Tópicos | Dia Internacional da Mulher

O procurador-geral da República, Augusto Aras, divulgou um vídeo, nesta quarta-feira (9), em que diz ter sido "mal compreendido" após reforçar estereótipos ligados ao gênero feminino e dedicar uma homenagem para mulheres que "têm o prazer de escolher a cor da unha que vai pintar".

"Hoje é dia de homenagem à mulher, no seu sentido mais profundo, da sua individualidade, da sua intimidade. A mulher que tem o prazer de escolher a cor da unha que vai pintar, a mulher que tem o prazer de escolher o sapato que vai calçar", afirmou o PGR em discurso sobre a importância do Dia Internacional da Mulher, em evento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), no dia 8 de março.

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"Apenas destaquei que é possível buscar qualquer posição até o mais alto posto da República sem abrir mão da sua feminilidade", afirmou, sem, de fato, pedir desculpas por sua declaração no dia anterior.

O PGR se disse ainda "implacável contra o preconceito" e defende que a mulher brasileira tem liberdade de fazer escolhas "que vão desde a sua intimidade até a participação no mercado de trabalho e na política."

Apontando projetos para mulheres encampados no Ministério Público, concluiu que quer continuar aprendendo. "Os fatos demonstram isso contra qualquer tipo de especulação", completou.

'Mulheres praticamente integradas'

A fala de Aras se destacou em meio a uma série de gafes cometidas por figuras públicas no Dia da Mulher, que acabaram chamando ainda mais atenção após o episódio envolvendo áudios sexistas gravados pelo deputado estadual Arthur do Val (sem partido-SP). Antes do PGR, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, atualmente, as mulheres estão "praticamente integradas à sociedade" e que elas foram "feitas do homem".

Ainda na terça-feira, foram divulgadas mensagens atribuídas ao deputado federal Neucimar Fraga (PSD-ES) e consideradas machistas. Uma captura de tela reproduzida nas redes sociais mostra que, em um grupo de WhatsApp com lideranças políticas do Espírito Santo, o parlamentar enviou imagens de supostas soldadas ucranianas e ironizou: "Como a Ucrânia quer ganhar a guerra sem nenhum canhão?".

Uma declaração do procurador-geral da República, Augusto Aras, nesta terça-feira, 8, entrou para a galeria de frases consideradas infelizes proferidas no Dia Internacional da Mulher. Ao falar sobre a importância da data, o PGR reforçou estereótipos ligados ao gênero feminino e disse que a homenagem era para mulheres que "têm o prazer de escolher a cor da unha que vai pintar".

"Hoje é dia de homenagem à mulher, no seu sentido mais profundo, da sua individualidade, da sua intimidade. A mulher que tem o prazer de escolher a cor da unha que vai pintar, a mulher que tem o prazer de escolher o sapato que vai calçar", afirmou Aras. Ele participava de um evento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

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Antes do PGR, outras autoridades já haviam cometido gafes na terça-feira. Em solenidade que celebrava o Dia da Mulher, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, hoje em dia, as mulheres estão "praticamente integradas à sociedade" e que elas foram "feitas do homem".

O presidente ainda repetiu uma fala da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e afirmou que a participação das mulheres no governo é maior do que em gestões anteriores. Ao considerar o segundo e o terceiro escalões, o número esconde o fato de que apenas três dos 23 ministérios são chefiados por mulheres.

Ainda na terça-feira, foram divulgadas mensagens atribuídas ao deputado federal Neucimar Fraga (PSD-ES) e consideradas machistas. Uma captura de tela reproduzida nas redes sociais mostra que, em um grupo de WhatsApp com lideranças políticas do Espírito Santo, o parlamentar enviou imagens de supostas soldadas ucranianas e ironizou: "Como a Ucrânia quer ganhar a guerra sem nenhum canhão?".

"Canhão" é um termo pejorativo utilizado para se referir à aparência de uma mulher.

Também circulou nas redes sociais o "folder" digital de um evento que, embora realizado por ocasião do Dia da Mulher, só divulgava a participação de homens. Descrito como "semana da mulher", o ciclo de palestras dava destaque em seu convite à participação do presidente Bolsonaro; Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados; Paulo Guedes, ministro da Economia; Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura; e Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo. O tema: "Mulheres no Centro do Poder".

No mesmo dia, a Câmara dos Deputados aprovou uma moção de repúdio ao deputado Arthur do Val por suas declarações sexistas sobre as mulheres ucranianas. Na última sexta-feira, 4, vazaram áudios do parlamentar classificando as mulheres daquela região como "fáceis por serem pobres" e comparou a fila de refugiadas da guerra à entrada de uma balada.

A homenagem ao Dia Internacional da Mulher do prefeito de Itaituba, no Pará, Valmir Climaco (MDB), veio acompanhada de um pedido de desculpas, nessa terça-feira (8). Aparentemente embriagado, ele chamou o público feminino de uma festa no último sábado (5) de 'rapariga' e disse que iria 'comer mais de 20'.

"Talvez foi muito pesado o que eu falei, mas peço perdão para cada mulher de Itaituba”, se desculpou em um áudio enviado à imprensa local.

--->Vídeo: prefeito chama mulheres de ‘raparigas’ em show

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O gestor citou que preza pela imagem conservadora e lembrou que é pai de quatro filhas. “Todo mundo sabe do meu comportamento em sociedade. Não tenho filho fora do casamento, me apresento em todo lugar com a minha mulher, não sou um cara de ter duas, três mulheres. Sempre preservei muito a família", destacou.

Para Climaco, a repercussão da fala foi desproporcional, já que, antes de administrar Itaituba, ele é uma pessoa normal e está sujeito a cometer erros.

"Muitas vezes as pessoas levam em consideração o fato de eu ser prefeito e não poder ir num bar, não poder ir numa festa, não beber um porre. Eu sou um cidadão comum. Eu ando na igreja dos evangélicos, na dos católicos... Sou católico, vou em aniversário, vou em casamento, vou tomar banho no rio e sábado eu exagerei um pouco", assumiu.

O prefeito entende que foi mal interpretado, pois considera que fez um elogio às mulheres no evento.

"Quero parabenizar todas as mulheres do município de Itaituba. A minha mulher, as minhas filhas, todas as mulheres. Desejar um feliz Dia da Mulher e aproveitar a oportunidade para esclarecer algumas coisas que aconteceram nesses três dias [...] pedir desculpa a todas as mulheres. Se eu agravei, sem querer, a intenção não era agravar nenhuma mulher, diminuir nenhuma mulher. Muito pelo contrário, o momento que eu estava lá era de elogiar as mulheres", acrescentou.

Ele apontou que a maior parte dos seus eleitores foram mulheres e que não deveria ter se posicionado daquela forma.

“A intenção não foi criticar nenhuma mulher, muito pelo contrário, foi um momento de muita alegria, até porque 22h eu tinha ido receber um prêmio de um dos melhores prefeitos que já teve na região, com 90% de aceitação da população e falei algumas besteiras que não deveria ter falado, mas eu sou um cidadão qualquer", justificou.

 

Segunda mulher a assumir uma cadeira na história do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia disse na noite desta terça-feira (8) que o preconceito de gênero ainda afasta as mulheres das posições de poder.

"Nós mulheres já não queremos apenas ser representadas, nós queremos nos apresentar, estar presentes nos espaços públicos", afirmou no seminário Mulheres que fazem o impossível ser possível. "Nós somos a maioria da população brasileira, somos a maioria dos eleitores, mas temos menos de 20% de representação no Legislativo e apenas uma governadora entre os 27."

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O evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher é promovido pela secional da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), que pela primeira vez desde a sua criação tem uma presidente mulher, a criminalista Patrícia Vanzolini.

Para a ministra, ainda é preciso 'uma grande transformação' social capaz de abrir espaço para a participação feminina.

"Há uma invisibilidade pelas mulheres que são exatamente comportadas - aquelas que não se submetem, para aparecer, a padrões ou de beleza, ou de comportamento, segundo aquilo que foi ditado para elas e não por escolha própria. É preciso que a gente tenha transformação para que todas as mulheres tenham a visibilidade para se mostrarem", defendeu.

Aos ouvintes, Cármen Lúcia pregou que as mulheres assumam cargos estratégicos ao invés de terceirizar a representação feminina.

"Há poucos dias atrás no Supremo um colega dizia: 'Eu sei o que vocês querem', referente às mulheres. Eu disse: Não. Eu não quero nada sobre mim que não seja por mim mesma. Eu quero que saibam o que sinto, o que penso, e eu sei falar sobre isso. Nós não precisamos mais de uma representação permanente de grupos que podem até, política e ideologicamente nos representar, mas que ao invés de nos representar, nos substituem, como foi historicamente. Chegam aos cargos de poder e acham que sabem mais do que a gente o que a gente quer", afirmou.

Em seu discurso, a ministra também lembrou o apagamento das mulheres ao longo da história e destacou que o preconceito de gênero é maior em relação a mulheres negas e pobres.

"As mulheres não foram invisíveis, foram invisibilizadas. Não são silenciosas historicamente, foram silenciadas por uma construção da sociedade, do poder público, do poder econômico que deixava as mulheres terem 'o seu lugar definido'. (...) [O lugar da mulher] é em qualquer lugar que ela queira, em que ela realize a sua vocação e o seu talento em benefício de todos", pregou.

Nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, diversos movimentos sociais foram às ruas do Recife protestar contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Com o tema 'Pela vida de todas as mulheres: abaixo o bolsonarismo! Pelo fim da fome, do racismo, do feminicídio e do transfeminicídio', o ato liderado por mulheres também reuniu diversas organizações.

Por volta das 15h, o movimento iniciou seus trabalhos no Parque Treze de Maio, área central do Recife, com discursos reforçando respeito e igualdade. Após a concentração, a manifestação seguiu em caminhada pelo bairro da Boa Vista até o Pátio do Carmo, passando por intervenções político-culturais destacadas por coletivos à frente do percurso.

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A deputada federal Marília Arraes (PT) participou do ato 8M no Recife e reforçou o simbolismo do ato na luta pelos direitos das mulheres.  "Mais do que nunca, o ato do 8 de março é repleto de simbolismo e luta. O ato ganha cada vez mais força e importância, principalmente em um período em que vivemos em um governo que desmonta todas as políticas públicas voltadas para as mulheres".

Com foco em projetos direcionados ao direito das mulheres, a exemplo do que foi feito no Senado, a Câmara definiu a pauta de sua reunião desta terça-feira, 8. A sessão, convocada para às 17h, será presidida pela coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF).

Na pauta, está a proposta que reserva pelo menos 5% dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública para o combate à violência contra a mulher, o projeto que garante à gestante presa tratamento humanitário antes, durante e depois do parto, e o PL que trata da igualdade nos valores de premiações à mulheres em competições desportivas realizadas ou apoiadas por qualquer um dos Poderes da República.

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Apesar do foco, a sessão de hoje não será temática. Projetos como o PL que suspende a obrigatoriedade da manutenção de metas quantitativas e qualitativas pelos prestadores de serviço de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e requerimentos de urgência também entram na pauta do plenário.

Nesta terça-feira, 8, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, uma publicação do 'Grupo Voto' - organização que se intitula como "principal hub de interlocução entre o alto empresariado e os escalões da política brasileira" -, virou alvo de polêmica. Isso porque, a entidade divulgou nas redes sociais a programação da semana especial para "fomentar a participação feminina na política". Mas, ironicamente, são apenas convidados homens.

Entre eles, o presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira, o ministro da Economia Paulo Guedes, o ministro da Infraestrutura Tarcísio Freitas e o vice-governador do Estado de São Paulo Rodrigo Garcia.

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A falta de representação feminina em um evento que leva o nome 'Ciclo Brasil de Ideias Mulher', chamou a atenção dos internautas. Em poucas horas, a publicação alcançou quase 2 mil comentários. A maioria classificou a decisão da organização como: "piada pronta" e uma espécie de "meme". Homens e mulheres criticaram a incoerência. "Cambada de fanfarrões", disse um deles.

Com a repercussão do post, o vice-governador Rodrigo Garcia compartilhou um comunicado nos stories do Instagram. Ele explicou que foi convidado para dar uma palestra sobre a participação feminina na política e as ações desenvolvidas pelo governo de São Paulo. Em seguida, justificou que não concorda com o ponto de vista - em relação ao assunto - das autoridades políticas que também irão participar do evento. "Faz acreditar que eu farei uma palestra ao lado de pessoas que pensam diferente de mim quando o assunto é defesa da mulher".

Sobre a ausência de mulheres na programação, o gestor argumentou que vai levar "as Secretárias de Estado do Governo de São Paulo".

Retrospectiva

A proximidade dos convidados com o assunto abordado no evento também foi questionada pelos internautas. Desde as últimas eleições presidenciais, Bolsonaro protagonizou falas machistas e sexistas. Em 2021, a Justiça Federal em São Paulo determinou que o governo federal pagasse R$ 5 milhões pelos danos morais após declarações do presidente e seus ministros, com ofensas contra mulheres.

O presidente chegou a declarar que cada mulher no governo "equivale por dez homens". Em outra situação, banalizou o turismo sexual no País: "o Brasil não pode ser o país do turismo gay", mas se alguém "quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade".

Na manhã desta terça-feira, Bolsonaro parabenizou as mulheres pela data comemorativa por meio da conta oficial no Twitter. Se referindo a solenidade realizada hoje no Palácio do Planalto, o chefe do País escreveu que o ato representa "muito mais que bonitos gestos, com proposições que visam melhorar a qualidade de vida de todos".

Durante a solenidade, ele defendeu a preservação dos valores familiares e a participação das mulheres "para o futuro de uma grande nação". Em seu discurso, afirmou que o atual governo tem recorde de participação feminina se comparado às gestões anteriores. Porém, a realidade do Brasil não se encaixa com a fala do presidente. O governo de Jair Bolsonaro tem apenas duas ministras dentro de um total de 22 pastas. Este é um dos piores índices de participação feminina no Executivo entre todos os países do mundo, revela a ONU.

Uma pesquisa realizada com base em informações sobre 52 tribunais constitucionais das democracias americanas e europeias nos últimos 21 anos observou um "aumento gradual" da participação de mulheres nas cortes, mas destacou o "abismo" com relação ao número de homens que também ingressaram nos tribunais "ano a ano".

Os detalhes da pesquisa, coordenada por pesquisadores da Universidade de Oxford e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foram divulgados nesta terça-feira, 8, pela Associação dos Juízes Federais. Para a entidade, a pesquisa retratou o "atraso" do Brasil na busca por representatividade dentro dos tribunais.

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"A diversidade importa especialmente pois juízes com backgrounds diferentes podem decidir casos de forma diferente e influenciar a percepção de outros juízes sobre os casos (impactos deliberativos nos tribunais), além disso a diversidade tem um efeito de legitimidade e eficiência que tende a aprimorar a qualidade da prestação jurisdicional no país e ao aumento da confiança da população", registra trecho do estudo.

A juíza federal e integrante da Comissão Ajufe Mulheres Camila Pullin destacou a necessidade fomentar as discussões sobre representatividade. "Esses dados contribuem para a melhor compreensão de como se dá a diversidade judicial nos tribunais e os fatores que a moldam, além de fornecer informações importantes sobre boas práticas advindas de experiências estrangeiras que podem contribuir para o aprimoramento das nossas políticas de diversidade", afirmou.

Ao verificar o gradual aumento da participação feminina em cortes, o estudo apontou que, em 2000, havia 15,6% de mulheres nos 52 tribunais analisados, e, em 2020, o porcentual chegou a 36,6%. Em outra linha, a pesquisa ainda observou que a participação de mulheres nos tribunais é superior à participação de mulheres nos parlamentos dos mesmos países, se considerado o mesmo período.

Com relação ao Brasil, que só teve três mulheres indicadas para o Supremo Tribunal Federal - Ellen Gracie, Rosa Weber e Cármen Lúcia -, o estudo enfatizou o critérios subjetivos para a nomeação de magistrados, em contraste com as regras de outros países analisados.

A sessão solene do Congresso Nacional destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher, nesta terça-feira (8), foi marcada pela defesa de cota para mulheres no Parlamento, pela cobrança de orçamento federal para o combate à violência contra elas e pelo repúdio aos comentários sexistas do deputado estadual paulista Arthur do Val (Podemos) a respeito das mulheres ucranianas. 

Procuradora da Mulher da Câmara, a deputada Tereza Nelma (PSDB-AL) enfatizou que a data não é exclusivamente comemorativa, já que os níveis de desigualdade entre homens e mulheres nas esferas social, econômica e política são alarmantes no País, com altos índices de violência contra a mulher, precarização do trabalho feminino e sub-representação das mulheres na política. 

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Ela defendeu mais mulheres no Parlamento, repudiou a violência política contra as mulheres e pediu que as demandas das bancadas femininas no Congresso Nacional sejam levadas em conta o ano inteiro. Além disso, cobrou orçamento para ampliar a rede de proteção para a mulher vítima de violência. 

“Em um país como o Brasil, com 5.700 municípios, nós só temos 381 delegacias especializadas de mulher. Num país com tantos municípios, nós só temos 139 varas judiciais especializadas da mulher. A grande maioria dos estados só tem uma casa abrigo para atender todas as denúncias que chegam”, afirmou. 

Coordenadora da bancada feminina da Câmara, a deputada Celina Leão (PP-DF) condenou o machismo estruturante nos Parlamentos e salientou que muitas vitórias políticas femininas ocorrem fora do Legislativo, já que nesse poder elas são minoria.  Entre as vitórias da bancada feminina no Congresso, Celina Leão citou a aprovação da lei que institui a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher, que vai levar a discussão do tema para as escolas públicas e privadas (Lei 14.164/21). 

Pedido de desculpas

A procuradora da Mulher do Senado, senadora Leila Barros (Cidadania-DF), enfatizou que o combate à violência contra a mulher é uma das prioridades da procuradoria e da bancada feminina no Senado. Ela pediu que a Câmara aprecie as emendas do Senado ao projeto de lei que reserva 5% do fundo nacional de segurança pública para ações de enfrentamento à violência contra a mulher (PL 123/19). 

Leila Barros foi uma das parlamentares que condenou aos comentários sexistas do deputado estadual paulista Arthur do Val a respeito das mulheres ucranianas. “O machismo e a falta de empatia que ele demonstrou com as mulheres de uma nação que está enfrentando o sofrimento de uma guerra desonram e envergonham nosso País perante o mundo”, afirmou.

“Por isso, em nome da população brasileira e deste Congresso nacional, apresento as minhas desculpas às mulheres ucranianas”, completou.

  As bancadas femininas do Senado e da Câmara já fizeram nota de repúdio contra os comentários do deputado paulista.  

A procuradora da Mulher no Senado salientou que o dia 8 de março é de luta para a mulher ter assegurada sua representatividade nas esferas de comando na sociedade, já que o modelo atual, em que o comando está majoritariamente nas mãos dos homens, tem apresentado deficiências. “A prova é que o meio ambiente está agonizando e pedindo socorro”, disse. 

Segundo Leila, a degradação climática atinge mais as mulheres, por conta das desigualdades sociais e por elas estarem em situação de vulnerabilidade, com 1,3 bilhão de mulheres em situação de pobreza no mundo. Conforme a senadora, as pautas de interesses das mulheres beneficiam toda a sociedade. 

Baixa representatividade

Líder da bancada feminina no Senado, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) comemorou os 90 anos do voto feminino no Brasil, mas lamentou que o País ainda hoje tenha apenas uma governadora de estado e uma prefeita de capital, além de ter baixa presença das mulheres no Parlamento. 

A conquista do voto feminino

No ranking da União Interparlamentar sobre a participação das mulheres na política em 190 países, o Brasil ocupa a posição 145, ficando atrás de quase todos os países da América Latina. 

A senadora defendeu a instituição de cota de cadeiras de mulheres no Parlamento para alterar esse quadro. “Se não mudarmos a legislação brasileira, só teremos isonomia em relação à participação política das mulheres no Brasil daqui a 120 anos”, apontou. 

Além disso, Eliziane Gama ressaltou a importância de as mulheres terem prioridade no Orçamento brasileiro. “Em 2020 tínhamos R$ 132 milhões para o combate da violência contra as mulheres. Em 2021, esse orçamento caiu para R$ 61 milhões. Em 2022, caiu ainda mais, R$ 43 milhões”, informou. 

Segundo ela, em 2019, a Casa da Mulher Brasileira, criada para atender vítimas de violência doméstica, teve orçamento zero. Ela lembrou ainda que, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ocorre 1 estupro a cada 10 minutos no Brasil. Emocionada, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), por sua vez, chamou a atenção para o horror da violência sexual durante as guerras.  

Estupro de meninas

Presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer salientou que no Brasil a violência sexual ocorre sobretudo contra meninas: 60,6% de todos os estupros registrados no País em 2021 foram contra meninas menores de 13 anos (dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública). 

Ela ressaltou ainda que todos os anos são registrados 19 mil bebês nascidos de meninas entre 10 e 14 anos, fora os bebês sem registro. “Isso somado à média de 6 abortos diários praticados em meninas de menos de 14 anos grávidas dá mais 21 mil meninas grávidas com menos de 14 anos no Brasil anualmente. Isso só do que se tem registro”, apontou. 

Além disso, Luciana Temer informou, citando dados do IBGE, que 6 em cada 10 dessas meninas não estudam nem trabalham e destacou a necessidade de protegê-las e empoderá-las. 

Eleições

As deputadas Soraya Santos (PL-RJ) e Carmen Zanotto (Cidadania-SC) destacaram a importância da atuação da bancada feminina para a inclusão na pauta das casas legislativas de propostas de interesse das mulheres. 

As deputadas Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Perpétua Almeida (PCdoB-AC), por sua vez, pediram que, nas eleições, o voto não vá para candidatos com posições misóginas. Já a ex-senadora Marina Silva, que também participou da sessão, sugeriu que o eleitor questione se o candidato está comprometido com a proteção do meio ambiente, o combate ao racismo e à discriminação contra as mulheres, o combate à corrupção e à “polarização tóxica”. 

A sessão contou ainda com a presença da deputada da Assembleia Nacional Constituinte de 1988 Moema São Tiago; da presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Margareth Dalcolmo; da empresária e presidente do grupo Mulheres do Brasil, Luiza Trajano, entre outras personalidades. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O governo federal decidiu liberar a distribuição gratuita de absorventes como parte das políticas públicas anunciadas neste Dia Internacional da Mulher. Depois de vetar a medida em projeto de lei aprovado pelo Congresso em outubro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) editou decreto nesta terça-feira autorizando a oferta do item - que, no entanto, será restrita a alguns grupos de mulheres e condicionada à existência de orçamento.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse a jornalistas no Palácio do Planalto que serão R$ 130 milhões alocados para a distribuição de absorventes, mas o texto enviado pelo governo à imprensa não cita valores.

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"A execução do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual fica condicionada à disponibilidade orçamentária e financeira", ressalta a Secretaria-geral da Presidência, em nota oficial.

De acordo com o secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Raphael Câmara, serão contempladas pelo programa cerca de três milhões de mulheres: aquelas em situação de rua; em cumprimento de medidas socioeducativas; e alunas de 9 a 24 anos matriculadas em escolas inscritas no programa Saúde na Escola que tenham mais de 50% de estudantes de famílias inscritas no Auxílio Brasil.

O texto do decreto divulgado pelo governo não traz menção a homens trans, que também menstruam.

Queiroga afirmou ainda que o decreto de hoje, ao regulamentar o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, amplia o projeto de lei sancionado por Bolsonaro em outubro - mas cujo dispositivo sobre distribuição de absorventes fora vetado pelo presidente.

"Lá no projeto de lei não se tinha feito cálculo do impacto orçamentário de forma apropriada", justificou o ministro sobre o veto.

À época, Bolsonaro chegou a ironizar o programa e a chamá-lo de "Auxílio Modess", uma marca de absorventes. Agora, no entanto, regulamenta o programa como parte da estratégia do Executivo de se aproximar das mulheres em ano eleitoral.

Em cerimônia no Planalto alusiva ao Dia Internacional da Mulher, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que hoje em dia as mulheres estão "praticamente integradas à sociedade". "Assim como a mulher foi feita do homem, assim também o homem nasce da mulher e tudo vem de Deus", disse ainda o chefe do Executivo durante a solenidade.

As declarações se somam a uma série de falas de Bolsonaro consideradas machistas. Ele já afirmou, por exemplo, que sua filha Laura foi uma "fraquejada" após ser pai de quatro filhos homens. No final do ano passado, foi filmado dançando uma paródia de funk que comparava mulheres de esquerda a cadelas e oferecia a feministas "ração na tigela".

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Bolsonaro ainda repetiu uma fala da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e afirmou que a participação das mulheres no governo é maior do que em gestões anteriores.

Ao considerar o segundo e o terceiro escalões, o número esconde o fato de que apenas três dos 23 ministérios são chefiados por mulheres. Além de Damares, são ministras Flávia Arruda (Secretaria de governo) e Tereza Cristina (Agricultura).

Em meio à guerra na Ucrânia, o presidente também afirmou no evento que, se dependesse das mulheres, não haveria guerra no mundo.

Distribuição de absorventes

O mestre de cerimônias do Palácio do Planalto anunciou no sistema de som da cerimônia alusiva ao Dia Internacional da Mulher que Bolsonaro assinará decreto que prevê a oferta gratuita de absorventes. O texto, no entanto, ainda não foi enviado à imprensa pela Secretaria-geral da Presidência.

Em outubro de 2021, Bolsonaro vetou a distribuição gratuita de absorventes e alegou que a medida contrariava o interesse público. De acordo com o anunciado no Planalto, haverá oferta gratuita de produtos de higiene e outros produtos relativos à saúde menstrual.

O Google preparou um Doodle especial para comemorar o Dia Internacional da Mulher. A data, celebrada nesta terça-feira (8), ganhou uma animação desenvolvida por uma equipe liderada pela diretora de arte Thoka Maer.

Ao acessar a página inicial do buscador, o usuário pode ver uma apresentação de slides animada que retrata a vida cotidiana das mulheres em diferentes culturas e atividades. A animação passa por mulheres liderando uma sala de cirurgia, regando plantas enquanto olham as crianças se balançando, costurando e fotografando paisagens.

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“De uma mãe trabalhando em casa a uma mecânica de motocicleta ensinando suas habilidades para a próxima geração, cada ilustração retratada no Doodle de hoje está conectada pelo fio comum de como as mulheres se mostram para si mesmas, suas famílias e suas comunidades”, descreveu o Google sobre a homenagem.

Os rascunhos iniciais do desenho foram publicados no blog oficial dos Doodles. Na plataforma, a diretora de arte também comentou sobre o que espera que as pessoas pensem ao ver o Doodle criado por sua equipe.

"Eu realmente espero que as mulheres se sintam vistas e valorizadas por tudo o que estão fazendo e estão fazendo agora. Levantar de manhã e passar o dia. Lavar a louça, agarrar-se ao trabalho ou abandoná-lo, cuidar de si e dos outros. Essas coisas muito básicas têm sido um grande trabalho desde o início da pandemia", conclui Thoka Maer.

Em busca de aproximação com o eleitorado feminino, segmento em que enfrenta baixa aprovação, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deu início às celebrações do Dia Internacional da Mulher com uma cerimônia de hasteamento da bandeira e um café só com mulheres no Palácio da Alvorada.

Pela reeleição e orientado pela ala política do governo, Bolsonaro tem buscado se aproximar do público feminino, apesar de sua trajetória política ser marcada por frases de cunho machista.

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O presidente já disse, por exemplo, que sua filha Laura foi uma "fraquejada" após ser pai de quatro filhos homens. No final do ano passado, Bolsonaro foi filmado dançando uma paródia de funk que comparava mulheres de esquerda a cadelas e oferecia a feministas "ração na tigela".

No evento de hoje, o chefe do Executivo estava acompanhado pela primeira-dama Michelle e pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que protagonizou o hasteamento.

Cotada para assumir a vice na chapa de Bolsonaro à reeleição, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, não foi vista no evento, ainda que o compromisso conste em sua agenda oficial. Questionada pela reportagem se Tereza Cristina teria comparecido, a assessoria de imprensa do ministério confirmou a ausência sem dar detalhes e informou que ela deverá estar nos próximos eventos do dia.

Com duração de aproximadamente meia hora, a solenidade de hasteamento da bandeira foi marcada por fotos do presidente ao lado de mulheres. O governo, no entanto, não informou quem eram.

A banda marcial do Exército, depois do hino nacional, executou as músicas "Maria, Maria", de Milton Nascimento e Fernando Brant, "Smells Like Teen Spirit", da banda de rock Nirvana, e "In the End", de Linkin Park.

Após o hasteamento, Bolsonaro e Michelle convidaram as mulheres presentes, incluindo jornalistas, para um café no Alvorada. Os homens foram barrados. O presidente não conversou com os apoiadores presentes no chamado "cercadinho".

Na programação do Dia da Mulher, Bolsonaro também tem marcado para hoje o lançamento de iniciativas como programas de créditos voltados às mulheres no Palácio do Planalto.

Machismo

O histórico de Bolsonaro é marcado por frases machistas que vão além da "fraquejada" e o caso da paródia de funk. Em 2020, ele insultou a repórter da Folha de S.Paulo Patrícia Campos Mello em conversa com apoiadores. "Ela (repórter) queria um furo. Ela queria dar o furo (risos dele e dos demais)". Neste ano, disse ter dado um bom dia "mais do que especial" à primeira-dama Michelle em plena cerimônia oficial no Planalto.

Enquanto era deputado federal, em 2014 Bolsonaro afirmou, em discurso no plenário da Câmara, que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) "não merecia ser estuprada porque é muito feia". Foi condenado a pagar indenização e a publicar um pedido de desculpas, em 2019.

Em 2016, declarou que mulheres deveriam ganhar menos do que os homens no trabalho porque engravidam. "Eu não empregaria (homens e mulheres) com o mesmo salário. Mas tem muita mulher que é competente", afirmou, em entrevista.

Quem é assinante dos serviços de streaming sabe que grandes produções são estreladas por mulheres. Projetos com personagens impactantes mostram situações que se misturam um pouco com a realidade de quem assiste suas histórias, sempre exaltando a garra de cada uma delas. Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, nesta terça-feira (8), o LeiaJá destaca três séries com mulheres fortes para começar a ver hoje nas plataformas on-line.

This Is Us

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Se tem uma série que mexe com a cabeça de muita gente é This Is Us. Reunindo momentos bem delicados, a produção protagonizada por Mandy Moore leva a turma dos streaming às lágrimas, com um roteiro enriquecedor e reflexivo. A personagem de Mandy, Rebecca, encanta o público de casa com sua vitalidade. O seriado, que está na sua última temporada, pode ser visto no Prime Video e também no Star+.

Pose

Com apenas três temporadas, Pose é um sucesso. A história explora a cultura dos salões de baile entre os anos 1980 e 1990, reunindo personagens poderosos e cheios de atitudes. Destaca-se na série a acolhedora Blanca Rodriguez, uma mulher trans que abre as portas de casa para quem não tem onde morar. A entrega da atriz Mj Rodriguez já lhe rendeu o Globo de Ouro. As duas primeiras temporadas de Pose estão na Netflix; a última está disponível no Star+.

Scandal

Depois de conquistar muita gente na Netflix, Scandal agora faz parte do catálogo do Star+. Escrita por Shonda Rhimes, a série protagonizada por Kerry Washington presenteia o público com a grandeza da advogada Olivia Pope. Trabalhando em um universo misterioso da política, e também da alta sociedade americana, Olivia orienta sempre seus funcionários a esconderem qualquer sinal de escândalo.

  A rotina da maioria das mulheres na atualidade é cheia de atribuições das mais diversas. Em meio a rotina corrida, se organizar significa ganhar tempo para dar conta de todas as atividades e de se cuidar. Neste Dia Internacional da Mulher, o LeiaJá fez uma lista de aplicativos que podem facilitar o dia a dia das mulheres. Os apps vão desde a atenção com a saúde, segurança, vida saudável a viagens.

Confira a lista: 

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 Segurança 

 Lady Driver- É um aplicativo de transporte criado por uma mulher, para uso exclusivo de mulheres. Nele você solicita seu carro, apenas com motoristas mulheres e passageiras também. 

 MalalaiApp- É um aplicativo para mulheres sentem medo ao andar só. Ele irá mostrar rotas mais seguras para andar, permitindo o compartilhamento de seu caminho  para parentes ou amigos. 

Circle of 6- É um aplicativo que previne a violência antes de acontecer. Ele é usado para quando está perdida em um local desconhecido. Permitindo que você escolha 6 amigos, e se estiver perdida, basta apertar no ícone do aplicativo que ele manda o texto para esses amigos com sua localização do GPS.

  Saúde   

Beber Água- O intuito desse aplicativo é aumentar seu consumo de água. Ele age lembrando os horários de tomar água. 

 Sleep Cycle alarm Clock- Esse aplicativo foca na saúde do seu sono. Ele possui um gráfico com os picos de sonolência, que pra quem tem problemas com insônia essa ferramenta é uma boa opção. 

 Calorie Counter- MyFitnessPal- Ele é voltado para quem tá controlando a quantidade de calorias ingeridas. Nele há receitas saudáveis, registros de atividade física, etc. 

Menstruação

   Calendário menstrual, Período fértil e ovulação: diário da menstruação - Esse aplicativo nada mais é que, um diário menstrual que rastreia seu ciclo regular ou irregular, informa seu período de fertilidade, etc. 

Maia- É um aplicativo que controla o período menstrual, de maneira divertida e simples. Ele apresenta um gráfico de sua saúde íntima, mudanças em seu ciclo, etc. 

Viagem e Organização 

TripAdvisor- App para pessoas que viajam muito. Nele você encontra uma lista completa de restaurantes, lanchonetes. Nessa lista aparece também a avaliação das pessoas sobre determinado lugar. 

 Trello- Essa é uma ferramenta de organização. Ele utiliza interface de quadros e cartões para que você possa criar o que desejar. Você pode criar listas dos seus compromissos, além de poder convidar pessoas para fazer parte dos seus quadros, ideal para trabalhos em equipe.  

O presidente Jair Bolsonaro (PL) lançará amanhã, 8, Dia Internacional da Mulher, três programas voltados ao público feminino, parcela do eleitorado em que o chefe do Executivo enfrenta grande rejeição na tentativa de reeleição em 2022.

O lançamento será feito em cerimônia oficial no Palácio do Planalto, às 10 horas desta terça-feira, com a presença de Bolsonaro e de ministros como Paulo Guedes (Economia), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e João Roma (Cidadania).

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De acordo com o governo, na solenidade haverá assinatura de decretos para a criação de três iniciativas: a Estratégia Nacional de Empreendedorismo Feminino - Brasil para ELAS, o Comitê de Empreendedorismo Feminino e o programa Mães do Brasil.

Os dois primeiros têm o objetivo de criar um plano de desenvolvimento e estímulo ao empreendedorismo feminino no País com aumento da oferta de crédito. A iniciativa, concebida em parceria com a Caixa, foi antecipada pelo

Broadcast. Já o Mães do Brasil visa articular políticas públicas para a proteção de mulheres da gestação à maternidade. Mais detalhes devem ser informados apenas amanhã.

O comitê de apoio à pré-campanha de Bolsonaro vinha alertando o presidente de que seria preciso ampliar a interlocução do presidente com as mulheres em ano eleitoral. Além de iniciativas como programas sociais, a escolha de uma figura feminina para a vice de Bolsonaro em 2022 é vista como crucial pelos caciques do comitê, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil).

A favorita para assumir o posto, com as bênçãos do Centrão, é a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, mas a escolha ainda esbarra na preferência de Bolsonaro por um nome militar, de preferência o ministro da Defesa, Walter Braga Netto.

O Brasil registrou 56.098 estupros de mulheres ao longo de 2021, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 7, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número do ano passado é 3,7% maior em relação ao ano anterior e equivale a um caso a cada dez minutos no País.

Os dados foram extraídos dos boletins de ocorrência das Polícias Civis das 27 unidades da federação e mostram que durante a pandemia de covid-19 (entre março de 2020 e dezembro de 2021) houve um aumento significativo dos casos de violência sexual contra meninas e mulheres, chegando a um total de 100.398 registros.

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"Existe uma subnotificação imensa e o que conseguimos ver é a ponta do iceberg. A gente já imaginava que a pandemia faria crescer a violência contra a mulher, porque isso ocorreu em outros países, e também tem uma vasta literatura que mostra que em momentos de crise existe aumento da violência contra a mulher", explica Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Ela lembra que o isolamento social contribuiu para o crescimento dessa violência e que um grande problema é que não é possível ter noção dos números reais, porque geralmente a vítima está em confinamento com o agressor e isso torna mais complicada a denúncia. Até por isso, a especialista acredita que o número possa ser até cinco vezes maior, algo acima de meio milhão de casos de violência sexual.

"A maior parte dos estupros são em crianças e adolescentes, ou seja, até 13 anos. A pandemia confinou essas pessoas em casa e elas ficaram sem escola, então não tinha nem acesso a um profissional da educação que poderia perceber que ela estava sofrendo algum tipo de violência. Acredito que esse número de 100 mil casos pode ser cinco vezes maior", desabafa.

Como o levantamento foi feito para o Dia Internacional da Mulher, os dados não incluem estupros de pessoas do sexo masculino, incluindo meninos. Samira reforça que parte desses números se referem a crianças de até 9 anos, dando a dimensão do tamanho da violência sofrida no Brasil.

"O principal é a gente pensar no acolhimento dessas meninas e mulheres que sofreram violência. A gente sempre pensa na punição dos autores, mas também precisamos ter um atendimento multidisciplinar para essas pessoas que sofreram violência. O que o Estado fez com essas meninas e mulheres que denunciaram? Que acompanhamento está sendo ofertado? Temos casos horrorosos recentes", diz.

Com o retorno das aulas presenciais após um período longo de pandemia, os profissionais das escolas terão um papel fundamental na prevenção e na constatação de possíveis casos de violência sexual. "A escola já contribui muito, tem um papel crucial no ponto de vista da prevenção, na discussão sobre educação sexual. A gente tem estudos que mostram que boa parte desses casos é identificada por algum profissional dentro da escola", afirma.

País registra 2,4 mil feminicídios durante a pandemia

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou também que 2.451 mulheres foram assassinadas pela sua condição de mulher desde o início da pandemia, em março de 2020. Os dados preliminares indicam 1.319 feminicídios em 2021, com uma diminuição de 2,4% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, os especialistas apontam que é um número bem alto e que continua exigindo atenção das autoridades.

"Os dados divulgados apontam para a urgência de implementação de políticas públicas de acolhimento, prevenção e enfrentamento à violência contra meninas e mulheres no Brasil. Apesar do leve recuo na incidência de feminicídios, os números permanecem muito elevados, assim como os registros de violência sexual", diz Samira.

Em 2021, São Paulo registrou queda de 24% nos feminicídios e isso puxou a taxa nacional para baixo segundo o levantamento. Já o Estado do Tocantins teve um aumento de 144% de casos no período. "É cedo para tirar conclusões. Precisamos desconfiar dos lugares onde a redução foi muito expressiva, pois pode ter problema de registro de informação", conclui Samira.

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado se reúne na próxima segunda-feira (7), às 14h, para votar uma pauta de 14 itens. Entre essas propostas está o PL 2.902/2019, que dá prioridade à mulher chefe de família na contratação de financiamento para compra de moradia — quando o imóvel for custeado pelo Sistema Financeiro de Habitação. A reunião da CDH será semipresencial. 

O PL 2.902/2019 foi apresentado pela senadora Rose de Freitas (MDB-ES). Ela cita a estimativa de que cerca de 40% dos lares brasileiros são de responsabilidade de mulheres. “Nada mais razoável que facilitar a essas mulheres a aquisição de casa própria”, afirma a parlamentar. 

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Sociedade empresarial e violência doméstica Outro projeto na pauta da CDH é PL 3.393/2021, de autoria do senador Jorginho Mello (PL-SC). Esse texto prevê alterações na Lei Maria da Penha para que a mulher vítima de violência doméstica possa solicitar sua saída de sociedade empresarial que mantenha com o agressor, "sendo-lhe assegurado o direito à liquidação de sua cota, conforme os parâmetros previstos no Código Civil".

Ao justificar sua iniciativa, Jorginho Mello argumenta que, "no campo empresarial, existem muitas mulheres que integram quadros societários ao lado de familiares e frequentemente, são obrigadas a firmar documentos, abrir contas bancárias e se comprometer com transações comerciais pressionadas por parceiros, pais, filhos ou irmãos autoritários e violentos, o que lhes impõe danos no aspecto patrimonial.

Em diversas situações, em um contexto de violência doméstica, permanecem na sociedade contra a sua vontade e, ainda, sob ameaças". 

*Da Agência Senado

A campanha chamada “Escúchanos, Míranos” - nos escute, nos olhe em português - foi publicada hoje nas redes sociais.  O vídeo traz Anitta, Tini e Becky G usando a ferramenta de mensagens de voz do Whatsapp para conversarem sobre experiências e ideias, enquanto criam música, e se apoiam em um cenário musical dominado por homens. Confira em: https://www.instagram.com/tv/CasPxJHLom1/?utm_source=ig_web_copy_link

No comercial, Tini agradece a Anitta e Becky pelo apoio. Anitta responde que elas fazem isso por quem lutou por elas, e pelas outras artistas que estão por vir, para que não passem o mesmo que ela passou. Becky G diz que a indústria ofereceu às mulheres apenas um lugar na mesa, mas ao invés disso, elas estão construindo uma mesa com lugares para todos.

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“Se todos acreditarem que o feminismo e a música latina podem se tornar um só, podemos fazer acontecer” – afirma a argentina Tini.

“Com nossas vozes unidas, há poder e progresso” – diz a cantora de origem mexicana Becky G.

“Eu quero que as pessoas digam, é, nós mudamos a indústria de alguma forma” - completa Anitta.

A propaganda encoraja o público a enviar uma mensagem de empoderamento para uma mulher. No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, será lançado um pacote de figurinhas no aplicativo do Whatsapp, inspiradas em cada uma das artistas.

Por Maria Eduarda Veloso

Para marcar as atividades em torno do Dia Internacional da Mulher, o Cinema São Luiz preparou uma programação voltada ao debate sobre a importância das questões envolvendo gênero. Na segunda-feira (7), véspera do 8 de Março, o equipamento cultural gerido pela Fundarpe vai exibir, em sessão única às 19h30, o filme “Precisamos Falar de Assédio”, da diretora Ana Paula Sacchetta. Na sequência, o público participa de debate com as integrantes do Mulheres no Audiovisual Pernambucano (Mape). A conversa terá a presença das cineastas Bruna Leite, Cecília da Fonte e Cynthia Falcão, com mediação da jornalista Luciana Veras. 

 O longa-metragem verbaliza experiências de abusos sofridos e pode gerar reações perturbadoras em quem o assiste ao jogar luz sobre a opressão e violência geradas pelo machismo e patriarcado. Uma van-estúdio estacionou em nove locais de São Paulo e do Rio de Janeiro, com o objetivo de reunir depoimento de vítimas de todo tipo de assédio. Ao todo, 140 mulheres decidiram romper o silêncio, com idades entre 15 e 84 anos, moradoras de periferias e locais de alto padrão. Os depoimentos são puros, sem qualquer tipo de interlocução. O documentário foi exibido no 49⁰ Festival de Brasília (2016). 

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 “Falar sobre assédio devia ser norma cotidiana e não apenas pauta na semana em referência à luta das mulheres. A normatização dos vários tipos de assédio vivenciado por nós, mulheres, faz parte do projeto de domesticação de nossas existências. É mais que urgente, é necessário! Que o debate possa contribuir para o fortalecimento de todas as mulheres e que os homens possam participar e compreender o papel fundamental que precisam exercer para o fim destas violências”, avaliou a cineasta Bruna Leite, uma das debatedoras.

 HISTÓRIA - Março é considerado o mês de luta pelos direitos das mulheres. Desde o final do século 19, organizações femininas com origem no movimento operário protestavam em países da Europa e dos Estados Unidos contra o fim do trabalho infantil, as péssimas condições de trabalho e a exploração em forma de elevadas jornadas de trabalho em troca de baixas remunerações. 

 O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1.500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, uma longa greve têxtil fechou quase 500 fábricas norte-americanas. A movimentação seguiu efervescente até que, em 8 de março de 1917, aproximadamente 90 mil operárias protestaram na Rússia contra o Czar Nicolau II. O ato ficou conhecido como “Pão e Paz”. A partir daí, a data ficou consagrada mundialmente, sendo oficializada como Dia Internacional da Mulher em 1921.

 PROGRAMAÇÃO - Completa a grade de filmes em cartaz no Cinema São Luiz o documentário “Rio das Vozes”, como sessão única na quarta-feira (9) às 17h50. O filme é dirigido por Andrea Santana e Jean Pierre Duret. A produção percorre o Rio São Francisco, entre os Pernambuco e Bahia, para visibilizar a população ribeirinha e mostrar o que pensa sobre os desafios da preservação diante do desmatamento e agronegócio predatório e, principalmente, o desejo de permanecer vivendo às margens do Velho Chico. A película estreou no Brasil semana passada.

 Seguem em exibição “A Ilha de Bergman”, “A Felicidade das Pequenas Coisas” e “As Aventuras de Gulliver”. O equipamento reabriu oficialmente na semana passada, após quase dois anos de inatividade por conta das medidas de restrição social em função da pandemia. O valor dos ingressos é acessível: R$ 10 inteira e R$ 5 meia entrada. Para ter acesso ao equipamento cultural gerido pela Fundarpe, é preciso mostrar o cartão de vacinação com as duas doses em dia. A bilheteria abre 30 minutos antes da sessão.

 Precisamos Falar de Assédio 

Ficha técnica:

Direção: Paula Sacchetta, Direção de fotografia: Francisco Orlandi Neto, Direção de arte: André Bomfim, Roteiro: Paula Sacchetta, Produção: Carmem Maia e Gustavo Rosa de Moura, Montagem e edição: Bruno Horowicz e André Bomfim.

Duração: 80min / Documentário / 14 anos

 Cinema São Luiz

Serviço:

Endereço: Rua da Aurora, 175, Boa Vista – Recife

Entrada: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) 

Redes sociais (Instagram, Twitter e Facebook: @cinesaoluizreal

E-mail: saoluiz.recife@gmail.com

Da assessoria

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