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Desde quando o novo governo assumiu, com o presidente Lula (PT), projeções e dúvidas são levantadas quanto ao Imposto de Renda e pouco se sabe sobre ele. O senador Angelo Coronel (PSD-BA) propôs a reforma do Imposto de Renda no Senado Federal. Ele defende que o governo precisa encontrar novas fontes de receita se quiser ampliar a faixa de isenção.

Por sua vez, o ministro do Trabalho Paulo Marinho afirmou, na terça-feira (24), que o governo vai observar a responsabilidade fiscal para implementar duas promessas de campanha que vêm sendo cobradas nas últimas semanas: a correção da tabela do Imposto de Renda e a valorização do salário mínimo. De acordo com ele, a correção da tabela, feita pela última vez em 2016, no governo Dilma, será feita de forma gradual. Ele não descartou alguma mudança ainda em 2023. 

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Então, para mitigar dúvidas e anseios, a reportagem do LeiaJá conversou com a economista, professora, pesquisadora Lytiene Rodrigues da Cunha que detalhou que só deverá declarar imposto de renda em 2023 quem recebeu mensalmente em 2022 acima de R$ 1.903,98. A especialista explicou a alíquota de desconto de acordo com a faixa salarial de cada pessoa.

“Para quem recebe de R$ 1.903,98 a 2.826,65 a alíquota de desconto é de 7,5%; para quem recebeu de R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05, o desconto aumenta para 15%; para quem recebe de R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68, o desconto é de 22,5%. À medida que a renda recebida pelo trabalhador aumenta, também é ampliada a faixa de desconto do imposto de renda”. Lytiene fez questão de destacar que quem recebia um salário mínimo e meio em 2022, teve como renda R$ 1.818,00, ficando isento do imposto de renda para 2023. 

A economista elucidou, ainda, que o salário mínimo de R$ 1.302,00 vigente em 2023 não vai impactar na declaração de imposto de renda de 2023, apenas 2024, “dependendo da tabela em vigência, em 2024”. “Apenas em 2024, quem recebe um salário mínimo e meio em 2023, tendo como base R$ 1.302,00 terá que recolher imposto de renda”, detalhou. 

No entanto, ela observou que, por se tratar de um tema de relevância social e fiscal para o País, é esperado que haja votação no Senado Federal neste ano. Lytiene Rodrigues desmentiu, ainda, que o aumento na faixa de isenção do tributo para quem recebe até R$ 5 mil é fake e que “não é real essa expectativa para o Brasil”.  “Se houver uma atualização da tabela do imposto de renda, no futuro, em 147,40%, a faixa de isenção poderá chegar a renda mensal de R$ 4.710,49, não atingindo quem recebe R$ 5.000,00”, esmiuçou. 

O presidente Lula (PT) chegou a afirmar que colocará “o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda”. Ao LeiaJá, da Cunha relatou que, neste ano, a Oxfam Brasil levou a proposta de ampliar para 5% a tributação sobre os mais ricos e os super-ricos ao Fórum Mundial de Economia. O pedido foi feito porque seria possível “tirar-se dois bilhões de pessoas da pobreza no mundo”.

“Existe uma discussão que vem sendo realizada a nível internacional, porque a crise econômica não é exclusiva à realidade brasileira, mas no mundo. Também existe um consenso de que os ricos se tornaram mais ricos durante a pandemia, e que a pobreza se agravou nesse período. E que diante dessa realidade, os mais ricos devem pagar mais tributos, a fim de equilibrar a receita fiscal nos países”, pontuou. 

De acordo com a especialista, o Brasil “não fica de fora dessa realidade”, e que Lula está trabalhando numa proposta nesse sentido, de que os ricos devem pagar mais tributos para equilibrar a receita. “No Brasil há atualmente, mais 33 milhões de pessoas passando fome, o que coloca o país no mapa da fome, novamente. E torna necessário e urgente uma intervenção do Estado para redução dessas desigualdades e inserção dessa parte da sociedade no meio produtivo. Nenhum país cresce com a pobreza, ela se perpetua, atinge gerações, impede o crescimento da economia, a evolução social, política e econômica”, ressaltou Lytiene. 

A Oxfam está levando ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, a proposta de taxação dos super-ricos com o objetivo de tirar 2 bilhões de pessoas da pobreza em todo o mundo. Conforme relatório da organização não governamental (ONG), que se dedica a buscar soluções contra a desigualdade social, os super-ricos - isto é, o 1% mais rico do mundo - ficaram com quase dois terços de toda riqueza gerada no mundo nos anos de pandemia. Nesse período, acumularam seis vezes mais dinheiro do que 90% da população mundial.

Contas colocadas no estudo apontam que um imposto anual de até 5% sobre os super-ricos poderia arrecadar US$ 1,7 trilhão por ano, o suficiente para tirar 2 bilhões de pessoas da pobreza. Esses recursos também poderiam financiar um plano de 10 anos para erradicação da fome, apoiar países mais pobres devastados pelos impactos climáticos e garantir saúde pública e proteção social nas nações de renda baixa e média.

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"A discussão que se impõe cada vez mais é o incremento da taxação dos muito ricos e das grandes corporações, inclusive no Brasil", afirma Jefferson Nascimento, coordenador da área de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil. "A reforma tributária vem sendo considerada prioritária para o novo governo Lula e esperamos que o Congresso aprove um novo sistema tributário que garanta o financiamento necessário para que os Estados possam oferecer mais e melhores serviços e políticas públicas às suas populações", acrescenta.

No estudo levado a Davos, no qual a organização explica por que tributar os super-ricos agora é necessário para combater as desigualdades, a Oxfam defende a recuperação, por meio de impostos, de parte dos lucros excessivos obtidos durante a pandemia. O argumento é de que cortes de impostos promovidos durante décadas para os mais ricos e grandes corporações alimentaram as desigualdades, fazendo com que os mais pobres pagassem proporcionalmente mais tributos do que os bilionários.

A ONG pede, assim, que os governos introduzam taxas solidárias e únicas sobre riqueza e lucros extraordinários. Também defende impostos maiores sobre ganhos de capital, dividendos e renda recebidos pelos super-ricos, assim como a taxação de seu patrimônio e heranças, com vista ao financiamento de políticas públicas sociais.

A fome no Brasil voltou a patamares registrados pela última vez nos anos 1990, de acordo com o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, lançado nesta quarta-feira, 8. Atualmente 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer no País; 14 milhões a mais do que no ano passado. A nova edição da pesquisa mostra ainda que mais da metade da população brasileira (58,7%) convive com algum grau de insegurança alimentar (leve, moderado ou grave).

Especialistas que participaram do levantamento dizem que o desmonte de políticas públicas por parte do governo, o agravamento da crise econômica, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia contribuíram para a piora do quadro. No ano passado, o número de brasileiros que não tinham o que comer era de 19 milhões. Em 2018, eram 10 milhões. A falta de acesso regular à água para beber e cozinhar, a chamada insegurança hídrica, também é um problema para 12% da população brasileira.

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"Já não fazem mais parte da realidade brasileira aquelas políticas públicas de combate à pobreza e à miséria que, entre 2004 e 2013 reduziram a fome a apenas 4,2% dos lares brasileiros (tirando o País do mapa da fome mundial)", explica o coordenador da Rede Penssan, Renato Maluf. "As medidas tomadas pelo governo para contenção da fome hoje são isoladas e insuficientes, diante do cenário de alta inflação, sobretudo dos alimentos, do desemprego e da queda de renda da população, com maior intensidade nos segmentos mais vulneráveis."

Como explica a gerente de programas da Oxfam-Brasil, Maitê Gauto, a pandemia surgiu neste contexto de agravamento da pobreza e o estado não tinha mais estruturas para responder à altura. Não por acaso, 15,9 milhões de pessoas (8,2% da população) relataram "sensação de vergonha, tristeza ou constrangimento" por terem sido obrigadas a usar de meios "social e humanamente inaceitáveis para obtenção de alimentos".

A pesquisa é realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), com execução em campo do Instituto Vox Populi, Ação da Cidadania, ActionAid Brasil, Oxfam, entre outras instituições. Os dados foram coletados entre novembro de 2021 e abril de 2022, por meio de entrevistas em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais de 577 municípios distribuídos pelos 26 estados e o Distrito Federal. A pesquisa usa a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa anterior, de 2020, mostrava que a fome no Brasil tinha voltado a patamares equivalentes aos de 2004. Este ano, o levantamento mostra que apenas quatro em cada dez domicílios conseguem manter acesso pleno à alimentação; ou seja, são considerados em condição de segurança alimentar. De acordo com os pesquisadores, os números atuais são similares aos do início da década de 90, quando o Brasil tinha 32 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza e o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou uma campanha nacional contra a fome.

"O Auxílio Brasil não responde à altura do problema; embora seu valor seja maior do que o do Bolsa Família, a cobertura dele é bem menor", explica Maitê Gauto, da Oxfam-Brasil. "Além disso, até o ano passado, um salário mínimo era suficiente para que a pessoa não entrasse em situação de fome; nesta pesquisa, isso já mudou, o valor da cesta básica já está batendo o do salário mínimo."

A nova pesquisa mostra que a fome atinge as regiões do País de forma muito desigual. Em média, 15% dos brasileiros estão abaixo da linha da pobreza. O porcentual, entretanto, chega a 25% e 21% no Norte e no Nordeste. A situação também é pior entre os negros e as mulheres.

Segundo o levantamento, 65% dos lares comandados por pessoas pretas e pardas convivem com alguma restrição alimentar. Comparando com o primeiro inquérito, a fome saltou de 10,4% para 18,1% dos lares comandados por pretos ou pardos.

As diferenças também são expressivas na comparação entre lares chefiados por homens e por mulheres. Nas casas em que a mulher é a pessoa de referência, a fome passou de 11,2% para 19,3%. Nos lares em que os homens são os responsáveis, o salto foi de 7,0% para 11,9%. Segundo os pesquisadores, isso ocorre por conta da desigualdade salarial entre os gêneros.

Outro dado preocupante levantado pelo estudo é que, em pouco mais de um ano, a fome dobrou nas famílias com crianças menores de 10 anos de idade - passando de 9,4% em 2020 para 18,1% em 2022. Na presença de três ou mais pessoas com até 18 anos de idade no grupo familiar, a fome atinge 25,7% dos lares. Já nos domicílios apenas com moradores adultos, a segurança alimentar chegou a 47,4%, número maior do que a média nacional.

Praticamente não há fome nas famílias com renda superior a um salário mínimo por pessoa. Em 67% desses domicílios o acesso a alimentos é pleno e garantido. Ainda assim, 33% das famílias enfrentam algum grau de insegurança alimentar. A fome é maior nas casas em que a pessoa responsável está desempregada (36,1%), trabalha na agricultura familiar (22,4%) ou tem emprego informal (21,1).

Cerca de metade das famílias que deixaram de comprar arroz, feijão, vegetais e frutas nos últimos três meses, convivem com insegurança alimentar moderada ou grave. Entre as famílias que deixaram de comprar carne nos três meses anteriores à pesquisa, 70,4% estavam passando fome. Dados semelhantes foram encontrados nos lares onde os moradores não haviam comprado frutas (64%) e vegetais (63,6%).

"Esse é outro problema sério", diz a professora do Instituto de Nutrição Josué de Castro, da UFRJ, Rosana Salles, pesquisadora da rede. "Estamos abrindo uma janela para o aumento dos índices de doenças crônicas na população por conta da alimentação ruim."

A segurança alimentar, por sua vez, é maior nos lares em que o chefe da família trabalha com carteira assinada (53,8%) e entre os que têm mais de oito anos de estudo (50,6%).

"Reverter essa situação é um desafio muito grande", constata Rosana Salles. "Vai depender da reestruturação das políticas de governo, das políticas de combate à fome e à miséria, da valorização do salário mínimo, do controle dos preços da cesta básica. Além, é claro, da reestruturação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea)."

Maitê Gauto lembra ainda que medidas emergenciais devem ser tomadas o mais rapidamente possível. "Precisamos de programas de proteção social e transferência de renda para que essas pessoas possam se manter com dignidade enquanto a recuperação econômica não acontece; precisamos garantir as condições mínimas de sobrevivência para as famílias", diz. "É preciso também qualificar o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que também vem sendo desmontado."

A ONG Oxfam propôs nesta segunda-feira (noite de domingo, 22, no Brasil) taxar "urgentemente" as grandes fortunas do planeta em um relatório publicado coincidindo com o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), e alertou que os mais pobres estão sofrendo cada vez mais com a inflação.

"Os bilionários vão a Davos comemorar o incrível aumento de suas fortunas", disse Gabriela Bucher, diretora-executiva da organização internacional por meio de um comunicado.

Segundo ela, "a pandemia [de covid-19] e agora as fortes altas nos preços dos alimentos e da energia têm sido simplesmente um golpe de sorte para eles".

A pandemia, que fez dispararem as ações das empresas de tecnologia negociadas em bolsa, criou um novo bilionário a cada 30 horas, ou seja, 573 novos ultrarricos, assegura a ONG em um relatório intitulado "A necessidade urgente de taxar os ricos".

A Oxfam baseia seus números na classificação da revista Forbes das pessoas mais ricas do mundo e em dados do Banco Mundial.

Diante deste aumento da riqueza, 263 milhões de pessoas vão cair na pobreza extrema este ano (um milhão de pessoas a cada 33 horas), segundo suas previsões, devido à inflação em alta em muitas partes do mundo, impulsionada principalmente pelo preços da energia e dos alimentos.

"Estamos revertendo décadas de progresso em matéria de pobreza extrema, com milhões de pessoas que enfrentam custos impossíveis para simplesmente se manter com vida", disse Bucher.

Para fazer frente a este problema, a ONG pede várias medidas fiscais, entre elas a adoção de um imposto de solidariedade único sobre a nova riqueza adquirida pelos bilionários durante a pandemia, com o objetivo de utilizar os recursos obtidos para apoiar os mais pobres e conseguir "uma recuperação justa e sustentável" após a pandemia.

Também propõe um imposto temporário sobre os lucros extraordinários obtidos nos últimos anos pelas multinacionais dos setores alimentício, farmacêutico e petroleiro, por exemplo.

Um imposto anual de 2% sobre os milionários e de 5% sobre os bilionários geraria 2,52 bilhões de dólares ao ano, segundo estimativas da organização, um montante que poderia tirar 2,3 bilhões de pessoas da pobreza extrema, distribuir vacinas suficientes para todo o planeta e dotar todos os países pobres de cobertura sanitária.

A fortuna dos dez homens mais ricos do mundo dobrou desde o início da pandemia de coronavírus, enquanto a renda de 99% da humanidade encolheu, de acordo com um relatório da Oxfam publicado nesta segunda-feira (17).

"O aumento das desigualdades econômicas, de gênero e raciais e as desigualdades entre os países destroem nosso mundo", denuncia a ONG de luta contra a pobreza, em um relatório intitulado "As desigualdades matam" e publicado antes do Fórum Econômico de Davos.

A riqueza acumulada do grupo de multibilionários conhece, desde o início da pandemia, "seu aumento mais forte já registrado, atingindo seu nível mais alto", em 13,8 trilhões de dólares.

As dez pessoas mais ricas do mundo incluem, segundo a revista Forbes, Elon Musk, o chefe da Tesla, Jeff Bezos (Amazon), Bernard Arnaud (LVMH), Bill Gates (Microsoft), Mark Zuckerberg (Meta/Facebook), Waren Buffett (Berkshire Hathaway) e Larry Ellison (Orecle).

A ONG acrescenta que "podemos superar a pobreza extrema por meio de uma tributação progressiva" e sistemas públicos de saúde gratuitos para todos.

A Oxfam também recomenda que a criação de sindicatos não seja impedida e que a propriedade intelectual seja removida das patentes de vacinas.

De acordo com a Oxfam, a desigualdade contribui para a morte de "pelo menos 21 mil pessoas por dia" por falta de acesso a cuidados de saúde, violência de gênero, fome e crise climática.

"Um imposto excepcional de 99% sobre a renda procedente da pandemia dos 10 homens mais ricos permitiria a produção suficiente de vacinas para o mundo, forneceria uma cobertura social e de saúde universal, financiaria a adaptação climática e reduziria a violência baseada em gênero em 80 países", aponta a organização.

Esses magnatas ficaram "8 bilhões de dólares mais ricos do que antes da pandemia".

"Os multibilionários tiveram uma grande pandemia. Os bancos centrais injetaram bilhões de dólares nos mercados financeiros para salvar as economias, muitos dos quais acabaram nos bolsos dos multibilionários", destaca.

O Fórum Econômico Mundial alertou que as grandes desigualdades no acesso às vacinas contra a Covid-19 podem enfraquecer a luta contra as principais causas internacionais, como as mudanças climáticas.

O fórum presencial de Davos foi adiado para o verão devido à variante Ômicron, mas uma edição online começa nesta segunda-feira e vai até 21 de janeiro.

A ONG Oxfam lançou nesta segunda-feira (27) o relatório informe “Quem Paga a Conta? – Taxar a Riqueza para Enfrentar a Crise da Covid-19 na América Latina e Caribe”. O informe revela como bilionários desta parte do mundo ficaram imunes à crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus numa das regiões mais desiguais do planeta.

Segundo dados do relatório, 73 bilionários da América Latina e do Caribe aumentaram suas fortunas em US$ 48,2 bilhões entre março (início da pandemia) e junho deste ano. Isso equivale a um terço do total de recursos previstos em pacotes de estímulos econômicos adotados por todos os países da região.

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De acordo com a Oxfam, o Brasil tem 42 desses bilionários que, juntos, tiveram suas fortunas aumentadas em US$ 34 bilhões. O patrimônio líquido deles subiu de US$ 123,1 bilhões em março para R$ 157,1 bilhões em julho. 

Os números são baseados na lista de bilionários da Forbes publicada este ano e no ranking de bilionários em tempo real da Forbes. Foram comparadas as riquezas líquidas dos bilionários latino-americanos em 18 de março de 2020 com as de 12 de julho de 2020.

“A Covid-19 não é igual para todos. Enquanto a maioria da população se arrisca a ser contaminada para não perder emprego ou para comprar o alimento da sua família no dia seguinte, os bilionários não têm com o que se preocupar. Eles estão em outro mundo, o dos privilégios e das fortunas que seguem crescendo em meio à, talvez, maior crise econômica, social e de saúde do planeta no último século”, diz Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.  

Desde o início das medidas de distanciamento social adotadas para evitar a proliferação da Covid-19 e o colapso dos sistemas de saúde, oito novos bilionários surgiram na região – um a cada duas semanas. Enquanto isso, estima-se que 40 milhões perderão seus empregos e 52 milhões de pessoas entrarão na faixa de pobreza na América Latina e Caribe em 2020.

Enquanto uns lucram muito, a maioria perde tudo

No Brasil, os efeitos da pandemia têm afetado principalmente a população em situação de pobreza. Antes da chegada da Covid-19, o país tinha 12 milhões de desempregados e cerca de 40 milhões de trabalhadores informais, quase todos sem proteção social alguma. Com a pandemia, o desemprego no país pode dobrar (segundo a FGV) ou até quadruplicar (análise da XP Investimentos) até o final do ano. Mais de 600 mil micros, pequenas e médias empresas brasileiras já fecharam as portas.

“Os dados são assustadores. Ver um pequeno grupo de milionários lucrarem como nunca numa das regiões mais desiguais do mundo é um tapa na cara da sociedade que, tanto no Brasil como nos demais países latino-americanos e caribenhos, está lutando com todas suas forças para manter a cabeça para fora d’água”, afirma Katia Maia, “Está mais do que na hora da elite brasileira contribuir renunciando a privilégios e pagando mais e melhores impostos”, completa.

Propostas

Para fazer frente a esta calamidade, a Oxfam apresentou um grupo de propostas fiscais tanto emergenciais como de temas pendentes não resolvidos ainda, para que o Brasil possa distribuir melhor a conta da crise econômica.

Propostas emergenciais

- Imposto extraordinário às grandes fortunas.

- Pacotes de resgates públicos a grandes empresas com condições.

- Imposto sobre resultados extraordinários de grandes corporações.

- Imposto Digital

- Redução de impostos para quem está em situação de pobreza.

Temas pendentes

- Arrecadar mais para blindar as políticas sociais.

- Reduzir a regressividade do mix fiscal

- Deter a enorme perda de arrecadação por conta da evasão fiscal.

- Elevar ou criar taxas sobre rendimentos de capital

- Revisar impostos sobre propriedades

- Revisar os incentivos tributários

- Estabelecer um novo pacto fiscal e fortalecer a cultura tributária

Da ONG Oxfam

A Oxfam GB terá que economizar milhões de libras e reduzir seus programas, afirmou neste sábado (16) a ONG, que perdeu doadores após o escândalo provocado pela revelação de abusos sexuais cometidos por funcionários no Haiti em 2010.

"Devido ao comportamento revoltante de alguns de nossos ex-funcionários no Haiti e dos erros de nossa parte na hora de tratar desse caso, agora temos menos dinheiro para levar água potável, alimentos e outras formas de apoio a pessoas que necessitam", comentou uma porta-voz da Oxfam GB em nota.

A ONG integra a confederação Oxfam International, que reúne 20 organizações. Agora, ela terá que economizar 16 milhões de libras, disse a porta-voz à AFP, confirmando uma informação publicada pelo jornal The Guardian.

Para isso, a Oxfam planeja fazer cortes de vagas na sede e nas "funções de apoio" para "poder continuar com o grosso de nosso trabalho nos locais".

"Estamos imensamente gratos por todos aqueles - nove em cada dez de nossos doadores regulares - que continuaram nos apoiando durante este período difícil", acrescentou a porta-voz.

A imprensa britânica revelou em fevereiro um escândalo de abusos sexuais cometidos por membros da missão humanitária da Oxfam GB no Haiti, após o terremoto de 2010.

Em 2011, a ONG conduziu uma investigação interna, que levou sete de seus funcionários no Haiti a deixarem a organização, quatro deles demitidos por "falta grave".

Mas a investigação não se tornou pública até fevereiro, quando foi revelada pela imprensa britânica.

Em maio, o diretor-geral da Oxfam GB, Mark Goldring, anunciou sua renúncia.

Nesta quarta-feira, o Haiti anunciou ter retirado sua autorização à Oxfam GB "por violação da legislação haitiana e por violação grave do princípio-chave da dignidade das pessoas".

Após o escândalo envolvendo a ONG Oxfam e seus funcionários no Haiti, a Cruz Vermelha informou que 21 membros de seu staff também pagaram por relações sexuais com prostitutas e foram afastados de seus cargos nos últimos três anos.

"Desde 2015, identificamos 21 membros do staff pagaram por serviços sexuais. Eles foram afastados ou demitidos durante uma investigação interna", disse o diretor-geral do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CIRC), Yves Daccord, ressaltando estar "profundamente entristecido ao reportar estes números".

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"Toda a equipe é contratualmente ligada ao Código de Conduta da CIRC, que proíbe explicitamente a aquisição de serviços sexuais.

Essa proibição, em vigor desde 2006, é aplicada no mundo todo, inclusive nos países onde a prostituição é legal, pois acreditamos que, quem paga por sexo, é incompatível com os valores e a missão da organização", afirmou o diretor da organização, que conta com 17 mil membros.

Da Ansa

O ex-diretor da Oxfam no Haiti, envolvido em um escândalo mundial de abusos sexuais, admitiu que pagou por relações sexuais com prostitutas em locais financiados pela organização, de acordo com um relatório interno elaborado em 2011 pela ONG e divulgado nesta segunda-feira.

Ao lado de outros dois diretores da organização, o belga Roland van Hauwermeiren, de 68 anos, pediu demissão após as acusações de que os três haviam contratado os serviços de prostitutas durante sua missão no Haiti, após o devastador terremoto de 2010.

O documento, que a Oxfam publicou nesta segunda-feira em uma versão parcialmente censurada, também destaca que três de seus funcionários ameaçaram fisicamente uma testemunha da investigação aberta pelos fatos denunciados no país caribenho.

"O incidente fez com que três suspeitos ameaçassem e intimidassem fisicamente uma das testemunhas mencionadas no relatório", afirma o documento.

As três pessoas foram demitidas por "assédio e intimidação de funcionários" da organização e pelo uso de computadores da Oxfam para acessar "conteúdos pornográficos e ilegais".

Na semana passada, Van Hauwermeiren negou ter organizado orgias com jovens prostitutas e afirmou: "Nunca entrei em um bordel no Haiti". Em uma carta publicada pela imprensa belga, ele admitiu apenas que teve relações sexuais com uma "mulher respeitável e madura", sem entregar dinheiro.

Mas em um relatório interno de 2011, o belga reconheceu que manteve relações com prostitutas em sua residência no Haiti, financiada pela ONG.

A Oxfam optou na época por oferecer a seu diretor no Haiti uma "saída digna, desde que cooperasse plenamente com o restante da investigação".

O relatório interno de 2011 concluiu que "nenhuma das acusações iniciais de fraude, nepotismo ou contratação de prostitutas menores de idade conseguiram ser demonstradas pela investigação, mas que não era possível descartar que pelo menos uma das prostitutas era menor de idade".

A Oxfam revelou na sexta-feira um plano de ação para impedir novos casos de abusos sexuais e tentar aplacar a polêmica mundial gerada pelas informações sobre seus representantes no Haiti.

Neste caso, a organização britânica também foi criticada por não ter impedido que os funcionários incriminados trabalhassem para outras ONGs. Depois de atuar na Oxfam, Roland van Hauwermeiren trabalhou para a organização francesa Ação contra a Fome em Bangladesh. Esta última lamentou não ter sido avisada sobre o passado do belga.

O governo britânico se reunirá nesta segunda-feira (12) com autoridades da Oxfam, após acusações de que funcionários da ONG contrataram prostitutas no Haiti em 2011, durante uma missão humanitária após o terremoto que assolou aquele país em 2010.

A ministra de Desenvolvimento Internacional, Penny Mordaunt, anunciou que irá se encontrar amanhã com representantes da ONG. "Se não transmitirem todas as informações sobre o caso, não trabalharei mais com eles", advertiu neste domingo, em entrevista à rede BBC.

Segundo seu presidente, a Oxfam recebe "menos de 10% de seu financiamento total" da agência britânica responsável pelo desenvolvimento internacional.

Para a ministra, a Oxfam, "definitivamente, tomou a má decisão" de omitir os detalhes sobre a natureza destas acusações das autoridades e da Comissão de Caridade, instituição que controla as ONGs.

A Oxfam, uma confederação de organizações humanitárias com sede na Grã-Bretanha, emprega cerca de 5 mil trabalhadores e conta com mais de 23 mil voluntários, e afirma ter investigado o caso logo após as primeiras denúncias, em 2011. Quatro funcionários foram expulsos e outros três pediram demissão antes do fim da investigação, informou a ONG, condenando o comportamento dos funcionários envolvidos.

Houve informações na imprensa em 2011 sobre a investigação, mas sem detalhar a natureza das acusações. O presidente da Oxfam, Mark Goldring, disse neste sábado à BBC Rádio 4 que, vendo agora, "preferiria que tivéssemos citado o mau comportamento de natureza sexual, mas acho que ninguém se interessou em descrever os detalhes deste comportamento, porque chamaria muita atenção para o assunto", explicou.

- Orgia -

A Comissão de Caridade indicou ter recebido um relatório da Oxfam, em agosto de 2011, mencionando "comportamentos sexuais inadequados, intimidações, assédio", mas sem falar em "abusos contra beneficiários" da ONG, nem em "crimes em potencial envolvendo menores".

O jornal britânico "The Times" informou que um diretor da Oxfam contratou prostitutas durante uma missão de ajuda humanitária após o terremoto que devastou o Haiti em 2010 e deixou 300 mil mortos.

Os fatos revelados pelo Times são "realmente chocantes", segundo Downing Street (residência da chefe de governo do Reino Unido), que demanda "uma investigação completa e urgente sobre estas acusações, tão graves".

Segundo as últimas revelações publicadas pelo "Sunday Times", mais de 120 funcionários de importantes ONGs britânicas foram acusados de abuso sexual no último ano. No Haiti, grupos de prostitutas eram convidadas a casas e hotéis pagos pela Oxfam. Uma fonte citada pelo jornal afirma ter assistido a um vídeo que mostrava uma orgia com prostitutas que vestiam camisetas da Oxfam.

- Não advertir -

Segundo a investigação do The Times, a Oxfam também é suspeita de não ter advertido outras ONGs sobre o comportamento dos envolvidos no escândalo, o que permitiu que estes funcionários se transferissem para outras missões a cargo de pessoas vulneráveis em diferentes áreas de desastre.

Desta maneira, o diretor da Oxfam no Haiti, Roland van Hauwermeiren, renunciou sem nenhuma ação disciplinar, apesar de ter admitido que contratou prostitutas. Depois, tornou-se chefe da missão da ONG francesa Ação Contra a Fome (ACF) em Bangladesh entre 2012 e 2014.

A ACF contatou a Oxfam antes de empregar Roland van Hauwermeiren, mas a ONG não lhe indicou as razões de sua renúncia, declarou à AFP Mathieu Fortoul, porta-voz da organização. "Além disso, recebemos referências positivas de ex-colegas da Oxfam - a título pessoal - que trabalharam com ele, acrescentou.

A organização humanitária Oxfam está no olho do furacão após revelarem que encarregados da ONG contrataram prostitutas no Haiti depois do terremoto de 2010, pelo qual o governo britânico requer uma "investigação completa e urgente".

Segundo o jornal britânico The Times, funcionários da Oxfam, uma confederação internacional de ONGs com sede em Oxford, contrataram prostitutas em 2011 no Haiti durante uma missão no país.

Esta informação foi qualificada de "verdadeiramente chocante" por Downing Street, sede da liderança do governo britânico e residência da primeira-ministra Theresa May.

"Queremos que a Oxfam entregue todas as provas que têm desses atos à Comissão Caritativa (instituição que controla as ONGs, ndlr) para que seja feita uma investigação completa e urgente sobre essas acusações tão graves", indicou um porta-voz da primeira-ministra.

A Comissão Caritativa indicou em comunicado que recebeu um relatório da Oxfam em agosto de 2011, no entanto aquele relato mencionava "comportamentos sexuais inapropriados, feitos de intimidação e assédio da equipe", mas nada sobre "abusos dos beneficiários" da ONG e nem se referia a "potenciais crimes sexuais que envolveram menores".

"Nossa reação teria sido diferente se todos os detalhes mencionados pela imprensa tivessem sido comunicados naquele momento", escreveu a Comissão, que pediu à Oxfam para fornecer mais informações urgentemente.

Segundo o Departamento de Desenvolvimento Internacional (DFID) britânico, os diretores da organização mostraram uma falta de critério em sua investigação interna e em sua abertura com o governo e com a Comissão Reguladora da Caridade no Reino Unido.

A ministra encarregada do Desenvolvimento Internacional "está revisando nosso trabalho com a Oxfam e pediu uma reunião com seus dirigentes o mais breve possível", indicou uma porta-voz.

- Sete saídas da ONG -

Segundo a investigação do jornal The Times, depois do terremoto de 2010 que devastou a ilha e deixou cerca de 300 mil mortos, um responsável de alto escalão da organização contratou jovens prostitutas que foram convidadas para casas e hospedagens pagas pela organização para orgias.

As revelações foram feitas por uma fonte que assegurou ter visto imagens de uma orgia na qual trabalhadoras sexuais usavam camisetas da Oxfam.

Além disso, o jornal afirma que a Oxfam não advertiu outras ONGs sobre o comportamento dos envolvidos neste escândalo, permitindo que esses funcionários obtivessem transferências para outras missões a cargo de pessoas vulneráveis em diferentes zonas de desastres.

Desta maneira, o diretor da Oxfam no Haiti, Roland van Hauwermeiren, renunciou sem nenhuma ação disciplinar, apesar de ter admitido que contratou prostitutas. E depois se tornou chefe da missão para a ONG francesa Ação Contra a Fome (ACF) em Bangladesh entre 2012 e 2014.

Segundo as informações, outros dois funcionários renunciaram e quatro foram demitidos, mas não comunicaram as autoridades haitianas nem tomaram ações legais.

Em resposta à publicação, a Oxfam negou estar por trás de um "encobrimento" para proteger sua reputação.

A ACF contactou a Oxfam antes de empregar Roland van Hauwermeiren, mas a ONG não lhe indicou as razões de sua renúncia, declarou à AFP Mathieu Fortoul, porta-voz da organização. "Além disso, recebemos referências positivas de ex-colegas da Oxfam - a título pessoal - que trabalharam com ele, entre elas uma pessoa encarregada de relações humanas", acrescentou.

O presidente da Oxfam, Mark Goldring, disse neste sábado à BBC Rádio 4 que, vendo agora, "preferiria que evocássemos o mau comportamento de natureza sexual, mas acho que ninguém se interessou em descrever os detalhes desse comportamento porque chamaria muito a atenção para este assunto", indicou.

A ONG condenou o comportamento "totalmente inaceitável" dos funcionários envolvidos e destacou que ainda não há provas sobre "as acusações segundo as quais meninas menores de idade estão envolvidas".

Goldring detalhou que a Oxfam recebe "menos de 10% de seu financiamento total" da agência britânica encarregada do Desenvolvimento Internacional. "Esperamos que continuemos trabalhando com eles", concluiu.

Alguns trabalhadores da ONG Oxfam contrataram prostitutas no Haiti durante a operação de ajuda posterior ao terremoto que destruiu o país, denunciou nesta sexta-feira um jornal britânico, enquanto a organização negou que tenha havido encobrimento.

Segundo o jornal The Times, depois do terremoto de 2010 que devastou a ilha e deixou cerca de 300.000 mortos, um alto cargo da organização contratou jovens prostitutas.

Grupos de jovens prostitutas foram convidadas a casas e hospedagens pagas pela organização para festas sexuais, segundo uma fonte que assegurou ter visto imagens de uma orgia em que prostitutas usavam camisetas da Oxfam.

A organização lançou uma investigação interna em 2011 que determinou que havia uma "cultura da impunidade" entre alguns funcionários mas que foi incapaz de saber se algumas das prostitutas eram menores de idade, assegurou o jornal.

The Times afirmou que o diretor para o país da Oxfam, Roland van Hauwermeiren, renunciou sem que houvesse nenhuma ação disciplinar, apesar de que supostamente admitiu ter contratado prostitutas.

Em resposta à publicação, a Oxfam negou estar por trás de um "encobrimento" para proteger sua reputação.

"A Oxfam administra as acusações de má conduta com extrema seriedade", disse um porta-voz da ONG à AFP.

A Oxfam admitiu que houve acusações de envolvimento de meninas menores de idade, mas disse que estas "não foram provadas".

"Vários membros do pessoal foram despedidos como resultado da investigação e outros deixaram a organização antes de que esta fosse concluída", indicou a representante.

Mesmo com a economia ainda patinando, o Brasil ganhou no ano passado 12 novos bilionários, segundo pesquisa realizada pela Oxfam, organização internacional não-governamental de combate à pobreza e desigualdade, Com isso, são hoje 43 bilionários no País. No mundo atualmente há 2,043 mil bilionários, sendo que nove entre dez são homens.

A pesquisa mostra ainda que o patrimônio somado dos bilionários brasileiros chegou a R$ 549 bilhões no ano passado, um crescimento de 13% em relação ao ano anterior. O levantamento diz que o Brasil tem hoje cinco bilionários com patrimônio equivalente ao da metade mais pobre da população brasileira.

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O relatório foi lançado nesta segunda-feira (22) antes do início da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Do Brasil participarão, além do presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles; Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco; Candido Botelho Bracher, presidente do Itaú Unibanco, e Paul Bulcke, presidente da Nestlé.

O levantamento mostra ainda que de toda a riqueza gerada no mundo em 2017, 82% ficou com 1% da população.

O trabalho diz que tratar apenas da geração de novas empresas, mantendo as atuais condições precárias de trabalho, é "uma forma ineficiente de se eliminar a pobreza".

A Oxfam recomenda que, para melhorar essa situação, seria necessário limitar os retornos a acionistas e altos executivos de empresas, acabar com as diferenças salariais por gênero, garantir que os ricos paguem uma cota justa de impostos e tributos e aumento dos gastos com serviços públicos, como de saúde e educação.

Uma pesquisa realizada pela ONG britânica Oxfam diz que o co-fundador da Microsoft, Bill Gates, pode se tornar o primeiro trilionário do mundo. O relatório informa também que os oito homens mais ricos do planeta possuem tanta riqueza quanto as 3,6 bilhões de pessoas que compõem a metade mais pobre da população.

O estudo prevê que, dado o dado o crescimento da riqueza existente, o mundo poderia ter seu primeiro trilionário nos próximos 25 anos, quando Bill Gates estaria completando seu 86º aniversário. Quando Gates deixou a Microsoft em 2006, seu patrimônio líquido era de US$ 50 bilhões, de acordo com a Oxfam. Até 2016, sua riqueza havia aumentado para US$ 75 bilhões.

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Para a análise hipotética, os pesquisadores da Oxfam aplicam a taxa média de crescimento que os ultrarricos têm desfrutado, 11% ao ano desde 2009, aos atuais níveis de riqueza de Bill Gates - mais de US$ 84 bilhões, segundo a Forbes.

Pelos cálculos, o magnata pode se tornar o primeiro trilionário do mundo aos 86 anos. "Em tal ambiente, se você já é rico, você tem que se esforçar para não ficar muito mais rico", observa a Oxfam.

Além do trabalho de caridade que Bill Gates faz por meio de sua fundação pessoal, ele é um dos membros fundadores da The Giving Pledge, uma espécie de clube que reúne ricos dispostos a investir, pelo menos, metade de suas fortunas em causas sociais.

Oito pessoas no planeta possuem tanta riqueza quanto a metade mais pobre da população mundial, situação "indecente" que "exacerba as desigualdades", denuncia a ONG britânica Oxfam em um relatório publicado antes do Fórum Econômico Mundial, que começa na terça-feira em Davos.

"É indecente que tanta riqueza esteja concentrada nas mãos de uma minoria tão pequena, quando se sabe que uma em cada dez pessoas no mundo vive com menos de 2 dólares por dia", afirmou uma porta-voz da Oxfam, Manon Aubry.

O relatório, intitulado "Uma economia a serviço dos 99%", revela "como as grandes empresas e os indivíduos mais ricos exacerbam as desigualdades, ao explorar um sistema econômico desfalecente, sonegando impostos, reduzindo salários e aumentando os rendimentos para os acionistas".

A Oxfam, que tradicionalmente denuncia as crescentes desigualdades por ocasião do Fórum de Davos, adverte neste ano sobre "a pressão exercida sobre os salários em todo o mundo", assim como os benefícios fiscais das empresas ou o recurso a paraísos fiscais.

"As empresas otimizam seus lucros, especialmente aliviando o máximo possível sua carga fiscal, privando os Estados de recursos essenciais para financiar as políticas e os serviços necessários para diminuir as desigualdades", destaca o documento.

A ONG, que se baseia em "novas informações mais precisas sobre a divisão da riqueza no mundo", convoca os governos a reagir promovendo uma economia mais humana.

"Quando as autoridades políticas deixarem de estar obcecadas pelo PIB, se concentrarem no interesse de todos os cidadãos e não apenas de uma elite, será possível um futuro melhor para todas e todos", afirma Aubry.

No ano passado, a Oxfam havia denunciado que o patrimônio acumulado do 1% mais rico do mundo havia superado em 2015 os 99% restantes com um ano de antecedência em relação ao previsto.

Os países ricos acolheram apenas uma pequena parcela dos quase cinco milhões de refugiados procedentes da Síria, indicou a ONG britânica Oxfam em um relatório divulgado nesta terça-feira (29). No texto, a ONG pede aos países ricos que façam um esforço e que aceitem pelo menos 10% dos 4,8 milhões de refugiados sírios registrados na região.

Hoje, os países ricos reinstalaram apenas 67.100 pessoas, ou 1,39% dos refugiados, segundo a organização. A Oxfam publicou seu informe na véspera de uma conferência internacional promovida pela ONU em Genebra, quando os países têm de prever lugares para reinstalar os refugiados sírios.

A grande maioria permanece nos países próximos quando o conflito chega a seu sexto ano. O objetivo da conferência da ONU é conseguir "compartilhar a responsabilidade global" derivada da crise dos refugiados, provocada pela guerra nesse país. Já são mais de 270.000 mortos.

Segundo a Oxfam, apenas três países ricos - Canadá, Alemanha e Noruega - fizeram mais do que lhes cabia em matéria de acolhida permanente de refugiados. Outros cinco países - Austrália, Finlândia, Islândia, Suécia e Nova Zelândia - também se comprometeram a fazer 50% mais do que sua parte. Já os 20 países restantes examinados pela Oxfam estão abaixo das expectativas.

Os Estados Unidos se comprometeram com 7% dos quase 171.000 considerados sua parte. Até agora, o governo americano reinstalou 1.812 refugiados sírios e indicou que assumirá mais 10.000. Holanda também beira os 7%; Dinamarca, 15%; e Grã-Bretanha, 22%, segundo a Oxfam.

De acordo com a diretora da Oxfam, Winnie Byanyima, "os países com economias fortes, serviços eficazes e infraestruturas desenvolvidas, podem reinstalar de imediato meio milhão de refugiados, se assim decidirem". Byanyima destacou que, no Líbano, um em cada cinco habitantes é um refugiado sírio e, na Jordânia, um em cada dez.

Relatório divulgado nesta quarta-feira (29) pela Oxfam - organização não governamental que desenvolve campanhas e programas de combate à pobreza em todo o mundo - informa que, desde o início da crise financeira internacional, em outubro de 2008, dobrou o número de bilionários no mundo. Ao mesmo tempo, aumentou também a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres.

De acordo com o diretor da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst, entre as causas da desigualdade, que aumenta cada vez mais o fosso entre ricos e pobres, está o “fundamentalismo do mercado”, que promove um crescimento econômico que beneficia apenas uma elite pequena, deixando em situação ainda mais difícil os pobres.

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"Para começar, 70% da população mundial vivem em países onde a desigualdade e a concentração de riqueza aumentaram nos últimos anos. O número de bilionários do mundo simplesmente dobrou desde que a crise financeira teve início. Crises como essa afetam, em geral, o lado mais frágil da corda”, disse ele à Agência Brasil. E o aumento da desigualdade, acrescenta ele, pode levar a um retrocesso de décadas na luta contra a pobreza.

Diretora executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima disse que o mundo possui recursos suficientes para melhorar a vida de todos. “É hora de equilibrar o jogo antes que a situação piore”, avalia Winnie. 

A fim de pressionar as lideranças mundiais a “transformar a retórica em prática e garantir condições mais justas às pessoas mais pobres”, o relatório – intitulado Equilibre o Jogo: É Hora de Acabar com a Desigualdade Extrema – mostra que, enquanto centenas de milhões de pessoas vivem em abjeta pobreza sem acesso a serviços essenciais de saúde ou à educação básica, as pessoas ricas têm dinheiro que  jamais poderão gastar durante toda a vida. “Se as três pessoas mais ricas do mundo gastassem US$ 1 milhão por dia, precisariam de 200 anos para exaurir suas fortunas”, informa o relatório. Segundo o documento, as 85 pessoas mais ricas viram sua fortuna coletiva crescer US$ 668 milhões ao dia entre 2013 e 2014. Isso corresponde a quase meio milhão de dólares por minuto.

Atualmente, na África Subsaariana, há 16 bilionários convivendo com 358 milhões de pessoas na extrema pobreza. E, na África do Sul, a desigualdade está maior agora do que na época do fim do apartheid. Uma das sugestões da Oxfam para diminuir a distância entre os mais ricos e os mais pobres é o investimento em serviços públicos gratuitos, principalmente nas áreas de saúde e educação. A cada ano, diz o estudo, cem milhões de pessoas são levadas à pobreza porque são obrigadas a pagar por serviços de saúde.

Na avaliação de Simon Ticehurst, a desigualdade é ruim para todo o mundo e causa impactos nas condições de emprego e na segurança, além de resultar também em instabilidade política. A América Latina, exemplifica o pesquisador, é a região mais desigual e insegura do planeta. E é a que registra mais violência. "Mas a desigualdade não está presente apenas nos países mais pobres", ressalta ele.  “No Reino Unido, dependendo de onde você nasce e de onde você mora, a diferença na expectativa de vida pode chegar a nove anos de diferença. Isso também está relacionado às diferenças sociais, porque quanto maior for a sua qualidade de vida, maior será a sua longevidade”, disse.

Outro país citado pelo diretor da Oxfam são os Estados Unidos. “Lá, se você nasce dentro de família pobre, tem 50% a mais de chances de ser pobre na fase adulta. É um país que tem baixíssima mobilidade social. Isso desmente o que prega o American Dream [Sonho Americano]. Como bem disse Richard Wilkinson no resumo executivo da nossa publicação, se os americanos querem viver o sonho americano, devem se mudar para a Dinamarca”.

Apesar dos históricos problemas de desigualdade social no Brasil, o país é citado como exceção, ao ser comparado à tendência que se verifica no mundo, de aumento da desigualdade social. “Podemos dizer que o Brasil está construindo um tipo de Brazilian Dream (sonho brasileiro). Há muito a avançar, mas os primeiros passos já foram dados. Enquanto outros países, inclusive europeus, estão andando para trás, o Brasil está melhor equilibrado, apesar da situação ainda desfavorável para boa parcela da população. Mas o Brasil precisa ter cuidado para não cair no discurso do fundamentalismo de mercado. Isso colocaria em risco todos os avanços conquistados”, alerta o diretor da entidade britânica.

Na avaliação de Simon Ticehurst, situações de desigualdade identificadas em boa parte do mundo, apesar de serem historicamente problemáticas, podem ser corrigidas. Basta que se insista nas políticas que são acertadas. “Não é inevitável. Podem ser corrigidas com uma série de medidas relacionadas à importância de os governos responderem às necessidades de todo o povo, e não de uma elite econômica. O problema é quando, a exemplo do que acontece na política brasileira, há uma exagerada influência das elites no parlamento”, disse ele.

Para a Oxfam, uma medida que pode ajudar a amenizar o problema é o combate efetivo à sonegação fiscal, principalmente das grandes corporações multinacionais e das pessoas mais ricas do mundo. “Uma alíquota de imposto de apenas 1,5% sobre a fortuna dos bilionários do mundo poderia arrecadar o suficiente para colocar todas as crianças na escola e fornecer assistência à saúde nos países mais pobres”, sugere o relatório. “Não é que sejamos antimercado, mas é justamente o extremo do fundamentalismo de mercado o que tem criado essa explosão de desigualdade. Por esse motivo nossa campanha tem o nome Equilibre o Jogo. O desafio é encontrar um equilíbrio, onde todos possam ganhar. Não apenas os superricos”, disse Ticehurst.

A Oxfam International informou nesta quinta-feira que o fato de a atriz norte-americana Scarlett ter feito o comercial para uma empresa que opera em um assentamento na Cisjordânia é incompatível com seu papel como embaixadora da Oxfam.

Em comunicado, a organização diz que aceita a decisão da atriz, que na quarta-feira anunciou que estava deixando seu cargo na Oxfam por causa de uma "diferença fundamental de opinião".

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A organização humanitária internacional disse nesta quinta-feira que acredita que a SodaStream e outras empresas que operam em assentamentos israelenses na Cisjordânia contribuem para "a negação dos direitas das comunidades palestinas que nós trabalhamos para dar apoio".

A Oxfam afirma que se opõe a todo o comércio com assentamentos israelenses "que são ilegais sob a lei internacional".

Cerca de 550 mil israelenses vivem em assentamentos da Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, terras que Israel tomou em 1967, juntamente com a Faixa de Gaza. Os palestinos querem todos esses territórios para a formação de seu futuro Estado.

Ativistas pró-palestinos, que defendem boicotes de consumidores a bens produzidos em assentamentos judaicos - considerados ilegais pela comunidade internacional - encorajaram o público a evitar as máquinas para a fabricação doméstica de refrigerante da SodaStream. A principal fábrica da empresa está instalada numa zona industrial israelense nas proximidades do assentamento de Maaleh Adumim, na Cisjordânia. Fonte: Associated Press.

A atriz americana Scarlett Johansson abandonou o papel de embaixadora da organização beneficente Oxfam por participar de uma campanha publicitária de uma marca de refrigerantes israelense, anunciou a Oxfam nesta quinta-feira (29). Johansson, de 29 anos, é a estrela de um anúncio da empresa de refrigerantes SodaStrem que deve ser exibido no domingo durante o intervalo do Super Bowl, a final da liga de futebol americano e um dos espaços mais cobiçados para uma campanha publicitária.

"Como muitos atores, salvar o mundo é meu trabalho verdadeiro", afirma a atriz no início do anúncio. O comercial já foi visto mais de 4,5 milhões de vezes no Youtube. "O papel de Johansson promovendo a empresa SodaStream é incompatível com seu papel de embaixadora mundial da Oxfam", razão pela qual a organização "aceitou sua decisão de renunciar" ao cargo honorífico, anunciou a Oxfam em um comunicado.

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"A Oxfam acredita que empresas como a SodaStream, que operam em assentamentos, agravam a pobreza e a negação dos direitos das comunidades palestinas que trabalhamos para apoiar", afirmou a organização não governamental. "A Oxfam se opõe a qualquer comércio dos assentamentos israelenses, que são ilegais sob a lei internacional", acrescentou a Oxfam.

Johansson colaborava com a Oxfam desde 2005 e em 2007 se converteu em embaixadora mundial de sua causa. Em um artigo divulgado na última sexta-feira no The Huffington Post, Johansson se defendeu da polêmica afirmando: "sigo apoiando a cooperação econômica e interação social entre um Israel democrático e a Palestina".

O ator mexicano Gael García Bernal, embaixador da organização humanitária Oxfam, pediu à comunidade internacional mais ajuda para os refugiados sírios na região, depois de visitar vários deles na Jordânia. "A ajuda é essencial para estas pessoas. Apesar das promessas da comunidade internacional, não há ajuda suficiente", indicou García Bernal, citado em um comunicado da Oxfam.

"Mais importante ainda é que as pessoas que conheci querem paz. Querem voltar para seu país para reconstruir o futuro. Já é hora de colocar dinheiro invés de falar tanto e ajudar esta gente, cujo único sonho é voltar para casa", acrescentou.

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Mais de 1,8 milhão de sírios deixaram o país e se refugiaram em países vizinhos, fugindo de uma guerra que já custou a vida de 100.000 pessoas. A maioria dos refugiados se encontra no Líbano (600.000 refugiados) e na Jordânia (500.000).

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