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Equipes do Corpo de Bombeiros realizaram, na tarde deste sábado (29), o resgate de um cachorro e de um pássaro, presos no primeiro andar do edifício Leme, em Jardim Atlântico, bairro de Olinda. O prédio, interditado desde os anos 2000, desabou na noite da última quinta-feira (27). Marley, cão do ex-morador Marcelo, estava assustado, mas conseguiu ser retirado dos escombros sem resistência e passa bem.
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A equipe de imagens do LeiaJá conseguiu registrar, em vídeo, os animais presos em uma varanda. Até o momento desta publicação, além de Marley, uma outra cachorrinha, de nome Bela, aguardava resgate no terceiro andar do edifício. O segundo caso foi considerado mais delicado e exigiu das equipes de salvamento um reforço de equipamento.
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Vídeo mostra cachorro e pássaro presos na varanda de um apartamento do edifício Leme, que desabou na última semana. Imagens: Júlio Gomes/LeiaJá
Um gato chamado "Menininho" também estaria perdido na estrutura desmoronada, mas ainda não foi localizado pela corporação e nem pelos donos. Os bombeiros foram acionados pela Defesa Civil de Olinda, que permanece no local para avaliação técnica da edificação.
“Recebemos um chamado através do 193, com a informação de que havia um cachorro ainda no local. Verificamos a segurança da estrutura, que ainda está colapsada, com eminência de colapso. Vimos uma forma de retirar o animal e que não colocasse em risco nenhum bombeiro ou o restante da estrutura. Conseguimos colocar a escada em um local seguro e retiramos o cão com um desencarcerador elétrico, uma ferramenta especializada para cortes de metal. O animal estava assustado, acuado, e na tentativa de aproximação ele se assustou, então utilizamos um "laça-cão" para conseguir prendê-lo e fazer a retirada”, informou o capitão Taquaracy, oficial de salvamento.
O segundo resgate
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Bela, cachorrinha aguardando resgate no terceiro andar do edifício Leme, em Olinda. Imagens: Júlio Gomes/LeiaJá
A cachorrinha Bela foi adotada aos três meses de idade e tem cerca de um ano. A dona, Maria Monique, que sobreviveu ao desmoronamento, lamenta não ter conseguido resgatar o animal de estimação e diz que o instinto de sobrevivência falou mais alto na ocasião. "Foi triste, mas eu tive que salvar a minha vida primeiro. Eu sei que é uma vida, mas na hora do desespero, a vi presa lá no terraço e não tive como chegar lá, porque fiquei com medo de desabar o resto. Eu desci pela lateral do terceiro andar, de grade em grade. Só consegui sair por isso. Eu já ia me deitar, a gente enrolou os lençóis e eu desci sem roupa", relatou a ex-moradora.
A angústia, agora, fica no aguardo por um retorno positivo. Mesmo com a possível chegada do caminhão munk, o risco de retirada ainda será avaliado uma outra vez. "Eles disseram que, se não puderem tirar, vão ficar colocando água e ração para ela, até ser seguro", completou a dona.
Ainda segundo o coronel Taquaracy, o caminhão munk permite que a remoção seja feita com uma plataforma externa, minimizando riscos. "A gente está avaliando todas as possibilidades de fazer o serviço com o máximo de segurança possível. Estudamos algumas possibilidades e a melhor, até agora, é um maquinário chamado 'munk', que vai conseguir fazer a elevação para que a gente não tenha acesso à edificação. Ele é como se fosse uma plataforma que permite aos bombeiros o acesso externo, sem precisar ficar tão próximo, como com a escada", informou. A operação foi decidida junto à Defesa Civil, comandada pelo coronel Waldyr.