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Acusado de não dar a devida atenção às necessidades de meninas e mulheres sem condições de comprarem absorventes menstruais, o governo garantiu agora que vai viabilizar a aplicação de um projeto que prevê a distribuição gratuita dos protetores femininos. O tema virou uma grande polêmica nos últimos dias, depois que o presidente Jair Bolsonaro vetou nesta semana trechos da nova lei que previa a oferta gratuita de absorventes e outros cuidados básicos de saúde menstrual, desgastando a imagem do chefe do Executivo. A decisão excluiu a previsão de que o item seja distribuído sem custos a estudantes de baixa renda de escolas públicas e mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema.

Numa série de tuítes, a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo alegou que a atribuição de descaso não passa de uma "narrativa falsa e inconsistente" e afirmou que há o reconhecimento do mérito da medida, tendo sancionado, inclusive, a criação do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. "O governo seguirá empenhando-se por todos os brasileiros", garantiu a Secom. "Apesar dos vetos, o Governo Federal irá trabalhar para viabilizar a aplicação dessa medida, respeitando as leis que envolvem o tema, para atender de forma adequada as necessidades dessa população", continuou.

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Em linha com o que o presidente já havia dito a apoiadores, a Secretaria argumentou que os pontos vetados apresentavam "problemas técnicos e jurídicos" e também de aplicação. Se levasse a medida adiante, conforme as explicações dadas na rede social, poderia haver implicações negativas para Bolsonaro porque, entre outros problemas, o projeto não indicava uma fonte apropriada para a criação da nova despesa, contrariando o que exigem as Leis de Responsabilidade e de Diretrizes Orçamentárias. "Eu não tenho alternativa, sou obrigado a vetar", disse o presidente a seus seguidores por ocasião da divulgação do veto.

O texto original previa que os recursos financeiros para o programa saíssem do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo Penitenciário Nacional. O governo, no entanto, entende que ambos não poderiam atender à proposta. Extrapolando este caso específico, a Secom enfatizou que o governo tem dado atenção a várias questões relacionadas às mulheres. "É importante lembrar que o governo tem trabalhado fortemente em prol das mulheres, tendo destinado, desde 2019, mais de R$ 180 milhões em políticas específicas na área. O governo também endureceu as penas para os crimes contra a mulher e sancionou diversas leis que ampliam a sua proteção."

Repercussão -

Em meio à polêmica, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), classificou o veto como "candidatíssimo a ser derrubado" pelos parlamentares. Ele também usou as redes sociais para comentar o caso. Pacheco afirmou que o Congresso está pronto para contribuir com o governo "nas soluções de cunho fiscal", já que este foi o motivo alegado por Bolsonaro para vetar a proposta. "Considero desde já que esse veto é candidatíssimo a ser derrubado", disse, lembrando que, quando o projeto chegou à Casa, foi pautado com rapidez. "São impressionantes as histórias de proteção com papel de jornal e miolo de pão por adolescentes e mulheres", escreveu.

A deputada Marília Arraes (PT-PE), autora do projeto, afirmou que a decisão foi "uma disputa política" e que o texto enviado ao chefe do Executivo previa claramente as fontes de recursos para bancar a iniciativa, como o SUS e Fundo Penitenciário (Funpen). A estimativa de financiamento do projeto de R$ 84 milhões por ano é o suficiente, de acordo com ela, para atender cerca de 6 milhões de meninas e mulheres.

O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), classificou o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto sobre a distribuição gratuita de absorventes a mulheres carentes e de baixa renda pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como "candidatíssimo a ser derrubado" pelos parlamentares. Em postagem no Twitter, Pacheco afirmou que o Congresso está pronto para contribuir com o governo "nas soluções de cunho fiscal", já que o motivo alegado por Bolsonaro para vetar a proposta foi a falta de previsão receita para a medida.

"Mas considero desde já que esse veto é candidatíssimo a ser derrubado", disse. Pacheco citou que pautou a proposta no Senado e o projeto foi aprovado com rapidez. "São impressionantes as histórias de proteção com papel de jornal e miolo de pão por adolescentes e mulheres", escreveu.

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Depois de ser criticado por políticos de todas as correntes e pela sociedade civil, Bolsonaro sustentou, em declaração a apoiadores, ontem, que foi "obrigado" a vetar o projeto pela ausência da fonte de custeio para bancar o programa. Segundo ele, caso a sancionasse, poderia ser enquadrado por crime de responsabilidade.

Na manhã de desta sexta-feira, 8, a deputada Marília Arraes (PT-PE), autora do projeto, afirmou que a decisão foi "uma disputa política" e que o texto enviado ao chefe do Executivo previa claramente as fontes de recursos para bancar a iniciativa, como o SUS e Fundo Penitenciário (Funpen).

A estimativa para financiar o projeto é de R$ 84 milhões por ano, o suficiente para atender cerca de 6 milhões de meninas e mulheres.

Autora do projeto de lei aprovado no Congresso que prevê a distribuição gratuita de absorventes para mulheres em situação de rua, alunas de baixa renda e presidiárias, a deputada Marília Arraes (PT-PE) afirmou que a decisão do presidente Jair Bolsonaro de vetar o projeto teve cunho político, e não restrições legais, como o chefe do Executivo alegou.

"Está claro que Bolsonaro quis fazer uma disputa política em cima do projeto. Ele faz isso com tudo, como fez com a vacina, por exemplo. Em três anos, nós conseguimos unir o Congresso em torno desse projeto dos absorventes gratuitos. Tudo tinha sido acordado com a oposição, inclusive, mas ele faz isso como perseguição", disse Marília ao Estadão/Broadcast Político.

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A deputada lembra que o texto enviado ao chefe do Executivo previa claramente as fontes de recursos para bancar a iniciativa, como o SUS e Fundo Penitenciário (Funpen). Bolsonaro vetou a proposta sob alegação de que o texto não indicaria uma "fonte de custeio ou medida compensatória".

A estimativa para financiar o projeto é de R$ 84 milhões por ano, o suficiente para atender cerca de 6 milhões de meninas e mulheres. "Está lá claramente apontado que seria por meio do SUS. O projeto é totalmente factível", disse Marília. "Esse veto é mais um sinal de menosprezo de Bolsonaro com as mulheres, principais as mais pobres e negras. As adolescentes chegam a faltar até 45 dias por ano por causa desse problema."

A parlamentar lembra que, dada a importância da medida, a proposta teve a unanimidade do Congresso, sendo aprovada em votações simbólicas na Câmara e no Senado. "Bolsonaro coloca a disputa política acima de qualquer causa, mas tudo indica que vamos conseguir derrubar esses vetos. Estamos fazendo articulações para votar em breve o tema."

Para se derrubar os vetos de Bolsonaro, é preciso que sejam coletados 257 votos de deputados e 41 de senadores a favor dessa proposta. Dessa forma, é possível restabelecer a proposta original.

Depois de uma série de críticas, o presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje, a apoiadores, que foi obrigado a vetar o projeto de lei que garantia a distribuição gratuita de absorventes para mulheres de baixa renda no País. "Eu não tenho alternativa, sou obrigado a vetar", justificou. Com o mesmo discurso utilizado no Diário Oficial da União (DOU), Bolsonaro sustentou que não havia na proposta aprovada no Congresso a fonte de custeio para o programa e, caso a sancionasse, poderia ser enquadrado por crime de responsabilidade.

"Quando parlamentar vota alguma coisa qualquer, votando sim ou não, tem problema nenhum para ele. Eu não posso vetar ou sancionar o que vem na minha cabeça e quando qualquer projeto cria despesa, o parlamentar sabe que tem de apresentar a fonte de custeio", disse. "Quando não apresenta, se eu sanciono, estou incurso no artigo 85 da Constituição, crime de responsabilidade."

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Aos apoiadores, Bolsonaro afirmou que a proposta apresentada é "de um deputado do PT". Mas o projeto de lei 4968/2019 que prevê a criação do Programa de Fornecimento de Absorventes Higiênicos, transformado em lei no Congresso, é de autoria de um grupo de parlamentares do Partido dos Trabalhadores, encabeçado pela deputada federal Marília Arraes (PT-PE).

O presidente ironizou os cálculos de que o custo para o programa seria de R$ 80 milhões por ano com absorventes e comparou o projeto ao reajuste do salário mínimo. "Dá R$ 7 milhões por mês. Cada mulher teria oito absorventes por mês e, se fizer as contas, ele (sic) diz que custaria R$ 0,01 pra distribuir. Eu perguntei para ele (sic). E a logística para distribuir para o Brasil todo?", explicou. "Ele (sic) poderia aprovar projeto passando para R$ 10 mil o salário mínimo e estaria resolvido o problema do Brasil. É irresponsabilidade apresentar um projeto e aprovar no parlamento sem apontar fonte de custeio. Igual eu vetei, pouco tempo atrás, internet para todas as escolas", comparou.

A ex-ministra Marina Silva (Rede) classificou o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a distribuição de absorventes para mulheres de baixa renda como cruel.

Para justificar o veto, Bolsonaro alegou que não houve indicação da fonte de financiamento do projeto. "Na estrutura do Estado há muitos programas de apoio às mulheres que poderiam acolher essa ação", salienta Marina.

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Distribuição dos absorventes

O projeto de Lei foi aprovado em amplo acordo no Congresso Nacional e tinha como proposta a distribuição dos absorventes para estudantes de escolas públicas e mulheres em situação de rua. 

Apesar da expectativa pela aprovação integral, Bolsonaro sancionou partes do PL e criou o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Contudo, vetou logo o 1º artigo referente ao repasse dos absorventes e o 3º que listava quatro categorias de beneficiárias, que seriam mulheres em vulnerabilidade social, estudantes da rede pública, reclusas em unidades socioeducativas e em presídios.

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-> Bolsonaro veta projeto de distribuição de absorventes

Senadores prometem se mobilizar para derrubar no Congresso o veto do presidente da República, Jair Bolsonaro, à distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda e mulheres em situação de rua. A medida integrava o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, sancionado nesta quinta-feira (7) e transformado na Lei 14.214, de 2021.

“O Congresso precisa derrubar o veto de Bolsonaro para demonstrar que, ao contrário dele, os parlamentares se importam com o fato de que uma em cada quatro meninas faltam aulas por não terem acesso a absorventes”, tuitou a senadora Zenaide Maia (Pros-RN), que foi a relatora do PL 4.968/2019, da deputada Marília Arraes (PT-PE), aprovado pelo Senado em 14 de setembro.

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O objetivo da proposta é o de combater a pobreza menstrual, que significa a falta de acesso ou a falta de recursos para a compra de produtos de higiene e outros itens necessários ao período da menstruação feminina. Zenaide Maia acrescentou que os vetos presidenciais prejudicaram a principal parte do projeto.

O 1º vice-presidente do Senado, senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), também lamentou o veto: “votamos favoravelmente a esta proposta e, mais uma vez, constatamos o descompromisso do presidente Bolsonaro com os menos favorecidos”, afirmou.

Para a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), o presidente demonstrou “insensibilidade e desprezo” com as mulheres. “O veto demonstra o atraso do governo em avançar em ações que realmente importam”, criticou.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também considerou a medida insensível. “Prioridades! Vamos lutar pela derrubada desse veto!”, prometeu. A derrubada do veto foi defendida também pela Procuradora Especial da Mulher no Senado, senadora Leila Barros (Cidadania-DF): “fornecer itens básicos de higiene é garantir um mínimo de dignidade aos mais pobres. Vamos batalhar para derrubar este veto”, tuitou.

Na avaliação do líder do PT no Senado, senador Paulo Rocha (PA), o veto foi mais um ataque do presidente aos pobres. “Só uma pessoa que não tem a menor consciência humana, pode negar um direito básico como esse”, alegou o senador via Twitter.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) questionou a justificativa apresentada pelo governo para que a medida fosse vetada — a falta de indicação de fonte de financiamento. Foi vetado o artigo 6º do projeto que determinava que as despesas com a execução das ações viriam das dotações orçamentárias disponibilizadas pela União ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas o governo argumentou que absorventes higiênicos não se enquadram nos insumos padronizados pelo SUS.

A líder da bancada feminina, senadora Simone Tebet (MDB-MS), também manifestou seu protesto nas redes sociais. "Desconexão com a realidade, falta de empatia e desconhecimento da condição feminina, em pleno mês de valorização da saúde da mulher: o Outubro Rosa. O argumento de que não há previsão orçamentária é irreal. Os recursos viriam do SUS e do Fundo Penitenciário. Também não se pode falar em falta de interesse público, em um país onde 52% da população são mulheres. Veto do presidente é mais um sinal do menosprezo dele à condição humana."

*Da Agência Senado

A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) criticou, em publicação no Twitter, o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que previa a distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e para as que estão encarceradas.

"Bolsonaro vetou o projeto de distribuição de absorventes! Com isso, ele mostra seu desprezo pela dignidade das mulheres vulneráveis e pela luta da sociedade contra a pobreza menstrual. Vamos derrubar o veto e mostrar que o Brasil é muito melhor que Bolsonaro!", escreveu. Tabata também apresentou um projeto visando a distribuição e ganhou o apoio de deputadas e senadoras de diferentes partidos.

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Jair Bolsonaro Bolsonaro vetou nesta quinta-feira (7) trechos da nova lei que previa a oferta gratuita de absorventes femininos e outros cuidados básicos de saúde menstrual. A decisão exclui a previsão de que o item seja distribuído sem custos a estudantes de baixa renda de escolas públicas e mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema. Ao justificar o corte da distribuição gratuita, Bolsonaro argumentou que, embora seja "meritória a iniciativa do legislador", a proposta não indicaria uma "fonte de custeio ou medida compensatória".

O deputado federal Carlos Veras (PT-PE), em publicação no Twitter, comentou sobre o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que previa a distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e para as que estão encarceradas.

"Desumano! Bolsonaro vetou medida aprovada pelo Congresso que garante a distribuição de graça de absorventes a meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade social. Muitas nem vão à escola ou ao trabalho no período menstrual por falta do absorvente. É luta pra derrubar o veto!", escreveu Veras nesta quinta-feira.

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Bolsonaro vetou nesta quinta trechos da nova lei que previa a oferta gratuita de absorventes femininos e outros cuidados básicos de saúde menstrual. A decisão exclui a previsão de que o item seja distribuído sem custos a estudantes de baixa renda de escolas públicas e mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema. Ao justificar o corte da distribuição gratuita, Bolsonaro argumentou que, embora seja "meritória a iniciativa do legislador", a proposta não indicaria uma "fonte de custeio ou medida compensatória".

Aprovada em amplo acordo no Congresso, a proposta de distribuir absorventes para estudantes de escolas públicas e mulheres em situação de rua foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A decisão publicada nesta quinta-feira (7), no Diário Oficial da União, justifica que o texto não define a fonte de custeio para manter o projeto.

O Projeto de Lei (PL) 4968/2019 da deputada Marília Arraes (PT-PE) visava entregar o item de higiene básica para mulheres em extrema vulnerabilidade e possibilitar que estudantes de baixa renda deixassem de faltar aulas durante o período menstrual. 

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Apesar da expectativa pela aprovação integral, Bolsonaro sancionou partes do PL e criou o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Contudo, vetou logo o 1º artigo referente ao repasse dos absorventes e o 3º que listava quatro categorias de beneficiárias, que seriam mulheres em vulnerabilidade social, estudantes da rede pública, reclusas em unidades socioeducativa e em presídios. 

O PL também pretendia incluir o item nas cestas básicas entregues pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, mas o trecho também foi retirado sob o argumento de que a proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado não aponta a fonte de custeio para manter a medida. O texto sugeria o uso de recursos destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e no caso das reclusas, o repasse viria do Fundo Penitenciário Nacional.

Para vetar os eixos do PL, o presidente destacou que absorventes não fazem parte do rol de medicamentos essenciais definidos pela Relação Nacional de Medicamentos Essenciais e que ao definir as categorias de beneficiárias, o projeto quebra o princípio da universalidade do SUS. Já a justificativa para não destinar a verba do Fundo Penitenciário Nacional foi de que a lei não tem essa finalidade.

Dos trechos do PL aprovados por Bolsonaro estão a obrigação do Poder Público em promover campanhas de conscientização sobre a saúde menstrual. Ele também liberou que secretários de Educação possam custear o atendimento ao que a lei prevê.

A matéria volta ao Congresso, que tem até 30 dias para avaliar os vetos do presidente e derrubá-los ou não.

 

O governo de São Paulo anunciou, nesta segunda-feira (14), a destinação de R$ 30 milhões para a compra de produtos de higiene menstrual pelas escolas estaduais. O recurso será alocado por meio do programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Pesquisas já mostraram que a pobreza menstrual, ou seja, a escassez de recursos para cuidados íntimos durante a menstruação, afasta as meninas dos estudos.

O programa lançado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi batizado de Dignidade Íntima. Também participaram do evento de lançamento o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, e a deputada federal Tabata Amaral, autora de um projeto na Câmara dos Deputados para a entrega de absorventes nas escolas.

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Além da destinação de recursos para a compra de absorventes pelas escolas, o programa também prevê a formação dos profissionais para que saibam abordar o tema com as adolescentes. "Esse é um grande tabu que temos no País. Fomos ensinadas desde cedo que a menstrual é suja, temos de ter vergonha e esconder os absorventes", disse Tabata.

Segundo Rossieli, o número de meninas que deixam de ir às aulas durante o período menstrual é maior entre as adolescentes em situação de vulnerabilidade. A estimativa do governo paulista é de que o programa atenda 1,3 milhão de meninas entre 10 e 18 anos. Desse total, mais de 500 mil possuem cadastro no CadÚnico e são consideradas vulneráveis, enquanto que 330 mil estão em situação de extrema pobreza.

"Imaginem o quanto as meninas se prejudicam porque não conseguem nem sequer pedir ajuda e não tem a quem recorrer. O assunto precisa ser tratado com discrição e carinho", disse o secretário.

Uma pesquisa brasileira divulgada no mês passado indicou que uma em cada quatro alunas já faltou às aulas por não ter condições de manter a higiene durante a menstruação. Estudo lançado no mês passado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou que 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou a chuveiro em casa.

O estudo indicou ainda que 4 milhões sofrem com pelo menos uma privação de higiene nos colégios, o que inclui falta de acesso a absorventes e instalações básicas nas escolas, como banheiros e sabonetes. Dessas, quase 200 mil alunas estão totalmente privadas de condições mínimas para lidar com a menstruação na escola.

Nos últimos meses, tem crescido no Brasil a pressão de movimentos de mulheres contra a pobreza menstrual. No mês passado, o governo do Maranhão já havia anunciado a distribuição de absorventes a estudantes da rede pública estadual. E o Distrito Federal publicou uma lei em janeiro deste ano que prevê a entrega de absorventes a mulheres e adolescentes de baixa renda nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e escolas da rede pública.

Vacinação

Durante o lançamento do programa Dignidade Íntima, o governador João Doria também comentou sobre o avanço da vacinação no Estado de São Paulo. No domingo, o governo paulista anunciou a antecipação da vacinação e a previsão de concluir a imunização de toda a população paulista até o dia 15 de setembro.

Doria afirmou que previsão é de iniciar os testes clínicos da vacina ButanVac, desenvolvida pelo antes do fim deste mês, começando pelo município de Ribeirão Preto. A realização dos estudos da fase clínica da Butanvac foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na semana passada. Segundo Doria, os resultados dos testes clínicos devem sair em 120 dias. E já há 7 milhões de vacinas da Butanvac produzidas.

O imunizante deverá ser usado em um novo ciclo de vacinação da população no ano que vem. Outros imunizantes desenvolvidos por universidades brasileiras também se mostraram promissores e devem avançar à fase clínica (quando a vacina é aplicada em seres humanos), mas esbarram em dificuldades orçamentárias. Segundo Doria, há previsão de exportar a Butanavc e seis países da América Latina já manifestaram interesse no imunizante brasileiro.

A deputada estadual Dulci Amorim (PT) criou o Projeto de Lei (002188/2021), que visa garantir em Pernambuco o fornecimento gratuito de absorventes higiênicos nas escolas públicas, unidades básicas de saúde, unidades prisionais e outras instituições pernambucanas que sejam públicas. 

O PL está em tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), mas ainda não há previsão para entrar em votação. “Eu, como mulher e mãe de três filhas, sei da importância que é chegar o nosso ciclo menstrual e termos absorventes para usar. Mas tem muitas pernambucanas que não têm acesso a isso, e aí eu estou falando de jovens que frequentam as escolas e até de pessoas já na idade adulta, que não tem acesso justamente por falta de recursos financeiros”, explicou a petista.

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Dulci complementa que “com essa preocupação, apresentamos o projeto de lei que prevê a distribuição de absorventes nas unidades prisionais, escolas e postos de saúde, como em outras instituições pernambucanas que sejam públicas.  Com isso queremos melhorar a qualidade de vida da mulher. Com certeza você, homem, não passa por isso, mas sua mulher e sua filha passam”, pontuou a deputada, pedindo apoio da população para o seu projeto.

Os absorventes serão gratuitos para todas as estudantes francesas a partir de setembro, uma decisão para combater a precariedade das jovens, anunciou nesta terça-feira (23) a ministra da Educação superior, Frédérique Vidal.

Nas próximas semanas, o órgão público que administra as residências estudantis, o Crous, e os serviços de saúde das universidades receberão distribuidores de absorventes. Segundo Vidal, "pretendemos instalar 1.500 distribuidores que serão totalmente gratuitos a partir de setembro".

De acordo com um estudo realizado pela Associação Federativa de Estudantes de Poitiers e a Associação Nacional de Estudantes Parteiras em fevereiro, um terço das estudantes precisa de ajuda para comprar essas proteções periódicas.

Especialmente afetados pela crise econômica derivada do coronavírus e pelas restrições de mobilidade, vários estudantes franceses recorrem à caridade dos bancos de alimentos das ONGs e associações.

Em janeiro, o presidente Emmanuel Macron anunciou a criação de um "cheque psicólogo" para os estudantes com dificuldades e a possibilidade de comer duas vezes ao dia por um euro nos restaurantes universitários.

Outros países estão experimentando a gratuidade dos absorventes.

A Escócia se tornou em novembro de 2020 o primeiro país do mundo a aprovar a distribuição gratuita de absorventes nos estabelecimentos públicos.

A Nova Zelândia anunciou em 18 de fevereiro que experimentará a partir de junho e durante três anos a distribuição de absorventes gratuitos nos colégios.

A premiê da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta quinta-feira (18) que o governo fará distribuição gratuita de absorventes para todas as escolas do país a partir de junho.

Chamado de "Pobreza Menstrual", o programa quer impedir que as alunas faltem às aulas por conta da menstruação.

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O anúncio vem seis meses depois do projeto-piloto ser implantado em 15 escolas da região de Waikato, beneficiando 3,2 mil estudantes, e ter sido considerado um sucesso pelos governantes.

"As jovens não devem renunciar à educação por uma coisa que faz parte da vida de metade da população", disse Ardern ao anunciar a ampliação do programa em uma escola de Hamilton, ressaltando que há um cálculo do governo de que uma estudante em cada 12 não vai às aulas por não ter condições de comprar absorventes.

O custo total da ação será de cerca de 25 milhões de dólares neozelandeses (R$ 97,5 milhões).

A Nova Zelândia é o segundo país do mundo a anunciar uma medida do tipo. Em novembro, a Escócia aprovou uma lei que oferece o produto gratuitamente para quem precisar. 

Da Ansa

O parlamento escocês votou e aprovou por unanimidade a distribuição gratuita de absorventes, fazendo com que a Escócia seja o primeiro país no mundo a distribuir gratuitamente à população esse tipo de produto. 

O projeto foi apresentado pela parlamentar Monica Lennon, do Partido Trabalhista. Ela tem feito campanha e servido de linha de frente para acabar com a chamada 'pobreza menstrual' desde 2016.

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As autoridades locais agora têm o dever legal de garantir que os absorventes e coletores estejam disponíveis "para quem precisar deles", incluindo as pessoas trans.

"As menstruações não param por causa das pandemias e o trabalho para melhorar o acesso a absorventes nunca foi tão importante’’, afirmou Lennon.

A proposta é usar o mesmo modelo pelo qual preservativos são distribuídos gratuitamente hoje.

A Itália deu nesta quinta-feira (28) o primeiro passo para reverter - ao menos em parte - uma regra que não considera absorventes femininos como itens de primeira necessidade e faz com que eles paguem mais impostos do que produtos como cerveja, chocolate, folhetos eleitorais e selos de coleção.

Atualmente, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) contra absorventes é de 22%, a maior alíquota cobrada na Itália, mas o governo chegou a um acordo para reduzir essa cifra para 5%, porém apenas no caso de produtos biodegradáveis.

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A medida será inserida no Decreto Fiscal, projeto do governo para reformular parcialmente o sistema tributário do país. "É um primeiro sinal de atenção para milhões de jovens e mulheres no Decreto Fiscal, no qual trabalhamos muito com as deputadas", disse no Twitter o ministro da Economia da Itália, Roberto Gualtieri.

Já sua vice, Laura Castelli, afirmou que a medida é um "sinal civilizatório e com uma visão 'verde'". Nos últimos anos, diversas tentativas de reduzir o imposto sobre absorventes foram barradas no Parlamento italiano, que tem dois terços de seus assentos nas mãos de homens.

O Decreto Fiscal deve ser apresentado pelo governo nas próximas semanas e entrará em vigor imediatamente, mas o Parlamento terá até 60 dias para validá-lo. 

Da Ansa

Escolas municipais do Rio de Janeiro poderão receber e distribuí-los às alunas gratuitamente. É o que propõe a lei aprovada pela Câmara dos Vereadores na última semana. Agora, ela passará pelo prefeito para poder ser sancionada ou vetada. A proposta visa ajudar meninas que não têm acesso ao produto, devido a questões financeiras, e que por isso, faltam muitas aulas no decorrer do ano, atrapalhando o próprio desenvolvimento estudantil.

A lei é de autoria do vereador Lionel Brizola Neto, que diz que a proposta surgiu a partir dos amplos debates dentro da escola pública, nos quais foram ouvidos professores, pais e alunos que relataram que muitas estudantes passam por um constrangimento na primeira menstruação, por não estarem prevenidas no momento. Há também a questão das meninas que não vão as aulas por não terem como comprar absorventes.

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De acordo com o parlamentar, há na rede municipal do Rio, cerca de 250 mil alunos dependentes do Programa Bolsa Família, o que é um detalhe considerável.

A ideia foi bem recebida pela Secretária Municipal de Educação, Talma Ribeiro, que teve conversas com o vereador sobre a necessidade de implantar política nas escolas, visto que também se trata de uma questão de higiene pessoal, bem como o papel higiênico.

A Comissão de Direito da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB/MT) desencadeou campanha de arrecadação de absorventes para detentas da Penitenciária Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, e já recebeu mais de 14 mil unidades do material. A primeira entrega será realizada nesta terça, 14, às 16h, no auditório da entidade.

Segundo a OAB, diante da dificuldade de acesso aos materiais de higiene relatada pelas recuperandas a comissão se mobilizou e, durante alguns dias, arrecadou os absorventes por meio de doações de profissionais da advocacia e de outros segmentos da sociedade.

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As detentas relataram que precisam utilizar retalhos dos uniformes, gaze e, às vezes, "até ficam com o sangramento escorrendo pelo corpo durante o período menstrual".

A Ordem informou que a medida "visa assegurar o direito à saúde e à dignidade das mulheres privadas de liberdade". Atualmente, são aproximadamente 180 recuperandas cumprindo pena na Penitenciária Ana Maria do Couto May, na Capital.

A Assessoria de Imprensa da OAB/MT informou que ao longo de cerca de duas semanas, além da mobilização das advogadas e advogados, a campanha contou com o apoio de entidades e das doações realizadas durante o evento "Diálogos sobre a Execução Penal", realizado na última quinta-feira, 9.

Mesmo após esta primeira entrega, as doações poderão continuar sendo realizadas na sede e nas salas de atendimento da OAB-MT em Cuiabá ou nos pontos de coleta organizados pela Comissão de Direito da Mulher.

A publicação francesa "60 milhões de consumidores" aponta em sua edição de março a presença de resíduos "potencialmente" tóxicos - dioxinas, glifosatos e outros pesticidas - nos absorventes internos femininos, e pede que as autoridades apliquem controles mais rigorosos. Mesmo assim, a revista do Instituto Nacional de Consumo (INC) reconhece que "os níveis detectados são baixos".

Mas algumas destas substâncias são suspeitas de provocar perturbações endócrinas, e faltam dados científicos que avaliem os riscos para as mulheres, segundo a publicação.

A presença de resíduos de substâncias potencialmente tóxicas também foram detectados em 5 de 11 absorventes femininos analisados pela revista. A publicação aponta em particular a presença de "traços de dioxinas em dois absorventes de grandes marcas, de três analisadas".

Além disso, revela "resíduos de glifosato", ingrediente químico utilizado nos herbicidas, "encontrados em protetores de calcinha de uma marca que se apresenta como 'orgânica'".

Diante destes resultados, o INC "alerta os poderes públicos e pede a implementação de uma regulamentação específica para as proteções íntimas femininas, impondo uma maior transparência e controles mais rigorosos, assim como uma embalagem que detalhe a composição" dos produtos.

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