O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), fundado em junho de 2004, tem ganhado maior notoriedade na política brasileira nos últimos anos. Com características fortemente ligadas a ideais de esquerda, a sigla vem se destacando com parlamentares emblemáticos e com opiniões certeiras nos mais diversos debates propostos pela política nacional.
Na Câmara Federal, o PSOL conseguiu colocar mais quatro deputados depois das eleições de 2018. O número passou de 6 para 10 parlamentares com atuação diária na Casa. Em São Paulo, Sâmia Bonfim, que era vereadora, foi eleita deputada federal. Além dela, Luiza Erundina e Ivan Valente foram reeleitos.
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No Rio de Janeiro, o partido elegeu Marcelo Freixo, que até então era deputado estadual, e Talíria Petrone, que ocupava uma cadeira como vereadora na Câmara Municipal de Niterói. No estado, foram reeleitos Glauber Braga e Jean Wyllys. Este último, entretanto, desistiu do seu mandato após receber constantes ameaças à sua integridade. Sendo assim, o seu suplente, David Miranda, passou a ocupar seu espaço na Câmara.
Os outros três representantes são mais espaçados pelo Brasil. Edmilson Rodrigues foi reeleito deputado federal pelo estado do Pará, enquanto a então vereadora em Belo Horizonte, Áurea Carolina, e a então vereadora em Porto Alegre, Fernanda Melchionna, foram eleitas para trabalharem em Brasília.
É verdade que o partido não conseguiu emplacar um nome no Senado Federal, mas, de acordo com o cientista político Thales Fernandes, a representatividade da sigla no Congresso é notória. “O PSOL tem conseguido mostrar muito mais credibilidade, se comparado com anos anteriores. Para o eleitor que acompanha as movimentações na Câmara Federal, fica bem evidente a participação de seus parlamentares nas votações propostas. Acredito que o partido vem ascendendo diante das recentes polêmicas políticas”, opina.
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Os recentes vazamentos feitos pelo site The Intercept, do jornalista Glenn Greenwald (marido do deputado federal David Miranda, do PSOL), colocou os parlamentares da sigla em maior evidência nas últimas semanas. O conteúdo divulgado pelo site é de troca de mensagens entre o então juiz federal Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), e procuradores da Operação Lava Jato.
O episódio deu notoriedade a membros do PSOL justamente pela ligação entre Greenwald e David Miranda. Além disso, destaca-se a forte atuação dos deputados da sigla em apoio ao trabalho desempenhado pelo The Intercept. Esse comportamento os colocou (não só eles, mas também outros parlamentares da esquerda) no cerne de fortes críticas de parlamentares das bancadas da Situação. O aquecido debate de opiniões deu grande visibilidade ao PSOL, para o bem e para o mal.
“Os recentes acontecimentos políticos contribuíram para o PSOL conseguir se mostrar e se afirmar como uma sigla de representatividade. Diante da atual conjuntura trazida por um governo predominantemente de direita, o PSOL, enquanto partido de esquerda, tem conseguido se mostrar de forma positiva para eleitor mais ligado a causas sociais e humanas. Isso pode ser um diferencial para o partido tanto nas eleições municipais do ano que vem, quanto nas nacionais de 2022”, pontua Thales Fernandes.
Se a máxima do ‘falem mal, mas falem de mim’ é realmente válida, o PSOL também consegue atingir os holofotes, principalmente, das redes sociais por meio das constantes críticas que recebe de outros parlamentares. Membros ligados ao governo costumam direcionar alfinetadas a integrantes da sigla, que não deixam por menos e respondem a altura.
Desta forma, nasce cada vez mais um novo embate que vira um prato cheio para interessados em acompanhar as polêmicas do Congresso Nacional. E o PSOL, por sua vez, se mantém na linha de frente na hora do confronto político e tomar posicionamento como um partido de relevância no cenário brasileiro.