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O jurista Kais Saied vencia as eleições presidenciais tunisianas com quase 77% dos votos, segundo uma projeção da emissora estatal de TV Wataniya, que confirma as tendências expressas em uma primeira pesquisa divulgada pouco antes.

Saied conseguia mais de 50 pontos percentuais de vantagem sobre seu adversário, Nabil Karoui, um controverso homem de negócios detido até a quarta-feira, que obteve 23% dos votos, segundo o instituto de pesquisas Sigma.

A publicação da pesquisa desencadeou gritos de alegria entre os partidários de Kais Saied, reunidos em um hotel da Tunísia, segundo um jornalista da AFP.

Os resultados oficiais não deveriam ser conhecidos antes da terça-feira.

Mas os cálculos fornecidos pela emissora Wataniya confirmam uma primeira pesquisa publicada pouco antes pelo instituto Emrhod, segundo o qual Saied, de 61 anos, obteve 72,5% dos votos contra 27,5% para seu adversário.

Pouco após esta primeira pesquisa, os partidários do universitário expressaram sua alegria na avenida Bourguiba, no centro da capital, fazendo um buzinaço.

A taxa de participação foi um pouco superior à do primeiro turno, informou o organismo encarregado das eleições, a Instância Superior Independente das Eleições (ISIE).

As seções eleitorais fecharam às 18h00 locais (14h00 de Brasília).

Nestas segundas eleições presidenciais democráticas por sufrágio universal, os sete milhões de eleitores tunisianos deviam escolher entre Nabil Karoui, um milionário da mídia investigado por fraude fiscal, e Kais Saied, professor de direito constitucional sem experiência política.

Saied venceu o primeiro turno realizado em 15 de setembro.

- "Cidadão desamparado" -

Karoui, de 56 anos, e Saied, de 61, duas personalidades diametralmente opostas, têm um único ponto em comum: surpreenderam ao ser eleitos no batalhão de 26 candidatos, em detrimento, entre outros, dos dirigentes em fim de mandato, sancionados por uma população exasperada pelas disputas políticas e por um horizonte econômico estagnado desde a revolução de 2011.

A morte, em julho, de Beji Caid Essebsi, primeiro presidente eleito em eleições democráticas e por sufrágio universal, forçou a antecipação das eleições presidenciais em vários meses, mergulhando o país em uma novela política que teve como última reviravolta a libertação na quarta-feira de Nabil Karoui, depois de a Justiça tê-la rejeitado várias vezes.

Karoui foi preso em 23 de agosto, dez dias antes do início da campanha eleitoral para o primeiro turno, acusado de fraude fiscal e lavagem de dinheiro. O candidato acusa o regime de uma operação política para tirá-lo da corrida presidencial.

"Esta disputa pelo palácio de Cartago é mais emocionante que um final de campeonato", resumiu um jovem na avenida Bourguiba, principal via de Túnis, onde os dois campos reuniram seus simpatizantes para seu primeiro - e último - comício.

Embora a segurança tenha melhorado claramente nos últimos anos, o desemprego continua carcomendo os sonhos de muitos jovens e a inflação pesa em rendimentos já baixos.

Os dois adversários se enfrentaram na noite de sexta-feira em um debate televisivo sem precedentes.

O empresário Nabil Karoui, com um perfil mais pragmático e libertado apenas 48 horas antes, mostrou-se hesitante e, em alguns momentos, impreciso, defendendo ao mesmo tempo a luta contra a pobreza e o liberalismo econômico.

Diante dele, Kais Saied, especialista em direito constitucional, voltou a mostrar sua intransigência e pediu uma mudança de sistema para dar "o poder ao povo".

- Formar o governo -

Saied, um candidato sem partido que tornou em seus os valores da revolução e assume seu conservadorismo em questões sociais, obteve 18,4% dos votos no primeiro turno.

Vários partidos pediram votos nele, entre eles o movimento de inspiração islamita Ennahdha, que ficou em primeira posição nas legislativas celebradas no começo de outubro com 52 assentos do total de 217.

Karoui, que se apresentou com as cores do Qalb Tounes, o partido que ele próprio fundou em junho, obteve 15,6% dos votos no primeiro turno de sua cela na prisão. Embora tenha se apresentado com um dique de contenção diante do islamismo, poucos partidos pediram votos claramente nele, nem mesmo os considerados progressistas.

Após este segundo turno, todos os olhares se voltam para o Ennahdha, partido encarregado da tarefa árdua de formar um novo governo.

O partido de Rached Ghannouchi deverá conseguir apoio suficiente do restante de blocos para alcançar a maioria de 109 assentos.

Qalb Tounes, que rejeitou qualquer aliança com os islamitas, é o segundo grupo no Parlamento, com 32 deputados.

O destituído presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali, falecido na quinta-feira, foi enterrado neste sábado na cidade sagrada muçulmana de Medina, região oeste da Arábia Saudita, informaram testemunha.

O ex-chefe de Estado que morreu em Jidá, ao sul de Medina, foi sepultado no cemitério de Al-Baqi, perto do mausoléu do profeta Maomé.

Ben Ali foi expulso em 14 de janeiro de 2011 da Tunísia - país que foi o berço da Primavera Árabe -, depois instalar um regime policial em seu país durante duas décadas.

Ben Ali, desde então refugiado na Arábia Saudita, foi condenado à prisão perpétua em vários processos, em particular pela violenta repressão das manifestações da revolução, que terminou com mais de 300 mortos.

Milhares de tunisianos acompanharam, neste sábado, o cortejo fúnebre do presidente Beji Caid Essebsi, que morreu aos 92 anos, em um momento comovente de unidade nacional.

Agitando bandeiras e entoando o hino nacional sob um sol escaldante, a multidão saudou a procissão fúnebre ao longo de seu percurso de vinte quilômetros, do Palácio de Cartago ao cemitério de Djellaz, em Túnis.

"Vim aqui para prestar homenagem ao seu trabalho em favor das mulheres", disse Farah, uma arquiteta no meio da multidão.

A polícia organizou um forte esquema de segurança para esse funeral na presença de vários líderes estrangeiros. Um helicóptero sobrevoou a área.

Primeiro presidente democraticamente eleito por sufrágio universal na Tunísia, que morreu alguns meses antes do final do seu mandato, Beji Caïd Essebsi foi enterrado ao lado de membros de sua família.

Uma cerimônia oficial reuniu sua família, altos funcionários tunisianos e líderes estrangeiros, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, o presidente palestino Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro líbio Fayez El Sarraj e o presidente argelino Abdelkader Bensalah.

Os presidentes maltês e português, o emir do Catar, o rei da Espanha, o príncipe Moulay Rachid, do Marrocos, também estiveram presentes.

"Ele era um estadista por excelência", disse o presidente da Tunísia, Mohammed Ennaceur, de 85 anos, que foi empossado imediatamente após a morte do presidente na quinta-feira.

Ele estava "ansioso pelo sucesso da transição democrática", acrescentou.

"Em tempos difíceis, quando o obscurantismo ameaçava (...) ele esteve entre aqueles que corajosamente defenderam uma Tunísia iluminada, aberta e tolerante", disse Macron.

- "Pertencia ao povo" -

O caixão, coberto com as cores da bandeira da Tunísia, deixou o palácio presidencial cercado por cerca de vinte cavaleiros do Exército. Foi colocado em um caminhão militar, precedido por motociclistas. Centenas de carros seguiram na procissão fúnebre.

Nos muitos cafés da avenida Bourguiba, clientes assistiram pela televisão a cerimônia transmitida ao vivo.

Aviões da força aérea sobrevoaram o local, deixando uma rastro de fumaça vermelha e branca, as cores da Tunísia.

"Sinto imenso pesar pela perda de uma pessoa muito querida que nos unia. A História se lembrará dele", disse Amira, uma expectadora.

Primeiro presidente tunisiano a morrer durante o exercício de suas funções, Essebsi foi enterrado no jazigo da família no meio da tarde.

"Beji Caid Essebsi pertence ao povo e todo tunisiano tem o direito de assistir ao seu funeral", escreveu seu filho Hafedh, no Facebook.

Ele deixa para trás importantes assuntos inacabados, incluindo a consolidação das instituições que garantem a democracia.

Mohamed Ennaceur atuará como presidente por um período máximo de 90 dias, até o final de outubro.

A autoridade superior independente responsável pela organização das eleições (Isie) anunciou uma eleição presidencial a partir de 15 de setembro. As eleições legislativas estão, em princípio, marcadas para 6 de outubro.

A Tunísia é o único país árabe que viveu a Primavera Árabe a continuar no caminho da democratização, apesar da turbulência política, lentidão econômica e ataques jihadistas.

A Tunísia, aliviada por ter evitado um vácuo de poder depois da morte do presidente Beji Caid Essebsi, se prepara para realizar eleições antecipadas em menos de dois meses, um desafio em um ambiente político de tensão.

Mas, esta sexta-feira, é dia para homenagens. Agora presidido interinamente pelo chefe do Parlamento Mohamed Ennaceur, que tomou posse poucas horas após a morte de Essebsi, o país saudou a memória de seu primeiro presidente democraticamente eleito por sufrágio universal em 2014.

Festivais foram cancelados, jornais foram impressos em preto e branco, sete dias de luto nacional foram decretados.

Em um editorial intitulado "Adeus, senhor presidente", o jornal O Tempo escreveu "Nossa dor é grande, nossa saudade é imensa", saudando um "grande patriota". "Adeus BajBouj", foi a manchete do O Dia, em referência ao apelido do presidente.

O corpo de Beji Caid Essebsi será levado do hospital militar Túnis para o Palácio Presidencial de Cartago, cerca de vinte quilômetros de distância, onde será velado pela família e amigos próximo.

O funeral nacional está planejado para o sábado, na presença de vários chefes de Estado, segundo o chefe do governo Yussef Chahed, que não especificou quem viria.

Desde o anúncio da morte, líderes internacionais elogiaram o papel crucial do falecido presidente na "marcha para a democracia no berço" da Primavera Árabe. A Argélia e a Mauritânia decretaram três dias de luto.

Agora o país terá que começar a se preparar para as eleições. Beji Caid Essebsi morreu alguns meses antes do final do seu mandato em dezembro, mas a Constituição prevê que o período de governo interino dure apenas entre 45 e 90 dias, ou seja, até 23 de outubro no máximo.

A eleição presidencial estava marcada para 17 de novembro, após as eleições parlamentares de 6 de outubro. Mas o calendário deverá ser mudado.

A autoridade independente encarregada de organizar as eleições anunciou que a eleição presidencial será adiantada e citou na quinta-feira uma votação a partir de 15 de setembro.

Muitos tunisianos saudaram a rápida transição, já que seu país é o único dos Estados árabes que viveram os protestos de 2011 a continuar no caminho da democratização, apesar do tumulto político, do marasmo econômico e dos ataques jihadistas.

"O povo tem orgulho de saber que seu país é um Estado democrático", comentou o ex-secretário-geral do Parlamento, Adel Bsili.

"Os tunisianos e tunisianas, diante da dificuldade de provar que merecem a democracia, conseguiram convencer soberbamente o mundo de que agora a Tunísia é um país democrático", escreveu o jornal A Imprensa, em um editorial intitulado "O Estado permanece de pé".

- Código eleitoral contestado -

Uma primeira hospitalização do presidente no final de junho, dia em que dois atentados suicidas mataram um policial e um civil em Túnis, provocou preocupação à respeito da fragilidade das instituições tunisianas.

As disputas internas e a fragmentação do partido presidencial criaram uma atmosfera deletéria, que pode pesar na organização da eleição presidencial.

E a transição continua enfraquecida pela ausência de um Tribunal Constitucional, instituição crucial de uma jovem democracia, cujo estabelecimento foi adiado várias vezes pelos partidos no poder.

O Parlamento superou na quinta-feira a ausência deste Tribunal, mobilizando a instância provisória de controle da constitucionalidade das leis que o substitui desde 2014, mas as prerrogativas destes continuam limitadas, especialmente para decidir as polêmicas sobre o código eleitoral.

As condições para candidatar-se foram alteradas de forma contestada em junho pelo Parlamento, mas o texto votado por iniciativa do governo não foi promulgado pelo chefe de Estado antes de sua morte. Um desejo da parte dele, de acordo com um de seus conselheiros.

Resta saber se este código eleitoral emendado será promulgado nos próximos dias, excluindo vários candidatos de peso, incluindo Olfa Terras-Ramburg e o magnata da mídia Nabil Karui.

Este último ameaçou usar contra seus concorrentes políticos este texto, que proíbe, retroativamente por um ano, todo o uso de propaganda política e distribuição de bens aos eleitores.

Senegal e Argélia vão fazer a grande final da Copa Africana de Nações, que está sendo disputada no Egito. Com altas doses de drama, as duas seleções venceram suas respectivas semifinais neste domingo, contra Tunísia e Nigéria, e farão a decisão na próxima sexta-feira, no Estádio Internacional do Cairo.

Senegal obteve a primeira vaga ao passar pelos tunisianos: 1 a 0, com o gol marcado na prorrogação, no estádio 30 de Junho, também no Cairo. Mais tarde, os argelinos superaram a três vezes campeã do torneio Nigéria pelo placar de 2 a 1 com um gol no último lance do tempo regulamentar, em jogo realizado na arena que receberá a final da competição.

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Na primeira semifinal do dia, o jogador do Liverpool, Sadio Mané, esteve presente na vitória senegalesa numa curiosa partida em que cada equipe perdeu uma penalidade máxima e o duelo foi decidido na prorrogação com um gol contra.

Aos 30 minutos do segundo tempo, o tunisiano Sassi teve sua cobrança defendida pelo goleiro Gomis. Cinco minutos depois, foi a vez de Henri Saivet desperdiçar para Senegal. O pênalti havia sido marcado em falta de Dylan Bronn dentro da área.

O mesmo defensor, que atua no Gent, da Bélgica, faria uma lambança aos seis minutos da etapa final da prorrogação. Ele tentava cortar jogada adversária, mas acabou concluindo o lance para as próprias redes, decretando a vitória dos senegaleses - que tentam seu primeiro título no torneio - e a passagem para a decisão.

Na outra partida decisiva do dia, um gol nos acréscimos do segundo tempo colocou a Argélia como adversária de Senegal na próxima sexta-feira ao vencer a Nigéria por 2 a 1. O atacante Riyad Mahrez, jogador do Manchester City, decidiu um jogo contra a Nigéria.

William Troost-Ekong abriu o placar do embate para a seleção do norte da África ainda no primeiro tempo, aos 40. De pênalti, Odion Ighalo deixou tudo igual aos 27 da etapa final. Quando a partida já se encaminhava para a prorrogação, aos 49 minutos, Mahrez acertou uma bela cobrança de falta e resolveu o jogo para a Argélia, que busca seu segundo troféu continental - o primeiro foi conquistado em 1990.

A grande final entre Senegal e Argélia está marcada para as 16 horas (de Brasília) da próxima sexta-feira.

A Copa Africana de Nações conheceu nesta quinta-feira, no Egito, os seus últimos dois semifinalistas. No Suez Stadium, a Argélia levou a melhor nos pênaltis diante da Costa de Marfim, depois de empatar em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação. Mais tarde, no Al Salam Stadium, a Tunísia não encontrou dificuldade para despachar Madagáscar e venceu o duelo por 3 a 0.

As duas semifinais do torneio africano serão jogadas no domingo, no Cairo, capital egípcia. Às 13 horas (de Brasília), os tunisianos medem forças com a seleção de Senegal, do atacante Sadio Mané, do Liverpool, que eliminou Benin nas quartas de final. Às 16 horas é a vez de os argelinos enfrentarem a Nigéria, que deixou pelo caminho na fase anterior a África do Sul.

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A Argélia, que busca seu segundo título na competição - foi campeã em 1990, quando sediou o torneio -, foi melhor em boa parte do jogo, especialmente no início, quando conseguiu seu gol com Sofiane Feghouli. O meia do Galatasaray, da Turquia, recebeu cruzamento na entrada da área e finalizou com precisão.

Os argelinos tiveram a chance de ampliar no início da etapa final, mas Baghdad Bounedjah perdeu uma cobrança de pênalti e manteve Costa do Marfim na partida. Os marfinenses foram ao ataque e buscaram o empate aos 17 minutos, em bonita jogada individual de Jonathan Kodjia. No lance, o atacante do Aston Villa combinou força e habilidade para driblar o marcador e finalizar de esquerda com força, no canto do goleiro.

Como o empate persistiu no restante do segundo tempo e também nos 30 minutos da prorrogação, a decisão da vaga foi para as penalidades. Os argelinos converteram suas quarto primeiras cobranças e Belaili perdeu a quinta, mas o erro não fez diferença, já que a Costa do Marfim foi infeliz em duas batidas, com Bony e Die, ambas na trave, e se despediu do torneio do qual foi campeão duas vezes, em 1992 e 2015.

Ao contrário da Argélia, a Tunísia não teve dificuldades em seu jogo para ir às semifinais. A seleção tunisiana, que busca seu segundo troféu no torneio - triunfou em 2004 - construiu a vitória sobre Madagáscar com três gols no segundo tempo. Sassi abriu o placar aos sete minutos, Msakni ampliou aos 15 e Sliti definiu a classificação com um gol nos acréscimos.

Já Madagáscar se despede da Copa Africana com a cabeça erguida. Em sua primeira participação na história da competição, a seleção da pequena ilha situada na Costa Leste da África chegou mais longe do que o previsto. Foi líder de seu grupo, ao vencer Burundi e Nigéria e empatar com Guiné, e passou pelo Congo nas oitavas de final antes de cair diante da Tunísia.

Um policial morreu e oito pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira (27) em dois atentados simultâneos contra as forças de segurança na Tunísia, informou o Ministério do Interior.

O primeiro ataque foi executado por um homem-bomba contra uma viatura da polícia na avenida Bourguiba, a principal de Túnis: três civis e dois agentes ficaram feridos. Um dos policiais, no entanto, não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital.

Um segundo atentado, cometido nas proximidades de um quartel da Guarda Nacional, deixou quatro feridos. A polícia isolou a área do primeiro ataque, na avenida Bourguiba, perto do ministério do Interior.

Várias lojas e prédios públicos fecharam as portas após o ataque.

A Costa do Marfim começou bem a sua participação na Copa Africana de Nações. Nesta segunda-feira, na cidade do Cairo, superou a África do Sul por 1 a 0, pela primeira rodada do Grupo A, considerado o mais complicado do torneio por envolver três campeões continentais - o outro é a seleção de Marrocos, que no domingo havia batido a Namíbia por 1 a 0.

O único gol da partida foi marcado por Jonathan Kodjia aos 19 minutos do segundo tempo, após cruzamento de Max Gradel. Com três pontos, os marfinenses agora vão encarar Marrocos, em partida marcada para a próxima sexta-feira, mesmo dia em que os sul-africanos vão buscar a reabilitação diante da Namíbia.

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En outra partida disputada nesta segunda-feira, a seleção do Mali goleou a Mauritânia por 4 a 1, em Suez, resultado que já a colocou na liderança do Grupo E. Adama Traoré foi o destaque do triunfo ao marcar duas vezes, enquanto Abdoulay Diaby e Moussa Marega completaram a goleada. El Hacen fez o gol da Mauritânia.

Angola e Tunísia dividem o segundo lugar da chave após o empate por 1 a 1 na estreia. Youssef M'Sakni abriu o placar para os tunisianos ao converter cobrança de pênalti, enquanto Djalma Campos igualou o placar. Na sexta-feira, a Tunísia vai enfrentar o Mali. No dia seguinte, a Mauritânia terá Angola pela frente.

A primeira rodada da edição 2019 da Copa Africana chega ao fim nesta terça-feira com a estreia dos times do Grupo F. Os confrontos serão Camarões x Guiné-Bissau e Gana x Benin.

As autoridades tunisianas decidiram, "por razões humanitárias", acolher os 40 migrantes resgatados por um navio comercial, sem acesso para atracar na costa de Zarzis há duas semanas.

"Por razões humanitárias, acolheremos os 40 migrantes", anunciou neste sábado à noite o primeiro-ministro Youssef Chahed, em plenária no Parlamento dedicada a uma moção de confiança dirigida ao ministro do Interior.

O "Sarost 5", um navio de abastecimento com bandeira tunisiana, espera há duas semanas perto de Zarzis.

"Apesar do atraso na hora de tomar a decisão, estamos contentes e aliviados", reagiu o capitão da embarcação, Ali Hajji, acrescentando que os migrantes - entre eles duas grávidas - "estão muito cansados e querem chegar à Tunísia".

O capitão ainda não recebeu a autorização para atracar no porto de Zarzi, mas "isso não vai demorar, após o anúncio do chefe de governo".

Oriundos da África Subsaariana e do Egito, os migrantes partiram da Líbia a bordo de um bote inflável, mas ficaram perdidos no mar por cinco dias até que o navio "Caroline III", enviado pelo centro de socorro de Malta, encontrasse o grupo.

O navio entrou em contato com as Guardas Costeiras da Itália, da França e de Malta, que "se recusaram a acolher os resgatados, alegando que os portos mais próximos estavam na Tunísia", lamentaram várias ONGs tunisianas em um comunicado.

Em visita oficial à Tunísia, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, assinou hoje (20) acordos de cooperação nas áreas de turismo e empresarial. Segundo o Itamaraty, o chanceler discutiu com o ministro dos Negócios Estrangeiros tunisiano, Khemaïes Jhinaoui, as negociações de dois acordos na área econômico-comercial: o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Tunísia e o acordo de facilitação de investimentos.

Ao final do encontro, foi assinado acordo para a implementação de ações de cooperação na área do turismo, como capacitação profissional e promoção recíproca de destinos.

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Paralelamente à visita, ocorreu a 8ª edição do Conselho Empresarial Brasil-Tunísia. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) assinou acordo com o Centro de Promoção de Exportações da Tunísia, com o objetivo de promover e facilitar o intercâmbio de informações sobre o ambiente de negócios e os contatos entre empresários dos dois países.

Aloysio Nunes Ferreira também foi recebido ainda pelo presidente da Tunísia, Beji Caid Essebsi, pelo primeiro-ministro Youssef Chahed e pelo presidente da Assembleia de Representantes do Povo, Mohamed Ennaceur. “Nesse encontros, o ministro discutiu com os dirigentes tunisianos os principais temas da agenda bilateral, entre os quais formas de promover o incremento do comércio bilateral, que se encontra abaixo de seu potencial, e cooperação técnica nas áreas de agricultura e de programas de desenvolvimento social, com ênfase no Cadastro Único dos programas sociais do governo brasileiro”, diz, em nota, o Itamaraty;

Segundo o Itamaraty, a Tunísia é o sétimo principal destino das exportações brasileiras na África. A corrente de comércio bilateral no ano passado foi de US$ 337 milhões, com superávit brasileiro de US$ 286 milhões. De acordo com o ministério, o acordo bilateral de cooperação e facilitação de investimentos e acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Tunísia, que estão em negociação, representarão importantes vetores da aproximação econômica entre os dois países.

A tunisiana Souad Abderrahim, de 53 anos, foi eleita pelo partido islâmico moderado Ennahda no dia 6 de maio como prefeita de Túnis, capital do país. Agora, foi confirmada pelos votos dos conselheiros municipais, que tiveram que decidir entre ela e Kamel Idir, do partido laico Nidaa Tounes.

A farmacêutica se tornou, assim, a primeira mulher prefeita de uma capital árabe. "A minha eleição mostra que as mulheres são capazes de ocupar o primeiro lugar. Dedico essa vitória à Tunísia e ao sucesso das mulheres tunisianas", afirmou.

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A luta contra a discriminação de gênero é uma das suas principais bandeiras, mas as suas posições, em relação à família, são claras e tradicionais.

A prefeita definiu a vitória, ainda, como um "evento histórico que pode riscar a imagem de Tunísia". Abderrahim admitiu que ser a primeira mulher prefeita é uma grande responsabilidade, mas assegurou que cumprirá todas as suas promessas de campanha eleitoral.

Segundo ela, todos os partidos serão representados na mesa, as ações serão coletivas, resultantes de um grande trabalho em equipe. Abderrahim não usa véu por fazer parte do Ennahda, então está sempre com um tailleur. Ela havia já dito que não é de direita, nem de esquerda, afirmando-se "independente".

As últimas eleições municipais tunisianas registraram baixa participação, com um eleitor votante entre três, totalizando 34% de pessoas que foram às urnas. Em 2018, completam sete anos da Revolução de Jasmin - responsável pela saída do presidente Zine el-Abidine Ben Ali - que deu início à transição da Tunísia para a democracia, depois de dezenas de anos sob domínio autoritário.

Da Ansa

A Tunísia voltou a vencer um jogo de Copa do Mundo depois de 40 anos ao bater o Panamá por 2 a 1, nesta quinta-feira, na Arena Mordovia, em Saransk, pela terceira rodada do Grupo G, que encerrou também a primeira fase do Mundial da Rússia. Festa tunisiana e decepção panamenha, que sai de sua primeira Copa com três derrotas e apenas dois gols marcados. A partida também marcou o gol de número 2.500 dos Mundiais. As duas equipes já estavam eliminadas.

O último triunfo da Tunísia no torneio havia sido os 3 a 1 sobre o México, em 1978. Aliás, até então era única vitória do país na competição, em 14 jogos. O jogo também marcou a despedida do zagueiro Felipe Baloy da seleção panamenha. O jogador de 37 anos, do CSD Municipal, da Guatemala, não entrou na partida. Mas, como prêmio de consolação, fez o primeiro gol do país em Copa - na goleada por 6 a 1 sofrida para a Inglaterra, no último domingo.

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Os dois times entraram com muitos reservas para fazer os jogadores terem a experiência de jogarem uma Copa do Mundo. A partida, que já não era das mais atrativas, perdeu ainda mais em qualidade técnica. A Tunísia se mostrou melhor. Com 64% de posse de bola, tomou a iniciativa. Chegou com mais perigo. Só no primeiro tempo foram sete chutes, três no alvo, fazendo o goleiro Penedo trabalhar.

Apesar do domínio, foi o Panamá que abriu o placar. Aos 32 minutos, José Rodríguez bateu de fora da área, a bola desviou em Meriah e enganou Mathlouthi para morrer no fundo das redes. Rodrigues saiu comemorando, na esperança de ser o segundo a ter marcado um gol na história do país em Mundiais, mas o árbitro Nawaf Shukralla, do Bahrein, anotou gol contra. Foi o único chute panamenho à meta adversária na primeira etapa.

No segundo tempo, o técnico do Panamá, o colombiano Hernán Darío Gómez, tirou o atacante Gabriel Torres e colocou o zagueiro Cummings para reforçar o sistema defensivo e segurar a vitória. Mas o treinador da Tunísia aumentou o poderio ofensivo com o meia Badri no lugar do volante Sassi.

Resultado: empate tunisiano logo aos 5 minutos. Sliti fez boa jogada e tocou para Khazri, que cruzou para o centroavante grandalhão Ben Youssef empurrar para o gol. Um gol histórico, o de número 2.500 na história das Copas do Mundo.

Depois do empate, Hernán Darío Gómez quis consertar o erro e inverteu a substituição anterior. Desta vez, tirou o zagueiro Roman Torres e colocou o atacante Tejada. Mas não deu certo. Aos 20 minutos, a Tunísia virou. O atacante Khazri recebeu passe de Haddadi dentro da pequena área e completou para o gol vazio.

Em seguida, os panamenhos fizeram o segundo gol, em um belo arremate de Bárcenas. Mas a jogada já havia sido parada uma falta de Tejada no lance anterior. No fim, o Panamá não teve força para empatar e a Tunísia conquistou a sua segunda vitória em Copas do Mundo.

FICHA TÉCNICA

PANAMÁ 1 x 2 TUNÍSIA

PANAMÁ - Jaime Penedo; Adolfo, Román Torres (Tejada), Fidel Escobar e Ovalle; Gabriel Gómez, Anibal Godoy, Ricardo Ávila (Arroyo), Edgar Bárcenas e José Rodríguez; Gabriel Torres (Cummings). Técnico: Hernán Darío Gómez.

TUNÍSIA - Aymen Mathlouthi; Hamdi Nagguez, Bedoui, Meriah e Haddadi; Chaaleli, Ellyres Skhiri, Sassi (Badri) e Sliti (Khalil); Ben Youssef e Wahbi Khazri (Srarfi). Técnico: Nabil Maaloul.

GOLS - Meriah (contra), aos 32 minutos do primeiro tempo; Ben Youssef, aos 5, e Khazri, aos 20 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Ricardo Ávila, Gabriel Gómez e Tejada (Panamá); Sassi, Badri e Chaaleli (Tunísia).

ÁRBITRO - Nawaf Shukralla (Fifa/Bahrein).

RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.

LOCAL - Arena Mordovia, em Saransk (Rússia).

A última rodada da primeira fase da Copa do Mundo, com quatro jogos por dia, passou rápido. Hoje (28) é o último dia da fase de grupos. Ao todo, 14 países estão classificados para disputar as oitavas de final, em que cada jogo será eliminatório, no estilo mata-mata, ou seja, quem perder voltará para casa.

No grupo G, Inglaterra e Bélgica já estão classificadas. No grupo H, três times brigam por duas vagas e o Senegal pode ser a única seleção africana a avançar no Mundial da Rússia.

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Senegal x Colômbia – 11h - Samara

Japão x Polônia – 11h - Volgogrado

Japão e Senegal lideram o grupo H, com 4 pontos ganhos, e têm a vantagem do empate para seguir às oitavas de final.

A Colômbia, com três pontos ganhos, precisa vencer o Senegal para garantir a vaga. Os colombianos até podem comemorar a vaga com um empate, desde que o Japão perca para a Polônia, que já não tem chances de classificação.

Na entrevista coletiva concedida antes da partida de hoje, o técnico colombiano José Pekerman elogiou o adversário. “Este jogo é decisivo, define quem avança à próxima fase. O Senegal chegou em boa forma e demonstrou isso nos dois últimos jogos. Acho que o jogo será muito intenso, competitivo. Espero que saiamos com a vitória”.

O treinador senegalês Aliou Cissé devolveu os elogios e acrescentou que o vencedor será aquele que controlar o meio de campo.

“A Colômbia tem alguns dos melhores jogadores internacionais. Eles podem variar o ritmo do jogo e são taticamente muito fortes. Nesta quinta-feira, jogaremos para vencer. A batalha no meio de campo será o ponto-chave”.

Inglaterra x Bélgica – 15h - Kaliningrado

Panamá x Tunísia – 15h - Saransk

O jogo da tarde entre a Bélgica e a Inglaterra será importante para observar a seleção que está mais bem preparada para a próxima fase.

As duas equipes, cotadas para chegar pelo menos até as quartas de final, ainda não foram testadas na Copa do Mundo. Enquanto a Alemanha e a Argentina passaram por jogos mais duros, belgas e ingleses enfrentaram o Panamá e a Tunísia, duas seleções muito inferiores tecnicamente.

Vale lembrar que a Inglaterra passou sufoco contra a Tunísia na estreia.

Já a Bélgica não teve trabalho para vencer até agora. Esse teste, no entanto, não será tão fiel. Os dois países terão mudanças no time titular. Já garantidos nas oitavas de final, sabe-se que os treinadores dos dois times pouparão titulares. Até o artilheiro do time belga, Lukaku, ficará de fora.

A outra partida será uma despedida dos dois figurantes do grupo. Se há algum atrativo no duelo entre o Panamá e a Tunísia, ele é a chance de o Panamá conquistar sua primeira vitória numa Copa do Mundo. Encerrado o jogo, as duas seleções voltam para casa.

Classificadas para as oitavas de final

Veja os 14 países que já estão classificados para as oitavas de final:

Uruguai, Rússia, Espanha, Portugal, França, Dinamarca, Croácia, Brasil, Argentina, México, Suíça, Suécia, Inglaterra e Bélgica

Romelu Lukaku provou neste sábado que é um dos candidatos a conquistar a artilharia da Copa do Mundo da Rússia. Com classe, precisão e presença de área, marcou dois gols ainda no primeiro tempo e ajudou a Bélgica a vencer a Tunísia por 5 a 2, no estádio do Spartak, em Moscou, pela segunda rodada do Grupo G do Mundial.

Além dele, o meia Eden Hazard também fez excelente partida e marcou outros dois gols da equipe, que no fim ainda balançou as redes com Batshuayi. Com o resultado, os belgas chegaram a seis pontos e praticamente carimbaram a passagem para as oitavas de final. Já os tunisianos dependem de uma improvável combinação de resultados para alcançar a segunda fase da competição.

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O jogo começou em ritmo acelerado e, logo aos quatro minutos, o meia Hazard, outro craque do time, entrou na área pelo lado direito e só foi parado com uma falta grotesca de Syam Ben Youssef. Aos seis, ele mesmo bateu e abriu o placar, para a festa da torcida da Bélgica.

A Tunísia, ao menos, mostrava coragem de atacar. O problema é que as jogadas ofensivas eram construídas mais na base da valentia e da coragem do que no pensamento e na habilidade. Com isso, espaços foram se abrindo em meio à linha defensiva do time. Aos 15, Mertens roubou a bola no meio do campo e tocou para Lukaku que, em velocidade, bateu no canto esquerdo, sem chance para o goleiro Ben Mustapha.

A coragem tunisiana foi recompensada dois minutos depois. Aos 17, o capitão Khazri levantou falta dentro da área pelo lado esquerdo, Bronn subiu mais que a zaga e testou firme no canto esquerdo da meta, sem chances para Courtois.

A partir daí, a partida ficou mais pegada, com maior marcação. Até o final da primeira etapa, a Bélgica tocou melhor a bola e até chegou com algum perigo à meta da seleção africana. O time ainda perdeu dois jogadores lesionados, mas mesmo assim parecia ter corrigido os erros de marcação. Parecia. Aos 47, Maaloul saiu jogando errado do campo de defesa e entregou a bola de presente para Mounier, que tabelou com De Bruyne e recebeu na entrada da área. Depois, viu Lukaku passar por trás dos zagueiros e tocou na medida para o artilheiro, que na saída do goleiro apenas tocou por cima, sutilmente. Um belo gol.

O segundo tempo começou da mesma forma que o primeiro, com a Bélgica se impondo na base da qualidade de seus jogadores. E não demorou muito para ampliar o placar. Aos seis minutos, De Bruyne deu uma aula de lançamento - colocou a bola por cima da zaga, no chamado "ponto futuro". Hazard apareceu por trás da zaga, cortou o goleiro e só empurrou para o fundo do gol.

Depois disso, o técnico da Bélgica, o espanhol Roberto Martinez deu um descanso para as suas estrelas e Lukaku e Hazard deixaram o jogo para a entrada de Fellaini e Batshuayi, mas o panorama não mudou. Os belgas continuavam envolvendo as duas linhas de marcação da Tunísia e quase chegaram ao quinto gol aos 33, quando Carrasco acertou belo chute de fora da área, o goleiro Ben Moustapha espalmou nos pés de Batshuayi, que, de dentro da pequena área, bateu no travessão.

Batshuayi teve outra grande chance de gol aos 35, quando Kevin De Bruyne fez ótima jogada pela esquerda e tocou para o atacante chutar forte, para excelente defesa do goleiro.

No fim, o jogo permanecia no mesmo cenário, mas de tanto insistir, Batshuayi fez o dele. Tielemans partiu pela direita do ataque e levantou na medida para o atacante chegar escorando, mais uma vez por trás da zaga, e mais uma vez sem chances para o goleiro.

Só que ainda tinha mais. Nos acréscimos foi a vez da Tunísia ir para cima e o time conseguiu descontar. Naguez partiu pela direita e cruzou para Khazri tocar de mansinho no canto direito do goleiro Cortuois.

Bom para a Bélgica, que com um saldo de seis gols positivos após duas rodadas, só não jogará por um empate na última partida para terminar a primeira fase na liderança do Grupo G se a Inglaterra vencer o Panamá neste domingo por no mínimo cinco gols de diferença.

FICHA TÉCNICA

BÉLGICA 5 X 2 TUNÍSIA

BÉLGICA - Courtois; Alderweireld; Boyata e Vertonghen; Meunier, De Bruyne, Witsel, Carrasco, Mertens (Tielemans) e Hazard (Batshuayi); Lukaku (Fellaini) . Técnico: Roberto Martinez.

TUNÍSIA - Ben Mustapha; Meriah, Syam Ben Youssef (Ben Alouane), Bronn (Naguez) e Maaloul; Skhiri, Sassi (Sliti) e Khaoui; Badri, Fakhreddine Ben Youssef e Khazri. Técnico: Nabil Maaloul.

GOLS - Hazard (pênalti), aos 6, Lukaku, aos 15 e aos 44, e Broon, aos 17 minutos do primeiro tempo; Hazard, aos 6, Batshuayi, aos 44, e Khazri, aos 47 minutos do segundo tempo.

CARTÃO AMARELO - Sassi (Tunísia).

ÁRBITRO - Jair Marrufo (Fifa/Estados Unidos).

RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.

LOCAL - Spartak Stadium, em Moscou (Rússia).R

A Inglaterra precisou suar muito, mas arrancou uma importante vitória na estreia da Copa do Mundo, nesta segunda-feira, graças à estrela de Harry Kane. O artilheiro do Tottenham brilhou para marcar os dois gols do triunfo por 2 a 1 sobre a Tunísia, sendo o segundo já nos acréscimos da etapa final, e fez a festa da fanática torcida em Volgogrado.

Foi um jogo que mostrou o melhor e o pior desta renovada seleção inglesa. A equipe teve um início avassalador, desperdiçou chance atrás de chance e marcou logo aos 10 minutos, com Kane. Depois, um apagão, que culminou no gol de pênalti de Sassi e em um segundo tempo que se arrastava monótono. Isso até os 46 minutos, quando Kane voltou a aparecer para garantir a vitória suada.

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Se o desempenho não foi dos mais animadores, os três pontos são importantíssimos para uma seleção que tenta apagar a má impressão de Copas recentes, principalmente a de 2014, quando a Inglaterra caiu ainda na primeira fase. Agora, uma vitória diante do Panamá, domingo, em Nijni Novgorod, pode garantir a classificação às oitavas.

Já a Tunísia pode se orgulhar de ter feito o primeiro gol africano do Mundial da Rússia e de segurar o adversário durante boa parte do confronto, mas certamente se lamentará pelo gol sofrido no fim. No sábado, precisa de uma vitória sobre a favorita Bélgica, em Moscou, para manter a possibilidade de avançar neste Grupo G.

Se o resultado foi suado, o início de jogo nesta segunda deu a impressão de que seria um passeio da Inglaterra, que criou três chances seguidas com menos de cinco minutos. Sterling perdeu sem goleiro de forma incrível, e Hassen fez grandes defesas nas finalizações de Lingard e Harry Kane.

Aos 10, o goleiro voltou a aparecer ao espalmar cabeçada firme de Stones, após escanteio da esquerda, mas a sobra caiu nos pés de Kane, que completou para o gol vazio. Para piorar, Hassen ainda se contundiu no lance e precisou deixar o gramado, chorando muito.

O cenário era dos piores para a Tunísia, mas diante de um surpreendente recuo inglês, o time africano cresceu e passou a incomodar, principalmente nas costas de Ashley Young, um pouco perdido atuando vezes como lateral, vezes como ala. Por ali, Skhiri tentou o cruzamento, Walker acertou o braço em Fakhreddine Ben Youssef e o árbitro marcou pênalti. Sassi bateu no canto direito de Pickford e deixou tudo igual.

O gol voltou a acordar a Inglaterra, que pressionou e seguiu desperdiçando chances. Aos 38, Dele Alli aproveitou escanteio pela esquerda, recolocou para a área e viu Stones perder sozinho. Lingard, aos 42, repetiu o zagueiro e acertou a defesa tunisiana ao ficar sozinho na marca do pênalti. E no minuto seguinte, o meia ainda bateu na trave, após lindo lançamento de Trippier.

Para o segundo tempo, os ingleses apostaram na marcação por pressão, incomodaram a saída de bola adversária, mas viram as chances ficarem escassas. Os tunisianos, por sua vez, deixavam o jogo se arrastar e não escondiam a satisfação com a igualdade.

O domínio territorial não era suficiente, e Southgate decidiu mudar. Colocou o jovem Rashford na vaga de Sterling e passou a insistir ainda mais nos cruzamentos e lançamentos para a área. Fechada, a Tunísia afastava o perigo a cada tentativa inglesa, sem maiores dificuldades.

Mas foi na base da insistência, e pelo alto, que a Inglaterra chegou à vitória chorada, aos 46 minutos. Após escanteio da direita, Maguire desviou de cabeça e Harry Kane, na pequena área, finalizou para a rede, sem chances para o goleiro.

 

FICHA TÉCNICA:

TUNÍSIA 1 X 2 INGLATERRA

TUNÍSIA - Hassen (Ben Mustapha); Meriah, Syam Ben Youssef, Bronn e Maaloul; Sassi, Skhiri e Badri; Fakhreddine Ben Youssef, Khazri (Saber Khalifa) e Sliti (Ben Amor). Técnico: Nabil Maalouol.

INGLATERRA - Pickford; Walker, Stones e Maguire; Trippier, Henderson, Lingard (Dier), Dele Alli (Loftus-Sheek) e Ashley Young; Sterling (Rashford) e Harry Kane. Técnico: Gareth Southgate.

GOLS - Harry Kane, aos 10, e Sassi, aos 32 minutos do primeiro tempo. Harry Kane, aos 46 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO - Wilmar Roldán (Fifa/Colômbia).

CARTÕES AMARELOS - Walker (Inglaterra).

RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.

LOCAL - Arena Volgogrado, em Volgogrado (Rússia).

Pelo menos 47 migrantes morreram e outros 68 puderam ser resgatados em frente à costa do sul da Tunísia, informou neste domingo o ministério de Defesa em balanço ainda provisória.

Na madrugada deste domingo, uma embarcação com migrantes a bordo foi detectada quando se encontrava "a ponto de afundar", na costa de Sfax, havia informado mais cedo o ministério do Interior.

Não foi informada a identidade das pessoas mortas. Entre os sobreviventes há tunisinos e sete cidadãos da Costa do Marfil, de Mali, Marrocos e Camarões, acrescentou o porta-voz.

"Éramos cerca de 180 pessoas a bordo da embarcação que media cerca de 9 metros e onde não cabiam mais de 70 pessoas", disse um sobrevivente à rádio tunisiana Mosaico FM.

"Os guarda-costas e a marinha continuam as buscas com o apoio de um avião militar", segundo o comunicado do ministério do Interior, que informou sobre o resgate de 47 corpos.

Este ministério havia informado sobre "um pedido de socorro em 2 de junho às 22H45 do horário local (21H45 GMT), de um barco de pesca que estava a ponto de naufragar na costa de Kerkenna, com migrantes a bordo".

Ao menos uma pessoa morreu na série de protestos registrada na noite dessa segunda-feira (8) em várias cidades da Tunísia, contra o aumento de impostos anunciado pelo governo para 2018. A morte ocorreu na cidade de Tebourba durante confrontos entre jovens manifestantes e policiais, informou o Ministério da Saúde. A vítima é um homem de 43 anos, identificado como Khemaies Yeferni. No entanto, o Ministério do Interior desmentiu as informações e disse que o homem morreu em decorrência de doenças já existentes. Segundo o Ministério, ele não foi vítima de violência.

Em outras cidades, como Kasserine, Thala, Feriana, Douz, Kebili e Sbeitla, também foram registrados confrontos. As manifestações criticam a alta da inflação e do custo de vida, assim como o desemprego e o aumento dos impostos determinado pelo governo da Tunísia para 2018 sobre produtos como gasolina, carros e internet. Houve registros de roubo em supermercado, ataque a posto policial, furto em uma tabacaria e outros crimes comerciais durante os protestos. Mais de 50 pessoas foram presas, informou o porta-voz do Ministério do Interior, Khalifa Chibani.

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A economia da Tunísia está em crise desde a revolta de 2011 que deu início à Primavera Arábe e destituiu ditadores na região. O turismo, importante setor da economia local, entrou em decadência.

Da Ansa

O continente africano conheceu neste sábado as suas últimas seleções classificadas à Copa do Mundo da Rússia, em 2018: Marrocos, que se garantiu após superar a Costa do Marfim, e Tunísia, depois de empatar com a Líbia.

E a classificação marroquina veio até com certa classe. A equipe enfrentava a Costa do Marfim em Abidjã, na casa do adversário, e precisava de um empate para assegurar lugar na Rússia. Fez ainda melhor: ganhou por 2 a 0 e frustrou a festa da torcida local.

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O grande resultado fez o Marrocos se manter na liderança do Grupo C das Eliminatórias Africanas do Mundial de 2018, com 12 pontos, quatro na frente da Costa do Marfim. Já o Gabão, que empatou com Mali por 0 a 0, terminou com seis, dois a mais do que o adversário deste sábado após esta rodada final da chave.

Uma das principais seleções africanas da última década, a Costa do Marfim precisava de um triunfo simples para se garantir no Mundial. E, assim, aproveitando o apoio da torcida, começou pressionando e criando as melhores oportunidades.

Mas, aos 25, após cruzamento, o atacante Nabil Dirar resvalou de cabeça e fez o primeiro gol marroquino. E, apenas cinco minutos depois, em novo levantamento, a bola atravessou a área, ninguém cortou e o zagueiro Benatia, da Juventus, desviou com o pé, assegurando a classificação.

Essa será a quinta participação marroquina em um Mundial e a primeira desde 1998 - jogou também em 1970, 1986 e 1994. Já a Costa do Marfim está fora depois de se classificar às três últimas Copas.

TUNÍSIA - Precisando apenas de um empate neste sábado, em casa, a Tunísia não foi brilhante, mas confirmou sua classificação ao ficar no 0 a 0 com a Líbia, em duelo válido pelo Grupo A.

Assim, terminou na liderança da chave com 14 pontos, apenas um na frente da República Democrática do Congo (ex-Zaire), que ganhou neste sábado de Guiné por 3 a 1, também em casa. Depois de disputar as Copas de 1978, 1998, 2002 e 2006, a Tunísia jogará o seu quinto Mundial na Rússia.

Ainda neste sábado, em duelo válido pelo Grupo B, que já tinha a Nigéria garantida na Copa do Mundo, as seleções de Zâmbia e Camarões empataram por 2 a 2 e se despediram amargamente das Eliminatórias.

O Mundial da Rússia, assim, já conta com 26 seleções classificadas: Egito, Nigéria, Senegal, Marrocos, Tunísia, Rússia (país-sede), Brasil, Bélgica, Inglaterra, França, Alemanha, Islândia, Polônia, Portugal, Sérvia, Espanha, Argentina, Colômbia, Uruguai, Costa Rica, Panamá, México, Irã, Japão, Coreia do Sul e Arábia Saudita.

Grandes ruínas romanas subaquáticas foram descobertas no nordeste da Tunísia, aparentemente confirmando uma teoria de que a cidade de Neápolis foi parcialmente submergida por um tsunami no século IV d.C.

"É uma grande descoberta", disse à AFP Mounir Fantar, chefe de uma missão arqueológica tunisiana-italiana que fez a descoberta na costa de Nabeul.

Ele disse que uma expedição subaquática encontrou ruas, monumentos e cerca de 100 tanques usados ​​para produzir garum, um condimento fermentado à base de peixe que era muito apreciado na Roma antiga.

"Esta descoberta nos permitiu estabelecer com certeza que Neápolis era um importante centro para a fabricação de garum e peixe salgado, provavelmente o maior centro do mundo romano", disse Fantar.

A equipe de Fantar começou a trabalhar em 2010 em busca do porto de Neápolis, mas só fez a descoberta das ruínas, que se estendem por mais de 20 hectares, neste verão, graças às condições climáticas favoráveis.

A descoberta também provou que no dia 21 de julho em 365 d.C. Neápolis foi parcialmente submersa por um tsunami que danificou gravemente Alexandria, no Egito, e a ilha grega de Creta, conforme registrado pelo historiador Ammien Marcelino.

Em uma decisão considerada histórica, o governo da Tunísia, país da África do Norte, aprovou nesta sexta-feira (28) uma lei para prevenir e punir "toda e qualquer violência contra as mulheres". O decreto também revoga o artigo do código penal do país que permitia que estuprador de uma menor se casasse com a vítima para se livrar da prisão. 

A nova medida foi aprovada por unanimidade com o voto favorável dos 147 deputados e deputadas, incluindo os representantes do partido islamita moderado Ennahda, primeira força do Parlamento da Tunísia.

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A lei define violência contra mulheres como "qualquer agressão física, moral, sexual ou econômica baseada na discriminação de gênero, incluindo ameaças, pressão ou privação de direitos e liberdades, tanto na vida pública como na privada".

O decreto prevê penas severas para estupradores e assegura a proteção das mulheres garantida pela Constituição através de uma abordagem abrangente, baseada na prevenção e punição dos agressores.

Apesar de a nova Constituição do país, aprovada em 2014 após a primavera árabe, prever a proteção das mulheres que são vítimas de violência, muito pouco se tinha avançado em termos legislativos nesse sentido na Tunísia.

"A nova lei tunisiana dá às mulheres as medidas necessárias para procurarem proteção de atos violentos cometidos pelos seus maridos, familiares ou outros", afirma em nota Amna Guellali, diretora da ONG Human Rights Watch na Tunísia, em entrevista à imprensa internacional.

De acordo com Guellali, a partir de agora será importante que o "governo financie e apoie as instituições para que esta lei se transforme em proteção genuína".

"A versão do texto votado no parlamento responde às expectativas das mulheres e da sociedade civil que se reuniram durante duas décadas para obter esse resultado", disse Bochra Bel Haj Hmida, deputada independente do país.

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