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Atores e atrizes indicados ao Oscar 2023 vão receber um alerta nas redes sociais sobre o perigo da extração ilegal de ouro em terras indígenas. A cerimônia de premiação será neste domingo (12) em Los Angeles, nos Estados Unidos. 

A campanha Custo do Ouro propõe a troca da estatueta da premiação, produzida em ouro 24 quilates, por uma estátua em madeira de um herói que simboliza proteção à etnia yanomami. 

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Em um vídeo da Urihi Associação Yanomami, o líder da etnia Júnior Hekurari chama a atenção dos artistas de Hollywood para o combate ao garimpo ilegal e aos danos ambientais causados pela extração do metal, que geram derramamento de mercúrio nos rios, desmatamento e contaminação de peixes e indígenas. 

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“Um dos maiores símbolos de sucesso pode estar, em breve, nas suas mãos, o Oscar. Porém, seu símbolo de sucesso, tem um preço muito maior para nosso povo. Por aqui, ofereço uma estatueta diferente, a do nosso herói. Omama é o criador e guerreiro da Amazônia e do povo Yanomami. Omama simboliza proteção. Mas, até Omama precisa de aliados na luta contra o ouro ilegal e seu custo para nosso povo e para nossa terra”, diz o líder.

Crise humanitária

Em janeiro, a crise humanitária que afeta as comunidades da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, levou o governo federal a decretar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combater a desassistência sanitária dos povos que vivem na região.  Após a decisão, militares das Forças Armadas e órgãos do governo federal especializados em saúde indígena estão enviando alimentos e remédios para as aldeias yanomamis, além de prestarem assistência de saúde em hospitais de Boa Vista. 

>>> Clique aqui e confira a cobertura da Agência Brasil, da crise humanitária na TI Yanomami

Uma criança de apenas um ano e cinco meses de idade morreu, neste domingo (5), na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, vítima de desnutrição grave e desidratação. A informação foi repassada por Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'Kuana (Codisi-YY), uma das principais lideranças da região de Surucucu, no extremo Oeste do estado e próxima à fronteira com a Venezuela.  

De acordo com o relato, a criança estava em estado grave desde ontem (4) e as equipes de saúde pediram sua remoção imediata para Boa Vista, mas o mau tempo impediu a decolagem. Ela era da região Haxiu, que fica a cerca de 15 minutos de helicóptero do polo base de Surucucu, onde há um aeródromo e um pelotão de fronteira do Exército Brasileiro. 

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Afetados pela presença do garimpo ilegal em suas terras, os indígenas yanomami têm sofrido com casos de desnutrição e doenças como malária e pneumonia. Nos últimos quatro anos, foram registradas 570 mortes de crianças no território.

Base aérea

Em visita a Roraima, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que a base aérea no Surucucu vai ser reestruturada para que possa receber aviões de maior porte. A medida vai possibilitar levar ainda a infraestrutura para montar um hospital de campanha na região. Ela não estipulou prazo para a efetivação dessas medidas. A pista de Surucucu não opera por instrumentos e só permite voo visual, o que limita o acesso em horário noturno ou com mau tempo.

Remoção de pacientes

De acordo com o Centro de Operações Emergenciais (COE), colegiado interministerial criado pelo governo federal, em janeiro, foram removidos 223 pacientes da terra indígena para a capital do estado. No balanço mais recente, o COE informou também que a Casa de Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista, abriga, no momento, 601 yanomami, entre pacientes e seus acompanhantes. Além disso, há 50 indígenas internados, no Hospital Geral de Roraima (HGR) e no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), ambos na capital.

O Palmeiras anunciou que em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA) vai enviar 3 toneladas de alimentos não perecíveis para o povo Yanomami em Roraima que vive uma grave crise sanitária nos últimos meses. Todo alimento foi arrecadado durante a campanha na Copa São Paulo de Futebol Júnior.

Em comunicado emitido nesta quinta-feira (2) o clube disse que a doação faz parte da iniciativa do programa de responsabilidade institucional Por Um Futuro Mais Verde. Todos alimentos serão doados para a CUFA que vai encaminhar o material para os Yanomami em Roraima. 

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Durante a campanha que terminou com o título da Copinha, os torcedores doaram os alimentos, a CUFA e o Palmeiras também lançaram uma chave pix para continuar arrecadando ajuda que será encaminhada para Boa Vista.

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 O hospital de campanha que a Força Aérea Brasileira (FAB) montou em Boa Vista (RR) começou a funcionar na manhã desta sexta-feira (27), quando os profissionais de saúde da própria Aeronáutica iniciaram os atendimentos a indígenas transferidos da Reserva Yanomami.

Trinta militares médicos, de diferentes especialidades, como clínica médica, ortopedia, cirurgia geral, pediatria, radiologia, ginecologia, patologia, além de farmacêuticos, enfermeiros e técnicos de enfermagem foram destacados para atender os pacientes cujo estado de saúde exigia que fossem levados à capital do estado, distante cerca de duas horas de voo do território indígena.

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Segundo a FAB, o hospital de campanha dispõe de laboratórios e ambulatórios para a realização de atendimentos emergenciais, consultas, exames e ultrassonografias e contribuirá para ampliar a capacidade de atendimento da Casa de Saúde Indígena (Casai) – em cujo terreno a estrutura temporária está montada.

De acordo com o Ministério da Saúde, 576 yanomami estavam internados na Casai esta manhã. Há cinco dias, o número de pacientes chegava a 777. Para servidores da pasta, a redução dos últimos dias já é resultado da primeira semana de intervenção federal na crise sanitária e humanitária enfrentada pelos yanomami, que viram o número de casos de malária e de desnutrição de adultos e crianças explodir nos últimos anos.

Na semana passada, o ministério declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e criou o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-Y), responsável por coordenar as ações a serem implementadas pelo Poder Público, incluindo a distribuição de recursos para o restabelecimento dos serviços e a articulação com os gestores estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS). Na última terça-feira (24), profissionais da Força Nacional do SUS começaram a reforçar o atendimento na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) de Boa Vista (RR).

De acordo com o Ministério da Saúde, só na quarta-feira, as equipes da Força Nacional do SUS atenderam a 148 pacientes, sendo 77 homens e 71 mulheres, todos adultos. As principais queixas são quadros de diarreia, pneumonia, suspeitas de tuberculose – quadros sérios, agravados pelo alto grau de desnutrição que técnicos do ministério diagnosticaram ao visitar a terra indígena e a unidade de saúde indígena de Boa Vista, nas últimas semanas.

De acordo com a FAB, um segundo hospital de campanha já está sendo montado no Surucucu, um dos polos base da Terra Indígena Yanomami, e apenas os pacientes em estado grave estão sendo levados a Boa Vista.

O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), afirmou que solicitou ajuda ao governo federal para evitar um colapso na saúde do Estado. Segundo ele, os recursos para manutenção durante a pandemia da Covid-19 só são suficientes para os próximos três meses.

“Só tenho recursos para, no máximo, três meses para manter a estrutura, e olhe lá. Eu tenho um saldo na conta hoje de R$ 42.597.948,63 no caixa do Covid-19. Por mês, são de R$ 12 a R$15 milhões com os gastos”, disse ao UOL.

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O Acre enfrenta diversas crises desde o começo deste ano, na última terça-feira (16) o governador decretou estado de emergência. A decisão foi tomada devido aos problemas com a lotação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19, cheia dos rios que desabriga mais de 150 famílias, surto de dengue e a crise migratória na fronteira do com o Peru.

Assim como outros Estados do Brasil, o Acre também lida com a falta de vacinas para atender a demanda populacional. O governador pede que seja dada prioridade a eles na distribuição de novas remessas do imunizante, e cita o caso do Amazonas.

“Se você contar, são 400 mil munícipes [do Amazonas] que dependem da nossa saúde pública, e não vamos negar atendimento. O que é pouco para outras regiões, para cá é muito: temos uma população de 900 mil habitantes. E, se você olhar, temos aqui a fronteira com Amazonas, com Rondônia, com Peru e com Bolívia, além a situação dos haitianos. Tudo isso nos traz ainda mais preocupação pela Covid-19", afirma Cameli.

O governo de Nicolas Maduro e seus aliados em Moscou e Pequim vem fazendo forte pressão nos bastidores para impedir que a crise na Venezuela seja declarada como "humanitária" e recusando alimentos e remédios para não parecer que o Estado está em colapso. O temor é de que a ajuda externa seja utilizada como um pretexto para justificar uma intervenção externa.

Fontes de alto escalão da ONU confirmaram ao jornal O Estado de S. Paulo que enviados de Caracas têm informado às entidades, secretamente, sobre a necessidade de comida e remédio. O problema é que, se aceitarem a ajuda internacional, eles temem a abertura de uma brecha para que o país seja alvo de um golpe.

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Nos últimos dias, o tema reapareceu. O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, admitiu a possibilidade na semana passada, durante visita à Colômbia. Nos EUA, o New York Times revelou que Donald Trump chegou a tratar do assunto. Por isso, nos bastidores, os aliados do chavismo já avisaram que rejeitam a ideia de crise "humanitária".

Uma das missões enviadas por Maduro esteve em Genebra, onde o chanceler Jorge Arreaza se reuniu com os diretores das principais agências da ONU. Publicamente, ele negou a existência de um problema humanitário ou de refugiados.

"Eles precisam de ajuda, mas não podem chamar a crise de humanitária", afirmou uma fonte da ONU, que pediu para não ser identificada. Diplomatas consultados pelo jornal dizem que, após a Guerra Fria, a ideia de intervenções humanitárias ganhou força na ONU. Nos anos 90, o "direito à intervenção humanitária" foi levantado pelo Reino Unido no debate sobre o Iraque. A Otan usou o mesmo argumento em Kosovo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As iraquianas refugiadas em Pernambuco Magina Darwish, 20 anos, e Ida Aman Heji, 24, solicitaram a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) nesta segunda-feira (29). Juntas com a criança Lavan Dawud, 4, elas foram interceptadas com passaportes falsos no Aeroporto Internacional do Recife na madrugada de 30 de dezembro enquanto tentavam fugir da guerra civil em seu país.

Os passaportes oficiais dos três já foram entregues e o pedido de refúgio no Brasil também já foi oficializado junto ao Comitê Nacional para Refugiados (Conare), que já expediu o protocolo que servirá como documento garantindo a legalidade no país provisoriamente. Além da Carteira de Trabalho, Magida e Ida também já têm registro no Cadastro da Pessoa Física (CPF).

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As mulheres pretendem aprender a língua portuguesa, conseguir emprego e, assim, darem continuidade a um novo projeto de vida em Pernambuco. O garoto Lavan, segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, está frequentando a escola e já pronuncia algumas palavras em português como "obrigado", "bom dia" e "mosquito".

"Diferente de onde estávamos, a vida aqui tem sido tranquila e agradecemos a todos os envolvidos pelo que vêm nos proporcionando. Estamos nos estabelecendo aos poucos, mas não é uma situação fácil. Estamos longe das nossas famílias. Isso é muito doloroso", conta Magida. 

Os iraquianos permanecem abrigados na Comunidade Obra de Maria, em São Lourenço da Mata, até conseguirem se manter financeiramente no Estado. De acordo com o Conare, enquanto os trâmites processuais para legalização das iraquianas no país estão em andamento, elas não poderão ser extraditadas. O órgão possui cerca de 50 mil pedidos de refúgio e o prazo para julgamento é de pelo menos dois anos.

Com informações da assessoria

 

O mundo enfrenta a maior crise humanitária desde a fundação das Nações Unidas, em 1945, com mais de 20 milhões de pessoas em quatro países enfrentando fome, disse o chefe humanitário da ONU, Stephen O'Brien, na última sexta-feira.

Falando ao Conselho de Segurança da ONU, O'Brien afirmou que, "sem esforços globais coletivos e coordenados, as pessoas simplesmente irão morrer de fome" e "muitos mais sofrerão e morrerão com doenças".

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Ele pediu uma injeção de fundos imediata para o Iêmen, Sudão do Sul, Somália e para o nordeste da Nigéria, além de um acesso seguro e sem impedimentos à ajuda humanitária "para evitar uma catástrofe". "Para ser preciso, precisamos de US$ 4,4 bilhões até julho", disse.

Segundo O'Brien, sem uma grande infusão de dinheiro, as crianças sofrerão graves casos de desnutrição, sem a capacidade de ir para escolas, com ganhos no desenvolvimento econômico sendo revertidos e "meios de subsistência e esperança serão perdidos". Fonte: Associated Press.

O ano de 2015 estabeleceu um recorde amargo, com 65,3 milhões de refugiados obrigados a deixar suas casas ou seus países de origem em consequência das guerras ou como vítimas de perseguições, anunciou a agência da ONU para os refugiados.

Desde 2011, quando começou a guerra na Síria, o número aumenta ano após ano, de acordo com as estatísticas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). O número registrou alta de 9,7% na comparação com 2014, depois de uma estabilidade entre 1996 e 2011. Esta é a primeira vez que a quantidade de deslocados superar 60 milhões de pessoas, número equivalente à população do Reino Unido.

O alto comissário para os refugiados, Filippo Grandi, que assumiu o cargo no início de 2016, destacou que "os fatores de ameaça para os refugiados se multiplicaram". "Vivemos em um mundo desigual, há guerras, conflitos, e é inevitável que as pessoas queiram seguir para um local mais seguro", disse Grandi durante a apresentação do relatório, em Genebra, publicado no Dia Mundial do Refugiado.

Jan Egeland, secretário-geral da ONG Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), que ajudou na elaboração do documento, afirmou que os refugiados "são vítimas de uma paralisação geral" dos governos em todo o mundo, que "renunciam a suas responsabilidades".

De acordo com Grandi, a maioria das crises que empurram os deslocados para o exílio são as mesmas, ano após ano, com a Síria como principal conflito no mundo. Mas em 2015 surgiram novas situações de emergência, do Burundi ao Sudão do Sul e o Afeganistão. Grandi indicou que atualmente os afegãos são o segundo grupo de refugiados mais numerosos em todo o planeta, atrás apenas dos sírios, que somam quase cinco milhões de pessoas.

O número representa uma forte alta na comparação com 2014, quando 59,5 milhões de pessoas se viram obrigadas a abandonar suas casas. O número de refugiados, pessoas obrigadas a deixar seu país, subiu a 21,3 milhões e a quantidade de deslocados que migraram dentro das fronteiras de seu próprio país chegou a 40,8 milhões. Os demais são 3,2 milhões de demandantes de asilo nos países ricos.

Segundo o Acnur, "um em cada 113 seres humanos no mundo hoje está desarraigado, é demandante de asilo, deslocado interno ou refugiado". Das 65,3 milhões de pessoas, 16,1 milhões dependem do Acnur, "o maior número em 20 anos". Os demais são 5,2 milhões de refugiados palestinos.

África, principal destino dos refugiados

Em 2015, mais da metade dos novos refugiados, equivalentes a um milhão de pessoas, procediam da Síria. No final do ano passado, 55% dos 16,1 milhões de refugiados que dependem do Acnur estavam na Europa ou na África subsaariana. No total, apenas na África há 4,41 milhões de refugiados, um aumento de 20%, procedentes principalmente da Somália, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e República Centro-Africana.

A Europa é o segundo continente que recebe mais refugiados, com 4,39 milhões, o que representa um aumento de 43%. A Turquia é o país que recebe mais refugiados, com 2,5 milhões de pessoas, seguida por Paquistão, com 1,6 milhão, e Líbano, com 1,1 milhão.

A ONU pediu nesta segunda-feira à Grécia para acabar com a internação de milhares de migrantes - muitos deles crianças - em campos de detenção, onde aguardam asilo durante semanas, em virtude do acordo entre UE e Turquia.

François Crépeau, relator especial da ONU para os Direitos Humanos dos migrantes, assinalou a fragilidade legal deste acordo, destinada a conter a grande quantidade de migrantes.

"Peço à Grécia que termine com essas internações, salvo em casos excepcionais", declarou Crépeau em uma coletiva de imprensa ao final de uma visita de cinco dias à Grécia.

"A UE pediu à Grécia" essas internações (de um período de 25 dias) de todo migrante que tenha chegado depois de ter entrado em vigor o acordo entre a UE e Turquia em 20 de março, mas "esta imposição é inapropriada", acrescentou.

A internação é inaceitável em especial para as crianças, que são muitas entre os recém-chegados, "que não devem ser detidos", insistiu. Especialmente porque os lotados centros de detenção nas ilhas "não são ótimos" e "provocam frustração e medo" entre os refugiados.

Crépeau destacou também a dúvida sobre a legalidade do pacto UE-Ancara, um simples "acordo político sem caráter jurídico vinculativo", que visa acabar com a rota migratória no mar Egeu e prevê o reenvio à Turquia dos migrantes que chegarem de forma irregular, incluindo os solicitantes de asilo.

O papa Francisco defendeu os refugiados ao receber nesta sexta-feira a primeira-ministra da Polônia, a ultraconservadora Beata Szydlo. "Foram discutidos temas de interesse comum, a saber, a promoção da família no contexto sócio-cultural atual e a recepção dos refugiados", informou em um comunicado o Vaticano.

Szydlo, entrevistada pela televisão pública polonesa, não parece ter levado em conta o pedido papal em relação aos refugiados e preferiu destacar a parte da conversa dedicada à família. "Falamos das famílias na Polônia, da Polônia", disse.

Vestida de preto, a líder polonesa conversou com o pontífice sobre a viagem dele à Cracóvia, programada para o fim de julho, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. 

O Papa argentino, preocupado com a crise humanitária na Europa diante da chegada de milhares de refugiados que fogem da fome e da guerra na África e no Oriente Médio, em muitas ocasiões pediu que os países europeus abram suas portas, algo que a Polônia se nega a fazer.

Os poloneses, em sua grande maioria católicos, resistem a receber migrantes, divididos entre o medo dos muçulmanos e o impacto econômico. A defesa da família é, por sua vez, um tema no qual o governo da Polônia e a Igreja local estão totalmente de acordo. Szydlo defende a proposta de lei para proibir totalmente o aborto, apoiada pelos bispos poloneses e pelos conservadores do partido Direito e Justiça (PiS), no poder.

Durante sua estadia na Polônia, Francisco também visitará no dia 29 de julho o ex-campo de concentração Auschwitz-Birkenau, no sul da Polônia.

O número de migrantes e solicitantes de asilo que chegaram à Grécia em abril caiu quase 88% em um mês, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Um total de 3.360 pessoas foram registradas em abril, contra 26.971 em março, segundo a OIM.

Esta "queda é resultado de vários fatores, incluindo o acordo entre a UE e a Turquia e os controles mais rígidos nas fronteiras" colocado em andamento pela Macedônia, considerou nesta sexta-feira a Frontex, a agência europeia encarregada das fronteiras externas da UE, em um comunicado.

A Frontex, que por sua vez estima em 90% a queda de chegadas à Grécia em abril, também ressalta que os sírios continuam sendo os mais numerosos entre as pessoas que entram na Grécia, à frente dos paquistaneses, afegãos e iraquianos. Em 2015, mais de um milhão de migrantes e refugiados chegaram à União Europeia, em sua maioria sírios que entraram pela Grécia.

Para frear este fluxo, Bruxelas e Ancara chegaram a um acordo que prevê o envio à Turquia de qualquer migrante que tenha chegado à Grécia depois de 20 de março e que não tenha solicitado asilo, ou cujo pedido tenha sido negado.

O número de migrantes e de solicitantes de asilo que desembarcaram na Itália em abril superou o número de chegadas à Grécia, pela primeira vez desde junho de 2015, informaram nesta sexta-feira a ONU e a Frontex. "Pela primeira vez, no mês passado ocorreram mais chegadas à Itália que à Grécia", declarou nesta sexta-feira à imprensa um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), William Spindler.

Segundo a OIM, 9.149 pessoas chegaram à Itália em abril e 3.360 à Grécia. Um total de 1.000 pessoas, incluindo crianças desacompanhadas, foram resgatadas na quinta-feira em frente à costa da Itália, indicou o ACNUR.

Um novo plano da ONU para superar a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial propõe o reassentamento de pelo menos 10% dos refugiados por ano, exercendo pressão sobre os países, para que abram suas portas a quem foge das guerras e dos desastres naturais.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, delineou na segunda-feira a proposta para um novo Pacto Global sobre Responsabilidade Compartilhada para resolver a crise de 60 milhões de refugiados e deslocados em todo o mundo.

A ONU espera que o novo acordo alivie parte da carga que recai sobre os países em desenvolvimento nessa crise, alimentada pelos cinco anos de guerra na Síria e outros conflitos. A proposta pretende reassentar por ano pelo menos 10% da população refugiada total, que ultrapassa 19,6 milhões, sob um esquema a ser negociado na ONU.

"Com responsabilidades equitativas compartilhadas, não teria por que ocorrer uma crise nos países de acolhida", disse Ban. "Podemos ajudar e sabemos o que temos que fazer, mas frequentemente o medo, a ignorância e a xenofobia se colocam no caminho", afirmou.

O plano da ONU foi apresentado em meio à dificuldade da União Europeia em lidar com sua própria crise de refugiados. Um acordo entre a UE e a Turquia, que aceitou receber os migrantes rejeitados pela Europa em troca de uma série de concessões, enfrenta obstáculos e o bloco negocia como distribuir os refugiados.

Mais de 184.000 migrantes já chegaram à Europa pelo mar ao longo deste ano. No mesmo período do ano passado o continente havia recebido cerca de 49.000. Espera-se que o Pacto Global sobre os refugiados seja aprovado em uma cúpula da ONU em 19 de setembro, que deve ser seguida por uma conferência nos Estados Unidos.

O presidente Barack Obama será o anfitrião dessa conferência, que se realizará à margem da Assembleia Geral da ONU, para pedir aos países que se comprometam a anunciar o número de refugiados que estão dispostos a receber e qualquer outra ajuda que estejam em condições de oferecer.

Um relatório da ONU descrevendo crimes como crianças e deficientes sendo queimados vivos e permissão para que combatentes estuprem mulheres como forma de pagamento do governo mostram que o Sudão do Sul está enfrentando "uma das mais horrendas situações de direitos humanos do mundo", afirmou Zeid Raad al-Hussein, chefe de direitos humanos da organização.

Zeid lamentou que a crise no país que tem apenas cinco anos venha sendo negligenciada pela comunidade internacional. Seu escritório afirmou que os ataques contra civis, os desaparecimentos forçados, os estupros e outras violações podem configurar crimes de guerra e contra a humanidade.

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O relatório da ONU foi feito por uma equipe enviada para o Sudão do Sul entre outubro e janeiro e diz que "atores do Estado" têm a maior responsabilidade pelos crimes. Zeid recomenda que o Conselho de Segurança da ONU considere uma ampliação das sanções já impostas ao país com um "embargo abrangente a armas" e considere levar o caso para o Tribunal Criminal Internacional se outras vias judiciais falharem.

Em detalhes, o relatório cita casos de pais sendo forçados a ver seus filhos sendo estuprados e diz que investigadores receberam informações de que algumas milícias armadas filiadas ao governo "invadiram propriedades, roubaram pertences pessoais, estupraram e sequestraram mulheres e meninas" como um tipo de pagamento.

"A quantidade de ataques e estupros coletivos descrita no relatório deve ser apenas uma pequena parte do verdadeiro total", disse Zeid.

Segundo a ONU, a situação dos direitos humanos "se deteriorou dramaticamente" desde que o Sudão do Sul entrou em guerra civil, em dezembro de 2013. A crise foi gerada pela derrubada do presidente Salva Kiir e seu vice, Riek Machar, que gerou uma rebelião armada. Milhares de pessoas morreram e pelo menos 2 milhões tiveram de fugir de casa.

O relatório observa que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em maio de 2014 já havia apontado razão para considerar crimes contra a humanidade o que acontecia no Sudão do Sul. Recomendações de relatórios anteriores para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, porém, "permanecem amplamente não implementadas". Fonte: Associated Press.

Uma centena de políticos e intelectuais da Europa central assinaram uma carta aberta chamando "as autoridades e os cidadãos" de seus países, a maioria reticentes, inclusive hostis diante da afluência de migrantes ao continente, a manifestar sua solidariedade diante desta "catástrofe humanitária".

"Em nome da nossa humanidade, dos nossos princípios e valores, chamamos as autoridades e os cidadãos dos nossos países a manifestar de uma forma prática nossa solidariedade com os refugiados", diz um trecho desta carta à qual a AFP teve acesso nesta quinta-feira.

"Há pouco, éramos nós que batíamos às portas" da União Europeia (UE), lembram os signatários da carta, entre os quais estão os ex-presidentes poloneses Bronislaw Komorowski e Aleksander Kwasniewski, os ex-primeiros-ministros húngaro, Gordon Bajnai, e lituano, Andrius Kubilius, o cineasta tcheco Jiri Menzel, o poeta lituano Tomas Venclova e outros representantes de países bálticos, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Bulgária, Hungria, Romênia, Croácia e Eslovênia.

"Não podemos responder com um repúdio", consideraram os aderentes ao texto desta "Carta de Europa central", destacando que seus países e sua zona "não são responsáveis pela desestabilização e declive dos países de onde os refugiados são originários".

"Nossa Europa comum se construiu sobre os fundamentos da solidariedade. Hoje não podemos renunciar à nossa corresponsabilidade com a UE desviando nosso olhar para a desgraça da gente e dos países mais afetados pela onda crescente da imigração", insistem.

A polícia da Dinamarca anunciou nesta quinta-feira que vai permitir a passagem pelo país dos refugiados que já estão no território dinamarquês e não desejam permanecer no local.

"Não podemos reter os estrangeiros que não pedem asilo na Dinamarca", afirmou o chefe da polícia nacional, Jens Henrik Højbjerg.

As forças de segurança, que admitem estar sobrecarregadas com a situação, calculam que 3.200 pessoas entraram no país desde a noite de domingo.

"Estamos em uma situação em que não há nenhuma possibilidade de reenviar (os estrangeiros) a seus países de origem. Não podemos manter tantas pessoas em retenção indefinida, por isto não resta outra opção que deixá-los em liberdade, e não podemos impedir que viajem para onde desejarem", completou Højbjerg.

As empresas ferroviárias da Dinamarca anunciaram que as viagens de trem para a Alemanha, suspensas na quarta-feira, serão retomadas de maneira progressiva nesta quinta-feira, na fronteira de Padborg.

Um pouco mais ao leste, em Rødby, centenas de refugiados que chegaram da Alemanha por trem começaram a deixar a cidade em diferentes meios de transporte. A maioria deseja seguir viagem até a Suécia.

A acolhida recorde de solicitantes de asilo custará à Alemanha 10 bilhões de euros este ano, quatro vezes mais do que no ano passado, estima o jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Zeitung" em sua edição de domingo.

A cifra é proporcional ao número de refugiados e imigrantes em solo alemão. Calcula-se que 800 mil homens, mulheres e crianças irão pedir asilo ao país este ano, contra 203 mil no ano passado, segundo Berlim.

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Antes de que o governo alemão aumente suas previsões, o mesmo havia calculado em julho um orçamento de 5,6 bilhões de euros este ano para acolher 450 mil pessoas, lembra o jornal conservador.

Levando em conta a aceleração das chegadas ao país, uma cifra de 10 bilhões de euros parece coerente para as diferentes administrações, nos níveis federal, regional e municipal", explica o jornal.

O Estado avalia na faixa de 12 mil a 13 mil euros por pessoa o custo anual da acolhida de refugiados, que inclui o alojamento durante a análise do pedido de asilo, alimentação, atendimento médico e 143 euros mensais de ajuda em dinheiro.

Na noite deste domingo está prevista uma reunião em que será organizada a divisão dos gastos entre as administrações central e locais.

A entrada de imigrantes nas vias do túnel sob o Canal da Mancha bloqueou vários trens da Eurostar na madrugada desta quarta-feira e os passageiros de um dos trens foram obrigados a passar toda a noite em uma estação.

Às 7h00 locais, centenas de pessoas permaneciam bloqueadas na estação de Calais-Frethun, a última antes da entrada do túnel, em consequência da presença de intrusos nas vias, afirmou uma fonte da Eurostar.

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"A situação é complicada", disse a mesma fonte, antes de informar que os passageiros receberam alimentos e água.

"Os serviços de emergência também estão no local para as pessoas que precisam de ajuda, sobretudo as mais idosas", completou.

O Eurostar saiu às 19H42 da estação Norte de Paris e se deteve às 21H30 na entrada do Eurotúnel, antes de ser rebocado para a estação de Calais-Frethun.

Uma passageira do trem, Géraldine Guyon, disse que ao contrário do que informou a Eurostar as pessoas não haviam recebido alimentos até 7h30 e não receberam informações durante toda a noite.

A Eurostar não revelou o número exato de pessoas no trem bloqueado, mas afirmou que não poderia superar a 750, a capacidade máxima da composição.

"Ficamos quase quatro horas ao lado do túnel. Vimos policiais passando correndo pelo trem", disse Clothilde, uma francesa de 23 anos que mora em Londres.

"Não vimos imigrantes, mas sabíamos que havia no teto e esperamos um helicóptero para assegurar", completou.

"Os passageiros não estavam autorizados a sair da estação, exceto para pegar um táxi na entrada", disse.

A situação era muito tensa na estação, que fica em pleno campo, a poucos quilômetros da cidade de Calais e perto da entrada do túnel sob o Canal da Mancha.

Outra passageira afirmou que viu pessoas correndo, provavelmente imigrantes, e policiais nas imediações da estação.

Outros cinco Eurostar foram bloqueados na entrada do túnel devido à presença de "intrusos nas linhas" no lado francês, segundo o serviço de comunicação da Eurostar. Os incidentes começaram às 22h30 (17H30 Brasília).

"Várias pessoas invadiram as linhas e obrigaram um trem a frear na entrada do túnel no lado francês", disse à AFP um porta-voz regional da companhia ferroviária francesa (SNCF).

"Assim que o trem parou, a polícia agiu para retirar os intrusos e isto bloqueou os Eurostar que estavam a caminho de Londres, com o corte de energia por razões de segurança. A zona foi liberada pelas forças da ordem à 01H30" (20H30 Brasília).

No total, seis trens foram afetados pelo bloqueio do túnel: o que está na estação Calais-Frethun, dois que retornaram diretamente para Paris e Londres, e três que, depois de aguardar a liberação das linhas, seguiram para a capital britânica.

Cerca de 3.000 imigrantes, provenientes principalmente da África estão presentes em Calais e arredores com a intenção de chegar à Inglaterra, que consideram um Eldorado.

A polícia austríaca indicou neste sábado que interceptou um outro caminhão transportando 26 imigrantes, e que três crianças foram hospitalizadas, poucos dias após 71 corpos serem encontrados em um veículo abandonado.

"Três crianças foram hospitalizadas em razão de seu estado de saúde. Os médicos indicaram que elas estão sendo tratadas por seu grave estado de desidratação", informou a polícia em um comunicado.

O incidente ocorreu na sexta-feira de manhã.

"Se o trajeto tivesse continuado, a situação poderia ter sido crítica", acrescentou um porta-voz da polícia à AFP.

O veículo, perseguido pela polícia, transportava 26 "estrangeiros ilegais" da Síria, Bangladesh e Afeganistão, que disseram que queriam ir para a Alemanha, nas palavras da polícia.

O incidente ocorreu perto de Braunau am Inn, no oeste da Áustria e perto da fronteira com a Alemanha. O motorista, de nacionalidade romena, se recusou a parar após a ordem da polícia e foi detido.

Quinta-feira passada, os cadáveres de 71 migrantes, incluindo de quatro crianças, foram encontrados em um caminhão em uma estrada no leste da Áustria, perto da fronteira húngara.

As necrópsias ainda estão em andamento, mas a polícia acredita que os migrantes, provavelmente originários da Síria, morreram devido à falta de ar.

Mais de 140.000 pessoas entraram na Hungria através da sua fronteira com a Sérvia este ano. A maioria deles queria continuar sua jornada para países da Europa Ocidental, como Alemanha e Suécia, pela Áustria.

A ONU decretou nesta quarta-feira (1°) o nível três de emergência humanitária no Iêmen, o mais alto, em um país destruído pela guerra entre rebeldes xiitas e o governo apoiado por uma coalizão militar árabe.

Em uma reunião entre o chefe das operações humanitárias da ONU, Stephen O'Brien, e os diretores das agências humanitárias, "todas as agências concordaram em decretar o nível três por um período de seis meses", indicou o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq.

Em apenas outros três países foi decretado este nível máximo de alerta humanitário: Iraque, Sudão do Sul e Síria.

Segundo as Nações Unidas, mais de 21,1 milhões de iemenitas precisam de assistência humanitária -o que representa 80% da população -, 13 milhões dos quais sofrem com a escassez de alimento e 9,4 milhões têm acesso limitado à água.

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