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Pessoas próximas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que a forma como o promotor Cassio Conserino divulgou a possibilidade de oferecer denúncia contra o petista por supostamente ocultar a propriedade de um apartamento triplex no Guarujá enfraquece a investigação do Ministério Público.

"É esquisito um promotor dar entrevista antes de formalizar o procedimento. Vamos esperar para ver de que forma ele vai apresentar este procedimento. Oferecer denúncia qualquer um pode oferecer. A Justiça acatar a denúncia é outra coisa", disse o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

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Segundo a revista Veja, o promotor decidiu oferecer denúncia contra Lula. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Conserino disse que as apurações indicam "para a possibilidade" da denúncia e cita uma "gama de prova testemunhal circunstancial e documental que apontam para possível crime de lavagem de dinheiro".

Em nota divulgada no sábado, 23, o Instituto Lula diz que examina ações contra Conserino e acusa o promotor de cometer uma "violência" contra o ex-presidente além de "violar a lei" e o estado democrático de direito ao dizer que ofereceria a denúncia antes mesmo de ouvir as alegações da defesa, fase obrigatória em um processo judicial.

Conserino se defendeu dizendo que não antecipou a decisão e está apenas dando transparência a um caso de alto interesse público. "Informar a sociedade sobre uma investigação de evidente interesse público, por meio de uma imprensa livre não me parece violar a lei, especialmente porque não há sigilo da investigação. Além disso somos promotores de Justiça e trabalhamos em prol e para a sociedade, que merece tomar ciência de investigações dessa envergadura", disse o promotor.

As investigações mostram que a ex-primeira-dama Marisa Letícia visitou o

apartamento em companhia de Léo Pinheiro, da OAS, empresa investigada pela Operação Lava Jato e que é suspeita de ter bancado benfeitorias no imóvel.

Mérito

Além de questionar a forma como o promotor agiu, o Instituto Lula nega o mérito da acusação. Segundo o Instituto, Lula nunca escondeu que possui a opção de compra de um apartamento no prédio investigado, portanto, nunca ocultou nada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Três dias depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer em entrevista a blogueiros que "daqui para a frente" iria "processar todo mundo", seus advogados examinam medidas judiciais contra o promotor Cassio Conserino.

O promotor, que alega estar apenas dando transparência a um caso de interesse público, investiga o apartamento tríplex reservado ao ex-presidente na praia de Astúrias, no Guarujá, cidade do litoral de São Paulo. Ele afirma que já tem indícios suficientes para apresentar denúncia por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio contra Lula.

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Em nota intitulada "violência contra Lula: promotor anuncia denúncia sem ouvir defesa", o Instituto Lula nega que o ex-presidente e sua família tenham cometido os crimes e acusa Conserino de violar a lei e o estado democrático de direito ao anunciar, via imprensa, que pretende denunciar o petista antes mesmo de ouvir a defesa. A intenção do promotor foi divulgada em entrevista à revista Veja.

Conserino, também por meio de nota, negou ter antecipado a decisão. Segundo ele, as evidências abrem a "possibilidade" da denúncia.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o promotor defendeu o direito dos promotores de darem transparência a inquéritos de alto interesse público.

"Informar a sociedade sobre uma investigação de evidente interesse público, por meio de uma imprensa livre não me parece violar a lei, especialmente porque o sigilo da investigação foi baixado. Além disso somos promotores de Justiça e trabalhamos em prol e para a sociedade, que merece tomar ciência de investigações dessa envergadura", disse ele.

A nota do Instituto Lula também faz menção à revista Veja, que, na sua avaliação, "utilizou a entrevista do promotor para mais uma vez ofender e difamar o ex-presidente Lula e será objeto de nova ação judicial por seus repetidos crimes".

Um dos comentaristas do programa Frente a Frente, ancorado por este blogueiro pela Rede Nordeste de Rádio, o publicitário José Nivaldo Júnior, da Makplan, dizia, ontem, numa roda de amigos, que a louvação e importância que alguns setores da sociedade dão a povo nas ruas, a propósito das manifestações de ontem pelo impeachment, em todo o País, são coisas que se reportam ao século XIX.

“Os códigos do terceiro milênios são outros”, arrematou o polêmico, atualizado e crítico marqueteiro. Na verdade, José Nivaldo está se referindo à ebulição provocada em todos os segmentos da sociedade pela internet, as redes sociais e o mundo globalizado. Numa sociedade online, as instituições funcionam, como estão relativamente cumprindo seus papeis, sem necessariamente a voz rouca das ruas.

Mas, independentemente disso, é digno de comemoração à volta do povo às ruas. Mesmo sem o devido tempo para organizar, mobilizando as pessoas apenas pelas redes sociais, os movimentos defensores do impeachment de Dilma colocaram caras pintadas nas ruas em todo o País.

Poderia ter uma amplitude maior? Pouco importa. Os que saíram de casa para pedir o fora Dilma, a cassação de Eduardo Cunha e uma limpeza em geral no Congresso não dependeram de máquina pública, não ganharam lanches nem refrigerantes bancados pelo poder ou organizações infiltradas. Estavam ali pelo inconformismo e pelo sentimento de indignação.

Indignação contra o maior assalto aos cofres públicos da história republicana patrocinado pelo PT com a chegada de Lula ao poder. Nunca se roubou tanto neste País! Os delatores fazem acordo para reduzir suas penas com a garantia de devolver 100 milhões de dólares. De boca cheia, falam em 100 milhões de dólares como se tratassem de dois contos de réis.

A dinheirama que a quadrilha do PT instalou no poder desviou R$ 42 bilhões da Petrobras, fala-se em R$ 25 bilhões dos fundos de pensões e R$ 60 bilhões do BNDES. O desgoverno fechou suas contas com um déficit de R$ 150 bilhões, aprovado, pasmem, pelo Congresso, sem que a presidente fosse enquadrada na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Só na semana passada, o País assistiu, impactado, a mais três escândalos: R$ 200 milhões desviados de apenas um trecho da Transposição, entre Sertânia (PE) e Monteiro (PB); um sobrepreço bilionário nas obras da refinaria de Abreu e Lima e a prisão, por roubo, através de licitações desviadas, de dois lobistas da Hemobrás, além da demissão dos diretores Rômulo Maciel e Mozart Sales.

Enquanto Dilma diz que não rouba, mas deixa roubar, três milhões de brasileiros, coitados, passaram a ficar inadimplentes com os seus seguros de saúde, sem assistência médica. Se morrerem, depositem a culpa na brutal recessão que Dilma jogou no nosso colo. No mercado de trabalho, 1,5 milhão de trabalhadores com carteira assinada perderam seus empregos, enquanto mais sete milhões na informalidade foram jogados pela janela.

Este é o legado do PT, de Lula e Dilma, que alguns, certamente movidos por outros interesses não republicanos, ainda têm coragem de defender. É triste ouvir argumentos na linha de que todos roubaram no passado, o PT também pode roubar. Pode não! O PSDB e tantos outros que se locupletaram do poder pagaram o preço, que foi a derrota para a oposição.

O PT, que o povo tanto confiou, na condição de maior partido de oposição, não poderia ter seguido a cartilha do PSDB e outros partidos que governaram o País. Ao contrário, jogou, infelizmente, a ética no lixo. Governou com os mesmos que diziam ser assaltantes, como Sarney, Collor, Jader Barbalho, Roberto Jeferson, Jucá e tantos outros.

Tinha que dar no que deu!

SEM COMEMORAÇÃO – Os protestos de ontem, apesar de menores que outros convocados meses atrás e, também em 2013, podem ganhar musculatura no pior momento para a presidente Dilma: se o processo ganhar terreno e for levado à votação em plenário. Para isso, o andamento do impeachment ainda precisa avançar no Congresso Nacional e superar o atual movimento de judicialização ao qual está sendo submetido no Supremo Tribunal Federal (STF).

Elias contratou empresa investigada– Em Jaboatão, o prefeito Elias Gomes (PSDB) já contratou os serviços de consultoria da Ecoplan Engenharia Ltda, a mesma empresa envolvida no escândalo de desvio de R$ 200 milhões em um dos trechos da Transposição. Com data de 15 de abril de 2011, o contrato, no valor de R$ 1.515.168,70, foi assinado através da Secretaria de Assuntos Jurídicos, para consultoria de apoio e gerenciamento dos processos de contratações de bens e serviços pela Prefeitura.

Irmão na linha de frente– Embora o PSB não tenha assumido, oficialmente, posição pelo impeachment, o advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos e pré-candidato a prefeito de Olinda, foi às ruas, ontem, defender o afastamento da presidente Dilma. "O país precisa de um rumo e [o vice-presidente] Michel Temer tem diálogo para isso. Como presidente do Conselho de Ética do PSB, escrevi uma carta propondo ao partido o posicionamento pró-impeachment. Espero que seja acolhida", afirmou.

 

Adeus, PT! – Para quem não leu ainda a entrevista do senador Paulo Paim nas páginas amarelas de Veja apenas uma frase de quem está rasgando a filha de filiação ao PT: “É triste ver que o sonhou acabou. Ver aonde chegamos. Infelizmente, o PT hoje é um partido como todos os outros que sempre criticamos”. Paim está abandonando o barco depois de 30 anos de militância e diz que a gota d água foi a decepção com o Governo Dilma.

Pagamento e contas em dia– Camaragibe, administrada pelo tucano Jorge Alexandre, faz parte dos seletos 4% de municípios com as contas em dia em todo o País. Segundo levantamento oficial, 96% das prefeituras estão no chamado “cadastro negro” e sem direito, portanto, a verba federal. Na sexta-feira passada, aliás, Alexandre pagou o 13º salário integral dos servidores, injetando recursos da ordem de R$ 6 milhões na economia.

CURTAS

RAZÕES– Presente ao ato pelo impeachment, ontem, no Recife Antigo, o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, também subiu no carro de som. "Sobram razões para que ela (Dilma) seja destituída. É preciso mais do que nunca o povo na rua para vencer as barreiras que querem impor ao processo de impeachment", afirmou.

ALÔ, BEZERROS! – Começo mais uma semana de lançamentos e palestras sobre a conjuntura nacional, hoje, pela cidade de Bezerros, às 19 horas, na Câmara de Vereadores. Amanhã, será a vez de Quipapá e na quinta-feira a ilha de Fernando de Noronha.

Perguntar não ofende: Teremos recesso do Congresso, apesar da maior crise dos últimos 50 anos?

O ex-presidente Lula divulgou, em nota oficial, que entrou com três queixas-crime contra os repórteres da revista “Veja” responsáveis pela reportagem de capa da edição de 25 de julho passado. O filho do petista, Fábio Luís Lula da Silva, também ingressou com ações contra tucanos, alegando ter recebido informações ofensivas a seu respeito. 

“O texto não expôs nenhuma evidência concreta para sustentar as afirmações difamatórias que publicou e divulgou com grande estardalhaço por meio de publicidade física e nas redes sociais”, diz a nota.

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Além dos repórteres, também são alvos das medidas judiciais o deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG) e o prefeito de São Carlos, Paulo Altomani (PSDB). O parlamentar tucano é alvo de queixa-crime por ter feito afirmações ofensivas contra o filho do ex-presidente. “A decisão de mover ação penal contra Sávio foi tomada depois que o parlamentar teve oportunidade de se retratar perante o STF, mas preferiu insistir em divulgar mentiras contra o filho de Lula”, afirma o texto. Já o prefeito foi incluído por ter “publicado mentiras no Facebook e relacionado o filho de Lula à Friboi”, explica o documento. 

Confira a nota na íntrega:

“Família de Lula abre três queixas-crime contra mentiras da imprensa e do PSDB

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, abriram três queixas-crime contra autores de calúnias contra eles. Os alvos das medidas judiciais são o deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), o prefeito de São Carlos, Paulo Altomani (PSDB), e os repórteres da revista VEJA responsáveis pela reportagem de capa da edição de 25 de julho passado.

O ex-presidente é autor de queixas-crime contra Robson Bonin e Adriano Ceolin, repórteres de VEJA. Eles são autores das reportagens de capa da edição nº 2436 da revista, em que pretensa reportagem afirma que uma delação premiada estaria próxima de envolver Lula na Operação Lava Jato. Aquele que seria o autor da delação, o empreiteiro Leo Pinheiro, negou integralmente as informações no mesmo dia da publicação de VEJA por meio de nota de seus advogados, e o texto não expôs nenhuma evidência concreta para sustentar as afirmações difamatórias que publicou e divulgou com grande estardalhaço por meio de publicidade física e nas redes sociais.

Em relação ao deputado do PSDB, a ação se reporta às afirmações ofensivas feitas por ele em entrevista concedida em 9 de fevereiro de 2015 ao programa de rádio “Bom dia Divinópolis”. Na ocasião, Sávio afirmou que o filho do ex-presidente enriqueceu de maneira ilícita e possui fazendas, o que não é verdade. A decisão de mover ação penal contra Sávio foi tomada depois que o parlamentar teve oportunidade de se retratar perante o STF, mas preferiu insistir em divulgar mentiras contra o filho de Lula.

Já o prefeito de São Carlos Altomani publicou mentiras em sua página no Facebook, dizendo que: “não é justo o Tesouro Nacional tirar dinheiro de nossa cidade para repassar ao BNDES para financiar por exemplo a empresa Friboi, que pertence ao Lulinha, e que paga cachês milionários para o ator Tony Ramos para vender em rede nacional sua carne financiada com recursos de saúde educação limpeza publica etc” (sic). Por essas afirmações, Fábio moveu queixa-crime também contra ele.”

Por ordem da presidente Dilma Rousseff, ministros reagiram neste sábado a informações dando conta de que o governo federal estaria fazendo manobras para evitar a todo custo a delação premiada do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, preso há três meses na Polícia Federal, em Curitiba. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou que tenha conversado sobre a Operação Lava Jato com o advogado da UTC, Sérgio Renault, e disse não ter poderes para impedir condenações em troca do silêncio do investigado.

Em nota divulgada à tarde, Cardozo subiu o tom em relação a declarações anteriores sobre o assunto e chamou de "mentirosa" a "versão" divulgada pela segunda vez pela revista Veja. Segundo a publicação, Cardozo se reuniu com Renault, que foi secretário de Reforma do Judiciário e é seu amigo, para pedir a ele que convencesse Pessoa a não fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público sobre o esquema de corrupção na Petrobras.

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O ministro insiste que o advogado da UTC esteve no Ministério da Justiça, recentemente, somente para se encontrar com o advogado Sigmaringa Seixas, que estava lá e com quem iria almoçar. Até agora, Cardozo só admite ter conversado sobre a investigação com advogados da Odebrecht, que lhe solicitaram audiência e pediram a apuração de "vazamentos criminosos" na Lava Jato.

"É lamentável que, mais uma vez, Veja se utilize de supostas declarações de um investigado (Ricardo Pessoa), encaminhadas à revista por pessoas que se escondem no anonimato, para buscar atingir a imagem do ministro e de membros do governo federal. Uma vez identificadas, estas pessoas serão processadas civil e criminalmente", diz a nota de quatro itens, divulgada pela assessoria de Cardozo.

O governo nega interferência política para barrar um novo escândalo. Segundo a revista, Pessoa quer contar à Justiça que, no ano passado, deu R$ 30 milhões que teriam sido desviados da Petrobras para abastecer campanhas de candidatos do PT. A nota do Ministério da Justiça afirma que o titular da Pasta "não dispõe de instrumentos para impedir ou negociar vantagem de qualquer natureza para que uma delação premiada não se consume" e chama a reportagem de "absurda". "Ele (o ministro) não tem poderes para determinar o fim de uma prisão, para impedir ou mitigar uma condenação ou para efetivar qualquer medida que pudesse oferecer vantagens a um investigado em troca do seu silêncio", diz o texto.

'NADA A TEMER'

Já o ministro da Defesa, Jacques Wagner, chamou de "ilação" a informação de que teria recebido doações "clandestinas" da UTC nas campanhas de 2006 e 2010 ao governo da Bahia e disse não ter "nada a temer". Wagner afirmou que todas as doações para suas campanhas "foram declaradas e as prestações de contas, aprovadas pela Justiça Eleitoral".

O ministro negou que tenha recebido contribuição da UTC na disputa de 2006, quando concorreu pela primeira vez ao governo da Bahia, mas confirmou a doação da construtora na campanha pela reeleição, em 2010. "Os recursos declarados encontram-se à disposição de qualquer cidadão para consulta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)", argumentou Wagner.

Um auxiliar de Pessoa disse a Veja, sob condição de anonimato, que "Ricardo pode destruir Wagner" se revelar tudo o que sabe ao Ministério Público e à Polícia Federal. "É uma frase inócua. Minha vida política está consolidada em três eleições para deputado federal e duas vitórias em primeiro turno para governador da Bahia", reagiu o ministro.

Tesoureiro da campanha de Dilma, o deputado estadual Edinho Silva (PT) afirmou, em nota, que a revista tenta "criminalizar doações legais" e vincular o comitê financeiro da presidente às investigações efetuadas na Petrobrás. Silva garantiu que a campanha de Dilma "não recebeu doações da UTC efetuadas por intermédio do Partido dos Trabalhadores".

O comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio, coronel Fábio Almeida de Souza, incitou a violência policial contra manifestantes durante os protestos de rua de 2013, conforme reportagem da revista "Veja" desta semana. Mensagens atribuídas a Souza, trocadas com comandados, indicam também que ele tem admiração pela doutrina nazista. Outra suspeita é de que ele pode estar envolvido no ataque a tiros ao prédio de outro oficial, seu desafeto.

As mensagens constam de investigação sigilosa a cargo da Corregedoria-Geral da PM. Em nota, a corporação confirma a abertura de Inquérito Policial Militar (IPM), mas não dá detalhes. Souza foi promovido a coronel no final do ano passado "por merecimento", quando comandava a equipe de vigilância pessoal do secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame.

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Em um grupo de WhatsApp (aplicativo de mensagens por celular), Souza, segundo a "Veja", escreveu que os black blocs, manifestantes considerados violentos e baderneiros, deveriam ser mortos: "7,62 (referência a um calibre de fuzil), mata eles tudo", disse. "Porrada, paulada, tonfada (pancada com um instrumento chamado tonfa, semelhante a um cassetete), fuzilzada, mãozada."

Em outra mensagem, fala: "Na última manifestação, dei de AM640 inferno azul (lançador de bomba de gás) nas costas de um black bobo, no máximo 30 metros!!! Que orgulho!!!"

Também divulgada pela revista, mensagem atribuída ao coronel menciona despacho de umbanda deixado na porta do gabinete do tenente-coronel Márcio Rocha, que substituiu Souza por um período no Batalhão de Choque. Os dois seriam inimigos. "Faltou a galinha preta, as guias, as velas do Flamengo, a pipoca e aquela batata cheia de espeto." A portaria do prédio de Rocha foi atingida por tiros disparados por dois homens numa moto em janeiro de 2014, uma semana após o episódio do despacho.

Em outra postagem, Souza louva o "padrão Alemanha de 1930", em referência ao regime instituído pelo líder nazista Adolf Hitler, e diz: "Vai ter virada e vingança. 2014, a virada. 2015, a caça aos infieis insurgentes ladrilhos malditos indignos".

A PM emitiu notas sobre a investigação do ataque à casa de Rocha: "O Inquérito Policial Militar (IPM) está em andamento, na fase de cumprimento de exigências feitas pelo Ministério Público. (...) Todos os oficiais citados nos fatos já depuseram na qualidade de testemunhas." Não há comentário sobre a troca de mensagens pelo WhatsApp.

Procurados pela reportagem, nem o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) nem o secretário de Segurança se manifestaram. As assessorias informaram que caberia à PM responder sobre os fatos.

O diretor da Anistia Internacional no Brasil, Atila Roque, considerou muito grave o teor das mensagens. "Se confirmada a autenticidade dessa troca de mensagens, estamos diante de um fato de enorme gravidade: um oficial da 'elite' da polícia pregando abertamente o uso excessivo da força, o extermínio e a sedição, conspirando contra os próprios colegas policiais. É difícil entender como esse oficial e os demais identificados nessa investigação da Corregedoria ainda não estejam afastados do serviço; e, no caso do coronel Fábio, tenha sido inclusive, promovido."

Para o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, "esses diálogos capitaneados pelo comandante da tropa acabam por ratificar o que já se sabe há muito tempo: a PM acaba por se constituir em fator importante da cultura da violência que impera na política pública de segurança. Incitar os soldados a praticar violência contra manifestantes ou seja contra quem for, e com exortações de natureza inequivocamente nazista, é inaceitável e incompatível com as funções policiais".

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) pediu nesta terça-feira (28) que à Comissão de Constituição de Justiça do Senado cobre um compromisso dos novos ministros do Supremo Tribunal Federal por uma imprensa livre. Jarbas afirmou temer que o PT tente restringir o trabalho dos profissionais de comunicação, e lembrou o ataque a sede da revista Veja após uma matérias afirmando que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula sabiam da corrupção na Petrobrás.

O senador pernambucano ressaltou que a presidente Dilma Rousseff (PT) deve escolher, até 2018, mais cinco ministros do STF, que conta com 11 ministros. Ele lembrou que ao termino dos 16 anos do PT no governo, 18 membros da corte terão sido indicados por petistas, 8 por Lula e 10 por Dilma.  

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“É inadmissível que este Senado da República aprove novos ministros do Supremo Tribunal Federal que venham a colaborar com o cerceamento da liberdade de imprensa. Essa questão precisa ser tratada com  absoluta transparência  e objetividade. É essencial que se faça essa cobrança na tradicional sabatina na CCJ. Os conflitos entre imprensa e os governantes de plantão fazem parte da democracia”, concluiu Jarbas Vasconcelos. 

Com informações da Agência Senado 

O advogado Alexandre Fidalgo, que defende a Editora Abril, disse na noite deste sábado (25) que vai recorrer da decisão do ministro Admar Gonzaga que determinou a publicação da resposta da presidente Dilma Rousseff no site da revista Veja. De acordo com Fidalgo, a decisão é "totalmente inconstitucional". Ele observou que o ministro concedeu uma liminar sem ouvir a outra parte.

Para o advogado, a liminar afronta uma decisão tomada no início do mês pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu um direito de resposta concedido pelo TSE ao PT contra a Veja. Segundo Mendes, a liminar violava decisão do STF que reconheceu a liberdade de imprensa e de informação como um direito fundamental. Fidalgo disse que vai informar o STF sobre a nova liminar do TSE.

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O ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou à Editora Abril que veicule imediatamente no site da revista Veja resposta da presidente Dilma Rousseff à reportagem publicada neste final de semana sobre a afirmação do doleiro Alberto Youssef de que ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam das irregularidades na Petrobras.

Em um despacho assinado neste sábado (25), Gonzaga citou parecer no qual o Ministério Público Eleitoral sustenta que a publicação contém ofensa e, portanto, deve ser garantido o direito de resposta, uma vez que imputa a Dilma a ciência de um fato criminoso. O MPE observou que a reportagem foi veiculada numa sexta-feira, o que é inusual no caso da Veja.

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O presidente estadual do PT, Emídio de Souza, afirmou na tarde deste sábado (25) que não sabia do protesto feito ontem pela União da Juventude Socialista (UJS) em frente ao prédio da Editora Abril, que publica a revista Veja. "Não sabia. O PT não concorda com esse tipo de prática. A UJS é uma entidade autônoma", disse. Os manifestantes fizeram pichações e jogaram pedras e papéis no prédio da Abril.

Emídio minimizou o impacto das denuncias da revista Veja de que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam do esquema de corrupção da Petrobras e disse que ela deve apenas "reforçar aqueles que já votariam no Aécio", disse.

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O presidente do PT criticou ainda o fato da revista ter mantido a publicidade da edição em rádios, apesar da proibição conseguida pelo partido na Justiça. "Eles mantiveram de forma ilegal", disse. Emídio participou de ato organizado por um grupo de jovens militantes na praça Roosevelt, no centro de São Paulo. "Hoje estou só de "tiozão" para evitar que as crianças briguem", brincou.

Os militantes iniciou durante a tarde uma caminhada pela Rua Augusta. Havia o temor de que o grupo a favor de Dilma se encontrasse com um ato de apoio ao candidato tucano Aécio Neves, que também acontece na mesma região. Segundo organizadores, a polícia estava organizando os dois percursos para evitar que houvesse encontro dos grupos.

Em seu último evento de campanha na reta final deste segundo turno, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse que o PT tem um descompromisso com a democracia e com a liberdade de expressão, ao criticar as pichações e manifestações feitas por simpatizantes da campanha da petista Dilma Rousseff no prédio da Abril, após a revista Veja divulgar matéria de capa dizendo que a presidente da República e o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva sabiam dos escândalos da Petrobrás.

Em entrevista coletiva na manhã deste sábado (25) no Solar dos Neves, em São João Del Rei, que foi residência de seu avô Tancredo Neves, Aécio disse: "Nós assistimos ontem e hoje a um atentado contra a democracia, contra a liberdade de expressão, o que já é uma marca extremamente preocupante dos nossos adversários". O tucano acrescentou: "Ao tentar invadir, depredar a fachada de um importante veículo de comunicação, manifestantes não atingem aquele veículo, mas o que temos de mais valioso, que é a liberdade de expressão no Brasil, a liberdade de imprensa. A democracia vive disso, de manifestações, e as contrárias devem ser respeitadas."

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Nas críticas a este episódio, o presidenciável tucano disse que o alvo foi errado porque o que a revista e outros veículos de comunicação fazem é, na verdade, comunicar. "Ao tentar proibir a veiculação dessa revista, há uma demonstração clara do Partido dos Trabalhadores de um descompromisso com a democracia e a liberdade de expressão. É um atentado que deve receber o repúdio de todos os brasileiros da forma mais veemente possível", disse, complementando que a melhor forma de se fazer isso é no domingo, 26, nas urnas, "para valorizar a democracia e apontar um novo caminho para o Brasil".

Aécio reiterou ainda que seu programa de governo fala de valores, onde o principal bem é respeito às liberdades coletivas e individuais, especialmente à liberdade de manifestação, de imprensa. "No meu governo ela será assegurada e não será ameaçada constantemente como vem sendo por este governo e que culmina agora com este ato de vandalismo inaceitável."

Como faz em todas as suas campanhas eleitorais, Aécio inicia e termina suas caminhadas na cidade mineira de São João Del Rei, berço de seu avô Tancredo Neves. Ele chegou à cidade acompanhado da mulher Letícia e dos filhos gêmeos, acenou da sacada para um grupo de pessoas que se acotovelavam em frente à casa de seus avós para vê-lo, concedeu entrevista coletiva e encerrou suas atividades visitando o túmulo de Tancredo Neves, no cemitério ao lado da Igreja São Francisco de Assis.

Após essa visita, ele disse que irá para sua residência em Belo Horizonte, esperar ao lado da família - sua filha mais velha também está chegando à cidade - o dia da votação do segundo turno, neste domingo (26).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu neste sábado (25) as denúncias da revista Veja de que ele e a presidente Dilma Rousseff teriam conhecimento de um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. "Acho que o que a Veja fez foi uma demonstração de insanidade da imprensa marrom neste País. De um segmento da imprensa que nós já conhecemos muito bem, que tenta interferir no processo eleitoral", disse, após caminhada nesta manhã em São Bernardo do Campo, no ABC.

Lula disse ainda que a publicação não pode ficar impune e que, assim como o PT, deve processar a revista. "É apenas a tentativa grotesca, inclusive de antecipar a tiragem pra ver se influía no restante da imprensa brasileira. É uma atitude de má fé, leviana, mesquinha", diz. "Da minha parte, a partir do processo eleitoral, vai ter que explicar na justiça. Não tem mais limite", reforçou.

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Para Lula, as declarações da presidente de rebater a revista estão corretas. "Ela deveria falar porque é indignação aquilo. Você aceita qualquer debate, mas quando ultrapassa os limites da política, ela fez bem em se indignar. Ela tinha o horário dela na televisão", disse.

Segundo ele "a tolerância com o abuso de certos setores da imprensa" permite que elas avancem cada vez mais. "E a Veja ontem chegou ao limite dos limites. A Veja ontem conseguir fazer o impossível, que ninguém acreditava que fosse possível ser feito. Ela conseguiu inventar uma mentira."

Apesar de revelar que sempre ouve de advogados indicações de que "é melhor deixar pra lá", esse caso não poderá ficar impune. "Ela exagerou", afirmou, dizendo que não sabe se o diretor ou editor que escreveu a matéria "deita a cabeça no travesseiro e consegue dormir um sono tranquilo".

Lula brincou e disse que acredita na vitória do Corinthians hoje no clássico com o Palmeiras e também na vitória da Dilma. "Acho que o Corinthians ganha hoje, o Barcelona ganha hoje e a Dilma ganha amanhã. Acho que o jogo está jogado", afirmou, ressaltando que é preciso repensar o papel das campanhas, porque "as campanhas precisam acontecer pra tentar politizar a sociedade".

'Terceiro turno'

Questionado se no caso da vitória de Dilma, a disputa política vai continuar, Lula disse que o vencedor vai ter que governar, mas criticou o que ele classificou de discurso lacerdista da oposição. "Às vezes me assusta o discurso, eu diria lacerdista, que só falta dizer que não pode ganhar e se ganhar não pode governar. Só falta dizer isso", disse.

Ele ressaltou que "obviamente" quem for eleito vai ter que construir sua base, levando em conta o resultado eleitoral do primeiro turno, que definiu deputados e senadores. "E a verdade é o seguinte. Quem ganhar governa este país e governa os quatro anos, porque temos 200 milhões de habitantes que não são imbecis", disse.

Lula disse ainda que o governo sabe "fazer e respeitar a democracia" e que "quem quiser disputar terceiro turno se prepare pra 2018". "Já inventaram terceiro turno de mim em 2002, e, 1989, 1994 e 1998. Não tem terceiro turno", reforçou. O ex-presidente voltou a dizer que não sabe seu futuro político em 2018 e que estar vivo na sua idade "já está de bom tamanho". "Não podemos prever. Muita coisa vai acontecer até lá", afirmou.

Caminhada e confusão

Lula manteve a tradição e escolheu São Bernardo do Campo, no ABC, seu berço político, para encerrar seus atos de campanha em apoio à candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele chegou no meio do percurso, entre a quadra dos bancários e a Praça da Igreja Matriz, no centro. No trajeto carregou crianças, deu autógrafos em bandeiras e camisetas e recebeu cartas.

Já chegando na Praça, o coordenador comercial João Gabriel da Silva Turano, de 26 anos, gritou "45", número de Aécio Neves, e foi agredido por militantes petistas, com bandeiradas e socos. Ele ficou com marcas das agressões no rosto e um machucado na testa provocado por uma bandeirada. A briga foi apartada por outros petistas que estavam no local.

Além de Lula, participaram do ato o ex-ministro e candidato derrotado ao governo Alexandre Padilha e o prefeito de São Bernardo e coordenador da campanha da Dilma em São Paulo, Luiz Marinho, e o senador Eduardo Suplicy.

Um grupo com cerca de 20 pessoas realizou na noite de ontem um protesto em frente ao prédio da Editora Abril - que edita Veja -, na zona oeste de São Paulo. Os manifestantes jogaram papel na entrada do prédio, picharam um dos muros e atiraram pedras. A polícia dispersou o ato. Ninguém foi detido. A Abril informou por meio de sua assessoria que não iria comentar o caso.

O movimento aconteceu após a revista, que começou a circular na manhã de sexta-feira, trazer na capa a informação de que a presidente Dilma Rousseff (PT) e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, sabiam de todo o esquema de corrupção montado na Petrobras. A reportagem cita depoimento do doleiro Alberto Yousseff à Polícia Federal, prestado na última terça-feira em Curitiba, no processo de delação premiada.

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A reportagem da revista Veja que afirma que a presidente Dilma Rousseff (PT) tinha conhecimento de um esquema de corrupção operado na Petrobras "fere a honra pessoal e política" da candidata à reeleição e gera indignação nas pessoas, disse hoje o vice-presidente da República, Michel Temer. "Não acho que aquela matéria seja eleitoralmente útil para quem queira destruir sua candidatura. Acho que tem o efeito contrário. A presidente reagiu com indignação", disse Temer ao Broadcast na manhã deste sábado, antes de deixar o hotel Windsor Barra, onde ficou hospedado com a comitiva que acompanhou Dilma no último debate antes da eleição, na noite de ontem.

Na sexta-feira (24), a campanha petista dedicou boa parte de seu horário político eleitoral na TV a responder à publicação, classificada por Dilma de "terrorismo eleitoral". A reportagem informou que o doleiro Alberto Yousseff, em delação premiada à Justiça, afirmou que a presidente e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam de todos os desvios na petroleira.

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Ao comentar os números favoráveis à campanha da petista nas últimas pesquisas de intenção de voto, Temer disse que o povo brasileiro tomou sua decisão ao verificar o que o atual governo fez por ele. "É na última semana (da eleição) que as coisas acontecem. É natural", disse.

O vice-presidente avaliou o último debate entre a presidente Dilma e o candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, como esclarecedor para o eleitorado e elogiou a performance de sua companheira de chapa. "A Dilma estava muito bem. Transmitindo muita certeza e segurança. Ela estava ali com aquela tranquilidade de quem vê que as pesquisas indicam vitória", afirmou.

Temer deixou o Rio em direção a Ourinhos (SP), onde cumpre agenda na véspera da votação do segundo turno. Sobre o resultado, foi sucinto: "As perspectivas são boas, mas vamos esperar amanhã".

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu liminar na noite desta sexta-feira (24) que proíbe a editora Abril, responsável por publicar a revista Veja, de fazer propaganda em qualquer meio de comunicação da reportagem de capa segundo a qual a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam conhecimento do esquema de corrupção da Petrobras. A reportagem diz se basear em depoimento prestado na última terça-feira (21) pelo doleiro Alberto Youssef no processo de delação premiada a que ele se submete para ter direito à redução de pena.

O pedido para impedir a publicidade da matéria foi apresentado pela campanha de Dilma na tarde desta sexta-feira. A defesa da petista requereu ao tribunal que a revista se abstivesse fazer propaganda de sua capa, que tem, na opinião dos advogados de Dilma, conteúdo ofensivo à candidata à reeleição. Para a campanha petista, uma eventual publicidade do caso tem por objetivo único beneficiar a candidatura do tucano Aécio Neves.

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A ação da defesa de Dilma se ampara no artigo da Lei das Eleições que prevê que a propaganda eleitoral no rádio e na televisão restringe-se ao horário gratuito, sendo proibida a veiculação de propaganda paga. Essa mesma vedação, segundo campanha da petista, é estendida à divulgação de propaganda na internet e por meio de outdoors. Em caso de descumprimento da liminar, os advogados de Dilma cobram a aplicação de multa de R$ 1 milhão por veiculação proibida.

A campanha da presidente argumentou ainda que a revista Veja antecipou sua edição em dois dias com a "nítida intenção de tumultuar a lisura do pleito eleitoral do próximo domingo (26)". Citam ainda que a revista teria postado no Facebook dela, com 5,4 milhões de seguidores, notícia com o título "Tudo o que você queria saber sobre o escândalo da Petrobras: Dilma e Lula sabiam". Essa propaganda teria sido reproduzida na página oficial do PSDB, partido do adversário na disputa ao Palácio do Planalto, também na mesma rede social.

Em sua defesa, a Editora Abril sustentou que as liberdades de comunicação e de atividade econômica são direitos previstos na Constituição. Esses direitos, disse a editora, "não podem ser sufocados por medidas de cunho censor sob a alegação de imaginária propaganda eleitoral". Para Abril, o que se pretende é "impedir a imprensa de divulgar assunto que a sociedade tem o direito de tomar conhecimento". "Não houve ilícito algum na matéria publicada na edição e tampouco nas propagandas de divulgação da revista, de modo que a representada (Editora Abril) agiu no seu estrito direito constitucional", afirmou.

Em parecer, o procurador-geral Eleitoral, Rodrigo Janot, manifestou-se a favor da campanha da Dilma. Para Janot, diante da iminência da realização de uma propaganda eleitoral irregular, é necessário proibir a divulgação das publicidades sob pena de acarretar "prejuízo irreparável ao equilíbrio e (à) lisura do pleito".

Em sua decisão, o ministro Admar Gonzaga, relator do processo, afirmou que há elementos para acatar o pedido liminar, suspendendo, até o julgamento do mérito, qualquer publicidade da editora sobre o assunto. Segundo ele, cabe ao TSE "velar pela preservação da isonomia entre os candidatos que disputam o pleito". "Desse modo, ainda que a divulgação da revista Veja apresente nítidos propósitos comerciais, os contornos de propaganda eleitoral, a meu ver, atraem a incidência da legislação eleitoral, por consubstanciar interferência indevida e grave em detrimento de uma das candidaturas", afirmou o ministro.

Admar Gonzaga - um dos advogados da campanha de Dilma em 2010 - disse ainda que a antecipação em dois dias da divulgação da revista "poderá transformar a veiculação em verdadeiro panfletário de campanha, o que, a toda evidência, desborda do direito/dever de informação e da liberdade de expressão".

"No caso, muito embora o periódico possa cuidar - em suas páginas - desse tema sensível, confirmando sua linha editorial de maior simpatia a uma das candidaturas postas, entendo que a transmissão dessa publicidade por meio de rádio, ou seja, de um serviço que é objeto de concessão pelo Poder Público e de grande penetração, desborda do seu elevado mister de informar, com liberdade, para convolar-se em publicidade eleitoral em favor de uma candidatura em detrimento de outra", afirmou o ministro, em decisão divulgada às 23h36 desta sexta-feira (24).

Em rápido pronunciamento à imprensa, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, acusou o PT de tentar censurar a última edição da revista Veja, publicada nesta sexta-feira, 24. O tucano não quis dar entrevista e fez apenas uma declaração sobre a reportagem de capa da Veja em que o doleiro Alberto Youssef, preso desde março, acusa a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ambos do PT) de terem conhecimento de um suposto esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.

"A denúncia é extremamente grave e tem que ser confirmada, mas é preciso que seja também apurada", afirmou o candidato tucano, que acusou o PT de tentar censurar a publicação. "O Brasil merece uma resposta daqueles que governam o País. Infelizmente, a única manifestação foi pela censura, pela retirada de circulação da maior revista nacional. Essa não é, certamente, a resposta que os brasileiros aguardam", disse.

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O candidato tucano recusou-se a responder as perguntas de jornalistas, ao contrário do que tem feito diariamente durante a campanha, quando grava depoimentos para emissoras de TV. "Hoje não vou dar entrevista. Vou fazer apenas uma declaração em razão da relevância do tema", disse em uma sala do Hotel Sheraton, no Leblon, zona sul do Rio, onde passou o dia possivelmente se preparando para o debate desta noite na TV Globo.

Aécio disse que a reportagem relata "supostos desvios" e que a delação premiada "assegura benefícios a quem a faz apenas se ela vier assegurada de comprovações das denúncias".

"Determinei ao PSDB que ingresse hoje na Procuradoria Geral da República solicitando que essas investigações sejam aprofundadas em razão da sua gravidade, chamando a atenção para uma parte do depoimento do senhor Youssef que diz que um dos coordenadores da campanha do PT solicitava que fosse repatriado, portanto que retornasse ao Brasil, US$ 20 milhões para a atual campanha eleitoral. Se comprovado isso, é a confirmação de que houve operação de caixa 2 na atual campanha presidencial do PT".

Aécio afirmou que o PSDB vai acompanhar o desenrolar das investigações e que, se eleito, "elas serão ainda mais aprofundadas".

O ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu suspender propaganda da revista Veja veiculada no rádio por entender que houve propaganda em favor da candidatura do tucano Aécio Neves. A propaganda traz chamadas da revista, entre elas "Aécio Neves fala com exclusividade e promete tirar a Petrobras das mãos de uma quadrilha e devolvê-la ao povo brasileiro", além de uma entrevista com cientista político que "avalia tendência do eleitor mais desfavorecido votar no governo".

A campanha da petista Dilma Rousseff levou o caso ao TSE pedindo a suspensão da propaganda, a determinação de apresentação por parte da Editora Abril do contrato de compra do espaço da propaganda no rádio para contabilização do tempo e, no mérito, a determinação à campanha do tucano da perda do dobro do tempo da propaganda da Veja no horário eleitoral no rádio.

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Admar Gonzaga mencionou que o serviço de transmissão de rádio é objeto de concessão pública. De acordo com a Lei das Eleições, a propaganda eleitoral no rádio e na televisão deve ficar restrita ao horário definido em lei. A propaganda da revista Veja, entendeu ministro, entra na esfera do debate eleitoral mesmo sendo veiculada na forma de publicidade eleitoral.

"A propaganda da Editora Abril, no trecho 'Aécio Neves (...) promete tirar a Petrobras das mãos de uma quadrilha', incorre em propalar, de forma clara, discurso empreendido pelo candidato Aécio Neves sobre tema em voga e polêmico, que vem sendo o cerne das discussões entre os dois candidatos na disputa pelo cargo de presidente da República, tudo isso sob forma de divulgação da nova edição de sua revista", apontou o ministro.

Ele determinou que a propaganda seja suspensa imediatamente até o julgamento final do caso e pediu para que a Editora Abril forneça as informações requisitadas.

O candidato do PT ao governo da Bahia, Rui Costa, prometeu acionar judicialmente a revista Veja pela publicação, na edição distribuída neste fim de semana, de uma denúncia sobre desvios de recursos públicos federais e estaduais destinados à construção de habitações populares para financiar as candidaturas do partido.

A denúncia, segundo a revista, partiu da presidente da ONG Instituto Brasil, Dalva Sele Paiva, que foi contratada pelo governo baiano para gerenciar as construções. Ela acusa o partido de ter desviado cerca de R$ 6 milhões dos repasses públicos para financiar campanhas eleitorais. De acordo com a reportagem, alguns dos principais dirigentes petistas no Estado, entre eles Costa, foram beneficiados.

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"É uma iniciativa suja e leviana da revista que, às vésperas da eleição, está nitidamente a serviço dos partidos de oposição", disse o candidato à sucessão de Jaques Wagner (PT). "A denúncia mostra o desespero dos partidos de oposição com o crescimento da nossa candidatura. Desafio qualquer um a provar minha relação com o caso." Segundo sua assessoria, os advogados da campanha vão interpelar judicialmente a revista e a acusadora "já na próxima semana". O governo baiano ainda não se pronunciou sobre as denúncias.

Governadores de três Estados que receberam investimentos da Petrobras foram citados pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, em depoimentos à Polícia Federal, como supostos beneficiários do esquema de desvios de recursos e lavagem de dinheiro investigado na operação Lava Jato. É o que informa a revista Veja desta semana.

São eles: Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, Roseana Sarney, do Maranhão (onde a estatal constrói uma refinaria "premium"), e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no último dia 13. Também estão na lista o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além de seis senadores e pelo menos 25 deputados federais.

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O portal estadao.com.br informou em primeira mão, na tarde de sexta-feira, que Paulo Roberto Costa havia revelado à PF os nomes de pelo menos 30 parlamentares que teriam recebido dinheiro do esquema. Entre eles, estaria o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

De acordo com a Veja, Costa também teria mencionado o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), além dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR). Entre os deputados, estariam Cândido Vaccarezza (PT-SP) e João Pizzolatti (PP-SC).

Também foram citados o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que faria a "ponte" do esquema com o partido. O nome de Vaccari já havia aparecido nas investigações da Lava Jato. Ele teria visitado empresas do doleiro Alberto Youssef, a principal engrenagem do esquema investigado na Lava Jato.

Nas conversas com a PF, o ex-diretor teria dito também que, quando estava na Petrobras, entre 2004 e 2012, conversou diretamente com o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para tratar de assuntos da empresa. Nos bastidores políticos, Costa era apontado como um homem que resolvia problemas. Consta que Lula o chamava de Paulinho.

Mágoa

Segundo a revista apurou, Costa demonstrou "mágoa" em relação à presidente Dilma Rousseff, que foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil na época em que ele atuava na estatal. Isso porque ela ataca abertamente os ex-diretores pegos na investigação, embora tenha também sido indiretamente beneficiada pelo esquema.

O esquema teria funcionado até 2012, segundo a revista, servindo para garantir a base de apoio político a Dilma no Congresso nos dois primeiros anos de seu mandato. Mas, até o momento, Costa nada disse que incriminasse Dilma.

O conteúdo das conversas com o ex-presidente Lula ainda será detalhado pelo ex-diretor. Da mesma forma, ele ainda vai explicar a participação de cada um dos políticos no esquema.

Nas mais de 40 horas de depoimentos, dados num esquema de delação premiada, Costa tem ajudado os investigadores a mapearem o esquema que se instalou na Petrobras.

Ele confirmou o que já era suspeita: que, para fechar contratos com a estatal, as empresas eram obrigadas a pagar um "pedágio". Esses recursos eram "lavados", com a ajuda de Youssef, e depois utilizados para irrigar a base aliada do governo no Congresso Nacional.

Refinaria

Esse esquema teria funcionado, por exemplo, na polêmica compra da refinaria de Pasadena, que rendeu prejuízo de US$ 792 milhões para a Petrobras. Segundo a Veja, Costa teria dito que esse negócio também serviu para distribuir recursos a partidos aliados.

Esse negócio passou a ser investigado por duas comissões parlamentares de inquérito depois que o Estado revelou, em março passado, que o negócio teve a bênção de Dilma Rousseff, então presidente do conselho de administração da estatal.O caso de Pasadena será tema de um depoimento específico do ex-diretor. O delegado que investiga essa operação irá a Curitiba, onde Costa está preso, para ouvi-lo.

Pela sua natureza e função, o esquema agora delatado por Costa é semelhante a outro grande escândalo da administração petista, o mensalão. A diferença, diz a revista, é que agora as cifras são bilionárias.

A Veja diz que o ex-diretor decidiu contar o que sabe porque teme repetir a história do publicitário Marcos Valério. Operador do esquema do Mensalão, Valério optou pelo silêncio e acabou condenado a 40 anos de prisão.

As informações de Costa estão sendo repassadas à Procuradoria Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal. Eles entraram no caso porque as denúncias atingem políticos com direito a foro privilegiado.

Uruguai

Em outra reportagem, a Veja relata negócios suspeitos no ramo imobiliário de outro ex-diretor da Petrobras investigado pelo caso Pasadena, Nestor Cerveró. O apartamento em que ele viveu durante cinco anos na Zona Sul do Rio de Janeiro, avaliado em R$ 7,5 milhões, pertence a uma offshore uruguaia que tem como representante no Brasil o advogado Marcelo Oliveira Mello, que seria amigo do ex-diretor.

Este, que atuou no departamento jurídico da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, foi sócio do escritório Tauil, Chequer & Mello, que é parceiro do escritório Thompson & Knight na defesa da estatal no caso Pasadena. Segundo a revista, a offshore comprou o apartamento logo após a estatal ser condenada pela Justiça a comprar 50% da belga Astra Oil.

O jornalista Otávio Cabral, editor-executivo da revista Veja, será um dos responsáveis pela comunicação da campanha presidencial do tucano Aécio Neves. Cabral trabalhará com o marqueteiro Paulo Vasconcellos e assumirá o cargo a partir do dia 2 de junho.

Antes de trabalhar na Veja, Cabral passou pelos jornais Folha de S. Paulo e Notícias Populares. No ano passado, ele lançou o livro Dirceu: A biografia, sobre a vida do ex-ministro José Dirceu.

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