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Os argentinos vão novamente às urnas neste domingo, 19, para o segundo turno entre o governista e atual ministro da Economia, Sergio Massa (Unión por La Pátria), e o ultralibertário Javier Milei (La Libertad Avanza). Analistas ouvidos pelo Broadcast preveem um quadro difícil no curto prazo para o país, seja qual for o vencedor, e também ressaltam a incerteza sobre o resultado.

No primeiro turno, Massa foi a surpresa, ao ficar em primeiro lugar, contrariando a maioria das pesquisas que o colocavam em segundo. O governista teve 36,78% dos votos válidos, e Milei levou 29,99%. A terceira colocada foi Patricia Bullrich, com 23,81% dos votos válidos. Dias após o primeiro turno, a ex-ministra da Segurança declarou apoio a Milei. Agora, várias pesquisas apontam para uma disputa acirrada no dia 19, e alguns analistas advertem sobre a falta de confiabilidade das sondagens no país. O vencedor assume em 10 de dezembro, mas o quadro econômico e financeiro é tão delicado que é preciso estar atento aos riscos de turbulências no curtíssimo prazo, nos últimos dias da administração de Alberto Fernández.

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O cenário na economia não teve muitas mudanças desde o primeiro turno, com a inflação ainda como uma das principais preocupações do mercado. Na leitura de outubro, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) informou que o índice de preços ao consumidor teve crescimento de 8,3% em outubro ante setembro, avançando 142,7% na leitura anual.

Segundo analistas, as pesquisas de fato devem ser vistas com cautela, ao não terem conseguido em geral captar o quadro tanto nas primárias realizadas em agosto quanto no primeiro turno, em outubro. Além disso, para além do resultado, o rumo dos mercados será determinado pelas primeiras sinalizações do vencedor, seja ele Massa ou Milei, avaliam.

Economista-chefe para América Latina na Pantheon, Andres Abadia comenta ao Broadcast que, obviamente, o cenário imediato após a eleição dependerá do resultado. Segundo ele, caso Massa vença, o governo evitará uma grande desvalorização, "pelo menos no curtíssimo prazo". Mas o dólar blue deve estar com forte pressão de alta, no mercado paralelo frente ao peso, e manter a taxa de câmbio oficial estável "será um grande desafio". Nesta quarta-feira, o governo anunciou ajuste para cima na cotação do dólar ante o peso oficial. Com a manutenção do ministro atual no poder, Abadia considera que a perspectiva do país "será sombria", com inflação mais alta, deterioração econômica mais pronunciada e maior volatilidade financeira. "Isso significa mais pobreza e tensões sociais", resume.

Já em caso de vitória de Milei, o analista da Pantheon considera que "nós devemos provavelmente sofrer toda essa crise econômica no curto prazo, mas com a única diferença de que o governo provavelmente fará uma forte desvalorização do peso". Abadia diz que isso significa mais pressões inflacionárias no curto prazo, mas vê perspectiva no médio prazo "provavelmente menos sombria".

A Pantheon vê ainda a disputa em aberto, diante da incerteza com as pesquisas. Ela aponta a aliança de Milei com o grupo do ex-presidente Mauricio Macri como capaz de dar a ele "uma vantagem marginal", com Massa prejudicado pelos números da inflação. Mas também acrescenta que o elevado número de indecisos reforça que "tudo pode acontecer", com Massa ainda tendo "boas chances de vencer".

Na visão do diretor de Pesquisa Macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, o vencedor, seja quem for, terá enormes desafios, por encontrar um banco central com reservas negativas, uma inflação que continua acelerando e um câmbio altamente desalinhado.

O economista destaca que qualquer dos candidatos poderá conseguir levar o mercado a subir ou a se estressar, a depender das definições mais claras da macropolítica que, segundo ele, ainda não estão muito bem definidas por nenhum dos dois candidatos. Para Ramos, o início do próximo governo deverá ficar em uma espécie de piloto automático, em que não haverá um controle da trajetória da economia, "tal o tamanho do desequilíbrio que temos hoje".

Em relatório desta quinta-feira, a Capital Economics afirmava que o risco de um calote nos próximos anos da Argentina era "substancial", seja quem ganhe o segundo turno deste domingo. A consultoria menciona o esforço para ampliar a receita com a exploração de xisto, com avanços na produção nas reservas de Vaca Muerta, mas acrescenta que ainda assim os desafios do país "seguem vastos", com um calote que "parece ser questão de tempo, seja quem ganhe a eleição presidencial".

A gestora de investimentos local IEB via os mercados do país mais preparados para uma vitória de Massa, embora acrescente, em relatório, que nos últimos dias eles passavam a precificar o quadro mais disputado. A IEB, ao olhar o mercado acionário, via duas rotas possíveis para a bolsa: em caso de vitória de Massa, seria possível pensar em aumentar exposição ao setor bancário, "fortemente atrasado em comparação com outros setores do S&P Merval". Já se Milei vence, uma "carteira de cobertura" é apontada como mais adequada, com exposição limitada ao setor bancário. No médio prazo, claro, o cenário dependerá das medidas do próximo governo. A IEB diz que um governo Massa mais ortodoxo apoiaria o mercado acionário local, e um governo Milei mais moderado teria o mesmo efeito. Já Massa fazendo uma administração de continuidade com a atual pesaria nas ações, o que também ocorreria na versão "disruptiva" de Milei, que teria dificuldades para governar.

Diretor da área de economia da Fundar e professor na Universidade Nacional de San Martín (UNSAM), Guido Zack considera que Milei lança uma série de propostas que são "impraticáveis para a economia argentina", no quadro atual, como a ideia de dolarização. A pergunta natural, segundo o analista, é saber o que de fato o oposicionista faria. "Para dolarizar é preciso ter dólares, que é justamente o que não há atualmente na Argentina, atualmente temos reservas líquidas negativas no banco central", recorda.

Zack diz que, basicamente, não seria uma ideia deixar a política monetária a reboque de outros países, no caso dos EUA. Além disso, recorda que, no caso do dolarizado Equador, por exemplo, a economia está muito dependendo dos preços do petróleo e já passou por duas reestruturações de dívida, caminhando para uma terceira. "Se a Argentina tem um problema de crise fiscal, a dolarização não resolve isso", resume.

Em relação a Massa, Zack diz que ele tem evitado o tema da economia na campanha, "basicamente porque ela está muito mal e ele é o candidato a presidente" do governismo. Nessa lógica, deu poucas pistas do que seria sua plataforma econômica. Massa falou na necessidade de equilíbrio fiscal. "Parece que há consenso nesse sentido, mas, quando se começa a observar as medidas específicas, há várias que implicam aumento de gasto", adverte. Na avaliação de Zack, há também em jogo questões muito importantes, além da econômica, e vê como "muito preocupante" a postura de Milei e seu partido em relação a questões de direitos humanos e à democracia, bem como uma "reivindicação do regime militar" e ameaças de seu grupo político a pautas como direito ao aborto e ao casamento igualitário.

Em sua nova peça de campanha, o candidato peronista Sergio Massa faz questão de dizer que "ama o papa". Não só porque Francisco é argentino, mas também porque ele virou um personagem do segundo turno das eleições depois de ser alvo de ataques do libertário Javier Milei - o que pode ter lhe custado um eleitorado importante em um país de maioria católica.

Segundo pesquisa feita em 2019 pelo Conselho Nacional de Investigações Científicas (Conicet), ligado ao Ministério da Ciência, quase 63% dos argentinos se identificam como católicos - uma queda em relação a 2009, quando 76,5% se identificavam com a Igreja. Mas significa que 28 milhões ainda se importam com o papa.

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Para além dos números, o fato de Francisco ter sido o primeiro papa argentino é motivo de orgulho nacional, e suas respostas sobre preferir Messi ou Maradona repercutem na sociedade. "Temos um papa que influencia, queira ou não, na política argentina", afirma Cecilia Sturla, diretora do Instituto da Família e Vida João Paulo II, da Universidade Católica de Salta. "Francisco tem um peso político na Argentina, para o bem ou para o mal."

Mesmo sabendo disso, Milei disse que o pontífice era "comunista" e "a encarnação do maligno". Um conselheiro chegou a sugerir o rompimento das relações com o Vaticano. Francisco nunca respondeu diretamente, embora tenha lançado alertas que pareciam aludir ao libertário.

"Todos já fomos jovens sem experiência e, às vezes, meninos e meninas se apegam a milagres, ao Messias, para que as coisas se resolvam de forma messiânica. O Messias é apenas um, que nos salvou de todos. Os demais são todos palhaços do messianismo", disse o papa em entrevista à agência Télam, antes do primeiro turno.

Diferentemente do Brasil, onde o voto religioso tem um peso importante nas eleições e há uma bancada religiosa no Congresso, na Argentina a Igreja não costuma se posicionar em eleições, embora historicamente tenha uma aproximação com o peronismo. No entanto, as palavras duras de Milei provocaram a reação de padres e bispos.

Resposta

Em setembro, um grupo de padres de vilas e bairros de Buenos Aires, conhecidos como "curas villeros", realizou uma missa em resposta a Milei. "Acaba-se por perguntar se alguém com esse distúrbio emocional, que não consegue encontrar alguém que pensa diferente sem gritar ou insultar, consegue suportar as tensões inerentes ao cargo a que aspira", disseram.

A alta cúpula da Igreja argentina também respondeu dizendo que não apoiava ninguém, mas expressou "princípios úteis para refletir o futuro do povo que amamos e servimos".

Considerada uma das cidades mais católicas da Argentina, Salta se tornou o maior exemplo do impacto da cruzada de Milei contra o papa. Na província de mesmo nome, no noroeste argentino, 76% da população se diz católica. Igrejas, catedrais e conventos fazem parte da paisagem saltenha, sendo a placa de boas vindas na cidade acompanhada por uma cruz.

Nas discussões sobre aborto, em 2020, todos os congressistas de Salta votaram contra a proposta, consolidando sua visão conservadora do tema.

O ápice da religiosidade de Salta é visto em setembro, quando milhares de peregrinos viajam quilômetros, muitos a pé, para festejar a Fiesta del Milagro, que celebra o milagre ocorrido no século 16, durante a fundação da cidade, quando se crê que orações à Virgem dos Milagres fez parar um terremoto. Desde então, a festa chega a reunir 800 mil pessoas.

Mesmo com todo este histórico, Milei ganhou a maioria dos votos de Salta nas primárias de agosto, sendo a província que mais havia votado no libertário, com quase 50% dos votos. Os cartazes de Milei faziam parte da paisagem da cidade quando a reportagem a visitou, em outubro.

Andrea Zintgraff, de 36 anos, votou em Milei nas primárias e no primeiro turno, porque defende uma mudança econômica na Argentina, mas admite que as falas do libertário sobre a Igreja a incomodam. "Eu discordo de algumas coisas da Igreja, como a posição sobre o aborto, por exemplo, e me preocupam os casos de padres abusadores, por isso não sou contra o que Milei diz. Mas, neste momento, estou pensando na economia", afirma.

Vista grossa

A agente administrativa representa uma grande parte do eleitorado de Milei, que decidiu fazer vista grossa ao que diz o libertário sobre o papa porque tem outras preocupações mais urgentes, como a inflação. Mas, para o consultor político Pedro Buttazzoni, parte do eleitorado foi afetado pela briga.

"Vemos isso nas pesquisas que fizemos em Salta, as pessoas sabem das propostas de dolarização, do objetivo de tirar a casta política, eliminar o Banco Central, mas não muito mais que isso. Não citam propostas de Milei muito além dessas", afirma Buttazzoni, diretor da Droit Consultores.

Mas, no primeiro turno, em outubro, o libertário viu uma queda de apoio entre os saltenhos. Ele venceu na região com 40% dos votos, mas Massa aumentou de 24%, nas primárias, para 37%. Segundo o Centro de Pesquisa para a Qualidade Democrática, Milei perdeu 3% de seu eleitorado na província, enquanto Massa cresceu 85%.

Os motivos para o salto são dois, segundo analistas. Primeiro, a ação do aparato peronista nas províncias, que em Salta foi comandada pelo próprio governador reeleito Gustavo Sáenz. E, segundo, a Igreja.

"Achávamos que o peronismo estava muito mais debilitado antes das primárias, mas nos demos conta de que não, que estava adormecido e ativou toda sua força para ressurgir, e uma das forças do peronismo é a Igreja", disse Sturla. "A doutrina peronista se aproxima em parte da doutrina social e do pensamento da Igreja. Então, houve muita aproximação entre Igreja e partido. A partir disso, o peronismo fica muito ligado aos católicos."

Golpe

Massa soube aproveitar os ataques ao papa, embora não seja ele próprio um fã de Francisco. Nos bastidores da política argentina circula a história de que o pontífice não gosta de Massa por acreditar que ele, quando era do gabinete de Néstor Kirchner, tentou armar um golpe para tirá-lo do arcebispado de Buenos Aires por ser "muito de esquerda".

Mas em seu discurso após o primeiro turno, Massa disse que pretende ser o presidente quando o papa visitar a Argentina pela primeira vez. Desde então, citar Francisco é uma constante. Durante os debates, o peronista criticou Milei por atacar "o argentino mais importante da história".

A Milei restou a tarefa de minimizar os ataques, tendo dito que já havia pedido desculpas à Igreja, o que a instituição não confirmou. "Se Francisco, líder da Igreja, vier à Argentina, será recebido com as honras de chefe de Estado e com o reconhecimento de alguém que é o líder espiritual dos católicos. Não mudamos, apesar dos ataques", afirmou Milei, após as críticas.

Seu maior problema, porém, é convencer padres e bispos que não apoiam Massa, mas pedem cautela com Milei. "Quando Milei cresceu, o setor do 'curas villeros', que são influenciados pelo peronismo, passaram a soar o alarme", disse Sturla. "A Igreja não diz 'votem em Massa', mas diz 'não votem em Milei', o que na prática é estar a favor de Massa."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Messi não gostou nada da postura de alguns jogadores do Uruguai na partida de quinta-feira, na Bombonera, na qual os tricampeões do mundo foram surpreendidos e perderam por 2 a 0. O astro chegou a "brigar" com Olivera e ainda reprovou gesto provocativo de Ugarte e cobrou respeito.

"Contra o Uruguai é sempre assim. Sobre as provocações, eu prefiro não dizer o que penso. Eles têm uma grande seleção, mas acho que os mais jovens têm de aprender um pouquinho a respeitar os mais velhos e a respeitar esse clássico que sempre foi intenso, duro, mas disputado com educação", disparou Messi.

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A bronca maior era com Ugarte, de 22 anos, que fez gestos obscenos com a boca e disparou que De Paul fazia sexo oral com o craque o astro da seleção após o meia sair em defesa do camisa 10 após uma entrada desleal.

Amigo pessoal de Suárez, Messi deu um abraço caloroso no ex-companheiro de Barcelona antes de a bola rolar. Na partida, porém, o camisa 10 e capitão argentino não estava nada feliz com o clima hostil do jogo e chegou a trocar empurrões com o zagueiro Olivera, de 26 anos, para tentar apartar um princípio de briga. Mas foram os gestos obscenos de Ugarte que tiraram o astro do sério.

Sobre a derrota em Bombonera, Messi minimizou o tropeço e avisou, sorrindo: "Perdemos apenas um jogo, nada mais." O próximo compromisso é terça-feira, diante da seleção brasileira, no Maracanã, no Rio.

Apesar do tropeço, a Argentina chegará ao Rio ainda no topo da classificação das Eliminatórias Sul-Americanas, enquanto o Brasil figura somente no quinto lugar, com sete pontos, cinco atrás da tradicional adversária.

Há três jogos sem vencer, a Seleção Brasileira vive uma espécie de anticlímax nas Eliminatórias Sul-Americanas à Copa do Mundo de 2026. Vem de duas derrotas seguidas, contra Uruguai e Colômbia, a última nessa quinta-feira (16), em Barranquilla, caindo à quinta colocação na tabela de classificação. Esta é a primeira vez que o Brasil perde dois jogos seguidos na história da competição.

Tudo isso às vésperas do clássico diante da Argentina, próxima terça-feira (21), no Maracanã, palco da final da última Copa América, onde os a argentinos venceram por 1 x 0. Em caso de vitória, os Hermanos se igualam a Bolívia como o maior algoz da Canarinho no certame - veja lista completa abaixo.

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Em contrapartida, os atuais campões do mundo vêm ao Brasil com um resultado negativo na bagagem. Messi, Di Maria e cia. perderam a primeira partida desde o revés contra a Arábia Saudita na estreia da Copa do Mundo, caindo por 2 x 0 para um bravo Uruguai, em Buenos Aires. Os gols da Celeste foram marcados por Ronald Araujo e Darwin Núñez.

Já os comandados de Fernando Diniz começaram o embate ante a Colômbia de forma avassaladora. Logo aos quatro minutos, abriram o placar após inspirada troca de passes entre Vinícius Júnior e Gabriel Martinelli. Os "Cafeteiros" viraram com dois gols de Luis Diaz.

Atacante do Liverpool foi o grande heroi colombiano (Divulgação/FCF)

"A gente vai jogar em casa, espero que com casa cheia. Temos que olhar para o que precisamos corrigir para fazer um jogo com mais capricho com a Argentina, fazer o dever de casa, e voltar a vencer. Existem vários jogadores diferentes em relação à última Copa, e isso é normal em relação a adaptação (...). Todos estão cientes que precisamos melhorar", falou Diniz.

O Brasil aparece com apenas sete pontos, atrás de Venezuela (4º, com oito), Colômbia (3º, com nove), Uruguai (2º, com 10) e Argentina (1º, com 12).

Derrotas do Brasil nas Eliminatórias (14)

Argentina (2001/2005)

Bolívia (1993/2001/2009)

Chile (2001/2015)

Equador (2001/2004)

Paraguai (2000/2008)

Uruguai (2001/2023)

Colômbia (2023)

A Câmara dos Deputados gastou R$ 12,9 mil para financiar a passagem e estadia de bolsonaristas na Argentina durante o primeiro turno das eleições presidenciais, em outubro. De acordo com dados do Portal da Transparência, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Rodrigo Valadares (União-SE) e Marcel Van Hatten (Novo-RS) utilizaram verbas da Casa para apoiar o candidato Javier Milei.

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo se empenhou pessoalmente na campanha do candidato libertário à Casa Rosada. Ele saiu de Brasília em 22 de outubro - dia do primeiro turno das eleições argentinas -, fez uma escala em Guarulhos, São Paulo, e aterrizou em Buenos Aires às 12h10. O trajeto, ao custo de R$ 1,7 mil, foi pago pelo deputado e reembolsado pela Câmara. Na volta, Eduardo gastou outros R$ 2,5 mil no mesmo percurso. Ao todo, foram gastos R$ 4.216,07 com as passagens de ida e volta. As informações foram publicadas pelo portal Metrópoles e confirmadas pelo Estadão.

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Eduardo chegou à Argentina já durante o transcorrer da votação. Nas redes sociais, ele publicou uma imagem com o desenho de Milei segurando uma motosserra ao lado de Bolsonaro e do ex-presidente americano Donald Trump. "Um prazer estar bem acompanhado na terra dos irmãos!", escreveu.

Marcel Van Hattem saiu de Porto Alegre em 21 de outubro com destino a Buenos Aires. O parlamentou retornou no dia 23 pela manhã, um dia após o primeiro turno. As passagens de ida e volta custaram aos cofres da Câmara R$ 4.236,19. Van Hattem solicitou reembolso pelo valor gasto.

Já no caso do deputado Rodrigo Valadares, os gastos custeados pela Câmara foram com hospedagem. O deputado do União Brasil pediu o reembolso de R$ 4.537,66 referentes a quatro diárias, entre 19 e 23 de outubro, no Hotel Hilton, em Puerto Madero, na capital Argentina.

Valadares e Eduardo foram recebidos pela vice-presidente na chapa de Milei, Victoria Villarruel. Nas redes sociais, o parlamentar postou vídeos ao lado de Victoria e em um comício da chapa de oposição a Sergio Massa, candidato peronista.

De acordo com Valadares, o deputado viajou à convite da coalização partidária La Libertad Avanza, de Javier Milei, após "denúncias de interferência do governo brasileiro na eleição presidencial da Argentina em favor do candidato Sergio Massa". Segundo o parlamentar, as agendas foram documentadas e os valores gastos são menores do que os gastos de uma viagem entre Aracaju e Brasília.

Os deputados Eduardo Bolsonaro e Marcel Van Hattem foram procurados pelo Estadão, mas não se manifestaram até a pubicação deste texto. O espaço está aberto a manifestações.

Procurada pelo Estadão, a Câmara disse que os questionamentos sobre os gastos e autorizações de viagens oficiais deveria ser feito via Lei de Acesso à Informação (LAI), instrumento que dá 20 dias para que o órgão disponibilize as informações.

Depois do manifesto ex-presidentes de direita da América Latina ao candidato Javier Milei, foi a vez de Sergio Massa receber o apoio de líderes de esquerda da América Latina e da Espanha para as eleições da Argentina. O segundo turno das eleições presidenciais ocorrem neste próximo domingo, 19, e a disputa está acirrada entre o peronista do União pela Pátria e no libertário do A Liberdade Avança.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não citou o ministro da Economia argentino diretamente, mas declarou em sua live semanal desta terça-feira, 14, que a Argentina precisa de alguém que "goste do Mercosul".

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"Eu não posso falar de eleição na Argentina porque é um direito soberano do povo da Argentina. Mas eu queria pedir para vocês que vocês lemnrem de que Brasil precisa da Argentina e a Argentina precisa do Brasil. Dos empregos que o Brasil gera na Argentina e dos empregos que a Argentina gera no Brasil, do fluxo comercial entre os dois países e de quanto nós podemos crescer juntos", afirmou o petista.

"Para isso é preciso ter um presidente que goste de democracia, que respeita as instituições, que goste do Mercosul, que goste da América do Sul e que pensa na criação de um bloco importante", completou no vídeo que é transmitido nas redes sociais do governo brasileiro. "Eu só queria pedir para o povo argentino, na hora de votar, pense na Argentina, é soberano o voto de vocês, mas pensa um pouco que tipo de América do Sul você quer criar, de América Latina que você quer criar".

Lula não manifesta aberta abertamente apoio a Sergio Massa, mas sempre foi próximo dos governos peronistas da Argentina. Em agosto, após as primárias eleitorais argentinas, o brasileiro recebeu o ministro da Economia argentino em um encontro para tratar da liberação de dólares para o país vizinho lidar com sua dívida com o Fundo Monetário Internacional.

Logo em seguida, a equipe de Massa ganhou o reforço em setembro de marqueteiros e estrategistas brasileiros que lideraram campanhas do PT nos últimos anos. Eles desembarcaram em Buenos Aires após as primárias para atuar na reação ao avanço do libertário e oposicionista Javier Milei.

Além disso, como revelou o Estadão na coluna da repórter Vera Rosa, Lula ajudou em uma operação para que o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) concedesse empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina. Com o dinheiro, o ministro Sergio Massa, candidato à Casa Rosada, conseguiu novo acordo para liberar recursos do FMI.

Os episódios causaram respostas fortes da campanha de Javier Milei, que acusa o brasileiro de interferir nas eleições. Em uma entrevista recente ao jornalista peruano Jaime Bayly, o libertário chamou o Presidente brasileiro de "comunista" novamente e disse que não se reuniria com ele, o que representaria uma quebra de tradição, já que o Brasil é o primeiro local de visita dos presidentes argentinos eleitos e vice-versa.

Em sua campanha, Sergio Massa bate na tecla de que Milei pretende romper as relações entre Brasil e Argentina, o que custaria milhões de empregos argentinos. O libertário acusa o peronista de mentir em uma campanha de medo - que diz ser encabeçada pelos marqueteiros brasileiros - já que sua proposta seria a de reduzir a presença do Estado nessas trocas comerciais e deixar os empresário e produtores dialogarem eles próprios com quem querem fazer negócio.

No domingo 5 de novembro, o PT publicou uma nota oficial na qual declara apoio à candidatura de Sergio Massa. "Não temos dúvida em apoiar a candidatura de Sergio Massa, da coalizão União pela Pátria, no nosso país irmão. Defendemos a integração regional para trazer a justiça social, a paz, a democracia e um projeto de desenvolvimento", diz um trecho da nota. O documento foi assinado pela presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann, e pelo Secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio Pereira.

Sánchez, Mujica e Obrador

Também nesta terça, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez enviou um vídeo a Sergio Massa expressando seu apoio. "No dia 19 de novembro serão realizadas eleições decisivas na Argentina. Os eleitores não vão apenas eleger um novo presidente, mas vão decidir algo muito mais importante, que é o futuro que desejam para o seu país. Os dois candidatos na disputa oferecem opções profundamente diferentes entre si. Sergio Massa representa o compromisso com a convivência democrática, com a harmonia; e oferece um projeto de unidade, solidariedade, com oportunidades para todos", afirmou.

E continuou: "Num contexto global complexo e incerto como o atual, precisamos fortalecer isso, as nossas democracias, adotar políticas que respondam às necessidades das pessoas, especialmente das pessoas mais humildes, e continuar no caminho da avanços sociais. Diante da estridência, Sergio Massa representa a tolerância e o diálogo para construir isso, uma Argentina com desenvolvimento inclusivo que não deixa ninguém para trás. Por isso, querido Sergio, envio-lhe todo o meu apoio aqui da Espanha e os meus mais sinceros votos de sucesso para as próximas eleições de 19 de novembro. Boa sorte para vencer".

Sánchez envia a mensagem em um momento de turbulência política particular. Seu partido, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o partido independentista catalão Juntos pela Catalunha (JxC) fecharam na semana passada um controvertido acordo que abre caminho para um novo governo e anistia os condenados pela tentativa de independência catalã, em 2017. Seu futuro deve ser discutido amanhã no governo espanhol.

Quem também gravou um vídeo foi o ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica: "Se eu fosse argentino - que vejo como mais que um irmão de coração -, dado o dilema que o povo argentino tem, e não é porque Massa seja meu amigo, mas dada a opção que existe, eu votaria nele, porque ele está repetidamente levantando a necessidade de um governo nacional. Parece-me que ele tem consciência de que a Argentina não precisa de um cataclismo, mas sim de construir a unidade nacional, porque aí terá forças para sair do drama em que está imersa".

"Portanto, se eu pudesse votar, votaria em Massa com as duas mãos, porque me parece que ele está dando um passo em direção à esperança com sua atitude aberta de diálogo e inclusão e não de desprezo e esmagamento. Sorte argentinos. Boa sorte a todos os latino-americanos. Para o povo argentino e para nós, aqueles que moramos perto da Argentina", conclui.

Já o presidente do México, Andrés Manual López Obrador, também conhecido como AMLO, ironizou em uma coletiva de imprensa o apoio dos líderes de direita ao libertário Javier Milei. "Veem agora como Fox e Calderón (ex-presidentes mexicanos) com Vargas Llosa e outros ex-presidentes de direita apoiam Milei da Argentina? Claro. Ele é até contra o Papa. Ele chama o Papa de comunista, porque o Papa é a favor da Justiça", afirma.

"Com todo o respeito ao Perón, ao (Jorge Luis) Borges; àquele grande jogador de futebol, Maradona, que para mim é melhor; Messi, fenômeno... Bem, nenhum argentino como Francisco. E esse fascista ultraconservador se lança contra ele".

Manifesto por Milei

Nove ex-presidentes de países da América Latina e o escritor Mario Vargas Llosa assinaram um manifesto em apoio ao candidato presidencial Javier Milei. A chapa A Liberdade Avança, liderada pelo candidato libertário, compartilhou nas redes sociais um comunicado agradecendo o apoio recebido.

Os ex-líderes Mauricio Macri, Iván Duque, Mariano Rajoy, Jorge Quiroga, Sebastián Piñera, Andrés Pastrana, Luis Fortuño, além dos mexicanos Felipe Calderón e Vicente Fox, assinaram o comunicado em apoio ao libertário. No texto, os signatários afirmaram que o candidato governista Sergio Massa representa a continuidade de um modelo econômico "fracassado" que jogou o país "em permanente estagnação durante décadas".

"O projeto de Massa nada mais é do que o projeto original de Néstor e Cristina Kirchner: alcançar a hegemonia política à custa do orçamento e da punição da oposição", dizem no comunicado.

"Diante desta ameaça, apresenta-se a opção de Javier Milei, um candidato novo na política, com quem sem dúvida temos muitas divergências, mas que acredita nas ideias de liberdade e tem uma visão muito acertada do diagnóstico a respeito dos problemas econômicos do país."

A poucos dias do segundo turno das eleições na Argentina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para que a população do país vizinho "pense" na América do Sul, América Latina e no Mercosul na hora de votar. De acordo com o petista, o novo presidente da Argentina precisa gostar da democracia e respeitar as instituições.

"Só queria pedir ao povo argentino, na hora de voltar, pense na Argentina, é soberano o voto de vocês, mas pense um pouco no tipo de América do Sul que você quer criar, América Latina que você quer criar e de Mercosul que você quer criar. Juntos, nós seremos fortes", comentou.

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As declarações ocorreram durante transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, denominada de Conversa com o Presidente, nesta terça-feira (14). No início da fala, Lula disse que não iria falar sobre as eleições no país vizinho "porque é direito soberano do povo", mas fez um apelo ao povo.

"A Argentina e Brasil, nós precisamos um do outro, precisamos estar juntos, sem divergências. Quando tivermos divergência, senta numa mesa, negocia a acaba com a divergência", declarou. "Queria pedir que vocês lembrem que o Brasil precisa da Argentina e Argentina precisa do Brasil."

O presidente afirmou que a relação entre ambos os países é um "exemplo de amizade" e citou a importância comercial entre as nações. "Para isso, é preciso ter um presidente que goste de democracia, que respeite as instituições, que goste do Mercosul, que goste da América do Sul e que pense na criação de um bloco importante", comentou.

"Hoje o mundo está dividido em blocos: bloco europeu, bloco asiático. Preciso criar nosso bloco para negociar comercialmente com o resto do mundo", afirmou. "Para isso, precisamos estar juntos. Se brigamos, não iremos a lugar nenhum."

A Argentina entra na sua reta final da campanha à presidência. O segundo turno das eleições está marcado para o próximo domingo (19). De um lado da disputa está Javier Milei, pelo partido La Libertad Avanza, e do outro o peronista Sergio Massa, pelo Unión por la Patria. Segundo as últimas pesquisas, eles estão empatados dentro da margem de erro.

A grande imprensa da Argentina em geral considerou que o ministro da Economia, Sergio Massa, se saiu melhor no debate realizado no domingo (12) que reuniu os dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições presidenciais do país. O La Nación questionou alguns analistas, e em todos os casos o governista era visto como o de melhor desempenho, com margens variáveis frente ao candidato ultralibertário Javier Milei.

Entre os analistas ouvidos pelo jornal, Joaquín Morales Solá deu vantagem modesta a Massa, mas criticava o fato de que o atual ministro ficou com maior foco em "desestabilizar Javier Milei", uma intenção "ostensiva desde o primeiro segundo do debate".

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O analista não viu um claro vencedor, mas considerou que Massa levou com folga o primeiro bloco, com Milei "mais atrevido" no segundo e no terceiro blocos.

Já Carlos Pagni, ouvido também pelo La Nación, considerou que o ministro da Economia mostrou que preparou muito bem seus argumentos, para explicar cada tema, e buscou também traçar uma "radiografia minuciosa das fraquezas de Javier Milei".

Pagni acredita que Massa conseguiu com destreza cumprir a tarefa de, sendo membro do atual governo, ocupar a posição de questionar o opositor.

Em política externa, por exemplo, Pagni acredita que Milei "deixou claro que lhe faltou bastante preparação".

José Del Rio considerou o debate uma oportunidade perdida para debater de fato o quadro do país, ao destacar que os candidatos se centraram em questões menores, como quando Massa perguntou a Milei como foi o estágio dele no Banco Central da República Argentina (BCRA), que este agora pretende fechar, mas também deu vitória ao governista.

Gail Scriven deu vitória ainda mais clara a Massa, considerando-o "claramente mais preparado com seus ataques, dados e gestos", deixando Milei na defensiva.

Jorge Liotti também via vitória de Massa, "impondo-se claramente" ao discutir os riscos de uma eventual vitória do oposicionista.

Inés Capdevila também deu vitória ao governista, apontado como mais preparado.

No Ámbito Financiero, a avaliação era de que Massa conseguiu dominar "os tempos e os temas" do debate, enquanto o oposicionista "não cometeu erros não forçados".

O Clarín também via Massa em vantagem, "diante de um Milei que não aproveitou a enorme crise deixada pelo governo", e avaliou que o ministro conseguiu pressionar o oposicionista ao longo do evento.

Mais à esquerda, o Página 12 via Milei com "um desempenho pobre". Segundo a avaliação nesse diário, o candidato governista conseguiu impor sua agenda e marcar o ritmo da discussão.

Mais liberal, o Cronista afirmou que Massa se concentrou em "quebrar o discurso do libertário e evidenciar seus flancos frágeis", enquanto Milei "buscou se mostrar sereno, mas caiu no jogo do ministro mais de uma vez".

O candidato libertário à presidência da Argentina, Javier Milei, voltou a chamar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "comunista" e disse que não se reunirá com ele caso seja eleito. Não é a primeira vez que Milei rejeita se encontrar com Lula e já deu a entender que não pretende ter boas relações com o governo brasileiro.

Brasil e Argentina são os dois maiores parceiros comerciais da América Latina. Durante entrevista ao jornalista peruano Jaime Bayly, o adversário do peronista Sergio Massa no segundo turno da eleição presidencial, dia 19, foi questionado sobre o que pensava de Lula.

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Corrupto

Rapidamente, ele respondeu: "Comunista". O jornalista indaga: "E um corrupto?". "Óbvio, por isso foi preso", respondeu Milei. Quando questionado se teria um encontro com o brasileiro, ele respondeu que não.

Milei já havia chamado Lula de comunista logo após o convite feito à Argentina para integrar o Brics - bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e recebeu recentemente adesões de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia. O libertário respondeu, na época, que não aceitaria a entrada, caso fosse eleito, e não se reuniria com comunistas de Brasil e China.

Interferência

Milei diz que não deseja um rompimento das relações diplomáticas ou comerciais com o Brasil, mas defende que o Estado não deve ser o regulador deste fluxo. Sua política é de deixar empresários e produtores brasileiros e argentinos conduzirem as relações. "Desde a minha posição como chefe de Estado, meus aliados são EUA, Israel e o mundo livre", afirmou Milei durante entrevista veiculada na quarta-feira.

No domingo, 6, em entrevista ao canal LN+, do jornal La Nación, Milei acusou Lula de interferir na campanha presidencial argentina. "As pessoas (apoiadores) de Bolsonaro e alguns jornalistas do Brasil denunciaram que Lula está interferindo na campanha, financiando parte dela, e dentro desse pacote há um conjunto de consultores brasileiros que são os melhores especialistas em campanha negativa", disse.

Empréstimo

Na quarta-feira, 9, o embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli, rejeitou as declarações de Milei. "O fato de um candidato dizer que não vai ter relações com Lula não me parece ter qualquer mérito, ao contrário de Sergio Massa, que exerce a melhor diplomacia, que é comercial, que pode ser aprofundada a partir de dezembro, porque conheço as relações que ele tem, não só com o Brasil, mas com a China, a outra relação bilateral que Milei tem questionado, que são os dois parceiros mais importantes da Argentina."

No dia 29 de agosto, jornais da Argentina trouxeram relatos da conversa ocorrida na véspera entre Lula e Massa, também ministro da Economia do país, no Palácio do Planalto. Candidato do peronismo à sucessão do presidente, Alberto Fernández, Massa esteve em Brasília, um dia antes, para tratar de um empréstimo de US$ 600 milhões.

O objetivo era financiar as exportações argentinas. Lula disse ao ministro que enviaria pessoas de sua equipe à Argentina, com o objetivo de ajudá-lo na campanha "para parar a direita", de acordo com as publicações argentinas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato à presidência da Argentina Javier Milei acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "difundir medo" no país. Em entrevista ao jornal La Nación, o libertário disse que rumores de que o preço das passagens no transporte público aumentariam substancialmente em um eventual governo com ele fazem parte de uma campanha negativa por parte de seu adversário, o ministro da Economia Sergio Massa.

"Na verdade, os aliados de Bolsonaro e alguns jornalistas do Brasil denunciaram que Lula está interferindo nesta campanha financiando parte dela, e dentro desse pacote há um grupo de consultores brasileiros que são os melhores especialistas em campanhas negativas e o que eles fazem é difundir medo da sociedade", afirmou. Segundo Milei, Massa estaria realizando um ataque às instituições. "Utilizou recursos do Estado para fazer uma campanha negativa contra outros candidatos. Por outras palavras, isto tem uma enorme gravidade institucional", disse.

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O PT publicou, nesse domingo (5), uma nota oficial na qual declara apoio à candidatura de Sergio Massa à presidência da República na Argentina. "Não temos dúvida em apoiar a candidatura de Sergio Massa, da coalizão União pela Pátria, no nosso país irmão. Defendemos a integração regional para trazer a justiça social, a paz, a democracia e um projeto de desenvolvimento", diz um trecho da nota do PT.

O documento, que traz a data desta segunda-feira (6), é assinado pela presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e pelo Secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio Pereira.

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O peronista Sergio Massa é o atual ministro da Economia do governo de Alberto Fernandez, de centro-esquerda. Ele é o candidato da coalizão União pela Pátria, que tem maioria de partidos de esquerda, embora inclua também legendas de centro e de direita. No dia 19 de novembro, Massa enfrentará o libertário Javier Milei, candidato da coalizão Liberdade Avança. Massa ficou em primeiro lugar no primeiro turno, mas pesquisas indicam uma disputa apertada no segundo turno.

Economista e oriundo do mercado financeiro, Milei defende propostas liberais para a economia, como a dolarização da economia argentina, a redução dos gastos públicos e de impostos. Também prega a desregulamentação do porte de armas e a militarização das prisões.

"(...) Dois projetos de sociedade se enfrentam: um, representado pela candidatura presidencial de Sergio Massa, de perfil democrático e popular, com um programa de governo de desenvolvimento e justiça social; e outro, do candidato Javier Milei, representando a extrema-direita e o ultra neoliberalismo econômico do salve-se quem puder", diz um trecho da nota do PT

"Nós, brasileiros e brasileiras, conhecemos bem essa segunda alternativa de extrema-direita, que também governou nosso país no período anterior. Conhecemos toda a dor e o sofrimento que o descaso com a vida do povo significou para nosso país", continua o texto do partido, referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

A nota de apoio do PT neste domingo contrasta com o silêncio do principal líder da sigla, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo diante de pedidos de aliados, Lula evitou até o momento declarar formalmente apoio ao candidato peronista - o que não significa que não tenha agido para ajudá-lo. No fim de agosto, Lula reuniu-se com Massa em Brasília.

Massa argentino também foi recebido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Brasil e Argentina anunciaram na ocasião um acordo de US$ 600 milhões para garantir o financiamento das exportações brasileiras ao país vizinho, que sofre com a falta de dólares.

Como mostrou o Estadão, Lula atuou em operação para liberar um empréstimo de US$ 1 bilhão do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) à Argentina, de modo que a Casa Rosada pudesse pagar uma dívida anterior com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Além disso, profissionais do marketing político ligados ao PT também estão na Argentina atuando na campanha de Massa. Não por acaso, a campanha do peronista usa temas que o PT costuma explorar no Brasil, como o resgate da autoestima e o sentimento de unidade nacional, repetindo estratégia petista usada contra Bolsonaro. Marqueteiros brasileiros como Raul Rabelo, Otávio Antunes e Halley Arrais buscam caracterizar uma eventual gestão do direitista Milei como um "salve-se quem puder", sem regras e nem leis.

Uma pesquisa da Atlas Intel divulgada nesta sexta-feira, 4, indica que Javier Milei, candidato da coalizão La Libertad Avanza, teria 52% dos votos válidos contra 48% do ministro da Economia, Sergio Massa. A disputa de segundo turno entre o libertário e o peronista está marcada para 19 de novembro. No primeiro turno, o instituto brasileiro acertou a vitória de Massa contra Milei. Levados em conta os votos brancos, nulos e indecisos, Milei tem 48,5% e Massa, 44,7%.

O cenário político do segundo turno é volátil. A inflação atual do país é de 138%, com tendência a aumentar até o final deste ano. E além disso, a falta de combustíveis e a incerteza política têm gerado um grande constrangimento social ao redor do país. A baixa taxa de aprovação do governo peronista, do qual Massa fez parte nos últimos anos, coloca contra a parede a fórmula governista diante de um candidato considerado como "outsider" que planeja mudar estruturalmente a nação.

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No entanto, Massa, que ficou em primeiro lugar no segundo turno de 22 de outubro, terá de lidar agora com dois grandes desafios: manter o voto sólido da sua base peronista e convencer tanto à direita moderada quanto aos indecisos de que seu plano de governo é mais viável que o do seu oponente, que passou a unir forças com a base eleitoral de Patricia Bullrich depois da última votação.

No mês anterior, Bullrich recebeu 24% dos votos válidos - uma parcela significativa votos que podem mudar os rumos do pleito em uma eleição polarizada. Na Argentina, no entanto, o voto não é obrigatório e parte do eleitorado dela pode se abster.

Em um tom severo e com um discurso antissistema, Milei ganha apoio popular com promessas que vão desde o corte dos gastos estatais e dolarização da economia até propostas mais radicais, como o fechamento do banco central da Argentina.

A análise da Atlas Intel tem como base a opinião de 3.218 participantes, questionados entre o 1 e 3 de novembro por meio de recrutamento digital aleatório. Os participantes são das regiões da Grande Buenos Aires (23,7%), Centro 20,5%; Norte Grande Argentino 19,8%; Buenos Aires Interior 13,9%; Nuevo Cuyo 8,2%; Patagônia 7,2%; e Ciudad Autónoma de Buenos Aires 6,7%.

Para 78% dos entrevistados, os preços altos e a inflação foram considerados como os principais problemas da Argentina.

Um dos questionamentos realizados pela Atlas Intel aos participantes da pesquisa foi em relação a qual dos candidatos eles mais confiam para enfrentar os diferentes desafios que o país enfrenta. Javier Milei venceu em quase todas as categorias apresentadas, exceto em duas: "defender as instituições democráticas" e "defender os direitos humanos". Nestas, Sergio Massa lidera.

O medo da dor futura é o grande argumento eleitoral recíproco dessa reta final da eleição na Argentina, mas nenhum dos dois candidatos apresentaram antídotos suficientes para lidar com os causadores dessa sensação

O combate à insegurança, a redução da corrupção, o desenvolvimento da economia e a redução da inflação são os pontos em que Milei foi considerado mais confiável. Na pesquisa, o nível de confiança nos dois candidatos é bastante próximo, mas a margem de diferença se amplia a favor de Milei nas questões de insegurança e corrupção, enquanto o mesmo ocorre com o candidato peronista, mas nas questões de defesa das instituições e dos direitos humanos.

Em relação à imagem que se tem de ambos candidatos, Javier Milei e Sergio Massa empatam na pesquisa, com 41% de imagem positiva. Contudo, a imagem negativa do Ministro da Economia é de 52%, enquanto Milei tem 49%.

Nos próximos dias, a disputa eleitoral deve ficar mais apertada na Argentina, e o vencedor, que deve assumir a presidência em 10 de dezembro, terá de lidar com a herança da crise dos governos do passado.

Victoria Villarruel, vice da chapa do libertário Javier Milei, candidato a presidente da Argentina, não costuma ficar em cima do muro. Ela nega o terrorismo de Estado durante a ditadura militar, defende os torturadores e promete revogar as leis que legalizaram o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Agora, porém, Villarruel arrumou encrenca com um grupo engajado: os fãs da banda BTS, uma das mais conhecidas do universo k-pop (música jovem coreana). "Repudiamos as declarações de ódio e xenofobia contra a imagem do BTS proferidas pela candidata Victoria Villarruel", tuitou a conta do BTS da Argentina.

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A revolta dos fãs argentinos começou quando tuites de Villarruel, postados em 2020, foram desenterrados recentemente, incluindo uma mensagem em que ela diz que o nome da banda parece "uma doença sexualmente transmissível".

A banda sul-coreana é um fenômeno mundial e um dos poucos grupos, desde os Beatles, a colocar quatro álbuns como os mais vendidos dos EUA em menos de dois anos. Em 2018, o vídeo da música Idol foi visto 45 milhões de vezes em 24 horas no YouTube - um recorde.

No ano passado, os sete integrantes do BTS foram recebidos na Casa Branca pelo presidente dos EUA, Joe Biden, depois de se tornarem os artistas musicais mais reproduzidos da história do YouTube, com mais de 26 bilhões de visualizações.

Diante do tamanho da reação, Villarruel postou uma mensagem lamentando o episódio. Os adversários, no entanto, pegaram carona no deslize. O peronista Juan Grabois, que perdeu as primárias de agosto para Sergio Massa, respondeu com um aviso: "Mexeu com o BTS, mexeu comigo. Não se brinca com o k-pop."

Villarruel tem um papel importante na campanha de Milei. Frequentemente, ela usa as redes sociais para travar algum tipo de guerra cultural, desde campanhas contra o aborto até críticas a homens baixinhos. Seu alvo preferido são os direitos humanos e os indígenas.

Ela ataca frequentemente as Mães da Praça de Maio, grupo fundado por parentes de vítimas da ditadura, e critica o uso de bandeiras LGBTQ+ e de comunidades indígenas nas salas de aula. "Nosso governo acabará com a doutrinação que apaga nossa identidade nacional", escreveu Villarruel no X (ex-Twitter), em agosto - mensagem que ela logo apagou.

Não é de hoje que o Rio da Prata, um estuário localizado na divisa entre Argentina e Uruguai, traz alegria ao torcedor do Sport. O mais novo "gringo" da área a se destacar pelas bandas da Ilha do Retiro é Alan Ruiz, autor do gol da vitória em cima da Chapecoense, no último domingo (22), pela 33ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

Vindo de dois jogos consecutivos balançando as redes - também marcou no empate em 2 x 2 frente ao Juventude -, Ruiz reitera a fama dos platenses (gentílico de quem nasce na região) vestindo a camisa rubro-negra. O primeiro nome a ser lembrado é o de Raúl Bentancor, nascido no Uruguai. Entre as décadas de 1950 e 1960, marcou expressivos 93 gols, sendo o estrangeiro mais goleador do Leão.

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Além de Bentancor, o compatriota Facundo Labandeira, atualmente no elenco, é o gringo que mais balançou as redes vestindo a camisa rubro-negra no século: 10 vezes. Labandeira perdeu espaço entre os titulares após lesão no joelho, na final do Campeonato Pernambucano, diante do Retrô.

Se puxarmos pela Argentina, país natal de Ruiz, nomes como Navamuel e Celly marcaram época no Sport. A dupla empilhou 38 e 16 tentos assinalados, respectivamente.

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Encaixe no time

Atuando como meia central pela suspensão de Jorginho, Alan Ruiz fez seu melhor jogo com a camisa do Sport diante da Chape. Não só pelo gol. Criou diversas oportunidades, sendo o cérebro do time durante os quase 90 minutos que esteve em campo - foi substituído aos 43 do 2º tempo, dando lugar ao lateral-direito Eduardo.

O argentino, mesmo se sentindo mais à vontade na função de meia central, entende que o jogo pode apresentar diversas facetas. “Já atuei várias vezes como meia na carreira, também pelos lados (do campo). Aqui no Sport existe uma disputa sadia para começar jogando e todos estão à disposição do treinador”, falou.

Atualmente na vice-liderança da Segundona, o Sport volta a campo na próxima sexta-feira (27), quando visita o Ceará, no Castelão.

Ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçaram nas redes sociais a campanha por Sergio Massa, candidato peronista à presidência da Argentina. Ele enfrentará o libertário Javier Milei no segundo turno das eleições. Uma possível vitória de Milei no pleito é motivo de preocupação para o Brasil, já que o candidato defende a saída do país vizinho do Mercosul e o rompimento com a gestão de Lula.

Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secretaria Especial de Comunicação), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) parabenizaram Massa por ter chegado à segunda etapa do pleito e torceram pela sua vitória. Fernando Haddad (Fazenda) disse que acompanha a disputa "com interesse por causa do Mercosul".

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Neste domingo, 22, ficou definido que Massa vai para o segundo turno com Javier Milei, candidato libertário que levanta bandeiras similares às de Jair Bolsonaro (PL). Os dois trocaram apoios e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou a ir para a Argentina acompanhar a votação no primeiro turno. Milei é crítico de Lula, e já chamou o petista de "ladrão", "comunista" e "presidiário". Além disso, prometeu que, se for eleito, cortará relações comerciais com o Brasil.

"Não dá para comentar o resultado de eleição, até porque tem segundo turno. Mas acompanhamos com interesse por causa do Mercosul. Sou integracionista. É importante uma América do Sul mais integrada, negociando com a União Europeia de forma mais forte", disse Haddad nesta segunda-feira, 23, enquanto chegava ao Ministério da Fazenda.

Ao parabenizar Massa, Padilha compartilhou uma foto publicada pelo atual presidente, Alberto Fernández, de quem o governo é próximo. "Na torcida para que aqueles que desprezam a vida e a democracia sejam derrotados", escreveu o ministro das Relações Institucionais.

No final da apuração, Pimenta publicou uma foto ao lado de Fernández, junto de Lula e de Sergio Massa, parabenizando o amigo. "Viva o povo argentino", escreveu o ministro. Antes disso, ele havia publicado outra foto ao lado do presidenciável, classificando o resultado do primeiro turno da votação como "uma forte resposta do povo argentino nas urnas".

O interesse do governo brasileiro na eleição de Massa é forte, não só pela questão ideológica, mas também pela econômica. A vitória de Milei ameaça a ampliação da influência brasileira na América Latina. Recentemente, o Equador elegeu Daniel Noboa, um candidato que se apresentou como centro-esquerda, mas que tem propostas liberais.

O Brasil votou a favor da liberação de um empréstimo bilionário para a Argentina, mesmo com o país sem crédito, o que ajuda o candidato governista, Sergio Massa. Milei acusou Lula de prejudicar a sua candidatura.

Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, classificou como "boas notícias" a definição para o segundo turno. "Vibramos com a decisão deste país irmão de seguir lutando por democracia, desenvolvimento soberano com justiça social e na busca por equidade e pela superação das desigualdades sociais", escreveu nas redes sociais.

As manifestações mais contundentes vieram do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Além de parabenizar Massa e torcer pela sua vitória como sendo o "caminho que fortalece o Mercosul", ele alfinetou o apoio do filho do ex-presidente ao candidato libertário. "Quantos votos você acha que Eduardo Bolsonaro fez Javier Milei perder pelo apoio que deu?"

O deputado federal foi ironizado ao vivo na televisão argentina ao defender o porte de armas como "legítima defesa". O jornalista lembrou que Jair Bolsonaro foi derrotado nas eleições e a transmissão da entrevista foi cortada.

No começo da votação, Texeira disse nas suas redes sociais: "chega de presidentes negacionistas, que cultivam ódio e destroem direitos".

Nas eleições deste domingo, Massa e Milei tiveram votações próximas. O candidato do governo obteve 36,8% dos votos e seu adversário, 30,04%. O segundo turno está marcado para o dia 19 de novembro.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) foi ironizado e teve a sua entrevista à rede de televisão argentina C5N interrompida, neste domingo (22), ao defender o porte de armas como "legítima defesa". O parlamentar está no país vizinho para apoiar Javier Milei, candidato de direita que encampou propostas semelhantes às do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL). Entre elas, a de armar civis.

"Eu acredito que Javier Milei tem todas as condições de colocar a diante esta política (semelhante à do governo Jair Bolsonaro) na Argentina, porque não há motivo para que o Brasil seja assim e a Argentina esteja em crise", disse Eduardo ao chegar no comitê de campanha de Milei. "Colocar adiante armas de fogo nas mãos dos cidadãos significa dar condições de que tenham a legítima defesa", prosseguiu.

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Apresentador da C5N, o jornalista e analista Gustavo Sylvestre respondeu a Eduardo de maneira irônica: "Muito generosa é a Argentina e os argentinos por receber este tipo de gente...Por isso que os brasileiros, com lógica, tiraram o seu pai do poder, felizmente".

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A entrevista do parlamentar foi concedida ao canal em frente ao "bunker" da campanha de Milei, no Hotel Liberdade, em Buenos Aires. O C5N é um dos canais de TV mais importantes da Argentina.

Eduardo Bolsonaro e outros parlamentares brasileiros estiveram neste domingo na Argentina para demonstrar apoio à candidatura de Milei. Como revelou a Coluna do Estadão, um grupo de 69 deputados escreveu uma carta para ser entregue ao candidato libertário. O documento critica o atual presidente, Alberto Fernández, um dos principais aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na América Latina. Eles citam o alto índice de inflação e tentam ligar a esquerda argentina a regimes autoritários.

Com 90% das urnas contabilizadas, o candidato Sergio Massa terminou na frente nas eleições realizadas neste domingo (22) na Argentina, com 36,2% dos votos.

Ele vai disputar a presidência com Javier Milei, que obteve 30,19% dos votos e era o líder nas pesquisas de intenção de voto.

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Em terceiro lugar ficou a candidata Patricia Bullrich, com 23,82%, seguida por Juan Schiaretti, com 7% e Myriam Bregman, com 2,66% dos votos.

Candidatos

Sergio Massa, do partido peronista União pela Pátria, é o atual ministro da Economia da Argentina. Político experiente, o advogado conquistou as primárias de seu partido depois da terceira tentativa. Massa também já foi presidente da Câmara dos Deputados.

Javier Milei, autodenominado “anarcocapitalista”, é da coalizão conservadora La Libertad Avanza, e se coloca como representante de um liberalismo extremo. Entre suas propostas estão a redução drástica de subsídios e do aparato estatal. Num discurso com idas e vindas, ele já propôs o fechamento do Banco Central, a saída do Mercosul e a dolarização da economia, medida vista como inviável por economistas menos radicais.

Ele passou a ganhar notoriedade ao começar a dar uma série de entrevistas polêmicas e se elegeu deputado em 2021. Nas primárias, foi o candidato mais votado, com cerca de 30% dos votos.

*Com informações da Télam

Estão abertas as urnas para as eleições presidenciais mais incertas dos últimos tempos na Argentina. 

Até as 18h, cerca de 35 milhões de cidadãos poderão votar em um dos cinco candidatos que disputam a sucessão do impopular Alberto Fernández na Casa Rosada, com os olhares voltados sobretudo para o desempenho do ultraliberal e anarcocapitalista Javier Milei, da coalizão A Liberdade Avança (LLA), vencedor das primárias e líder na maioria das pesquisas.

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Para ganhar já no primeiro turno, um candidato precisa obter pelo menos 45% dos votos, ou 40% e uma vantagem de ao menos 10 pontos sobre o segundo colocado. 

No entanto, as últimas sondagens mostram uma disputa apertada entre Milei, o postulante governista Sergio Massa, atual ministro da Economia e representante da aliança peronista União pela Pátria (UP), e a ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich, da coligação de direita Juntos pela Mudança (JxC).

Nesse cenário, os cerca de 10% de indecisos devem ser determinantes. Se houver segundo turno, os dois candidatos mais votados se enfrentarão em 19 de novembro, e a posse do novo presidente será em 10 de dezembro, no aniversário de 40 anos da volta da democracia à Argentina. 

Os eleitores também renovarão parcialmente o Congresso, com a eleição de 24 senadores e 130 deputados.

Da Ansa

A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados convidará a ministra do Planejamento, Simone Tebet, para prestar esclarecimentos sobre o empréstimo feito pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) para a Argentina.

Como revelou o Estadão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou Tebet a conceder um empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina para liberar um desembolso de US$ 7,5 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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A negociação aconteceu próximo ao pleito presidencial argentino, em que Javier Milei, um candidato autointitulado anarcocapitalista e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, é um dos favoritos a vencer a disputa.

Tebet é a governadora do Brasil no CAF e por isso a operação de socorro precisava do seu aval. El nega a atuação de Lula na liberação do empréstimo. A possibilidade de vitória de Milei provoca cada vez mais temor no Palácio do Planalto.

Bia Kicis (PL-DF), presidente da comissão e autora de um dos requerimentos, disse que houve "a possibilidade de interferência no processo eleitoral de outro país".

"A Argentina está a menos de um mês de concluir o processo eleitoral que definirá o próximo presidente da República. Ademais, o candidato do governo Alberto Fernández, que enfrenta severa crise econômica, é o atual ministro da Fazenda, Sérgio Massa, que seria diretamente beneficiado no pleito", justificou Bia.

Além de Tebet, o colegiado responsável pelo maior número de chamamento de ministros, também aprovou os requerimentos para o convite de Nísia Trindade (Saúde), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), e Carlos Fávaro (Agricultura).

A Comissão de Fiscalização e Controle tem a maioria de integrantes de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Um acordo feito com o governo no começo da legislatura assegurou que os ministros seriam inicialmente convocados, e, caso se ausentem, seja pautada a convocação.

No caso de convocação, ministros são obrigados a comparecer, sob pena de crime de responsabilidade caso se ausente.

Contando com Lionel Messi somente no segundo tempo, a Argentina dominou com facilidade o Paraguai e venceu por 1 a 0, nesta quinta-feira (12), no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. O triunfo, com gol marcado logo no início da partida, manteve os atuais campeões do mundo na liderança provisória da Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026.

O time argentino chegou aos nove pontos, com três vitórias em três jogos, um aproveitamento de 100% até agora. Somente o Brasil, que ainda joga nesta quinta, tem o mesmo aproveitamento - recebe a Venezuela em Cuiabá nesta noite. Já o Paraguai tem apenas um ponto e ocupa o nono e penúltimo lugar da tabela.

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Sem Messi no primeiro tempo, a Argentina foi liderada pelo zagueiro Otamendi, que foi além de suas funções defensivas no início da partida. Logo aos 2, o capitão do time aproveitou cobrança de escanteio na área e acertou belo voleio, abrindo o placar.

O gol empolgou a torcida e elevou a confiança da equipe argentina, que passou a dominar a partida com tranquilidade. Os anfitriões aproveitavam a marcação frouxa dos paraguaios para "alugar" o campo de ataque. Foram diversas chances de gol. Na melhor delas, aos 41, Rodrigo de Paul arriscou de fora da área e carimbou a trave.

A seleção da casa poderia ter saído de campo com uma goleada se tivesse caprichado mais nas finalizações e no passe final das jogadas ofensivas. Para arrumar isso, o técnico Lionel Scaloni colocou Messi em campo a partir dos 7 minutos da etapa final.

Voltando de lesão, o atacante se deparou com uma postura diferente do Paraguai, mais atento em campo. A defesa paraguaia, liderada pelo palmeirense Gustavo Gómez, apertou a marcação e passou a dificultar a vida dos donos da casa. E Messi era o principal alvo dos visitantes.

Com pouco espaço, o ídolo argentino levava perigo na bola parada. Aos 30, ele cobrou escanteio com perigo e acertou a trave, quase marcando um gol olímpico. Lautaro Martínez também desperdiçou chances, enquanto a torcida gritava "olé" a cada troca de passe argentina. Nos acréscimos, Messi acertou outra bola na trave, em cobrança de falta.

Em ritmo mais lento, a Argentina evitou maior desgaste em busca do segundo gol e apenas administrou a vantagem simples até o apito final, do árbitro brasileiro Raphael Claus. A seleção sul-americana chegou à marca de sete jogos sem levar gols, todos disputados neste ano.

Na terça-feira, a seleção argentina vai visitar o Peru, em Lima, pela quarta rodada das Eliminatórias. Os paraguaios receberá a Bolívia no mesmo dia, em Assunção.

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