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Os democratas investiram 25 milhões de dólares (124 milhões de reais na cotação atual) em uma campanha publicitária destinada a atrair o voto latino e afro-americano antes das eleições presidenciais de 2024, nas quais Joe Biden buscará a reeleição, informou sua equipe de campanha.

É a "maior compra publicitária para uma campanha de reeleição até este ponto do ciclo", disse a equipe em comunicado publicado no domingo.

Essa "estratégia agressiva" tem como objetivo garantir que a mensagem de Biden "seja ouvida durante as primárias republicanas", acrescenta a nota.

Os republicanos realizam seu primeiro debate pelas primárias na noite desta quarta-feira, mas sem a participação do grande favorito: o ex-presidente Donald Trump, que pode voltar a enfrentar Biden em um debate eleitoral em novembro do ano que vem.

"Enquanto os republicanos vão para o palco do debate (...) para exibir suas posições extremistas e impopulares, estamos empenhados em alcançar os americanos em todo o país com a mensagem do presidente Biden e da vice-presidente (Kamala) Harris para a classe média em favor das liberdades fundamentais dos americanos", disse Julie Chávez Rodríguez, chefe da campanha democrata, citada no comunicado.

Trata-se de uma campanha de televisão de 16 semanas destinada a estados-chave como Arizona, Georgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia, Wisconsin e Flórida. Abrange mídias tradicionais e digitais e os anúncios podem ser vistos na forma de vídeos curtos nas plataformas Instagram e YouTube.

O voto latino foi "decisivo" para a vitória de Biden nas eleições presidenciais de 2020 e se torna mais relevante a cada ano.

O Pew Research Center estimou que 34,5 milhões de latinos poderiam votar no país até o final de 2022, o que os torna a comunidade de origem estrangeira que mais cresce no eleitorado dos EUA. O número de hispânicos que podem votar aumentou em 4,7 milhões desde 2018.

Há alguns anos, o apoio dessa comunidade aos republicanos aumentou, como foi visto em 2020 com Trump.

Cidade do México e Lima - Um anúncio de uma agência de viagens oferece promoções para que mexicanos viajem aos Estados Unidos (EUA) a fim de receber a vacina contra a Covid-19. "Quer a vacina contra a Covid-19? Tem um visto para entrar nos Estados Unidos? Entre em contato com a gente", diz o anúncio. 

Do México até a Argentina, milhares de latino-americanos estão reservando voos para os Estados Unidos a fim de se beneficiar de uma das mais bem-sucedidas campanhas de vacinação do mundo, enquanto o andamento da vacinação em seus países caminha lentamente. 

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A América Latina é uma das regiões mais afetadas pela pandemia de Covid-19, com o número de mortos próximo de superar 1 milhão neste mês, e muitos não querem esperar tanto por sua vez na fila da vacina.

Algumas pessoas estão fazendo os trâmites sozinhas, enquanto outras utilizam agências de viagem, que responderam oferecendo pacotes que disponibilizam um compromisso para a vacinação, voos, estadia em hotel e até alguns extras como passeios pela cidade e tours de compras.

Glória Sánchez, de 66 anos, e seu marido, Angel Menendez, de 69, viajaram no final de abril para Las Vegas, com o objetivo de tomar a dose única da vacina da Johnson & Johnson's.

"Nós não confiamos nos serviços de saúde pública neste país", disse Sánchez, agora de volta ao México. "Se não tivéssemos viajado para os Estados Unidos, onde eu me senti um pouco mais confortável, eu não teria me vacinado aqui".

Um agente de viagens na Cidade do México organizou a viagem e um associado em Las Vegas conduziu o processo no lado norte-americano, disse Sánchez. 

O associado nos Estados Unidos arranjou um horário para que eles fossem vacinados, e então os conduziu a um centro de convenções em Las Vegas, onde apresentaram seus passaportes mexicanos e receberam as doses.

"Decidimos transformar a viagem em um passeio de férias e ficamos por uma semana, andamos como loucos, comemos uma comida muito cara, porém boa, e também fizemos compras", disse. 

Enquanto a demanda dispara, os preços de voos do México para os Estados Unidos cresceram em média de 30% a 40% desde meados de março, disse Rey Sanchez, que dirige a agência de viagens RSC Travel World. 

"Há milhares de mexicanos e milhares de latino-americanos que foram para os Estados Unidos se vacinar", disse o agente de viagens, acrescentando que os principais destinos têm sido Houston, Dallas, Miami e Las Vegas.

A Reuters não conseguiu encontrar dados oficiais sobre o número de latino-americanos que estão viajando aos EUA em busca de vacina. Os viajantes normalmente não declaram "vacinação" como motivo para a viagem.

A Embaixada dos Estados Unidos no Peru informou recentemente no Twitter que as pessoas podem visitar os EUA para tratamento médico, incluindo vacinas.

Na Argentina, um anúncio em Buenos Aires detalha o custo estimado para se vacinar em Miami: passagem aérea US$ 2 mil, hotel por uma semana US$ 550, comida US$ 350, aluguel de carro US$ 500, vacina US$ 0, totalizando cerca US$ 3.400.

Os latino-americanos que viajaram com visto de turista aos EUA, com quem a Reuters falou, disseram que conseguiram ser vacinados com documentos de identidade de seus países de origem.

*Com informações de Anthony Esposito, Cassandra Garrison e Marco Aquino - Repórteres da Reuters

O candidato democrata à presidência dos EUA, Joe Biden, viajou nesta terça-feira (15) pela primeira vez à Flórida com um objetivo na bagagem: ampliar sua popularidade entre os eleitores latinos, essenciais para a vitória no Estado. A Flórida é um dos maiores colégios eleitorais do país, com 29 votos, cruciais para determinar o resultado da eleição de novembro.

Faltando menos de 50 dias para a eleição americana, a viagem de Biden reflete o resultado de uma pesquisa do instituto Marist para a NBC News, divulgada na semana passada. A sondagem mostra o democrata empatado com Trump (48% a 48%). No entanto, o que mais chama a atenção é a composição dos números, especialmente uma inversão do voto latino e dos eleitores acima de 65 anos.

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Em 2016, Trump teve 17 pontos porcentuais a mais do que Hillary Clinton entre os eleitores acima de 65 - um grupo que representa um terço do eleitorado do Estado. Agora, Biden inverteu a vantagem e lidera por 1 ponto porcentual, segundo a pesquisa.

Em compensação, entre os latinos, o democrata vem tendo um resultado pior que o de Hillary, que venceu Trump com 27 pontos de vantagem entre os hispânicos do Estado. Agora, Trump lidera o mesmo segmento por 4 pontos porcentuais. Os números do presidente, de acordo com a interpretação de muitos analistas, são impulsionados pela comunidade cubana da Flórida, que defende a política dura do governo americano com relação a Cuba e também a Venezuela.

Ontem, Biden não escondeu o propósito da viagem. "Pretendo falar sobre como vou trabalhar para reverter todos os votos latinos", disse o democrata, antes de partir para Tampa, onde se reuniu com veteranos e fez um discurso para a comunidade hispânica de Kissimmee, cidade de 75 mil habitantes nos subúrbios de Orlando.

As duas regiões visitadas - Tampa e Kissimmee - têm forte presença de eleitores de origem porto-riquenha. Eles são em torno de 200 mil pessoas e têm um perfil diferente dos cubanos - a maioria ainda se ressente da falta de ação do presidente americano após a passagem do furacão Maria, em setembro de 2017, que deixou pelo menos 3 mil mortos em Porto Rico.

Os eleitores latinos também serão importantes para determinar o resultado das eleições em vários outros Estados, como Arizona, Nevada e Texas. No entanto, a maioria dos eleitorado fora da Flórida é composta por mexicanos, que priorizam outros temas e aumentam a complexidade do voto latino nos EUA.

Estatísticos dizem que a Flórida é mais importante para Trump do que para Biden. Se perder a eleição no Estado, dificilmente o presidente será reeleito. Já o democrata, em caso de derrota na Flórida, ainda pode obter a maioria no colégio eleitoral se ganhar a votação nos Estados do Cinturão da Ferrugem, como Wisconsin, Michigan e Pensilvânia.

A Flórida é tão importante que o bilionário Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, um desafeto de Trump, anunciou na semana passada que pretende gastar US$ 100 milhões nos últimos 50 dias de campanha para impulsionar o candidato democrata no Estado. Segundo Bloomberg, o dinheiro servirá para que a campanha de Biden possa concentrar recursos em outros lugares.

A viagem de ontem também foi uma resposta de Biden à pressão dos principais líderes da comunidade latina da Flórida, que vinham alertando para o crescimento de Trump no Estado. "Nas últimas duas semanas, temos trabalhado para colocar todas as peças no lugar", disse José Parra, estrategista democrata de Miami. "A questão é saber se não é tarde demais."

Ontem, uma pesquisa da Monmouth University foi recebida com alívio pela campanha de Biden. De acordo com os números, o democrata manteve uma liderança de 5 pontos porcentuais sobre Trump (50% a 45%). De acordo com o site Five Thirty Eight, que estima a posição de cada candidato de acordo com a média ponderada das sondagens, Biden lidera na Flórida com 48,5%, Trump tem 46,1%.

Nos últimos dez anos, sete eleições majoritárias na Flórida foram decididas por 1 ponto porcentual - algumas até menos. Um exemplo de como a votação no Estado é sempre apertada foi a eleição de 2018 para o Senado. O republicano Rick Scott venceu o democrata Bill Nelson por apenas 10 mil votos - 0,13 ponto porcentual total do eleitorado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O coronavírus está infectando e matando negros e latinos de maneira desproporcional nos EUA, segundo dados de vários Estados e cidades. Para os pesquisadores, a causa é a desigualdade no acesso à saúde e a cuidados médicos. "Este é um momento de apelo à ação", disse Lori Lightfoot, prefeita de Chicago, onde os negros são mais da metade dos que testaram positivo e 72% das mortes por covid-19 - mesmo que sejam menos de um terço da população.

"Esses números assustam", disse Lightfoot, que é a primeira negra a ocupar o cargo. Em Illinois, 43% das mortes e 28% dos contaminados são negros - grupo que representa apenas 15% da população. Uma desproporção semelhante se repete nos Estados de Michigan, Louisiana, Carolina do Norte e Carolina do Sul.

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Para especialistas, as razões são as desigualdades estruturais crônicas. Em tempos de quarentena, a maioria dos negros não pode se dar o luxo de trabalhar em casa. Isso os coloca em alto risco de contrair a doença.

Desigualdades também deixam os negros com menos condições de terem seguro-saúde e mais propensos a terem doenças preexistentes. Além disso, há indícios de que os médicos encaminhem para testes poucos negros com sintomas da covid-19.

Em Nova York, a maioria dos mortos pelo coronavírus são latinos, segundo dados divulgados ontem pelo prefeito Bill de Blasio. Um relatório preliminar aponta que 34% dos 3,6 mil mortes por covid-19 são hispânicos, que constituem 29% da população da maior cidade americana, de 8,6 milhões de habitantes.

"É uma disparidade flagrante", disse o prefeito democrata. De Blasio citou o idioma como um dos principais motivos para a maior letalidade entre os latinos e anunciou uma nova campanha de informação sobre o coronavírus em 14 línguas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A maioria dos mortos pelo novo coronavírus na cidade de Nova York, a mais afetada pela pandemia nos Estados Unidos, são latinos, informou nesta quarta-feira o prefeito Bill de Blasio.

Um relatório preliminar aponta que 34% dos 3.602 mortos pela covid-19 até hoje são hispânicos, que constituem 29% da população da maior cidade americana, de 8,6 milhões de habitantes. "É uma disparidade flagrante", assinalou o prefeito, em entrevista coletiva.

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De Blasio citou como um dos principais motivos o idioma, e anunciou uma nova campanha de informação sobre o coronavírus em 14 línguas. "O que aconteceu no último par de anos levou muitos imigrantes, principalmente os sem documentos, a se afastarem dos locais onde normalmente buscariam apoio ou atendimento médico", comentou, referindo-se à política anti-imigração do governo Trump.

Um terço dos hispânicos que vivem em Nova York, cerca de 1 milhão de pessoas, são imigrantes sem documentos ou seguro médico, segundo estimativas do governo municipal. Muitos deles não podem cumprir quarentena e são obrigados a trabalhar como entregadores, faxineiros ou babás para alimentar suas famílias. Vários deixam de buscar atendimento médico por medo de serem deportados.

A maioria das mortes em Nova York ocorreu nos distritos do Queens e Bronx, de maioria imigrante. Na mesma entrevista coletiva de De Blasio, a médica e comissária de Saúde de Nova York, Oxiris Barbot, porto-riquenha, reforçou que a disparidade obedece à baixa remuneração da comunidade hispânica, que a obriga a continuar trabalhando.

Assim como acontece em outras cidades do país, como Chicago, o novo coronavírus também afeta os afro-americanos de forma desproporcional em Nova York, com 28% das mortes, quando eles representam 22% da população.

Cerca de 27% das mortes pela covid-19 em Nova York envolveram pessoas brancas (32% da população) e 7%, asiáticas (14% da população).

A atriz Eva Longoria denunciou nesta quarta-feira (23) que os latinos são representados na mídia de uma forma "muito limitada", durante um fórum organizado pelo Senado americano.

No encontro, importantes políticos de origem hispânica, como o senador Bob Menendez, debateram com personalidades do mundo latino nos Estados Unidos para abordar o medo desta comunidade após o ataque de El Paso, que deixou 22 mortos em agosto passado.

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Longoria, nascida no Texas, de ascendência mexicana e famosa por seu papel na série "Desperate Housewives" disse que como produtora de conteúdo, quer ser uma "ativista" em prol de diversificar a imagem dos latinos na mídia.

"Somos representados de uma forma muito limitada na tela", disse Longoria, que contou que quando era menina, muitas vezes debochavam dela por causa de sua origem.

"Acho que quando as pessoas veem crianças latinas em jaulas, ficam insensíveis porque viram em suas telas os latinos como pessoas perigosas", declarou em relação aos polêmicos centros de detenção de imigrantes administrados pelo governo de Donald Trump.

Durante o colóquio, Longoria contou que sua família vive há séculos na região onde atualmente fica o Texas, antes de passar de ser território mexicano a estado americano.

"Nós não cruzamos a fronteira, a fronteira nos atravessou", disse.

Cerca de 100 latino-americanos, entre eles 40 crianças, encontram-se acampados diante da prefeitura de uma cidade próxima de Paris, depois de terem sido expulsos de um prédio que ocupavam. Entre os que se encontram no acampamento, estão colombianos, venezuelanos, peruanos, bolivianos e cubanos.

Nos últimos nove meses, eles fizeram seu lar em um armazém abandonado na cidade de Saint-Ouen, fugindo da pobreza e da falta de oportunidades em seus países. Em 30 de julho, em virtude de uma decisão judicial, foram expulsos do local.

Desde então, 130 pessoas, sendo 40 crianças e várias grávidas, vivem em barracas de campanha diante da prefeitura da cidade. Pela manhã, precisam desfazer o acampamento antes da chegada dos policiais. Os imigrantes contam com a ajuda de voluntários e com doações de moradores.

"Sabemos que somos imigrantes e, infelizmente, alguns não se portam muito bem. Mas o prefeito não nos conhece, não sabe que tipo de pessoas somos. Gostaríamos que nos conhecesse", afirma Mauricio Gómez, um colombiano que atua como pastor da comunidade improvisada.

A prefeitura de Saint-Ouen diz que não corresponde a ela cuidar dos imigrantes. Alguns estão na condição de asilados, mas a maioria se encontra em situação ilegal. O município alega que foi preciso desalojá-los do armazém que ocupavam, porque está prevista a construção de uma escola no local.

Procuradas pela AFP, as autoridades regionais disseram que se ofereceu alojamento em hotéis para 29 famílias com filhos, à espera de uma solução mais definitiva.

A União Europeia (UE) registrou, em fevereiro, um "recorde" de pedidos de asilo de latino-americanos desde 2014, especialmente de venezuelanos, os quais se tornaram a segunda nacionalidade, atrás dos sírios - informou o Escritório Europeu de Apoio ao Asilo (EASO) nesta segunda-feira.

"Em fevereiro de 2019, foram apresentados cerca de 57.000 pedidos de proteção internacional" nos países da UE, assim como na Noruega e na Suíça, anunciou o EASO em um comunicado, um aumento de cerca de 11.000 em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Com 5.393 pedidos, os sírios se mantêm como a primeira nacionalidade a pedir proteção na UE em fevereiro, seguidos dos venezuelanos (3.995), afegãos (3.608), iraquianos (3.071) e nigerianos (2.461).

"A Venezuela se tornou o segundo país de origem dos solicitantes", detalha o escritório europeu, acrescentando que a taxa de aceitação dos pedidos de proteção, no caso dos venezuelanos, foi de 48% nos últimos seis meses.

Além dos venezuelanos, o EASO destaca um "número recorde" de pedidos de cidadãos da região da América Latina em fevereiro desde 2014, quando esta agência começou a coletar esses dados, disse seu porta-voz, Anis Cassar, à AFP.

Além dos venezuelanos, 1.937 cidadãos da Colômbia pediram proteção em fevereiro, seguidos de 731 de El Salvador; 616, da Nicarágua; 592, de Honduras; 351, do Haiti; 323, do Peru; 112, de Cuba; e 73, da Guatemala.

"Os pedidos de colombianos alcançaram um recorde em fevereiro (...), mais do que o triplo do número de pedidos em comparação com o ano anterior, e se tornaram a décima nacionalidade mais comum", afirma esta agência.

Em 2018, cerca de 22.000 venezuelanos, cujo país se encontra mergulhado em uma profunda crise política, econômica e humanitária, pediram proteção internacional na UE, principalmente na Espanha.

São os países latino-americanos, porém, que continuam acolhendo a maioria dos 2,7 milhões de venezuelanos que abandonaram o país desde 2015, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para Migrações (OIM).

Manifestantes críticos ao governo Dilma Rousseff pedem volta do regime militar. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

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No penúltimo domingo (24), o presidente Jair Bolsonaro ordenou que os quartéis celebrassem o 31 de março de 1964 como uma “data histórica”. Foi nesse dia que as forças militares do país concretizaram o golpe de estado ao governo democraticamente eleito do então presidente Jango Goulart, iniciando uma ditadura que se arrastaria até o março de 1985. Embora os regimes autoritários tenham se repetido em diversos países da América do Sul, o Brasil é o primeiro estado do continente a cogitar comemorar os “anos de chumbo”, marcados por repressão, tortura e assassinato de opositores. Em países como Argentina, Uruguai e Chile, datas semelhantes são aproveitadas para celebrar a democracia e repudiar os excessos de regimes autoritários.

“No Brasil, isso acontece porque não houve uma cultura forte de reparação das vítimas e da memória histórica de períodos ditatoriais. A gente vê na Argentina as pessoas sendo responsabilizadas porque lá a lei prezou pela reparação das vítimas e também pela responsabilização de quem violou os direitos humanos”, opina o advogado do Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH) Renan Castro. Para Renan, a Comissão Nacional da Verdade se limitou a esclarecer alguns fatos. “Isso faz com que a gente tenha de volta ideias reacionárias como essas e um presidente se sentindo à vontade para pedir que os quartéis comemorem o golpe empresarial militar. Esse é um momento de refluxo democrático”, completa.

"Não houve uma cultura forte de reparação das vítimas", refere-se o advogado do CPDH, Renan Castro, à política do país em relação à ditadura militar. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

A Comissão Estadual da Verdade Dom Hélder Câmara, braço da instituição em Pernambuco, publicou, em setembro de 2017, o relatório final de sua investigação sobre os crimes políticos ocorridos no Brasil entre os anos de 1946 e 1988. Após ouvir 157 pessoas, o documento, apresentado em dois volumes, possui 70 mil documentos que auxiliaram na conclusão de que um total de 51 pessoas foram mortas ou ficaram desaparecidas no estado. O documento nacional fala em 434 desaparecidos e mortos, além de 50 mil torturados. “Não fizemos nada sem provas. Documentamos uma série de agressões e violências contra os direitos humanos, o que inclusive retrata a verdade do que se passou naquele período. Conseguimos provar, por exemplo, que mortes que eram dadas oficialmente como suicídio na realidade tinha sido causadas por assassinato, mudando o registro de óbito dessas vítimas, com o apoio da justiça”, comemora o coordenador da Comissão Estadual, Fernando Coelho.

Apesar disso, os responsáveis pelos assassinatos e crimes de tortura estão protegidos das sanções penais pela Lei 6683/79, promulgada em 1979 pelo general João Figueiredo, que concede “anistia a todos, quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais”, conforme descreve o texto oficial. “O que se passou não é motivo para comemoração, mas uma constatação que nos faz desejar que nunca se repita nada igual no País. Toda pessoa que viveu aquele momento ou que tem dúvidas sobre ele deve ler o que documentamos, porque essa é a história verdadeira”, lembra Fernando Coelho.

Populares opinaram, em entrevista ao LeiaJá, sobre o período da ditadura. Confira no vídeo a seguir:

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Comemoração

Graças à liminar da desembargadora Maria do Carmo Cardoso, de plantão no último sábado (30) no Tribunal Regional da 1ª Região, foi suspendida a determinação da 6ª Vara Federal do Distrito Federal, que proibia atos comemorativos do aniversário de 55 anos do Golpe Militar. Assim, no último domingo (31), o Exército celebrou o início da ditadura, política que havia sido abolida das Forças Armadas brasileiras durante o governo da presidente Dilma Rousseff. O ato levou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Instituto Vladimir Herzog a denunciarem Jair Bolsonaro à Organização das Nações Unidas (ONU). 

Em nota oficial, o Instituto afirma que o documento “denuncia a tentativa do presidente e de outros membros do governo – como o chanceler Ernesto Araújo – de modificar a narrativa histórica do golpe que instaurou uma ditadura militar que, durante 21 anos, aterrorizou o país com uma séria de gravíssimas violações”. Além disso, o posicionamento declara ainda que a petição “cita as recentes entrevistas do presidente, em que ele nega o caráter ditatorial do regime e os crimes contra a humanidade cometidos por agentes do Estado”.

Outros países

Mães e avós da Praça de Maio continuam indo às ruas de Buenos Aires em busca de justiça para parentes desaparecidos. (Emiliano Lasalvia/AFP)

Na Argentina, o dia 24 de março de 1976, em que oficialmente se iniciou a Ditadura Militar do país, é agora chamado de Dia Nacional da Memória Pela Verdade e Justiça, um feriado dedicado à memória das vítimas do regime. Além disso, embora estejam cada vez mais envelhecidas, as mães e avós da Praça de Maio continuam marchando anualmente pelas ruas da capital Buenos Aires, em prol da identificação do paradeiro dos parentes desaparecidos. Já no Uruguai, a data inaugural da repressão é o 27 de junho, que não é feriado, mas um dia marcado por atos e de rua e lembranças da ditadura que se deu entre os anos de 1973 e 1985.

No Chile, o 11 de setembro de 1973, dia em que o general Augusto Pinochet depôs o popular governo do presidente democraticamente eleito Salvador Allende, também não é comemorado. Morto pelo exército chileno no Palácio La Moneda, algumas das últimas palavras de Allende foram: “Não renunciarei. Pagarei à lealdade dos chilenos com minha vida. É nossa história, e o povo a escreverá. Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores”, conforme registrou a Rádio Magallanes, às 10h10. No 11 de setembro, o ex-presidente é homenageado com flores deixadas por manifestantes no Palácio La Moneda. 

O número de congressistas de origem latina no Parlamento norte-americano chegará a pelo menos 41 após as eleições de meio de mandato no país. A quantidade anda pode aumentar, já que dois distritos ainda não contabilizaram todos os votos.

Dos 44 candidatos latinos do Partido Democrata, 33 se elegeram.
    Entre os republicanos, o número de eleitos é de seis, dos 15 que tentaram uma vaga. Os vencedores se juntarão aos senadores Catherine Cortez Masto (democrata do estado de Nevada) e Marco Rubyo (republicano pela Flórida), que não concorreram nesta eleições por ainda cumprirem seus mandatos.

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Entre o eleitos, destaca-se a porto-riquenha Alexandria Ocasio-Cortez, do Partido Democrata de Nova York, a mais jovem deputada eleita na história do país, aos 29 anos. Na Flórida, que tem 70% da população de origem latina, a democrata Debbie Mucarsel-Powell foi eleita e será a primeira equatoriana a ocupar um assento na Câmara dos Deputados norte-americana.

Do lado republicano, o número de representantes latinos caiu de oito para são seis. Cinco deles foram reeleitos, sendo que o deputado Jaime Hererra-Beutler ainda tem chances de reeleição em Washington. A população latina é a maior minoria étnica dos Estados Unidos, representando 18% da população.

Da Ansa

Longas filas na parte de fora de uma mercearia mexicana em Las Vegas que serve como local de votação mostram que o trabalho dos grupos que tentaram transformar a alta presença da população latina no Estado de Nevada em poder de voto surtiu efeito.

Hispânicos representam 28% da população de Nevada, mas tendem a votar menos frequentemente que outros grupos. A baixa participação deles é parte do motivo que os republicanos tomaram poder generalizado no Estado nas eleições de 2014.

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Até o momento, os democratas tiveram uma vantagem de 6 pontos porcentuais em relação aos republicanos na votação antecipada. No entanto, isso não significa que Hillary Clinton detém essa vantagem sobre Donald Trump, já que o voto antecipado só registra a afiliação política do eleitor. O voto em si será revelado apenas após o fim do processo eleitoral. Fonte: Associated Press.

O apoio dos eleitores latinos ao candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, caiu nesta semana até seu ponto mais baixo no país (10,7%) - de acordo com a última pesquisa do New Latino Voice divulgada nesta sexta-feira (9).

"Trump alcançou um novo patamar em nível nacional, com apenas 10,7% dos pesquisados dispostos a votar no candidato republicano", disse o professor de Ciência Política Eduardo Gamarra, da Universidade Internacional da Flórida (FIU).

Na semana anterior, 11,2% dos entrevistados diziam apoiar Trump, enquanto em março - quando a sondagem começou a ser feita - o magnata somava quase 19% de apoio latino.

Na Flórida, o apoio de Trump é ainda menor do que a média nacional, segundo a pesquisa de opinião semanal realizada pela FIU, em Miami.

Apenas 9,1% dos latinos desse estado do sudeste dizem que votarão no magnata imobiliário, contra 13,7% da semana anterior.

Os especialistas olham com atenção para as pesquisas da Flórida, pois é um dos chamados "swing states" - estados que não têm um candidato, ou partido, definido nas eleições.

"Ao mesmo tempo que o apoio de Trump caiu, os números de Hillary Clinton subiram mais de dois pontos percentuais" entre os latinos (74,5% para 76,8% em nível nacional em uma semana), acrescentou Gamarra, que também comanda o Foro Latino de Opinião Pública, condutor da pesquisa.

De acordo com o professor, a diminuição no apoio de Trump pode ser uma resposta aos polêmicos comentários feitos em um comício no Arizona. O republicano insiste em que implementará duras restrições contra a imigração ilegal e que o México pagará pelo muro que ele pretende construir na fronteira.

O discurso ocorreu pouco depois de sua surpreendente reunião com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, em 31 de agosto. O encontro foi catastrófico para a popularidade do governo mexicano e impulsionou a renúncia do ministro da Fazenda, Luis Videgaray.

Até agora, a FIU realizou 22 pesquisas semanais com um total de 200.000 hispânicos, via equipamentos móveis. A última sondagem nacional aconteceu no período de 30 de agosto até 5 de setembro com 2.564 pessoas. A amostra da Flórida foi de 2.076 votantes.

Ana Larios trocou El Salvador pelos Estados Unidos em 1992, mas só no ano passado decidiu pedir a cidadania americana. Sua principal motivação foi o desejo de participar das eleições presidenciais de novembro, nas quais pretende votar em Hillary Clinton. Mais do que uma opção pela democrata, sua escolha é uma rejeição ao republicano Donald Trump.

O candidato colocou a deportação de imigrantes sem documentos e a construção de um muro na fronteira com o México no centro de sua plataforma. A retórica estimulou uma reação de hispânicos em todo o país, com aumento no registro de eleitores e nos pedidos de naturalização - o primeiro passo para o exercício do direito ao voto. Nos seis meses encerrados em janeiro, o número de processos de cidadania subiu 14,5% em relação a igual período do ano anterior.

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Os latinos são a parcela do eleitorado americano que cresce mais rapidamente e poderão ser decisivos para na disputa entre Trump e a provável candidata democrata. No ano 2000, eles representaram 7% dos que foram às urnas. Na reeleição de Barack Obama, em 2012, já eram 11%. A previsão é de que o porcentual chegue a 12% nas eleições de novembro.

Adrian Pantoja, analista sênior da empresa de pesquisas Latino Decisions, disse ao Estado que o voto latino foi um dos principais fatores que garantiram a vitória de Obama em 2008 e 2012, ao definir a eleição na Flórida, Nevada e Colorado. Esses são alguns dos chamados "swing states", que se alternam entre os dois partidos que dominam a política americana. Nas eleições presidenciais de 2000 e 2004, os republicanos ganharam nos três Estados.

Dados do Pew Research Group indicam que o eleitorado de 2016 será o mais diverso da história dos EUA, com 31% de participação de negros, hispânicos, asiáticos e outras minorias - um aumento de 2 pontos porcentuais em relação à disputa de 2012. No ano 2000, quando George W. Bush venceu o democrata Al Gore, os brancos eram 78% do eleitores. Agora, devem ser 69%.

Em 2012, Obama teve mais de dois terços dos votos entre as minorias que compõem o eleitorado americano: hispânicos (71%), negros (93%) e asiáticos (73%). Entre os brancos, apenas 39% optaram pelo atual presidente dos EUA. Seu adversário republicano, Mitt Romney, conquistou 59% dessa parcela do eleitorado.

Se os mesmos porcentuais forem mantidos na eleição de novembro, Trump terá de conquistar no mínimo 63% do voto branco para vencer. Mas Pantoja considera pouco provável que o candidato repita os 27% de seguidores hispânicos que optaram por Romney. Em sua estimativa, o porcentual ficará pouco acima de 20%, o que ampliará a parcela de votos brancos que o republicano terá de conquistar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A última Noite Clandestina Latina do ano com a banda Mundo Mambo ocorrerá nesta quarta-feira (16), às 21 horas, no Espaço Cultural Apoena, em Belém. Mensal, o evento conta, primeiramente, com uma audição e uma mini-aula de ritmos latinos que prepara o público para o grande show da noite.

Em entrevista ao Portal LeiaJá, o vocalista da banda Mundo Bambo, Bruno Benitez, falou sobre a importância de se manter a cultura latina viva. “Com todo o seu hibridismo, a cultura latina é um retrato da nossa sociedade e mantê-la viva é importante para que possamos nos conhecer, tanto historicamente quanto musicalmente”, afirma. 

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Sobre as parcerias musicais da Noite Clandestina, Benitez disse que a amizade com os músicos conta muito. “Os músicos que vieram dar uma canja conosco nós já conhecemos, já trabalhamos e até dividimos o palco. Não tem nenhum empresário fazendo mediação. É mesmo uma questão de amizade”, diz. Na estrada desde 2002, a banda Mundo Mambo conta com dois CDs lançados e planeja um terceiro projeto, com músicas novas e regravações, que agregará ainda mais a cultura amazônica à latina.

"As coisas que esse senhor diz não representam os latinos. Que construa os muros que quiser, não temos medo", diz, enérgico, Roberto Centeno sobre a controversa iniciativa do pré-candidato republicano Donald Trump para frear a imigração ilegal nos Estados Unidos.

"Quando chegar a hora da verdade, lhe fecharão as portas da Casa Branca. Este país é mais sensato do que ele", declara à AFP este jovem mexicano que trabalha como técnico de informática no centro de Los Angeles (oeste).

Centeno não perderá por nada a participação de Trump durante o segundo debate pelas primárias republicanas, que começará nesta quarta-feira às 17H00 locais (21H00 de Brasília) na Biblioteca e Museu Presidencial Ronald Reagan, situada na cidade californiana de Simi Valley.

O magnata e homem de negócios ofendeu a comunidade hispânica ao anunciar que expulsará todas as pessoas sem documentos e ao classificar os mexicanos que chegam os Estados Unidos de forma ilegal de narcotraficantes, criminosos e estupradores.

Além disso, quer construir um muro ao longo da fronteira com o México que blinde os americanos de sua chegada.

Apesar das críticas recebidas, suas ideias o empurraram a liderar as pesquisas republicanas, à frente de candidatos como Jeb Bush, Marco Rubio e Ted Cruz.

"Trump se esquece de nosso poder. Aqui na Califórnia somos maioria. Ninguém pode nos ignorar", declara Alfredo Rincón, técnico de informática mexicano.

Os últimos dados do censo de junho confirmaram que esta região do oeste do país se tornou o primeiro estado de maioria hispânica, com 14,99 milhões de latinos frente a 14,92 milhões de brancos.

Calcula-se que um terço não tem documentos legais e que 2,2 milhões são residentes permanentes que podem solicitar a cidadania americana.

Os hispânicos também são a primeira minoria em todo o país com 55 milhões de pessoas e cruciais para impulsionar a economia, ainda que por enquanto apenas 11 milhões possam votar.

A solução está nas urnas

O mal-estar dos latinos com Trump tem sido sentido principalmente nos meios de comunicação em espanhol, como as redes de televisão Univisión e Telemundo, e as organizações humanitárias.

Artistas como os cantores Ricky Martin, Shakira e Marc Anthony também levantaram sua voz para dizer "basta" aos discursos anti-mexicano e anti-imigrante do empresário.

Na opinião de Enrique Cisneros, pedreiro guatemalteco de 57 anos, pouco podem fazer os cidadãos agora para frear a popularidade do magnata.

"Este senhor sai na televisão e diz qualquer coisa. Mas nosso momento chegará na hora de votar", assegura, enquanto toca suas castigadas mãos de tanto misturar cimento. Seus "ataques" se neutralizam elegendo "um presidente que pense na comunidade", afirmou.

Sua esposa, Guadalupe, que trabalha como camareira em um hotel, afirma contudo que o presidente Barack Obama tem parte de culpa porque não cumpriu sua promessa de aprovar uma nova reforma migratória.

"Demos a ele oito anos para que o fizesse", referindo-se aos dois mandatos de quatro anos para os quais foi eleito. "Irá embora e nada terá mudado", lamenta.

Obama aprovou em novembro passado várias medidas por decreto diante da falta de ação do Congresso, mas um juiz do Texas (sul) as congelou ao colocar em dúvida sua constitucionalidade.

Enquanto se aproxima o momento de ir às urnas, em novembro de 2016, as organizações a favor dos direitos dos latinos prometeram se tornar o pior pesadelo de Trump ao longo da campanha presidencial.

Várias associações mobilizaram nesta quarta-feira cerca de 400 pessoas para protestar frente à Biblioteca Ronald Reagan antes do início do debate.

O que Trump quer "é retroceder, a um país que tolerava o racismo e a discriminação", manifestou em uma coletiva de imprensa antes de partir para Simi Valley a presidente da Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA), na sigla em inglês, Angélica Salas.

A diretora do grupo United Here, Maria Elena Durazo, foi mais longe: "Agora não me preocupo em ter um presidente com o qual eu não esteja de acordo, me preocupa ter um presidente que me odeia".

Ao ler o título desta coluna não considere que o autor esteja com algum pensamento ianque, imperialista ou algo do tipo. Na Copa do Mundo de 2014 cada brasileiro está com um sentido maior sobre o continenteque vive . A auto-suficiência local está ficando um pouco de lado e nos pegamos torcendo por qualquer equipe que tenhaterritório do lado de cá do Atlântico.

Nessas andanças pelo Brasil durante o mundial percebo uma maior simpatia tupiniquim pelos times não-europeus. E essa aproximação aumenta pelos países americanos. Sejam eles do Centro, Norte ou Sul.

Culturalmente, e o futebol está incluso nisso, sempre fomos meio alheios ao acontece além das nossas fronteiras. Sabemos muito sobre o que ocorre no Velho Continente e nos EUA, mas nunca nos integramos muito sobre os vizinhos latinos. Há quem culpe a língua e por isso justifique a maior aproximação entre os povos colonizados pela Espanha.

Está bonito ver camisas verde e amarelas misturadas ao verde mexicano, ao vermelho costarriquenho e chileno, aos azuis uruguaios, argentinos e hondurenhos, além do colorido equatoriano e colombiano. Essa força extra das arquibancadas vem mostrando resultado em campo. Fica difícil saber se a impressionante campanha da Costa Rica empolgou a torcida brasileira ou se o efeito foi o contrário.

A Copa do Mundo faz coisas incríveis como brasileiros vestirem as cores da Argentina para apoiar o maior rival no esporte. Toda essa alegria e comunhão dura até hora de um deles cruzarem o caminho do Brasil.

Todas essas demonstrações de afinidades latinas mostram que ainda somos diferentes. Que não fomos entregues ao padrão europeu de futebol. Preferimos as coisas quentes e criativas a toda frieza calculada no primeiro mundo. Ainda há mais futebol e menos números. Que bom.    

3 dentro

- Costa Rica. Não há como não vibrar e admirar a ração e a força de vontade da maior surpresa do mundial de 2014. Além de superação dentro de campo, o time da América Central mostra muito carisma com o público. Conquistou os brasileiros.

- Luís Suarez. Pouco mais de duas semanas após uma cirurgia no joelho voltou a campo e foi decisivo para o Uruguai. Seu retorno motiva toda a equipe, que ainda luta para chegar na segunda fase da competição.

- Klose. Igualou o recorde de gols em Copa de Mundo de Ronaldo e ainda tem jogo para superar a marca. Sempre no estilo e oportunista e mio apagado em campo.

3 fora

- Segurança. A invasão de torcedores chilenos ao Maracanã mostra a falha em um dos setores que foi uma das maiores preocupações não preparação da Copa. O patrulhamento e monitoramento serão ampliados nas cidades-sedes, mas nada garante que serão eficazes.

- Felipe Massa. Depois de seis anos o piloto brasileiro conseguiu um pole position. Porém, as esperanças de uma boa corrida foram frustradas com um quarto lugar no GP da Áustria. Por mais que queiram se empolgar com a Fórmula 1, a falta de um lugar no pódio vai afastando os fãs de corrida das transmissões e autódromos.

- Alimentos. Durante toda a preparação para a Copa, qualquer obra ou ato de maior requinte recebeu a irônica pecha de “Padrão Fifa”. Tal fineza no tratamento não foi percebida nos alimentos comercializados na Arena Pernambuco. 320 kg de produtos estragados foram apreendidos e mais de 80 pessoas foram socorridas após passarem mal por ingerirem as substâncias.

 

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