso de arrecadação de receitas próprias ou de superávit financeiro de anos anteriores como fonte de recursos (R$ 2,5 bilhões) e R$ 708 milhões referem-se a despesas financeiras que por definição não entram no cálculo do resultado primário.

Para embasar a defesa, o Planejamento afirma que a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2015 define a possibilidade de autorização para a abertura de créditos suplementares por decreto em diversas situações. Nesta lei, as fontes possíveis para abertura de crédito são: anulação parcial de dotações, limitada a 20% (vinte por cento) do valor do subtítulo objeto da anulação; reserva de contingência, inclusive à conta de recursos próprios e vinculados; excesso de arrecadação de receitas próprias em termos específicos; excesso de arrecadação de receitas do Tesouro Nacional; superávit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2014, também baseado em regras específicas.

"Portanto, não há como questionar que poderiam ser editados decretos de suplementação e que estes decretos poderiam ter como fontes de recursos o excesso de arrecadação de receitas próprias ou superávit financeiro de anos anteriores", frisa o Planejamento.

Discricionárias

Quanto ao não aumento de despesas discricionárias a Pasta esclarece que os Decretos de Crédito Suplementar são objetos da Gestão Orçamentária, enquanto o cumprimento da meta diz respeito à Gestão Fiscal e que os decretos que estão sendo questionados são decorrentes da gestão orçamentária e não aumentaram o limite de execução para nenhum órgão definido no decreto de contingenciamento. "Portanto, eles não ampliaram o total de despesas que podiam ser executadas. Em realidade, eles apenas possibilitaram que os órgãos remanejassem recursos internamente, de forma a melhorar a qualidade do gasto."

"No período imediatamente anterior a esses decretos, ao contrário do que se acusa, o Governo cortou ainda mais seus gastos discricionários em R$ 8,6 bilhões, aumentando o contingenciamento total de 2015 para R$ 79,8 bilhões, o maior contingenciamento já realizado desde o início da Lei de Responsabilidade Fiscal", defende-se a Pasta.

Em justificativa aos decretos não serem numerados, o Planejamento esclarece que eles não possuem caráter normativo e que, por isso, não precisam de numeração.

A Pasta fez questão de lembrar ainda que o governo realizou uma série de medidas de ajuste com um valor estimado de R$ 134 bilhões (2,3% do PIB). "O esforço de redução de despesas atingiu R$ 82,7 bilhões (1,4% do PIB) e responde por 61,7% do esforço fiscal programado para este ano", diz em nota.

União (TCU) abriu investigação para apurar indícios de irregularidades na edição de seis decretos de liberação de recursos assinados pela presidente Dilma Rousseff entre 27 de julho e 20 de agosto deste ano. As autorizações, que totalizam R$ 95,9 bilhões, são um dos três motivos do pedido de impeachment da petista em análise na Câmara.

O relatório no qual o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), justifica a abertura do processo também cita as "pedaladas fiscais" e suposta responsabilidade de Dilma nos "desmandos" da Petrobrás.

##RECOMENDA##

Em despacho assinado anteontem, o ministro José Múcio Monteiro autorizou inspeção na Presidência da República e no Ministério do Planejamento para apurar se Dilma descumpriu a lei orçamentária ao permitir as liberações. Os auditores pretendem checar a regularidade de todos os decretos de mesma natureza editados ao longo do ano, inclusive os assinados pelo vice-presidente Michel Temer em períodos de interinidade na Presidência.

Como revelou o Estado nesta semana, Temer é signatário de cinco decretos no valor de R$ 10,2 bilhões. "Em que pese a eventual corresponsabilidade de outros agentes públicos do Poder Executivo Federal relativamente aos indícios de irregularidades ora evidenciados, a presente representação envolve a Excelentíssima Senhora Dilma Rousseff, que assinou os seis decretos", escreveram técnicos do TCU.

O pedido de investigação foi feito pelo Ministério Público de Contas, que atua no TCU. A representação, do procurador Júlio Marcelo de Oliveira, também embasa o pedido de impeachment dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal admitido por Cunha.

Os decretos de Dilma liberaram recursos após o governo enviar ao Congresso projeto para reduzir a meta fiscal, ou seja, diminuir a economia que o governo faz todos os anos para pagar os juros da dívida pública. Para o Ministério Público de Contas, houve aumento de despesas num cenário de queda de arrecadação que o próprio Planalto admitia na proposta legislativa. O órgão diz que só haveria margem para mais gastos com a revisão da meta, mas deputados e senadores ainda não a haviam alterado - isso somente ocorreu neste mês.

O procurador afirma que Dilma descumpriu a Lei Orçamentária e, no impeachment, os juristas advogam que isso infringiu também a Lei dos Crimes de Responsabilidade, o que permitiria a cassação. Os decretos liberaram recursos em créditos suplementares para diversos órgãos do governo, do Legislativo e do Judiciário. Esse dinheiro veio, segundo as justificativas oficiais registradas nos decretos, de anulações parciais de outros gastos que estavam previstos no Orçamento e foram cancelados, além de "excessos de arrecadações" pontuais e do superávit financeiro de 2014.

Inspeções na Presidência da República são raras. Inicialmente, os auditores vão oficiar ao Planalto requerendo dados e documentos, entre eles análises e notas técnicas que subsidiaram a edição dos decretos. O trabalho deve ser concluído até abril, pois servirá para a análise das contas de 2015 do governo, também sob relatoria de José Múcio.

A presidente Dilma Rousseff assinou três decretos que homologam a demarcação administrativa de terras indígenas nos Estados do Amazonas e Pará. Os documentos estão publicados no Diário Oficial da União desta segunda-feira (20).

No Amazonas, foram homologadas as terras Mapari, localizada nos municípios de Japurá, Fonte Boa e Tonantins, destinada à posse permanente do grupo indígena Caixana, e Setemã, nos municípios de Borba e Novo Aripuanã, destinada à posse permanente do grupo indígena Mura. No Pará, foi aprovada a demarcação da terra Arara da Volta Grande do Xingu, no município de Senador José Porfírio, destinada à posse permanente do grupo indígena Arara.

##RECOMENDA##

A decisão da presidente ocorre dias depois da pressão feita em Brasília por lideranças da Articulação Nacional dos Povos Indígenas, que se reuniram com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto. Eles pediram uma atenção maior do governo federal à causa indígena e também chamaram a atenção para a falta de estrutura da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Também respondendo a isso, o governo informou que, nesta quarta-feira, o Ministério do Planejamento vai publicar uma autorização oficial para o provimento de 220 cargos de agentes da Funai.

O governador de Pernambuco em exercício, deputado Guilherme Uchoa (PDT), participa, nesta quinta-feira (5), de uma audiência pública em Igarassu. A reunião vai tratar sobre os principais problemas da Região Metropolitana do Recife, entre eles a mobilidade. A audiência será às 16h, na Câmara de Vereadores da cidade.

Outra agenda de Uchoa estava prevista para esta quinta, no entanto foi cancelada. Ele sancionaria, às 11h, uma lei que altera o Código de Organização Judiciária. De acordo com a assessoria de imprensa da gestão estadual, houve uma incompatibilidade de horários e, por isso, a sanção foi adiada.

##RECOMENDA##

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) assumiu o governo nessa quarta-feira (4). Ele permanece no cargo até o próximo domingo (8), quando o governador Paulo Câmara (PSB) retornará de uma viagem ao México. O vice-governador Raul Henry (PMDB) também encontra-se fora do Brasil, em um seminário sobre Educação, nos Estados Unidos.   

Esta é a quinta vez que o pedetista ascende a cadeira de governador, durante a assinatura de Transmissão do Cargo, ontem, Guilherme Uchoa ressaltou que dará continuidade aos projetos de Paulo Câmara durante o período em que estiver à frente do Estado. "Vou continuar executando o mesmo trabalho de um governo sólido e transparente, que teve Eduardo Campos à frente, e, agora, o governador Paulo Câmara. Não tive orientações (para assumir)", pontuou.

Primeiras ações

No primeiro dia à frente do Executivo estadual, o governador em exercício encaminhou à Assembleia Legislativa a mensagem 18/2015 com Projeto de Lei Complementar, que dispõe sobre o Estatuto dos Policiais Militares de Pernambuco. Com a nova redação, o chefe da Casa Militar também poderá conceder licença especial ao policial militar em efetivo exercício. Antes, apenas o comandante-geral da Corporação estava autorizado a realizar o procedimento administrativo.

Guilherme Uchoa também assinou o Decreto 41.518, que declara de utilidade pública uma área de terra situada no município do Cabo de Santo Agostinho. No local, será implantado trecho de uma subadutora que integra o Sistema Pirapama, responsável pela ampliação do abastecimento de água na Região Metropolitana. 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, destacou nesta terça-feira, 3, que o Estado, desde a administração de Mário Covas (PSDB), "nunca aumentou imposto". "Sempre que pôde, reduziu", afirmou durante audiência com lideranças da cadeia produtiva de açúcar e etanol no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

Alckmin ressaltou, ainda, que o etanol comercializado em São Paulo tem o menor imposto do País, de 12% de ICMS. "Estamos racionalizando a questão tributária no Estado", ressaltou, referindo-se aos dois decretos assinados hoje por ele.

##RECOMENDA##

O governador assina hoje decreto que prevê a ampliação do deferimento do ICMS, concedido atualmente apenas à cana-de-açúcar, para outras matérias-primas e subprodutos utilizados na produção de etanol, incluindo milho e sorgo sacarino. Outro decreto prevê a redução de 18% para 7% no ICMS incidente na saída interna de amido de milho, glicose e outros açúcares e xaropes advindos do milho.

O tucano destacou ainda, sem dar mais detalhes, que pretende inserir a Cesp no segmento de cogeração de energia e ampliar financiamentos para equipamentos que recolham palha de cana, necessária à cogeração.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando