Tópicos | partidos

Extinta em 2017, a propaganda partidária gratuita em rede nacional voltou para ser um ingrediente a mais na disputa eleitoral de 2022. O primeiro partido a inserir seu material de promoção foi o PSOL, no sábado (26), mas o calendário de inserções com as demais siglas se estende até o fim do primeiro semestre.

A Lei 14.291/22, acordada pelo Congresso em janeiro, autorizou que os partidos voltem a difundir suas ideias, atividades e posições sobre temas sensíveis à sociedade em estações de rádio e canais de televisão.

##RECOMENDA##

Diferente da propaganda eleitoral, que inicia em agosto, a partidária não pode pedir votos ou fazer publicidade dos candidatos, conforme determina a Resolução 23.679/2022 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A resolução também certifica que pelo menos 30% do material de cada legenda seja usado para promover a participação feminina na política. O uso indevido do espaço com fake news e informações que prejudiquem o processo de votação podem penalizar os partidos, que são responsáveis por seus conteúdos.

Inserções

Ao todo, serão 305 minutos de propaganda veiculados sempre nas terças, quintas e aos sábados, entre 19h30 e 22h30. Cada rede pode transmitir até 10 inserções de 30 segundos por dia, com o intervalo de 10 minutos entre cada uma. 

As duas primeiras horas podem transmitir três inserções e a última hora pode transmitir até quatro.

Critérios

O tempo de cada partido é disposto de acordo com o desempenho nas últimas eleições gerais. Os que elegeram mais de 20 deputados federais têm direito a 20 minutos semestrais. Quem têm 10 ou 20 eleitos recebeu 10 minutos e as bancadas com até 9 parlamentares têm cinco minutos.

Calendário

O calendário de inserções começou com PSOL no mês passado e PDT, que abriu o mês de março logo no dia 1º. MDB e PSL começam no próximo dia 10, e no dia 12 é a vez do PROS e AVANTE.

No dia 22 de março, estreiam o PCdoB e o PSC; dia 24 será o PT, e o mês encerra com PSB (26) e PATRIOTA (29).

REPUBLICANOS começa no dia 7 de abril, seguido por PSDB e PP, no dia 26. Em maio, SOLIDARIEDADE (19) e PODEMOS (21) apresentam suas propagandas.

O último mês da propaganda partidária foi reservado ao PL (2), PV (4), CIDADANIA (11) e PSD (14), dispôs o calendário do TSE.

 

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vai se filiar ao Progressistas no fim deste mês. De acordo com o presidente interino da legenda, o deputado Cláudio Cajado (BA), a entrada na sigla vai ocorrer durante cerimônia no Mato Grosso do Sul marcada para o dia 20 ou 21 de março.

Nas eleições de 2022, Tereza tem dito que quer concorrer a uma vaga ao Senado pelo Estado, mas também é lembrada como uma das principais opções de candidata a vice-presidente na tentativa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

##RECOMENDA##

Quando perguntada sobre a possibilidade de concorrer na chapa de Bolsonaro, a ministra costuma desconversar e dizer que não existe um convite.

"Como eu posso ser candidata a vice? Não existe candidatura à vice, existe convite. Isso o presidente Bolsonaro vai fazer na hora que ele entender e à pessoa que ele achar. Nunca conversei, já cansei de dizer isso", declarou em entrevista à CNN nesta quarta-feira, 2.

Cláudio Cajado repetiu o mesmo discurso da ministra e disse que, como não há convite para ser vice, o partido trabalha apenas com a ideia de ela ser candidata a senadora.

"O desejo dela é ser candidata a senadora. O partido não tem nenhuma conversa de poder encaminhar o candidato a vice, não recebemos o convite oficial. Estamos cuidando da nossa agremiação independente de conjuntura futura", afirmou ao Estadão.

O presidente interino do Progressistas também declarou que a legenda planeja uma série de eventos de filiações nos Estados e citou Paraná, Espírito Santo e Tocantins: "Vamos manter a nossa estratégia de filiar novos deputados, estar nos Estados filiando bons candidatos, que não tem mandato ainda, mas que possam robustecer a legenda".

Ao decidir entrar no Progressistas, a chefe da pasta da Agricultura sai do União Brasil. Atualmente, ela está licenciada do cargo de deputada, mas, pelas regras eleitorais, vai ter de sair do ministério e voltar ao mandato a partir de abril para poder concorrer no pleito deste ano. Tereza foi eleita deputada em 2018 pelo DEM, partido que se fundiu com o PSL e formou o União.

O Progressistas é um dos maiores partidos do Centrão e tem como principal líder o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado da legenda. A sigla também abriga o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PR), e o presidente da Casa, Arthur Lira (AL).

Começa nesta quinta-feira (3) a janela partidária, prazo para que deputados federais e estaduais mudem de partido sem correr o risco de perda do mandato. O "cartão verde" para a troca de legenda possibilita a consolidação de novos acordos e alianças em ano eleitoral, mas também permite que parlamentares insatisfeitos com os rumos da sigla procurem outro "abrigo" para a próxima legislatura. A janela termina no dia 1º de abril.

Nesse vaivém partidário, algumas legendas engordam suas bancadas e ganham poder de barganha na Câmara dos Deputados, enquanto outras, claro, acabam desfalcadas. Este ano, a sigla que mais deve crescer é o PL, que projeta um salto de 43 para 65 deputados. Antes mesmo da abertura do prazo, o partido já havia saído de 33 para 43 - graças sobretudo à filiação do presidente Jair Bolsonaro.

##RECOMENDA##

Também ganha o Progressistas, do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), que deve sair dos atuais 42 deputados para 52. Em seguida, o PSD deve saltar de 35 para 40. O Republicanos, de 31 para 34. O PT, segunda maior bancada da Câmara, ganha um parlamentar e vai a 54. Por fim, a bancada da Rede cresce de 1 para 2.

Entre os partidos que mais devem perder filiados estão o PSDB, que pode cair de 32 para 27 deputados; o PDT, de 25 para 22; o PROS, de dez para sete, e o PTB, que, ao que tudo indica, terá a bancada diminuída pela metade, de dez para cinco.

Atualmente a maior bancada da Câmara, com 81 parlamentares, o União Brasil - fusão entre DEM e PSL - espera ter 61 deputados, contando com o desembarque de até 30 bolsonaristas e a vinda de pelo menos dez novas pessoas. Dessa forma, ao final do prazo, o primeiro lugar em quantidade de congressistas deve ser assumido pelo PL.

A movimentação entre as legendas começou antes mesmo da janela partidária, mas deve se intensificar a partir desta quinta-feira. Após os 30 dias, o "Centrão" deve ganhar ainda mais força e consolidar o declínio da tríade - MDB, PSDB e PT - que costumava disputar protagonismo na Câmara antes de 2018. Já a bancada do PL será turbinada com bolsonaristas e deve alcançar o melhor resultado da história do partido na Câmara.

Proporcionalmente, o maior derretimento deve acontecer no PTB. O partido enfrenta hoje uma crise interna por disputa de comando e a maioria dos deputados eleitos pela legenda discordam do rumo bolsonarista radical que o ex-deputado e presidente afastado da sigla, Roberto Jefferson, tem tomado.

A partir desta quinta-feira (3), será aberta a janela de migração partidária, com duração de 30 dias, até 1º de abril. Neste período, deputados federais ou estaduais poderão trocar de partido sem perder o mandato por infidelidade partidária e, assim, se candidatarem por outras legendas nas eleições de 2022.

A troca de partido promoverá uma reconfiguração das forças políticas nas próximas eleições, sem que as siglas sejam prejudicadas. A janela partidária acontece seis meses antes do primeiro turno e foi regulamentada pela reforma eleitoral de 2015. Houve o entendimento firmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que o mandato obtido nas eleições proporcionais pertence ao partido, e não aos candidatos eleitos.

##RECOMENDA##

Em 2018, o TSE decidiu que só pode usufruir da janela partidária a pessoa eleita que esteja no término do mandato vigente. O parlamentar que migra de legenda fora deste período sem apresentar justa causa pode perder o mandato. As situações em que se enquadra a justa causa são: criação de uma nova sigla; fim ou fusão do partido; desvio do programa partidário ou grave discriminação pessoal.

O deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) protocolou na Câmara um projeto que proíbe a criação de partidos políticos que contenham programas que remetam aos ideais nazistas. A proposta foi apresentada na última quarta-feira (9). Em seguida, o parlamentar cobrou das legendas atenção no combate permanente a toda forma de discriminação racial e étnica.

Vice-líder do Cidadania na Câmara, Daniel acredita que as agremiações precisam adotar mecanismos anti-propagação de ideologias que relativizem o Holocausto ou a perseguição contra o povo judeu. A proposta inclui na legislação brasileira dispositivo que veda a formação de partidos com estatutos discriminatórios.

##RECOMENDA##

Crime

Para o deputado, proferir ofensas contra qualquer povo ou promover o nazismo são ações contra a liberdade.

"Apologia ao nazismo é crime. Não é liberdade de expressão. Além disso, o Congresso Nacional precisa emitir um sinal claro de que não permitirá a criação de partidos que flertem com esses absurdos", concluiu Daniel.

Os partidos políticos chegaram ao ano eleitoral de 2022 devendo R$ 84 milhões aos cofres públicos - considerando débitos já parcelados ou alvo de acordo esse número supera R$ 100 milhões. Boa parte diz respeito a multas aplicadas pela Justiça Eleitoral, mas há também pagamentos atrasados para a Previdência e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dos funcionários e impostos não recolhidos. A maior dívida é do PT: R$ 23,6 milhões, quase quatro vezes o valor devido pelo segundo colocado, o Democratas (DEM), com R$ 6,5 milhões.

A existência de dívidas não impede que os partidos continuem recebendo recursos públicos do Fundo Partidário (cerca de R$ 1 bilhão) e do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC), conhecido como "Fundão Eleitoral" - o Orçamento de 2022 separou mais R$ 4,9 bilhões para as campanhas eleitorais deste ano. As multas e dívidas também não alcançam a pessoa física dos dirigentes e ex-dirigentes das siglas. A maioria dos diretórios dos partidos procurados pela reportagem não quis comentar, mas, informalmente, alguns dirigentes atribuíram a responsabilidade pelas dívidas aos antecessores.

##RECOMENDA##

A maior parte da dívida do PT é com a Previdência Social: R$ 16,4 milhões. Em seguida, vêm as multas da Justiça Eleitoral (R$ 5,1 milhões). Há também dívidas de impostos (R$ 709 mil) e de FGTS (R$ 135 mil). No caso do PT, todas as dívidas dizem respeito aos diretórios estaduais (R$ 12,7 milhões) e municipais (R$ 10,8 milhões). Procurada, a direção nacional não quis dar explicações.

Dos dez diretórios mais endividados do País, quatro são do PT. O campeão é o diretório estadual no Rio Grande do Sul, com R$ 8,1 milhões em cobrança. O diretório municipal do PT em São Paulo vem em seguida, com R$ 4,6 milhões - o valor é composto por dívidas previdenciárias, descritas como "em cobrança" pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. No caso do diretório gaúcho, há também impostos atrasados, além das dívidas com o INSS.

O PT é a segunda legenda que mais recebeu recursos do Fundo Partidário em 2021 - R$ 95,2 milhões -, atrás apenas do PSL, com R$ 112,7 milhões.

Ao todo, 31 dos 33 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm algum tipo de dívida com a União - as exceções são o Novo, sigla criada em 2015, e a Unidade Popular, legenda de esquerda que obteve o registro formal em 2019. Para obter os dados, o Estadão confrontou os mais de 32 mil CNPJs dos partidos brasileiros com a base de dados da Procuradoria da Fazenda.

ENDIVIDADOS

Dos 32.013 diretórios nacionais, estaduais e municipais, quase um quinto (17,1%) carrega algum tipo de dívida com a União, seja como devedor principal ou solidário, no caso de multas eleitorais que são aplicadas a uma coligação com várias legendas. Proporcionalmente, a sigla com mais diretórios endividados é o PSB, com mais de um quarto de seus CNPJs relacionados a algum tipo de débito. Procurada, a legenda também se recusou a explicar a situação.

Assim como o PT, a maioria dos partidos concentra suas dívidas nos órgãos municipais e estaduais, deixando a direção nacional livre de débitos. As dívidas dos diretórios nacionais de todos os partidos somam pouco menos de R$ 2 milhões, ou 2,2% do total. Enquanto isso, os diretórios municipais e estaduais ficam com 47,5% e 50,2% dos débitos, respectivamente. No conjunto dos partidos, a maior parte das dívidas é com a Previdência e o FGTS dos funcionários, com pouco mais de R$ 30 milhões dos R$ 84,3 milhões em cobrança - isto é, que não foram alvo de acordo ou benefício fiscal.

O maior débito em cobrança carregado pela direção nacional de um partido pertence ao Cidadania, com pouco mais de R$ 512 mil. A legenda disse que está negociando parte das dívidas previdenciárias e pagando aos poucos o montante devido.

JURISPRUDÊNCIA

Em setembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão que favorece o comando nacional das legendas: por maioria, a Corte arbitrou que os débitos dos diretórios municipais e estaduais são de responsabilidade apenas deles mesmos, e não da direção nacional. A ação foi movida por DEM, PSDB, PT e Cidadania - juntos, os diretórios estaduais e municipais desses quatro partidos somam R$ 37,1 milhões em dívidas.

Ao seguir o entendimento do relator do caso, o ministro Dias Toffoli, a maioria do STF declarou constitucional um trecho da Lei dos Partidos Políticos segundo o qual as dívidas são de responsabilidade exclusiva do diretório.

DEPENDÊNCIA

Especialista em direito eleitoral e doutor em direito do Estado pela Universidade de São Paulo (USP), o advogado Renato Ribeiro de Almeida explica que a existência de dívidas não impede as legendas de receberem recursos públicos. "Embora isto possa ser polêmico, o que o legislador pensou foi em garantir a existência do pluripartidarismo no Brasil. Muitos partidos dependem dos recursos públicos. Se eles ficassem impedidos de receber (os fundos Partidário e Eleitoral) em função das dívidas, criaríamos uma situação que inviabilizaria a participação deles nas eleições e o trabalho deles ao longo do ano", diz ele, cuja tese de doutorado é sobre o funcionamento dos "partidos negócios".

Uma regra que dificulta a vida dos dirigentes partidários é a de que as multas eleitorais não podem ser pagas com dinheiro do Fundo Partidário. Para quitar essas punições, as legendas precisam buscar outras fontes de recursos.

"Como o Fundo Partidário é dinheiro público, do Orçamento, e uma das fontes dele é justamente as multas eleitorais, as legendas não podem usar recursos dos Fundos Eleitoral e Partidário para pagar essas dívidas. Ele tem que fazer uma arrecadação privada. O que é um grande problema, porque é muito difícil no Brasil você ter esse tipo de doações hoje", diz o advogado especialista em direito eleitoral Luiz Eduardo Peccinin, que é doutorando em Direito na Universidade Federal do Paraná.

Mesmo estando longe de ser a maior fonte de receita dos partidos, algumas legendas obtêm doações. A Direção Nacional do PT, por exemplo, declarou ao TSE ter recebido R$ 9,1 milhões de pessoas físicas no ano passado.

A pendência mais antiga inscrita na Dívida Ativa da União é um débito contra o Diretório Estadual do PSDB no Rio de Janeiro, de março de 2000. Segundo a base de dados da Procuradoria da Fazenda, os partidos têm dívidas ativas de R$ 646,3 mil com mais de 20 anos sem acordo ou negociação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após mais uma rodada de conversas sem chegarem a um acordo, quatro partidos de esquerda decidiram ir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir uma prorrogação do prazo para a formalização de uma federação. PT, PSB, PC do B e PV devem apresentar um recurso até segunda-feira, 24.

O prazo para que todas as federações sejam registradas é até 2 de abril, seis meses antes das eleições. Na avaliação de dirigentes do PT e do PSB, a data é insuficiente. Um dos motivos é que a janela partidária - período em que parlamentares podem trocar de partido - termina na véspera, no dia 1º de abril. "Nós queremos fazer um recurso, porque o tempo da política não pode ser dado pelo tempo do processo burocrático do TSE", disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, após deixar reunião com dirigentes do PSB nesta segunda-feira, 17. "Tem definições na política que vão acontecer só depois da janela partidária, a partir de abril. O TSE está nos forçando a fazer uma discussão sem ter uma clareza."

##RECOMENDA##

As federações partidárias serão uma das novidades das disputas de 2022. Foram criadas pelo Congresso em setembro deste ano, e regulamentadas por uma resolução do TSE publicada em 14 de dezembro, sob a relatoria do presidente da Corte eleitoral, o ministro Luís Roberto Barroso. A exemplo das coligações, a federação permite que os partidos atuem em conjunto no período eleitoral, inclusive somando os votos para conquistar mais vagas na Câmara e nas assembleias. Mas as semelhanças acabam por aí: a federação exige que as siglas continuem juntas, por, no mínimo, mais quatro anos.

"(O prazo) cria uma dificuldade, é um instituto muito novo, muito complexo e é um tempo insuficiente", afirma o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

Ele e Gleisi se reuniram nesta quinta-feira, 20, na sede nacional dos socialistas em Brasília para discutir as estratégias dos partidos. Participaram do encontro pelo PSB, o ex-governador de São Paulo Márcio França, o governador de Pernambucano, Paulo Câmara. Pelo PT, o secretário-geral do partido, Paulo Teixeira.

O encontro não definiu a entrada do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin no PSB. Segundo o presidente da sigla, Alckmin foi convidado a entrar no partido e "tudo indica que ingressará", mas a sigla ainda está aguardando a definição se haverá a aliança formal com o PT. O nome do ex-tucano é cotado como vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Uma nova reunião está marcada para a próxima quarta-feira para tentar chegar a um consenso. O principal entrave para as alianças são as candidaturas aos governos locais. Em São Paulo, por exemplo, França, do PSB, quer ser o candidato do grupo, enquanto o PT pretende lançar o ex-prefeito Fernando Haddad para o cargo. Situações semelhantes ocorrem em Pernambuco, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.

Hoffmann afirmou que as escolhas de candidatos e da construção das chapas devem seguir os mesmo critérios em todos os Estados. "Com muito respeito entre nós, temos que chegar a um denominador. A competitividade da disputa lá vai se dar se nós conseguirmos unificar esse campo. Inclusive, eu sou daquelas que defende também trazer o PSOL para essa união", disse a dirigente petista.

O ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) afirmou nesta quarta-feira, 19, que a legenda tem conversado com outros partidos para compor uma aliança na corrida eleitoral. Segundo ele, a ideia é promover a "construção conjunta" de um projeto para o País para as eleições de 2022. Moro citou União Brasil, Cidadania e Novo.

"Se um partido puder vir (para formar uma aliança), ótimo. Caso contrário, se tivermos apoio de outros partidos (em um eventual governo), como tem acontecido com (integrantes do) Novo, Cidadania e União Brasil, teremos condições de construir um projeto em conjunto", disse Moro, em entrevista à rádio Jovem Pan Maringá.

##RECOMENDA##

Segundo ele, a ideia é que esses acordos ajudem a compor a base governista caso seja eleito. "Acho que isso [conversas com outros partidos] é fundamental. Precisamos pensar também adiante em um País que precisa ter alianças dentro do Congresso, alianças baseadas em projetos, princípios e valores que temos que realizar", afirmou.

Ao contrário do União Brasil, Novo e Cidadania já têm pré-candidatos lançados à disputa presidencial, respectivamente Felipe d´Ávila e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Numa iniciativa em defesa do ex-juiz, aliás, protocolou representação contra o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), e o subprocurador-geral junto à Corte, Lucas Furtado, por suposto abuso de autoridade contra Moro. O tribunal investiga o rompimento de contrato do ex-juiz com a consultoria americana Alvarez & Marsal.

Filiação

Também nesta manhã, em outra entrevista, desta vez concedida à Rádio Difusora de Nortelândia-MT, Moro foi questionado sobre sua possível migração para o União Brasil, que nasce da fusão entre DEM e PSL já em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral. "Não tem nada concreto. Estou no Podemos", declarou. O tema veio à tona após reportagem do jornal O Globo divulgar que o partido presidido pela deputada Renata Abreu (Podemos-SP) poderia abrigar o ex-juiz em troca de lançar a dirigente como vice.

Segundo pesquisa Ipespe divulgada na última sexta-feira, 14, Moro segue em terceiro lugar na disputa, com 9% das intenções de votos. Na liderança, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 44%, seguido de Jair Bolsonaro (PL) com 24%.

Desde que divulgou sua pré-candidatura, Moro tenta ocupar o espaço da chamada terceira via, rompendo a polarização entre Lula e Bolsonaro. Sua candidatura como terceira via tem atraído a atenção de um grupo muito próximo de Jair Bolsonaro: os militares. Para esse grupo, o ex-juiz é de quase uma unanimidade por ter colocado Lula atrás das grades e por simbolizar as ideias do salvacionismo da República e do combate à corrupção, assuntos que acompanham a maioria das manifestações políticas dos militares desde a criação da República.

Mudanças no Podemos

Nesta terça-feira, 18, o agora ex-presidente do Podemos do Paraná, Cesar Silvestri Filho, abandonou o posto de dirigente máximo da legenda no Estado para se filiar ao PSDB. A mudança ocorre com a promessa de que ele seja o pré-candidato tucano ao governo paranaense em outubro, garantindo palanque no Estado para o pré-candidato do PSDB ao Planalto, João Doria.

Para Moro, a saída de Silvestri não significa um possível enfraquecimento do Podemos. "Lamentável a saída dele, mas acho que temos de respeitar. Essas construções de liderança dentro dos partidos são normais. O Podemos está forte. Não é esse fato de ontem que gera o enfraquecimento do partido", disse em entrevista à Rádio Difusora.

Cortejado publicamente por Progressistas e PL, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que o Republicanos também está na "bolsa de apostas" para se tornar seu novo partido. "Tem três partidos que me querem, fico muito feliz. São três namoradas, vamos assim dizer. Duas vão ficar chateadas. O PRB (antigo nome do Republicanos), o PL e o PP, e cada dia um está na frente na bolsa de apostas", disse ele após receber título honorário na cidade italiana de Anguillara Veneta. "Agora, iria para o PL; ontem, iria para o PP", acrescentou, em tom de indecisão.

BASE

##RECOMENDA##

Muitos parlamentares da base aliada do governo são filiados ao Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, do pastor Edir Macedo. Na quinta-feira passada Bolsonaro se reuniu em seu gabinete com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira. As três siglas citadas pelo presidente fazem parte da sua base de apoio.

"Eu tenho que ter um partido. Não pode ficar para última hora essa questão aí", afirmou. Na mesa de negociações para a definição da próxima legenda estão o controle de diretórios regionais e a escolha de candidatos ao Senado. Pelas contas de Bolsonaro, mais de 30 parlamentares devem acompanhá-lo na filiação ao novo partido.

Hoje, parte da tropa de choque do governo na Câmara ainda está no PSL, partido pelo qual o presidente se elegeu em 2018, mas deixou após desentendimentos com a cúpula.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Partidos de oposição ao governo de Paulo Câmara (PSB) se reúnem, na tarde desta quinta-feira (28), para o lançamento do Movimento Levanta Pernambuco. A iniciativa é capitaneada pelos institutos de formação política do PSDB, PL, PSC e Cidadania. O evento acontece na Livraria Jaqueira, no bairro do Recife.

O movimento classificado como interpartidário pretende “propor uma visão estratégica para o Estado com eixos na recuperação, reconstrução do futuro e retomada da esperança”. No encontro de hoje, o tema será os desafios da educação no Estado.

##RECOMENDA##

De acordo com o PSDB, a programação da primeira etapa do Levanta Pernambuco, que contará com encontros em todas as regiões do Estado, deve ser concluída e anunciada na segunda quinzena de dezembro.

O ex-senador Armando Monteiro (PSDB) avaliou o anúncio do movimento e considerou que o conjunto das oposições no Estado dá um claro sinal de vitalidade com a ação.

“Estamos no momento certo. É um movimento importante, saudável e oportuno. Lideranças representadas pela prefeita Raquel Lyra (PSDB), de Caruaru, e pelo prefeito Anderson Ferreira (PL), de Jaboatão, vão discutir questões temáticas. As oposições estão dando sinal de vitalidade, com lideranças novas e dispostas a oferecer a Pernambuco novos caminhos”, avalia Armando, que foi candidato a governador de Pernambuco nas duas últimas eleições.

Dez partidos de oposição, do Novo ao PT, vão se reunir amanhã para tentar organizar manifestações conjuntas e amplas pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Um dos desafios será encher a rua - objetivo não atingido pelo ato de domingo, liderado majoritariamente por ativistas que defendem uma "terceira via", com apoio de parte da esquerda. O outro é vencer resistências de grupos de direita, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua. Eles resistem a participar de eventos que também recebam o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A reunião de quarta deve ter representantes de PT, PDT, PSB, PSOL, Solidariedade, PCdoB, PV, Rede, Novo, Cidadania. Deve tratar da organização de dois atos já marcados contra Bolsonaro, em 2 de outubro e 15 de novembro, pelos partidos de esquerda. Na véspera do ato de domingo, o PT havia divulgado uma resolução de sua Executiva Nacional. O texto saudava "todas as manifestações Fora Bolsonaro", mas informava que o partido não participaria do ato do dia seguinte.

##RECOMENDA##

O PSDB, que se declarou de oposição ao presidente após as falas de Bolsonaro no 7 de Setembro, não deve participar do encontro de amanhã. O presidente do Diretório Estadual de São Paulo do partido, Marcos Vinholi, próximo do governador paulista João Doria, disse que vê a vontade de defesa da democracia "em gente que tem um pensamento mais a esquerda, de centro ou de direita". Sem citar o PT, ele disse que o ambiente não é de formação de alianças eleitorais. "Não vejo aliança política eleitoral dentro do cenário, mas respeito as divergências, compreendendo a importância da democracia para o País."

Resistência

MBL e Vem Pra Rua não têm uma decisão tomada sobre a presença nos atos do dia 2. Mas a tendência é que não participem do evento. A resistência maior é contra o PT. "O movimento Vem Pra Rua tem uma oposição histórica ao PT, não necessariamente à esquerda brasileira", disse a advogada Luciana Alberto, do Vem Pra Rua. Ela afirmou que não houve nenhum gesto de aproximação de seu movimento com os grupos que articulam os dois protestos. "O PT não tem interesse no impeachment de Bolsonaro, porque são duas faces da mesma moeda."

O deputado estadual de São Paulo Arthur do Val (Patriota), um dos líderes do MBL, também ataca o partido de Lula. "Trabalhar com o PT em conjunto é algo fora de cogitação. Porque consideramos o PT tão antidemocrático quanto o governo Bolsonaro. A gente tem que lembrar que o PT comprou o Congresso. E está claro que o PT não quer derrubar o Bolsonaro, porque derrubar o Bolsonaro é derrubar o Lula".

Do Val afirma que seu grupo foi criticado por abrir espaço, no protesto de anteontem, para outras vertentes ideológicas, mas defende a aproximação com outros partidos. "A narrativa simplória é sempre difícil de ser quebrada. É mais fácil criticar: ‘Olha, vai se juntar com a esquerda’. Explicar que vamos estar em um caminhão com Ciro Gomes, Mandetta, Amoedo, Isa Penna do PSOL, José Daniel do Novo, vários senadores, porque vamos defender ali até nosso direito de discordar, é muito mais difícil."

A união dos diferentes campos a favor do impeachment do presidente foi defendida, na Paulista, por Doria, Orlando Silva (PCdoB), Ciro Gomes (PDT) e João Amoedo (Novo). Eles compararam a manifestação com o movimento Diretas Já, de 1984, pela volta da democracia. Luiz Henrique Mandetta (DEM), outro presidenciável que também discursou, por outro lado, disse que a população não queria "nenhum dos dois extremos." O ex-ministro da Saúde disse que Bolsonaro poderia sair pelo voto, não só por impeachment.

Para que parte desses políticos fosse ao ato, o MBL desistira do mote "Nem Lula, Nem Bolsonaro" por um protesto só pelo impeachment. Apesar do público menor do que na manifestação com Bolsonaro, os grupos que foram à rua no domingo fazem avaliações positivas e dizem esperar que novos atos devem maiores, mesmo sem o PT. "A manifestação de ontem teve um aspecto político muito relevante sob o aspecto da defesa democracia", disse Marco Vinholi, presidente do PSDB de São Paulo.

Os ataques do presidente Jair Bolsonaro nas manifestações de 7 de Setembro mobilizaram PSDB, PSD, Solidariedade e MDB a discutirem um apoio ao impeachment do chefe do Executivo. Os tucanos marcaram uma reunião já para esta quarta-feira (8). O movimento chama atenção porque é a primeira vez que a executiva tucana é convocada para discutir o tema. Integrantes do partido dizem que é preciso interditar os avanços antidemocráticos de Bolsonaro antes que seja tarde demais. Além disso, os atos de Bolsonaro fizeram a discussão ganhar força para além das legendas de oposição.

Até a próxima semana, a possibilidade de engrossarem a defesa pelo impedimento de Bolsonaro antes do fim do mandato será discutida internamente em cada sigla. Dirigentes partidários ouvidos pelo Estadão/Broadcast afirmam ainda não haver consenso e nem decisão consolidada nas bancadas do Congresso. O aumento do tom de Bolsonaro, no entanto, provocou pressão por uma resposta mais dura no Legislativo.

##RECOMENDA##

A possibilidade de as cúpulas das legendas apoiarem o afastamento, mesmo sem apresentar um pedido formalmente, no entanto, cresceu após as manifestações de ontem. O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), único que tem o poder de pautar pedidos de impeachment, afirmou à interlocutores que iria ouvir os partidos. Na gaveta dele tem 124 pedidos de cassação do mandato de Bolsonaro. Aliado de Bolsonaro, suas declarações tem sido de que não há clima para abertura de um processo.

O Solidariedade deve encaminhar na próxima semana uma decisão para assinar um pedido de impeachment contra Bolsonaro na Câmara. Ao Estadão/Broadcast, o presidente da sigla, deputado Paulinho da Força (SP), revelou que a estratégia é "aumentar a pressão para cima do Arthur Lira".

Entre líderes ouvidos pela reportagem, há um certo consenso sobre os atos pró-Bolsonaro: o número de apoiadores nas ruas não foi pequeno, mas é menor do que aliados de Bolsonaro esperavam; e qualquer decisão agora passará pelo filtro do processo eleitoral.

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, anunciou ontem mesmo a convocação de uma reunião extraordinária para tratar da posição do partido em relação ao possível processo de impeachment de Bolsonaro. Os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), concorrentes entre si pela vaga de presidenciável do partido em 2022, declararam-se favoráveis ao processo de impedimento.

"Defendo a abertura do processo de impeachment por entender que até as eleições estão ameaçadas. Ontem foi o 7 de Setembro, amanhã é o Conselho da República e depois?", disse o ex-ministro de Relações Institucionais do governo Michel Temer e ex-deputado Antonio Imbassahy. "O PSDB finalmente resolveu mostrar a cara. Precisa começar a discutir os temas que importam", complementou o deputado Danilo Forte (PSDB-CE).

MDB

O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), se manifestou nas redes sociais e também sugeriu uma resposta mais dura contra Bolsonaro, sem citar diretamente um pedido de impeachment. "São inaceitáveis os ataques a qualquer um dos poderes constituídos. Sempre defendo a harmonia e o diálogo. Contudo, não podemos fechar os olhos para quem afronta a Constituição. E ela própria tem os remédios contra tais ataques", escreveu o dirigente da sigla. A nota foi submetida ao ex-presidente Michel Temer e ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

Ao Estadão/Broadcast, Baleia confirmou que o impeachment será discutido. "A marca do MDB é o diálogo. Por isso sempre discutimos e consultamos os temas nacionais com as bancadas, o que não será diferente neste caso", afirmou.

"Não podemos simplesmente avançar em um pedido de impeachment para jogar para a torcida. Deveríamos estabelecer desde já uma coalizão, um grupo de partidos para estar junto em uma terceira via. Estamos perdendo o momento de fazer essa definição", afirmou o ex-ministro Carlos Marun, que integra a Executiva do MDB.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, reforçou em mensagem ao grupo de WhatsApp do partido que a sigla já aprovou a defesa do impeachment. "Outros partidos e atores políticos estão começando a enxergar igual caminho, mesmo os que sempre tiveram dificuldades de entender o processo em momentos como esse. Sabemos qual é o desenlace que queremos para o país. É preciso que a bancada na Câmara dos Deputados se integre a esse esforço", escreveu.

Crime

Para o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao afrontar instituições durante as manifestações. "No final dessa história, o maior prejuízo foi dele. Ele unificou todo o campo democrático contra ele e empurrou para o impeachment partidos como MDB, PSDB, Solidariedade e Cidadania. Sob a lógica autoritária, ele não demonstrou a força necessária para dar um golpe e, sob a lógica democrática, só perdeu."

Um dos fatores que pode colocar deputados contra Bolsonaro, na avaliação de caciques partidários, é a manifestação do próximo dia 12, que tem o impeachment na pauta.

Na tentativa de construir uma alternativa ao presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2022, lideranças de nove partidos fizeram, nessa quarta-feira (18), mais uma reunião para alinhar ideias. Em um almoço realizado em Brasília, na sede do PSDB, presidentes de seis partidos - PSDB, DEM, MDB, Cidadania, Podemos e PV - debateram sobre os rumos do pleito do ano que vem. O fato é que seguem sem encaminhar nenhuma posição.

O encontro teve a presença do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, pré-candidato ao Planalto pelo DEM, e líderes partidários, como o deputado Efraim Filho (DEM-PB) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Ao sair do almoço, o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), reconheceu a dificuldade apontada pelas pesquisas eleitorais, hoje polarizadas entre Lula e Bolsonaro, mas adotou um tom otimista e avaliou que o cenário pode mudar.

##RECOMENDA##

"Isso (pesquisas eleitorais) é um reflexo do momento. Temos essa consciência que hoje temos uma visão muito extremada da sociedade e da própria disputa política, dos dois extremos que contrapondo", declarou Rossi.

O dirigente partidário afirmou que a meta é que os partidos se unam e formem apenas uma candidatura de consenso. "Se dividir o centro democrático, você perde competitividade. Em contrapartida, se nós estivermos unidos, podemos oferecer uma boa opção para a população", afirmou.

Dispersos em várias possibilidades de candidaturas, nenhum nome da chamada terceira via conseguiu marcar mais de dez pontos porcentuais na última pesquisa XP/Ipespe. Apesar disso, ainda há uma profusão de nomes que são apontados com candidatos dentro dos nove partidos: os governadores João Doria (PSDB-SP) e Eduardo Leite (PSDB-RS), a senadora Simone Tebet (MDB), o apresentador José Luiz Datena (PSL), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Mandetta e o ex-ministro Sergio Moro.

"Cada reunião que a gente faz, a gente fortalece esse vínculo. O mais importante é mostrar que esses partidos estão discutindo uma pauta para o País, um projeto para o País e buscando uma identidade para que a gente possa fazer nos próximos meses uma discussão já com nomes que cada partido colocará", avaliou Baleia.

O grupo de partidos ainda tem a participação do Novo, PSL e Solidariedade. Representantes dos nove partidos têm um grupo no WhatsApp onde debatem sobre a disputa de 2022.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, minimizou a grande quantidade de nomes e disse que os debates entre os partidos sinalizam que haverá unidade entre eles no próximo pleito e que muitos dos postulantes hoje colocados podem desistir de tentar o Planalto.

"Os candidatos que porventura sejam desses partidos sabem que os presidentes desses partidos estão discutindo e não ficam imaginando que vão ser candidatos de qualquer jeito. Não é assim", declarou.

Pesquisa XP-Ipespe dessa terça-feira deixa claro as dificuldades que o campo de terceira via ainda enfrenta. Lula pontuou 40% das intenções de voto em uma simulação de primeiro turno, Bolsonaro marcou 24% e Ciro Gomes (PDT), 10%. O pedetista também quer construir uma alternativa aos dois primeiros colocados, mas não está alinhado com o bloco de nove partidos.

Representantes da terceira via almejada pelos nove partidos não chegaram a dois dígitos. Sérgio Moro, que flerta com o Podemos sobre uma possível candidatura, tem 9%; e Luiz Henrique Mandetta e Eduardo Leite, 4% cada.

Em um segundo cenário pesquisado, com o governador de São Paulo, João Doria, o apresentador de TV José Luiz Datena e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a diferença entre Lula e Bolsonaro cai para 9 pontos porcentuais. Neste cenário, Lula registra 37% das intenções de voto, e Bolsonaro 28%. Na sequência, Ciro tem 11%, Mandetta, Doria e Datena aparecem com 5% cada um, e Pacheco com 1%.

No almoço, os presidentes partidários também debateram sobre a análise pela Câmara da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, usada por Bolsonaro para questionar a legitimidade da eleição de 2022. A avaliação geral foi de surpresa pela quantidade de votos favoráveis que Bolsonaro conseguiu, mas que foi bem-sucedida a articulação feita pelos dirigentes contra aprovação da medida.

Nessa quinta-feira (12), a Câmara dos Deputados acatou, em 1º turno, o retorno das coligações para as eleições de 2022. O sistema extinto em 2017 ressuscita a união de partidos, mas é considerado um retrocesso democrático e pode fazer com que o eleitor ajude a eleger um candidato que não queira.

Em entrevista ao LeiaJá, o cientista político Caio Sousa explicou que a reunião de siglas por coligação representa uma espécie de 'partido único' para que as siglas alcancem o coeficiente eleitoral nos pleitos proporcionais.

##RECOMENDA##

"É uma solução para a conquista de votos, principalmente para aqueles que já têm muitos votos e que precisam só de uma base maior", descreveu.

Enfraquecimento da renovação polícia

Sem considerar a identidade do partido, candidatos com poucos votos se alinham a representantes de peso de outras siglas para consolidar a base. Os candidatos de maior prestígio geralmente são os próprios donos das legendas ou políticos famosos.

Desse modo, a verba de campanha fica restrita ao controle dos ‘cabeças de chapa’, o que estimula a política de troca de favores.

"Quem se beneficia com isso são os políticos mais antigos, aquelas pessoas de partidos que já tem seus 'caciques' estabelecidos há muito tempo, que já estão no poder", explica Sousa. Logo, o sistema viabiliza a reeleição de quem já integra a máquina pública.

LeiaJá também: Distritão: especialistas divergem sobre reflexos da PEC

Desconfiança do eleitor

Para os eleitores, a volta das coligações pode reavivar o sentimento de desengano e a falta de confiança no sistema eleitoral. Após a primeira experiência sem o sistema nas eleições municipais de 2020, a relevância partidária pode voltar a ser minimizada com a aprovação.

“Esses partidos acabam perdendo sua identidade só para conquistar votos e os eleitores acabam um pouco ludibriados. Afinal, você vota em uma pessoa achando que ela é contra aquela linha de pensamento, mas na verdade, na coligação ela está unida, e por vezes, você até vota em um candidato ajudando outro que você não gosta a se eleger", acrescentou Sousa.

Mais organização e opções de escolha

Na visão do analista, o fim das coligações fez com que os partidos fossem obrigados a se organizar com maior comprometimento e incentivou a aparição de novos personagens políticos.

"Sem coligação, os políticos são obrigados a fazer com que os partidos sejam partidos. Os partidos não são mais só partidos, eles acabam sendo acomodação de interesses”, criticou.

Trâmite no Congresso

Após ser aprovada em 1º turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 125/11 volta ao plenário da Câmara na próxima terça (17). Caso passe na segunda votação, a medida será enviada ao Senado, onde passa por mais dois turnos e debate antes de ser promulgada.

Para que as coligações possam vigorar já em 2022, os congressistas precisam correr contra o tempo e confirmar a mudança até o mês de outubro. O mês corresponde ao período limite para que a alteração seja praticada na eleição seguinte.

A Câmara aprovou nesta quinta-feira, 12, a criação das federações partidárias, vista como uma tábua de salvação para as legendas pequenas. O projeto, de origem do Senado, foi aprovado 304 votos contra 119. A maioria dos partidos apoiou a medida com exceção do PSL, PSD, DEM e Novo. O texto segue agora para sanção presidencial e poderá valer já para as eleições de 2022, caso não haja vetos do presidente da República Jair Bolsonaro.

O texto original é de autoria de Renan Calheiros (MDB-AL) e permite a dois ou mais partidos se reunir em uma federação para que ela atue como se fosse uma única sigla nas eleições. Na Câmara, a medida foi relatada pelo deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).

##RECOMENDA##

"A federação, como nova forma de organização partidária, passa a funcionar independentemente do sistema eleitoral, seja ele proporcional ou majoritário. Em qualquer hipótese, participará do processo eleitoral com um só partido e seus candidatos eleitos dessa forma atuarão nas diversas casas parlamentares e nos governos. E o resultado concreto dessa nova formação é a redução efetiva do número de partidos, que concorrem as eleições, que atuam nos parlamentos", escreveu Costa Filho no seu parecer.

O projeto prevê que depois da eleição esse "casamento" tem de durar pelo menos uma legislatura de quatro anos. Ou seja: os federados serão obrigados a atuar como uma bancada no Congresso, embora possam manter seus símbolos e programas.

O tema entrou em debate após o "endurecimento" da cláusula de desempenho ou de "barreira" - ela funciona com uma espécie de "filtro". Ela estipula um patamar mínimo de votos para que uma legenda tenha acesso ao Fundo Partidário, tempo de rádio e TV no horário eleitoral e espaços de liderança no Congresso - e cresce progressivamente a cada eleição.

O PCdoB, por exemplo, era um dos partidos ameaçados por essa regra. A presidente da legenda, Luciana Santos, acompanhou a votação do projeto no plenário da Câmara.

Neste sábado (31), onze partidos protocolaram um pedido para que o corregedor-geral eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Felipe Salomão, interpele o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em uma live na última quinta (29), o mandatário voltou a defender o voto impresso e auditável, afirmando que o sistema de urnas digitais já foi fraudado em pleitos anteriores, sem apresentar provas de suas alegações.

O pedido é assinado pelo PT, Solidariedade, MDB, PDT, PSDB, PSOL, REDE, Cidadania, PV, PSTU e PCdoB. As legendas querem que o presidente preste esclarecimentos sobre as acusações e comprove, através de documentos, o que disse, sob penas de lei.

##RECOMENDA##

A petição também frisa que Bolsonaro atacou outras instituições além do TSE, "lançando acusações a autoridades públicas, antecipando debate eleitoral e utilizando-se de estrutura pública para palanque político", diz o texto.

Durante a transmissão do presidente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu suas afirmações. Uma delas, se referia a uma suposta fraude eleitoral na cidade de Caxias, no Maranhão, em 2008, que foi investigada e teve sua possibilidade descartada pela Polícia Federal.

“Para investigar o boato criado em 2008, a @policiafederal periciou as 10 urnas eletrônicas supostamente violadas e descartou violação física e adulteração dos programas instalados no aparelho, assim como a presença de arquivos contaminados por vírus”, publicou a conta oficial do TSE no Twitter.

Em 2017, quando ainda era um partido nanico, o PSL havia destinado à então Fundação Abraham Lincoln um total de R$ 1,8 milhão, 22% de sua cota do Fundo Partidário. No ano passado, após virar a segunda maior bancada do Congresso, com a eleição do presidente Jair Bolsonaro, os repasses do partido à fundação, agora Índigo (Instituto Inovação e Governança), saltaram para R$ 23,9 milhões - um aumento de 1.228% em quatro anos.

O Índigo ocupa uma sala no quinto andar de um prédio comercial próximo da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. É o mesmo edifício que abriga a sede do PSL. Não há placas na porta da fundação e seu site tem inscrições abertas para três cursos a distância voltados às eleições de 2020: "Liberdade Econômica", "Curso Básico para Prefeitos" e "Formação Intensiva de Vereadores". Na área de publicações, o site mantém uma descrição da página com a frase "Lorem ipsum", um texto usado por diagramadores que não quer dizer nada, escrito para depois ser preenchido com frases reais.

##RECOMENDA##

Ao ser questionada sobre quais atividades realizou de 2019 para cá, o Índigo enviou uma nota com a seguinte informação, sem mais detalhes: "Especificamente em relação a esta Fundação Índigo, nos anos de 2019 e 2020 foram realizados investimentos na sua área-fim com o desenvolvimento de projetos, especialmente aqueles voltados à área de transferência de conhecimentos".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma tentativa de barrar o fundão eleitoral que praticamente triplicou os repasses públicos para campanhas políticas teve o apoio de apenas cinco partidos. Cidadania, PSOL, Podemos e PSL foram os únicos a apoiarem uma mobilização feita pelo Novo para rejeitar o fundo de R$ 5,7 bilhões incluído na votação, anteontem, da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) no Congresso. Atualmente, 24 partidos políticos têm representação na Câmara dos Deputados.

O Novo apresentou ao plenário um pedido de alteração do texto-principal, o chamado "destaque", para retirar das regras do Orçamento a previsão de um cálculo para o financiamento de campanha. Com isso, o montante teria de ser definido na Lei Orçamentária Anual (LOA), a ser entregue pelo governo ao Congresso até agosto. Como há necessidade de cortar recursos, isso dificultaria o aumento. O pedido, porém, não conseguiu convencer a maioria das legendas.

##RECOMENDA##

A votação desse destaque apresentado pelo Novo foi simbólica, ou seja, sem a contagem nominal de votos. Dessa forma, não é possível saber exatamente como votou cada parlamentar em relação a esse tema, especificamente. A única votação nominal feita refere-se ao texto geral da LDO, que tratava de toda aplicação do dinheiro público no País, e não apenas de repasses para campanha.

As lideranças do Cidadania, PSOL e Podemos se manifestaram em apoio ao pedido do Novo. Cerca de 15 minutos após o encerramento da votação, o PSL também se manifestou favorável. "Os deputados estão me acionando bastante para deixar registrado somente que o partido é contra o fundo eleitoral nos moldes em que está", disse o deputado general Peternelli (PSL-SP), em nome do seu partido.

Na Câmara, Cidadania (8), PSOL (9), Podemos (10), PSL (53) e Novo (8) somam 88 deputados, mas seriam necessários 257 votos para a aprovação do destaque.

"Nós somos contrários ao uso de dinheiro público para financiamento de campanhas. Na nossa opinião, dinheiro público tem que ser utilizado para a saúde, para a segurança e para a educação. Não faz nenhum sentido, na nossa visão, todos os cidadãos brasileiros pagarem essa conta, todos os cidadãos brasileiros financiarem partidos políticos e financiarem campanhas", disse a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), ao defender o destaque no plenário.

Anteontem, o Congresso decidiu turbinar o financiamento das campanhas eleitorais de 2022, com uma mudança nas regras apresentada de última hora. A alteração na construção do Orçamento do próximo ano reserva R$ 5,7 bilhões para as campanhas do ano que vem. Esse montante (sem descontar a inflação) de dinheiro público representa um aumento de 185% em relação ao valor que os partidos obtiveram em 2020 para as disputas municipais - R$ 2 bilhões. É também mais que o triplo do que foi destinado às eleições de 2018, quando foi distribuído R$ 1,8 bilhão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Neste sábado (26), lideranças políticas de 11 partidos se reuniram contra o voto impresso, que vem sendo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro para as próximas eleições, em 2022. Participaram da videochamada até aliados do governo federal, como o presidente do PP, o senador piauiense Ciro Nogueira e o deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-DF).

Outros nomes que participaram do encontro foram os presidentes do PSL, Luciano Bivar, do DEM, ACM Neto; do MDB, Baleia Rossi, do PSD, Gilberto Kassab, do Solidariedade, Paulinho da Força, do PSDB, Bruno Araújo, do Avante, Luís Tibé e do Cidadania, Roberto Freire.

##RECOMENDA##

Presidentes dos partidos realizaram videochamada. (Reprodução)

“O principal objetivo é mandar um recado claro de que esses partidos são contra mudanças no sistema eleitoral. Vamos trabalhar junto ao Congresso para que não haja alteração. Uma mudança pode colocar em xeque todo o sistema eleitoral brasileiro e também nossa democracia. Imagina a instabilidade que o Brasil pode viver com vários pedidos recontagem. Nosso sistema eleitoral é um mais confiáveis do mundo, não tem por que mexer”, declarou o presidente do DEM, ACM Neto, ao jornal O Globo.

Uma comissão especial criada da Câmara dos Deputados analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna obrigatório o voto impresso. Na próxima segunda (28), os parlamentares se reúnem para apresentação do parecer do relator, o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR).

Um almoço reunindo dirigentes de sete partidos de correntes de centro avançou no compromisso de buscar unidade na construção de uma candidatura presidencial de terceira via para 2022. Sem ainda definir o nome de quem disputará a eleição, a ideia é apostar na "maioria silenciosa" do eleitorado que não quer votar nem no presidente Jair Bolsonaro nem no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os dois nomes que polarizam a disputa nesse momento.

"O número de brasileiros que se posiciona hoje torcendo para que surja uma nova alternativa é maior do que o eleitorado de Bolsonaro e Lula. Mas essa é uma maioria silenciosa. Uma maioria que nem está com bandeira na rua, nem está em cima de uma moto no final de semana. É para esses brasileiros que nós queremos falar e dizer que a democracia vai oferecer alternativa. E o nosso grande esforço é que essas alternativas estejam concentradas", afirmou o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo.

##RECOMENDA##

A decisão de não discutir ainda quem será o candidato foi estratégica. A ideia é agregar o maior número possível de partidos em torno do projeto da terceira via contra Bolsonaro e Lula. "Se discutíssemos nomes hoje, a gente não se reunia pela segunda vez", disse o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire. Participaram do encontro representantes do PSDB, DEM, MDB, Cidadania, Podemos, PV e Solidariedade.

Na prática, porém, a corrida por essa indicação está se restringindo cada vez mais. Hoje estão na lista o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), que propôs a reunião, além dos quatro nomes do PSDB que disputarão as prévias tucanas: João Doria, Eduardo Leite, Tasso Jereissati e Artur Virgílio.

"Dessa reunião, saiu um conceito de unidade, de pacificação de País, de zelo pela democracia", disse Mandetta. "Há um compromisso desse conjunto de partidos de, no primeiro turno, não participarem dessas alternativas que estão aí postas e apostar que há uma chance real de colocar no segundo turno alguém que faça parte desse projeto", acrescentou Araújo.

Na conversa, o presidente do DEM, ACM Neto, apoiou a unidade na montagem da candidatura de terceira via, apesar de seu partido ter três ministros no governo Bolsonaro. A preocupação com uma possível posição dúbia de ACM Neto foi posta de lado por Mandetta. "Ele já deixou bem claro que não vai estar com Bolsonaro."

Participaram do almoço: ACM Neto e os ex-ministros Mandetta e Mendonça Filho, pelo DEM; Bruno Araújo pelo PSDB; Roberto Freire pelo Cidadania; a presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu; o presidente nacional do PV, José Luiz Penna; o deputado Herculano Passos pelo MDB; e o deputado Áureo Ribeiro pelo Solidariedade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando