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O presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, anunciou nesta terça-feira (19) sua renúncia, após 30 anos à frente do país da Ásia Central, rico em recursos naturais, mas imerso em uma onda de protestos.

"Tomei a decisão de renunciar ao mandato presidencial", declarou Nazarbayev, 78 anos, em um discurso transmitido pela televisão. Nazarbayev chegou ao poder no Cazaquistão quando o país ainda era uma república soviética e nunca indicou um sucessor.

O movimento de protestos vem do crescente descontentamento social e de uma economia ainda se recuperando de uma queda no preço do petróleo em 2014.

Mas Nazarbayev gozará de importantes poderes de formulação de políticas após sua renúncia graças ao seu status constitucional de "Líder da Nação". Ele também se tornou chefe vitalício do conselho de segurança do país no ano passado.

Alguns dos grandes nomes da indústria do entretenimento e da tecnologia estão se preparando para mergulhar no serviço de vídeos sob demanda neste ano, o que poderia representar um grande desafio ao maior nome do setor de streaming, Netflix.

Espera-se que a Apple anuncie seus planos em 25 de março, incluindo um orçamento de 1 bilhão de dólares e a participação de estrelas como a atriz Jennifer Aniston e o diretor J.J. Abrams.

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O grupo Disney já tinha anunciado que lançará seu novo serviço Disney+ este ano, bem como a WarnerMedia, nova divisão de mídia e entretenimento da AT&T.

Os recém-chegados podem representar um grande desafio para a Netflix, que conta com cerca de 140 milhões de assinantes pagos em 190 países, e para outras plataformas como Amazon e Hulu.

"A indústria realmente vai mudar", disse Alan Wolk, cofundador da consultoria TVREV, que abrange o setor. Wolk antecipou que vê sete ou oito plataformas de streaming coexistindo, o que levará a uma "enorme concorrência pelos novos programas e pelos programas sucedidos".

Os novos rivais chegam a um setor transformado pelo crescimento impressionante da Netflix e por um aumento da preferência dos consumidores pela televisão sob demanda transmitida em plataformas digitais.

Apenas nos Estados Unidos estima-se que 6 milhões de consumidores deixaram de assinar a TV a cabo desde 2012, enquanto os serviços sob demanda cresceram, segundo o Leichtman Research.

Mas, bem como a Netflix destabilizou a televisão tradicional, seus concorrente pretendem abalar a Netflix.

- Prejuízos -

A Netflix vai sofrer não apenas com novos rivais, mas também com a perda de conteúdo da Disney e da Time Warner. Estas empresas "têm grandes arquivos, logo, o custo de seu conteúdo é muito menor do que será para a Netflix, que precisará pagar por todo seu conteúdo", disse Laura Martin, analista da Needham & Co.

A WarnerMedia lançará neste ano um serviço que combina o conteúdo de seu canal premium HBO, que transmite "Game of Thrones", e do amplo arquivo de programas e filmes da Time Warner.

O serviço da Disney contará com seus filmes e programas de televisão, bem como o arquivo que está prestes a adquirir da 21st Century Fox, um negócio que será fechado nos próximos dias. Isso inclui as franquias de "Star Wars" e de super-heróis da Marvel - atualmente no catálogo da Netflix - e o conteúdo televisivo da ABC.

A analista Alexia Quadrani, da JP Morgan, antecipou que a Disney eventualmente vai alcançar a Netflix ou até superá-la, podendo alcançar 45 milhões de assinantes nos EUA e 115 milhões internacionais.

Alan Wolk prevê: "As pessoas assinarão um serviço para ver um programa e aí ficará fácil cancelar para ir para outro".

- Por ora, sem pânico -

Alguns analistas consideram que a Netflix não tem razões para entrar em pânicos - pelo menos por enquanto.

"A Netflix entendeu este negócio, sabe o que os consumidores querem", disse Dan Rayburn, analista em streaming da Frost & Sullivan.

Contudo, Rayburn acredita que, com o tempo, os concorrentes podem se aproveitar de sua base de usuários e infraestrutura para eliminar a vantagem da Netflix. "O que a Netflix possui? Nada", disse.

Mesmo assim, afirmou que qualquer empresa que quiser desafiar a Netflix precisa ser "rápida e ágil", mas não está claro se os grupos mais tradicionais conseguem fazer isso.

"Os veículos tradicionais perderam sua oportunidade de competir com a Netflix (e outras plataformas tecnológicas), a não ser que estejam verdadeiramente dispostos a ir a fundo", opinou Richard Greenfield, da BTIG Research, em estudo recente.

Para este analista, isso significa que deveriam parar de focar na audiência e controlar melhor seus conteúdos.

"A Disney enfrenta um dilema clássico dos inovadores, que dificulta se voltarem diretamente ao consumidor, sem esquecer que eles e o resto dos veículos tradicionais não valorizam realmente a importância da tecnologia para ter sucesso no streaming diretamente ao consumidor", escreveu Greenfield.

Mais de 2 bilhões de pessoas carecem de serviços básicos de saneamento básico no mundo, diz relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o desenvolvimento mundial da água. A publicação 'Não Deixar Ninguém Para Trás' será lançada nesta terça-feira (19) durante a 40ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça.

De acordo com o relatório, apesar do progresso nos últimos 15 anos, o direito à água potável segura e limpa e ao saneamento é inacessível para grande parte da população mundial. Em 2015, três em cada 10 pessoas (2,1 bilhões) não tinham acesso a água potável e 4,5 bilhões de pessoas, ou seis em 10, não tinham instalações de saneamento com segurança. 

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“Se a degradação do meio ambiente e a pressão insustentável sobre os recursos hídricos globais continuarem no ritmo atual, 45% do Produto Interno Bruto global e 40% da produção global de grãos estarão em risco até 2050. Populações pobres e marginalizadas serão afetadas de forma desproporcional, agravando ainda mais as desigualdades”, ressalta o presidente da ONU-Água e presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Gilbert F. Houngbo.

Segundo Houngbo, o documento aponta a necessidade de adaptar abordagens, tanto na política quanto na prática, para abordar as causas da exclusão e da desigualdade.

Cenário global

O relatório informa que metade das pessoas que bebem água de fontes não seguras vivem na África. Na África Subsaariana, apenas 24% da população têm acesso a água potável e 28% têm instalações de saneamento básico que não são compartilhadas com outras famílias.

Quase metade das pessoas que bebem água de fontes desprotegidas vivem na África Subsaariana, onde o ônus da coleta recai principalmente sobre mulheres e meninas, muitas das quais gastam mais de 30 minutos em cada viagem para buscar água. Sem água e saneamento seguro e acessível, essas pessoas provavelmente enfrentarão condições de saúde e de vida precárias, desnutrição e falta de oportunidades de educação e emprego.

As discrepâncias são significativas mesmo dentro dos países, especialmente entre os ricos e os pobres. Nas áreas urbanas, pessoas que vivem em acomodações improvisadas sem água corrente podem pagar de 10 a 20 vezes mais caro que moradores de bairros mais ricos por água de qualidade semelhante ou menor comprada de vendedores ou caminhões-tanque.

“Há muitas disparidades principalmente entre países, mas muitas vezes dentro dos próprios países. Este é um discurso que tem a ver com os países menos desenvolvidos, mas, em alguns casos, também com países desenvolvidos. Então, a mensagem central do relatório é que bilhões de pessoas ainda estão sendo deixadas para trás”, afirmou o oficial de Meio Ambiente da Unesco no Brasil, Massimiliano Lombardo.

O documento também ressalta o impacto dessas condições na vida dos refugiados pelo mundo. Em 2017, conflitos e perseguição forçaram 68,5 milhões de pessoas a fugir de suas casas. Além disso, uma média anual de 25,3 milhões de pessoas foi forçada a migrar por causa de desastres naturais, duas vezes mais do que no início dos anos 70 - um número que deve aumentar ainda mais devido às mudanças climáticas.

“Existem cada vez mais refugiados em decorrência dos desastres ambientais e 90% dos desastres como inundações ou secas são causados pela água – pelo excesso ou pela falta. Isso determina a causa de uma série de imigrações de um país para outro ou de uma região para outra dentro do próprio país. Então, mais pessoas se acumulando em um mesmo lugar onde há disponibilidade de água acaba pondo em risco a capacidade do Estado, da autoridade daquele país, conseguir providenciar água e saneamento para todos nas mesmas condições”, afirmou Lombardo.

Segundo Lombardo, apesar de não haver um recorte específico para o Brasil, o país tem avançado ao longo das últimas décadas. Ele aponta a Política Nacional de Recursos Hídricos como um avanço na legislação da água, bem como o sistema de gestão público do recurso. 

“Existe a possibilidade da população, de diferentes usuários da água como produtores, usuários industriais e agrícolas poderem contribuir, participar da tomada de decisão a respeito de recursos hídricos. A situação atual do Brasil em relação à situação do mundo é diferente. Onde não existem políticas ou leis bem desenvolvidas, não existe um sistema de governança. No Brasil, ao contrário, já foram dados bons passos adiante nesse sentido”, ressaltou o representante da Unesco.

Perspectivas

Para as Nações Unidas, políticas mal planejadas e implementadas de maneira inadequada, uso ineficiente e inapropriado de recursos financeiros e ausência de políticas públicas alimentam a persistência de desigualdades no acesso à água potável e ao saneamento.

“Se a exclusão e a desigualdade não forem tratadas de forma explícita e responsiva, tanto em termos de políticas quanto na prática, as intervenções relacionadas à água continuarão a não alcançar os mais necessitados, que provavelmente seriam os maiores beneficiados”, enfatiza o relatório da ONU.

A publicação ressalta que as “metas são totalmente alcançáveis, desde que exista uma vontade coletiva para proceder assim”. “Melhorar a gestão dos recursos hídricos e fornecer a todos o acesso a água potável e saneamento seguros e acessíveis financeiramente são ações essenciais para erradicar a pobreza, construir sociedades pacíficas e prósperas, e garantir que ‘ninguém seja deixado para trás’ no caminho rumo ao desenvolvimento sustentável”. 

O diretor executivo da Warner Bros, Kevin Tsujihara, alvo há semanas de boatos sobre um romance com uma jovem atriz britânica que teria ajudado a conseguir trabalho, renunciará ao cargo, informou nesta segunda-feira (18) o grupo WarnerMedia.

"É do maior interesse da WarnerMedia, da Warner Bros., dos nossos funcionários e dos acionistas que Kevin renuncie como CEO da Warner Bros", escreveu o diretor geral da WarnerMedia, John Stankey.

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"Kevin reconhece que seus erros são incompatíveis com as expectativas de liderança da companhia e podem afetar sua capacidade de desenvolvimento no futuro", declarou Stankey, sem citar diretamente o escândalo de sua suposta relação com a atriz Charlotte Kirk.

A mídia americana afirmou recentemente que Tsujihara, de 54 anos, e Kirk, de 26, começaram um romance em 2013. Segundo eles, o chefe da Warner Studios tentou usar sua influência para conseguir papéis para a atriz.

No entanto, não teria sido muito bem sucedido, já que Kirk aparece apenas em dois filmes produzidos pela Warner Bros, "Como Ser Solteira" (2016) e "Oito Mulheres e Um Segredo" (2018), em ambos os casos em papéis pequenos.

Os advogados de Tsujihara negaram formalmente uma intervenção da parte dele nas escalações de elenco desses filmes. As acusações são alvo de uma investigação interna da Warner, que ainda não anunciou a substituição de Tsujihara.

O CEO havia acabado de receber novas responsabilidades após uma grande reorganização do antigo conglomerado Time Warner, adquirido pela gigante de telecomunicações AT&T e rebatizada de WarnerMedia.

Um porta-voz do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) conclamou nesta segunda-feira (18) seus seguidores a atacar as forças curdas na Síria, enquanto os jihadistas combatem em seu último reduto no leste do país devastado pela guerra.

Em áudio publicado no Telegram, o porta-voz do EI pediu que os membros do grupo nas áreas controladas pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pelos curdos, devem "vingar o sangue de seus irmãos e irmãs".

"Instalem dispositivos explosivos, posicionem franco-atiradores", disse o porta-voz, que de identificou como Abi Hassan al Mujahir.

Um navio humanitário italiano resgatou nesta segunda-feira (18) 49 emigrantes à deriva na costa da Líbia, provocando uma advertência do governo em Roma a todas as embarcações privadas que ajudem pessoas em risco de naufrágio no litoral norte-africano.

O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, repetiu em várias ocasiões que as águas territoriais italianas estão fechadas aos navios das ONGs que resgatam emigrantes e proibiu seu acesso aos portos italianos, em uma tentativa de forçar outros países da Europa a assumir seu percentual de solicitantes de asilo.

"O Mare Jonio acaba de socorrer um bote inflável em dificuldades que afundava com cerca de 50 pessoas a bordo", informou o coletivo Mediterranea, que reúne diferentes associações de ajuda.

A embarcação seguiu para a ilha italiana de Lampedusa, "o porto seguro mais próximo", diante de condições meteorológicas que se agravam, revelou o coletivo.

"Solicitamos oficialmente à Itália, país da nossa bandeira e responsável jurídica e geograficamente, que indique um porto para desembarcar" os emigrantes resgatados.

Os 49 emigrantes - incluindo 12 crianças - foram resgatados a 40 milhas náuticas da costa líbia.

"As pessoas estavam há dois dias no mar [...], esgotadas e desidratadas", assinalou a Mediterranea.

Desde o início do ano, 348 emigrantes puderam desembarcar na Itália, contra 6.161 no mesmo período de 2018.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, enviou nesta terça-feira (19) uma mensagem de paz aos muçulmanos e prometeu que jamais pronunciará o nome do autor dos ataques contra duas mesquitas em Christchurch, em um discurso que iniciou com a saudação em árabe "salam aleikum".

Em uma sessão especial do Parlamento, Ardern declarou que o supremacista branco responsável pelo massacre de Christchurch, cidade da Ilha Sul da Nova Zelândia, enfrentará toda a força da lei.

Cinquenta fiéis foram mortos na sexta-feira (15), durante as orações da tarde, por um australiano de 28 anos que transmitiu ao vivo as imagens dos ataques, após ter publicado um "manifesto" racista.

"Com este ato terrorista buscava várias coisas, entre elas notoriedade, por isto jamais me ouvirão dizer seu nome", declarou Ardern aos deputados em Wellington, capital do país.

"Peço a vocês: digam os nomes dos que morreram no lugar do nome do homem que provocou tais mortes. É um terrorista, um criminoso, um extremista, Mas, quando eu falar, não terá nome".

Com o discurso, muito emocionado, ela também enviou uma mensagem à comunidade muçulmana. Vestida de preto e com um gesto solene, a chefe de Governo, de 38 anos, abriu a sessão com a expressão "salam aleikum" ("que a paz esteja sobre vós", em árabe), habitual no mundo muçulmano.

- Processo de identificação lento -

"Na sexta-feira terá passado uma semana desde o ataque e os membros da comunidade muçulmana se reunirão para a oração neste dia. Reconheçamos sua dor".

Dezenas de famílias de vítimas de todo o mundo são aguardadas em Christchurch para os funerais.

Mas a lentidão do processo de identificação e as necessidades das investigações médico-legais agravam a dor dos parentes das vítimas. A tradição muçulmana prevê o sepultamento do corpo em um prazo de 24 horas após a morte.

A polícia anunciou nesta terça-feira que entregou às famílias seis corpos de vítimas do massacre de Christchurch, mas advertiu que apenas 12 das 50 vítimas foram identificadas formalmente.

"A polícia é consciente da impaciência das famílias com o período de tempo necessário para o processo de identificação após o ataque terrorista de sexta-feira", afirma a força de segurança em um comunicado.

De acordo com uma lista que circula entre as famílias, as vítimas tinham entre 3 e 77 anos. Muitos eram da região, mas outros procediam de países distantes como Egito e Jordânia.

Após o ataque, a primeira-ministra Ardern prometeu uma reforma na legislação sobre armamentos na Nova Zelândia, que permitiu ao atirador comprar o arsenal que usou no massacre, incluindo armas semiautomáticas.

Os neozelandeses começaram a responder ao apelo do governo para que entreguem suas armas.

Ardern afirmou que nos próximos dias serão anunciadas medidas precisas sobre as restrições, mas deu a entender que entre elas podem estar a compra de armas e a proibição de alguns fuzis semiautomáticos.

O extremista Brenton Tarrant, de 28 anos, foi acusado de assassinato, mas a primeira-ministra afirmou que ele responderá a mais acusações. "Enfrentará toda a força da lei na Nova Zelândia", prometeu.

Ardern também anunciou uma investigação para determinar como o australiano planejou e executou os ataques na Nova Zelândia sem ser identificado pelos serviços de segurança.

Leonardo DiCaprio divulgou na manhã desta segunda-feira (18) o primeiro pôster de ‘Once Upon a Time in Hollywood’, novo longa do diretor Quentin Tarantino. Na imagem, DiCaprio aparece ao lado de Brad Pitt, com um carro antigo e o letreiro de Hollywood ao fundo.

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A nona produção de Tarantino se passa no ano de 1969 e conta a história de um ex-astro de série de tv, Rick Dalton (DiCaprio), e seu dublê, Cliff Booth (Pitt). O longa também conta com nomes, como Margot Robbie, Al Pacino, Emile Hirsch, Damian Lewis, Bruce Dern e Dakota Fanning. Além de ser a última aparição nos cinemas de Luke Perry, que morreu em decorrência de um derrame, no começo deste mês.

Once Upon a Time in Hollywood’ estreia no dia 26 de julho.

O Papa Francisco recebeu nesta segunda-feira (18) o cardeal Philippe Barbarin, o mais alto dignitário católico francês, que veio apresentar sua renúncia, após uma condenação a seis meses de prisão com sursis por não denunciar os crimes sexuais de um padre.

A reunião privada foi realizada com discreção no Vaticano, confirmou a Santa Sé. No final da manhã, o cardeal foi visto e fotografado por um vaticanista italiano andando nos jardins da Cidade do Vaticano.

O papa argentino defendeu por muito tempo o cardeal francês. Em 2016, considerou que uma demissão antes do julgamento seria "uma imprudência". Francisco pode levar várias semanas para decidir se aceita ou não a renúncia.

Arcebispo de Lyon desde 2002, cardeal desde 2003, primaz da Gália (título honorário conferido ao arcebispo de Lyon desde o século XI), Philippe Barbarin é considerado o mais alto dignitário da Igreja da França. Se sua renúncia for aceita, ele se tornará "bispo emérito" de Lyon e permanecerá cardeal.

Barbarin, de 68 anos, uma idade precoce na Igreja para renunciar, foi condenado em 7 de março a seis meses de prisão com sursis por seu silêncio sobre os ataques pedófilos cometidos pelo padre Bernard Preynat nos anos 1980/1990 e sobre os quais ele havia sido informado por uma vítima em 2014.

O cardeal insistiu durante seu julgamento que "nunca procurou esconder, muito menos acobertar esses fatos horríveis". Mas o acórdão acusa-o de ter optado por não dizer nada às autoridades francesas "para preservar a instituição" da Igreja, impedindo assim "a descoberta de muitas vítimas de abuso sexual pela justiça".

Apesar de o bispo querer se demitir para apaziguar sua diocese, onde sua presença agora é difícil, ele já recorreu de sua condenação.

O papa, decidido a fazer com que os bispos encarem suas responsabilidades individuais e colegiais face aos escândalos, vai se posicionar antes da apelação?

"Nenhum abuso deve ser encoberto, como foi o caso no passado, e subvalorizado", declarou em fevereiro o pontífice, depois de uma reunião da cúpula da Igreja sobre a pedofilia.

Os advogados do cardeal Barbarin redigiram uma nota jurídica sobre sua condenação, expondo as perspectivas de um julgamento em apelação. Um documento traduzido para o espanhol para a atenção do papa argentino.

Em outubro, Francisco concordou relutantemente, e depois de três semanas de reflexão, a renúncia do cardeal americano Donald Wuerl, arcebispo de Washington suspeito por um júri popular de ter abafado um vasto escândalo de abuso sexual na Pensilvânia (nordeste Estados Unidos).

O prelado americano de 77 anos, que afirma ter agido "no interesse das vítimas" e foi elogiado pelo papa, não foi condenado como o cardeal francês.

O caso Barbarin ocorre em um momento delicado nas relações diplomáticas entre a França e a Santa Sé.

A Procuradoria de Paris acaba de pedir o levantamento da imunidade diplomática do núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) na França, o monsenhor Luigi Ventura, para ouvi-lo em uma investigação por "agressão sexual".

A Justiça francesa recebeu uma quarta queixa, que se soma àquelas apresentadas por três homens acusando o bispo de 74 anos de apalpar suas nádegas.

No início de março, a ministra francesa dos Assuntos Europeus, Nathalie Loiseau, disse que esperava que o Vaticano assumisse suas "responsabilidades".

Para complicar ainda mais, a França ainda não propôs uma substituição ao seu embaixador na Santa Sé, que se aposentou há oito meses e meio, mesmo que o ínterim seja assegurado por seu encarregado Yves Teyssier d'Orfeuil.

A polícia da cidade de Utrecht, na Holanda, disse que não descarta uma motivação terrorista no tiroteio contra um bonde, nesta segunda-feira (18) de manhã, na Praça 24 de Outubro. A imprensa local informou que pelo menos uma pessoa morreu, o que ainda não foi confirmado pelas autoridades. Várias pessoas ficaram  feridas pelos disparos feitos por um homem ainda não identificado.

Segundo testemunhas, o homem sacou uma arma e começou a disparar de forma aleatória. Depois fugiu, e seu paradeiro é desconhecido.

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O governo da Holanda elevou o alerta de terrorismo ao nível máximo na província de Utrecht porque o atirador está foragido.

*Com informações da Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)

Pelo menos 79 pessoas morreram nas inundações na província indonésia de Papua, de acordo com um novo balanço anunciado nesta segunda-feira pela agência de gerenciamento de desastres.

Entre as vítimas, um bebê de cinco meses resgatado dos escombros foi entregue ao pai, depois que o resto da família morreu na tragédia.

"O balanço de mortos ainda pode aumentar porque 43 pessoas estão desaparecidas", afirmou o porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres, Sutopo Purwo Nugroho.

Enchentes em Sentani, a cerca de 20 quilômetros da capital provincial de Jayapura, foram causadas por chuvas torrenciais no sábado.

Mais de 70 pessoas ficaram feridas, e mais de 4.000 estão desabrigadas.

Dezenas de casas foram danificadas. E, apesar de o nível da água estar diminuindo, as evacuações continuam.

Árvores arrancadas e um monte de detritos cobriram as estradas, enquanto no aeroporto de Jayapura um pequeno avião parece danificado pelas enchentes. O aeroporto da capital regional permanece aberto, informou, porém, o Ministério dos Transportes.

O governo decretou estado de emergência durante 14 dias, indicou o chefe da polícia Victor Dean Mackbon.

As enchentes são comuns durante a estação chuvosa na Indonésia, de outubro a abril.

Em janeiro, pelo menos 70 pessoas morreram em inundações e deslizamentos de terra no sul da ilha de Celebes.

Nas últimas semanas, centenas de pessoas tiveram que deixar suas caasas nas proximidades do rio Citarum, na província de Java Ocidental, devido a inundações.

A província indonésia de Papua está localizada a oeste da ilha da Nova Guiné, a outra metade é compartilhada pela Papua Nova Guiné, uma antiga colônia australiana que se tornou independente.

É uma das regiões mais pobres da Indonésia e palco de confrontos esporádicos entre rebeldes separatistas e o exército.

Após o apagão de quase uma semana na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro anunciou a reestruturação do seu gabinete. Ele pediu que todos os ministros coloquem os cargos à disposição. O vice-presidente da República, Delcy Rodríguez, comunicou a decisão.

"O presidente Nicolás Maduro pediu a todo o gabinete executivo para colocar seus encargos, com o fim dos efeitos de uma profunda reestruturação dos métodos e funcionamento do governo bolivariano para proteger a pátria de Bolívar e [Hugo] Chávez  [presidente já morto da Venezuela] de qualquer ameaça", disse Rodriguez em sua conta no Twitter.

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Há dois dias, Maduro anunciou a intenção de mudanças para “otimizar a gestão do governo e proteger o país contra novas ameaças”. "É uma luta moral e espiritual de um país inteiro pela honestidade, pela eficiência e pelos bons serviços", afirmou.

A iniciativa ocorre no momento em que há um impasse na Venezuela entre Maduro e Juan Guaidó, presidente autodeclarado. Mais de 50 países, incluindo o Brasil, apoiam Guaidó, enquanto China, Rússia e Turquia estão ao lado de Maduro. Há protestos constantes, de ambos os lados, nas principais cidades venezuelanas.   

*Com informações da Telesur, emissora multiestatal de televisão com sede na Venezuela

Em Utrecht, no centro da Holanda, a polícia investiga um tiroteio contra um bonde elétrico que deixou vítimas na manhã desta segunda-feira (18). A polícia informou que o incidente foi registrado às 10h45, horário local.

Testemunhas afirmaram que uma pessoa atirou e fugiu do local. Segundo relatos, era um homem que disparou de forma aleatória contra as pessoas. O local está isolado pelos policiais, que buscam o autor dos disparos.

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No Twitter da Polícia de Utrecht, a informação é que há “várias pessoas feridas”. Não menciona números nem mortos.

Às vésperas de completar um ano que a Nicarágua vive cotidianamente protestos contra o governo do presidente Daniel Ortega, a polícia disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes, enquanto tentavam participar de um ato. Mais de 100 pessoas foram detidas.

As forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo e abriram fogo contra os manifestantes no último sábado (16).

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Os Estados Unidos conclamaram o governo nicaraguense a "deixar de usar força excessiva em manifestantes pacíficos e jornalistas exercendo seu direito a uma imprensa livre".

Histórico

Os protestos contra Ortega começaram em abril de 2018, liderados pela Aliança Civil, com críticas ao governo, como falta de liberdade, autoritarismo e repressão.

Observadores internacionais estimam que mais de 500 pessoas foram mortas e outras centenas foram presas. Autoridades nicaraguenses também proibiram protestos contra o governo.

Na semana passada, o governo Ortega prometeu que levaria 50 oposicionistas detidos para a prisão domiciliar.

*Com informações da DW, agência pública de notícias da Alemanha

A Nova Zelândia anunciou nesta segunda-feira (18) que adotará uma legislação mais rigorosa para a venda de armas depois do massacre de 50 pessoas em duas mesquitas cometido por um supremacista branco, que decidiu fazer a própria defesa, sem advogado, nos tribunais.

"Tomamos uma decisão como governo, estamos unidos", disse a primeira-ministra Jacinda Ardern, ao lado do vice-premier, Winston Peters, ao anunciar medidas para restringir o acesso às armas.

Peters, cujo partido Nova Zelândia Primeiro era contrário às mudanças na lei de acesso às armas, afirmou que respalda totalmente a primeira-ministra.

"A realidade é que depois das 13h00 de sexta-feira nosso mundo mudou para sempre. E o mesmo acontecerá com nossas leis", disse, ao citar o horário em que começou o mais violento ataque já registrado em território neozelandês.

Ardern também anunciou a abertura de uma investigação interna sobre o ataque, que provoca muitas perguntas, em particular sobre como Brenton Tarrant, fascista autoproclamado, passou despercebido pelos radares das agências de inteligência.

As redes sociais também estão no olho do furacão pela transmissão ao vivo, no Facebook e durante vários minutos, do massacre filmado por seu autor, um australiano de 28 anos.

A empresa americana afirmou que retirou 1,5 milhão de vídeos do ar. Apesar dos esforços, as redes sociais são acusadas de não terem bloqueado as imagens em "tempo real do ataque terrorista".

Um jovem de 18 anos foi acusado nesta segunda-feira por um tribunal de Christchurch por ter divulgado o vídeo transmitido pelo autor do massacre, por ter publicado uma fotografia da mesquita de Al Noor de Christchurch com a frase "objetivo alcançado" e por incitação à violência.

A tragédia provocou uma grande comoção na Nova Zelândia, país de cinco milhões de habitantes - apenas 1% deles muçulmanos -, famoso por sua tradição de hospitalidade.

Nesta segunda-feira, os neozelandeses de todas as tendências expressaram o repúdio aos ataques e ao ódio racial.

- Cerimônia de purificação -

Na mesquita Al Nur foi organizada uma cerimônia maori de purificação, que reuniu neozelandeses aborígenes, líderes da comunidade muçulmana e autoridades locais. Estudantes depositaram flores e acenderam velas.

Outros participaram em um novo haka, dança tradicional maori, em homenagem aos mortos. Em Auckland, os alunos de um colégio se uniram para criar a forma de um coração e a mensagem "Kia Kaha" ("Sejam fortes").

Os organizadores do maior salão de armas da Nova Zelândia, o Kumeu Militaria Show, perto de Auckland, anunciaram o cancelamento do evento após o massacre e em consequência dos "elevados riscos para a segurança".

A Nova Zelândia reforçou a legislação sobre as armas nos anos 1990, mas as leis sobre posse de armas de fogo permaneceram muito permissivas. Quase todos os pedidos de porte de armas recebem resposta positiva.

David Tipple, gerente da Gun City, loja que vendeu quatro armas de fogo ao suspeito, afirmou nesta segunda-feira que não se considera responsável pelo massacre.

"Não percebemos nada fora do comum sobre este dono de uma licença de armas", disse Tipple.

Brenton Tarrant, que compareceu a uma audiência no sábado em um tribunal de Christchurch, planeja representar a si mesmo no julgamento, afirmou o advogado designado pela corte.

O advogado Richard Peters, que o representou durante a audiência preliminar, disse à AFP que o australiano, de 28 anos, "indicou que não quer um advogado".

"Ele pareceu como alguém racional e sem algum problema mental. Parece entender o que aconteceu", completou Peters.

- Confiança na justiça -

De acordo com a legislação neozelandesa, ele será julgado se alegar inocência, o que pode permitir um confronto com os sobreviventes e parentes das vítimas fatais.

Mustafa Faruk, presidente da Federação de Associações Islâmicas da Nova Zelândia, afirmou que confia na justiça.

"Como comunidade, gostaríamos que esta pessoa fosse tratada de maneira justa, com acesso a todos os direitos. Acreditamos na justiça e sabemos que fará o que é necessário", completou.

Ao mesmo tempo, a impaciência é cada vez maior entre as famílias, que desejam receber os corpos de seus parentes. A tradição muçulmana prevê o sepultamento em um prazo de 24 horas após a morte.

Nesta segunda-feira, operários cavavam dezenas de covas em um cemitério de Christchurch. Os legistas afirmaram que esperam atender os pedidos das famílias o mais rápido possível.

De acordo com uma lista que circula entre as famílias, as vítimas fatais tinham entre 3 e 77 anos. Algumas pessoas moravam no bairro em que ficam as mesquitas, outras eram de países afastados. Ao menos dois mortos eram da mesma família, pai e filho.

De acordo com seus respectivos governos, cinco indianos morreram no massacre, assim como nove paquistaneses, um deles quado tentava deter o agressor. Trinta e uma pessoas permanecem hospitalizadas em estado crítico.

Um terremoto, de magnitude 5,5 graus na escala Richter, segundo as autoridades, atingiu a ilha turística de Lombok, na Indonésia. Pelo menos duas pessoas morreram depois do terremoto, enquanto 58 perderam a vida em deslizamentos de terra na província de Papua.

Autoridades da Indonésia disseram nesse domingo (17) que um terremoto provocou um deslizamento de terra no segundo vulcão mais alto do país, o Monte Rinjani. Dois turistas morreram em conseqüência do deslizamento e 44 pessoas ficaram feridas. Dezenas de pessoas que visitaram a cachoeira Tiu Kelep foram resgatadas.

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Lombok, que fica a leste de Bali, foi atingida por um grande terremoto em agosto passado, que matou mais de 300 pessoas e deixou milhares de desabrigados.

A Indonésia está localizada no Anel de Fogo do Pacífico geologicamente ativo e experimenta regularmente terremotos e atividade vulcânica.

Sequência

As enchentes e os deslizamentos de terra na província de Papua, no leste do país, mataram pelo menos 58 pessoas e feriram 70, segundo autoridades locais. Muitas pessoas estão desabrigadas.

A água encobriu mais de 150 casas na área de Sentani, perto de Jayapura, disse o porta-voz da Agência Nacional de Mitigação de Desastres, Sutopo Nugro.

Inundações são comuns nas estações chuvosas da Indonésia, que vai de outubro a abril. Em janeiro, enchentes e deslizamentos de terra mataram pelo menos 70 pessoas na ilha de Sulawesi.

A inundação severa, provocada por chuvas na província de Java Ocidental no início deste mês, também levou centenas de pessoas a fugirem de suas casas.

*Com informações da DW, agência pública de notícias da Alemanha

A Rússia celebra nesta segunda-feira (18), com diversos eventos e a presença do presidente Vladimir Putin, o quinto aniversário da anexação da península da Crimeia, condenada pela Ucrânia e a comunidade internacional, mas elogiada pela maioria dos russos.

O presidente Vladimir Putin participará nas celebrações na península, situada no Mar Negro, onde vai inaugurar uma nova central de energia elétrica, informou o Kremlin.

O dia 18 de março foi proclamado em todo o território russo "Festa da Reunificação entre Crimeia e Rússia".

"É uma data muito importante para todos os russos", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

As autoridades de Moscou planejaram um festival de rua com o título "Primavera da Crimeia", com apresentações de jazz, oficinas gastronômicas e uma mostra de fotografias.

Os organizadores esperam a participação de até 10.000 pessoas em um "flash mob" na região de Moscou ao ritmo de "Vals de Sebastopol", uma popular canção soviética de 1955 sobre esta cidade portuária da Crimeia onde fica a base da frota da Marinha russa no Mar Negro.

Em Yalta, estação balneária da Crimeia, 2.000 pessoas devem participar em outro "flash mob" para recriar a bandeira russa.

O vandalismo, no sábado (16), na avenida Champs-Élysées, durante uma manifestação dos "coletes amarelos", provocou indignação, neste domingo (17), na França, onde o governo foi criticado por um esquema de segurança considerado insuficiente.

Após um declínio da mobilização nas últimas semanas, no 18º dia de ação dos "coletes amarelos", que lideram um movimento de contestação desde meados de novembro, foi marcado pela violência em Paris, principalmente da parte de pessoas mascaradas vestidas de preto.

"Espero explicações" do Executivo, declarou a prefeita socialista de Paris, Anne Hidalgo, "muito irritada depois desta violência sem precedentes".

"Meu sentimento é que deveríamos ser capazes de controlar uma situação como a que acabamos de viver", disse ela em entrevista ao jornal Le Parisien. "Estamos em meio a uma grande crise política e social. Essas fraturas não podem durar. Não podemos continuar assim!"

Uma reunião com o primeiro-ministro Edouard Philippe está prevista para este domingo (17) às 16h30 GMT (13h30 de Brasília) sobre as "decisões fortes" prometidas no dia anterior pelo presidente Emmanuel Macron. A Procuradoria de Paris informou a detenção de 200 pessoas, incluindo 15 menores.

Na turística avenida de Champs-Élysées, lojas e restaurantes foram saqueadas e incendiadas durante este dia que foi anunciado como um "ultimato" ao chefe de Estado, considerado pelos "coletes amarelos" como "o presidente dos ricos".

De acordo com os comerciantes, 80 estabelecimentos foram afetados, dos quais vinte saqueados ou incendiados.

"Em Paris, os capuzes pretos substituiram os #GiletsJaunes. Os 'black blocs' destroem, queimam, impunemente", tuitou a presidente do partido de extrema direita União Nacional (ex-Frente Nacional), Marine Le Pen.

- "Paris em chamas" -

A direita critica Macron de não ter adotado rapidamente a chamada lei 'anti-vândalos', votada esta semana no Parlamento. Diante do receio quanto a possibilidade de suas disposições infringirem a liberdade de manifestação, parlamentares e o presidente decidiram consultar o Conselho Constitucional.

As redes sociais também apontavam o dedo, com base em fotografias do presidente nas pistas de esqui de La Mongie (sudoeste), para onde havia viajado com sua esposa Brigitte para "recarregar as baterias" após um giro pela África do leste. Um fim de semana finalmente encurtado pelos eventos.

"Paris está em chamas e Macron esquiando para as câmeras!", "é revoltante a inconsciência e falta de respeito com os franceses!", tuitou a eurodeputada do partido Os Republicanos (oposição de direita) Nadine Morano.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, também foi alvo de críticas, enquanto circulam há alguns dias imagens suas em uma boate em Paris na noite do 17º dia de mobilização dos "coletes amarelos".

"Há um governo que, obviamente, não faz o seu trabalho", lançou o líder do Partido Socialista, Olivier Faure, ironizando os anúncios feitos "entre dois copos" do ministro.

A nova onda de violência pressiona o Executivo, mas também marca uma reversão da tendência da opinião pública, agora a favor do fim do movimento.

Este novo protesto coincidiu com o fim do "grande debate" lançado em resposta a esta crise de "coletes amarelos", em que o chefe de Estado investiu muito.

Em toda a França, mais de 10.300 reuniões locais foram organizadas e 1,4 milhões de contribuições foram registradas no site concebido para este fim. O Executivo tem até meados de abril para decidir o que pretende fazer com essas propostas.

Sete em cada dez franceses, no entanto, não esperam milagres e acreditam que o grande debate não sairá da crise que o país atravessa, segundo uma pesquisa recente.

Mais de 100 pessoas morreram no Zimbábue e no vizinho Moçambique durante a passagem do devastador ciclone tropical Idai, informaram, neste domingo (17), autoridades locais. O Zimbábue registrou 65 vítimas e Moçambique 48.

Dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas no centro de Moçambique e no leste do Zimbábue depois da passagem do ciclone, que chegou acompanhado por fortes ventos, chuvas intensas e inundações que destruíram pontes e casas em ambos os países.

Um deputado zimbabuano de Chimanimani (leste), Joshua Sacco, disse à AFP que o número de mortos chegava a 65 e que entre 150 e 200 pessoas seguem desaparecidas. As equipes de resgate têm encontrado dificuldade para alcançar as áreas afetadas. O mau tempo também impediu que os helicópteros militares decolassem para socorrer as vítimas.

O jornal moçambicano Jornal Domingo informou que 48 pessoas morreram na província de Sofala (centro).

A maioria das mortes no Zimbábue foram registradas no distrito de Ngangu, em um vale da cidade de Chimanimani (leste), onde quase cem casas foram destruídas.

Segundo a ONU, mais de 100 pessoas estão desaparecidas no Zimbábue e quase 10.000 foram afetadas pelo ciclone.

Trezentos refugiados no campo de refugiados de Tongogara (sudeste) foram afetados pelo ciclone e 49 casas danificadas.

Os ventos muito fortes arrancaram os telhados da prisão de Masvingo (sul), de acordo com a televisão estatal e a rádio ZBC.

Considerado como um dos mais poderosos a se formar no Oceano Índico nos últimos dez anos, o ciclone varreu a região de Chimanimani na madrugada de sábado, perto da fronteira com Moçambique.

O ciclone Idai fez uma entrada devastadora no continente na noite de quarta-feira, inundando o porto moçambicano da Beira, com ventos de 190 km/h e chuva torrencial.

Muitas ruas e estradas ficaram alagadas, enquanto telhados foram arrancados e postes derrubados na quarta maior cidade de Moçambique. Neste domingo, seus 500.000 habitantes estavam literalmente isolados do mundo, sem eletricidade, telefone e aeroporto.

Os poucos socorristas que conseguiram chegar à região de Beira relataram uma destruição generalizada.

Edifícios destruídos, janelas quebradas, lojas fechadas. Os bairros mais pobres foram "totalmente esmagados", segundo voluntários locais da Cruz Vermelha.

Desde o início do mês, o sistema de baixa pressão associado ao ciclone Idai inundou o centro e o norte de Moçambique sob fortes chuvas. Antes da chegada de Idai, o número de mortos era de 66, com cerca de 17.000 deslocados e mais de 140.000 atingidos.

A liberal Zuzana Caputova, crítica do atual governo, está prestes a se tornar a primeira mulher chefe do Estado da Eslováquia em 30 de março, depois de vencer seu rival Maros Sefcovic no primeiro turno.

A advogada ambientalista obteve 40,57% dos votos contra 18,66% de Sefcovic, segundo resultados oficiais divulgados neste domingo (17). A participação foi de 48,74%.

De acordo com o instituto de pesquisas Focus, Zuzana Caputova, de 45 anos, larga com uma vantagem muito confortável na corrida para o segundo turno, com 64,4% das intenções de voto contra 35,6% para Maros Sefcovic, vice-presidente da Comissão Europeia, de 52 anos, apoiado pelo Smer-SD (esquerda populista) no poder.

"Espero que todos entendam que depende de nós e que não perderemos esta oportunidade", declarou Lubomir Brecka, de 40 anos, questionado pela AFP sobre a perspectiva de vitória da candidata liberal.

Neste domingo, os dois candidatos pediram apoio para suas candidaturas.

"Eu também vou tentar falar aos eleitores cujos candidatos não estarão presentes no segundo turno. Vou buscar todos os votos. Quero ser compreensível, autêntica, comunicar sobre as áreas em que vejo problemas e propor soluções", disse Zuzana Caputova em um debate na televisão.

Apresentando-se sob o slogan "Sempre pela Eslováquia", Sefcovic prometeu trabalhar "na reconciliação da sociedade", enfatizando seu apego aos valores cristãos.

"Não podemos apoiar o reconhecimento oficial de casais do mesmo sexo, nem a adoção de crianças por esses casais", disse ele, visando diretamente sua adversária.

Caputova defende direitos iguais para casais do mesmo sexo, dizendo que uma criança viverá "melhor com duas pessoas que se amam do mesmo sexo" do que em um orfanato.

Analistas dizem que a vitória de Caputova pode ser um mau presságio para o governo antes das eleições parlamentares do próximo ano.

Grigorij Meseznikov, analista de Bratislava, acredita que "ao escolher Caputova, as pessoas defendem mudanças positivas de acordo com os valores da democracia liberal".

"Aqueles que querem a continuidade e que o Smer-SD governe são claramente minoria. As pessoas parecem insatisfeitas com o caminho da Eslováquia" sob este partido, disse ele à AFP.

O analista Pavel Babos também aponta para os resultados dos outros dois candidatos presidenciais, incluindo treze no total, que receberam uma pontuação elevada - o juiz do Supremo Tribunal Stefan Harabin, anti-imigrantes (14,34%), e a deputada de extrema direita Marian Kotleba (10,39%).

"Outra parte do eleitorado também está insatisfeita com Smer, uma vez que são mais conservadores, então sua ideia de mudança é diferente, eles votaram em Harabin e Kotleba", disse à AFP. "Esses dois candidatos receberam 25% dos votos, o que é significantivo".

Exceto em caso de enorme surpresa, Caputova substituirá o presidente Andrej Kiska, que a apoia. As funções de Chefe de Estado são essencialmente protocolares.

A eleição ocorre mais de um ano após o assassinato do jornalista Jan Kuciak e de sua noiva Martina Kusnirova, um crime que afetou a imagem do governo e provocou protestos de rua de magnitude sem precedentes desde a queda do comunismo no início de 1990 neste país de 5,4 milhões de habitantes, membro da UE e da Otan.

A onda de indignação que varreu o país após o caso levou à renúncia do primeiro-ministro Robert Fico, que continua a ser o chefe do Smer-SD e um aliado próximo do primeiro-ministro Peter Pellegrini.

Jan Kuciak e sua noiva foram assassinados em fevereiro de 2018, quando o jornalista estava prestes a publicar uma investigação sobre supostas ligações entre políticos eslovacos e a máfia italiana.

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