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O governo de São Paulo informou na noite desta quinta-feira (3) que ainda não recebeu nenhuma das doses da vacina Pfizer destinadas ao Estado que chegaram nesta quarta-feira (2) ao Brasil. A Secretaria Estadual da Saúde afirma que "como o Ministério da Saúde está de folga no feriado, o governo paulista sequer recebeu uma explicação para o atraso".

O governador João Doria (PSDB) usou seu perfil pessoal no Twitter para criticar o atraso e falta de comprometimento do governo. Segundo ele, o atraso aponta "descaso com a vida dos brasileiros".

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Ao longo desta semana, o Ministério da Saúde recebeu três carregamentos com doses da vacina contra Covid-19 da Pfizer. Dois aviões carregados, cada um com 936 mil doses, chegaram ao aeroporto de Viracopos em Campinas/SP entre terça e quarta-feira. Outro, com 527 mil doses, desembarcou na noite de hoje. No total são 2,3 milhões novas doses da vacina da fabricante estão à disposição do Governo Federal.

O atraso ocorre um dia após o governador anunciar que irá vacinar, pelo menos com a primeira dose, todas as pessoas acima de 18 anos, que moram em São Paulo, até o fim de outubro. Mais otimista, o novo cronograma antecipa em dois meses a imunização da população em geral no Estado. O governo estadual avisou que o atraso no recebimento das doses do imunizante pode prejudicar o novo calendário.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas não obteve retorno até a última atualização.

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O Ministério da Saúde fará um novo pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de autorização para importar a vacina indiana Covaxin. Segundo apurou o Estadão/Broadcast (serviço online do Grupo Estado), a expectativa da pasta é que, desta vez, a autorização emergencial seja concedida pelo órgão, o que permitirá trazer ao Brasil os 20 milhões de doses já compradas do imunizante ainda neste mês.

No dia 31 de março, a Anvisa rejeitou pedido semelhante da Saúde para autorização "excepcional e temporária" para importação e distribuição da vacina Covaxin, imunizante produzido pelo laboratório Bharat Biotech, da Índia. Na época da recusa, a agência afirmou que os dados apresentados sobre a vacina não comprovaram a "qualidade e eficácia" do imunizante. No dia anterior, a agência já havia indeferido o pedido de certificação das fábricas do laboratório Bharat Biotech. Os diretores reforçaram que a equipe da Anvisa enviada ao país da farmacêutica identificou inconformidades no processo de fabricação e que, pelos dados apresentados, aceitar a Covaxin naquele momento seria um risco.

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Segundo o Broadcast apurou, a avaliação no governo brasileiro é de que o quadro mudou em relação à vacina e que os problemas apontados pela Anvisa foram superados e o imunizante já poderá ser aprovado. O argumento é reforçado pelo fato de que no dia 13 de maio a própria Anvisa autorizou os estudos da Fase 3 - a última antes da autorização para uso - com 4,5 mil pessoas no Brasil, que estão sendo conduzidos pelo Hospital Albert Einstein, de São Paulo.

Se a aprovação da Anvisa sair em até uma semana, o laboratório indiano indicou que poderá mandar os 20 milhões de doses contratadas até o fim de maio, em duas cargas de 10 milhões de unidades cada.

Eficácia

De acordo com o laboratório, estudos mostraram que a eficácia em geral da vacina indiana foi de 78%, segundo dados preliminares, com 100% de eficácia para evitar casos graves do novo coronavírus.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê entregar nesta sexta-feira, 21, ao Ministério da Saúde cerca de 5,3 milhões de doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Mas, a partir desta quinta-feira, 20, e pelo menos até a próxima segunda-feira, 24, a produção do imunizante será interrompida por falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). A chegada desse componente, vindo da China, está prevista para sábado, 22. Se a data for cumprida, a produção da vacina deve ser retomada na terça-feira, 25.

Por enquanto, não há previsão de que essa interrupção na produção tenha impacto no cronograma de entregas futuras. As entregas são feitas toda sexta-feira, conforme pactuado com o Ministério da Saúde, seguindo a logística de distribuição definida pela pasta. "Caso haja impacto, isso será avaliado e comunicado mais à frente", afirma nota da Fiocruz.

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Com as doses a serem entregues nesta sexta-feira, o total de imunizantes distribuídos pela Fiocruz chegará a 40,2 milhões, sendo 36,2 milhões produzidas no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e 4 milhões importadas prontas da Índia. Ao todo, a Fiocruz já produziu em torno de 50 milhões de doses do imunizante. As demais doses produzidas se encontram em diferentes etapas do processo de controle de qualidade.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou que devem chegar, na próxima terça-feira (25), 3 mil litros de insumos vindos da China para a produção da vacina da Covid-19. Diante da redução da quantidade de insumos - inicialmente de 10 mil litros para 4 mil litros no início da semana e agora 3 mil litros - Covas afirma que o cronograma de entrega de doses de imunização para maio não será mantido.

A previsão de entrega das vacinas da Coronavac era de 12 milhões de doses para maio e 6 milhões para junho. No entanto, para totalizar a quantidade acordada, seria necessária a entrega dos 10 mil litros pela Sinovac. Segundo Covas, com o novo calendário, a expectativa de doses fica em aberto.

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Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 18, o diretor do Butantan ainda informou que, na madrugada de ontem para hoje, houve uma reunião entre o embaixador do Brasil em Pequim, Paulo Mesquita, e a Sinovac.

Covas classificou que as informações da reunião foram positivas. "Esperamos que isso surta efeito a partir de agora junto ao governo chinês para que haja essa flexibilização para a liberação de mais doses", pontuou o diretor. "Já aguardamos notícia do próximo embarque".

Em meio à falta de vacinas contra a Covid-19, o número de brasileiros que estão com a segunda dose do imunizante atrasada triplicou em um mês e já chega a 5 milhões, segundo levantamento feito pelo Estadão na base de dados de vacinados do Ministério da Saúde, disponível no site Open Datasus.

No dia 13 de abril, o órgão federal informou que cerca de 1,5 milhão de pessoas não haviam retornado no prazo para tomar a dose de reforço. Os dados levantados incluem qualquer caso de segunda dose fora do prazo: tanto pessoas prejudicadas pela falta do imunizante, que passou a ocorrer, quanto aquelas que não retornaram por razões pessoais (esquecimento, desistência etc).

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São 4.519.973 pessoas com a segunda dose da Coronavac atrasada e outras 532.737 com o imunizante da AstraZeneca/Oxford fora do prazo. A primeira tem intervalo máximo recomendado de 28 dias entre as duas doses. No caso da segunda, o período recomendado é de 12 semanas, mas a maioria das unidades de saúde tem agendado a segunda aplicação para depois de 90 dias - prazo considerado na análise.

O levantamento do Estadão inclui dados preenchidos até 14 de maio, mas considerou para o cálculo de doses atrasadas apenas aqueles registros de pessoas que deveriam ter recebido a injeção até o dia 8. Isso porque o tempo médio entre a aplicação e a notificação no sistema l é de seis dias. A reportagem excluiu ainda os registros em que um mesmo paciente aparece com três doses ou mais, o que pode caracterizar falha no preenchimento ou fraude.

A análise mostra um número expressivo de pessoas com a segunda dose atrasada há semanas. Entre os 4,5 milhões com a Coronavac atrasada, 1,7 milhão já espera a segunda aplicação há mais de 20 dias além do prazo máximo previsto em bula. Destes, há 379,2 mil pessoas que estão com a dose de reforço atrasada há mais de dois meses.

Embora o Ministério da Saúde e especialistas afirmem que um atraso de poucos dias entre as doses não deva comprometer a eficácia do imunizante, não há estudos ainda que confirmem qual seria o atraso máximo tolerável. A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, diz que, além do risco de queda na eficácia e de "perda" de uma dose no caso de necessidade de reiniciar a vacinação, o atraso da segunda dose também preocupa porque deixa a população que já tem direito ao imunizante desprotegida por mais tempo. "A vacina só vai atingir a eficácia desejada após a segunda dose. Enquanto isso, a pessoa fica por mais tempo suscetível à infecção", diz.

A especialista diz que isso é especialmente preocupante no caso da Coronavac, que tem uma eficácia menor com apenas uma dose. Os estudos clínicos demonstraram que a taxa de proteção 28 dias após a primeira aplicação é menor que 50%, mas chega a 62,3% duas semanas após a aplicação da segunda dose, se o intervalo entre as duas injeções for de 21 a 28 dias. Já a vacina de Oxford/AstraZeneca confere proteção de 76% depois de 22 dias da primeira dose. O nível de anticorpos, no entanto, começa a cair após 90 dias, por isso o reforço.

Orientação federal

O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, afirma que o principal motivo do alto número de segundas doses em atraso é a falta de imunizantes. "Em março veio uma orientação do Ministério da Saúde para que as prefeituras usassem todas as doses enviadas. Isso prejudicou muito", diz ele.

De fato, o ministério orientou, na ocasião, os gestores municipais a acelerar a campanha, sem considerar que o cronograma de entrega da Coronavac poderia sofrer atrasos. Na segunda quinzena de abril, foi justamente o que aconteceu. Prejudicado pela demora no envio do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da China, o Instituto Butantan, produtor da Coronavac no Brasil, não entregou cerca de 4 milhões de doses. A entrega só foi feita na primeira quinzena de maio, mas, segundo a CNM, não foi suficiente para atender todos que esperavam.

Pesquisa feita pela confederação com dados de 2.972 municípios e divulgada na quinta-feira mostra que ao menos 1.140 cidades relataram ainda sofrer falta de vacina para a aplicação da segunda dose. A maioria (1.140) relata escassez da Coronavac, mas há também 90 prefeituras que responderam estar desabastecidas do imunizante de Oxford/AstraZeneca. Aroldi diz ainda que a falta de uma campanha de comunicação liderada pelo ministério tem dificultado a orientação da população sobre as datas e a importância da segunda dose. "Cada cidade está fazendo de um jeito. Algumas agendam, outras só informam a data em um cartãozinho."

Ele cita até casos de pessoas que não voltam à unidade de saúde para a segunda dose com medo de efeitos colaterais, principalmente depois de relatos de que o imunizante da Oxford/AstraZeneca pode causar coágulos. O evento adverso, no entanto, é raríssimo e não levou à contraindicação do produto. O uso da vacina só está suspenso para gestantes e puérperas.

Exemplos

Pelo País, multiplicam-se os relatos de pessoas, sobretudo idosos, com a segunda dose atrasada. A servidora pública Lilian Rigo, de 42 anos, conta que a mãe, de 67, espera desde o dia 6 de maio pela segunda dose na cidade de Dores do Rio Preto, no interior do Espírito Santo. "Minha tia morreu há 15 dias de covid e fico com medo pela minha mãe. Fico muito ansiosa de saber que ela poderia já estar protegida e não está por uma desorganização do governo", diz.

A universitária Letícia Emanuelly, de 19 anos, conta que o avô, de 66 anos, esperou ainda mais tempo. Morador do interior do Rio Grande do Sul, ele deveria ter recebido a segunda dose da Coronavac no dia 28 de abril, mas não encontrou a dose nos postos da sua cidade. O idoso foi finalmente vacinado nesta segunda-feira, 19 dias depois do prazo previsto. Ele trabalha como vendedor autônomo e tem enfrentado dificuldades para pagar as contas depois de tanto tempo de isolamento.

Governo

O Ministério da Saúde orienta os que estão com a dose atrasada a tomarem o imunizante assim que ele estiver disponível, mesmo que em atraso. Questionado sobre o aumento de pessoas com esquema vacinal incompleto, o ministério afirmou apenas que a orientação é que Estados e municípios "sigam à risca o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19", incluindo os informes técnicos que acompanham cada lote e definem públicos imunizáveis.

O órgão disse ainda que enviou aos Estados, na semana retrasada, 4,8 milhões de doses de vacinas para atender exclusivamente à segunda etapa de vacinação. Na semana passada, disse o ministério, foram enviadas mais 3,6 milhões de doses para completar o ciclo vacinal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, disse que o governo estuda como recompor o orçamento para a produção da vacina brasileira. Como mostrou o Estadão, ao sancionar o orçamento, o presidente Jair Bolsonaro vetou R$ 200 milhões que seriam usados no desenvolvimento da vacina Contra covid-19 "100% brasileira" anunciada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

"O corte à produção não estava explícito no veto. Estão em estudos procedimentos para recompor dotações. A produção de vacina brasileira é um assunto prioritário, temos alternativas", afirmou.

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Durante participação na comissão temporária da Covid-19, Rodrigues disse que a vacinação é prioritária e ajuda na recuperação econômica.

Desagravo

De saída do cargo após embates com o Legislativo e dentro do governo por conta da lei orçamentária de 2021, Rodrigues aproveitou seu último compromisso público no posto para fazer um desagravo.

Ameaçado desde setembro - quando o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que daria "cartão vermelho" ao secretário por conta de estudos para criação de um programa de renda básica que tiraria recursos de aposentadorias -, o secretário negou que tenha sido demitido.

"Fui surpreendido por um vazamento mal endereçado de que o ministro Paulo Guedes teria demitido o secretário Waldery Rodrigues. Não foi uma demissão, não existe isso", afirmou. "Conversei com o ministro em dezembro que haveria possibilidade de sair, foi um pedido pessoal meu".

Rodrigues, que será substituído pelo atual secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, deu a entender que ainda não aceitou o convite de Guedes para permanecer na pasta como assessor especial do ministro. "Estou conversando com o ministro, tenho minha questão pessoal revelada em dezembro. O jogo continua, a equipe [da Economia] é forte e bem formatada", completou.

Na audiência, Rodrigues defendeu a continuidade da agenda de reformas e disse, sem dar mais detalhes, que o governo tem "no prelo" três medidas provisórias com ações para o fortalecimento do mercado de capitais.

Rodrigues ressaltou ainda a necessidade de manter a austeridade fiscal para garantir a execução de políticas sociais. "Precisamos cuidar das contas públicas para que políticas sociais sejam bem suportadas", afirmou.

De acordo com dados divulgados pelo secretário, o impacto primário de medidas relativas à pandemia somam R$ 16,6 bilhões até o dia 01 de maio. A previsão é que esse impacto chegue a R$ 86,5 bilhões neste ano.

Após atraso na entrega do novo lote da Coronavac prejudicar a aplicação da 2ª dose da vacina em diferentes cidades brasileiras, o Ministério da Saúde anunciou, nessa quarta-feira (28), que 104,8 mil doses do imunizante do Instituto Butantan serão distribuídas a partir de quinta-feira (29).

A Coronavac deve ser administrada com o intervalo de até 28 dias entre as duas doses, mas idosos de ao menos oito Estados já ultrapassaram esse prazo sem que a segunda dose fosse ofertada. De acordo com o Ministério da Saúde, as doses são destinadas para a vacinação justamente de idosos entre 60 e 64 anos, forças de segurança e salvamento e Forças Armadas que atuam na linha de frente da pandemia. Ainda, estão sendo enviadas vacinas adicionais para imunização de trabalhadores da saúde de Santa Catarina.

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Além do imunizante do Butantan, o governo federal informou que também serão distribuídos 5,1 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Todos os estados e o Distrito Federal vão receber as novas remessas em uma divisão proporcional.

Na nota, o Ministério da Saúde reforça a importância para todos tomarem a segunda dose da vacina, "mesmo que a aplicação ocorra fora do prazo recomendado pelo laboratório, para assegurar a proteção adequada contra a doença".

Com o novo lote, o governo informou que já foram destinadas a todas as Unidades Federativas mais de 62,6 milhões de doses de imunizantes, com um alcance de aproximadamente 37,5 milhões de brasileiros.

De acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto a secretarias de 26 Estados e Distrito Federal nesta quarta-feira, 28, o número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a Covid-19 no Brasil chegou a 30.740.811, o equivalente a 14,52% da população total. Nas últimas 24 horas, 481.336 pessoas receberam a vacina.

Entre os mais de 30 milhões de vacinados, 14.621.694 receberam a segunda dose, o que representa 6,90% da população com a vacinação completa contra o novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, 631.911 pessoas receberam essa dose de reforço. Somando as vacinas de primeira e segunda dose aplicadas, o Brasil aplicou 1.113.247 imunizantes nesta quarta-feira.

O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), classificou como "absurdo" o corte de recursos a serem usados no desenvolvimento da vacina contra covid-19 "100% brasileira" anunciada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no mês passado. Ao sancionar o Orçamento 2021, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) vetou R$ 200 milhões ao projeto.

Baleia é de Ribeirão Preto, seu principal colégio eleitoral, onde a vacina seria desenvolvida. Em março, o Palácio do Planalto fez questão de divulgar que a vacina brasileira apoiada pelo governo federal, desenvolvida por cientistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), estava avançando. O anúncio foi feito horas depois de o governo de São Paulo informar que pediria aval para iniciar testes clínicos da Butanvac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo paulista.

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"ABSURDO. Não há outra palavra para esse erro do atual governo. Vamos fazer todo esforço possível para derrubar esse veto", escreveu Baleia no Twitter neste domingo, 25, ao comentar reportagem do Broadcast/Estadão sobre o veto.

O ministro Marcos Pontes, responsável pelo projeto, por sua vez, chamou o corte na Pasta de "estrago" e disse não ser possível "ligar e desligar" pesquisas, em live nas redes sociais realizada no sábado, 24. "Ontem (sexta-feira, 23) foi um dia muito movimentado em Brasília, com divulgação do orçamento 2021 com grande atraso, já estamos em abril. Estamos tanto trabalhando pro orçamento do ano que vem, quanto vendo o que vamos fazer com o orçamento deste ano, com o estrago, vamos chamar assim. Realmente foi muito comprimido esse orçamento", afirmou o ministro.

A aceleração da vacinação tem sido colocada pela própria equipe econômica como uma condição necessária para a retomada da atividade econômica. Recentemente, o governo diversificou os contratos com laboratórios privados para ampliar a aquisição de vacinas.

Queda

Mesmo assim, ontem, o Ministério da Saúde atualizou o cronograma de previsão de entrega de vacinas para o Brasil, com 22,55% menos doses a serem recebidas neste 1º semestre em comparação com o estimado anteriormente pela gestão Eduardo Pazuello. Se considerar só a revisão do calendário para maio, a queda é de 31%.

Dados da russa Sputnik V e da indiana Covaxin, imunizantes ainda sem aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ficaram de fora dessa nova versão, por não terem a autorização de uso no País. Anteriormente, o governo previa 10 milhões de doses do imunizante russo e 20 milhões do indiano, com lotes chegando ao Brasil a partir de março até junho.

Apesar da pandemia e da corrida pela vacina, o Ministério da Saúde também sofreu cortes. Foram vetados R$ 2,2 bilhões repartidos em diversos programas, que incluem a adequação de sistemas tecnológicos, ações de pesquisa e desenvolvimento, manutenção de serviços laboratoriais, assistência farmacêutica e até construções de sedes regionais da Fiocruz.

No sábado, 24, em coletiva, ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ter a garantia do chefe da Economia, Paulo Guedes, de que não vai faltar recursos para a área responsável pelo combate à pandemia da covid-19 no País. "Sempre temos um bom diálogo com Guedes, que me assegurou que não faltaria recurso para a saúde", disse o ministro, em entrevista coletiva.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou a nova vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan de "mandrake". A entidade, que é ligada ao governo de São Paulo e já desenvolveu a Coronavac em parceria com o laboratório chinês Sinovac, trabalha agora para criar um imunizante brasileiro, a Butanvac.

Bolsonaro atacou o instituto ao convidar o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, para falar sobre uma vacina totalmente produzida no País por pesquisadores de Ribeirão Preto. "Essa é 100% brasileira, não é? Essa não é aquela 'mandrake' de São Paulo não, né? Essa é 100% brasileira. Como ela está? Qual o nome dela?", provocou o presidente, nesta quinta-feira (22), durante transmissão ao vivo para as redes sociais.

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Os estudos estão sendo feitos na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, em parceria com as empresas Farmacore Biotecnologia e PDS Biotechnology Corporation. Segundo Marcos Pontes, a previsão é disponibilizar a nova vacina até o fim do ano.

O anúncio da solicitação de testes de fases 1 e 2 desse imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi feito em março. Na ocasião, Pontes divulgou a iniciativa horas depois de o Butantan anunciar que estuda uma vacina totalmente nacional, a Butanvac.

O instituto também é responsável pelo desenvolvimento da Coronavac, em parceria com a fabricante Sinovac, da China. Essa vacina é o principal imunizante à disposição dos brasileiros, hoje, representando mais de 80% das doses já aplicadas, segundo dados do próprio governo.

A tecnologia da Butanvac, apresentada pelo Instituto Butantan como sendo 100% nacional, foi desenvolvida no ano passado por pesquisadores do Instituto Mount Sinai, de Nova York. Em nota posterior, o Butantan reconheceu que "firmou parceria e tem a licença de uso e exploração de parte da tecnologia, que foi desenvolvida pela Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai de Nova Iorque, para obter o vírus".

Presidente volta a criticar lockdown

Na transmissão desta quinta-feira, o presidente voltou a criticar medidas duras de isolamento social, recomendada por autoridades sanitárias para conter a disseminação do novo coronavírus. "Passou um ano e continuam fazendo lockdown como se fosse remédio para acabar com o vírus. Na verdade, está empobrecendo cada vez mais nossa população", disse.

Ao falar sobre Covid-19, o presidente defendeu, mais uma vez, o uso de medicamento sem eficácia comprovada contra a doença. "Por que não se pode falar em remédio, meu Deus do céu? Ano passado eu falei em remédio e fui massacrado. Eu tomei um negócio no ano passado (hidroxicloroquina). Se eu tiver problema de novo, vou tomar. Não faz mal", afirmou.

O Ministério da Saúde negocia a compra de mais 100 milhões de doses da vacina da Pfizer para imunizar a população contra a Covid-19. O governo já adquiriu o mesmo volume para a campanha contra o novo coronavírus. O primeiro lote, de 1 milhão de doses, deve chegar ao Brasil neste mês.

A nova negociação foi divulgada pela CNN Brasil. O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), confirmou a conversa com o laboratório em suas redes sociais. "A negociação começou há cerca de 20 dias e a pasta busca dar celeridade ao processo", escreveu. A ideia é que as doses deste novo lote cheguem ao País no fim deste ano, com objetivo principal de reforçar a campanha de vacinação de 2022.

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Em entrevista ao Estadão, no fim de março, a presidente da Pfizer no Brasil, Marta Díez, disse que havia espaço para o governo federal negociar a compra de mais vacinas com a empresa. Aplicada em duas doses, a vacina da Pfizer tem eficácia global de 95%. Na população acima de 65, alcança 94%, segundo avaliou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - o imunizante já conta com o registro de uso definitivo expedido pela agência reguladora.

O governo Jair Bolsonaro negou por meses, em 2020, as propostas da Pfizer. As primeiras ofertas eram de 70 milhões de doses, com começo da entrega até mesmo em dezembro.

Para rejeitar esta compra, Bolsonaro classificou como "abusiva" a exigência da empresa, segundo a qual a legislação deveria ser alterada para o governo assumir riscos e custos por eventuais efeitos adversos das vacinas. Trata-se da mesma cláusula colocada por fornecedoras do consórcio Covax Facility, entre outras companhias, como a Janssen.

"Lá no contrato da Pfizer está bem claro: 'Não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você'", afirmou o presidente, em 17 de dezembro do ano passado.

MP

Como revelou o Estadão, um dispositivo para destravar a compra foi inserido em minuta da medida provisória 1026/2021, com respaldo do Ministério da Saúde, mas acabou excluído da versão final, publicada em janeiro.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve no Rio Grande do Sul nesta quinta-feira, 8, onde se disse "vacinado contra intrigas". Queiroga, que visitou o Grupo Hospitalar Conceição, em Porto Alegre, elogiou a diplomacia brasileira em busca de vacinas e negou que o Brasil seja uma ameaça internacional por causa do coronavírus. O novo titular da pasta ainda disse ser favorável à aprovação pelo Congresso de aval para a compra de imunizantes pela iniciativa privada.

Após a visita, em entrevista coletiva, o ministro disse ser favorável à aprovação pelo Congresso da compra de vacinas da iniciativa privada. "Uma vez que existe lei, precisa cumprir. Não vou me manifestar sobre decisões do Congresso Nacional. Lei é para ser cumprida. E se houver apoio da iniciativa privada, melhor." A Câmara aprovou nesta semana projeto de lei que permite a empresas comprar imunizantes que não tenham registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas tenham aval de autoridades internacionais.

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"Não é o momento de ficar 'ah, porque o privado vai furar a fila', é preciso parar com isso, vamos nos unir", declarou Queiroga. Especialistas têm criticado a proposta e fabricantes afirmam que não pretendem negociar com grupos particulares. Questionado, o ministro reafirmou o compromisso de vacinar um milhão de brasileiros por dia. Queiroga ainda elogiou a diplomacia brasileira, através da qual serão garantidos, segundo ele, insumos para a produção das vacinas, especialmente a partir da China.

Ele também rechaçou o título de "ameaça mundial" que o Brasil vem recebendo devido a sua dificuldade em lidar com a pandemia. "Ele [Anthony Fauci, cientista americano que lidera o combate à covid-19 no país] deve cuidador dos Estados Unidos. Do Brasil, cuido eu", rebateu Queiroga.

O ministro visitou uma ala do Hospital Nossa Senhora da Conceição, inaugurada em março, na zona norte de Porto Alegre, com 55 leitos para pacientes com covid-19, onde anunciou a autorização para a abertura de novos leitos de UTI no Estado. Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para obrigar a União a reativar vagas de terapia intensiva no Rio Grande do Sul e em mais quatro Estados (São Paulo, Bahia, Maranhão e Piauí).

Já sobre o chamado "tratamento precoce", Queiroga, que é cardiologista, ressaltou que cabe aos médicos a decisão sobre o ministrar ou não medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina, comprovadamente ineficazes contra a covid-19. "Os pacientes precisam ser atendidos de maneira pronta e o tratamento compete ao médico, que é um profissional autônomo e a ele cabe decidir o que é melhor para o seu paciente", destacou.

Queiroga também foi perguntado acerca da fala do ministro Onyx Lorenzoni de que Estados estariam retendo vacinas. "Não avalio quem está mentindo ou não. Avalio que as políticas públicas têm que chegar a quem precisa delas. Já me vacinei contra a Covid e intrigas", disse.

Antes de Queiroga, o governador Eduardo Leite (PSDB) classificou como fake news a fala de Onyx. Nesta quarta-feira, 7, o Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República utilizou sua conta no Instagram para questionar o porquê de os governadores estarem "retendo" vacinas. "Por que reter vacina? Por que desobedecer a instrução do Ministério da Saúde? E, enquanto o Governo Federal trabalha, você vai ler por aí no pessoal que vive de narrativa que 'o problema é que não tem vacina'", escreveu.

Onyx interpretou um decreto do governo gaúcho, publicado em 01 de abril, o qual estabelece a reserva de 10% das doses produzidas pelo AstraZeneca/Fiocruz para as segundas doses. Estiveram presentes no encontro o governador do RS, Eduardo Leite, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), e os respectivos secretários estadual e municipal de Saúde. Foram apresentados a Queiroga dados sobre a vacinação e as ocupações de leitos em Porto Alegre e no RS.

Senadores favoráveis a um projeto que permite a quebra de patente de vacinas contra covid-19 tentam um reforço "divino" à causa. A presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Kátia Abreu (PP-TO), enviou uma carta ao papa Francisco pedindo apoio. O governo de Jair Bolsonaro é contrário à proposta.

Defensores da quebra de patentes argumentam que a medida vai agilizar o envio de doses para a população brasileira. Com a medida, a produção de vacinas não precisaria respeitar direitos de propriedade industrial durante a duração da pandemia do novo coronavírus, liberando laboratórios nacionais a fabricar os imunizantes sem depender de farmacêuticas estrangeiras. No âmbito internacional, países tentam aprovar essa medida na Organização Mundial do Comércio (OMC).

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"Em especial, Santo Padre, rogo para que, das sacadas do Vaticano, conclame organismos internacionais, governos influentes e grandes empresas privadas a que abram as patentes de vacinas contra a covid-19 e, assim, compartilhem com todos os países em desenvolvimento esse medicamento de caráter humanitário", diz a carta da senadora.

O governo argumenta que uma decisão isolada neste momento pode impedir que o Brasil receba vacinas e que é necessário discutir isso no âmbito de organismos multilaterais, a nível internacional. Para Kátia Abreu, somente com a quebra de patentes "será possível caminhar, na velocidade necessária, rumo à imunização rápida e gratuita de todos os habitantes do planeta, sobretudo os mais pobres."

Na carta, a presidente da comissão fez uma referência à disputa política no País em meio à pandemia como "discussões pueris", sem citar nomes. "Muitas vozes poderosas, em lugar de educar e esclarecer a população, acabam por semear a cizânia, ofuscando com isso a necessária mensagem sobre as formas corretas de proteger-se, proteger ao próximo e sobreviver a esta imensa tragédia."

Pelo Twitter, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) também defendeu a aprovação do projeto. "Doa a quem doer, temos que enfrentar lobbies poderosos do oligopólio de laboratórios que detêm patentes das vacinas que estão faltando no braço de brasileiros", postou a senadora.

A votação do projeto chegou a entrar na pauta de votações do Senado nesta quarta-feira, 8, mas foi retirada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após pedido de líderes do governo.

O autor da proposta é o senador Paulo Paim (PT-RS). Na justificativa do projeto, Paim argumenta que a medida não implica ignorar o direito às patentes, mas relativizá-lo, em caráter temporário, em vista do interesse maior do povo brasileiro. Segundo ele, essa ideia é defendida no mundo inteiro e apoiada por instituições brasileiras, como o Conselho Nacional de Saúde (CNS).

O Brasil tem até agora pouco mais de 21 milhões de vacinados com a primeira dose de vacina contra a covid-19, o que corresponde a cerca de 10% da população.

Algumas capitais do País, porém, interromperam a vacinação nesta semana por falta de doses. No Distrito Federal, a imunização dos idosos acima de 66 anos parou e, em Salvador, a secretaria de saúde só retomou ontem a vacinação para quem tem a partir de 62 anos.

O decreto do governador em exercício do Rio, Cláudio Castro (PSC), que institui um novo calendário de vacinação contra a covid-19 no Estado, entrou na mira do Ministério Público e da Defensoria Pública fluminenses. Os órgãos se uniram em uma ação conjunta para derrubar a medida.

Pelo cronograma, a imunização dos profissionais das forças de Segurança e da Educação deve começar no mesmo período reservado aos idosos e, portanto, antes das pessoas com comorbidades.

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Na avaliação do MP e da Defensoria, a mudança nos grupos prioritários estabelecidos pelo governo federal "institucionalizou o fura fila". Os órgãos defendem o término da vacinação dos idosos, obedecida a ordem de faixa etária, da mais alta para a mais baixa, antes do avanço para outros grupos.

"O decreto estadual inverte, sem qualquer respaldo técnico e científico, a ordem de vacinação em território estadual", diz um trecho da ação. "O referido decreto institucionalizou o 'fura fila', passando categorias previstas no Plano Nacional de Imunização para momento posterior", acrescentam promotores e defensores.

O decreto em questão foi publicado no Diário Oficial do Estado na última terça-feira, 30. Cláudio Castro disse que o objetivo da medida é alinhar as campanhas de vacinação no Estado, evitando que as pessoas busquem imunização em outros municípios. A adoção do calendário único pelas prefeituras, no entanto, é facultativa. Pelo cronograma, trabalhadores das forças de Segurança e da Educação começam a receber a primeira dose ainda em abril.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira, 1º, que ainda irá decidir se vai se vacinar ou não contra a covid-19. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, Bolsonaro argumentou que já contraiu o vírus e, por isso, iria decidir sobre sua imunização quando o "último brasileiro for vacinado". Ainda nesta quinta-feira, 1°, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), informou que a vacinação contra a covid-19 será ampliada para as pessoas acima de 66 anos, a partir do próximo sábado, 3. Bolsonaro completou 66 anos no dia 21 de março.

"Está uma discussão agora que eu vou me vacinar ou não vou vacinar. Eu vou decidir. O que eu acho: eu já contraí o vírus", comentou em transmissão ao vivo nas redes sociais hoje. "Eu acho que o que deve acontecer, depois que o último brasileiro for vacinado, sobrando uma vacina, daí eu vou decidir se vacino ou não. Esse é um exemplo que um chefe tem que dar", disse.

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Em declarações anteriores, Bolsonaro reiterou que não iria tomar a vacina porque já havia contraído coronavírus. Ele foi diagnosticado com a doença em julho de 2020. No entanto, casos de reinfecção têm sido registrados no País, além de novas variantes do vírus. Em mais de uma ocasião, Bolsonaro também questionou a eficácia e segurança dos imunizantes, sempre destacando que são de caráter "experimental", mesmo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter aprovado o uso de imunizações no País.

A alta nas mortes e casos de covid-19 em março, porém, fez o presidente e o governo ajustarem o discurso quanto à vacinação. O chefe do Executivo e aliados passaram a defender a imunização para a retomada da economia. Do alto escalão do governo, foram vacinados os ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, de 73 anos, e Paulo Guedes, da Economia, de 71 anos, além do vice-presidente Hamilton Mourão, que tem 67 anos.

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Bolsonaro prometeu vacinar um milhão de brasileiros por dia já "nos próximos dias". "Pretendemos ao longo dos próximos dias aplicar um milhão de doses por dia no Brasil", afirmou. Desde o início da vacinação no fim de janeiro, foram 17,6 milhões de pessoas vacinadas, 8,32% do total da população brasileira. Mesmo com o número muito aquém do tamanho da população, de 211,8 milhões de habitantes, o presidente voltou a repetir que o País está entre os melhores no ranking da imunização no mundo. "O Brasil está entre os 10 países em números absolutos em que mais se aplica a vacina", insistiu.

O presidente Jair Bolsonaro fez nesta quinta-feira, 1º, a promessa de ampliar o ritmo de vacinação no País. "Pretendemos ao longo dos próximos dias aplicar um milhão de doses por dia no Brasil", disse o chefe do Planalto, em live transmitida pelas redes sociais.

Desde o início da vacinação no fim de janeiro, foram 17,6 milhões de pessoas vacinadas, 8,32% do total da população brasileira. Mesmo com o número muito aquém do tamanho da população brasileiro de 211,8 milhões de habitantes, o presidente voltou a repetir que o País está entre os melhores no ranking da imunização no mundo. "O Brasil está entre os 10 países em números absolutos em que mais se aplica a vacina", disse.

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A meta de vacinar um milhão de brasileiros por dia já foi feita pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na semana passada. Ela depende, no entanto, mais da chegada das doses do que a capacidade da rede pública. Em 2019, por exemplo, foram vacinadas 5,5 milhões de pessoas contra a gripe no "dia D", feito em maio. Já em 2010, a campanha de vacinação contra a H1N1 vacinou 81 milhões de pessoas em 3 meses.

A expectativa do Ministério da Saúde é receber 38 milhões de unidades de imunizantes contra a covid-19 no mês que vem.

Em um esforço do governo federal para amenizar críticas sobre sua atuação na pandemia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforça agora, em reunião com governadores, o discurso de compromisso do Executivo em aumentar a capacidade de vacinação da população. No encontro virtual, ainda em andamento, ele disse que as vacinas são o "maior ativo para vencermos a pandemia".

Ele disse aos gestores estaduais acreditar que o Brasil pode vacinar até 2,4 milhões de pessoas por dia e que o Ministério da Saúde é o ente com maior poder de negociação de doses junto às farmacêuticas internacionais.

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Segundo o Ministério da Saúde, Queiroga também pontuou estratégias em construção para adiantar entregas de doses ainda para o primeiro semestre deste ano, como o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para antecipação de entregas do restante das doses do consórcio Covax Facility e a possibilidade de um aporte extra de vacinas junto aos Estados Unidos. A reunião virtual começou por volta das 16h30 desta sexta-feira, 26.

Com o governo sob críticas pelo atraso na vacinação contra covid-19, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 25, que a estimativa é elevar o ritmo de imunização nos próximos 60 dias, até alcançar a marca de 1 milhão de doses aplicadas por dia.

"Nós vamos enfrentar essa segunda onda. As estimativas do governo são que nos próximos 60 dias vamos estar vacinando a quase 1 milhão de pessoas por dia", disse Guedes nesta tarde. "Vacinando um 1 milhão de pessoas por dia vamos acabar vacinando em menos de dois meses os mais vulneráveis", destacou.

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A meta de elevar a vacinação da média atual de 300 mil pessoas para 1 milhão de vacinados a cada dia foi citada ontem pelo novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O médico recém-empossado, contudo, não havia dado previsão de quando isso poderia ocorrer. Ontem, o País aplicou 595.786 doses, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS).

O ministro ressaltou que a maior parte dos idosos brasileiros, grupo de risco e prioritário na vacinação, tem acima de 60 anos e, por isso, com a aceleração da imunização a taxa de mortalidade deve cair bastante. Ele citou que o setor privado pode contribuir ainda mais para dar celeridade ao processo de vacinação.

Nesta tarde, Guedes anunciou que os empresários Luciano Hang, dono da varejista Havan, e Carlos Wizard, da holding Sforza, doarão 10 milhões de doses da vacina contra a covid-19 para o Plano Nacional de Imunização (PNI). "Essa ajuda que vem do setor privado pode acelerar ainda mais esse processo. Se tivermos 100 empresários, nós teremos 500 milhões de vacinas, podemos dobrar os 500 milhões que o governo já conseguiu porque a coisa agora não é quantidade é a velocidade de vacinação", observou.

Diante da alta nos números da pandemia da covid-19 do País, o ministro da Economia buscou tranquilizar a população e garantiu que a segunda onda da crise sanitária será enfrentada. Guedes, contudo, disse que medidas de isolamento - indicadas pela Organização Mundial da Saúde para diminuir a contaminação - não podem "derrubar" a atividade econômica mais uma vez.

"O isolamento é uma tentativa de desacelerar o contágio, mas nós não podemos derrubar a economia toda de novo. Então, nós temos que acelerar a vacinação", concluiu. Na fala à imprensa, o ministro também destacou as medidas adotadas para manutenção de empregos e auxílio financeiro da população, como o auxílio emergencial e programas de crédito e preservação de empregos.

 

Dirigentes de laboratórios que produzem vacinas contra a Covid-19 manifestaram entraves para o cronograma de entregas no ritmo anunciado pelo Ministério da Saúde. Representantes dessas empresas foram ouvidos em uma sessão do Senado, nesta terça-feira (23). A vacinação é apontada por especialistas como única forma de conter o avanço da Covid-19 no País e reduzir a necessidade de isolamento social.

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, apresentou um cronograma que prevê a entrega de 100,4 milhões de doses do imunizante Oxford/ AstraZeneca até julho, com R$ 3,961 milhões neste mês de março. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), questionou a dirigente da instituição afirmando que o prazo apresentado pelo Ministério da Saúde apresentava quantidades diferentes mês a mês.

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O governo federal, por exemplo, divulgou uma entrega de 30 milhões de doses da Fiocruz para abril, enquanto a presidente da fundação apresentou uma programação de 18,8 milhões de imunizantes no mesmo mês. "É importante esclarecer isso, a bem da verdade e da transparência. O que aconteceu é que foi uma projeção, um cálculo de entrega de 1 milhão de doses por dia, só que chegar a esse patamar esbarrou em algumas questões", respondeu Nísia Lima.

De acordo com a presidente da Fiocruz, fatores relacionados a processos técnicos e de testes e a falta de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), ou seja, o princípio ativo das vacinas, dificulta a entrega. A fundação espera produzir esse insumo no segundo semestre e entregar mais 100 milhões de doses depois de julho. "A despeito de a gente estar sempre tentando fazer o cronograma de entregas no menor tempo possível, muitas vezes esbarramos em questões tecnológicas e regulatórias para garantir a segurança e eficácia da vacina e não conseguimos ultrapassar", afirmou o diretor de Bio-Manguinhos da Fiocruz, Mauricio Zuma.

A diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, reforçou o cronograma para a entrega de 20 milhões de doses da vacina Covaxin até o início de abril. O laboratório é o representante da farmacêutica indiana Bharat Biotech, produtora do imunizante, no Brasil. Ela reforçou, porém, a necessidade de um diálogo do Brasil com a Índia para autorização de importação por parte do governo daquele país. "Eles já declararam que o segundo país que mais vai receber a Covaxin no mundo será o Brasil", afirmou.

Para as 38 milhões de doses únicas da vacina da Janssen anunciadas pelo governo federal, o diretor de Assuntos Governamentais da empresa no Brasil, Ronaldo Pires, citou essa projeção de entregas até o final do ano, mas sem estimativa de data precisa. "Não há uma data precisa no contrato. Há uma previsão de entrega para o final do ano", declarou, pontuando na sequência que não era possível "assumir compromissos" mais objetivos.

O diretor médico da União Química, Miguel Giudicissi, por sua vez, anunciou que a empresa entrará com um novo pedido de uso emergencial da vacina russa Sputnik V na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anisa), após ter pedidos anteriores negados. "Ao longo do tempo, o que aparece é que nós não estamos entregando documentos, o que não é verdade. Na verdade, nós entregamos os documentos e, a cada vez que entregamos, existem novas exigências. E nós cumprimos essa novas exigências."

A falta de garantias no cronograma frustrou a expectativa de senadores. "Eu vim para assistir a este encontro muito animado, para ver alguma luz no fim do túnel. Infelizmente, estou saindo muito mais preocupado do que entrei nessa discussão", afirmou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), citando a estimativa total de 18 milhões de novas doses para abril. "É uma perspectiva catastrófica para o nosso País."

O Brasil registrou 3.158 novas mortes pela Covid-19 nesta terça-feira (23) segundo dados do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, bateu recorde pelo 25º dia consecutivo e ficou em 2.349. Pela primeira vez o País superou a marca de 3 mil mortes por coronavírus registradas em um único dia. "Nós não teremos vacinas suficientes e a tempo para acabar com essa carnificina", discursou a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

O Senado aprovou, nesta terça-feira, 23, uma moção de apelo internacional para organismos multilaterais, chamando a atenção para a situação da covid-19 no Brasil e para a necessidade de vacinas à população. A demanda dos senadores é para que outros países destinem doses excedentes de imunizantes para o Brasil, em função da propagação do vírus e do surgimento de novas variantes no território brasileiro.

"A única defesa é a cooperação internacional, com a vacinação urgente de nossa população", diz a moção, apresentada pela presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), Kátia Abreu (PP-TO). O documento será encaminhado para governos dos países do G20, Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e parlamentos de outras nações.

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O Ministério da Saúde mudou novamente o cronograma de entrega vacinas da covid-19 e espera, agora, receber cerca de 9 milhões de doses a menos em abril do modelo AstraZeneca/Oxford, envasado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo previsão apresentada nesta terça-feira, o laboratório deve entregar, no próximo mês, 21,1 milhões de doses, em vez de 30 milhões. É a 5ª vez que a pasta altera o número neste mês.

Em nota, a Saúde disse que "não é responsável pela redução no cronograma". "Para concretizar o envio dos imunizantes, a pasta depende da entrega efetiva das vacinas pelos laboratórios fabricantes", afirmou o ministério.

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No cronograma apresentado nesta terça-feira, o ministério também não deixa claro o total de doses esperadas para abril. Antes a pasta previa a entrega de 57,1 milhões de vacinas para o mês. Este número incluía ainda 1 milhão de unidades da Pfizer. Agora, a Saúde afirma que de abril a junho serão entregues 13,5 milhões de doses desta farmacêutica, mas não detalha o número previsto para o próximo mês.

Apesar da redução em abril, o ministério ainda espera receber cerca de 100,4 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, envasadas na Fiocruz, no primeiro semestre de 2021.

A Saúde ainda prevê a entrega de vacinas de empresas que nem sequer apresentaram dados exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a liberação do uso emergencial, como a Sputnik V (400 mil doses no mês) e a Covaxin (8 milhões no mês). Há ainda dúvidas se a Índia irá liberar as 2 milhões de doses da vacina AstraZeneca/Oxford, fabricadas pelo Instituto Serum, que o ministério espera receber também em abril.

Abaixo, o cronograma apresentado pela Saúde nesta terça-feira, 23. Apenas a vacina da Janssen é aplicada em dose única. O restante exige duas doses para a imunização.

ACORDOS FECHADOS:

Fundação Oswaldo Cruz (vacina AstraZeneca/Oxford)

Janeiro: 2 milhões importadas da Índia (entregues)

Fevereiro: 2 milhões importadas da Índia (entregues)

Março: 3,8 milhões (produção nacional com IFA importado)

Abril: 2 milhões (importadas da Índia) + 21,1 milhões (produção nacional com IFA importado)

Maio: 2 milhões (importadas da Índia) + 26,8 milhões (produção nacional com IFA importado)

Junho: 2 milhões (importadas da Índia) + 27,4 milhões (produção nacional com IFA importado)

Julho: 2 milhões (importadas da Índia) + 21,2 milhões (produção nacional com IFA importado)

Com as entregas de julho, totalizam 100,4 milhões de doses disponibilizadas ao Ministério da Saúde. A partir do segundo semestre, com a incorporação da tecnologia da produção da matéria-prima (IFA), a Fiocruz deverá entregar mais 110 milhões de doses, com produção 100% nacional.

Fundação Butantan (vacina Coronavac/Sinovac)

Janeiro: 8,7 milhões, sendo 6 milhões importados da China e 2,7 milhões de produção nacional com IFA importado (entregues)

Fevereiro: 4,2 milhões de produção nacional com IFA importado (entregues)

Março: 23,3 milhões (produção nacional com IFA importado)

Abril: 15,7 milhões (produção nacional com IFA importado)

Maio: 6 milhões (produção nacional com IFA importado)

Junho: 6 milhões (produção nacional com IFA importado)

Julho: 13,5 milhões (produção nacional com IFA importado)

Até setembro, devem ser entregues os demais lotes, totalizando os 100 milhões contratados pelo Ministério da Saúde.

Covax Facility

Março: 2,9 milhões (vacina importada da AstraZeneca/Oxford - Coreia do Sul)

Até maio: 6,1 milhões (vacina importada da AstraZeneca/Oxford - Coreia do Sul)

Até dezembro, devem ser entregues os demais lotes, totalizando os 42,5 milhões contratados pelo Ministério da Saúde.

Precisa Medicamentos (vacina Covaxin/Barat Biotech/IND)

Março: 8 milhões

Abril: 8 milhões

Maio: 4 milhões

Total: 20 milhões de doses (importadas da Índia) no primeiro semestre de 2021

União Química (vacina Sputnik V/Instituto Gamaleya/RUS)

Abril: 400 mil (importadas da Rússia)

Maio: 2 milhões (importadas da Rússia)

Junho: 7,6 milhões (importadas da Rússia)

Total: 10 milhões de doses

Com a incorporação da tecnologia da produção do IFA, com a aprovação da Anvisa, a União Química deverá produzir, no Brasil, 8 milhões de doses por mês.

Pfizer/BioNTech (EUA)

De abril a junho: 13,5 milhões

De julho a setembro: 86,5 milhões

Total: 100 milhões de doses

Jonhson & Jonhson (vacina Janssen/BEL)

De outubro a dezembro: 38 milhões de doses

Total: 38 milhões de doses

EM NEGOCIAÇÃO:

Moderna (EUA)

A partir do segundo semestre de 2021: 13 milhões de doses

Para 2022: 50 milhões de doses

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