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Por favor, qual é o seu nome Drag Queen? Perguntas como essas são ouvidas diariamente pelas personagens do mundo das Drag Queens. Uma vida real dividida entre um cotidiano banal, tal qual o de todos os mortais, e uma personagem brilhante, espalhafatosa, que de banal não tem nada.

Foram 137 inscritos para o curso sobre o universo drag queen ministrado pelo produtor cultural de São Paulo, Zecarlos Gomes, no Recife. No início das aulas, estavam presentes as apenas 11 pessoas selecionadas para o curso. Entre elas, uma futura drag, disposta a viver a transformação e transformar o processo em uma reportagem.

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Criado em 2010, o Drag Queen Curso (DQC) trata da cultura Drag com exercícios práticos, técnicas de maquiagem, dublagem, passarela e coreografia que ajudam na construção da personagem. São abordadas as origens das Drags, dinâmicas de expressão teatral e autoconhecimento. "Performances de Drag Queens são completamente artísticas. Acompanhei alguns concursos para esse segmento e percebia que os garotos tinham energia e vontade de fazer um bom trabalho, mas não tinham respaldo artístico e técnico para tal”, explica o ator e criador do curso. 

Uma semana inteira de exercícios de teatro, autoconhecimento, mudanças, escolhas do personagem, personificação, dança e a tão real transformação, ou montagem. Numa sala de espelhos em uma boate, as pessoas se conheciam abertamente em roda, perguntando seus nomes e as curiosidades. Ninguém poderia imaginar que naquele momento o contato humano entre os não personagens formaria uma futura família de Drags.

Rodas, diálogos, exercícios para soltar o corpo. Levanta, corre, senta, deita, corre, pula, relaxa, anda, rápido, para. O coração pulsando por algo que não tínhamos a mínima noção do que iria acontecer. Nos olhávamos uns para os outros percebendo as reações corporais. E recomeçava. Dança, solta, solta mais, corre, pula, deita, anda rápido, mais rápido, para. Todos os dias foram da mesma forma, mas no último sabíamos o que nos esperava.

Em frente ao espelho, olhando para nós mesmos, fomos desafiados a pensar em coisas que gostaríamos e que queríamos deixar para trás. Cada um a seu tempo, envolvido pela música, caminhava em direção ao espelho pela busca de si, deixando o passado para trás. Movidos pelo pensamento, uns decidiram com rapidez e em passos firmes, outros esperaram e seguiram quando se sentiram preparados e confiantes. Se conhecer acima de tudo e saber guiar a vida foram os ensinamentos passados para as Drags em construção.

Coloca salto, tira salto, anda, prossegue, olho no olho, repete. Tudo aos olhares atentos do professor, que não falava. Analisava a intuição e o desenrolar de cada um. Com os olhos firmes nos detalhes, conseguia decifrar melhor do que ninguém a história de cada Drags. Corpo lado a lado, os exercícios seguiam para apresentações em grupo, composições de coreografia, e expressão. Aos poucos, estavam surgindo as personagens, que vivem suas histórias e dividem a vida real. Uns a guardavam no baú, outros já haviam apresentado ao mundo, e ainda tinha aqueles que estavam construindo sua própria.

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Drag não é sinônimo de travesti

O cenário artístico brasileiro vem testemunhando a expansão do artista performático denominado Drag Queen. Uma arte antiga, que muitos acham se restringir aos lugares em que a comunidade LGBTT - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - frequenta. Os artistas drag de hoje alcançam um espaço maior na sociedade e nos meios de comunicação, os grupos que fazem parte das tranformações não se restringem a homens homossexuais, mas incluem os heterosexuais e as mulheres. Algumas causas tornaram o poder de voz delas mais vivo na sociedade, tais como a relação aos direitos humanos e cívicos da comunidade LGBTT, a reordenação da concepção da identidade sexual, a luta das minorias por um espaço de igualdade e respeito. Dentro dos grupos estão os crossdressers e transformistas ou drag queens e no caso de mulheres, as drag kings. Alguns estudos remetem que essa performance surgiu na época do teatro grego, o surgimento das máscaras em transformar a aparência. O religioso e o estético interferiram na costrução dessa nova aparência. 

De acordo com o autor Roger Baker em seu livro 'Drag: The History of Female Impersonation in the Performing Arts', de 1994, existem duas formas de Drag Queen. A primeira é a característica secular, ou seja, aquela drag que se manifesta em rituais de forma pagã, exercendo a função satírica de blasfemar e dar voz ao indizível perante a sociedade, a personagem que muito se assemelha ao bufão. A outra forma diz respeito a sua característica sagrada, aquela que teria a responsabilidade de viver as personagens trágicas na Grécia, que pertenceriam a uma narrativa. Hoje a Drag possui uma função social cênica, seja de entretenimento ou de política, que não permanece apenas no autoprazer e no divertimento. 

O curso ministrado por Zecarlos Gomes fez parte das atividades do IV Festival da Diversidade Sexual e de Gênero (Recifest), realizado no início do mês de novembro. Pela segunda vez na capital pernambucana, o produtor cultural afirma que não sabia o que esperar, tudo seria novo. Novas técnicas, pessoas, novos conhecimentos seriam passados para o grupo. "Não sabia que existia tantas Drags em Pernambuco, eu fico imaginado todas elas prontas, maquiadas, aqui. É muita gente", diz o professor ao LeiaJá, impressionado. Em relação aos sonhos, Zecarlos olha e diz com afeto, "Quero criar a minha escola de Drags, é o meu sonho e objetivo", finaliza sorrindo.

Observador e atento à performances, ele ainda não tinha se apresentado. Sua personagem - a Drag - não havia se mostrado durante o curso. Na última noite, em uma comemoração pequena com os amigos que realizaram o curso, ao encontrar os olhares em questão de segundos, ele vira apenas a cabeça, e o tempo para. A imagem congela. A forma como puxou os braços ao redor da cabeça, posicionou e sorriu. No respeito e na ternura do olhar, surgia Sheyla Muller.

Família, sociedade e preconceito

Questões de ordem religiosa, afetiva, escolha de gênero, relações familiares ainda abalam muitas pessoas. O fato de sair do "comum", optar por outro modo de vida, impacta na relação dos grupos, e dos indivíduos com as famílias. A não aceitação da homoafetividade interfere na decisão e na personalidade deles, nos sentimentos. Os participantes concordam em falar, desde que não haja a identificação de quem deu que depoimento. "Meus pais sabem que sou homossexual, mas fingem não ver. Aceitam em termos, mas não existe um reconhecimento por parte deles", diz um jovem participante do curso. "Meu pai é militar e minha mãe é da igreja. Eu já escutei e passei por algumas coisas que não gostaria. Eu acho que aceitar, eles não vão", relata outro.

"Meu pai me abordou e perguntou se eu tava fazendo um curso de drag Queen, porque meu tio viu na televisão. Ele veio com um discurso bem pesado, dizendo que nunca imaginava que teria um 'viado' na família, e ainda por cima que quer viver de Drag Queen. Disse que isso não era vida e que ele estava muito triste. Também falou que eu já sou maior, já sei o que eu devo fazer e que não iria me atrapalhar se era isso que eu queria. Mas que pra ele isso não era certo", conta mais um jovem, enquanto vive a transformação no personagem que escolheu.

A personagem criadas com a Drag permite um poder de voz, em que as pessoas escutam eles pelo quadro leve de humor que aplicam em contextos polêmicos da sociedade. Essa arte performática abre as portas para discussões que talvez na vida real não funcionasse. Treinam suas posturas, o perfil, a personalidade, fabricam suas roupas e fazem seus desfiles em apresentações nos Espaços do Recife. Precisam trabalhar as marcas que a vida traz, os motivos de conflitos sociais e religiosos buscando a compreensão de assuntos talvez não entendidos pela sociedade. Se juntam em espaços que são vistas com respeito e começam a trabalhar a força interna de cada uma através do Teatro e da dança onde se personificam para as apresentações.

As produções como maquiagem, a confecção das roupas e as perucas são componentes importantes para a criação da Drag Queen. O passo a passo da montagem de cada detalhe, o delineador, a cor da sombra, os cílios postiços, o blush, o batom. As perucas curtas ou compridas, com diversas cores e volumes surgiam na sala e ao serem colocadas faziam surgir as personagens diante de todos. "Depois que aprendi a andar de salto, me sinto outra pessoa. A segurança é muito maior, me sinto diferente", comemora uma nova drag. "Gosto de me maquiar e quando tiro essa personagem toda acabo gostando mais de quem eu sou", resume.

*Quem assina a matéria é Ismida, cujo sobrenome está em fase de construção.

A quarta edição da feira 'Mercado Urbano', que reunirá produtos de 10 marcas recifenses, acontece no sábado (3) e domingo (4), na UrbanArts, no bairro do espinheiro, das 9h às 17h. A proposta é que as pessoas possam encontrar artigos de moda, design, arte e decoração em um só lugar.

Além dos stands das marcas com produtos à venda, ainda haverá um parque gastronômico gourmet que contará com a presença da chef Kácia Nogueira, do Donna Panela e a foodbike Frutas no Pote. 

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Serviço 

Feira Mercado Urbano 

Sábado (3) e Domingo (4) 

9h às 17h

UrbanArts (R. da Hora, 647 - Espinheiro, Recife - PE) 

Gratuito

Um Sérgio Cabral Filho (PMDB) alegre e multicolorido, com uma bandeira do Brasil em forma de coração pintada no rosto, sorri. Sua mulher, Adriana Ancelmo, com cabelo pintado em lilás, preto e azul, também mostra o sorriso, marcado pela boca vermelha. Em tom alegre, as duas telas, pintadas supostamente por Romero Britto, contrastam com a situação atual do casal.

Cabral foi preso preventivamente pela Polícia Federal e levado para Bangu 8, no Complexo de Gericinó, no Rio, onde divide uma cela com vaso sanitário no chão. Adriana foi conduzida para depor e é investigada pela PF. Os retratos sorridentes estavam entre as obras de arte apreendida em endereços de Cabral, na Operação Calicute. A ação investiga corrupção em obras públicas no Rio de Janeiro durante a gestão do hoje ex-governador.

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Além dessas telas, a coleção recolhida na semana passada pela PF inclui esculturas e fotografias - ao todo, seriam 28 peças. Há estátuas em estilo barroco e quadros abstratos. Também foi aprendida prataria.

Todo o material será submetido a perícia, para atestar a autenticidade do material e possivelmente avaliá-lo. A Polícia Federal quer saber se o casal, suspeito de integrar um amplo esquema de desvios de verbas - ambos negam as acusações - usava obras de arte para lavar dinheiro desviado.

Estima-se que o esquema, supostamente chefiado por Cabral e integrado por alguns de seus secretários durante seu governo (janeiro de 2007 a abril de 2014), tenha se apropriado ilegalmente de mais de R$ 200 milhões.

A PF também apreendeu roupas de grifes famosas que pertenciam ao casal. Cabral tinha ternos caros - um deles, de Ermenegildo Zegna, teve seu valor estimado pelos investigadores em R$ 22 mil.

Adriana Ancelmo, cujo escritório de advocacia mantinha contratos com concessionários do Estado, separava seus vestidos por grife. Os policiais também recolheram joias de ouro e pedras preciosas, que o casal comprava em casas de joalherias como H. Stern e Antonio Bernardo.

Em depoimento, Cabral afirmou não se lembrar de tê-las comprado. Os pagamentos eram feitos em dinheiro vivo por Carlos Miranda, um dos outros nove presos na Calicute.

O leilão da coleção de arte do cantor britânico David Bowie, com peças assinadas por Jean-Michel Basquiat ou Damien Hirst, foi um sucesso e alcançou 33 milhões de libras (41,5 milhões de dólares) em Londres, anunciou o leiloeiro Sotheby's.

Mais de 1.750 pessoas assistiram às três sessões organizadas na quinta e sexta-feira e que foram acompanhadas on-line por mais de 26.500 internautas. Antes do leilão, 51.470 pessoas visitaram, entre julho e novembro, a exposição consagrada ao catálogo, um verdadeiro recorde para esse tipo de acontecimento em Londres.

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No total, 356 peças foram vendidas. O recorde foi alcançado por "Air Power" (1984), um quadro do nova-iorquino Jean-Michel Basquiat, que obteve 7,09 milhões de libras, quando era avaliado entre 2,5 e 3,5 milhões de libras.

O total das vendas fará parte do inventário que beneficiará os herdeiros de Bowie. O astro morreu em janeiro passado, aos 69 anos, em Nova York.

A 13ª edição da Mostra de Internacional de Música em Olinda (MIMO) anunciou, nesta terça-feira (18), a programação completa para seu retorno na cidade-mãe do festival. O evento, que havia sido cancelado no ano anterior por falta de investimentos, retorna ao Sítio Histórico com destaques em sua 13ª edição de existência.

Marcadas para ser realizadas de 18 a 20 de novembro, as programações integram atrações nacionais e internacionais, que dividem-se em concertos, filmes, Fórum de Ideias, literatura e workshops, tendo sempre a música como protagonista. Entre os convidados internacionais, estarão presentes grupos e artistas de países como África, Colômbia, Argentina e França

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A novidade desta edição será a instalação de mais um palco, o Seligaê, patrocinado pelo Bradesco, montado no Pátio do Mosteiro de São Bento, e que promoverá encontros especiais de ícones da música brasileira, como João Bosco com Hamilton de Holanda. A volta do evento também será marcada com a apresentação de Zeca Baleiro no concerto Violoncelo e Piano, além de Bixiga 70, Arismar do Espírito Santo, Leo Gandelman e Paula Lima, Isaar, Fênix e Amaro Freitas Trio.

Idealizada em 2004, a Mimo ganha produção e direção artística de Lu Araújo. Gratuita e aberta ao público, a edição deste ano do festival conta com o patrocínio do Ministério da Cultura, Bradesco, Cielo e BNDES e apoio da Estácio. Confira a programação completa:

MIMO 2016- Oinda

Concertos

18 nov (sexta-feira)

Zeca baleiro violoncelo e piano

18h | palco seligaê  (mosteiro de são bento)

Fênix

19h | igreja do carmo

João bosco & hamilton de holanda

19h30 | palco seligaê (pátio do mosteiro de são bento)

Mário laginha & pedro burmester (portugal)

20h30 i igreja da sé

Sons of kemet (inglaterra)

22h | palco do carmo

Pat thomas & kiwashibu area band (gana)

23h30 | palco do carmo 

19 nov (sábado)

Arismar do espírito santo

16h30 | palco seligaê (pátio do mosteiro de são bento) 

Isaar

18h | palco seligaê (pátio do mosteiro de são bento)

Pablo lapidusas international trio (argentina/ cuba/ portugal)

 19h |igreja do carmo

Léo gandelman & paula lima

19h30 | palco seligaê (pátio do mosteiro de são bento)

Violons barbares (mongólia/ bulgária/ frança)

20h30 | igreja da sé

Bixiga 70

22h | palco praça do carmo

Totó la momposina (colômbia)

23h30 | palco do carmo

20 nov (domingo)

Amaro freitas trio – artista prêmio mimo instrumental

11h | convento de são francisco

Mário lúcio (cabo verde)

18h | igreja do rosário

Etapa educativa

(inscrições: 18 de outubro a 6 de novembro pelo mimofestival.com)

18 nov (sex)

Workshop: a cúmbia e o ritmo dos tambores

Ministrante: integrantes da banda totó la momposina

14h às 16h | olinda

Workshop: introdução ao konnakol

Ministrante: pablo lapidusas (argentina/portugal)

10h às 12h | conservatório pernambucano de música

Workshop: a linguagem brasileira do saxofone

Ministrante: leo gandelman

14h às 16h | cemo - centro de educação musical de olinda

Workshop: workshop de criação musical

Ministrantes: arismar do espírito santo

14h às 16h | conservatório pernambucano de música

Workshop: a independência do criador audiovisual hoje – caminhos possíveis

Ministrante: deo

14h às 16h | aeso - faculdades integradas barros melo *essa atividade é exclusiva para alunos da aeso

19 nov (sáb)

Workshop: descolonizando a mente – perspectiva de um músico de jazz contemporâneo

Ministrante: shabaka hutchings – sons of kemet (inglaterra)

10h às 12h | conservatório pernambucano de música

Workshop: violons barbares – multiculturalidade e inovação

Ministrantes: dandarvaanchig enkhjarjal (mongólia), fabian guyot (frança) e dimitar gougov (bulgária)

10h às 12h | cemo

Máster classe – 19 nov

“quatro mãos, dois olhares”

Ministrante: mário laginha e pedro burmester (portugal)

14h às 16h | conservatório pernambucano de música

Festival mimo de cinema

18 nov (sex)

18h

Local: tenda da ribeira

O trovador o cabra os mundos

Diretora: marcia paraíso e carla joner

Documentário | 26min | 2015 | rio de janeiro | livre

Perdido em júpiter

Diretor: deo

Documentário i 74 minutos i 2016 i salvador i livre

18h30

Local: igreja da sé

Sete corações

Diretora: dea ferraz

Documentário| 97min| 2014|pernambuco/pe

20h

Local: tenda da ribeira

Gramatyka

Diretora: paloma rocha

Ficção | 15min | 2015 | brasília | livre

Não tem só mandacaru

Diretora: tauana uchôa

Documentário | 20min |2016 | livre | igarassu (pe) | livre

Pedro osmar, prá liberdade que se conquista

Diretores: eduardo consonni e rodrigo t. Marques

Documentário i 76 minutos i 2016 i são paulo i livre

19 nov (sáb)

18h

Local: tenda da ribeira

A batalha de são bráz

Diretor: fernando segtowick

Documentário | 26 min | 2016 | belém | livre

Waiting for b.

Diretores: paulo cesar toledo e abigail spindel

Documentário i 71 minutos i 2016 i são paulo i livre

19 nov (sáb)

18h30

Local: igreja da sé

Morena dos olhos pretos

Diretor: isaac dourado

Documentário i 86 minutos i 2016 i aracajú i livre

20h

Local: tenda da ribeira

Filme em fúria

Diretora: nana maiolini

Documentário | 25min |2016 | são paulo | livre

Chico science, caranguejo elétrico

Diretor: josé eduardo miglioli

Documentário i 86 minutos i 2016 i recife i livre

20 nov (dom)

18h

Ik80 - o maestro e sua orquestra

Local: tenda da ribeira

Diretor: bruno vouzella

Documentário | duração 23 min | 2015 | rio de janeiro | livre

As incríveis artimanhas da nuvem cigana

Diretores: claudio lobato e paola vieira

Documentário i 82 minutos i 2016 i rio de janeiro i livre

20 nov (dom)

20h

Faz que vai

Local: tenda da ribeira

Diretora: bárbara wagner

Documentário | 12min | 2015 | recife | livre

Caminhos do coco

Diretor: joice temple

Documentário i 91 minutos i 2016 i são paulo i livre

Chuva de poesia

19 nov (sáb) | 18h

Local: igreja da sé

Fórum de ideias

“lugares de memória” por mário lúcio sousa

18 nov (sex) e 19 nov (sáb) | 15h30

Local: convento de são francisco

LeiaJá também

-->Mimo anuncia novas atrações da programação em Olinda

-->Mimo 2015 em Olinda é cancelada por falta de recursos

 

 

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Ruas e palcos de Olinda e Recife serão tomados por cultura, promovida pelo projeto Cena Cumplicidades, de 25 de outubro a 6 de novembro. A ação propõe apresentar artistas de vários países da área de música e dança, como inserção de cultura em vários espaços da cidade.

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Em sua sexta edição, a programação contará com nove apresentações sulamericanas, cinco europeias e oito brasileiras, envolvendo países como Uruguai, Peru, Argentina, Espanha, além de trazer espetáculos da Suíça, França e Canadá. Serão 22 trabalhos e 27 apresentações distribuídas nas duas cidades.

Entre as novidades apresentadas, o grupo ‘Los Mambo Jambo’, que exibe performance sem necessidade de palavras, fará show gratuito em uma parceria com a artista pernambucana Aninha Martins, e músicos de outros países. Também haverá uma montagem inédita que abrirá as programações, da bailarina pernambucana Flávia Pinheiro, intitulada de ‘Como manter-se vivo?’. A ideia é investigar a relação do corpo com a tecnologia e a urgência de manter-se em movimento.

Além de passar no Sítio Histórico de Olinda, o projeto também será estendido ao Centro quilombola Xambá, com promoção de oficinas e intervenções artísticas, que reúnem dança e sonoridade. Já na capital pernambucana, os teatros Hermilo Borba Filho e Apolo serão palco para as variações artísticas.

Em entrevista exclusiva ao Portal LeiaJá, o curador e diretor artístico do evento, Arnaldo Siqueira, explica que o festival contribui muito para a aproximação das várias culturas da dança. "Há vários anos que mantemos relações com países como França, Suíça e Alemanha. Este ano, o festival avançou em colaborações com diversos atores da dança de países sul-americanos que têm projeção internacional, e também aprofundou um processo de cooperação institucional com a Espanha, cujos frutos deverão ser ainda maiores em 2017", afirma.

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O Cena Cumplicidades tem apoio da Petrobrás e parceria cultural do IBERESCENA, FUNARTE, FranceDanse Brasil 2016 e instituições locais (Prodanza, Paco Urondo, CCBA, Cia Paralelo, Palco Giradança, UFRN, UFPB, entre outros). Confira a programação completa:

Terça-feira (25/10)

*Museu de artes afro-brasil rolando toro
residência de criação “fua / la lengua de nuestras posibilidades”
com federica folco e assistência de sofia lans (montevidéu-uruguai)
iniciando no dia 25/10 e finalizando no dia 31/10
14h às 18h

Quinta-feira (27/10)

*Paço alfândega
otra frecuencia
audioperformance para dois
bineural-monokultur (córdoba-argentina | alemanha)
11h

Uma obra interativa para duas pessoas. Cada par / dupla escuta nos fones de ouvido instruções de quatro personagens de ficção. A obra combina suspense, intriga e ficção científica. Os atores são os próprios espectadores que, em duplas, empreendem viagens bem diferentes, ousando alterar sua percepção do mundo a cada momento.

*Teatro hermilo borba filho
como manter-se vivo?
Flávia pinheiro (recife - brasil)
20h

“como manter-se vivo?” Investiga a relação do corpo com a tecnologia e a urgência de permanecer em movimento como um procedimento de sobrevivência. Um questionamento de como nos relacionamos com a imaterialidade das relações propostas pelos dispositivos e a certeza da nossa impermanência. Como continuar em movimento? 

Sexta-feira (28/10)

*Teatro apolo
adorno da realidade
cia lamira artes cênicas (palmas - brasil)
19h

Inspirado nas ideias expressas pelo filósofo alemão theodor adorno, adorno da realidade é um espetáculo solo que transpassa pelo universo da dança, do teatro e da performance. A partir da utilização de jogos, recursos corporais e visuais, instiga-se a crítica à nossa realidade pós-guerra. O espetáculo busca evidenciar nossa imagem enquanto seres humanos como meios de mercadoria e não como indivíduos autônomos. Na cena, adorno da realidade faz alusão aos campos de concentração da ii guerra mundial e à manipulação sofrida do ser, passível, da atualidade.

*Teatro hermilo borba filho
como manter-se vivo? (reprise)
flávia pinheiro (recife - brasil)
20h

Sábado (29/10)

*Terminal Xambá
contacto sonoro
colectivo mazdita
com leandro olivan e flávia pinheiro (buenos aires – argentina | recife - brasil)
8h30 e 15h

*Centro cultural do xambá
oficina “contato sonoro: construção de drawdio”
com flávia pinheiro e leandro olivan (recife-brasil | buenos aires–argentina)
10h às 14h

*Palco petrobras - Alto da Sé
one one one
ioannis mandafounis (genebra-suíça)
15h30

Os artistas traduzem emoções do público, transformam-nas para enviá-las de volta em forma de dança. One one one sugere uma relação específica para o público, diferente de uma performance de teatro. Os bailarinos assumem o espaço do público como um campo para experimentação e não representação.
+
show de aninha martins (recife-brasil)
17h30

O show “esquartejada”, o público pode conferir uma proposta bem delineada de show-espetáculo e se nutrir de um momento síntese, de transformação e entrega. Em seu repertório, músicas próprias, parcerias e canções de amigos compositores como german ra, anaíra mahin, hugo coutinho, karla linck.

+
caricat’s
entre nós coletivo de criação (natal-brasil)
18h30

“nada mais é do que a possibilidade de brincar com situações indecifráveis, incoerentes e híbridas na sua forma contextual”. Essa obra foi criada para buscar soluções para o que possa vir a acontecer. Nada é definitivo. Tudo parece inacabado e burlesco. Uma obra clownesca.

+
show de los mambo jambo (barcelona-espanha)
19h

Jambology é o título do terceiro trabalho da banda los mambo jambo, que continua explorando as possibilidades do rock and roll instrumental, trazendo os êxitos colhidos em seus inflamados concertos. A banda passeia por cenários nacionais da espanha e também internacionais. Em jambology, los mambo jambo atacam com temas originais com sumerjiendose no rock instrumental, o surf e o rhythm and blues. O resultado é uma mescla sugestiva e única que constitui o som “jambofônico”. Neste novo disco, los mambo jambo desenham com traços rudes, mas engenhosos, estas sinfonias de bolso que não necessitam de palavras para explicar histórias extraordinárias.

Domingo (30/10)

*Palco petrobras - Alto da Sé
contacto sonoro (reprise)
colectivo mazdita
com leandro olivan e flávia pinheiro (buenos aires–argentina | recife-brasil)
15h30
+
one one one (reprise)
ioannis mandafounis (genebra-suíça)
16h

Segunda-feira (31/10)

*Espaço endança
oficina “pesquisa corporal com rosa primo”
rosa primo (fortaleza-brasil)
19h às 22h

*Aliança francesa
la conférence dansée
fabrice ramalingom (montpellier-frança)
19h30

Terça-feira (01/11)

*Teatro apolo
hyperterrestres
benoît lachambre & fabrice ramalingom  (montreal-canada | montpellier-frança)
19h

Ramalingom e lachambre procuram o que está contido nos fundos terrestres. O processo espetacular é um movimento que oscila entre a resistência e a fusão. O relaxamento acalma o corpo que parece querer se entregar ao esgotamento do transe.

*Teatro hermilo borba filho
nije
federica folco (montevidéu-uruguai)
20h

Tudo está aí em cada instante, órgãos, pensamentos, medos, sangue, por que não espíritos e deuses. Federica folco convida o público para ver uma coreografia do pensamento, que também é corpo. Desorganiza limites e juízos, porque necessita que sejamos outros.

Quarta-feira (02/11)

*Espaço endança
oficina “dançar dói”
com clarice lima e aline bonamin ( fortaleza | são paulo -brasil)
10h às 14h

*Teatro Hermilo Borba Filho
19h

Fua
federica folco e assistência de sofia lans (montevidéu-uruguai)

Resultado da oficina ministrada no festival.
+
intérpretes em crise
clarice lima e aline bonamin ( fortaleza | são paulo -brasil)

O trabalho passeia pela memória de dança das bailarinas, resgatando e projetando tempos que viveram ou que gostariam de ter vivido para falar da crise do fazer da dança, da vontade louca de dançar, do amor à dança e também de outros clichês. Dançar dói.
+
encanta o meu jardim
rosa primo (fortaleza-brasil)

Este espetáculo é fruto do projeto de pesquisa da bailarina e professora rosa primo, denominado “dance, uma conversa” com três jovens coreógrafos do ceará: andréia pires, luiz  otávio e marcio medeiros. Partes, pedaços, restos compõem uma vida, um tempo, um jardim que se reinventa continuamente e mantém o encanto e o estranhamento.

Quinta-feira (03/11)

*Edifício texas (espaço do grupo magiluth)
oficina “plongée – dança nas bibliotecas do brasil”
com ilana elkis e joana ferraz (são paulo-brasil)
9h às 13h

*Biblioteca pública de olinda
plongée
ilana elkis e joana ferraz (são paulo-brasil)
15h

Plongée é uma dança “site-specific” que toma a biblioteca como contexto para ser investigado e subvertido em suas relações, arquitetura, objetos e sons. Atravessando de forma poética o cotidiano deste espaço, as performers tecem um espaço onírico, um rasgo no tempo.

*Teatro apolo
accidens
groupe entorse (caen -frança)
19h

A simplicidade do conjunto enfatiza os dois elementos fundamentais desta peça: a música, magneticamente onipresente, emergindo ao vivo a partir das plataformas sonoras de raphaëlle latini e o atormentado corpo contorcido de samuel lefeuvre. Industriais, metálicos, repetitivos sons perfuram um espaço banhado em luz minguante ou em momentos de escuridão total.

*Teatro Hermilo Borba Filho
20h

Intérpretes em crise
clarice lima e aline bonamin ( fortaleza | são paulo -brasil)
+
encanta o meu jardim
rosa primo (fortaleza-brasil)

Sexta-feira (04/11)

*Edifício texas (espaço do grupo magiluth)
oficina “plongée – dança nas bibliotecas do brasil”
com ilana elkis e joana ferraz (são paulo-brasil)
9h às 13h

*Biblioteca pública de Olinda
plongée (reprise)
ilana elkis e joana ferraz (são paulo-brasil)
15h e 17h

*Teatro apolo
turbio
carla di grazia (buenos aires-argentina)
19h
turbio nasce dentro de um processo de trabalho de carla di grazia que derivou em um ciclo de solos chamado “manifesto”, na cidade de buenos aires, argentina, junto aos seus colegas de dança sebastião soares, pablo castronovo e alina folini. Para a realização dos solos, os artistas se perguntaram: como manifestar o que está latente? Que forças movem-se sós?

*Teatro Hermilo Borba Filho
homem torto
eduardo fukushima (são paulo-brasil)
20h

Homem torto é uma dança não simétrica que sugere um corpo frágil, mas com o vigor dos fortes. É uma dança que une opostos como a dureza e a leveza, a fragilidade e a força, o estar perto e longe do público, o equilíbrio e o desequilíbrio, movimentos fluidos e cortados, o dentro e o fora do corpo.

Sábado (05/11)

*Teatro apolo
moralamoralinmoral
agustina fitzsimons, brenda lucía carlini, marta salinas y milva leonardi
(buenos aires-argentina)
19h

Moralamoralinmoral propõe um ensaio de prova e erro na busca de respostas a inquietudes sobre a moral e as formas contemporâneas de composição cênica. A obra se constrói até chegar a uma inevitável destruição de suas cenas na tentativa de esvaziar e ressignificar a moral.

*Teatro Hermilo Borba Filho
de cómo estar con otros
celia argüello (buenos aires-argentina)
20h

Ao estar frente ao outro tivemos que nos deter. Pensamos que era possível nos desligar do contexto, abstrair-nos. Acontece então de novo, o corpo como experiência finita nos esbarra com o hábito, o social, os laços, o gesto. Um interrogante sobre a relação com o outro, um plano de execução, um transformar de ações ou uma miscelânea de significantes.

Domingo (06/11)

*Teatro apolo
caminos
cia puckllay (lima-peru)
16h

Proposta cênica multidisciplinar e testemunhal de criação coletiva. Inspirada nas histórias reais das famílias de “lomas de carabayllo”, um enorme assentamento humano, habitado por gente emergente e trabalhadora, localizado na periferia de lima em situação de risco devido a múltiplos fatores. “caminos” explora o tema da migração desde as províncias à cidade de lima. O argumento conta a história, sonhos, ilusões e dificuldades de oito migrantes que, impulsionados por diversas necessidades, decidem deixar suas terras e partir para a capital, com o objetivo de buscar um futuro melhor.

*Teatro Hermilo Borba Filho
moeraki
cia soares-castronovo-di grazia (buenos aires-argentina)
17h

Moeraki questiona a existência de corpos pré-programados que respondem a estímulos das seguranças garantidas, propondo-lhes um lugar entre. Os criadores repensam a condição do ser humano como algo dual definido pelos gêneros, e suas características e performances culturais/sociais. O espetáculo parte do princípio que formamos um universo de imagens e afetividades a partir dos nossos hábitos culturais e, na maioria das vezes, a partir da nossa condição biológica ou de gênero.

Serviço

Cena cumplicidades 2016

Recife - 27 de outubro a 06 de novembro

Olinda - 29 de outubro a 04 de novembro

Recife

Locais: Teatro Apolo e Teatro Hermilo Borba Filho

Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia)

Locais: Paço da Alfândega, Aliança Francesa (Derby)

Gratuito

Oficinas: Espaço Endança, Edifício Texas e Museu de Artes Afro-Brasil Rolando Toro

Inscrições antecipadas

Olinda

Locais: Terminal de Xambá, Alto da Sé e Biblioteca Pública de Olinda

Gratuito

Oficinas: Centro Cultural Xambá

Inscrições para membros do centro cultural

Entre os onze residentes de todo o Brasil, dois pernambucanos estão morando em um hotel da Zona Boêmia, em Belo Horizonte, convivendo diariamente com as profissionais do sexo. Considerado como uma ocupação, elas vivem sua sexualidade de forma aberta e na “clandestinagem”. Com nomes fictícios, personagens de uma vida real, descobrindo histórias e abrindo através de pesquisas e estudos performáticos, estão desenvolvendo trabalhos itinerantes de reflexão. Inicia-se, assim, a fase de construção do Museu do Sexo das Putas.

O projeto realizado pela Associação das Prostitutas de Minas Gerais, e contemplado pelo Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais 12ª edição, busca pesquisar e transformar, através da arte, a profissão que traz mulheres de todo o país para a prestação de serviços sexuais em Belo Horizonte. Os trabalhos itinerantes contemplam diferentes linguagens e formatos - vídeo, performance, fotografia, grafite, radionovela, do dia 7 a 12 de outubro e podem ser vistos no site do projeto ou no canal Tecnologia a serviço da Orgia. 

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Dois pernambucanos estão participando: o artista visual Bruno Farias e a jornalista e performer Kalor Pacheco, que apresentará nesta terça-feira (11), sua segunda performance, intitulada Modos de fazer sabão. As apresentações podem ser vistas na internet, pois são transmitidas em streaming e pode ser acompanhada de qualquer lugar. Pensando em alcançar um grupo maior de observadores e olheiros, Kalor criou a #tecnologiaaservicodaorgia. "O grande jogo da #tecnologiaaservicodaorgia é que ela alcança tanto o próximo, presencialmente, quanto os meus amigos conterrâneos e de outros lugares do Brasil. Por isso as escolhas das plataformas sexuais, a exemplo do Cam4 da primeira performance, como também o Facebook Live e o Youtube", explicou AO LeiaJá.

Quando criou a série, decidiu dar o seu próprio corpo para o trabalho, ao invés de utilizar o corpo dessas mulheres, tão explorados. “Sou jornalista e a minha habilidade em entrevistar, e também em concatenar ideias, me ajudou na pesquisa. Mas ter sido selecionada para o Museu do Sexo das Putas foi abrir uma nova ala de percepção artística, e para isso escolhi a performance”, completa.

Dezenas de hotéis hospedam mulheres todos os dias no Brasil, elas pagam as diárias e podem utilizar os quartos para prestar os seus serviços sexuais. No entanto, facilitar a prostituição é crime, enquanto a atividade é legal, consta na  Classificação Brasileira de Ocupação – CBO.  De acordo com Kalor, “tudo continua a ocorrer numa boa aqui, e as mulheres e seus corpos são o lado mais fraco da corda - daí a importância da arte nesse contexto e o nosso trabalho em torno do Museu do Sexo das Putas.”, completa Kalor.

Por outro lado, Na Calada, realizado pelo artista visual Bruno Faria, faz uma intervenção dos postes da Guaicurus onde se passa à fase de estudos e insere uma gelatina, usada como filtro de iluminação de refletores de cinema, modificando o espaço ao cair da noite. Na Calada tem como interesse estabelecer uma reflexão simbólica em relação à luz vermelha, muito presente em bordéis e garçonniéres , em que sinaliza que naquele espaço há um lugar destinado ao sexo, e no imaginário popular. O artista visual assina também uma publicação intitulada, Guia das Putas, com a colaboração das profissionais do sexo, da rua Guaicurus. Diferente de um tradicional guia de turismo, que elege pontos turísticos e outras dicas da cidade por um jornalista ou profissional de turismo, neste guia os lugares são escolhidos por elas a partir de suas vivências na cidade. “

Em entrevista ao LeiaJá, a jornalista Kalor Pacheco conta como está sendo a experiência.

Como você soube da inscrição para o projeto?

Quando eu me inscrevi no projeto, logo vi, por ser uma proposta da Associação de Prostitutas de Minas Gerais - Aprosmig, que seria um projeto marginal. Não somente por tratar do sexo, mas principalmente por colocar a questão da prostituição como tema principal. Pensei que ia trabalhar principalmente as madrugadas, mas foi chegando aqui que me dei conta de como tudo gira no entorno da Rua Guaicurus, no Centro de Belo Horizonte.

Como pretendem dar voz à essas mulheres através da arte?

Primeiro, que se trata de um museu descolonizado. Não é um museu apenas para elites; é um museu que tem como protagonistas as prostitutas - isso por si só já aproxima o público, que não está habituado com cultura e educação. A arte é crítica também, joga um olhar sensível sobre questões que normalmente passam despercebidas - afinal, quem se importa com as putas?

Qual a importância da rua em que se passa os estudos?

Existe uma casa abandonada na Rua Guaicurus, que a Prefeitura de Belo Horizonte é proprietária, pleiteada pela Aprosmig para ser a sede do Museu das Putas. Enquanto correm os trâmites, optamos por fazer essa exposição itinerante que compreende tanto a rua Guaicurus, epicentro da prostituição, como outros espaços culturais da cidade, a exemplo do Centoequatro e Espanca. 

Tem alguma vivência que te deixou arrepiada, te tocou ou marcou? 

Toda a residência me toca de forma muito particular, afinal sou mulher também. Mas sim, o meu quarto no hotel Styllus. Por ter todo o dia trânsito de muitos homens nos corredores, e as mulheres a espera na porta, os lugares ficam sobrecarregados de energia. Teve uma semana que eu mal conseguia ficar no meu quarto, com uma janela que dava para um fosso, ele era muito escuro. Muitas mulheres aqui utilizam incensos, espadas de São Jorge, canela, sal grosso e até açúcar para espantar os maus espíritos. Quem me ajudou nesse sentido foi a prostituta Marina (nome fictício). Ela me preparou um banho de hortelã para melhorar o meu astral.

Na curiosidade, o que seriam os “maus espíritos” ?

Energeticamente falando, querida. As más vibrações. Tu não sentes quando estás num lugar bom, ou em um ambiente carregado? Aqui também é lugar de muita superstição.

Começam nesta quinta-feira (8), e seguem até 16 deste mês, as inscrições para as oficinas circenses que farão parte da 7ª Mostra de Circo do Recife. Serão realizadas três oficinas, nos dias 21, 22 e 23 de setembro, das 9h às 12h, no Sítio da Trindade, no bairro de Casa Amarelo, Zona Norte da cidade. 

As inscrições podem ser feitas pelo e-mail gerenciacirco.fccr@gmail.com ou pessoalmente na Divisão de Artes Cênicas, localizada no Pátio de ao Pedro, casa 10, primeiro andar, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h.

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As oficinas disponibilizadas são de Maquiagem Circense, Figurino Circense e Segurança no Circo. Todas as oportunidades têm um limite de 20 alunos por oficina. Para participar, é preciso ter, no mínimo, 15 anos.

As vagas são destinadas, prioritariamente, a artistas circenses, mas o público em geral também pode participar. Cada oficina tem duração diária de 3 horas. Outras informações sobre as oportunidades podem ser conferidas pelo telefone (81) 3355-3137.

Serviço

Inscrições para as Oficinas da 7ª Mostra de Circo do Recife

Período: de 8 a 16 de setembro

Inscrições: pelo e-mail gerenciacirco.fccr@gmail.com ou, pessoalmente, na Divisão de Artes Cênicas, Pátio de ao Pedro, casa 10, 1º andar.

Horário: de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h.

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Poucas pessoas sabem, mas na última quarta-feira, 24 de agosto, comemora-se o Dia do Artista. Toda pessoa que dedica integralmente ou parte da sua vida à arte, seja qual for a maneira de expressão, pode ser chamado de artista.

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Em Belém, existem várias formas de manifestações artísticas. Uma delas é a dança. Os movimentos corporais ritmados dessa arte despertam a curiosidade e a admiração de muitos paraenses. O dançarino Filipe Lobato que começou a praticar Street Dance com 15 anos, na Companhia MIRAI de Dança e, desde 2011, ministra workshops na Companhia e fora do Pará. “A minha visão social é de ajudar as pessoas com a minha arte. Aprendi isso desde pequeno com os meus professores, e tento repassar para todas as pessoas que entram em contato comigo”, relata Filipe. De acordo com o dançarino, apesar de a capital paraense ter espaço para a produção artística, não há subsídios suficientes para que esses artistas cresçam e se sustentem de forma justa. Outro artista local que concorda com Filipe, nesse aspecto, é o musico Nelinho Brasil. “Deveria haver mais incentivo do governo. O pouco que tem é muito restrito. Muitas vezes rola a chamada panelinha, então é difícil conseguir essa renda”, disse.

Incentivado a procurar uma profissão que lhe traria mais segurança, Nelinho se formou em engenharia, mas o amor pela arte falou mais alto e hoje ele é formado em Música, pela Universidade Estadual do Pará. “Eu confesso que se fosse hoje, sem sombra de dúvidas, teria abraçado a música desde o início”, afirma. Para se inserir no mercado em Belém, segundo ele, é necessário mostrar um diferencial. “Faço um trabalho meio diferenciado, que poucos fazem. Eu toco guitarra e voz e o samplay, que á baixo, bateria e violão. É bem interessante”, informa. O músico comenta, também, que se considera um artista por trabalhar com uma arte, que no caso, é a música. Porém, se analisa ainda incompleto, e busca se encontrar cada vez mais através de seu trabalho como compositor.

Com um ano e um mês no teatro, o ator Luccas Mendonça fala sobre a importância da valorização dos artistas locais. “É importante valorizar o artista de qualquer área porque ele tem uma mensagem para passar. O papel que ele interpreta, no caso do teatro, quer dizer algo sobre a sociedade. Algo que está errado, certo ou que precisa melhorar”, afirma. Segundo o ator, o teatro serve como uma ajuda para ele se tornar mais comunicativo e, além disso, abriu seu olhar em relação a problemas internos e da sociedade em geral. “Quando a gente entra nesse fascinante mundo do teatro, nos deparamos com pessoas muito diferentes da gente. O teatro abriu meus horizontes de várias formas, me tirou preconceitos, deu conceitos novos para a minha vida, me ensinou a ser mais ser humano”, conclui.

Com informações de Mirelly Pires.

A cidade de Olinda recebe, neste sábado (20), um evento dedicado ao ladrilho hidráulico, que lança os projetos do designer Guilherme Luigi, do fotógrafo Josivan Rodrigues e do designer Ticiano Arraes sobre o tema. A ideia é também celebrar o processo criativo vivenciado por eles ao longo de 2014 e 2015. O resultado da pesquisa está disponível no website Ladrilho Hidráulico BR.

O projeto foi criado com o intuito de identificar e sistematizar a história do artefato em Pernambuco a partir de duas frentes, encampadas pelo arquiteto José Luiz Mota Menezes e pela pesquisadora Clarice Hoffmann, seguidas por inventário visual de referência assinado por Josivan Rodrigues. Já o Dingbat Ladrilho Hidráulico são fontes que utilizam símbolos e/ou ícones ao invés de letras e números. A disponibilização de parte dessa iconografia em suporte de tão simples utilização facilita o surgimento de novas aplicações e dinamiza o uso desse acervo público presente na paisagem das nossas cidades. Disponibilizada para download gratuitamente no endereço Dingbat Ladrilho, foi vibilizada com recursos do Funcultura e é uma fonte que pode ser utilizada em qualquer programa com editor de texto.

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A relevância do projeto não se esgota no inventário de mapas, histórias e imagens que conseguiu traçar. O que motivou seus idealizadores foi o desejo de conhecer para se apropriar, produzir e difundir esse conhecimento, como já haviam feito com o Cobogó de Pernambuco, que deu um novo ânimo à produção imagética baseada naquela gráfica urbana. Ao longo do evento haverá venda de produtos, fotografias, ladrilhos, lambe lambes desenvolvidos pelos designers além de cervejas artesanais do Caveirão da Breja e comidinhas assinadas pelo Carrinho da Gula.   

Programação

14h | Oficina de Ladrilhos com Thiago Tinoco

16h |  Lançamento do site/pesquisa de Josivan Rodrigues e Ticiano Arraes e do Dingbat Ladrilho Hidráulico de Guilherme Luigi

14h às 20h | Durante todo o evento haverá lojinha com produtos by Guilherme Luigi e Josivan Rodrigues, cerveja artesanal do Caveirão da Breja e comidinhas do Carrinho da Gula.

Serviço

Ladrilho Hidráulico | Pesquisa + site + Dingbat Ladrilho Hidráulico

Sábado (20) | 14h

Rua sete de Setembro, 80, Carmo, Olinda, Pernambuco

Entrada gratuita

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*Com informações da assessoria

Arte urbana e cultural são as principais características do CowParade, que chega a sua 9ª edição, agora com o tema Belém 400 anos. Esse evento foi visto por mais de 500 milhões de pessoas em 36 países. A programação começa neste sábado (20) e segue até o dia 20 de setembro. Essa é a primeira vez que o evento será realizado na região Norte do país. O objetivo é celebrar o quarto centenário de Belém.

As pinturas e acessórios que compõem o trabalho dos artistas são inspirados na cultura do Pará. As lendas, a floresta amazônica e a arte marajoara também irão estampar as vacas em fibra de vidro. Para o estudante Kauê Cohen, 24 anos, receber esse evento será muito interessante para ampliar o conhecimento sobre a arte que é feita no Pará. “Espero ver a mistura de cores fortes para demonstrar a nossa realidade, como a gastronomia, o Ver-o-Peso e os símbolos que representam nossa cidade, nossas histórias e cultura”, disse Kauê.

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O CowParade é um evento de arte pública que reúne artistas locais de cada região que sede espaço para os trabalhos. Serão 50 vacas em fibra de vidro distribuídas em exposições públicas por diversos pontos urbanos da cidade, estilizadas pelos artistas.

Ao fim da exposição pública, as vacas ficarão expostas no shopping Grão-Pará até o dia 3 de outubro para anunciar o leilão da CowParade. Todo valor arrecado no leilão será revertido para instituições beneficentes de Belém. O lance mínimo para cada obra é R$ 5 mil. As vendas ocorrerão com lances ao vivo e através da internet. O CowParade Belém 400 anos resulta de parceria da rede de farmácias Extrafarma com a prefeitura da capital paraense.

SERVIÇO:

CowParade Belém 400 anos. Exposição pública: 20 de agosto a 20 de setembro. Exposição no shopping: até 3 de outubro.

Por Vanessa van Rooijen.

O pintor guarulhense Mizael Lima irá expor entre os dias 17 e 31 deste mês na Art & Desing Gallery, em Miami. Para a mostra, Mizael escolheu exibir a tela "Mulher com banjo e passarinho"

Ainda aqui no Brasil,  o artista vai ter que controlar a ansiedade e torcer para que dê tudo certo em Miami. "Estou com muita expectativa para essa exposição. É a terceira vez que exponho nos Estados Unidos e a primeira em Miami. Fico muito feliz com os convites que recebo para mostras. Isso indica interesse pelo meu trabalho e essas exposições enriquecem meu currículo. Isso é muito bom", diz entusiasmado. 

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Nessa breve, mas promissora história, a obra de Mizael já conheceu, além do Brasil, galerias em países da Europa e dos Estados Unidos. Recentemente, recebeu convite, como mostrado aqui no LeiaJá, para expor na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Depois de Miami, o artista já tem convite para mostra no mítico Carrousel Du Louvre, a galeria fica no subsolo do Museu do Louvre, em Paris, na França. Em novembro, Mizael irá expor na cidade de Florença, na Itália. 

“O mundo não será feliz a não ser quando todos os homens tiverem alma de artista, isto é, quando todos tirarem prazer do seu trabalho”. A frase do escultor francês Auguste Rodin talvez seja o combustível de dezenas de artistas de rua que aproveitam o período das Olímpiadas para mostrar seus trabalhos e ganhar um trocado a mais, no Rio de Janeiro. 

Em frente aos armazéns da Região Portuária da cidade, onde acontecem as atividades do Boulevard Olímpico, estes profissionais da arte chamam a atenção de quem passa pelo local. Caracterizado como o palhaço Tiririca, Valdir da Silva garante que "é preciso ter fé, fazer o melhor e não focar no dinheiro". Segundo o morador de Campos dos Goytacazes, no interior do estado do Rio, diariamente ele consegue entre R$ 400 e R$ 1 mil. "No primeiro dia, consegui até R$ 1800". 

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Com mais de 17 anos nas ruas, mostrando seu trabalho no Brasil e também no exterior, a artista Fernanda Machado faz sucesso com sua boneca Lilica. "Como tem poucas coisas específicas para as crianças, tem sido um sucesso", revela Fernanda, que faz parte do Coletivo Arte Pública. Animadora de festas infantis, Fernanda garante que, por dia, R$ 200 é a média conseguida no Boulevard Olímpico. 

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Além de artistas cênicos, músicos mostram seus trabalhos nas calçadas do local. Guitarristas, trompetistas e bandas inteiras fazem um som e animam o público presente no Boulevard. É o caso do Caboclinhas, trio de samba que toca há cinco anos nas ruas cariocas. Segundo a gaúcha Lizza Dias, idealizadora do projeto, é sempre um prazer mostrar o trabalho ao público. "Têm dias que é um pouco duro, mas outros em que encontramos pessoas maravilhosas. Aqui, nas Olimpíadas, o público tem sido super receptivo". 

Lizza diz que o trio, em quatro horas de apresentação, consegue arrecadar cerca de R$ 400. "Os brasileiros sempre contribuem mais que os gringos", garante a cantora. 

Com informações de Areli Quirino

A partir da próxima segunda-feira (15), o Sítio da Trindade recebe o Projeto Fusão Cultural. A iniciativa, que é gratuita, vai oferecer oficinas gratuitas em cinco atividades: grafite, teatro, artesanato, violão e introdução à música. Cada oficina oferece 30 vagas que são destinadas a pessoas com idade a partir de 16 anos. As inscrições podem ser feitas na secretaria do Sítio, no horário das 8h às 17h, que fica na Estrada do Arraial, 3259, bairro de Casa Amarela.

As atividades serão realizadas até 16 de dezembro, sempre as segundas, quartas e sextas-feiras, nos horários das 9h às 11h e das 14h às 16h. Nas segundas-feiras, no período da tarde, serão realizadas as oficinas de dança e grafite. Nas quartas-feiras, pela manhã, tem aula de introdução à música, e no horário da tarde dança, teatro, artesanato, grafite, violão e música novamente. Nas sextas-feiras, as oficinas serão de introdução à música e aulas de violão, pela manhã, e teatro e artesanato pela tarde. 

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O Projeto Fusão Cultural é uma realização da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Enfrentamento ao Craque e Outras Drogas, com apoio da Secretaria de Cultura e a Fundação de Cultura Cidade do Recife. Para obter mais informações, os interessados podem entrar em contato com a organização do projeto, através do telefone (81) 3355-3410.

Serviço

Inscrições para o Projeto Fusão Cultural

De 15 de agosto a 16 de dezembro | 9h às 11h (Manhã) e 14h às 16h (Tarde)

Sítio Trindade (Estrada do Arraial, 3.259, bairro de Casa Amarela)

Inscrições gratuitas na secretaria do Sítio

(81) 3355-3410

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O que você quer ser quando crescer? Certamente, quem optou em responder ser dançarino ou viver da arte, já vivenciou momentos de críticas. Mas por que a dança ainda é motivo de dúvidas para uma carreira solidificada? O Portal LeiaJá retrata nesta quinta-feira (14), pelas visões poéticas e dançantes desse cenário, como está o mercado da profissão.

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Surgimento

Definida como uma das três principais artes cênicas da antiguidade, em companhia com o teatro e música, a dança surge na época pré-histórica, quando os homens batiam os pés no chão emitindo sonoridade e ritmos. Com o decorrer das evoluções humanas, outras performances foram aprimoradas e são sempre recriadas, transformando o mundo contemporâneo no mercado da dança.

No Recife, a categoria começou a debater a criação de uma graduação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no início da década de 80, através de um projeto criado pela professora da instituição, Helena Pedra, mas não obteve sucesso. Em 2005, com um grupo maior, formado por profissionais da área, integrantes do Movimento Dança Recife (MDR), o processo de reivindicação e discussão sobre a implementação do curso na UFPE ganhou mais força.

Depois de muita luta do MDR, o curso de licenciatura em dança foi autorizado em 2008 e teve seu início em 2009, pela Federal, que tornou-se a única em Pernambuco a oferecer a modalidade para o público. A graduação comporta uma turma de 30 alunos, no horário da noite e possui carga horária de 2.880 horas, que já passa por análise para acréscimo de mais 400 horas, de acordo com nova reforma curricular exigida para a formação, que entrará em vigor brevemente.

Em contrapartida desse mundo acadêmico, o público que compõe o cenário da dança no Recife também soma uma parcela do mercado de trabalho informal. Alguns dançarinos executam suas experiências na dança e tornam-se profissionais experientes diante de longas datas de práticas exercidas, sem necessariamente ter que ingressar em uma universidade. Inexistência de um piso salarial e falta de reconhecimento são alguns dos problemas que envolvem a informalidade na arte.

O olhar de quem faz

Integrante do MDR, desde a época que o grupo lutou pela inserção da graduação na UFPE, Mônica Lira tem uma trajetória de 22 anos no cenário da dança. A profissional também é diretora e dançarina do Grupo Experimental. Ela ressalta que a criação do movimento político e conquista do curso tiveram como objetivo principal mostrar que a modalidade pode ser feita sem informalidade e com formação acadêmica. “Hoje temos universidades em quase todo o Brasil, porque a dança é uma linguagem específica, com um fazer muito próprio. A criação do curso era fundamental, porém, o grande fator duvidoso, infelizmente, ainda é o que fazer depois da conclusão do curso, para onde seguir”, revela Mônica, destacando as dificuldades de quem escolhe fazer parte do mercado, diante do atual cenário para quem escolhe viver da arte.

Mônica Lira ainda acrescenta que há escassez da execução da Lei Rouanet em Pernambuco, que consiste em instituir políticas públicas voltadas para a cultura. Segundo a dançarina, não existem investimentos em companhias formalizadas e balés municipais, tornando os trabalhadores em verdadeiros nômades da capital de origem ou até mesmo do país para conseguirem sobreviver na mesma profissão. No vídeo a seguir, Mônica dá mais detalhes do cenário da dança:

A Professora e ex-coordenadora do curso de dança da UFPE, Letícia Barreto, também fala das lutas constantes que o curso enfrenta para se manter consolidado no mercado, bem como, ressalta a importância dos estudos interdisciplinares que a grade possui, tornando os estudantes profissionais práticos e teóricos. “A inclusão do curso é um grande diferencial para o segmento da dança, principalmente para o conhecimento do corpo, do bem estar da mente e da saúde. Na ementa há várias disciplinas que agregam o entendimento interpessoal e profissional”, complementa Letícia. Confira na íntegra a entrevista concedida pela professora ao Portal LeiaJá:

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Aluno do 8º período do curso de dança na UFPE, Edson Vogue esclarece que desde muito jovem, antes mesmo de ingressar na universidade, já dançava e trabalhava na área, mas que mesmo agora, perto de concluir a graduação em licenciatura, não vê muita diferença financeira em relação ao acolhimento do mercado com quem possui diploma e quem trabalha informalmente. “Tanto quem tem curso superior, como quem tem já segue carreira artística, com as experiências adquiridas em companhias e grupos de dança, mesmo sem ser formado, ensina em diversos locais como professor. Geralmente não há diferença entre os salários. Em algumas situações, os professores também são sujeitos a trabalhar sem carteira assinada. Em contrapartida, ter mais uma experiência no currículo enriquece, até porque o mercado é composto de muitos dançarinos e as oportunidades de trabalho nem sempre estão de acordo com essa demanda”, afirma Vogue.

Além da trajetória na licenciatura, o curso também possibilita trabalhar apenas dançando. A exemplo de Lilli Rocha, formada em artes cênicas, ela trabalha profissionalmente com dança, por meio de estudos e ensaios para composições de espetáculos, e se diz realizada com o que faz. Mas, afirma que gostaria de ver o cenário ser reconhecido profissionalmente, tendo em vista que sua função torna-se instável, diante da falta de visibilidade do poder público.

Mercado

No Brasil, a dança tem um importante papel cultural, mas ainda caminha vagarosamente, por não ter o reconhecimento merecido. A implementação de graduações ainda é restrita nos estados, bem como, o mestrado na área, que se resume apenas a Universidade Federal da Bahia (UFBA), criado em 2005.

De acordo com profissionais da área, quem escolhe trabalhar como professor em academias, escolas ou outras instituições, tem uma média salarial equivalente às escalas de horas-aulas: de R$ 1 mil a R$ 2 mil. Já os dançarinos profissionais se dividem em companhias estáveis e independentes. As rendas variam de  R$ 3 mil a R$ 4 mil, e de R$ 1 mil a R$ 2 mil, respectivamente.

Saiba mais: O Grupo Experimental está produzindo um documentário que propõe causar questionamentos sobre as dificuldades e conquistas de quem escolhe a arte como atividade profisisonail e como forma de obter qualidade de vida. O projeto tem previsão de exposição para o mês de agosto, durante a Mostra Brasileira de Dança, que será realizada em várias cidades brasileiras, incluindo Recife.

O artista plástico Mizael Lima foi convidado a expor suas obras de arte em três grandes cidades: Miami, Bruxelas e Paris. Mizael já havia exibido seus quadros em importantes galerias da Europa e recebido convite para expor, em outubro, no Carrousel du Louvre, a galeria que fica no subsolo do Museu do Louvre, em Paris. Também participou nas mostra Terra - Salão de Arte Contemporânea 2016, inclusive, foi graças a essa participação que o pintor foi convidado a expor na Art & Desing Gallery, em Miami. 

"Eles (ONU) procuravam coisas novas, viram meu quadro e se interessaram. Para mim como artista, isso vai valer muito, porque se um dia me perguntarem 'onde você já expôs?', eu vou dizer: na sede das Nações Unidades", diz Mizael. 

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A obra que ganhou os salões de arte se chama "vida em Harmonia", em que retrata uma bailarina rechonchuda, vestida com os quatro elementos naturais, projetando-se num salto conhecido no balé como Grand Jeté. "Fiquei surpreso e lisonjeado em saber que havia outros artistas expondo e que meu trabalho foi o escolhido", completa. 

Mizael lembra que demorou para encontrar seu estilo e identidade nas artes plásticas e que foi experimentando cores, intensidade, materiais e pincéis e reinterpretando quadros de grandes pintores como Vicent Van Gogh, Amedeu Modigliani e Eugène Delacroix. "Nunca estudei artes, sempre gostei de desenhar objetos que via", lembra. 

Em 2017, outras cidades receberam os trabalhos de Mizael, em janeiro será Punta Del Leste, no Uruguai; em fevereiro Bruxelas, na Bélgica e em maio na cidade de Tóquio, no Japão. 

 

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Recriar e aproveitar as oportunidades. Foi a partir dessas percepções que o artesão Luiz Carlos, da cidade de Brejo da Madre de Deus, tomou a iniciativa de transformar as peças do trabalho, que não serviam mais, em arte. De forma simples, ele pegou o resto de ferro velho da oficina e começou a produzir peças de decoração, que hoje são comercializadas ao valor de R$ 20 e até R$ 20 mil.

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Tudo começou de forma muito discreta e aos poucos ganhou força e dedicação. O artesão Luiz Carlos, de 31 anos, viu a oportunidade de negócio, há oito anos, quando atuava como mecânico em sua cidade e no tempo livre ajudava o pai. “Pensei que podia criar algo diferente! Foi aí que tive a ideia de reaproveitar o ferro velho que tinha acesso e acabei materializando em obra de arte”, lembrou Luiz.

Com a iniciativa, a criação do artista o levou além da cidade onde vive em Brejo da Madre de Deus - Agreste do Estado de Pernambuco. O artesão, atualmente está participando da Feira Nacional de Negócios e Artesanato (Fenearte) e está chamando atenção do público pelos produtos. A peça que se destaca mais é o leão todo construído com sucata e lixo eletrônico na parte interna e que pesa 300 quilos. 

A estudante Maria Helena Aguiar ficou impressionada com a obra e parabenizou a produção. “É muito bom ver sucata que é considerada lixo vira essa linda obra de arte. O artesão está de parabéns por apresentar um trabalho tão delicado e ao mesmo tempo grandioso”, ressaltou. A peça está sendo vendida por R$ 20 mil e demorou 45 dias para ser finalizada.

Mesmo com o sucesso, segundo o Luiz, existe um grande questionamento quanto à escolha de sua atuação. “Até hoje fico em dúvida se devo continuar na oficina ou se me dedico apenas à sucata. Gosto muito das peças porque cada uma tem uma história, um pensamento, uma ideia e acabo me apegando e ‘vivendo’ todas elas”, contou o artista que ressaltou o seu sonho de viver apenas da arte.

Além das esculturas de ferro, o artista possui um leque de produtos que pode ser comprado por diversos valores. “Tenho várias peças! O meu ‘carro-chefe’ é a formiga, mas os clientes vão encontrar criações de R$ 20 a R$ 20 mil. Tem para todos os bolsos”, brincou o artesão.

A Fenearte funciona durante a semana das 14 às 22h e aos sábados e domingos das 10h às 22h. Os ingressos custam R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia) de sexta a domingo e R$ 10 e R$ 5 de segunda a quinta-feira.

O governo do Pará afirma que o Museu de Arte Contemporânea, que estava abrigado na Casa das Onze Janelas, na Cidade Velha, não será desativado. Nota oficial informa que ocorrerá uma transferência de local, necessária para instalação do polo gastronômico do Pará.

“Por tudo isso, mais uma vez negando o discurso do fechamento do museu, a Secult foi orientada a encontrar um espaço mais apropriado, de preferência no mesmo sítio, que, além de dimensões mais adequadas, já pudesse ser construído ou reconstruído com a finalidade de abrigar o Museu de Arte Contemporânea, com seu acervo completo e atendendo aos requisitos tecnológicos necessários”, diz um trecho da nota.

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Segundo o governo, o espaço destinado ao museu é insuficiente para abrigar todas as obras do acervo e que a estrutura da Casa das Onze Janelas tem limitações quanto ao espaço, climatização, iluminação, entre outros fatores.

O museu vai funcionar no Complexo Feliz Lusitânia até que o novo espaço esteja pronto para receber o acervo. Estão em estudos o Palacete Facciola, na avenida Nazaré; um prédio na mesma região ou a construção de um espaço no novo Parque do Utinga.

Polêmica – O renomado chef Alex Atala, cotado para gerenciar a instalação do polo gastronômico se posicionou na internet, por carta pública, afirmando que ele e o Instituto ATÁ não mais se candidatariam para o empreendimento por conta da possível retirada do museu.

“Consideramos que a arte é essencial na construção da identidade de uma nação. Por isso, não compactuamos com um projeto que valoriza a cultura culinária do Pará desabrigando demais expressões de arte, como as plásticas, fotografia, entre outros projetos que tinham como morada o Museu Casa das Onze Janelas”, diz a carta.

Com informações de Mirelly Pires. 

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Conhecido no cenário artístico nacional, o Museu de Arte Contemporânea de Belém, situado no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, será transferido para outro local ainda não definido pela Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult). A mudança é devido à criação do Polo de Gastronomia da Amazônia no Pará. 

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Decreto do governador do Estado, Simão Jatene, publicado no Diário Oficial de segunda-feira (20), determinou a mudança. Segundo informações da Agência Pará, o polo, que vai funcionar no Complexo Feliz Lusitânia, será gerido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), com apoio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur). 

O museu é referência em arte contemporânea nas regiões Norte e Nordeste e abriga duas exposições principais: "Traços e Transições - Arte Contemporânea Brasileira" e "Fotografia Contemporânea Paraense - Panorama 80/90". De acordo com a Secretaria de Cultura, o acervo será transferido para um local mais apropriado, depois de discussões com as entidades representativas da cultura e da arte paraenses. Ainda segundo a Secretaria de Cultura do Pará, no novo endereço da arte contemporânea será mantido o conceito museológico adotado hoje, além de permitir a visitação e apreciação das peças com objetivos acadêmicos.

Para a Turismóloga Rainara Ribeiro, a transferência do museu para outro local é muito ruim. "O museu abriga um acervo com exposições importantes e acredito que com essa mudança de endereço o local sofrerá bastante, principalmente por conta das visitações anuais que ocorrem ao local", disse. O artesão Jonatas Tourão também é contra a mudança do museu de arte para outro local. "A Casa das Onze Janelas é um patrimônio cultural, e se o museu está aqui, é porque também tem uma grande relevância para a história da capital paraense. Penso que nossa cidade é muito grande e que há outros espaços para implantar o polo de gastronomia", afirmou.

Por outro lado, a professora Felícia Costa, que é de Portugal, mas vive há 62 anos no Pará, acredita que a transformação do espaço em um polo gastronômico só tem a enriquecer a cultura paraense. "A gastronomia paraense é diferente de todo o resto do Brasil. É um produto turístico por excelência. Acredito que apesar do museu ser importante, eu não discordo com a ideia de termos no local, um núcleo que reúna a gastronomia e todas as variedades de produtos que a culinária paraense tem a oferecer", disse. Veja mais opiniões no vídeo abaixo.

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Um grupo de artistas plásticos e grafiteiros pernambucanos está atuando para transformar a paisagem urbana, no Recife e em Olinda, usando sua arte como modo de protestar pela democracia no País. A Brigada da Hora, idealizada pela fotógrafa Amélia Couto e pelo artista plástico Raul Córdola, já conta com 30 integrantes e realizou nesse domingo (19) sua primeira ação. Eles pintaram a fachada do Cinema Duarte Coelho, em Olinda, desativado desde a década de 1980.

Inspirados na Brigada Portinari, de 1982 - que usava os muros da capital pernambucana para a divulgação de propagandas políticas - Córdula e Amélia convocaram os artistas para colocarem seus desenhos nas ruas como um grito de defesa aos princípios democráticos e respeito à diversidade. A Casa do Cachorro Preto, local que abriga exposições e eventos culturais em Olinda - foi escolhida como 'quartel general' da Brigada e lá, nomes como Demétrio Albuquerque (autor do monumento Tortura NUnca Mais), Paulo do Amparo (artista plástico e músico), Bozó Bacamarte (grafiteiro), João Lin (ilustrador e designer) e Raoni Assis (artista plástico e coordenador da Casa do Cachorro Preto), se juntaram a diversos outros entusiastas da idéia, de diversos segmentos, convocados através de um post no Facebook, no início do mês de junho, e traçaram as primeiras diretrizes do projeto. 

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Neste momento, foi escolhido o nome do coletivo, que homenageia o artista Abelardo da Hora. A cor vermelha também foi eleita como símbolo do movimento. No domingo (19), a Brigada da Hora realizou sua primeira ação no Cinema Duarte Coelho, equipamento cultural abandonado no bairro do Varadouro, em Olinda. A fachada do local foi pintada e recebeu a inscrição do nome do grupo. No Facebook, o ilustrador João Lin comemorou o início dos trabalhos: "Nossa primeira ação. Por que não é possível separar arte de política, por que fazer arte é refletir/interferir nas questões do nosso tempo, por que não somos uma ilha e acreditamos que o coletivo é motor de mudanças, por que o espaço público deve ser ocupado... e é isso que estamos fazendo". 

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