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Um integrante do esquema da "rachadinha" da Assembleia Legislativa de Alagoas denunciado pelo Ministério Público despacha, desde maio, no gabinete do deputado federal Arthur Lira (Progressistas-AL). O secretário parlamentar Djair Marcelino é citado na acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República como um dos envolvidos no "grupo criminoso" apontado como responsável por desviar R$ 254 milhões dos cofres públicos.

Líder do chamado Centrão, Lira é o favorito do Palácio do Planalto para comandar a Câmara dos Deputados nos próximos dois anos. Após as revelações de que ele é acusado de liderar esquema de "rachadinha" em Alagoas, no entanto, aliados afirmaram que o presidente Jair Bolsonaro deve ser mais "cauteloso" no apoio à candidatura.

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Na quinta-feira passada, o juiz Carlos Henrique Pita Duarte, da 3.ª Vara Criminal de Maceió, invalidou as provas e absolveu Lira sumariamente - sem avaliar o mérito da ação - das acusações de peculato e lavagem de dinheiro. Ele entendeu que as provas apresentadas na denúncia não poderiam ter sido utilizadas. A sentença foi dada horas após o Estadão revelar a íntegra da denúncia. O Ministério Público vai recorrer da decisão do magistrado. Segundo a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge, que denunciou Lira, as provas foram validadas pelo Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal e Justila e pelo TRF da 5ª Região.

Na época chefe de gabinete de Lira no Legislativo estadual, Marcelino chegou a sacar pelo menos dez cheques de servidores e transferiu os valores para a conta dos parlamentares envolvidos, segundo a denúncia. O esquema teria beneficiado ao menos 12 deputados estaduais. A Procuradoria-Geral da República aponta o assessor como um dos "entrepostos financeiros" da organização.

O esquema de desvios de recursos da Assembleia de Alagoas durou de 2001 a 2007, afirmam os investigadores. Na íntegra da denúncia apresentada em 2018, obtida com exclusividade pelo Estadão, os ex-assessores da casa Eudásio Gomes e George Melo também são apontados como "entrepostos financeiros" de Lira. Os dois movimentaram R$ 12,4 milhões apenas entre janeiro de 2004 e dezembro de 2005.

Atualmente, Marcelino recebe da Câmara um salário mensal de R$ 7.509,50, mais R$ 982,29 de auxílios como secretário parlamentar. Em consulta ao TSE, há um registro de filiação de Djair Marcelino ao PP desde 2003.

Além do período em que trabalhou nos gabinetes parlamentares, Djair Marcelino é conhecido no meio político alagoano como alguém de extrema confiança do deputado, um braço-direito. Em um processo trabalhista que tramita contra Lira, Djair Marcelino foi citado por um ex-funcionário de uma empresa do deputado como "uma espécie de secretário geral" que cuida da "parte burocrática". Em uma notícia divulgada por um veículo local em Alagoas em 2007, Djair Marcelino é descrito como assessor da organização da VII Grande Vaquejada do Parque Arthur Filho, festa que seria "uma promoção de Arthur Lira".

A reportagem procurou o servidor da Câmara e o próprio Lira para comentar a nomeação e a relação entre o deputado e Djair Marcelino, mas a assessoria não respondeu às perguntas. Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o parlamentar disse já ter dado todas as explicações necessárias à Justiça. "O deputado Arthur Lira já apresentou sua defesa com todas as explicações necessárias, esclarecendo qualquer dúvida sobre a lisura de suas ações quando deputado estadual em Alagoas", afirmou a assessoria do parlamentar. "Lira confia na Justiça e tem certeza de sua total e plena absolvição. Não há condenação contra o deputado."

O deputado já foi condenado por esse caso em segunda instância na esfera cível, por improbidade administrativa. Ele só conseguiu concorrer nas eleições gerais de 2018 após obter uma liminar do Tribunal de Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 O candidato à presidência da Câmara dos Deputados pelo PP, o deputado alagoano Arthur Lira (PP-AL) se reuniu nesta segunda-feira (7) com o governador Paulo Câmara (PSB), no Palácio do Campo das Princesas. Absolvido na semana passada das acusações integrar um esquema de rachadinha em Alagoas, enquanto era deputado estadual, o pepista apresentou ao governador e a vice-governadora, Luciana Santos (PCdoB), suas propostas para a Câmara.

Lira que é líder do Centrão na Câmara e um dos principais articulares da aproximação do presidente Jair Bolsonaro com o grupo, também teve a oprotunidade de apresentar suas propostas para presidência da Casa ao senador pelo Piauí Ciro Nogueira, o deputado federal André Fufuca (MA) e os deputados por Pernambuco, Eduardo da Fonte, Danilo Cabral, Wolney Queiroz, Fernando Monteiro, Bispo Ossésio, Renildo Calheiros e Tadeu Alencar.

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O atual secretário de governo, que assumirá a vaga de João Campos na Câmara, Milton Coelho, também esteve no encontro com o candidato do presidente ao legislativo. 

 

A maioria da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta terça-feira, 24, para rejeitar um recurso apresentado pela defesa do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) contra a decisão que, no ano passado, o colocou no banco dos réus pelo crime de corrupção passiva. Candidato declarado à presidência da Câmara em 2021, Arthur Lira é aliado do presidente Jair Bolsonaro, uma das principais lideranças do Centrão e conta com o apoio velado do Palácio do Planalto para assumir o comando da Casa no ano que vem.

O julgamento do recurso do parlamentar, no entanto, foi interrompido por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Dias Toffoli. Não há previsão de quando o caso vai ser retomado.

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A Primeira Turma do STF é formada por cinco ministros. Na sessão desta terça-feira, o relator do inquérito, Marco Aurélio Mello, votou para negar o recurso de Arthur Lira, confirmando o entendimento do colegiado que decidiu, ano passado, receber a denúncia contra o parlamentar e abrir uma ação penal para aprofundar a investigação do caso.

Os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF, acompanharam o entendimento do colega, formando maioria para que o recurso seja negado.

De acordo com a denúncia apresentada em 2018 pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o assessor parlamentar Jaymerson José Gomes de Amorim, servidor público da Câmara dos Deputados, foi apreendido com R$ 106 mil em espécie quando tentava embarcar no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino a Brasília utilizando passagens custeadas pelo deputado federal.

Ao tentar passar pelo aparelho de raio x, o assessor foi abordado por agentes aeroportuários e detido pela Polícia Federal.

A PGR narra que os valores apreendidos deveriam ser entregues a Lira, em troca de apoio político para manter Francisco Colombo no cargo de presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Segundo a PGR, foi o deputado quem determinou que Jaymerson escondesse as notas de dinheiro na roupa (bolsas do paletó, cintura e dentro das meias).

Em outubro de 2019, a Primeira Turma do STF decidiu aceitar a denúncia contra Arthur Lira e abrir uma ação penal para aprofundar as investigações. Só agora, mais de um ano depois, o recurso da defesa de Arthur Lira contra aquela decisão começou a ser analisado pelos ministros.

'Quadrilhão do PP'

Arthur Lira é réu em outro caso perante o STF, o do "quadrilhão do PP", no qual é investigado pelo crime de organização criminosa. O parlamentar é acusado de participar de um esquema de "cometimento de uma miríade de delitos" e arrecadação de propina por meio da utilização de diversos órgãos da administração pública, como a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades. De acordo com a PGR, a organização criminosa teria sido concretamente estruturada após a eleição em 2002 do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O presidente Jair Bolsonaro elogiou, nesta quinta-feira (5), o deputado federal Arthur Lira (AL), líder da bancada do Progressistas na Câmara. Em evento em Alagoas, Bolsonaro afirmou que o parlamentar é uma pessoa que está "sempre pronta, sempre alerta". Lira acompanharia o presidente na viagem, mas cancelou a presença após ser diagnosticado com covid-19.

"Falta uma pessoa também muito importante na nossa articulação política na Câmara dos Deputados, que é um alagoano, o prezado deputado Arthur Lira. Mais do que fazer articulação, é uma pessoa sempre pronta, sempre alerta a trabalhar pelo seu Estado. Tenho certeza que, na próxima vez, sem covid, estará presente entre nós", disse em cerimônia de inauguração de sistema de abastecimento de água em Piranhas, sertão alagoano.

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Aplaudido pelo público durante discurso de Bolsonaro, Lira é atualmente o principal líder do "Centrão", bloco formado por partidos que compõem a base do governo na Câmara. O grupo tem obstruído as sessões da Casa há semanas em uma disputa que tem como pano de fundo a sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ), em fevereiro de 2021.

No evento desta quinta, o presidente esteve acompanhado dos ministros de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, das Comunicações, Fábio Faria, e do ex-presidente e senador Fernando Collor (PROS-AL), a quem também elogiou. "Um homem que luta pelo interesse do Brasil e também, em especial, do seu Estado", disse.

O deputado Arthur Lira (AL), líder da bancada do Progressistas, foi diagnosticado com Covid-19. Candidato à presidência da Câmara e já em campanha, Lira confirmou a informação em um vídeo publicado nesta quarta-feira (4) nas redes sociais.

"Não estou com sintoma nenhum, completamente assintomático. Estou bem, mas tenho que guardar o repouso necessário para que eu não seja condutor para outras pessoas", diz o deputado no vídeo. Quando está em seu gabinete, ele não costuma usar máscara de proteção.

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Lira é atualmente o principal líder do Centrão, bloco formado por partidos que compõem a base do governo Bolsonaro na Câmara. O grupo está obstruindo as sessões da Casa em uma disputa que tem como pano de fundo a sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ), em fevereiro de 2021.

Na semana passada, Lira circulou por São Paulo e conversou com pesos-pesados do mercado financeiro da Avenida Faria Lima, segundo a Coluna do Estadão. Nas conversas, ele tem prometido trabalhar na Câmara para manter o ajuste fiscal.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou no Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), um dos principais líderes do partido e do Centrão no Congresso Nacional, por corrupção passiva, em uma investigação da Operação Lava Jato que apurou pagamento de propina a partir de contratos firmados entre a Petrobras e a construtora Queiroz Galvão. O deputado do PP já responde em duas ações penais no Supremo na Lava Jato.

Lira lidera a articulação do Centrão junto ao presidente da República, Jair Bolsonaro, por apoio em troca de cargos e é pré-candidato às eleições para substituir o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no início do próximo ano.

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A aproximação de Bolsonaro com os partidos do Centrão é motivo de críticas entre apoiadores.

Segundo a denúncia da PGR, protocolada na sexta-feira, 5, como líder do PP a partir de 2012, Arthur Lira atuou como arrecadador de propina para o partido. O crime apontado na denúncia foi o pagamento de R$ 1.588.700,00 a Arthur Lira, valores retirados de um "caixa de propina" que a Queiroz Galvão mantinha em favor do Partido Progressista.

O valor, segundo a acusação, foi oferecido e pago por Idelfonso Colares Filho, ex-diretor presidente da Queiroz Galvão, falecido no final de 2017, e Francisco Ranulfo Rodrigues, superintendente de obras da empreiteira em Goiás.

Em troca, segundo a PGR, Lira atuava para assegurar os interesses da empresa na diretoria de abastecimento da Petrobras, no Ministério das Cidades e, mais tarde, a partir de 2014, atuaria também no Ministério da Integração Nacional.

Também foram denunciados Francisco Ranulfo Rodrigues, superintendente de obras da Queiroz Galvão em Goiás, Henry Hoyer, operador do PP, Leonardo Meirelles, além do doleiro Alberto Youssef - um dos principais delatores das fases iniciais da Operação Lava Jato.

A investigação da PGR também tinha como alvos o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que era líder do PP antes de Arthur Lira e havia assumido o Ministério das Cidades em 2012, e os colegas de bancada Ciro Nogueira (PP-PI) e Eduardo da Fonte (PP-PE).

Aguinaldo Ribeiro foi apontado como líder de uma organização criminosa formada por integrantes do partido. A PGR, contudo, disse não ter encontrado provas suficientes para buscar a condenação dos três deputados.

A existência de uma organização criminosa no Partido Progressista é o tema de uma outra ação penal em tramitação no Supremo Tribunal Federal, que tem Arthur Lira entre os réus. Deputados do partido são acusados de praticar crimes de corrupção em torno de contratos da Petrobras sobretudo na Diretoria de Abastecimento.

Arthur Lira também é réu em um outro processo, por corrupção passiva, em um caso no qual, em 2012, o então assessor parlamentar Jaymerson José Gomes de Amorim, servidor público da Câmara dos Deputados, foi apreendido com R$ 106 mil em espécie quando tentava embarcar no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino a Brasília, utilizando passagens custeadas pelo deputado federal. Ao ser preso, Amorim afirmou que a quantia pertencia ao parlamentar.

Outro lado

A defesa do deputado Arthur Lira afirmou, em nota, que a denúncia não se sustenta. Segundo o advogado Pierpaolo Bottini, o suposto operador dos pagamentos, conhecido como Ceará, desmentiu a versão da acusação.

O advogado também argumentou que a delação de Alberto Youssef já teve "inverdades" reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal em depoimento contra Arthur Lira.

De acordo com Bottini, Lira afastou Youssef da relação com o partido e, por isso, o delator deseja vingança.

"Fundamentar uma denúncia nas palavras desse doleiro (Youssef) é premiar um ato de vingança contra alguém que se postou contra suas práticas", disse o advogado.

Até o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido o posicionamento dos demais citados.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (8) tornar o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do bloco composto por PP, MDB e PTB na Câmara, réu por corrupção passiva, acusado de receber R$ 106 mil de propina em espécie. Os ministros, porém, rejeitaram a parte da denúncia relativa ao crime de lavagem de dinheiro.

Votaram pelo recebimento da denúncia os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber e Marco Aurélio Mello, relator, para quem a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) conseguiu demonstrar haver indício de crime. "A história contida na peça [denúncia] revela materialidade criminosa", disse o ministro. Luís Roberto Barroso e Luiz Fux não estavam presentes.

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O caso remonta a 2012, quando um dos assessores parlamentares do deputado foi flagrado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tentando embarcar para Brasília com a quantia. Após a ocorrência, o próprio Arthur Lira admitiu ter pago as passagens de ida e volta do assessor à capital paulista, mas alegou não saber sobre o dinheiro.

Contudo, segundo a denúncia, apresentada em abril do ano passado pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o deputado orientou o assessor a ocultar o dinheiro nas vestes, junto ao corpo, inclusive dentro das meias, de modo a não ser detectado ao passar pela área de segurança do aeroporto. Ao tentar passar pelo aparelho de raio x, o funcionário foi abordado por agentes aeroportuários e detido pela Polícia Federal.

A denúncia afirma ainda que a propina teria sido paga pelo então presidente Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, com o intuito de angariar apoio político para permanecer no cargo. O MPF apontou que o dinheiro se insere no contexto de outros crimes investigados na Operação Lava Jato e delatado pelo doleiro Alberto Yousseff.

A defesa de Arthur Lira alegou que as investigações não foram capazes de comprovar que o deputado agiu no sentido de “receber” o dinheiro e havia argumentado a inépcia da denúncia, que disse ter sido baseada somente na palavra um delator conhecido por ser inimigo do deputado. "Trata-se de denúncia de ouvi dizer", afirmou o advogado Pierpaolo Cruz Bottini. A Agência Brasil tenta contato com o parlamentar.

 

O senador Cid Gomes (PDT-CE) e o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), trocaram ataques nesta terça-feira, 1, sobre o impasse na definição de critérios para dividir com Estados e municípios os recursos do mega leilão do petróleo. Os senadores ameaçam travar a votação em segundo turno da reforma da Previdência diante da insurgência da Câmara, que tenta garantir para os municípios uma fatia maior no bolo de recursos do megaleilão e destinar o dinheiro por meio de emendas parlamentares.

No Senado, Cid Gomes chamou Lira de "achacador" e disse que os senadores não pode virar refém das decisões da Câmara sobre a destinação do dinheiro.

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"O presidente da Câmara está se transformando numa presa de um grupo de líderes liderado por aquele que, podem escrever o que estou dizendo, é o projeto do futuro Eduardo Cunha brasileiro. Eduardo Cunha original está preso, mas está solto o líder do PP que se chama Arthur Lira, que é um achacador, uma pessoa que no seu dia a dia, a sua prática é toda voltada para a chantagem, para a criação de dificuldades para encontrar propostas de solução", afirmou o senador .

Na sequência, Arthur Lira ocupou a tribuna da Câmara para responder. O líder do PP disse que vai processar o pedetista judicialmente e defendeu a prerrogativa dos deputados para alterar os critérios definidos no Senado, onde Cid Gomes foi relator da proposta da cessão onerosa. A resposta ao senador, disse Lira, vai ser dada judicial e politicamente.

"O senador apequena seu nome e do seu Estado, ocupa a tribuna do Senado levianamente com dor de cotovelo porque a maneira que ele pensou talvez não tenha sido acordada", afirmou Lira. O líder do PP defendeu que os recursos sejam destinados para Estados cobrirem rombo previdenciário, pagar precatórios e reestruturar a máquina estatal. O texto aprovado no Senado carimba os recursos para investimentos e aportes em fundos previdenciários, deixando claro que não podem ser usado para pagamento de pessoal e custeio da máquina.

"O senador se doeu de maneira irresponsável. Vai pagar com processo", declarou Arthur Lira, que chamou Cid Gomes de "desqualificado, mentiroso, vil, vulgar e irresponsável".

Em meio à disputa entre Senado e Câmara por recursos do megaleilão de petróleo do pré-sal, o senador Cid Gomes (PDT-CE) atacou o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), o chamou de "achacador" e disse que o Senado não pode virar refém das decisões da outra casa legislativa sobre a destinação do dinheiro.

Os senadores ameaçam travar a votação em segundo turno da reforma da Previdência diante da insurgência da Câmara, que tenta garantir para os municípios uma fatia maior no bolo de recursos do megaleilão e destinar o dinheiro por meio de emendas parlamentares. O Senado, por sua vez, quer parcelas iguais para Estados e municípios por meio dos fundos de participação, para que a verba ajude no déficit da Previdência.

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Para Cid Gomes, a queda de braço é um retrato do que está "transformando o Senado no subparlamento brasileiro", com papel "pífio" nas decisões nacionais.

"Trabalhei na campanha do deputado Rodrigo Maia (à Presidência da Câmara), mas o que está acontecendo lá é que o presidente está se transformando numa presa de um grupo de líderes liderado por aquele que, podem escrever o que estou dizendo, é o projeto do futuro Eduardo Cunha brasileiro. Eduardo Cunha original está preso, mas está solto o líder do PP que se chama Arthur Lira, que é um achacador, uma pessoa que no seu dia a dia, a sua prática é toda voltada para a chantagem, para a criação de dificuldades para encontrar propostas de solução", afirmou o senador.

Cid Gomes ainda criticou a evolução morosa das pautas do chamado Pacto Federativo, que pretende descentralizar recursos para os governos regionais, e desdenhou do fato de que Lira, eleito pelo Alagoas, não quer beneficiar o governo estadual porque o chefe do Executivo, Renan Filho, é seu rival local.

"Isso não está certo, essa Casa tem que reagir a isso, tem que dar apoio ao presidente Davi Alcolumbre, tem que dar apoio também ao presidente Rodrigo Maia, que tem boa vontade com essas matérias, mas está refém de um grupo de líderes", afirmou.

Após o rompante do senador pedetista, Alcolumbre comunicou que Maia fechou acordo com lideranças na Câmara para votar na semana que vem o projeto que permite a chamada securitização da dívida ativa, que é a venda do direito sobre a cobrança desses débitos. A cessão desse direito é feita com desconto sobre o valor da dívida e funciona como instrumento de ampliar receitas no curto prazo.

O secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, acaba de chegar para reunião na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O encontro conta ainda com a presença do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, que passou a ser o responsável pela articulação política do governo com o Congresso. Também estão na reunião o líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira, e o senador Omar Aziz (PSD-AM).

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Ontem (5), Rodrigo Maia já havia informado que faria uma reunião com lideranças hoje para discutir os próximos passos para a tramitação da Reforma da Previdência.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava jato no Supremo Tribunal Federal (STF), votou hoje (4) pelo recebimento da denúncia por organização criminosa contra quatro parlamentares do PP, um dos principais partidos que compõem o chamado Centrão, na Câmara dos Deputados. São eles os deputados Aguinaldo Ribeiro (PB), Arthur Lira (AL) e Eduardo da Fonte (PE), além do senador Ciro Nogueira (PI), presidente da sigla.

O julgamento foi retomado nesta terça-feira pela Segunda Turma do STF, após diversos adiamentos, o último deles em 21 de maio, quando os advogados fizeram a defesa oral dos acusados, e o Ministério Público Federal (MPF) reiterou as acusações.

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Após o voto do relator, porém, o julgamento foi adiado mais uma vez, devido à ausência de Celso de Mello, um dos cinco ministros da Segunda Turma. Além dele e de Fachin, compõem o colegiado Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. 

Em seu voto, Fachin destacou que, nas 5.848 páginas dos autos do processo, há provas para dar o “suporte necessário e suficiente à tese acusatória nesse momento processual”.

O ministro afastou somente uma parte da denúncia segundo a qual a organização criminosa teria atuação transnacional, devido ao envio de recursos ilícitos ao exterior. Para Fachin, tal alegação não restou suficientemente provada.

Denúncia

A denúncia foi apresentada em setembro de 2017 pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 11 parlamentares, mas o processo acabou desmembrado após diversos deles não terem conseguido se reeleger em 2018 e perderem a prerrogativa de foro no Supremo. Restaram na Corte as partes da acusação relativas aos quatro citados.

Segundo a acusação, os parlamentares do PP obtiveram o poder de indicar cargos na administração pública, dos quais se valeram para desviar recursos de contratos públicos. Um dessas indicações teria sido a do diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Lava Jato.  

Com base na delação premiada de Costa e em outros elementos de prova, como o registro de frequência dos parlamentares na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, a denúncia sustenta que a atual cúpula do PP valeu-se de seu poder político para praticar atos de corrupção e lavagem de dinheiro. No caso da petroleira estatal, as condutas teriam ocorrido entre 2009 e 2015.

 

Defesas

Na primeira parte do julgamento, em 21 de maio, o advogado Pierpaolo Bottini disse que o deputado Arthur Lira não participou do suposto grupo criminoso e não defendeu a permanência do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no cargo. Segundo Bottini, o partido nunca foi dominado pelo mesmo grupo político ao longo do período que consta na denúncia.

O advogado Roberto Podval, representante de Aguinaldo Ribeiro, disse que os atos narrados na denúncia foram arquivados pelo STF ou estão em andamento em inquéritos que correm na Polícia Federal. Dessa forma, mesmo sem obtenção de provas de outros crimes, o parlamentar foi denunciado pela PGR por organização criminosa. Segundo Podval, não se pode "criminalizar a política".

O representante de Eduardo da Fonte, Marcelo Leal, disse que a PGR imputou ao parlamentar fatos relacionados ao período no qual ele não era deputado federal. De acordo com Marcelo Leal, a denúncia é "panfletária" e busca criminalizar a atuação do partido.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse que a denúncia da PGR é "típico abuso de poder", sem provas contra o senador Ciro Nogueira. Segundo a defesa, a procuradoria citou um inquérito que foi arquivado pelo STF para embasar os memoriais do caso.

 

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reiterou pedido de integral recebimento da denúncia contra o deputado Arthur Lira (PP/AL), acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR rebate as alegações da defesa, ressaltando ainda que a denúncia "apresenta elementos de prova suficientes aptos a iniciar a instrução processual". Além disso, sustenta Raquel, muitos argumentos do deputado se referem ao mérito da questão, "que só poderá ser apreciado uma vez recebida a denúncia".

As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria.

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De acordo com a acusação, em fevereiro de 2012, Arthur Lira aceitou propina de R$ 106 mil do então presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), Francisco Colombo.

A denúncia destaca que "a quantia foi recebida, em espécie, no Aeroporto de Congonhas, pelo assessor parlamentar Jaymerson José Gomes que, segundo apontaram as investigações, foi enviado à capital paulista pelo deputado".

Como forma de reparação aos danos materiais e morais coletivos causados, a Procuradoria-Geral requer o ressarcimento de cinco vezes o valor supostamente desviado (R$ 530 mil).

Ao analisar os argumentos da defesa na fase "respostas à acusação", a procuradora-geral rechaçou as teses de suposta violação ao devido processo legal, ocorrência de inépcia da denúncia, falta de justa causa, atipicidade da conduta e de inexistência de danos materiais ou dano moral coletivo a serem ressarcidos.

Raquel destacou haver descrição suficiente da consumação do crime de corrupção passiva, na modalidade "receber" vantagem indevida, com a identificação do corruptor, Francisco Colombo, do corrompido, Arthur Lira, do intermediário e efetivo "recebedor" dos valores, Jaymerson de Amorim; da quantia recebida, bem como do objetivo do pagamento - utilização do cargo de parlamentar e da influência dentro do Ministério das Cidades para garantir apoio político a Colombo.

A defesa afirma que não há elementos que corroborem a participação de Arthur Lira nos atos de "receber" vantagem indevida. A Procuradoria alega que "pluralidade de documentos evidencia justamente o contrário".

"Análise policial demonstra que a propina repassada teria origem em comissionamentos cobrados por Francisco Colombo da Empresa Bom Sinal, contratada pela CBTU."

A procuradora-geral requer a rejeição das teses da defesa e o integral recebimento da denúncia, com a citação de Arthur Lira e o início da instrução processual penal, "até final condenação".

Esquema do PP

A procuradora-geral esclarece que o crime que teria sido cometido pelo parlamentar está inserido no contexto da Operação Lava Jato, mais precisamente no esquema criminoso revelado pelo doleiro Alberto Youssef, operador financeiro pelo Partido Progressista.

Em outra denúncia da PGR, em 2017, Youssef, que virou delator da Lava Jato, revelou que "o deputado Arthur Lira, juntamente como seu pai, Benedito de Lira, exerciam influência nas sucessivas gestões da CBTU, inclusive na de Colombo".

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ofereceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia contra o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) por peculato e lavagem de dinheiro. O inquérito, de relatoria da ministra Rosa Weber, é sigiloso. De acordo com a denúncia, entre 2001 e 2007 o líder do partido na Câmara dos Deputados movimentou em sua conta mais de R$ 9,5 milhões. Dois de seus intermediários movimentaram aproximadamente R$ 12,4 milhões em 2004 e 2005. Trata-se da segunda denúncia contra o parlamentar em pouco mais de um mês.

Lira teria participado de um esquema de desvio de recursos públicos enquanto ocupava cargo de direção na mesa diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas, entre 2003 e 2006, época em que era deputado estadual. O dinheiro teria sido desviado por meio da apropriação de cheques emitidos em nome de servidores comissionados laranjas e da realização de falsos empréstimos bancários quitados com as verbas de gabinete. As atividades criminosas fazem parte dos fatos descobertos a partir da Operação Taturana, deflagrada em 2007.

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Para a chefe do Ministério Público Federal (MPF), as investigações confirmam a participação de Lira no esquema por meio da realização de diligências que possibilitaram a coleta de provas. Documentos apreendidos nas casas de deputados demonstraram a utilização de cheques da Assembleia como garantia de pagamento das parcelas dos empréstimos.

"O denunciado era capaz à época dos fatos, tinha consciência da ilicitude e dele se exigia conduta diversa, com muito mais rigor, inclusive, diante da natureza e relevância do cargo público ocupado", diz Raquel no documento.

A procuradora-geral pede que, caso condenado, Lira tenha sua pena aumentada por ter cometido seis vezes o crime de peculato e seis vezes o crime de lavagem de dinheiro. Raquel também pede que seja decretada a perda da função pública e requer a devolução do dinheiro desviado com correção monetária e juros, além de indenização por danos morais no dobro dos valores obtidos ilicitamente.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Arthur Lira, mas não obteve retorno.

Denúncias

No início de abril, a PGR apresentou ao Supremo denúncia contra Lira por lavagem de dinheiro e corrupção.

Naquele inquérito, Raquel requer a decretação da perda do mandato do parlamentar.

De acordo com a denúncia, em 10 de fevereiro de 2012 Lira aceitou propina de R$ 106 mil do então presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, e enviou, para recebimento da quantia no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o seu assessor parlamentar Jaymerson José Gomes. A quantia foi entregue em dinheiro vivo, afirma a denúncia.

A procuradora-geral esclarece que o crime cometido pelo parlamentar está inserido no contexto da Operação Lava Jato, mais precisamente no esquema criminoso revelado pelo doleiro Alberto Youssef, operador financeiro pelo PP.

Em outra denúncia apresentada pela PGR, em setembro do ano passado, o delator Youssef revelou que Lira, juntamente com seu pai, Benedito de Lira, "exercia influência nas sucessivas gestões da CBTU, inclusive na de Colombo".

O deputado Arthur Lira (AL) foi escolhido nesta terça-feira, 14, novo líder do PP na Câmara para o ano legislativo de 2017. Segundo a assessoria da liderança do partido, o parlamentar alagoano, que é investigado pela Operação Lava Jato, foi eleito por "aclamação". O partido tem a quarta maior bancada da Casa, com 46 parlamentares.

Arthur Lira recebeu a liderança do deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), que faz parte do mesmo grupo do deputado alagoano dentro do PP e é um dos nomes cotados para assumir a liderança do governo na Câmara no lugar de André Moura (PSC-SE). No ano passado, o parlamentar alagoano presidiu a Comissão Mista de Orçamento (CMO).

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Em setembro de 2015, Lira e o pai dele, o senador Benedito de Lira (PP-AL), foram denunciados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no âmbito da Lava Jato. Janot pediu a condenação dos dois pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ambos negam irregularidades. O STF, porém, ainda não decidiu se aceita ou não as denúncias.

O deputado Arthur Lira (PP-AL) rebateu nesta segunda-feira, 6, críticas de que seu parecer à consulta feita à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre o trâmite de votações de processos disciplinares na Câmara foi feito com objetivo de favorecer o presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Quem cassa ou absolve alguém é voto, não é parecer", afirmou o parlamentar, que é aliado de Cunha. Lira lembrou que seu parecer só terá validade se for aprovado pela CCJ e que, mesmo se for acatado pelo presidente da Casa, 171 deputados (1/3 dos integrantes da Câmara) poderão pedir que ele seja votado em plenário.

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Na véspera da votação do parecer pedindo a cassação de Cunha no Conselho de Ética da Câmara, Lira apresentou nesta segunda-feira parecer em que recomenda que o plenário da Câmara deverá deliberar sobre um projeto de Resolução com a decisão final do Conselho de Ética, e não o parecer do relator do caso.

Decidiu também que cabem emendas a esse projeto e que elas não podem ser prejudiciais ao representado. Além disso, recomendou ainda que o projeto de Resolução deverá ser "simplesmente arquivado", com a consequente absolvição do parlamentar processado, caso a projeto seja rejeitado pelo plenário.

O parecer do aliado de Cunha está na pauta da sessão desta terça-feira, 7, da CCJ. Lira prevê, no entanto, que dificilmente" ele será votado nesta semana. Ele lembrou que opositores de Cunha poderão recorrer a mecanismos regimentais para adiar a votação do parecer.

Além disso, poderão pedir vistas do parecer por duas sessões, adiando a votação. O deputado do PP sustenta que suas respostas estão baseadas no Regimento Interno, principalmente a obrigatoriedade de que a decisão do Conselho de Ética deve ser votada por meio de um projeto de Resolução e que cabem emendas.

Segundo ele, as últimas duas respostas podem até ser passíveis de mudanças. Ele se refere às respostas em que recomenda que as emendas não podem ser prejudiciais ao representado e que o processo será absolvido, caso projeto de Resolução seja rejeitado. O entendimento em vigor até então era que, caso um parecer fosse derrotado pelo plenário, o que seria colocado em votação na sequência seria a representação original dos partidos.

Opositores a Cunha sustentam que o entendimento em vigor até então eram amparado em resposta do ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) a questionamento feito pelo deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) durante a votação do processo disciplinar contra o ex-deputado Carlos Lereia (PSDB-MG).

Para Lira, a decisão de Henrique Eduardo Alves não gerou um precedente, porque Chico Alencar fez apenas um questionamento e não uma questão de ordem oficial. "O que houve foi apenas uma verbalização do presidente da Câmara na época de que seria votado a representação original, caso o parecer fosse derrotado", diz.

Em parecer de resposta à consulta à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre o rito de votação de processo disciplinar contra parlamentares, o deputado Arthur Lira (PP) fez uma série de recomendações que podem favorecer o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-AL), no julgamento do processo por quebra de decoro parlamentar do qual é alvo no Conselho de Ética da Casa. Lira é aliado do peemedebista.

A consulta que pode livrar Cunha da cassação se baseava em quatro perguntas: se deve ser votado no plenário da Câmara um projeto de Resolução ou o parecer do relator no Conselho de Ética; se é possível fazer emendas em plenário; se essas emendas podem prejudicar o representado; e se, no caso de rejeição pelo plenário do projeto de Resolução, é preciso deliberar sobre a proposta original da representação ou se ela é considerada prejudicada.

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Em resposta às perguntas, Lira recomendou que o plenário deve deliberar sobre um projeto de Resolução formalizado pelo Conselho de Ética e não sobre o parecer do relator. Decidiu também que cabem emendas esse projeto e que elas não podem ser prejudiciais ao representado. Além disso, recomendou que o projeto de Resolução seja "simplesmente arquivado", com a consequente absolvição do parlamentar processado, caso a proposta seja rejeitada pelo plenário.

Com as respostas, Cunha poderá ser favorecido, porque o projeto de Resolução estará sujeito a receber emendas, ou seja, poderá sofrer alteração no plenário em relação ao que for decidido pelo Conselho, diferentemente do parecer do relator, que não tem possibilidade de mudanças. A recomendação de arquivar o projeto de Resolução, caso seja rejeitado, também favorece o peemedebista. Isso porque, se o parecer fosse rejeitado, a representação original (que no caso de Cunha pede a cassação) seria votada.

A consulta original relatada por Lira é de autoria do deputado Wellington Roberto (PR-PB), membro da chamada "tropa de choque" de Eduardo Cunha. Ela foi encaminhada na semana passada à CCJ pelo presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), também aliado do peemedebista. O parecer de Arthur Lira deve ser votado na sessão desta terça-feira, 7, da CCJ, mas ainda precisará ser votado pelo plenário da Câmara, para que as recomendações sejam válidas.

Cunha é alvo de processo no Conselho de Ética, sob acusação de mentir à CPI da Petrobras na Câmara, em 2015, quando disse que não possuía contas secretas no exterior. A afirmação, porém, é rebatida por investigações da Operação Lava Jato, que apontam que ele possui contas não declaradas fora do País e que foram abastecidas com recursos desviados da Petrobras. O parecer do relator, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), pedindo a cassação de Cunha será votado amanhã no Conselho de Ética.

O deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou, por meio do seu advogado, que não recebeu doação do ex- presidente da UTC Ricardo Pessoa. Segundo ele, essa acusação "não tem o menor fundamento". "O pai dele (senador Benedito de Lira - PP-AL) recebeu uma doação oficial da Constran (braço da empreiteira) na campanha de 2010, no valor de R$ 400 mil. Mas ela foi oficial e registrada. Não há nenhum valor fora disso", afirmou a defesa do deputado.

A denúncia consta da edição deste final de semana da revista Veja, antecipada nesta sexta-feira, 26, no site Veja.com. A revista traz em sua matéria de capa trechos da delação premiada do ex- presidente da UTC em que ele diz que utilizou dinheiro do "petrolão" para abastecer algumas campanhas, citando entre elas a de Arthur Lira.

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O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou na manhã desta quinta-feira, 26, que vai colocar, a partir da semana que vem, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da redução da maioridade penal como pauta única do colegiado nas sessões extraordinárias.

A decisão de Lira - que na prática aumenta a pressão para que o projeto seja votado - foi tomada após mais uma reunião da CCJ que terminou sem que o texto fosse analisado por causa de táticas de obstrução utilizadas por partidos contrários à redução da maioridade, como o PT, PSOL e PCdoB.

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Os deputados da CCJ discutem um projeto que visa a reduzir a maioridade penal para 16 anos. A redução da maioridade também consta da pauta das sessões ordinárias da CCJ. "Esse tema está atrapalhando o andamento da comissão", justificou Lira, que argumentou que ele poderá ser mais bem discutido no âmbito de uma comissão especial. "Vamos fazer todo o possível para vencer a obstrução de protelação. Todas as outras matérias (da CCJ) ficam prejudicadas", concluiu.

A CCJ apenas analisa a admissibilidade de um projeto. Depois de ser aprovado na comissão, ele precisa ainda ser analisado por uma comissão especial e, depois, segue para o Plenário.

A reunião de hoje foi acompanhada por um grupo de ativistas contrários à redução da maioridade. Quando a sessão há havia terminado, houve bate-boca com deputados favoráveis à matéria, como Jair Bolsonaro (PP-RJ), chamado por pessoas do grupo de "bandido e de fascista".

Para Jardel Santana, da Pastoral da Juventude, a PEC viola uma cláusula pétrea da Constituição. "Ela (a PEC) reforça uma cultura como se apenas prender resolvesse alguma coisa. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) já prevê punições. O caminho é garantir que o ECA e o Sistema Nacional Socioeducativo sejam efetivamente cumpridos", disse.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu abrir um processo criminal contra o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) para apurar indícios de que ele teria agredido a ex-mulher com tapas e chutes meses após a separação do casal.

Por 6 votos a 3, os ministros do STF concluíram que existem indícios suficientes para a instauração de uma ação penal. Entre esses indícios estão um primeiro depoimento da vítima e de uma testemunha relatando as agressões e um laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatando hematomas no corpo da mulher.

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Relator do inquérito no Supremo, o ministro Luiz Fux votou contra a abertura do processo. Ele disse que os elementos existentes no inquérito não corroboram depoimentos segundo os quais a ex-mulher teria sido agredida.

O ministro também destacou que, apesar de a suposta vítima ter dito inicialmente que as agressões demoraram cerca de 40 minutos, o exame do IML encontrou apenas lesões leves, como hematomas nos braços e nas pernas. "Não conheço murro de mão fechada que não deixa marca, principalmente se é seguido de agressão de 40 minutos", afirmou Fux.

Apenas os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes acompanharam o voto de Fux. Os outros seis ministros presentes ao plenário atenderam ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que a denúncia contra o deputado fosse recebida e o processo fosse aberto. Com isso, o parlamentar passou à condição de réu. Em sua sustentação oral, Janot destacou um depoimento segundo o qual a suposta vítima teria inclusive sido arrastada pelos cabelos.

Em seu voto, o ministro Marco Aurélio Mello relembrou trechos da acusação e citou estatísticas alarmantes sobre agressões sofridas por mulheres no País. Segundo ele, 1 em cada 5 mulheres já sofreu algum tipo de agressão. "Como o Supremo Tribunal Federal, nesta quadra, pode dizer que não há base, em termos de materialidade, em termos de indício de autoria, para receber-se essa denúncia?", questionou Marco Aurélio. "Receio muito as consequências dessa ótica prevalecer."

Após ouvir os votos de colegas, o ministro Luis Roberto Barroso, que havia se posicionado contra a abertura do processo, pediu para modificar sua posição. A defesa do deputado sustentou que ele não agrediu a ex-mulher. Segundo a defesa, a suposta vítima afirmou ter sido agredida durante cerca de 40 minutos, mas apenas teriam sido identificados quatro hematomas nos braços e nas pernas. Além disso, a suposta vítima e a testemunha, empregada doméstica da família, teriam voltado atrás em seus depoimentos.

O grupo do novo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PB), conseguiu manter sua hegemonia no PP e elegeu nesta segunda-feira o deputado Arthur Lira, de Alagoas, para a liderança do partido na Câmara. Com uma bancada de 38 deputados, o PP da Câmara está dividido: parte é aliada ao ex-ministro Mário Negromonte (BA), que foi "fritado" pelos seus próprios colegas de legenda. A maioria dos deputados é, no entanto, vinculada ao ex-líder e novo ministro Aguinaldo Ribeiro.

Apesar da divisão interna do partido, Artur Lira assumiu ontem o cargo com o discurso de que o "processo da renovação da liderança foi construído em cima da harmonia, do consenso partidário". Afirmou ainda que vai se empenhar e trabalhar todos os dias para manter o PP unido.

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Na semana passada, depois de tomar conhecimento de sua substituição por Aguinaldo Ribeiro, o ex-ministro Negromonte afirmou que foi alvo de "fogo amigo". Magoado, Negromonte atribuiu sua queda ao próprio partido. Em sua visão, a saída do ministério das Cidades aconteceu por problemas políticos e não de gestão.

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