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A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou um aumento no valor das emendas parlamentares, verba que os deputados recebem do orçamento do Governo do Estado para investir em áreas de seus interesses. O valor destinado a cada deputado deve chegar a R$ 3,5 milhões anualmente, agora é de R$ 1,5 milhão.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ainda passará pela segunda votação, que ainda não tem data prevista, mas foi aprovada inicialmente nessa quarta-feira (24).  

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O texto é de autoria do deputado Alberto Feitosa (SD) e enfrentou a resistência da liderança do governo. Apesar disso, 30 parlamentares votaram a favor. Seis deputados foram contrários: Claudiano Martins Filho (PP), Delegado Erick Lessa (PP), Fabíola Cabral (PP), João Paulo (PCdoB), José Queiroz (PDT) e Roberta Arraes (PP). E cinco se abstiveram: Diogo Moraes (PSB), Dulcicleide Amorim (PT), Isaltino Nascimento (PSB), Simone Santana (PSB) e Sivaldo Albino (PSB).

A PEC aprovada ainda permite que as comissões permanentes da Alepe também tenham direito à emendas correspondente a 0,4% do orçamento estadual.

“As emendas são instrumentos fundamentais para o exercício do nosso mandato. Muitas vezes, elas são a única fonte de receita para municípios fazerem obras, comprarem ambulâncias e caminhões-pipa, entre outros equipamentos”, argumentou, Alberto Feitosa, ao comemorar a aprovação da PEC.

Numa visita à cidade de Palestina de Goiás, o então deputado Leonardo Vilela soube que um ultrassom comprado com recursos de emenda parlamentar de sua autoria ainda estava na caixa, passados meses da entrega. "Ele corria o risco de se deteriorar antes mesmo de começar a ser usado", conta o médico, atual presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass). O motivo para a falta de uso era simples: não havia na cidade profissional capacitado para operar o aparelho. "Foi um tapa na cara", diz. "Senti na pele e depois, como secretário, vi que o erro não era só meu. Nem sempre parlamentares sabem como encaminhar esses recursos."

Enquanto o Congresso avança para dar mais poder aos parlamentares na definição dos recursos do Orçamento, o Ministério da Saúde estuda um manual para orientar deputados e senadores e evitar que Estados e municípios recebam recursos longe das prioridades. A ideia é criar até agosto uma espécie de lista de sugestões, que poderá ser usada pelos parlamentares no momento da formulação das emendas impositivas.

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Atualmente, deputados e senadores dispõem de R$ 5,3 bilhões do Orçamento para aplicar na área de Saúde. Esse montante pode aumentar se for aprovada uma PEC que torna obrigatório também o pagamento de emendas de bancada dos partidos. A proposta já teve o aval de deputados, de senadores e agora retorna para a Câmara para votação final. Se a regra fosse colocada em prática hoje, dos R$ 130 bilhões destinados para a Saúde, o destino de R$ 8 bilhões seria decidido por parlamentares - 6,1% do orçamento.

O receio de integrantes do Executivo é o de que isso amplie um desperdício que já ocorre com as emendas impositivas individuais. "Como um aparelho de ressonância magnética para cidades com pequeno número de habitantes", diz o presidente eleito do Conass, Alberto Beltrame.

Outro exemplo é o repasse de recursos para custeio, uma verba que será usada para pagar exames ou outros procedimentos mais complexos em hospitais ligados ao SUS. "A demanda aumenta porque há maior aporte de recursos. E se no ano seguinte o dinheiro não vier?", questiona o presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira.

Secretário-executivo do ministério, João Gabbardo dos Reis diz que a equipe está no momento estudando o impacto de uma eventual aprovação da PEC que torna obrigatória também o cumprimento das emendas de bancada. "Em tese, ela diminui nossa discricionariedade."

Estados

Há também medidas pontuais, colocadas em práticas por municípios. Porto Alegre, por exemplo, mantém um escritório para orientar parlamentares do Estado. O objetivo declarado é tentar evitar o desperdício de recursos. Secretário-adjunto de Saúde de Porto Alegre, Natan Katz afirma que o município recebeu recursos carimbados para a construção de uma unidade de saúde de complexidade menor do que a necessária. "Nossa opção era aceitar o recurso e ficar com uma unidade de complexidade menor do que o planejado ou investir também um montante, para que a unidade fosse do tamanho apropriado." Escolheram a segunda alternativa. "Mas era um recurso que não imaginávamos ter de investir naquele momento."

Nesses escritórios, a ideia seria fazer uma espécie de consórcio, em que mais de um deputado pudesse destinar as emendas para o mesmo objetivo. Outra preocupação dos gestores municipais é evitar que hospitais credenciados ao SUS recebam os recursos e depois abandonem a prestação de serviços públicos. Katz conta que o Hospital Parque Belém, enquanto estava vinculado ao SUS, recebeu recursos suficientes para a compra de equipamentos como microscópio, raio X, mamógrafo e aparelho para fazer a esterilização. Tempos depois, desfez o convênio. "Tentamos recuperar os aparelhos, mas até agora não conseguimos", conta

Clientelismo

Para o ex-ministro e professor da Universidade Federal de São Paulo Arthur Chioro, emendas desorganizam os planos para o setor preparados pela União, Estados e municípios. "O uso do recurso não é republicano, as emendas servem para manter o clientelismo, agradar prefeito A ou B ou a mantenedora de hospital filantrópico X ou Y", afirma.

Defensor das emendas, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), também ex-ministro da Saúde, vai na direção contrária. Ele afirma que a prática atual fortalece o SUS. "É um recurso que se garante para o setor", afirma. Para ele, o risco de parlamentares destinarem emendas para ações de menor relevância seria evitado por meio do diálogo com o prefeito. "O parlamentar capta melhor a necessidade da ponta. Mais do que isso, ele ajuda a ampliar recursos para municípios, que gastam muito mais do que o piso determinado na Constituição."

Sobre a queixa de que "ganha mais quem pode mais", o deputado diz que "não é lógico querer que o político ignore as necessidades". "A saúde é descentralizada. Se o município está mais capacitado para comprovar a necessidade e pode recorrer ao parlamentar, por que não ouvi-lo?"

Posto improvisado

As 200 famílias que vivem no povoado Firmeza, na zona rural da cidade de Orizona (GO), são atendidas há cerca de dois meses em um posto de saúde improvisado. As consultas são feitas numa sala acanhada e quente, emprestada pelo centro comunitário da região. Ali não há telefone nem pia para higienizar as mãos. Antes de examinar os pacientes, o médico tem de se deslocar até o único banheiro existente do local.

"Se está ocupado, o remédio é esperar", resume a técnica de enfermagem Luciene de Sousa Tiago. Vacinas não são mais aplicadas, já que não existe uma geladeira para guardar o material. Para imunizar as crianças, é preciso enfrentar 25 quilômetros de uma estrada de terra castigada pelos buracos até o posto da cidade.

Para quem defende mudanças na atual prática de destinação de emendas parlamentares, Firmeza é só mais um exemplo do que acontece em diversas outras localidades do País.

O desconforto da sala e as consequentes dificuldades no atendimento, por si só, inquietam a comunidade de Firmeza. Mas os problemas ganham dimensões ainda maiores quando se leva em conta que há um ano foi liberada a quantia de R$ 100 mil de emenda parlamentar para a reforma do posto da região. "Sabe o que é pior? Mesmo se o dinheiro fosse liberado e a obra, iniciada, tenho minhas dúvidas se isso funcionaria", diz Luciene. Zelador do posto de saúde, José Donizette fala que "as rachaduras do posto são grandes demais. "Dizem que a construção foi feita de forma errada."

Para moradores, o melhor seria se o dinheiro tivesse vindo para a construção de um novo posto, e não para a reforma da atual unidade. "Sabe remendo em tecido apodrecido?", compara a moradora Luiza de Jesus Souza.

Secretaria

Enquanto o dinheiro da reforma não vem, integrantes da comunidade buscam alternativas. Como dirigir o dinheiro da reforma para uma outra casa, onde antes funcionava um laticínio. A secretária de Saúde de Orizona, Marilda das Dores Pereira, atribui a demora na aplicação dos recursos a uma inconformidade na descrição da emenda. O ideal era que a verba fosse endereçada para reforma do posto. Mas, oficialmente, o recurso foi destinado para "ampliação" da unidade.

"Isso acabou levando a uma discussão se podia ou não liberar a verba e todo processo parou", disse ela. A cidade, que fica a 138 quilômetros de Goiânia, havia recebido ao todo R$ 300 mil para reforma de postos de atendimento. "Nas três unidades o problema foi o mesmo e o início das obras foi adiado." Marilda garante que na próxima semana o impasse terá sido resolvido e a licitação será lançada.

Inaugurado em 2008, o posto passou por uma reforma em 2012, já por causa das rachaduras. "Uns buracos foram tampados, mas pouco tempo depois, o problema voltou", conta o zelador. Como a situação se agravou, a casa foi interditada há dois meses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Palácio do Planalto vai abrir as torneiras das emendas parlamentares para aprovar a reforma da Previdência antes do fim de fevereiro e consolidar a estratégia de montar uma ampla frente eleitoral com todos os partidos da base aliada. O governo Michel Temer avalia ter um "arsenal" maior do que o usado em votações importantes do ano passado para convencer o Congresso a votar a matéria e aglutinar a base.

Do ano passado, somente em restos a pagar de emendas parlamentares - que podem ser destinadas por deputados federais e senadores a redutos eleitorais - e novas emendas do Orçamento deste ano são mais de R$ 20 bilhões. Somados outros R$ 10 bilhões que o governo estima economizar ainda neste ano caso a reforma da Previdência seja aprovada, e que seriam usados em obras que podem render dividendos eleitorais aos aliados neste ano, o valor do "arsenal" de Temer pode superar R$ 30 bilhões.

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Na avaliação do Planalto, a reforma é o que falta para a construção de uma candidatura única de centro e, assim, assegurar a maior parcela de tempo no rádio e na TV e do fundo eleitoral. Nesta quinta-feira (18), o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que Temer vai condicionar a manutenção dos partidos no comando de ministérios ao apoio a um único nome na disputa pela Presidência na tentativa de isolar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.

Temer e seus aliados avaliam que a aprovação da reforma da Previdência deve gerar mais investimentos na economia e, consequentemente, uma sensação de melhora que pode resultar em votos. Além disso, teria um caráter simbólico de coesão dos partidos da base que pode ser levado para a campanha eleitoral.

Além de poder usar os restos a pagar de 2017, o governo tem todo o potencial de liberação de emendas do Orçamento de 2018 para convencer os parlamentares. Nas palavras de um auxiliar de Temer, "ano novo, Orçamento novo".

Empenho

Dos R$ 10,74 bilhões em emendas empenhadas do ano passado, apenas R$ 2,27 bilhões foram pagos até dezembro. O restante (R$ 8,47 bilhões) é enquadrado como restos a pagar que o governo pode executar ao longo deste ano. No Orçamento de 2018, há mais R$ 11,8 bilhões autorizados para deputados e senadores. O cálculo leva em conta tanto as emendas que foram apresentadas individualmente quanto as formuladas pelas bancadas estaduais.

Para atender às demandas dos parlamentares, porém, o governo também terá de cumprir as restrições impostas pela lei eleitoral, que proíbe a transferência de recursos da União para Estados e municípios nos três meses que antecedem a votação. Assim, de julho a setembro o governo só poderá pagar emendas que forem empenhadas até junho.

Conforme o Estado mostrou no início deste mês, Temer bateu recorde de liberação de emendas em 2017, ano em que precisou negociar o apoio de deputados para suspender o andamento de duas denúncias contra ele. O valor empenhado no ano passado representou um crescimento de 48% em relação ao ano anterior e 68% maior do que o liberado em 2015, quando a execução das emendas se tornou obrigatória.

Na avaliação do Planalto, com a proibição de doações eleitorais de empresas e a consequente redução de verbas para campanha, a máquina governamental deve ter peso redobrado no pleito deste ano. As novas regras eleitorais estão no centro da estratégia de Temer. O Planalto estima que as direções partidárias saem fortalecidas com a criação do fundo eleitoral, cuja distribuição de verbas vai ficar a cargo dos presidentes e tesoureiros das legendas. Assim, um deputado rebelde pode ser "punido" com menos recursos.

Por isso o governo aposta no fechamento de questão dos partidos aliados em torno da Previdência e deve usar a reforma ministerial para prestigiar as direções partidárias. Um exemplo disso é a insistência na manutenção do nome da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho.

Apesar de considerar ter hoje mais armas do que no ano passado, o governo não vai colocar a reforma em votação se não tiver certeza da aprovação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer bateu o record em 2017 na liberação das emendas, se comparado aos últimos quatro anos. De acordo com um levantamento divulgado pela Agência Estado, ao todo foram R$ 10,7 bilhões, um crescimento de 48% em relação ao ano anterior e 68% maior do que o liberado em 2015, quando a execução se tornou obrigatória.

O que chama a atenção é que na divisão das emendas empenhadas 72,8% foram destinadas aos partidos da base governista. Dono da maior bancada na Câmara, o MDB foi contemplado com R$ 1,32 bilhão. Já o PT, segundo lugar no número dos parlamentares, teve R$ 831 milhões. Na comparação com o que foi efetivamente pago, porém, a diferença é maior. Foi R$ 1,13 bilhão para parlamentares da base (75,8%), ante R$ 254,05 milhões (17,1%) para opositores.

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Na análise do deputado Danilo Cabral (PSB-PE), “o número não surpreende”. “Na regra geral, o governo estava praticando em 2017 a liberação de emendas para cooptar parlamentares em várias votações, sobretudo nas duas dos processos contra o presidente Temer. Foi instalado um verdadeiro balcão de negócios. Mesmo sendo obrigatório e, ele tendo que pagar a todos, colocaram na frente aqueles que estavam alinhados com o governo, mostrando claramente que comprou parlamentares através da liberação de emendas”, disse.

Corroborando, o deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) salientou a possibilidade, inclusive, do “uso indevido do pagamento das emendas” ser questionado pelo Ministério Público Federal na Justiça. “O estudo comprova aqui que vínhamos observando de forma explícita. Não surpreende, mas é uma indignidade. E pode ser objeto de questionamentos judiciais. Está havendo uma utilização indevida do recursos públicos, fazendo uso partidário por troca de apoio, o que viola a letra da Constituição”, salientou. 

Para Alencar, a obrigatoriedade, adotada a partir de 2015, deveria servir justamente para evitar “que as emendas façam parte desse jogo político”, mas “ficou muito claro, na questão das denúncias, a utilização das emendas como troca de apoios políticos, vemos sendo claro o prestígio da base do governo e recursos do próprio orçamento sendo liberados”. 

Segundo o deputado, a maneira como o governo conduz o país foi explicitada pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), que disse ser normal condicionar a liberação de empréstimos para os estados ao apoio à reforma da Previdência. 

Para o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE) o “método de liberação e pagamento de emendas é estranho”. “Nós temos R$ 10 milhões de emendas impositivas e os deputados da base do governo, vejo muito disso pois sou deputado do Sertão de Pernambuco e aqui é hábito, apresentam nas placas [outdoors] as emendas que receberam. Vejo gente dizendo que conseguiu R$ 100 milhões. Ficamos sem saber de onde vem esse dinheiro. Deve ser pagamento extra, alguém que vota no governo e recebe algo a mais”, destrinchou. 

“Tem um deputado na minha região, que não vou dizer o nome, que toda cidade que eu passo tem placa dele. Em Petrolina mesmo tem uma de R$ 42 milhões de emendas, como pode isso se um deputado tem direito a R$ 10 milhões? E olhe, que as nossas nem todas as empenhadas são pagas. Eles dizem, aquele é boca preta, paga agora não”, acrescentou Patriota. Segundo ele, boca preta é como vem sendo denominado o deputado que faz oposição ao governo. 

O pagamento de cachês de artistas está previsto como um dos destinos possíveis de emendas parlamentares, desde que siga regras definidas por meio de portaria do Ministério do Turismo. Segundo a assessoria da pasta, para receber, o artista precisa estar previamente cadastrado no ministério e todos os eventos são fiscalizados.

A portaria prevê até a fiscalização in loco no caso de eventos que recebam repasses superiores a R$ 300 mil ou que já tenham sido alvo de denúncias de irregularidades. O ministério também envia um funcionário ao local em caso de solicitações dos órgãos de controle.

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A deputada Gorete Pereira (PR-CE) disse que o financiamento do São João de Maracanaú com emenda já se tornou "tradição". "Maracanaú é considerado o segundo maior São João do Brasil. A cidade tem 260 mil eleitores. A festa junta de 30 mil a 40 mil pessoas por show. O que eu boto (no São João) é tradição. Já é o sexto ano seguido", disse Gorete.

A assessoria do cantor Wesley Safadão informou que não se manifesta sobre "assuntos políticos". Os outros artistas que participaram da festa não foram localizados.

Autor da emenda que custeou uma etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross em Tupaciguara, em Minas, o deputado Tenente Lúcio (PSB-MG) afirmou que o repasse se deu por sua atuação na área do esporte. O deputado Renato Molling (PP-RS) foi procurado, mas não respondeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em ano de delação do Grupo J&F e suspensão de duas denúncias criminais contra o presidente Michel Temer, as emendas parlamentares tiveram em 2017 o maior valor liberado dos últimos quatro anos. Ao todo, foram R$ 10,7 bilhões, um crescimento de 48% em relação ao ano anterior e 68% maior do que o liberado em 2015, quando a execução se tornou obrigatória.

As emendas parlamentares são indicações feitas por deputados e senadores de como o governo deve gastar parte dos recursos previstos no Orçamento. Os parlamentares costumam privilegiar seus redutos eleitorais. Incluem desde dinheiro para obras de infraestrutura, como a construção de uma ponte, até valores destinados a programas de saúde e educação.

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Embora impositivas - o governo é obrigado a pagá-las -, a prioridade dada a algumas emendas ainda é fruto de negociação política. Por isso, são usadas para barganhar apoio em votações importantes no Congresso.

Em dezembro, enquanto o governo ainda tentava votar a reforma da Previdência, houve a maior liberação mensal de empenhos, com R$ 3,24 bilhões (30,1% do total). A conta inclui as indicações feitas individualmente por parlamentares e pelas bancadas estaduais e do Distrito Federal. Os descongestionamentos de recursos no fim do ano, motivados pela constatação de que o rombo nas contas públicas seria menor do que o previsto, ajudaram a acelerar o ritmo de liberações no mês.

Antes disso, os meses seguintes à divulgação da delação premiada da J&F, que implicaram Temer, concentravam os maiores valores liberados aos projetos dos parlamentares. Foram R$ 2,02 bilhões em junho e mais R$ 2,24 bilhões em julho.

Durante a votação da primeira denúncia baseada na delação, no dia 2 de agosto, o então ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy (PSDB-BA), foi flagrado negociando a liberação de emendas com deputados da base aliada. "As emendas existem para serem executadas, independentemente de serem oriundas de parlamentar da base ou da oposição. Na época das votações, a oposição sempre vem com essa cantilena, mas na verdade esse trabalho deve ser permanente", afirmou o atual titular da pasta, Carlos Marun (MDB-MS).

Saúde

Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo nas mais de 7 mil emendas individuais que tiveram algum valor executado ao longo do ano mostra que 93,5% do desembolsado pelo governo foi para a saúde, única área cuja destinação é obrigatória por lei. Os dados são do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop).

Do R$ 1,36 bilhão que foi para a saúde, quase a totalidade (98%) serviu para apoio e manutenção de unidades em cidades indicadas por parlamentares. O deputado Domingos Neto (PSD-CE), por exemplo, direcionou R$ 11,28 milhões para abastecer os Fundos Municipais de Saúde de 36 prefeituras no interior do Ceará. Sua emenda foi a de maior valor pago no ano.

A segunda área que mais teve emendas pagas foi agricultura, com R$ 39 milhões. A maior delas foi de outro governista, o deputado Valdir Colatto (MDB-SC), que conseguiu a liberação de R$ 2,34 milhões para 21 cidades de seu Estado - entre elas Cordilheira Alta, que recebeu R$ 341 mil para comprar uma escavadeira hidráulica, e Vargem Bonita, que teve R$ 253 mil para construir a Casa do Produtor, local que servirá para o comércio da produção agrícola.

Embora tenha sido o segundo órgão com o maior número de emendas individuais empenhadas no Orçamento do ano passado, o Ministério das Cidades não teve nenhuma delas pagas em 2017. O mesmo ocorreu com Transportes, Meio Ambiente e Transparência. Quando uma emenda é empenhada, mas não paga, ela fica na fila de pagamentos do ano seguinte, como restos a pagar.

Partidos

Na divisão por legendas, 72,8% das emendas empenhadas foram indicadas por parlamentares da base. O MDB foi o mais contemplado (R$ 1,032 bilhão). Parlamentares do PT, que tem a segunda maior bancada na Câmara, tiveram R$ 831 milhões. Na comparação com o que foi efetivamente pago, porém, a diferença é maior. Foi R$ 1,13 bilhão para parlamentares da base (75,8%), ante R$ 254,05 milhões (17,1%) para opositores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Saúde informou hoje (14) que, neste ano, o governo federal liberou, para estados e municípios, R$ 907,6 milhões, a partir de emendas parlamentares, para custeio, ampliação e qualificação de ações e serviços de saúde. No total, 3.729 municípios foram beneficiados com os recursos, que permitem o custeio de procedimentos de atenção básica e de média e alta complexidade, como internações, cirurgias e exames.

Para este ano, o Orçamento prevê R$ 4,6 bilhões de emendas parlamentares individuais destinadas ao setor, valor que já está somado ao Orçamento federal previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual, que é de R$ 115,7 bilhões.

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Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, há um esforço para colocar as obrigações financeiras do Ministério da Saúde em dia. “A liberação de emendas de custeio em parcela única e no mesmo exercício do Orçamento é inédito e os pagamentos regulares têm sido uma constante. São recursos incluídos no orçamento da pasta por deputados e senadores, atendendo ao pleito dos parlamentares e dos gestores na captação de recursos para o funcionamento de unidades básicas e especializadas de Saúde”, disse o ministro, em nota.

Em 2016, foram executados pelo governo federal R$ 4,1 bilhões de emendas parlamentares para apoiar serviços de saúde, valor 157% maior em relação a 2014, quando foram executados R$ 2,6 bi, informou o ministério.

Segundo a pasta, a Portaria nº 2.257, publicada hoje no Diário Oficial da União, alterou a regulamentação do uso das emendas parlamentares para incremento do Teto de Média e Alta Complexidade (MAC) e do Piso da Atenção Básica (PAB), no Sistema Único de Saúde, para o ano de 2017. “A medida é importante porque permite a destinação de verba adicional, no caso emendas parlamentares, para custeio de estabelecimentos de saúde”, diz a nota.

Desde 2015, o Ministério da Saúde vem permitindo que emendas parlamentares incrementem os recursos estaduais do Teto MAC e PAB, porém fica proibido o uso de emendas individuais para despesas com pessoal e encargos sociais, como prevê o Artigo 166 da Constituição Federal.

Somente fica permitido o uso do recurso para esses fins, as emendas de bancada, quando um grupo de deputados definem juntos a destinação do recurso, ou emendas de relatoria, indicadas diretamente pelo relator-geral da Câmara. A destinação desses recursos é feita, desde 2016, por meio de parcela única aos estados e municípios indicados.

O Congresso Nacional promulgou no início de 2016 a Emenda Constitucional 86, que torna impositiva a execução das emendas individuais dos parlamentares ao Orçamento da União. O texto obriga o Poder Executivo a executar as emendas parlamentares ao Orçamento até o limite de 1,2% da receita corrente líquida realizada no ano anterior, desde que metade do valor seja aplicado na saúde pública.

Com a decisão da equipe econômica de descontingenciar entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões do Orçamento de 2017 assim que a nova meta fiscal for aprovada pelo Congresso, as emendas parlamentares poderão ter um reforço de mais de R$ 1 bilhão até dezembro. Embora parte dos parlamentares tenha se manifestado contra o aumento do déficit em R$ 20 bilhões - de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões - as cotas das bancadas e dos próprios deputados para o financiamento de projetos em suas regiões ficarão maiores com a liberação de gastos.

O valor fixado no Orçamento para as emendas parlamentares é calculado com base em um porcentual da Receita Corrente Líquida (RCL), que é a receita do governo federal com a arrecadação de tributos descontadas as transferências para Estados e municípios, que este ano chegaria a R$ 12,732 bilhões.

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Mas, com os cortes de gastos determinados anteriormente pela equipe econômica, ainda na tentativa de cumprimento de uma meta de déficit de R$ 139 bilhões este ano, esse montante havia caído para R$ 9,184 bilhões. As emendas são afetadas na mesma proporção do contingenciamento das demais despesas discricionárias.

Agora, com uma folga adicional de R$ 20 bilhões na meta e a disposição do governo em liberar gastos de, pelo menos, R$ 8 bilhões, os recursos para as emendas serão recompostos, voltando a um patamar de R$ 10,121 bilhões, de acordo com cálculos da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados.

As emendas parlamentares são divididas em dois grupos: as de bancada e as individuais, cujos valores são distribuídos igualmente entre todos os congressistas. Hoje, cada parlamentar tem um limite de R$ 10,3 milhões para as suas emendas individuais, mas no cenário de elevação da meta esse teto passaria para R$ 11,34 milhões.

Caso o descontingenciamento chegue a R$ 10 bilhões, o orçamento das emendas será também maior, e chegará R$ 10,356 bilhões, com um acréscimo de R$ 1,175 bilhão aos recursos disponíveis atualmente. Neste segundo cenário, o limite de valor para as emendas individuais subirá para R$ 11,60 milhões.

Até a semana passada, o total de emendas empenhadas pelo governo em 2017 era de R$ 4,176 bilhões, restando pouco menos de R$ 5 bilhões a serem liberados até o fim do ano. Com a mudança da meta, os recursos ainda disponíveis para os parlamentares poderão ultrapassar os R$ 6 bilhões.

O Palácio do Planalto determinou aos ministros que apressem a liberação de emendas parlamentares da base aliada e ainda prorrogou o prazo para pagamento de despesas empenhadas e não executadas de anos anteriores. A quitação se esgotava nesta sexta-feira (30) e foi estendida até 30 de novembro. A medida foi publicada em uma edição extraordinária do Diário Oficial da União um dia depois da leitura na Câmara dos Deputados da denúncia contra Temer por corrupção passiva.

A reportagem apurou que o Planalto pediu celeridade no repasse de cerca de R$ 1 bilhão em emendas, que já pode ser distribuído a deputados e senadores. A decisão pode beneficiar mais de 300 parlamentares com recursos destinados a obras e projetos em suas bases eleitorais. Congressistas considerados "traidores", que votaram contra o governo em projetos estratégicos para Michel Temer, e da oposição podem ficar com suas emendas "na gaveta".

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Deputados e senadores têm mais interesse em emendas dos Ministérios das Cidades, da Saúde e da Integração Nacional. De acordo com interlocutores do Planalto, Temer ordenou que Bruno Araújo, Ricardo Barros e Hélder Barbalho, respectivamente titulares das três pastas, verifiquem o volume de recursos represados.

Desde que a delação do Grupo J&F - controlador da JBS -, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, veio à tona, em 17 de maio, até o início de junho, o governo já havia liberado quase R$ 1 bilhão em emendas parlamentares, a maior parte para a sua base aliada. O repasse desse volume de recursos a deputados e senadores já estava previsto e a liberação coincidiu com o agravamento da crise política, conforme relatado pelo Estado em 16 de junho.

O decreto publicado nesta sexta-feira, 30, sobre os restos a pagar atende à pressão de parlamentares da base do governo, conforme antecipado pelo Estado/Broadcast na terça-feira. O prazo para o cancelamento definitivo dos saldos bloqueados permanece o dia 31 de dezembro deste ano. Restos a pagar são despesas empenhadas, mas não pagas, que são transferidas do Orçamento para o ano seguinte.

Articulações

Além de pedir celeridade na liberação das emendas parlamentares, Temer também dedicou boa parte de sua agenda na semana às articulações políticas em torno da escolha do relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O colegiado vai analisar o pedido de abertura de ação penal feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Para barrar a denúncia, Temer precisa impedir que 172 votos defendam a proposta no plenário da Câmara. Neste momento, o Planalto assegura ter os votos necessários - em torno de 250 votos. O governo, no entanto, quer evitar surpresas ou resistências na CCJ, como a do presidente do colegiado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).

Segundo assessores, Temer tem feito sinais ao presidente da comissão. O PMDB mineiro pleiteia o Ministério da Cultura, que está vago - o presidente ainda não definiu o titular. Outra vaga que está sendo prometida é a presidência de Furnas. Em nota, Pacheco recusou qualquer oferta. "Por mim, esse fato não acontecerá e dispenso qualquer iniciativa nesse sentido. Nada me fará arredar da condução serena e independente da CCJ da Câmara, sem interferências", afirmou.

(Colaboraram Idiana Tomazelli, Adriana Fernandes e Daiene Cardoso)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois do corte de R$ 5,4 bilhões nas despesas com emendas parlamentares obrigatórias no fim de março, o governo decidiu antecipar para abril e maio o desembolso de R$ 1,8 bilhão do volume que sobrou. A liberação ocorre num momento de intensa negociação para aprovação da reforma da Previdência na Câmara. O projeto enviado pelo governo está em discussão na comissão especial e a previsão é de que o relatório do deputado Arthur Maia (PPS-BA) seja divulgado dia 18.

A Portaria nº 163 do Ministério da Fazenda publicada nesta segunda-feira, 10, no Diário Oficial da União remanejou recursos para emendas impositivas individuais que estavam programados para serem liberados apenas em outubro, novembro e dezembro. Com isso, R$ 1 bilhão serão disponibilizados para projetos de parlamentares neste mês e R$ 800 milhões em maio.

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Por meio de nota, o Tesouro Nacional confirmou que a antecipação de verbas ocorreu a pedido da Secretaria de Governo da Presidência da República. O titular da pasta, ministro Antonio Imbassahy, é o responsável pela articulação do Planalto com o Congresso Nacional.

O Tesouro respondeu ainda que o remanejamento não afeta o cumprimento da meta de resultado primário deste ano e "está em consonância com a programação financeira" do governo.

Para tentar cumprir a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões neste ano, a equipe econômica contingenciou R$ 42,1 bilhões do Orçamento, incluindo R$ 5,4 bilhões em emendas parlamentares, o que desagradou parte da base do governo no Congresso.

A antecipação da liberação dos valores que não foram cortados pode ajudar o governo a reverter o placar desfavorável para a votação da Reforma da Previdência na Câmara. Maia deve apresentar seu parecer na Comissão Especial da matéria na próxima semana. São necessários 308 votos para a aprovação em cada um dos dois turnos de votação no Plenário, mas o Placar da Previdência - elaborado pelo Estado - mostra que o governo tem só 100 votos favoráveis, enquanto 273 deputados já se manifestaram contrários.

Placar da Previdência

A atualização do Placar da Previdência, levantamento realizado pelo Grupo Estado com deputados a respeito de reforma que tramita na Câmara, mostra que o número de parlamentares contrários à proposta é de 273, e os que são a favor, 100. Havia 35 indecisos; 62 não quiseram responder; 41 não foram encontrados, e um disse que deve se abster. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com as articulações pela aprovação das reformas trabalhista e da Previdência em alta, o governo federal liberou um total de R$ 800 milhões em recursos para obras indicadas por emendas parlamentares. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, nesta quinta-feira (16). De acordo com o periódico, as verbas direcionados a seis partidos específicos da base chegam a R$ 300 milhões. 

A liberação do montante acontece em meio às investidas do governo do presidente Michel Temer (PMDB) para a aprovação das mudanças nas regras previdenciárias e trabalhistas, o que tem dividido deputados e senadores da base. A maioria, inclusive, vem se colocando contra os textos encaminhados pelo peemedebista ao Congresso Nacional. 

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Antes de conceder as emendas, a Secretaria de Governo havia dito que o pagamento delas iria depender da "obtenção de disponibilidade financeira junto ao Tesouro" e da "verificação do andamento de cada convênio de repasse respectivo". Na semana passada, entretanto, a listagem com as obras que receberiam os recursos foi encaminhada para as bancadas. Áreas como saúde, cidades e turismo foram contempladas.

Na semana em que termina o prazo para o recebimento de emendas, a Comissão Especial da Reforma da Previdência inicia os trabalhos com a realização de um seminário internacional para debater as mudanças na seguridade social. O seminário será nesta terça-feira (14), a partir das 14h. Além desse evento, a comissão fará mais duas audiências públicas, na quarta (15) e na quinta-feira.

Segundo relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), o encontro, com a participação de especialistas nacionais e estrangeiros, servirá para debater e comparar como outros países tem tratado a questão previdenciária. O evento vai ajudar a comissão a colher “maiores informações com especialistas da área, nacionais e estrangeiros, para o aperfeiçoamento da matéria”, afirmou Maia.

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Foram convidados para o seminário o ex-ministro da Fazenda do Chile Alberto Arenas de Mesa, o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Toronto, no Canadá, Ari Kaplan, o diretor do Centro de Ação Regional da Organização Ibero-Americana de Seguridade Social para o Cone Sul (OISS) Carlos Garavelli, o economista líder no Banco Mundial, Heinz P. Rudolph. e os professores  de direito previdenciário da Universidade de Milão, na Itália, Giuseppe Ludovico, e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Arthur Bragança de Vasconcellos Weintraub.

Na quarta-feira, o colegiado se reúne para discutir parâmetros de projeção do orçamento da Previdência. O debate é sobre a definição do fluxo de contribuintes e beneficiários, abrangendo vazamentos de receita, expectativa de vida e duração esperada dos benefícios, além da dinâmica do mercado de trabalho e da influência de parâmetros econômicos. Os debatedores ainda não foram definidos.

Na quinta-feira será a vez de debater o fortalecimento da arrecadação para a seguridade social. O tema inclui ações como a desoneração das folhas de salário, a imunidade das entidades beneficentes de assistência social e a situação do Simples Nacional e do Micro Empreendedor Individual na arrecadação. Os convidados também ainda não foram definidos.

Emendas

O prazo para a apresentação de emendas ao texto da reforma da Previdência deve terminar hoje (13) ou amanhã (14), dependendo da realização da sessão plenária da Câmara nesta segunda-feira. Até agora já foram apresentadas 57 emendas que visam a modificar à proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, da reforma da Previdência. Para a apresentação das emendas são necessárias pelo menos 171 assinaturas de deputados apoiando a proposta.

A maior parte das emendas tenta assegurar direitos previstos na legislação atual, que o texto encaminhado pelo governo pretende mudar. Entre os pontos que mais receberam emendas estão a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem, aposentadorias especiais, como a de professores e pessoas com deficiência, as regras para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), do não acúmulo de aposentadorias e a alteração na idade mínima para a concessão da aposentadoria rural.

O Ministério do Planejamento e a Secretaria de Governo da Presidência da República publicaram no Diário Oficial da União (DOU) duas portarias com procedimentos para a apresentação e execução das emendas parlamentares.

De acordo com um dos atos, até o dia 4 de maio, os órgãos setoriais que tenham sido contemplados com emendas individuais em lei orçamentária devem apresentar à Secretaria de Governo as informações necessárias ao registro da emenda. Os dados incluem, entre outros, a classificação orçamentária da despesa, com toda a especificação constante da Lei Orçamentária de 2016, além do nome do autor, valor e os beneficiários da emenda. Também deverá ser apresentado nesse prazo informação sobre se há impedimento de ordem técnica na execução da despesa correspondente, e sua justificativa. A Secretaria de Governo fará a coordenação e o acompanhamento do cumprimento dos procedimentos e prazos descritos na portaria.

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O segundo ato interministerial determina que os órgãos do Executivo federal deverão analisar a proposta e o plano de trabalho apresentados pelos proponentes da emenda para verificar a existência de impedimento de ordem técnica no prazo de até 120 dias após a publicação da lei orçamentária, ou seja, até meados de maio - a lei orçamentária deste ano foi publicada em 15 de janeiro.

Conforme a norma, serão considerados impedimentos de ordem técnica a não indicação do beneficiário pelo autor da emenda individual e do valor da emenda nos prazos estabelecidos, a desistência da proposta por parte do proponente, a incompatibilidade do objeto proposto com a finalidade da ação orçamentária, entre outros aspectos.

O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) recebeu, ao todo, 3.027 emendas até a noite dessa quinta-feira (9), último dia do prazo para a apresentação.

Dessas, 2.297 referem-se apenas a parte normativa da proposta. As 730 restantes está relacionado ao Anexo de Metas e Prioridades, um adendo do projeto que elenca as ações prioritárias para 2016, de acordo com deputados e senadores. Esses são os projetos propostos pelos parlamentares a serem realizados nos estados com recursos reservados no orçamento do próximo ano.

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Todas as sugestões serão analisadas pelo relator do projeto da LDO, deputado Ricardo Teobaldo (PTB-PE). A expectativa é de que ele apresente o relatório final na segunda-feira (13), podendo ser analisado pela Comissão Mista de Orçamento e pelo plenário do Congresso na terça (14).

A presidente da CMO, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), está otimista para a aprovação em plenário ainda na terça, quando o Congresso Nacional tem sessão marcada, às 19h. Mas a matéria não é prioridade no plenário, já que há 10 vetos presidenciais na fila aguardando a análise.

Entre os parlamentares, já é dado como certo que a LDO só entrará em votação em agosto. Dessa forma, de acordo com a Constituição, o parlamento não terá recesso, já que a aprovação da LDO é exigida para a pausa nas atividades. Mas já se fala no recesso branco, quando o Congresso oficialmente não para, mas não são realizadas sessões deliberativas.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou nesta quarta-feira, 8, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna obrigatório o pagamento das emendas parlamentares coletivas, mais uma das promessas de campanha do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A CCJ analisa a admissibilidade dos projetos. Agora, será criada uma comissão especial para debater o mérito da PEC, que só então seguirá para deliberação do Plenário.

Pelo chamado "Orçamento Impositivo", o governo já é obrigatório executar as emendas parlamentares individuais, no limite de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) do ano anterior. O texto recém-avalizado pela CCJ segue a mesma lógica, agora para as emendas coletivas (como as de bancada e de comissão), mas estabelece uma proporção menor: 1% da RCL.

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"Esse porcentual baseia-se no valor destinado às emendas coletivas na LOA (Lei Orçamentária Anual) 2015 e corresponde, aproximadamente, a R$ 8 bilhões", escreve o autor da PEC, deputado Hélio Leite (DEM-PA), na justificativa.

Há ainda na redação um dispositivo que permite ao Executivo congelar essas emendas na mesma proporção do corte aplicado pelo governo nas despesas discricionárias. O governo tradicionalmente não paga as emendas coletivas.

Na prática, a extensão da execução obrigatória para as emendas coletivas engessa ainda mais o orçamento federal e limita poderes da União.

Um pedido de vista do Ministério Público de Contas (MPCO) adiou para a próxima semana a análise da auditoria especial que apurou possíveis irregularidades na contratação de shows para o interior do estado a partir de emendas parlamentares. O relator do processo, conselheiro Dirceu Rodolfo, não adiantou o conteúdo do seu voto previamente para o MPCO e, por isso, o procurador Ricardo Alexandre pediu vista para estudar melhor o processo.

O procurador alegou que não estava seguro para opinar sobre o processo previsto para entrar na pauta dessa terça-feira (7) e prometeu devolvê-lo ao relator no prazo regimental, isto é, até a quinta-feira (16) da próxima semana, quando deve ocorrer o novo julgamento.

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A auditoria realizada na Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur) refere-se ao exercício financeiro de 2014 e entre os achados negativos destacam-se três: contratação de produtoras cujos sócios têm vínculos pessoais ou profissionais com parlamentares, sobrepreço na contratação de artistas e pagamento a artistas para realização de shows em eventos privados.

O governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), se reúne nesta terça-feira (18), em Brasília, com os parlamentares que compõem a bancada pernambucana no Congresso Nacional. No encontro o socialista vai pleitear junto aos deputados federais e definir como serão as emendas apresentadas ao Orçamento da União de 2015.

Entre as principais propostas, que devem ser prioridade para o gestor, está à malha viária no estado, recursos hídricos e saúde. Dos projetos que já estão em tramitação no Congresso e no Executivo ele elencou dois como principais para destravar: a construção do Arco Metropolitano e do Hospital de Serra Telhada. 

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Além dos deputados e senador aliados, o convite para a participação no encontro não teve restrições. De acordo com Paulo Câmara, todos os parlamentares, inclusive de oposição, estariam convidados a participar. Entre os oposicionistas, a expectativa é quanto à participação dos senadores Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT), aquele adversário direto de Câmara no pleito pelo Governo do Estado. No total, Pernambuco é representado no Congresso por 28 parlamentares, sendo 25 deputados federais e três senadores. 

Antes da reunião com a bancada, agendada para as 18h, o governador eleito almoça com o presidente do nacional do PSD, Gilberto Kassab, acompanhado do deputado federal e presidente estadual do partido, André de Paulo.

Logo depois, às 14h Câmara tem uma reunião com a representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, Daniela Carrera-Marquis. Na pauta da conversa, o andamento de diversos projetos de Pernambuco com o BID e também a possibilidade de fechar novas parcerias a partir do próximo ano.

O deputado estadual Sérgio Leite (PT) reclamou, nesta quarta-feira (6), que o Executivo Estadual não dá espaço para as emendas parlamentares de infraestrutura sejam executadas e, por isso, o uso do orçamento parlamentar para a realização de shows se tornou constante. Neste ano, já foram gastos, pelos deputados estaduais, quase R$ 20 milhões patrocinando a contratação de bandas para festas nos municípios pernambucanos.

"Faço emendas para calçar ruas, construir academias da cidade, reorganizar a infraestrutura de alguns municípios e quando chega na secretaria das Cidades é barrada. As cidades perdem com isso, mas posso fazer o quê? Se não temos como usar o dinheiro para outra coisa, usamos para emendas de shows. Nossos prefeitos pedem e nos articulamos", revelou. "Ao longo da história uma boa parte das emendas que solicitei não foram executadas. As únicas que eu consigo são essas (de shows). Você acaba pela pressão do tempo, quando o prazo para encaminhar emendas já está terminando. Não tem o que ser feito, você também não vai perder", completou o petista. 

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Reconhecendo que a destinação de verbas para festas é um assunto que deve ser revisto pela Alepe, Leite afirmou que algumas prioridades devem ser reorganizadas na Casa. "É uma questão que deve ser rediscutida. Este debate serve para se rever algumas prioridades do legislativo", disse Sérgio Leite.

Após críticas aos deputados estaduais pelo uso exagerado, em ano eleitoral, das emendas parlamentares destinadas a realização de eventos e shows em Pernambuco, o deputado estadual e candidato a federal, Betinho Gomes (PSDB),  apresentar à Assembleia Legislativa (Alepe), na volta do recesso, um projeto de lei com o objetivo de tornar mais transparente a destinação de verbas para o setor cultural. A medida tem sido explorada pelos deputados que disputam algum cargo eletivo este ano como trunfo de campanha, já que os shows comícios foram proibidos pela Justiça Eleitoral. 

O PL vai propor que as emendas, cujo destino seja o entretenimento, sejam destinadas ao Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), observando os princípios e as diretrizes do Sistema Estadual de Cultura.

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“A melhor forma de ajustar essa questão seria apresentar um projeto de lei, obrigando que os recursos para essa área fossem todos encaminhados para o Funcultura, um fundo estadual que tem gestão do governo e fiscalização da sociedade civil. Dessa maneira, a gente pode ter a política cultural fortalecida, garantindo com isso que os recursos possam ser melhor acompanhado”, argumenta o parlamentar.

Pelo Funcultura, alguns objetivos de interesse social terão que obrigatoriamente ser cumpridos para que os projetos estejam aptos a receber as emendas dos parlamentares. Objetivos como o apoio às manifestações culturais de caráter plural em sua expressão; que facilitem o acesso da população aos bens, espaços, atividades e serviços culturais; que estimulem, de forma equilibrada, o desenvolvimento cultural das regiões do Estado.

 

Em defesa ao governo federal, o senador Humberto Costa (PT) se posicionou contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 565/06, conhecida como ‘orçamento impositivo’, aprovada em primeiro turno nesta semana na Câmara Federal. O petista disse ser contra a matéria por dificultar o planejamento de políticas governamentais.

“Quero dizer que sou pessoalmente contrário à ideia da emenda parlamentar. Ainda mais com essa ideia de orçamento impositivo, porque ele desorganiza, desestrutura o trabalho planejado dos ministérios, das políticas públicas”, expôs.

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A PEC aprovada em Brasília teve a aceitação de 18 deputados pernambucanos dos 20 que estavam na sessão. Desfavoráveis à proposta foram apenas os parlamentares federais de Pernambuco Sílvio Costa (PTB) e João Paulo (PT).

Humberto defende que a proposta garanta a destinação dos recursos para áreas onde as necessidades são urgentes, caso seja aprovada. “Entendo que se for uma fatalidade a adoção do orçamento impositivo, eu espero que essa casa, diferentemente da Câmara, tenha a sensibilidade para destinar a maior parte desses recursos do orçamento impositivo para a área da saúde, seja para investimento, seja para custeio, para que nós possamos ter desde já, o incremento garantido dos recursos para essa área, que hoje é tão carente", deseja o petista. 

PEC 565/06- O orçamento impositivo prevê que o governo federal destine 1% dos recursos da União para emendas parlamentares. O percentual equivale a cerca de R$11 milhões por ano, para os projetos de cada político do Congresso Nacional. A proposta deverá ser aprovada em segundo turno da Câmara dos Deputados e depois seguir para o Senado Federal, onde também deverá passar por mais duas votações.

 

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