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Sintomas psicológicos e neurológicos como perda de olfato, dor de cabeça, ansiedade e depressão são comuns em pacientes da Covid-19, tanto em casos graves quanto leves. A conclusão é de uma meta-análise de 215 estudos sobre a Covid-19 em 30 países, com 105.638 pessoas. As informações são da BBC.

Segundo o autor do estudo, o pesquisador Jonathan Rogers, da University College London, o resultado surpreendeu. "Esperávamos que esses sintomas aparecessem nos casos mais graves, mas não foi o que encontramos", disse. "Parece que afetar a saúde mental e o cérebro é uma regra da Covid-19, e não uma exceção."

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Os sintomas neurológicos e psiquiátricos mais recorrentes foram perda do olfato (43%), fraqueza (40%), fadiga (38%), perda do paladar (37%), dor muscular (25%), depressão (23%), dor de cabeça (21%) e ansiedade (16%).

O pesquisador acredita que sintomas como dor de cabeça sejam registrados com maior frequência em casos leves porque um paciente em estado grave está sem conseguir respirar e não deve relatar algo como dor de cabeça. Há exemplos de sintomas neurológicos e psiquiátricos que surgem primeiro ou são a única manifestação da doença.

"Pesquisas sobre delírio, principalmente com idosos, mostram que este pode ser o primeiro sintoma da Covid-19, antes mesmo do aparecimento dos sintomas respiratórios", comenta.

O estudo indica que, embora mais raras, doenças neurológicas mais graves também ocorrem em pacientes que tiveram Covid-19, como acidente vascular cerebral isquêmico (1,9%), acidente vascular cerebral hemorrágico (0,4%) e convulsões (0,06%).

Segundo Jonathan Rogers, o estudo não estava focado nas causas, mas ele acredita que uma série de fatores explicam os sintomas neurológicos e psicológicos. "Algumas das evidências mostram que eles não são produzidos porque o vírus invade as células nervosas, o que é muito raro. Mas a inflamação que a covid-19 causa na corrente sanguínea é provavelmente um fator que contribui. Certamente, contribui para o delírio e provavelmente também para a depressão e ansiedade", afirma. 

Além desse, ele cita a hipóxia cerebral, que é a redução de oxigênio para o cérebro e fatores sociais e psicológicos. Rogers argumenta que o paciente pode estar preocupado com o desenvolvimento da doença e sentir o impacto de estar isolado de sua família.

"Passo o dia limpando cocô", lamenta a protetora Verônica. (Arthur Souza/LeiaJá Imagens)

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Para conseguir conversar com a reportagem, Verônica* se tranca no quarto, o único cômodo de seu apartamento, localizado na Zona Sul do Recife, que não foi destruído pelos cerca de 80 gatos que resgatou das ruas. Fora do compartimento, a protetora de animais, atualmente desempregada, só dispõe de móveis deteriorados, paredes sujas e um piso invariavelmente coberto de fezes. “Eu passo o dia limpando cocô, não tenho um minuto de sossego. Só quando falta material de limpeza, aí é outra agonia. O cheiro não sai só com água, dependo de doações”, comenta. Endividada e enfrentando quadro de depressão, Verônica experiencia uma situação descrita como comum pelos protetores residentes no Recife, que se queixam da morosidade da prefeitura na assistência aos animais de rua.

“Minha situação piorou depois que um pessoal entrou em contato me pedindo para socorrer os gatos que viviam em um hotel desativado em Boa Viagem. As pessoas tinham medo de o prédio ser demolido com eles lá dentro. Me prometeram que, se eu fizesse o resgate, me ajudariam com os custos de ração e saúde dos bichos. Alguns animais morreram, mas outros trinta e cinco ficaram comigo”, conta Verônica.

 Na tentativa de conter a proliferação da esporotricose, Verônica mantém os animais doentes em gaiolas. (Arthur Souza/LeiaJá Imagens)

A ajuda financeira combinada, contudo, não vem dando conta dos altos custos com saúde e alimentação dos animais. “Oitocentos reais por mês para tantos gatos é muito pouco. Para piorar minha situação, alguns deles estão com esporotricose, uma doença contagiosa. O tratamento é feito com itraconazol de 100g, que agora está custando R$ 600 a mais na quantidade que compro, direto na distribuidora”, comenta.

Em um esforço desesperado no sentido de evitar a proliferação da esporotricose, Verônica mantém os gatos doentes em gaiolas. Ela mesma, contudo, já apresenta feridas causadas pela doença, transmissível para humanos. Falta dinheiro para o próprio tratamento. "Já devo pelo menos R$ 3 mil em ração que comprei fiada. Compro cerca de 140 kg por mês, dá mais de R$ 1 mil só de ração. Tem dias que não tenho o que comer”, lamenta. 

Protetora apresenta feridas na pele em razão de doença transmitida pelos gatos resgatados. (Arthur Souza/LeiaJá Imagens)

Verônica também se queixa da dificuldade para conseguir agendar castração no Hospital Veterinário do Recife Robson José Gomes de Mello (HVR) , localizado no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste da capital pernambucana. “Nunca tive ajuda da prefeitura, nota zero. Eles só agendam uma castração por CPF, mas vivo com oitenta gatos resgatados. Como vou sair para o fim do mundo, pagando dinheiro que não tenho a Uber, para levar apenas um animal? Acabo fazendo em um veterinário por conta própria, pagando R$ 50 por operação”, conta.

Em processo depressivo, a protetora se diz arrependida de ter feito os resgates. “Choro todos os dias, porque não vejo saída para minha situação, estou sem autoestima, exausta. Às vezes, não tenho nem vontade de viver, meu medo é de morrer e deixar esses gatos sozinhos. Faço por amor, mas não dou mais lar temporário. Sinto muito pelos bichos”, desabafa.

Aumento do abandono

Protetores afirmam que pandemia de Covid-19 aumentou número de animais largados nas ruas e em mercados públicos. (Arthur Souza/LeiaJá Imagens)

De acordo com o protetor Cláudio Braga, a pandemia de Covid-19 provocou o aumento do número de animais abandonados na Região Metropolitana do Recife. “Isso foi sentido por todos e se deve a coisas como as diversas informações falsas que circularam sobre os animais transmitirem o novo coronavírus. Além disso, a própria crise econômica levou muita gente a abandonar cães e gatos”, explica.

O cenário motivou uma reunião entre ativistas pelos direitos dos animais e a prefeitura do Recife. Presente no encontro, a vereadora Andreza Romero informou que, em levantamento promovido por seu gabinete, foi constatado o crescimento de 70% dos casos de abandonos de animais na capital pernambucana, durante o período de crise sanitária. “A vereadora nunca foi atrás de contato com as instituições, trabalha de forma individual com pessoas que a procuram pedindo isso ou aquilo. Enquanto isso, a prefeitura até hoje não possui uma ação mais efetiva no sentido de reduzir o número de abandonos e as dificuldades para se conseguir uma castração. Ninguém consegue atendimento pelos telefones que eles oferecem”, aponta Braga.

É por essa razão que, segundo o ativista, muitos protetores recorrem a clínicas particulares, acabando por criar dívidas. “Deveria haver um projeto de atendimento psicológico para essas pessoas, que já não conseguem cuidar dos animais, diante de uma demanda tão alta. Meu salário está comprometido, porque estou ajudando outros protetores. Vou deixar meus amigos passando fome?”, lamenta.

“Cheguei a comer a ração”

Renata alugou uma casa para viver com 42 animais resgatados. (Arthur Souza/LeiaJá Imagens)

O sentimento de frustração diante da impossibilidade de suprir a alta demanda de acolhimento de animais de rua é compartilhado pela protetora Renata*, que também alugou uma casa para viver com 42 animais resgatados, dos quais 24 já foram adotados por outras famílias. “Eu devo aluguel, conta de água e luz. Me alimento porque meus vizinhos me dão comida. Um traz café da manhã, outro almoço, outro a janta. Eu já cheguei a comer a ração com os bichos”, relata.

A protetora costumava trabalhar vendendo bombons pelas ruas. “Com a pandemia, fiquei com medo de pegar Covid e desisti. Acho que minha situação estaria bem melhor se a prefeitura oferecesse ração para os protetores, assim como uma estrutura melhor de castração”, opina.

Renata também critica a atuação da vereadora Andreza Romero, que se elegeu em 2020, sob a promessa de transformar o HVR em unidade 24 horas, implementar o SAMU Animal, bem como de resgatar “todos os animais abandonados”. “Sabemos que isso não tem como acontecer, ninguém consegue tirar todos os bichos das ruas. Mas onde está o abrigo que ela prometeu? Essa vereadora não faz nada pelos animais, o que ela sabe fazer é pedir votos”, queixa-se.

Protetores denunciam dificuldade para conseguir agendar castração no Hospital Veterinário do município (Arthur Souza/LeiaJá Imagens)

Por meio de sua assessoria de imprensa, Andreza Romero informou que o abrigo para os animais de rua será construído com recursos próprios, oriundos de seu salário como vereadora. “Um projeto responsável como este, precisa ser bem planejado e executado. Está na fase de aquisição do terreno e o projeto do prédio já foi desenvolvido por arquitetos”, escreveu. A vereadora não respondeu sobre o prazo para entrega da estrutura.

Já a Prefeitura do Recife comunicou que, por meio da Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais (SEDA), está estruturando um plano de expansão do Hospital Veterinário do Recife, bem como a ampliação dos atendimentos oferecidos no local. “Entre as medidas, está previsto construir um novo bloco cirúrgico para aumentar o número de procedimentos, sala de internamento para os pets e dotar o equipamento público com atendimento 24 horas”, diz a nota oficial.

Abandonar animais é crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/98. Vale lembrar que, em setembro do ano passado, foi sancionada a Lei Federal nº 14.064/20, que aumenta a pena de detenção de até um ano para até cinco anos para quem cometer este delito.

A prefeitura do Recife mantém um canal específico para denúncia de casos de abandono e violência animal, por meio do telefone 3355-8371, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. As queixas também podem ser feitas através da Ouvidoria Geral da administração municipal, pelo telefone 0800-281-0040. A denúncias são analisadas em conjunto pela SEDA e pela Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma). De acordo com a prefeitura, de janeiro deste ano até o dia 30 de abril, a pasta já recebeu 291 denúncias de suspeitas de maus-tratos.

*Nome fictício

Além de Camilla de Lucas quem também passou pelo Mais Você nesta quinta-feira, dia 6, foi Fiuk. O cantor ficou em terceiro lugar no BBB21 e levou para casa o prêmio de 50 mil reais. No bate-papo com Ana Maria Braga, Fiuk falou sobre ser uma pessoa chorona.

"É tão bom entrar no programa, mas é tão bom sair também! Porque dá muitas saudades. Eu sou muito chorão, homem também chora. Meu coração é chorão. É uma emoção muito grande sair, tudo está me emocionando. Falar com minha família, olhar o mar, coisas muito simples", disse.

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Sem receios, Fiuk falou sobre como lidou com suas emoções dentro do jogo, dando detalhes sobre sua depressão e ansiedade.

"Tenho depressão desde muito jovem. Eu sou TDHA. Tenho déficit de atenção, num nível mais avançado. Já passei anos tratando aqui fora e achei que já tinha resolvido. E lá dentro me deparei com isso de uma forma que eu não esperava. Lá dentro foi difícil de lidar com essas coisas. Eu choro escondido, não gosto de ficar derramando lágrima e espalhando tristeza por aí. Mas minha hiperatividade disparou, minha ansiedade disparou, quase tive síndrome de pânico. Entrei na casa muito mexido. Pensei em desistir no hotel. Não me deram um violão para tocar lá. Mas eu nunca me fiz de vítima de tudo isso, nunca coloquei isso em primeiro lugar, nunca expus".

Para o artista, o fato de vir de uma família famosa e ser filho de Fábio Jr. fez com que ele escondesse por muito tempo que sofre com a doença.

"Porque todo mundo sabe da família que eu vim, então eu não posso ter problema, não posso ter defeito".

Ana Maria interrompeu o cantor e afirmou que agora ele poderia mostrar ao público o que sente e ele concordou.

"Sim, agora eu descobri que eu posso. Eu estou muito mais leve", disse Fiuk.

Para finalizar o papo, Ana quis saber se Fiuk e Juliette vão ficar juntos. O cantor ficou envergonhado ao falar sobre o assunto e desconversou.

"Foi muito incrível nossa história, a maneira como aconteceu. Tenho carinho muito especial para ela. Tá cheio de gente no pé dela agora, não sei se ela vai querer casar de novo comigo... Vamos ver. Fica no ar", brincou.

A ex-atriz pornô Lana Rhodes revelou que os tempos no entretenimento adulto lhe renderam crises de pânico e outras cicatrizes psicológicas. Ela relembrou algumas situações da curta carreira e contou que sonhava ser uma estrela de filmes eróticos desde os 12 anos, mas o sonho tornou-se trauma após entrar na indústria.

“Eu queria escapar da situação que eu tinha em casa [quando mais jovem]. Eu me trancava no closet e assistia Girls Next Door of Playboy (reality sobre as namoradas de Hugh Hefner, fundador da Playboy) pensando em fazer 18 anos para poder viver aquilo”, recordou em um bate-papo com o podcast '3 Girls 1 Kitchen'.

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A jovem de 24 anos chorou ao relatar as cenas humilhantes que gravou em seus oito meses de carreira na indústria pornográfica. Lana confessa que se surpreendeu ao vivenciar os bastidores e as imagens sempre voltam a sua mente "como uma sentença".

“Isso vai fazer parecer que eu era muito ingênua, mas é verdade… quando entrei no avião para ir à Los Angeles fazer pornô pela primeira vez, eu não tinha ideia de que eu teria que fazer sexo. Não tinha processado a coisa, eu simplesmente não pensei no que eu precisaria fazer para me transformar em uma estrela do pornô”, afirmou.

A pressão por cenas mais extremas 

Ela explica que a situação piorou quando os produtores começaram a pedir cenas mais extremas. O que fez com que ela, e outros atores, desenvolvessem crises de pânico antes das gravações. “Eu tive amigos que desmaiaram durante as cenas por falta de ar. É um conteúdo maluco que pode machucar as pessoas fisicamente para o resto de suas vidas. Por sorte, não aconteceu comigo”.

Apesar de considerar que nem todas suas participações foram tão ruins, a pressão dos produtores fez com que ela largasse as filmagens. “Não vou dizer que todas as cenas que eu fiz foram horríveis. Mas há algumas que me causaram um dano emocional muito grande. Tem de três a cinco tomadas que foram traumáticas para mim ㅡ como ir para um set com alguém muito mais velho ou fazer coisas muito extremas. Posso dizer com 100% de certeza que isso me fez largar o pornô”.

Com 14,8 milhões de seguidores no Instagram, Lana tentar conter a depressão e se esforça para tocar a vida como influencer, mas sabe que seu antigo emprego jamais será esquecido. “Eu sempre vou ser uma estrela do pornô, independente de querer isso ou não, não importa. Eu lido com a depressão e pensamentos suicidas todos os meses por conta do meu passado no pornô. Estou apenas sendo sincera, não é uma grande coisa carregar esse título”, apontou.

A autocobrança de adolescentes, jovens e adultos durante as aulas a distância e os  estudos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) têm deixado muitas pessoas com problemas de saúde mental. Em 2021, o Brasil teve um aumento de 40% nos sintomas de depressão e ansiedade nos jovens, segundo a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, em seu estudo chamado oCOVIDPsiq.

O país entrou em alerta amarelo, aponta o estudo. A pesquisa usou como base 6,5 mil jovens, maiores de 18 anos, em todo o Brasil.

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Em entrevista para o LeiaJá, a psicóloga Isabelle Fernandes, especialista em Psicologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), disse que a pandemia agravou quadros de transtorno mental. "As restrições sociais, a deterioração das condições financeiras de muitas famílias e a mudança na rotina impostas pela pandemia geraram um grande impacto na saúde mental dos jovens, como sentimentos de solidão, autocobrança excessiva, desamparo, tristeza”, afirmou.

Num estudo da “Global Student Survey” feito pela organização sem fins lucrativos Chegg.org, sete de dez universitários brasileiros declaram que a pandemia de covid-19 trouxe impacto na sua saúde mental; pelo menos 21% desses jovens buscaram ajuda psicológica e 17% tiveram pensamentos suicidas. A organização ouviu 16,8 mil estudantes em graduação de 18 a 21 anos em todo o mundo.

“O importante nesse momento é saber reconhecer os sintomas e o impacto deles na sua rotina, na iniciativa para as atividades e nos pensamentos. Procurar por uma ajuda profissional é uma forma de autocuidado e de prevenção”, orientou a psicóloga Isabelle Fernandes.

Segundo Isabelle, existem medidas de autocuidado que podem auxiliar na saúde mental, como estabelecer uma rotina diária de atividades, incluindo momentos de lazer, de interação social (mesmo que virtuais) com os amigos e familiares e traçar metas possíveis e de curto prazo, que considerem o contexto atual.

Em 2020, o Ministério da Saúde lançou o programa Mentalize, para atenção a pessoas com transtornos causados pela pandemia. A ajuda para jovens adolescentes e adultos também está disponível no Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo número 188.

Por Ariel Monteiro.

A pandemia do novo coronavírus isolou cidades inteiras e alterou a rotina da maioria dos trabalhadores brasileiros. Tais mudanças colocaram o Brasil no topo dos países com mais casos de ansiedade e depressão, segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP). Em meio a isso, profissionais especializados usam a música como ferramenta para tratar efeitos da pandemia. É a chamada musicoterapia.

A prática dessa área de conhecimento consiste em utilizar os sons, e seu teor terapêutico, para promover o bem-estar psicológico. Musicoterapeutas de todo o Brasil já utilizam essa técnica para minimizar tensões do cotidiano, combater a solidão e melhorar a saúde mental de pacientes afetados pela pandemia.

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Para o músico e psicólogo Herlon Chagas dos Santos, a utilização da musicoterapia também auxilia no autoconhecimento. “A música manuseada terapeuticamente promove, desde o momento em que está sendo executada, até posteriormente, um campo para que as pessoas façam contato consigo mesmo, com seus sentimentos, sensações, emoções, com sua própria existência e consciência, fortalecendo a vontade de viver, contribuindo para que a saúde, como um todo, se restabeleça", disse.

Segundo o especialistas, a música possui um papel terapêutico. “Cada um dos aspectos ou elementos da música corresponde a um aspecto humano específico. Por exemplo, o ritmo induz ao movimento corporal, a melodia estimula a afetividade, e a harmonia contribui ativamente para a restauração da ordem mental no ser humano”, explicou o psicólogo.

Diante de uma das piores crises sanitárias e de saúde das últimas décadas, a música pode ser utilizada no ambientes médicos mais variados. No Hospital de Campanha de Santarém, no Pará, por exemplo, foi utilizada para diminuir a tensão e o estresse de pacientes internados com covid-19 e de profissionais da linha de frente de combate à doença.

Por Douglas Santos e Allam William.

 

 

 

O Senado aprovou, nesta quarta-feira (7) projeto que cria, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), um programa específico para acolhimento de pessoas que estão em sofrimento emocional causado pela pandemia da covid-19. O PL 2.083/2020, do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), foi aprovado por unanimidade e segue para a Câmara dos Deputados.

O texto foi aprovado com mudanças, na forma do substitutivo do relator, senador Humberto Costa (PT-PE). Entre principais alterações está a ampliação da abrangência do programa. Originalmente, o projeto previa o tratamento dos problemas decorrentes do isolamento, mas com a alteração, o programa deverá tratar todos os problemas decorrentes da pandemia de covid-19 ou potencializados por ela.

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De acordo com o autor, senador Acir Gurgacz, o isolamento social tem potencializado os casos de sofrimento por conta do afastamento de familiares, amigos e principalmente, de psiquiatras e psicólogos. Esses profissionais, segundo Gurgacz, têm encontrado dificuldades para ajudar todas as pessoas que precisam de atendimento para cuidar das questões emocionais.

"Quando apresentei esse projeto, em abril do ano passado, não poderia imaginar a dimensão e os impactos dessa pandemia na saúde das pessoas, em especial a saúde mental. De lá para cá, nós aprendemos muito com o que aconteceu durante o ano passado todo e este ano, e as emendas aqui acatadas pelo senador Humberto Costa aperfeiçoaram e melhoraram ainda mais esse projeto", disse Gurgacz.

No parecer, Humberto Costa lembrou que uma parcela significativa da população também sofre de preocupações com a possibilidade de infecção e também com a sobrevivência, em um momento de agravamento da crise econômica.

"De fato, diversos estudos têm apontado para as consequências danosas da pandemia para a saúde mental da população. Assim, nada mais justo que se instituir uma política voltada para acolher e assistir essas pessoas no âmbito do SUS", explicou o relator.

Rede

Entre as alterações feitas por Humberto Costa no texto está a determinação de que o programa seja desenvolvido dentro da Rede de Atenção Psicossocial e pelas unidades básicas de saúde do SUS, com o apoio dos centros de atenção psicossocial (CAPS), presentes em todos os estados e municípios.

"O SUS já dispõe de uma rede bem estruturada de atenção à saúde mental, que é capaz de responder a essa situação de agravamento dos problemas mentais na população em decorrência da pandemia", avaliou o relator, que já foi ministro da Saúde.

Foi mantida no texto a possibilidade de o SUS firmar parcerias com órgãos da administração pública e com serviços privados para que atuem no programa, mas de forma complementar e integrada à rede de atenção psicossocial.

Além disso, ele também ressaltou que os gestores de saúde das três esferas de governo devem estabelecer em conjunto os parâmetros para a organização e os critérios de priorização do ingresso das pessoas no programa. Essa tarefa será da Comissão Intergestores Tripartite, foro permanente de negociação, articulação e decisão entre os gestores nos aspectos operacionais e na construção de pactos no SUS.

O relator também incluiu no texto a previsão de que a União destinará recursos para os fundos de saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios que aderirem ao programa. O dinheiro, segundo Humberto Costa, será usado na ampliação dos serviços, com contratação de pessoal especializado e compra e instalação dos equipamentos necessários para o atendimento remoto.

Emendas

Foram acatadas várias emendas de senadores. Uma delas, do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) determina que o atendimento deve ser virtual sempre que possível, com o uso de recursos de telessaúde. Também por sugestão do senador Alessandro, entre os critérios de prioridade do programa, deve estar contemplado o atendimento aos profissionais de saúde que atuam diretamente na assistência aos pacientes com covid-19.

O relator também acolheu emenda do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) para exigir que os planos de saúde privados também ofertem serviços de atenção à saúde mental para as pessoas afetadas, nos moldes do que é será feito pelo SUS. Para Humberto Costa, a medida é benéfica para ampliar o acesso da população a esse tipo de serviço.

Além disso, foram feitos ajustes para que as alterações ficassem fora da Lei 13.979, de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da covid-19.  A lei era vinculada ao decreto de calamidade pública, que teve a vigência encerrada em 31 de dezembro de 2020.

Com isso, o relator acatou também emenda do senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), para que o programa se estenda por dois anos (730 dias) após o fim da emergência de saúde pública, e não mais após o término do estado de calamidade.

Humberto Costa informou, ainda, ter aceito emenda da senadora Rose de Freitas (MDB-ES), para determinar que o programa tenha atendimento ambulatorial em psiquiatria, inclusive para urgências e emergências.

Mérito

Todos os parlamentares que se pronunciaram defenderam a aprovação da proposta. Para o senador Eduardo Braga (MDB-AM), o projeto atende à necessidade da população, já que uma das grandes consequências do enfrentamento da covid são as consequências mentais, psicológicas e emocionais. 

"Os brasileiros todos estão vivendo um estresse emocional gigantesco diante de tantas mortes e de um período tão longo de uma pandemia", lamentou.  

Os senadores Izalci Lucas (PSDB-DF) e Zenaide Maia (Pros-RN) também ressaltaram o aumento das preocupações dos cidadãos, o que impacta na saúde mental.

"Quando o projeto foi apresentado, pensava-se só no isolamento social, mas eu digo que os problemas mentais dos brasileiros são bem maiores: o medo de morrer pela covid ou de fome, desespero de uma grande parte que perdeu toda a renda. Então esse projeto veio a calhar", disse Zenaide Maia.

Os líderes da minoria, senador Jean Paul Prates (PT-RN), do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e da bancada feminina, senadora Simone Tebet (MDB-MS) elogiaram o trabalho do autor e do relator. Prates e disse ter orgulho do Senado pelo texto aprovado.

"Esse trabalho conjunto é que nos enche de orgulho aqui no Senado, que, mais uma vez, nesta semana, faz a sua parte e dedica toda a sua pauta ao tratamento da pandemia. Quero agradecer à presidência por ter atendido ao nosso pedido especial pela liderança da minoria de pautar esse importante projeto", disse.

*Da Agência Senado

 

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Ao alcançar a realidade que mais caracteriza a desigualdade social no Brasil, a crise da Covid-19 reafirmou o histórico de abuso psicológico à população periférica e espalhou uma 'epidemia' de depressão nas comunidades. Frente ao desinteresse do poder público em ampliar o atendimento especializado nas favelas, populares se aglomeram na margem do arranjo socioeconômico enquanto tentam se defender dos impactos mais agressivos da pandemia. Sobrecarregados desde a infância, a renda mensal sempre foi insuficiente, mas o pouco cada vez mais se aproxima do nada. 

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Sem oportunidade, a pressão de alimentar a família e se deparar com a geladeira vazia, incapacita e dói, mas a perda de mais de 279.286 familiares realça o sentimento de solidão em todo o País. Uma pesquisa divulgada pela Ipsos aponta que o Brasil é o país que mais sente solidão. De acordo com o levantamento, metade dos mil entrevistados declarou se sentir sozinha e 52% disseram que o sentimento aumentou nos últimos seis meses. 

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A condição de exclusão ficou ainda mais evidente nesse pouco mais de um ano de pandemia no Brasil. Enquanto o vírus apela pelo reforço da higiene, o fornecimento de água ainda é precário. Enquanto a orientação sobre os métodos de prevenção é fundamental, a periferia ainda se vê vulnerável pela falta de educação sanitária. Empurrados para o contágio em um transporte público superlotado, a falta de controle financeiro é remediada com empregos informais. Ao passo que os recordes de mortes são atualizados diariamente, a fila por leitos de UTI tornou-se parte de um cenário onde a gravidade tenta ser abafada e a mente de quem não sabe como reagir à doença batalha consigo por soluções. 

Sem a escuta psicológica adequada, pouco a pouco a 'autodesvalorização' amarga e aumenta os índices de alcoolismo, violência doméstica, dependência química e nas recorrentes tentativas de suicídio. Na comunidade de Chão de Estrelas, no bairro da Campina do Barreto, Zona Norte do Recife, o braço social do Maracatu Cambinda Estrela (1935) funciona há 21 anos como um centro de acolhimento onde "o medo de não poder ter um amanhã" é afastado. Junto aos demais voluntários, a presidente do projeto, Wanessa Santos, reconforta os populares em meio à crise psicológica.

Ela lembra que as pessoas "começaram a se perder" logo nos primeiros meses da Covid-19. Por isso, montou uma frente com nove representantes de outras organizações para arrecadar alimentos e beneficiar mais de sete mil famílias. "As pessoas ficaram sem emprego, perderam suas rendas, adoeceram e perderam também seus entes queridos. Eu vi adolescente perdendo mãe e avô. A gente viu mãe perdendo os filhos. Desse início, até então, as pessoas vêm passando por surtos de ansiedade, medo, crises, pânico e, inclusive, chegaram situações para a gente de pedidos de socorro porque queria cometer suicídio", recorda a coordenadora, que classifica o Maracatu como "um grande quilombo com uma forte relação familiar" que estende o sentimento de união para comunidades vizinhas.

A condição delicada de Chão de Estrelas poderia ser revertida com mais apoio público, destaca Wanessa/Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo

Com a cesta básica nacional em R$ 696,71 -valor superior ao repasse do auxílio emergencial-, a projeção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) fixa o salário-mínimo ideal em R$ 5.495,52. Em janeiro, 12,8% dos brasileiros - equivalente a 27 milhões de pessoas - estavam na linha da miséria, ou seja, viveram com menos de R$ 246 mensais, aponta a pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnads) Contínua. Com a suspensão do benefício em meio à piora da pandemia, a falta de comprometimento do poder público é amplificada pela baixa oferta de atendimento psicológico. "A gente tá vivendo um momento de extrema dor, muitas perdas, muitas mortes e uma falta de perspectiva futura", afirma a presidente do Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco (CRP-PE), Alda Roberta Campos.

"Nem é um problema religioso, nem é falta de força de vontade, nem a pessoa escolheu tá deprimida. Depressão é uma doença que vai precisar de um suporte psicológico, muitas vezes de um suporte médico também, de uma equipe multidisciplinar que possa ajudar essa pessoa a se cuidar", destacou a gestora, que acrescentou, "as desigualdades vão se destacar nessa situação. Quando você tem a possibilidade de uma reserva emocional, financeira, de segurança profissional, isso permite que você seja menos atingido".

Apesar de compreender que o atendimento descentralizado oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é um modelo para outros países, ela divide o sentimento de que falta mais compromisso com o sistema. De acordo com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), do Ministério da Saúde, em dezembro de 2019 - às vésperas da pandemia no Brasil -, o Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica (SISAB) registrou 229.851 atendimentos no SUS para depressão e ansiedade. Um ano depois, já com a crise instalada, 302.060 atendimentos foram realizados. Em Pernambuco, os dados saltaram de 7.660 para 10.309 no mesmo período.









Alda pede atenção para diferenciar a tristeza das perdas da pandemia com um quadro mais sério de transtorno/Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo







"O Brasil tem uma rede de atenção psicossocial. Cada município precisa ter essa rede, que é formada pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), pelos centros de convivência e por espaços de cuidado onde a população pode acessar", explica Alda Roberta. A Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) disponibiliza 17 Caps - com quatro destinados às crianças e adolescentes -, que seguem abertos para atendimento individual mediante agendamento. A pasta comparou os meses de janeiro de 2020 e 2021, e não identificou aumento de demanda psicológica. Contudo, a queda de 21,6% na fila de espera por consultas foi observada.

Em uma aposta para democratizar o acesso ao acompanhamento profissional, desde maio do ano passado, a Coordenação de Saúde Mental do município passou a oferecer teleatendimento através do aplicativo Atende em Casa. Mais de três mil pessoas foram ouvidas pela equipe multidisciplinar do programa, estima a Prefeitura, que também posiciona 20 equipes de profissionais de sete especialidades no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) para dar expansão ao suporte. 

O atacante uruguaio Santiago Damián García Correa, conhecido como Morro Garcia, foi encontrado morto na manhã deste sábado (6), em Mendoza, na Argentina. A suspeita da polícia é que ele tenha cometido suicidio. 

Segundo o jornal argentino Olé, ainda não foi confirmado a causa da morte, mas sabe-se que uma arma foi encontrada no local. O jogador passava por problemas psiquiátricos e foi diagnosticado com depressão, o que reforça a tese. Alguns veículos argentinos chegaram a afirmar que havia sido encontrado com um tiro, mas não houve confirmação 

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O jogador vestiu a camisa do Athlético-PR em 2011 e 2012 e chegou a ser na época a contratação mais cara do clube. Atualmente ele estava atuando no Godoy Cruz, mas afastado do grupo principal. O time, que tem como maior artilheiro do Campeonato Argentino Morro García, lamentou a morte do atleta.

O isolamento social causado pelo coronavírus (Covid-19) contribuiu para o aumento de casos de depressão e ansiedade. De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o número de pessoas com depressão aumentou 90% nos primeiros meses da pandemia, e os distúrbios de ansiedade dobraram. Para aliviar as doenças, a meditação tem sido uma das principais dicas dos psicólogos.

A atriz Ana Cecília Mamede, 36 anos, do Rio de Janeiro, pratica meditação há cinco anos. A rotina é de quatro vezes por semana, em sessões de 30 minutos. "A meditação guiada melhorou bastante a minha qualidade de vida, isso é inegável", conta. Devido à prática meditativa, ela relata ter conseguido paz interior, calma e foco para lidar com as tarefas do dia a dia. "Houve melhora na qualidade do sono, diminuiu a ansiedade, aumentou o foco e a disciplina", complementa.

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De acordo com a especialista em desenvolvimento humano sobre meditação Ester Gomes, a prática reduz os níveis de estresse, aumenta a capacidade de memorização, auxilia no raciocínio lógico, desenvolve a criatividade, reduz dores crônicas, contribui com a imunidade e traz uma percepção mais empática da vida.

Na pandemia, diversos trabalhadores tem enfrentado dificuldades, seja no presencial ou home office, e que se transformam em preocupações psicológicas que afetam o bom desempenho. "É necessário promover a meditação em prol de acalmar e ajudar os funcionários, para visar uma melhor produtividade. Mente e corpo saudáveis são capazes de coisas extraordinárias", explica Ester.

O principal elemento da meditação é a respiração. Segundo Ester, se concentrar em silêncio, seja sentado ou deitado, ajuda a relaxar. Ao fechar os olhos e se concentrar no som, a intuição pode ser favorecida. "Lembre-se que você está se dando este momento de presente. Este é um mergulho para dentro de si mesmo. Seja por três minutos ou 30, é para você. Então, aproveite", orienta.

A 2ª Vara Criminal da Comarca de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, condenou um médico neurologista pelo crime de violação sexual mediante fraude. Ele é acusado de tocar os seios de paciente durante consulta. 

Segundo o processo, o crime ocorreu em 22 de novembro de 2017, no bairro Maurício de Nassau, em Caruaru, na terceira consulta da paciente. A mulher havia procurado o neurologista identificado pelas iniciais S.H. de A.J. por estar com insônia, agitada e nervosa devido a crises de ansiedade e pânico. 

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Em determinado momento da consulta, o médico teria se posicionado atrás da cadeira da mulher dizendo "Você está muito tensa, você precisa relaxar e se acalmar." Em seguida, ele colocou a mão esquerda em cima do seio direito dela e fez massagem no pescoço e no ombro enquanto a chamava de "minha branquinha, minha braquela". Segundo o documento, a denunciante ficou paralisada.

O processo narra que o acusado colocou a mão por baixo da roupa e do sutiã da mulher, que imediatamente contraiu o corpo, fazendo com que o neurologista voltasse para sua cadeira.

Ao deixar o local, a paciente foi até a Delegacia da Mulher. Lá, duas escrivães teriam dito que ela precisava ter provas, sugerindo que  voltasse ao consultório e tentasse filmar as condutas do médico, "pois sem provas ficaria difícil fazer alguma coisa." A mulher disse ter ficado transtornada, pois não poderia fazer nada.

No dia seguinte, o médico ligou para a paciente, devido ao fato dela não ter agendado nova consulta. Ela aproveitou a oportunidade para gravar o telefonema. Durante a ligação, o médico diz "você gostou, né? Foi gostoso", mas afirma que agiu mal e pede perdão. Segundo o processo, ele contou que "veio uma coisa em sua cabeça lhe dizendo 'toque ela, toque ela'.”

A mulher teve o quadro de saúde mental agravado após o episódio, com mais crises de pânico e receio de sair de casa e dar continuidade ao tratamento médico. Em sua denúncia, ela relatou que ficou sabendo que o acusado já era acostumado a ter esse comportamento com outras pacientes.

À Justiça, o neurologista negou que tivesse praticado o ato libidinoso, afirmando que realizava apenas exames de toque nos pontos próximos aos seios. 

O juiz responsável pela sentença, Pierre Souto Maior Coutinho de Amorim, destaca que a conversa gravada denota um conteúdo impróprio em uma relação estritamente profissional e comprova que o acusado realizou a conduta ilícita. "Não restam dúvidas de que o réu praticou os atos libidinosos de maneira a dificultar a livre manifestação de vontade da vítima, visto que tais atos ocorreram de maneira dissimulada, induzindo a vítima a acreditar que seus atos libidinosos decorriam do desenvolvimento da consulta médica", disse o magistrado.

O réu foi condenado a prestar serviços à comunidade por dois anos e 22 dias. Os serviços deverão ser feitos uma vez por semana pelo período de sete horas em local a ser definido. Ele deverá pagar cinco salários mínimos referente à pena de prestação pecuniária. O juiz ainda determinou o pagamento de indenização de R$ 20 mil por danos morais. "(...) o réu se aproveitou do momento de intensa fragilidade mental da vítima, a qual vinha passando por diversos problemas pessoais e também de saúde, fatos estes de total conhecimento por parte do réu em razão do seu acompanhamento médico", escreveu o juiz.

A apresentadora e musa fitness Juju Salimeni usou suas redes sociais, nesse domingo (13), para fazer um desabafo com os fãs e seguidores sobre sua queda de cabelo em 2018, após um quadro de depressão. "Tive uma queda absurda de cabelo. Essa foto é do meu cabelo de dois anos atrás, perdi toda essa parte de cima… foi muito difícil para mim. Foi uma época de muita tristeza. Mulher é muito ligada a cabelo, o cabelo faz parte de oitenta por cento da autoestima da mulher", declarou.

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Imagem: Reprodução/Instagram/Juju Salimeni 

Salimeni já havia comentado o assunto em suas redes sociais, mas nunca postou imagem sobre o que de fato aconteceu com o seu cabelo, antes dessa última semana. A musa fitness também comentou o quanto foi prejudicada em sua vida profissional por causa das consequências de sua depressão.

"Isso me atrapalhou por muito tempo, por conta do meu trabalho. Eu preciso estar com o cabelo bom. Por muito tempo fiquei com cabelo curto, usava muito boné, fazia penteados que pudessem disfarçar. Meu cabeleireiro sempre colocava cabelo por dentro para dar volume, até aqui em cima. Tinha vários truques", disse Juju.

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quarta-feira (18) mostram que o percentual de brasileiros com diagnóstico de depressão aumentou 34,2% em seis anos. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 10% das pessoas com mais de 18 anos sofrem com a patologia.

O aspecto regional apresentou um dado expressivo na avaliação sobre a saúde mental no país. As regiões urbanas registram a maior prevalência de casos de depressão (10,7%), enquanto nas áreas rurais o índice é de 7,6%.

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Estados do Sul e Sudeste apresentam 15,2% e 11,5%, respectivamente, de adultos com diagnóstico confirmado de depressão, segundo a pesquisa. Em seguida aparecem, Centro-Oeste (10,4%), Nordeste (6,9%) e Norte (5%). As mulheres são as que mais sofrem de depressão, 14,7%; os homens representam 5,1% dos diagnósticos. Os idosos entre 60 e 64 anos representam a faixa etária com maior confluência com 13,2%.

 

"Olá, aqui é Nightline, estou ouvindo". Os telefones dessa linha gratuita de atenção para estudantes em Paris não param de tocar desde março. Depressão, ansiedade, dificuldade para dormir... A pandemia deixou uma enorme marca psicológica nos jovens.

Todas as noites, entre 21h30 e 2h, essa associação dirigida por estudantes recebe dezenas de ligações de outras pessoas com sintomas de ansiedade, ou sintomas depressivos, devido ao confinamento.

"Quando você começou a se sentir assim?", pergunta um dos 60 voluntários do Nightline que, após treinamento, revezam-se no telefone.

Do outro lado da linha, jovens entre 18 e 24 anos procuram um ouvido amigável para desabafar.

Os voluntários não dão conselhos diretos, mas apenas ouvem com empatia, com compaixão e sem julgamentos.

"Às vezes é mais fácil desabafar com alguém com quem não se tem uma relação hierárquica, como um psicólogo, alguém como eles que pode entender o que está passando", diz à AFP Daphne Argyrou, que trabalha na Nightline há dois anos.

- 31% com transtornos psicológicos -

Por questões de sigilo, os voluntários não podem revelar os detalhes das conversas, mas apontam entre os sintomas mais recorrentes problemas de ansiedade, tristeza, isolamento, baixo-astral, insônia e aparecimento de transtornos como depressão.

"Encontramos os temas usuais, como problemas de solidão, ou incertezas sobre o futuro, mas agravados pelo confinamento”, explica à AFP Florian Tirana, presidente da Nightline França.

"Também recebemos muitos telefonemas de estudantes estrangeiros, que têm problemas particulares... Não é fácil ficar confinado em um país que não é o deles, cuja língua não falam, com outros códigos culturais", acrescenta.

Criada em 2016, a associação percebeu uma explosão no número de ligações desde o dia em que foi decretado o primeiro confinamento na França, em 17 de março.

"Entre 40 e 50 pessoas procuram nos contatar todas as noites por telefone, ou por chat, é o dobro do ano passado", diz Tirana.

E os telefones tocam ainda mais desde que um segundo confinamento foi decretado há 15 dias para desacelerar o avanço do novo coronavírus, que já ceifou a vida de quase 47.000 pessoas na França.

De acordo com uma pesquisa nacional realizada pelo Observatório Francês da Vida do Estudante (OVE), metade dos estudantes sofreu de solidão, ou de isolamento, durante o primeiro confinamento. E 31% deles apresentaram transtornos psicológicos.

Estudantes estrangeiros e com dificuldades financeiras são os mais afetados.

- "De 10.000 passos ao dia para 8" -

Muitos alunos também procuram ajuda de profissionais. "Em tempo normal, o sistema já está lotado, mas agora está completamente saturado", diz a psiquiatra Dominique Montchablon, chefe de departamento da Fundação de Saúde Estudantil da França.

Inés, uma estudante de arquitetura sem histórico de transtornos psicológicos, começou a consultar um psiquiatra após um primeiro ataque de pânico. "Foi isso que me fez perceber que eu estava com depressão, todos notavam, menos eu", diz a jovem de 24 anos.

"Meus dias são muito menos ativos do que de costume. Antes eu praticava esportes, saía para festas. Agora não durmo bem e me sinto física e mentalmente exausta, embora não faça muito... Antes eu dava 10.000 passos por dia, hoje dou oito", conta, mostrando seu telefone.

Para ela, o "sentimento de isolamento" é ainda mais forte durante esse segundo confinamento. "Há dias em que não estou nada bem. No primeiro confinamento, disseram para a gente que era 'excepcional'. O segundo é demais... A única coisa que espero é saber se posso passar o Natal com a minha família", suspira.

Para Dominique Montchablon, quando esses sintomas ocorrem, é importante agir rapidamente. "Há uma continuidade entre o bem-estar, o equilíbrio psicológico durante os estudos e o bem-estar depois, quando se depara novamente com o acúmulo de fatores de estresse", afirma.

E avisa: "Essas vulnerabilidades que se revelam na vida universitária vão ser reativadas na vida profissional. É a questão do estresse e do burn-out".

A Troposlab, empresa especializada em inovação, conduziu uma pesquisa que analisou os impactos na saúde mental dos empreendedores durante a pandemia de Covid-19. Realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o estudou contou com 653 participações de empresários brasileiros.

De acordo com a pesquisa, 51,1% dos empreendedores disseram que tiveram a vida afetada pela pandemia, mas se sentiram bem a maior parte do tempo. Por outro lado, 24,9% dos entrevistados alegaram que foram muito afetados.

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Ainda segundo o estudo, 15,6% dos entrevistados revelaram que precisaram de acompanhamento e cuidados com a saúde mental. Eles usaram antidepressivos e ansiolíticos.

“Os sintomas de doenças psicológicas aumentam à medida que o rendimento familiar cai, ainda que com força pequena. Mas quanto mais o empreendedor percebe que possui estratégias pessoais para lidar com os desafios trazidos pela pandemia, menores são os seus níveis de adoecimento psicológico”, comentou a sócia e diretora de cultura da Troposlab, Marina Mendonça, conforme informações da Agência Sebrae de Notícias.

A análise mostrou também que as mulheres empreendedoras apresentaram maior intensidade de sintomas para ansiedade (28,5%) na comparação com os homens, cujo percentual foi 22,2%. Elas também sentiram mais estresse (5,36%), enquanto 5,22% dos empresários foram impactados.

No que diz respeito à depressão, a pesquisa revelou que a maior prevalência também foi em donas de negócios, atingindo 10,4% desse público. Entre os homens, a doença afetou 3,4%.

“O relatório afirma ainda, que 80% dos empreendedores apresentam níveis baixos de estresse, ansiedade e depressão, enquanto cerca de 4 a 6% apresentam níveis severos dos mesmos sintomas. Desses, 13,8% dos respondentes disseram que sim para depressão, enquanto 50,7% disseram que sim para ansiedade. Os estados de São Paulo, Goiás e Distrito Federal foram que mais apresentaram frequência em sintomatologia alta, o que poderia apontar para níveis de sofrimento psicológico mais altos”, informou o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A pesquisa concluiu que, em meio ao crítico cenário de saúde e econômico da pandemia do novo coronavírus, os empresários que conseguiram desenvolver um plano de contingência tiveram melhor resultado e sofreram menos efeitos de transtornos de ordem mental. “Os empreendedores que têm maior propensão a planejar suas ações, além de garantir maior chance de vida ao seu empreendimento, também conseguem reduzir os efeitos negativos da pandemia sobre sua qualidade de vida”, acrescentou o presidente do Sebrae, Carlos Melles, conforme informações da agência de notícias do órgão.

Nesta sexta-feira (13), o funkeiro Gabriel Soares, 22 anos, do Rio de Janeiro, também conhecido pelo nome artístico, MC G15, lança o EP Acústico “Lado B”, que tem a participação de artistas gospel.

O projeto foi concebido após o artista enfrentar problemas com depressão, ansiedade e síndrome do pânico, causados pela rotina de shows  e pelas preocupações com o futuro da filha e da família.

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O novo projeto do funkeiro é diferente de tudo que ele estava acostumado a produzir. Para conceber o “Lado B”, ele buscou inspirações na família e na espiritualidade. “Além disso, tenho muitas inspirações na música, gosto muito do trabalho do Tim Maia, sempre escuto e para mim é uma grande referência”, declara o MC.

A produção trouxe ao G15 uma experiência inédita, com poucas batidas e muitos instrumentais. “Foi um trabalho que coloquei minha alma e minhas questões pessoais. Então posso dizer que foi libertador, quase uma terapia”, lembra o artista.

As canções remetem os problemas depressivos que o funkeiro passou, mas ao mesmo tempo traz uma mensagem de esperança, de que em momentos difíceis é necessário se agarrar a algo para melhorar.

“Este meu ‘Lado B’ foi uma forma de aproximar os meus fãs ainda mais desse lado humano do MC G15, para que essas composições sempre estejam presentes nas playlists deles, que sejam eternizadas na vida deles para sempre”, comenta.

De acordo com o artista, a música é um instrumento de escape, uma maneira de expor os sentimentos e eternizar os melhores momentos. “A música sempre falou comigo, fico emocionado quando ouço uma música linda, que fala de amor. Foi isso que mais me ajudou quando eu precisei, falar de amor, e superação”, explica o MC.

O EP “Lado B” conta com 7 músicas: “De Pai para Filha”, “Caminho Errado”, “Por Isso Não te Largo”, “Não Vejo a Hora”, “Chegou a Hora”, “Love Louco” e a regravação da faixa “Ela Vem” em parceira com o MC Livinho. O trabalho contou com as participações dos músicos gospel Elias Tecla (teclado), Danilo Mota (guitarra) e Fiko Braz (contrabaixo e backing vocal). Para ouvir, clique aqui.

O cantor colombiano J Balvin usou as redes sociais, na última terça-feira (3), para explicar aos seus fãs e seguidores o motivo de sua ausência nas plataformas. Através de seus Stories, o artista contou que o afastamento é porque ele está lutando contra a ansiedade e a depressão.

“Como qualquer ser humano, tive alguns desafios. Desta vez é ansiedade e um pouco de depressão. Não gosto de atuar ou fingir minha felicidade ou que tudo é perfeito. Eu sou como qualquer ser humano. Sou frágil e vulnerável, possivelmente mais do que todos vocês", comentou o artista.

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Ele já falou em outras ocasiões abertamente sobre os problemas de saúde mental e apesar das dificuldades, J Balvin se manteve positivo em seu relato. “Em breve, a tempestade vai passar e eu estarei de volta contando piadas com todos vocês. Não estou aqui para atuar, mas para ser real e compartilhar o que estou sentindo no momento”, disse.

Em novembro de 2019, o cantor havia compartilhado um vídeo curto em seu perfil no Instagram falando sobre a sua luta contra a ansiedade e a depressão e escreveu: “Ansiedade e depressão são uma realidade, talvez seja parte da minha missão na terra falar sobre coisas que poucos aceitam. Simplesmente aceitando que sou humano como todo mundo".

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Sintomas de ansiedade e depressão afetam 47,3% dos trabalhadores de serviços essenciais durante a pandemia de Covid-19, no Brasil e na Espanha. Mais da metade deles — e 27,4% do total de entrevistados — sofre de ansiedade e depressão ao mesmo tempo. Além disso, 44,3% têm abusado de bebidas alcoólicas; 42,9% sofreram mudanças nos hábitos de sono; e 30,9% foram diagnosticados ou se trataram de doenças mentais no ano anterior a uma pesquisa coordenada pela Fiocruz, e feita em parceria com outras instituições.

Esses são os principais resultados apresentados no artigo Depressão e Ansiedade entre trabalhadores essenciais do Brasil e da Espanha durante a Pandemia de Covid-19: uma pesquisa pela Web (Depression and Anxiety Among Essential Workers From Brazil And Spain During The Covid-19 Pandemic:a websurvey), aceito na revista cientifica Journal of Medical Internet Research.

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Os resultados referem-se a pesquisa feita pela web no início da pandemia na Espanha (entre 15 de abril e 15 de maio) e no Brasil (entre 20 de abril e 20 de maio), contabilizando 22.876 questionários preenchidos. Da amostra total, pouco mais de 16% (3.745) eram trabalhadores em serviços essenciais (principal foco do estudo), sendo 2.842 (76%) brasileiros e 903 (24%) espanhóis. Esses 3.745 responderam “sim” à pergunta: “Você está atualmente trabalhando como profissional de saúde ou de outros serviços essenciais (transportes, alimentação, limpeza)?”.

Os pesquisadores Raquel De Boni, Francisco Inácio Bastos e Jurema Mota, do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), participaram ativamente da condução da pesquisa, que conta também com a participação de pesquisadores da Universidade de Valencia (Espanha) e do Hospital de Clinicas de Porto Alegre(HCPA)/ Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade (UFRGS).

De acordo com os resultados preliminares, os sintomas de depressão e ansiedade são maiores entre os trabalhadores de serviços essenciais do Brasil, atingindo 55% do total, em relação aos mesmos trabalhadores na Espanha (23%). Na época da pesquisa, a Espanha passava por seu pior momento da epidemia. “Esperávamos o contrário”, relembra Raquel. Para Francisco, há algumas hipóteses, entre elas o desemprego: “Vários artigos publicados durante a crise econômica grega mostraram o desemprego e ameaça de desemprego como fatores importantes na geração de estresse e depressão. E o impacto econômico da Covid-19 está sendo muito forte no mercado de trabalho”.

Raquel acredita que determinantes sociais da saúde, como as condições socioeconômicas e as inequidades em saúde, também parecem explicar essa discrepância. “É preciso que se tenha atenção redobrada à saúde mental dos trabalhadores em locais onde se agregam múltiplos problemas sociais e de saúde. Segundo a teoria de sindemias (proposta por Merrill Singer nos anos 90), a presença dessas situações simultaneamente age de forma sinérgica, aumentando o risco de problemas de saúde, tanto física quanto mental”.

Outros resultados da pesquisa apontam que a maior parte dos trabalhadores de serviços essenciais que respondeu à pesquisa no Brasil é de mulheres (72,2%), tem idade média de 39 anos e curso universitário (56,5%) ou mestrado/doutorado (28,5%).

Francisco e Raquel destacam que, em tempos normais, a ciência vem mostrando que um estilo de vida pouco saudável tende a aumentar os problemas de saúde mental. Numa crise como a que estamos vivendo com o coronavírus Sars-CoV-2 (causador da doença Covid-19), mudanças bruscas do estilo de vida vêm acontecendo de várias formas em muitos países a partir do isolamento social em larga escala. Assim, não é difícil pensar que essas mudanças podem piorar a saúde mental – causando problemas como depressão e ansiedade, além de dependência de álcool e outras drogas. Em outras grandes crises, como o ataque às Torres Gêmeas em New York e a epidemia de Sars na Ásia, constatou-se que grandes mudanças no estilo de vida ampliaram as doenças de ordem mental.

“Nossos dados mostraram, por exemplo, que um estilo de vida pouco saudável esteve associado a uma chance oito vezes maior de um profissional de serviços essenciais ter sintomas de depressão e ansiedade durante o início da pandemia na Espanha e no Brasil”, conta Flavio Kapcisnzki, pesquisador do HCPA/UFRGS e da McMaster.

O estilo de vida foi avaliado por uma escala (Smile-C) que abrange 27 questões distribuídas por sete áreas: dieta e nutrição; abuso de substâncias (álcool, drogas, remédios); atividade física; gerenciamento do estresse; sono restaurador; apoio social; e exposição ao ambiente externo. Segundo Francisco, o fator dieta e nutrição recebeu uma atenção especial na pesquisa.

“Em agosto, foi publicado o resultado de uma pesquisa de mudanças alimentares do estudo coorte Nutrinet Brasil que mostrou um dado preocupante. Apesar de ter havido um aumento geral do consumo de alimentos mais saudáveis no Brasil após a epidemia de Covid-19, paralelamente cresceu o consumo de alimentos ultraprocessados nas regiões economicamente menos desenvolvidas e por pessoas com menor escolaridade. Essa mudança na dieta regular induz à obesidade, à hipertensão e à diabetes nesses segmentos, elevando os riscos diante da Covid-19”, explica Francisco.

Flavio ressalta que, nas grandes cidades do mundo, o estilo de vida tem sofrido pelo sedentarismo, má dieta, uso de álcool, tabagismo e solidão. Modificar esses comportamentos representa um grande desafio tanto para os indivíduos quanto para a saúde pública.

Da assessoria da Fiocruz

Vavá, ex-líder do grupo de pagode Karametade, revelou um problema sério e delicado durante entrevista. O cantor abriu a intimidade e contou ter sofrido bastante com o alcoolismo durante a pandemia do novo coronavírus. O artista precisou de ajuda profissional para lidar com o problema. 

Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, que vai ao ar pela TV Record, neste domingo (11), Vavá desabafou. “Chegou um momento de até me entregar ao álcool assim, sem parar, não tinha vontade de comer, mas tinha vontade de beber". 

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Vavá precisou de ajuda profissional e passou a ser acompanhado por um psiquiatra. Ele também contou com o apoio da esposa para enfrentar o período mais difícil da doença. “Passei por um psiquiatra, não era nem psicólogo, psiquiatra, conversei muito com ele. "Eu emagreci, entrei numa depressão muito grande, de ligar pra minha esposa e falar: 'Não estou legal, o que eu faço? Não estou legal'”.

Whindersson Nunes está curtindo uns dias de férias em Tulum, no México. Porém, ao que parece, as lindas praias e paisagens do lugar não estão suprindo certas necessidades do humorista. Alguns tweets do rapaz mostraram que ele não está indo muito bem e os fãs ficaram preocupados. 

Na madrugada desta quarta (23), Whindersson postou em seu Twitter: “Eu tenho saudade de quando era feliz o dia inteiro”. O humorista já veio à público, certa vez, assumir que estava enfrentando uma depressão e o término de seu casamento com a cantora Luisa Sonza, seguido da repercussão do novo namoro dela com Vitão, fizeram acender um sinal de alerta entre os fãs de Nunes em relação à sua saúde mental. 

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Após a mensagem, os seguidores responderam com bastante carinho e demonstrações de apoio. “Cê tá precisando de alguém pra conversar, bicho? Seus últimos tweets revelam uma angústia acumulada aí dentro. Não deixa isso te dominar não. Põe pra fora”, “Tu é LUZ paizinho. Não deixa isso apagar em ti”; “Se quiser conversar com alguém ou desabafar estou aqui, sério de coração”; “Você é uma pessoa muito especial cara, o mundo não te merece”. 

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