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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta sexta-feira que o estádio do Maracanã, no Rio, será o palco do jogo entre Brasil e Argentina, pelas Eliminatórias da Copa, no dia 21 de novembro. Com a rivalidade em alta, o evento acontecerá poucas semanas após a decisão da Libertadores entre Fluminense e Boca Juniors no mesmo estádio. A decisão continental está agendada para o dia 4 de novembro.

"A CBF recebeu o convite de diversos lugares do Brasil e do mundo para receber este que é um dos maiores clássicos do futebol mundial. A opção pelo Maracanã, entre tantos locais que estariam a altura de receber uma partida como essa, se deu não só pela questão logística, condições de treinamento e de deslocamento, que são prioridades, mas por ser também uma premissa da nossa gestão aproximar a seleção dos torcedores de todas as regiões do Brasil", afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

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Antes de medir forças com a Argentina, o Brasil encara a Colômbia no dia 16 de novembro. Entre as opções ventiladas pela maior proximidade geográfica com a Colômbia estavam Brasília (Estádio Mané Garrincha) e Manaus (Arena da Amazônia). A CBF, no entanto, optou pelo Rio como sede do clássico.

"Já tivemos uma partida na região Norte, em breve no Centro-Oeste e depois será a vez da região Sudeste ser contemplada. E assim vamos seguir, respeitando sempre as condições ideais para o melhor desempenho da seleção brasileira. Tenho certeza que o estádio mais conhecido do mundo será palco de uma grande festa do futebol", completou o mandatário.

A explicação de Ednaldo Rodrigues sobre a escolha do Maracanã sinaliza que os jogos seguintes do Brasil como mandante, contra Equador (setembro de 2024) e Peru (outubro de 2024), devem acontecer em cidades do Sul e do Nordeste.

O clássico com a Argentina será o último jogo de Fernando Diniz no comando da seleção pelas Eliminatórias. Nos primeiros meses de 2024, ainda sob a gestão do treinador do Fluminense, o Brasil terá amistosos. A expectativa é que o italiano Carlo Ancelotti assuma a seleção em junho, antes da Copa América.

O Brasil terá a Arena Pantanal, em Cuiabá-MT, como casa no dia 12 de outubro para encarar a Venezuela, às 21h30. No dia 17, a seleção vai ao Uruguai, no Estádio Centenário, desafiar os comandados de Marcelo Bielsa.

Em 10 de julho de 2021, Brasil e Argentina se enfrentaram no Maracanã na decisão da Copa América. Os visitantes levaram a melhor, com uma vitória por 1 a 0 que garantiu o título, o primeiro de Lionel Messi na seleção profissional. O troféu fez com que o técnico Lionel Scaloni fosse efetivado no cargo e abriu caminho para a seleção argentina se tornar forte candidata ao Mundial do Catar, o qual viria a conquistar no ano seguinte.

Em 2030, a Copa do Mundo da FIFA unirá três continentes e seis países, convidando o mundo inteiro a participar da celebração os 100 anos da competição. O Conselho da FIFA concordou por unanimidade que a única candidatura será a candidatura combinada de Marrocos, Portugal e Espanha, que sediará o evento em 2030.

Porém, tendo em conta o contexto histórico da primeira Copa do Mundo – realizada em 1930 no Uruguai -  o Conselho da FIFA concordou, ainda por unanimidade, que Montevidéu sedie uma cerimônia de celebração do centenário e ainda uma partida da competição. Argentina e Paraguai também vão sediar um jogo cada.

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“A primeira dessas três partidas será, obviamente, disputada no estádio onde tudo começou, no mítico Estádio Centenário de Montevidéu, justamente para comemorar a edição centenária da Copa do Mundo FIFA”, disse Gianni Infantino, presidente da FIFA.

“O Conselho da FIFA também concordou por unanimidade que a única candidatura para acolher o Campeonato do Mundo FIFA 2030 será a candidatura conjunta de Marrocos, Portugal e Espanha”, acrescentou.

“Em 2030, teremos uma presença global única, três continentes – África, Europa e América do Sul – seis países – Argentina, Marrocos, Paraguai, Portugal, Espanha e Uruguai – acolhendo e unindo o mundo enquanto celebramos juntos o belo jogo, o centenário e a Copa do Mundo da FIFA”, concluiu o presidente da FIFA.

Com informações do site oficial da FIFA

Uma pesquisa eleitoral do instituto Atlas Intel, divulgada ontem, 29, mostra o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, à frente do candidato libertário Javier Milei na corrida presidencial, marcada para 22 de outubro. Com o resultado, as eleições argentinas iriam para o segundo turno.

Segundo o levantamento, feito com 3.778 entrevistados pela internet entre 20 e 25 de setembro, o candidato do governo tem 30,7% das intenções de voto. Milei, que saiu vitorioso das primárias em agosto, aparece com 27,9%, seguido por Patricia Bullrich, que representa a coalizão de centro-direita Juntos por el Cambio, com 27,7%. Como a margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, eles estão tecnicamente empatados. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.

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A pesquisa foi divulgada pelo jornal argentino Perfil. O candidato Juan Schiaretti obteve 4,8%, e Myriam Bregman, 2,1%. O número de indecisos é de 3,8%. Eleitores que votariam em branco somam 1,8%, e 1,4% diz que votaria nulo.

Em um eventual segundo turno entre Massa e Milei, o candidato libertário aparece com 43,5%, contra 37,5% do ministro da Economia. Indecisos, brancos e nulos são 19%. Massa também perderia para Bullrich, por 44,9% a 34,9%, enquanto brancos, nulos e indecisos somam 20,2%. Bullrich também venceria caso fosse ao segundo turno com Milei, por 36,8% a 31,5%. Neste cenário, brancos, nulos e indecisos chegam a 31,7%.

Segundo levantamento, Bullrich, com 35%, e Milei, com 34%, superam Massa (30%) em imagem positiva. O atual presidente do país, Alberto Fernandéz aparece com apenas 14%.

A Argentina atravessa uma grave crise econômica, com a disparada da inflação. O cenário jogou 40,1% dos argentinos na pobreza, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 27, pela agência governamental de estatísticas, Indec. Desses, cerca de 9,3% passam fome. Ao todo, cerca de 11,8 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e mais de 2 milhões não conseguem ter o mínimo da cesta básica para sobreviver, em uma população de cerca de 29 milhões.

Quem entra em um supermercado na Argentina percebe que alimentos de marcas importadas desapareceram das prateleiras, dando espaço a menos variedades. Quem tenta comprar um carro zero ouve nas concessionárias que não há previsão de entrada de novos automóveis no curto prazo. Entidades hospitalares alertaram há poucas semanas que cirurgias podem ser canceladas e tratamentos interrompidos por falta de equipamentos básicos.

Em dívida com o FMI e com as reservas em dólares no vermelho, a Argentina observa a sombra de um desabastecimento generalizado em produtos importados ou que dependem de peças de fora. Entidades empresariais e grupos de saúde vêm desde o começo do ano publicando notas de alerta, mas a recente desvalorização da moeda e com a entrada de dólares cada vez mais escassa, as ausências de produtos ficam mais evidente e o medo é de uma paralisação completa da produção industrial do país.

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Em agosto, o governo, que tenta se manter no cargo pela candidatura de Sergio Massa à presidência, correu para negar que havia risco de desabastecimento de produtos médicos depois que associações de tratamento de diálise alertaram que não estavam conseguindo comprar insumos e poderiam suspender tratamentos. Mas os comunicados de alerta não para de chegar e vêm dos mais diversos setores.

"As atuais restrições regulatórias e cambiais impedem o regular abastecimento do sistema de saúde, o que afetará a qualquer momento a realização de análises clínicas, obrigando à suspensão de intervenções como transplantes e cirurgias, colocando em risco de vida os pacientes do país", afirmaram entidades que representam empresas e laboratórios médicos em um documento enviado em julho ao ministro da Economia e presidenciável, Sergio Massa.

A área médica não é a única a sofrer com dificuldades de importação. Há pelo menos três meses a Argentina não recebe carros importados e faltam peças para os automóveis em manutenção. Entidades químicas também alertaram para a falta de insumos que impactariam desde a produção de alimentos até antibióticos, e a indústria no geral vê sua dívida externa crescer conforme o governo não libera os dólares para pagamentos de compras já feitas.

"No supermercado há cada vez menos variedade de produtos, porque a gente recebe muitos produtos alimentícios importados do Brasil", observa Juan Carlos Rosiello, professor de Economia da Universidade Católica Argentina (UCA). "O mesmo acontece com os carros, que compramos muito do Brasil e já não entram."

"Mas o mais angustiante é a falta de medicamentos, inclusive para doenças com tratamentos complexos. Obviamente a escassez de automóveis é menos grave que de medicamentos, e alimentos nós também produzimos internamente então vamos continuar comendo. Mas essa situação mostra que a Argentina não está tendo um livre comércio", completa.

No último dia 19 de setembro, a União Industrial Argentina lançou um alerta de que as dificuldades para acessar as divisas estão impactando nas compras de serviços essenciais para o funcionamento das indústrias, como licenças de softwares, hardwares e alojamento na nuvem.

A entidade também alertou para um salto na dívida comercial das empresas, que contam com uma liberação de dólares a conta gotas por parte do governo. Segundo comunicado, a dívida saltou de US$ 16 bilhões para US$ 38 bilhões nos últimos três anos. "Esse aumento está causando complicações no crédito privado que as empresas têm com seus fornecedores e pode causar maiores tensões nas cadeias produtivas", diz a nota.

"Nossas exportações têm um percentual de componente importado, então, se a indústria exportadora não consegue importar esse pequeno percentual que precisa para finalizar o seu produto, ela não consegue exportar, e isso gera um forte impacto na produção, que fica paralisada. Então além de impactar a área médica, de alimentos e automotivos, impacta também a questão da produção interna", explica Rosiello.

Restrições a importações

Segundo as entidades empresariais, o problema não é apenas a falta de dólares para pagar os parceiros comerciais, mas também as barreiras de importação impostas pelo governo e a constante oscilação de preços devido à inflação. Com as reservas líquidas em dólares negativas em quase US$ 10 bilhões, segundo estimativas de consultorias privadas, o governo tenta conter a fuga das notas com as importações.

Por um tempo o país permitiu que suas transações fossem feitas também em yuan, a moeda chinesa, mas mesmo esta fonte começa a secar. Com isso, o governo vem impondo desde outubro do ano passado um limite de importações.

Frente a um cenário de vários câmbios em circulação que chegam a custar até o dobro do valor oficial, o governo argentino se viu diante de uma situação em que produtores seguravam suas vendas sabendo que o produto valeria mais no futuro e importadores faziam imensas compras para garantir o dólar mais barato.

Com isso, foi criado o Sistema de Importação da República Argentina (Sira), para regular este fluxo. Quem precisa importar insumos tem que preencher um formulário e é a partir dele que o governo determina se autoriza ou não a entrada. As empresas, porém, vêm denunciado atrasos nas autorizações dos formulários e dificuldades de comunicação com as autoridades responsáveis.

Toda essa situação se soma à enorme desvalorização da moeda argentina que o governo promoveu logo após as eleições primárias, a pedido do FMI para liberar mais dinheiro. A medida gerou instabilidade nos preços, o que provocou a retirada de produtos das prateleiras.

De forma semelhante, parceiros comerciais passaram a vender seus produtos a conta-gotas contando com câmbios mais favoráveis nos dias seguintes. Com isso, serviços médicos que dependem de manutenção de estoques, como foi o caso dos centros de diálise, viram seus insumos minguarem.

Para completar, o país ainda atravessa uma seca histórica que já provocou a perda de metade dos principais cultivos da Argentina. O resultado de tudo isso é um déficit comercial de US$ 6 bilhões de janeiro a agosto, sendo este mês sozinho responsável por US$ 1 bilhão, 241% a mais que o mesmo período do ano passado. As importações caíram cerca de 12% no mês, enquanto as exportações caíram 26%.

"Quando um país está funcionando normalmente, a diferença de dólares se consegue com uma diferença comercial positiva entre as exportações e as importações", afirma Rosiello. "O problema é que as exportações caíram muito na Argentina". E o governo não pode utilizar os dólares que recebe do FMI para corrigir esta distorção, muito menos para desvalorizar o câmbio, ficando limitada a pagar a dívida com o próprio fundo.

A melhora deste desequilíbrio passaria por mais desvalorizações do peso, a fim de corrigir a distorção de câmbios que a Argentina tem entre dólar oficial e os outros vários tipos de dólares (blue, soja, turismo, entre outros). Uma ação que tem custos políticos altos para o ministro-candidato Sergio Massa, que já avisou que não o fará antes das eleições. Se ganha o pleito, porém, terá de fazê-lo se quiser mais dinheiro do FMI.

Segundo as últimas pesquisas de intenção de votos, Massa tem maiores chances de ir a um segundo turno com o libertário Javier Milei, o que aumenta sua resistência a medidas impopulares. Já Milei e Patrícia Bullrich, candidata da oposição macrista, prometem mudanças profundas nas políticas monetárias, cada um em um espaço de tempo diferente.

A seleção brasileira masculina de futebol continua em terceiro lugar no ranking da Fifa atualizado nesta quinta-feira. O time comandado pelo técnico Fernando Diniz se aproximou da vice-líder França, mas manteve praticamente a mesma distância da Argentina. O rival sul-americano ampliou a vantagem no topo.

O Brasil passou de 1.828,27 pontos, em julho, data da atualização anterior, para os atuais 1.837,61. Neste intervalo, a seleção fez duas partidas, suas duas primeiras nas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026. Goleou a Bolívia por 5 a 1, em Belém, e superou o Peru por 1 a 0, em Lima.

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A seleção agora está na cola da França, que soma 1.840,76 pontos. A equipe francesa, vice-campeã mundial no ano passado, vem de derrota para a Alemanha em amistoso disputado neste mês. Já a Argentina subiu de 1.843,73 para 1.851,41, abrindo vantagem sobre os franceses. Assim como o Brasil, o time argentino venceu seus dois jogos na abertura das Eliminatórias.

A única mudança no Top 10 do ranking envolveu Portugal e Itália. Os portugueses ganharam uma posição, subiram para o oitavo lugar e derrubaram os italianos para o nono posto. A restrita lista tem ainda a Inglaterra na quarta colocação, sendo seguida por Bélgica, Croácia e Holanda. A Espanha fecha o Top 10.

Na relação das 20 melhores seleções do mundo, Marrocos (13º) desbancou a Suíça (14º), enquanto a Colômbia (16º) superou o Uruguai (17º). As equipes da Dinamarca (18º) e do Japão (19º) ganharam posições.

A atualização desta quinta leva em conta 159 jogos disputados desde 20 de julho, data da lista anterior. A seleção de Madagascar foi a que mais entrou em campo neste período, com quatro partidas. A próxima atualização está marcada para 26 de outubro.

Confira o Top 20 do ranking masculino da Fifa:

1º - Argentina, 1.851,41

2º - França, 1.840,76

3º - Brasil, 1.837,61

4º - Inglaterra, 1.794,34

5º - Bélgica, 1.792,64

6º - Croácia, 1.747,83

7º - Holanda, 1.743,15

8º - Portugal, 1.728,58

9º - Itália, 1.727,37

10º - Espanha, 1.710,72

11º - Estados Unidos, 1.678,71

12º - México, 1.661,46

13º - Marrocos, 1.658,32

14º - Suíça, 1.654,11

15º - Alemanha, 1.637,9

16º - Colômbia, 1.629,6

17º - Uruguai, 1.626,51

18º - Dinamarca, 1.606,84

19º - Japão, 1.605,2

20º - Senegal, 1.597,01

Em seu último discurso na Assembleia-Geral da ONU, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, defendeu nesta terça-feira, 19, uma reforma do sistema financeiro global, sob o argumento de que o modelo vigente impõe políticas econômicas ortodoxas que, segundo ele, aprofundam as desigualdades sociais.

Fernández, que não concorre à reeleição no pleito presidencial deste ano, exortou a comunidade internacional a trabalhar em uma nova estrutura para ditar a gestão de dívidas soberanas.

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O líder argentino criticou o Fundo Monetário Internacional (FMI) por subir os juros cobrados em seus empréstimos todas as vezes que os Estados Unidos apertam a política monetária nacional. Na gestão de Fernández, o país latino-americano fechou uma reestruturação dos débitos que mantém com o FMI, em troca de compromissos fiscais.

Fernández também voltou a alegar que as Ilhas Malvinas são "direito legítimo e soberano" da Argentina. O território, conhecido em inglês como Falklands, é governado pelo Reino Unido, apesar das reivindicações argentinas. "Lamentamos que o Reino Unido se recuse a negociar", disse.

Entre outros temas geopolíticos, Fernández exortou os Estados Unidos a removerem as sanções em vigor contra a Venezuela e a suspenderem o bloqueio comercial contra Cuba.

Sem Messi, que nem chegou a ser relacionado pelo técnico Lionel Scaloni, a Argentina não teve problemas para derrotar a violenta Bolívia, nesta terça-feira, em La Paz, por 3 a 0, pela segunda rodada das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026.

Com o resultado, os argentinos alcançaram os seis pontos ganhos, enquanto os bolivianos continuam sem ponto conquistado na competição.

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Traumatizada após a goleada por 5 a 1 sofrida para o Brasil na estreia das Eliminatórias, a Bolívia iniciou a partida com uma postura agressiva, tentando parar todas as jogadas argentinas com falta. Algumas violentas. A seleção campeã mundial não se intimidou e limitou-se a jogar bola. Com isso, dominou amplamente a disputa.

Depois de uma pressão inicial da Bolívia, a Argentina passou a tocar mais a bola e encontrou espaços para agredir o adversário. Aos 11 minutos, Enzo Fernández acertou um belo chute de longe e quase fez um golaço. Aos 19, foi a vez de Julián Álvarez, mas o goleiro Viscarra fez boa defesa.

Aos 30 minutos saiu o primeiro gol. Di Maria, que substituiu Messi, cruzou da direita e Enzo Fernández, de tornozelo, abriu o placar para a Argentina.

Aos 36, a situação ficou pior para a Bolívia, quando Roberto Fernández foi expulso. A Argentina aproveitou para ampliar a vantagem, aos 41. Di Maria bateu falta pela direita e Tagliafico tocou de ombro para fazer 2 a 0.

O segundo tempo foi disputado em ritmo de treino pela Argentina. Sob o comando do 'maestro' Di Maria, a seleção poderia ter ampliado bastante a vantagem, mas acertou a trave com Julián Álvarez.

O terceiro gol só veio aos 36 minutos, após início de jogada de Di Maria. Nicolás González bateu forte para vencer mais uma vez Viscarra.

Enquanto as Eliminatórias servirão apenas como 'laboratório' para a preparação argentina para o Mundial de 2026, para os bolivianos prometem ser um inferno.

O técnico da Argentina, Lionel Scaloni, deixou em dúvida a titularidade de Messi na partida contra a Bolívia na próxima terça-feira. O camisa 10 foi substituído no último jogo após marcar o gol da vitória contra o Equador no Monumental de Nuñez e virou dúvida para o próximo confronto. Ele não treinou com o grupo, mas está relacionado para viajar a La Paz.

"Ele viajará, vai viajar. Hoje treinou de forma diferenciada. Ainda faltam dois dias para a partida. Tomaremos a decisão amanhã ou na terça-feira. Estamos prontos para encarar a partida nas melhores condições", revelou Scaloni em entrevista coletiva.

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Messi passou por exames médicos no último sábado para descartar qualquer tipo de lesão, mas a Associação do Futebol Argentino (AFA) não revelou o resultado — Scaloni apenas deixou claro que ele ‘está em condições’. Ainda assim, a comissão técnica da Argentina trabalha com cautela, pois entende que a partida em La Paz exigirá muito fisicamente dos jogadores.

A capital da Bolívia fica a mais de 6,4 mil metros de altitude e representa uma dificuldade a mais para todos os atletas que enfrentam a seleção boliviana, que costuma crescer jogando em casa — no nível do mar, em Belém (PA), a Bolívia perdeu por 5 a 1 para o Brasil na primeira rodada da Eliminatórias Sul-Americanas.

"Isso apresenta uma dificuldade adicional, mas sob nenhuma circunstância vou reclamar. Todos têm que viajar até lá", disse Scaloni, que completou com um alerta para a partida da próxima terça-feira, às 17 horas, pela 2ª rodada: "Sabemos que jogar na altitude não é a mesma coisa que jogar no Brasil. Temos que estar alertas".

Ainda sem saber se poderá contar com Messi, o treinador deve repetir a mesma base que venceu o Equador por 1 a 0 na quinta-feira. "No início, a ideia é repetir, talvez com algumas variações. Pode ser a entrada desses dois garotos (Julián Álvarez e Ángel Di María) ou não, mas repito, a decisão não será tomada até a manhã antes do jogo", disse Scaloni, que completou: "Se ele (Lionel Messi) estiver bem, ele joga".

Louis Van Gaal, treinador da Holanda durante a Copa do Mundo do Catar, acredita que houve uma articulação para que Messi e a Argentina fossem campeões. Os holandeses foram eliminadas pelos argentinos nas quartas de final do torneio, e Van Gaal defende que a arbitragem favoreceu a seleção sul-americana ao não punir lances que, aos olhos do treinador, foram violentos.

"Veja como marcou a argentina, como nós marcamos e como alguns jogadores argentinos passaram do limite sem nenhuma punição. Acredito que tudo foi premeditado", disse o técnico, durante evento de premiação do Campeonato Holandês, em entrevista ao canal de TV holandês Noos. Em seguida, o jornalista pergunta o que Van Gaal quis dizer e ele responde: "Quero dizer tudo o que digo. Que Messi deveria ser campeão mundial? Acho que sim".

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Mais tarde, o Noos também falou sobre o assunto com o zagueiro Virgil Van Dijk, do Liverpool, que disputou a Copa do Catar como capitão e está reunido com a seleção holandesa, agora comandada por Ronald Koeman, para a disputa das Eliminatórias da Eurocopa. "Ele pode dizer o que ele quiser, é a opinião dele, mas eu não concordo com ele e não compartilho da mesma opinião", discordou o defensor.

O jogo entre Argentina e Holanda, encerrado com vitória argentina nos pênaltis após empate por 2 a 2 na soma do tempo regulamentar com a prorrogação, foi um dos mais tensos e recheados de provocações do Mundial de 2022. Não à toa, terminou com 18 cartões distribuídos pela arbitragem, recorde na história das Copas do Mundo. Foi depois desse duelo que Messi disparou a famosa frase "Que mira, bobo?" em direção ao atacante holandês Weghorst, enquanto concedia uma entrevista.

Pela primeira vez na história, a seleção brasileira masculina de vôlei perdeu um Campeonato Sul-Americano. Foi nesta quarta-feira, no Ginásio Geraldão, no Recife, diante Argentina, por 3 sets a 0, com parciais de 25/19, 29/27 e 25/22. Maior vencedor da competição continental, com 33 títulos, o Brasil viu os rivais serem campeões pela segunda vez - a primeira foi em 1964, ano em que não houve participação brasileira.

O torneio, organizado em formato de pontos corridos, é visto como uma forma de preparação para o Pré-Olímpico, que será disputado de 30 de setembro até 8 de outubro.

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O técnico Renan Dal Zotto escalou Bruninho, Lucas, Leal, Lucarelli, Judson, Alan e Thales, mas foi obrigado a fazer alterações por causa da atuação irregular da equipe desde o primeiro set.

Com muitos erros em todos os fundamentos e com grande dificuldade para superar o bloqueio argentino, a seleção brasileira perdeu o primeiro set por 25/19.

O Brasil voltou melhor para o segundo e conseguiu equilibrar a disputa, que foi ponto a ponto até o final. Os argentinos foram mais equilibrados para fechar em 29/27.

No terceiro set, a Argentina teve o domínio no placar até os 15 pontos, quando o Brasil conseguiu empatar o placar. A seleção chegou a abrir 17/15, mas permitiu a reação argentina.

Empurrado pelo público pernambucano, o Brasil chegou a ficar à frente em 22/21, mas voltou a cometer erros 'bobos' e perdeu por 25/22.

Um dos destaques da partida, Conte festejou muito a conquista. "Eu cheguei a pensar em parar de jogar, mas a emoção foi mais forte. Voltei e ganhar dessa forma, um campeonato histórico. Muito importante esse resultado pensando também em Olimpíadas. Estamos no caminho certo."

As pesquisas realizadas na Argentina após as Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso) de 13 de agosto, apontam para um segundo turno entre o ministro da Economia, Sergio Massa, e o candidato libertário Javier Milei. Neste momento, a candidata da aliança opositora Juntos Pela Mudança, Patricia Bullrich, ficaria de fora do segundo turno.

Diversas pesquisas foram divulgadas e todas deram vantagem a Milei na disputa presidencial. De acordo com a Analogias, companhia que fez uma pesquisa encomendada pela União pela Pátria, de Massa, Javier Milei possui 32,1% das intenções de voto, contra 26,8% do ministro argentino e 20,9% de Bullrich.

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As porcentagens da consultoria Opinaia indicam que Milei tem uma vantagem ainda maior, com 35% das intenções contra 25% de Massa e 23% de Bullrich. A pesquisa da consultoria também mostrou que o candidato libertário venceria os outros dois postulantes em um eventual segundo turno.

Já uma pesquisa que foi feita pela faculdade de Psicologia da Universidade Nacional de Buenos Aires (UBA), apontou que 50% dos argentinos questionados avaliam que Milei tornaria o país melhor do que neste momento.

Um candidato pode vencer o pleito no primeiro turno na Argentina se conseguir pelo menos 45% dos votos, ou 40% com mais de dez pontos porcentuais de vantagem em relação ao segundo na corrida presidencial.

Primárias

Milei surpreendeu a todos com o ótimo desempenho nas primárias, ficando em primeiro lugar com 30,04%. Massa ficou em segundo com 21,4% e Bullrich alcançou a terceira colocação, com 16,98%. O primeiro turno das eleições está marcado para o dia 22 de outubro.

As pesquisas de intenções de voto apontavam antes das primárias que Milei havia batido em um teto eleitoral e devia ficar abaixo dos 20%.

Ao todo, Milei venceu em 16 dos 24 distritos argentinos, com exceção da Cidade de Buenos Aires e algumas outras províncias. O libertário venceu mesmo em províncias onde seus candidatos de coalizão perderam, e levou departamentos importantes que aglutinam enorme eleitorado, como Córdoba, Santa Fé e Mendoza.

Massa anuncia benefícios

O possível adversário de Milei no segundo turno, o ministro da Economia, Sergio Massa, anunciou no domingo, 27, uma série de medidas econômicas, em um esforço para responder à difícil situação atravessada pelo país, poucas semanas após as primárias presidenciais castigarem o governo nas urnas.

O pacote inclui benefícios para aposentados, pequenas e médias empresas, trabalhadores independentes, assalariados, o setor agrário e grupos que dependem de programas do Estado.

Os aposentados, estimados em 7 milhões, receberão em setembro, outubro e novembro um adicional de 37 mil pesos argentinos (US$ 105), elevando a pensão mínima a 124 mil pesos (US$ 354).

Massa ainda anunciou US$ 770 milhões para financiamento a exportações, o que segundo ele ajudará a apoiar as reservas. Os anúncios ocorrem após vários supermercados e comércios de diferentes cidades terem sido alvo de violentos saques nos últimos dias no país.

Reunião com Lula

Na tarde de segunda-feira, 28, Massa desembarcou em Brasília e teve encontros com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Massa veio discutir iniciativas para aliviar as finanças argentinas no curto prazo, em tempo de dar um pouco de oxigênio para sua candidatura na eleição presidencial de 22 de outubro. Os políticos também anunciaram um acordo com o Banco de Desenvolvimento da América Latina, o CAF, um acordo de US$ 600 milhões em garantias para exportações brasileiras ao país vizinho.

Na reunião, Massa enalteceu também a importância do Brics após convite de integração ao bloco, que anunciou sua ampliação e a incorporação, a partir de 1º de janeiro de 2024, de seis novos membros: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. A declaração vem depois de candidatos adversários de Massa na Argentina criticarem a possibilidade de se juntar ao grupo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe nesta segunda-feira (28), em Brasília, o candidato presidencial governista e ministro da Economia argentino, Sergio Massa.
    O mandatário e Massa devem discutir um acordo de financiamento brasileiro para garantir o comércio bilateral, em meio à grave crise argentina, que enfrenta escassez de dólares e uma inflação anual em torno de 120%.
    A reunião está marcada para as 17h30, no Palácio da Alvorada, e também contará com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
    O candidato Massa conta com o apoio do presidente Alberto Fernández e da vice Cristina Kirchner nas eleições de 22 de outubro, enquanto o postulante de extrema direita vencedor das primárias, Javier Milei, promete tirar a Argentina do Mercosul.
    Massa também deve ter uma reunião apenas com Haddad às 14h para discutir o formato do apoio brasileiro à Argentina.
    O ministro da Fazenda declarou na semana passada, durante a Cúpula do Brics, na África do Sul, que os dois países poderiam realizar parte de suas operações comerciais em moeda chinesa.

*Da Ansa

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Candidato ultraliberal à presidência da Argentina, Javier Mieli garante ter encontrado o antídoto para a trajetória descontrolada dos preços: a dolarização da economia. Em quadro de inflação anual superior a 100%, a promessa ajudou a levar o deputado ao surpreendente resultado nas eleições primárias da semana passada, no qual terminou na primeira colocação. Economistas, no entanto, avaliam que a proposta teria difícil execução e enfrentaria como principal obstáculo a escassez de dólares no país.

A controversa medida envolveria a extinção do Banco Central, que Milei chama de "o pior lixo que existe nesta Terra". As reservas da moeda americana mantidas pela autoridade monetária seriam colocadas em circulação, enquanto o governo implementaria uma drástica redução de gastos. Ainda assim, seriam necessários cerca de US$ 35 bilhões para completar o processo, de acordo com estimativas de assessores do candidato.

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Milei prevê que toda a transição levaria de 9 a 24 meses, o que significa até metade de um eventual mandato - isso sem considerar a incerta tramitação legislativa. Para os defensores do projeto, na prática, os argentinos já escolheram a dolarização, uma vez que a divisa americana funciona como reserva de valor. "O peso não vale excremento, porque não serve nem para adubo", disse Milei na semana passada.

As críticas ao programa começam no fato de que a Argentina perderia o controle da política monetária, conforme explica o professor Guido Zack, do Instituto Interdisciplinar de Economia Política de Buenos Aires (IIEP Baires) da Universidade de Buenos Aires. Segundo ele, o país abriria mão das ferramentas que permitem amortecer choques macroeconômicos e combater a inflação. "O remédio seria pior que a doença", avalia, em entrevista ao Broadcast(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

O Equador, que tem o dólar como moeda de curso legal há mais de duas décadas, costuma ser citado como um exemplo de sucesso pelos proponentes da ideia. Zack, porém, lembra que os equatorianos demoraram muito tempo para domar a espiral inflacionária e até hoje incorrem em déficits fiscais insustentáveis - em 2020, Quito teve que fechar uma reestruturação da dívida externa.

O economista também considera improvável que o país sul-americano consiga atrair os dólares necessários para a conversão. Milei assegura que a postura de austeridade fiscal de um eventual governo ampliaria a confiança de investidores com a Argentina, o que impulsionaria a entrada da divisa norte-americana. Mas Zack rejeita essa lógica. "Os mercados não estão mais dispostos a financiar a Argentina", diz ele, que é diretor da organização Fundar na Argentina.

Há incertezas também sobre o impacto da dolarização na trajetória dos preços. O economista argentino Iván Werning, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), analisou a dolarização em estudo conduzido em parceria com Pedro Martinez-Bruera e Tomás E. Caravello. De acordo com o estudo, o anúncio desse novo modelo, no curto prazo, tenderia a provocar uma escalada da inflação, principalmente num contexto de escassez de dólares.

'Caminho errado para a Argentina'

Na visão do presidente do Fórum Oficial de Instituições Monetárias e Financeiras (OMFIF, na sigla em inglês) para os EUA, Mark Sobel, a dolarização parece uma solução atraente na superfície, mas na verdade representa o "caminho errado para a Argentina". De acordo com ele, sob esse sistema, Buenos Aires precisaria manter um superávit comercial elevado para garantir o constante ingresso da moeda americana. "[Isso] Poderia semear as sementes de uma enorme contração e colapso, enquanto desviava a atenção do árduo trabalho de consertar a economia", alerta.

Sobel argumenta que os argentinos devem implementar um profundo ajuste das contas públicas, com a intenção de reduzir a dependência por empréstimos excessivos e financiamento monetário. Precisa ainda acabar com os controles de capitais e unificar o regime cambial. "Por mais doloroso que seja, é necessário para alcançar a sustentabilidade e uma transição para um futuro melhor", afirma.

Na mesma linha, o economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), Robin Brooks, vê a dolarização como o caminho "errado". No entendimento dele, o tombo do peso reflete o desequilíbrio entre despesas muito elevadas e um fluxo de receitas incerto. Por isso, para solucionar o problema, o país deveria fazer cortes de gastos e entrar em uma recessão. "Como fazer isso de maneira justa é o que deveria [pautar] esta eleição. Não a dolarização", declara.

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou nesta quinta-feira (24) que os Brics decidiram na reunião de cúpula de Johannesburgo convidar seis países para aderir ao bloco de economias emergentes.

Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos passarão a integrar, a partir de 1º de janeiro de 2024, o grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, informou Ramaphosa.

A ampliação dos Brics foi um dos temas da reunião de cúpula de três dias na África do Sul e provocou divisões entre os atuais membros sobre o ritmo e os critérios para a entrada de novas nações.

Mas o bloco - que toma decisões por consenso - estabeleceu "princípios, diretrizes, critérios e procedimentos para o processo de expansão dos Brics", afirmou Ramaphosa.

Quase 40 países solicitaram a adesão ou demonstraram interesse em entrar para o bloco, criado em 2009 e que representa quase 25% do PIB e 42% da população mundial.

Pelo menos 56 pessoas foram detidas na terça-feira (22) por saques a supermercados e comércios em diferentes pontos da grande Buenos Aires, na Argentina. Segundo autoridades, os episódios foram incitados pelas redes sociais, com o fim de provocar desestabilização.

O ministro da Segurança de Buenos Aires, Sergio Berni, detalhou que na noite de terça houve tentativas de roubo "de maneira coordenada" em centros comerciais dos subúrbios de Moreno, José C. Paz e Escobar. Um dos supermercados sofreu grandes estragos e os autores do ataque atearam fogo ao local, segundo imagens da televisão. Não há informações sobre feridos.

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"Não tenho dúvidas de que foi organizado", afirmou Berni, em entrevista coletiva na madrugada desta quarta-feira. "Depois de um bombardeio durante todo o dia incitando esses episódios de violência. Tem gente que tem a estupidez de pensar que quanto pior, melhor."

A Argentina está em meio a uma campanha eleitoral antes das eleições gerais de outubro, enquanto o país registra taxa de pobreza de 40%. A inflação ao consumidor está em 113,4%, na comparação anual, segundo o dado de julho.

No fim de semana, houve episódios similares nas províncias de Córdoba, Mendoza e Neuquén. Muitos negócios dos bairros de Once e Flores, na capital, caracterizados por suas lojas de roupa a preços baixos, alteraram suas rotinas por temer saques. Prefeitos da grande Buenos Aires denunciaram ontem que circulavam mensagens e notícias falsas sobre saques.

Mais cedo, a porta-voz da presidência do país, Gabriela Cerruti, afirmou que esses episódios eram instigados por seguidores do candidato Javier Milei, de ultradireita, da coalizão La Libertad Avanza. Milei é um dos favoritos na disputa presidencial, após ficar à frente nas primárias ocorridas em 13 de agosto.

Milei negou as acusações. "Embora a situação seja delicada, isso não dá aval para a violência. Se entendemos que uma Argentina distinta é impossível com os mesmo de sempre, grande parte da solução está próxima", afirmou, na rede social X (ex-Twitter).

Segundo as autoridades, a situação estava sob controle. A polícia, porém, continuava a patrulhar e quatro helicópteros sobrevoavam os subúrbios da capital. Fonte: Associated Press.

Um desconhecido na política argentina até conquistar uma cadeira como deputado em 2021, o libertário Javier Milei ganhou impulso na corrida presidencial neste domingo, 13, ao ser o grande vencedor das PASO, as Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, que são um termômetro para a disputa presidencial da Argentina. O economista que surgiu com uma terceira força política virou o jogo e saiu como protagonista, com mais de 5 milhões de votos.

Com 97% das urnas apuradas, Javier Milei tem 30,4% dos votos. À frente da coalizão de centro-direita Juntos por el Cambio (28,27%) e da coalizão da esquerda que governa o país Unión por la Pátria (27,27%). As prévias definem as chapas que vão concorrer na eleição presidencial de outubro.

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A votação expressiva de Milei foi antecipada pelas próprias campanhas enquanto a apuração avançava e pegou a Argentina de surpresa. Em discurso após a vitória, Milei falou em fazer um esforço nacional para "acabar com o kirchnerismo e a casta política parasitária" que domina o país.

O presidente da coalizão Liberdade Avança capturou uma atenção considerável do eleitorado argentino quando se colocou como "diferente de tudo que está aí". Com seu lema de ser "contra a casta política", Milei enfatiza que não faz parte nem da política peronista nem da oposição macrista. O discurso agradou quem está cansado da enorme crise econômica que passa o país e não foi resolvida no últimos governos de Alberto Fernández e seu antecessor Mauricio Macri.

À insatisfação popular se somou as brigas internas dentro das coalizões de governo e oposição pelas candidaturas presidenciais. A chapa peronista União pela Pátria (antiga Frente de Todos) travou batalhas até os últimos dias para definir um candidato. Enquanto a oposição do Juntos pela Mudança decidiu sair com dois nomes de peso para a disputa, mas não sem antes protagonizar trocas de acusações entre eles e disputas até mesmo pela prefeitura de Buenos Aires.

Um outsider na liderança

Javier Milei é a mais nova expressão dos outsiders que irromperam na política nos anos recentes. O economista de 51 anos, autodenominado anarcocapitalista, disse que iria acabar com a classe dominante, cortar o governo e fechar o banco central, cuja política monetária ruim, segundo ele, "rouba" dinheiro dos argentinos por meio da inflação. .

Estrela do atual ciclo eleitoral da Argentina, Milei tem propostas radicais. Além da dolarização da economia do país, ele propõe o fim da educação gratuita e obrigatória, que substituiria por um sistema de vouchers; uma gradual privatização do sistema de saúde; desregulamentação do mercado de armas; e o fim da educação sexual obrigatória.

Mas uma promessa parece ter causado impacto: se eleito, disse Milei, ele sortearia seu salário mensal. "Para mim, isso é dinheiro sujo", disse ele. "Do meu ponto de vista filosófico, o Estado é uma organização criminosa que se financia com impostos retirados das pessoas à força. Estamos devolvendo o dinheiro que a casta política roubou".

Desde que Milei assumiu o cargo em dezembro, 2,4 milhões de argentinos se inscreveram para ter a chance de ganhar seu contracheque de US$ 3.200 em sorteios transmitidos ao vivo nas redes sociais. De talvez maior consequência: o político anteriormente obscuro, cujas ideias geralmente fogem do mainstream político aqui, é o candidato líder nas primeiras pesquisas para a eleição presidencial do ano que vem, com o apoio de eleitores de todo o espectro.

"Milei articula a raiva das pessoas melhor do que ninguém", disse Lucas Romero, diretor da empresa de consultoria de Buenos Aires Synopsis. "Sua verbosidade contra a liderança política o ajuda a construir apoio baseado em resultados econômicos fracos na última década."

Como presidente, diz Milei, ele cortaria os gastos drasticamente para poder reduzir os impostos. Ele fortaleceria os laços com os Estados Unidos e outras potências ocidentais e atrairia o apoio de aliados que se opõem às ideias da esquerda que estão surgindo na região.

"A América Latina só tem uma saída se abraçar ideias de liberdade mais uma vez", disse Milei ao The Washington Post no ano passado. Ele disse que "cortaria o próprio braço antes de aumentar os impostos".

Milei é talvez o membro mais radical de um grupo de libertários que obteve vitórias nas eleições de meio de mandato de 2021. Foi a primeira vez em décadas que a filosofia de governo limitado atraiu apoio considerável, uma surpresa em um país há muito governado por variantes do peronismo de esquerda.

A ascensão de Milei foi auxiliada por sentimentos generalizados de pessimismo e apatia. O país concluiu um acordo com o Fundo Monetário Internacional para evitar o mais recente de uma série de inadimplências, mas a inflação mensal de 6,7% em março sugere que as pressões sobre os preços estão apenas piorando. Pesquisas indicam que a maioria dos argentinos acredita que a economia estará pior daqui a um ano e espera que seus filhos também estejam piores no futuro.

"Hoje, Milei é um repositório das frustrações das pessoas", disse Mariel Fornoni, diretor da empresa de pesquisas de Buenos Aires Management & Fit. "As expectativas são incrivelmente baixas. Cada líder político que medimos tem uma imagem pública muito ruim, e isso é algo que nunca vi em anos".

Infância difícil e goleiro

Milei foi goleiro do clube de futebol argentino Chacarita Juniors, mas encerrou a carreira no começo dos anos 1990. Nascido no bairro portenho de Palermo, em 22 de outubro de 1970, Milei teve uma infância marcada por polêmicas em família. Ele mesmo reconhece que não se dava bem com a família, apenas com sua irmã, Karina Milei. Ele diz que ela é a pessoa que melhor o conhece e "a grande arquiteta" de seus acontecimentos políticos. Milei disse a diferentes meios de comunicação que, caso se torne presidente, ela desempenhará o papel de primeira-dama.

O jornalista Juan Luis González é um dos pesquisadores da biografia não autorizada do economista, intitulada "El Loco". À CNN, ele declarou que a passagem de Javier Milei pelo Colégio Cardenal Copello, em Villa Devoto, foi marcada por bullying na maior parte da vida.

Hoje Milei vive com cinco Mastiffs ingleses, cada um pesando cerca de 100 quilos, e ele reconhece nesses cachorros sua verdadeira família.

A partir de 2018, a ascensão de Milei começou nos principais meios de comunicação argentinos, com a divulgação de seu discurso "liberal libertário", como costuma chamar. Suas aparições no rádio e na televisão locais geraram polêmica, seja entre seus colegas economistas, jornalistas ou apresentadores.

O grande salto em sua carreira política veio em 2020, quando anunciou sua candidatura à presidência nas eleições de 2023. Esse passo abriu caminho para que seu partido, La Libertad Avanza, conquistasse duas cadeiras na Câmara dos Deputados no ano seguinte, ocupados por ele e por sua candidata à vice-presidência, Victoria Villarruel.

Enquanto a corrida estava indefinida dentro dos partidos tradicionais da Argentina, Milei se beneficiava de ser o único nome certo na disputa para as primárias que ocorrem em agosto e já ocupava espaços na televisão e no rádio para compartilhar suas ideias de governo.

As palavras fortes contra os políticos e a marca registrada do cabelo desordenado - que lhe rendeu comparações com o ex-premiê britânico Boris Johnson - conquistou um público que se viu representado em seu jeito mais próximo "do povo". Mas foi seu diploma de economista que lhe rendeu a confiança de parte da população argentina de que ele saberia resolver o problema da inflação acima dos 110%. Ainda que seus planos fossem vagos ou radicais, como acabar com o Banco Central ou dolarizar a economia - em um cenário de fuga de dólares.

Escândalo

Além das mudanças no xadrez dos adversários, Milei se vê agora prejudicado pelo maior escândalo envolvendo seu nome desde que entrou para a política em 2021. A Justiça Eleitoral argentina abriu uma investigação por denúncias de venda de candidaturas dentro da coalizão Liberdade Avança.

Segundo denunciou ex-aliados do candidato, sua equipe chegou a cobrar mais de US$ 50 mil dólares para indicar nomes às corridas para prefeitos, vereadores e governadores nas eleições provinciais. Áudios divulgados pelo La Nación em que Milei é citado pelo nome reforçaram as denúncias até que a Justiça abriu o inquérito. Milei nega a venda e se diz vítima de difamação.

Além disso, nenhum dos candidatos apoiados por ele conseguiu cargos nas eleições provinciais, que até então veem predominância dos candidatos apoiados pelo governo. No entanto, ainda faltam eleições de províncias importantes e que concentram a maioria do eleitorado, como Buenos Aires e Santa Fé. (Com agências internacionais)

Entusiasta da campanha da extrema-direita na Argentina, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) vem incentivando a candidatura do ultraliberal Javier Milei e comemorou o resultado das eleições primárias à presidência do país. Conhecido por discursos marcados por palavrões e propostas radicais, o candidato alcançou 32,57% dos eleitores e saiu na frente para o pleito de 22 de outubro. 

O resultado desse domingo (13) mostrou que o governo de Fernández vai encarar um grande desafio para tentar manter um de seus representantes. O filho do ex-presidente brasileiro foi às redes sociais para mostrar seu apoio a Milei e disse que a vitória superou as expectativas: "sonho", considerou. 

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"Se fizesse 25% já seria vitorioso, obteve mais de 30%. Um ano atrás era um sonho, daí virou meta e hoje é realidade. Um excelente começo para o que pode ser a mudança real que a Argentina precisa", publicou em seu perfil nas redes sociais. 

Eduardo ainda criticou o atual presidente argentino, Alberto Fernández, que não lançou candidatura de reeleição, e fez uma leitura sobre os reflexos da possível vitória de Milei como um facilitador para a volta da direita no Brasil.  

"Com vizinhos livres do socialismo o Brasil tem um ambiente mais favorável retomar o caminho da liberdade", publicou o parlamentar.

Com a reeleição garantida, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) cumpriu uma "missão oficial" na Argentina, onde encontrou Fernando Cerimedo, responsável pela live após a vitória de Lula (PT) em que apresenta um dossiê falso sobre as urnas eleitorais. O vídeo foi amplamente compartilhado por bolsonaristas e reforçou o discurso golpista do 8 de janeiro até ser suspenso pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

As informações são do projeto Mercenários Digitais, que apura o negócio por trás da desinformação na América Latina e reúne mais de 20 veículos no continente, como Uol, Agência Pública, e mestrandos da Universidade de Columbia, sob liderança do Centro Latinoamericano de Investigação Jornalística (Clip).  

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Apesar do caráter urgente e “oficial”, a viagem entre os dias 12 e 15 de outubro, cerca de duas semanas antes do segundo turno, se confundem com uma agenda eleitoral. O deputado nunca divulgou os compromissos no país, nem os detalhes dos gastos foram lançados no Portal da Transparência da Câmara. 

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Além de produzir conteúdo para as redes sociais nos quais anunciava que a inflação do Brasil subiria igual a da Argentina com a vitória do petista, Eduardo se encontrou com Cerimedo. Dono do portal La Derecha Diário - conhecido por fake news de ultradireita - e da agência de marketing digital Numen - que usa bots e milhares de trolls contra adversários políticos -, o argentino atua em eleições na América do Sul e ficou conhecido no Brasil com o vídeo publicado no dia 4 de novembro em que mente sobre as urnas. 

Após atrair seguidores de Bolsonaro, ele passou a se definir como "um herói para metade do país" e diz ser o "argentino mais amado do Brasil". Apontado por tentar manipular o eleitorado de diversos países através da sua estratégia de desinformação, ele rebate as acusações e diz ser contra fake news.  

"Chamar-nos de desinformadores em série por duas ou três bobagens é a única maneira de chegarem até nós. Sou contra as fake news [...] La Derecha Diário é o único dos meus veículos que faz travessuras", admitiu. 

Cerimedo nega ter recebido dinheiro e garante que agiu sem ganhar nada em troca, apenas para ajudar Bolsonaro. Contudo, foram rastreados pagamentos de, pelo menos, R$ 3.900 de Eduardo com dinheiro da campanha para Giovanni Larosa, correspondente no Brasil do La Derecha Diário. Influenciador da direita, Larosa teria participado de ações na campanha de reeleição do deputado em bairros da Zona Oeste de São Paulo de 12 a 30 de setembro, indicam dados da Justiça Eleitoral. 

Um árbitro foi espancado e desmaiou em campo, durante uma partida de futebol amador em Sarandí, na Argentina, no último sábado (15). O juiz foi levado às pressas para o hospital e segue internado.

Durante a partida, um jogador discordou de uma marcação, foi reclamar, empurrando o representante da arbitragem, e acabou recebendo cartão vermelho.

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Nesse momento, outro atleta correu e desferiu socos no rosto do juiz, que caiu no chão. Em seguida, o jogador chutou a cabeça do árbitro, que ficou no chão desmaiado. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

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No discurso de abertura da cúpula do Mercosul, o chanceler da Argentina, Santiago Cafiero, defendeu a revisão do acordo comercial com a União Europeia por, na sua visão, não responder aos desafios do cenário atual. A declaração se dá no momento em que as negociações entre as partes, embora na reta final, estão travadas após os europeus apresentarem um documento adicional ao acordo que prevê sanções às nações sul-americanas em caso de descumprimento de normas ambientais. O dispositivo irritou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que negocia a retirada do trecho para sancionar o acordo comercial.

A cúpula do Mercosul começou nesta segunda-feira (3) em Puerto Iguazú, na Argentina, país que na terça-feira, 4, passará a presidência pro-tempore do bloco para o Brasil. Hoje, o governo Lula é representado por três autoridades: o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira; o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa; e a secretária para Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito.

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Para Cafiero, o texto do acordo UE-Mercosul é um "esforço desigual entre blocos assimétricos e não responde ao cenário atual". "Para materializar potencialidades e para que acordo tenha bons resultados para ambas as partes, é necessário trabalhar e atualizar os textos de 2019", afirmou o chanceler, em discurso.

O ministro argentino assegurou que a gestão Alberto Fernández defende, sim, o avanço nas negociações com os europeus, mas mediante ajustes. "Em fevereiro recebemos, depois de quatro anos, o documento adicional sobre ambiente e apresenta visão parcial do desenvolvimento sustentável excessivamente focado no ambiental, com escassa consideração sobre desenvolvimento econômico e social", disparou.

"Precisamos reagir em conjunto ao chamado protecionismo verde. Isso está ancorado em preocupação genuína, mas na prática pressupõe proteção da produção e produto dos países desenvolvidos que afeta comércio em geral, mas em particular países como os nossos, produtores de alimentos e matérias primas, entre os quais são setores essenciais e fundamentais de nossas economias", acrescentou Cafiero, em uma postura mais voltada ao desenvolvimento em relação ao ambientalismo.

Ao defender seu ponto de vista, o chanceler argentino citou trechos do tratado, com diferenças entre liberação de tarifa de exportação entre as duas partes. "Os bens industriais importados da União Europeia não estão submetidos a nenhuma taxa. A margem de negócios ficou mais restrita para um bloco do que para o outro", acrescentou o chefe das Relações Exteriores da Argentina. "O acordo pode ser oportunidade para reacomodar desequilíbrios de acordo e reajustá-lo a um mundo que mudou nos últimos quatro anos", seguiu, em defesa de um meio-termo.

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