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Um homem teve o portão de sua casa destruído por motoboys no bairro 25 de Agosto, na cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Antes, ele foi filmado dando um tapa no rosto de um entregador de encomendas na porta de casa, e sofreu a retaliação por um grupo de motociclistas. 

Um vídeo circula nas redes sociais nesta terça-feira (11) mostrando o momento em que o cliente dá um tapa no entregador, pega a encomenda e entra em casa batendo o portão de entrada com violência. A cena seguinte mostra dezenas de motoqueiros indo até a entrada da casa do agressor, destruindo o portão dele e jogando fogos de artifício.

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Após as cenas de destruição, outro trecho do vídeo mostra o agressor pedindo desculpas pelo ocorrido. Segundo o 15º Batalhão da Polícia Militar de Duque de Caxias, agentes foram acionados por vizinhos. No entanto, o dono da casa atingida não teria registrado boletim de ocorrência. 

 

Um entregador de comida por aplicativo foi ameaçado por um cliente durante uma entrega em frente a um condomínio em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Assustado, o motoboy gravou o momento em que o morador se aproxima e diz: “Se eu descesse armado, te dava uma coronhada!”.

Robson José da Silva estava fazendo sua última entrega do dia, por volta das 23h, no último domingo (19), e avisou pelo celular que não iria subir até o apartamento para entregar o produto.

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A titular da conta ainda foi relutante e argumentou que todos os entregadores sempre sobem. Robson, no entanto, respondeu que não podia subir, e que devolveria o alimento para o estabelecimento. Em poucos minutos, um morador do apartamento chegou na portaria e começou a questionar a atitude do entregador.

“Aqui tu só morre por causa de milícia, meu parceiro”, disse o morador, identificado por Daniel, em tom de ameaça e com um ar alterado. Veja o vídeo:

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Depois de ter sido filmado, o trabalhador disse que ele continuou sendo ameaçado. “E já começou com ameaça dizendo que era miliciano. Ele falou que anotou a minha placa, falou que anotou meu nome, que ia me matar porque era da milícia”, afirmou Robson ao portal G1.

Após se retirar do local, o entregador foi à 32ª Delegacia de Polícia, em Taquara, e prestou uma queixa por injúria e ameaça.

Protesto

Na segunda-feira (20), um protesto foi feito em frente ao condomínio, onde outros entregadores se solidarizaram pelo que aconteceu com Robson.

“Já era a última entrega, finalizando para ir para casa. Tenho filho me esperando, tenho esposa. Eu me senti muito ameaçado, fiquei com medo. Tanto que sai de lá, não esperei a viatura no local porque ele falou que ia chamar os parceiros dele, os amigos dele. Eu espero justiça e que a justiça seja feita. Vou tomar as providências, já tenho o boletim de ocorrência, vou dar entrada no processo contra ele”, destacou.

Regras do aplicativo

Segundo a iFood, plataforma responsável pela entrega, nenhum entregador é obrigado a entrar em condomínio ou subir no prédio para realizar a entrega. Além de ser uma forma de prestar respeito ao trabalhador, e não atrasar as demais entregas na fila, a atitude do cliente de descer para buscar seu produto também ajuda a preservar a segurança do entregador.

A Justiça de São Paulo condenou o motoboy Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Paulo Galo, a prestar serviços comunitários por incendiar a estátua de Borba Gato, na zona Sul da capital, em julho do ano passado. A defesa pode recorrer.

Em depoimento, o ativista disse que organizou o ataque para abrir a discussão sobre o papel do bandeirante na escravidão de índios e negros no Brasil.

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O juiz Eduardo Pereira Santos Junior, da 5.ª Vara Criminal Central de São Paulo, considerou que Paulo Galo extrapolou o direito de expressão.

"Não é se ateando fogo em pneus em monumentos ou via pública que se legitimará o debate público sobre personagens históricos controversos. Existem os caminhos legais, por mais tortuosos que possam parecer. É assim que se vive em um Estado democrático de direito", escreveu.

A decisão também afirma que o ataque atingiu um patrimônio público e colocou em risco a vida das pessoas que passavam pela região. A estátua fica próximo a um posto de combustíveis.

A pena inicial foi de três anos, um mês e 15 dias de reclusão em regime aberto, mas o juiz decidiu subsistir por prestação de serviços à comunidade.

O motorista de aplicativo Danilo Silva de Oliveira, o Biu, e o motorista de caminhão Thiago Vieira Zem foram absolvidos. O Ministério Público de São Paulo sugeriu a absolvição.

A estátua em homenagem ao bandeirante Manuel de Borba Gato (1649-1718) é um monumento de pedra e dez metros de altura erguido em 1963. A imponência da construção se destaca na avenida Santo Amaro, zona Sul da cidade de São Paulo.

Um jovem de 22 anos, preso durante 12 meses sob a acusação de tráfico de maconha, no Tocantins, acabou morrendo no dia em que ficou provada sua inocência e expedido seu alvará de soltura. Briner de Cesar Bitencourt, de 22 anos, era motoboy e passou mal no dia em que seria liberado do presídio, vindo a óbito. 

Horas antes de morrer, o jovem sentiu-se mal durante a noite, em uma cela da Unidade Penal Regional de Palmas (UPP), e foi transferido para uma unidade de saúde. Segundo a Secretaria da Cidadania e Justiça do Tocantins (Seciju), o jovem já vinha reclamando de dores no corpo há 15 dias. Ele morreu às 4h30 da madrugada da última segunda-feira (10/10) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região Sul de Palmas, no Tocantins. A causa da morte no atestado de óbito é “a esclarecer”. O alvará de soltura foi emitido às 15h40 do mesmo dia.

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Briner foi preso pela Polícia Militar no dia 12 de outubro de 2021. Duas pessoas que moravam no mesmo imóvel que ele, mas em uma parte separada, escondiam em uma parede falsa 88 pés de maconha e 10,8 kg de maconha em tabletes. Embora a dupla negasse o envolvimento do motoboy no crime, ele acabou sendo preso preventivamente e ficou encarcerado por um ano.

   Um vídeo viralizou nas redes sociais, em que registrou um motoboy sendo agredido por policiais militares (PMs), em frente a um condomínio residencial, no Parque das Laranjeiras, em Manaus, no último domingo (25). 

 No vídeo, um dos policiais solicita os documentos do entregador com gritos e palavrões, enquanto um segundo agente aparece segurando uma arma. As imagens também registraram o momento em que o motoboy entrega a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), e teve o documento rasgado pelos policiais. 

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Segundo o G1, o entregador contou em um áudio enviado para um grupo de amigos, que a abordagem dos policiais aconteceu após ele ter sinalizado aos agentes que o pisca alerta da viatura que estavam não estava ligada. 

 "Eles entraram para a esquerda, e eles [a viatura onde estavam os policiais] não deram pisca [alerta]. Aí eu buzinei, e disse 'Dá o pisca, meu patrão', só isso. Daí eu segui normal, e lá na frente eles me encostaram, daí eu parei, e subi a calçada, e eles começaram a me agredir", afirmou o motoboy. 

Pronunciamento 

Após a repercussão do caso, a Polícia Militar do Amazonas (PMAM), afirmou em nota que não compactua com os “desvios de conduta praticados por seus policiais”.  “A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) informa que tomou conhecimento do fato e determinou instauração do processo administrativo disciplinar pela Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD) da instituição para que o caso seja devidamente apurado e que as medidas administrativas em relação ao ocorrido sejam tomadas”. 

 Além disso, a Corregedoria-Geral da SSP-AM afirmou que vai acompanhar o processo disciplinar a ser instaurado pela PMAM. “A SSP-AM também reforça que não compactua com quaisquer desvios de conduta de agentes da Segurança Pública estadual, tendo o dever legal de apurar o fato”, destacou.   

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O ex-ministro do Meio Ambiente do Governo Bolsonaro, Ricardo Salles, foi flagrado atropelando um motociclista entregador de aplicativo, no momento em que deixava uma faculdade privada em São Paulo, na noite da quinta-feira (1º). Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver um veículo vermelho, que pertence à equipe de Salles, fazendo uma curva rápida e colidindo com a moto do trabalhador, que antecipa a colisão e pula do veículo antes de ser atingido. Pelas imagens, o motoboy não se feriu. 

As imagens foram captadas do lado de fora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), na Zona Sul paulistana, onde o ex-ministro realizava uma palestra. Salles sofreu represália dos estudantes, que protestaram contra a sua presença na instituição. Ele também alegou que foi hostilizado e agredido, junto à sua equipe, pelos opositores no local. 

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O vídeo logo viralizou na internet e chamou atenção porque Salles e sua equipe não prestaram socorro ao motoboy de imediato. É possível ver, nas imagens, que o carro do governista passa por cima de uma parte da motocicleta, que já está caída no chão. Confira: 

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Nas redes sociais, Salles se defendeu. "Horda de bárbaros atacou nossa comitiva ontem. Jogaram pedras, chutaram carro e quebraram pára-brisa. Na confusão, um dos carros derrubou uma moto quase parada. Falamos mais à frente com o rapaz, que nada sofreu. E a moto, nada de grave". 

Em nota, a assessoria de Salles informou que "não houve atropelamento nenhum". "O carro esbarrou na moto quase parada. Paramos mais adiante, conversamos com o motociclista e ele mesmo relatou que não sofreu nada. Apenas a moto sofreu arranhões, que já foram indenizados”. 

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O motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, funcionário da empresa VTC Operadora Logística (VTCLog), disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, que entregou um pen drive no 4º andar do Ministério da Saúde. Ivanildo afirmou não saber a data em que esteve no local - nem para quem entregou. "Eu lembro que eu entreguei para uma senhora, uma moça lá", disse.

O nome do motoboy apareceu em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou R$ 4 milhões em saques em espécie para a VTCLog. Informações citadas pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), apontam diversos saques inclusive neste ano.

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O motoboy contou aos senadores que ia ao banco com cheques da empresa e sacava os valores em espécie. Com o dinheiro vivo, ele pagava boletos e fazia pagamentos. Quando sobrava algum valor após as transações, ele devolvia o dinheiro em espécie à empresa. Gonçalves afirmou que entregou os comprovantes de pagamento à VTCLog.

"Eu não cheguei a entregar dinheiro para ninguém. A única coisa que eu executava no papel era de pagar boletos. Às vezes depositava, quando me pediam: olha, deposita esse dinheiro. Mas eu não cheguei ainda, assim, entregar dinheiro para ninguém", afirmou.

Ivanildo Gonçalves foi questionado pelos senadores sobre os nomes das pessoas que constavam nos boletos. Ele disse que se recordava apenas que sócios da VTCLog estavam em algumas faturas e também uma empresa de combustível, de mais ninguém. "A princípio, eu não chegava a olhar o nome de ninguém", afirmou.

A CPI perguntou se o motoboy pagou boletos para o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias. "Eu não estou lembrado de ter pagado boleto nenhum dele", declarou Ivanildo Gonçalves. "Nunca ouvi falar e nunca estive com ele."

De acordo com o motoboy, as idas ao banco para sacar dinheiro em espécie diminuíram "já tem um período". O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), vinculou a queda à instalação da comissão de inquérito.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid iniciou a reunião para coletar o depoimento do motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva. Ele prestou serviços à VTCLog, empresa que firmou contratos suspeitos com o Ministério da Saúde, e é acusado de transportar valores milionários em espécie oriundos do suposto esquema irregular.

Inicialmente, a reunião desta quarta-feira, dia 1º, estava marcada para ouvir o advogado Marcos Tolentino, apontado como dono oculto do FIB Bank, empresa usada como avalista no contrato da Covaxin. Tolentino informou que teve um mal súbito e foi internado em um hospital de São Paulo. Senadores levantaram suspeitas em torno da ausência.

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O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), avisou que vai acionar o hospital para solicitar a real condição do advogado. De acordo com o senador, Tolentino teria conversado com um interlocutor às 22h de ontem e estava bem. "Vai fugir hoje, amanhã, mas vai chegar aqui, vai vir", afirmou Aziz na abertura da reunião do colegiado.

Senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid apresentaram, na terça-feira (31), imagens e extratos bancários que comprovariam, segundo eles, que o motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, da empresa VTC Operadora Logística (VTCLog), pagou boletos do ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias.

As transações teriam ocorrido em junho deste ano. O motoboy deveria ter ido à CPI pela manhã, mas o depoimento foi cancelado após o ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), lhe conceder o direito de não comparecer à comissão.

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A VTCLog é encarregada do transporte de medicamentos e a atual responsável pela distribuição de vacinas no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A empresa, que pertence ao grupo Voetur, é investigada pela CPI por supostas irregularidades em contratos com o Ministério da Saúde. Em nota, a VTCLog afirmou que "jamais houve qualquer depósito" da empresa ou de qualquer subsidiária do grupo na conta de Dias.

Duas imagens apresentadas pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), mostram um homem dentro de uma agência do Bradesco, no Setor de Indústria e Abastecimento, em Brasília, em 22 e 24 de junho. Segundo o senador, trata-se do motoboy. Em ambas as datas, afirmou o parlamentar, o funcionário da VTCLog pagou boletos do ex-diretor da Saúde.

Renan apresentou também extratos bancários que somam quase R$ 20 mil, um de 22 de junho, no valor de R$ 6 mil, e o outro de 24 de junho, no total de R$ 13.525,31. Na avaliação do relator, a presença do motoboy no banco, no mesmo dia e hora em que os boletos foram pagos, "comprova verdadeiramente o conluio existente no bastidor do Ministério da Saúde no exato enfrentamento da pandemia".

A cúpula da CPI apontou que os boletos foram emitidos pela Voetur, grupo empresarial que presta serviços de turismo e controla a VTCLog. A comissão reuniu documentos que apontam que a Voetur teria emitido ao menos nove boletos bancários em nome de Dias, um total de R$ 47 mil. Segundo a CPI, as faturas variam de R$ 782,22 a R$ 7,5 mil e têm datas de vencimento entre 18 de maio e 6 de julho deste ano.

Os senadores ainda buscam entender por que o motoboy da VTCLog teria pago boletos do ex-diretor da Saúde. "Nós acabamos de receber indícios veementes de que era o próprio Ivanildo, o motoboy, que pagava os boletos de dívidas junto à Voetur do Roberto Ferreira Dias", afirmou Calheiros. A defesa de Dias afirmou que, por enquanto, não vai se manifestar.

"O que as imagens maldosamente editadas não mostram é que o ex-diretor, assim como milhares de consumidores, é usuário dos serviços da Voetur Turismo, empresa pertencente ao grupo", afirmou a VTCLog, em nota. Segundo a empresa, o ex-diretor "efetuou pagamentos - e não recebeu ou foi beneficiário em suas contas - de qualquer vantagem por parte da Voetur".

A VTCLog declarou que Dias usou duas formas de pagamento, "transferência eletrônica (portanto, rastreável) e pagamentos dele para a empresa em espécie". "Atualmente, há pagamentos em aberto (R$ 20 mil), portanto Roberto Dias está inadimplente e as cobranças foram devidamente protestadas", afirmou. "A Voetur é credora e não pagadora de qualquer recurso ao ex-diretor. Lamentamos a distorção e a precipitação no tratamento de dados tão sensíveis."

Convocações

Sem depoimentos na sessão de ontem, os senadores aprovaram três requerimentos, dois deles diretamente ligados à VTCLog. A CPI aprovou a quebra de sigilo telefônico, fiscal, bancário e telemático da empresa e a reconvocação do motoboy Ivanildo. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que Ivanildo sacou milhões em espécie para a VTCLog.

Durante a sessão, senadores criticaram a decisão de Nunes Marques. Calheiros classificou como "retrocesso". Randolfe sugeriu que as imagens do motoboy no banco fossem enviadas ao ministro para que ele reconsiderasse a decisão. A CPI entrou com um recurso no Supremo para que a decisão do ministro seja revertida.

O terceiro requerimento aprovado foi o de convocação da advogada Karina Kufa, que defende o presidente Jair Bolsonaro. A data do ainda não foi marcada. O nome de Karina surgiu durante o depoimento do empresário José Ricardo Santana, na semana passada. Ela teria organizado um jantar em sua casa, no qual estiveram o lobista Marconny Albernaz e José Ricardo Santana, que foi secretário executivo de uma comissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e amigo de Roberto Dias.

O relator da CPI da Panemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou a decisão do ministro do Suremo Tribunal Federal (STF), Kássio Nunes Marques, que garantiu ao motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva o direito de não comparecer à CPI na qualidade de testemunha. Para o relator, a medida foi um retrocesso em relação a jurisprudência já adotada pelo STF.

Renan também afirmou que vai entrar em contato com o secretário da Receita Federal, pois vários requerimentos aprovados na comissão ainda não foram respondidos.

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"Nós estamos planejando os encerramentos dos trabalhos da CPI para o dia 21 ou 22 [de setembro]. Não podemos permitir que essas respostas só cheguem daqui a 15 ou 20 dias", declarou.

Ele ainda chamou o presidente Jair Bolsonaro de "maluco" por ter criticado vacinas, entre outras iniciativas que atrasaram a imunização dos brasileiros.

*Da Agência Senado

Funcionário da empresa VTC Operadora Logística (VTCLog) por mais de 20 anos, o motoboy Marcio Queiroz de Morais confirmou ao Estadão que sacou milhares de reais em espécie para a companhia. O nome do ex-empregado consta de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em posse da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, que investiga a empresa.

"Eu já saí de lá, não trabalho mais lá. Eu sacava e levava o dinheiro, só isso. Era motoboy", afirmou Morais em conversa por telefone. Ele disse que nunca entregou dinheiro fora da rota bancos-sede da empresa. E contou detalhes do trabalho, com os percursos feitos de moto. "(O dinheiro era guardado) na mochila. 100 (mil reais), 50 (mil). Chegou até 200 mil", revelou. Quem recebia os valores? "De lá (da empresa), eu não sei pra quem levava, não, entendeu?", afirmou.

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O relatório do Coaf em poder da CPI mostra que Morais fez, num período de apenas dois meses saques em dinheiro vivo num total de R$ 450 mil. As retiradas ocorreram entre janeiro e fevereiro de 2018, mesmo ano em que a VTCLog fechou contrato com o Ministério da Saúde para assumir a logística de armazenamento e distribuição de medicamentos e vacinas comprados pela pasta. Atualmente, a empresa é responsável, por exemplo, pelo transporte da vacina contra covid-19.

Morais contou que trabalhou para a VTCLog por mais de 20 anos, até "2017, 2018". Sacava os valores em uma agência bancária no Aeroporto Internacional de Brasília e em outra, do Bradesco, no Setor Comercial, e levava o dinheiro vivo para o setor financeiro da empresa.

O relatório do Coaf aponta que saques de altos valores em espécie faziam parte da rotina da VTCLog. Entre 2018 e julho de 2021, 4,793 milhões foram sacados em espécie de agências bancárias em Brasília.

Saque em dinheiro não é proibido no Brasil, mas existem iniciativas para coibir a prática, muitas vezes utilizada para lavagem de dinheiro. A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, por exemplo, acaba de aprovar um projeto que proíbe transações com dinheiro em espécie em quatro formas distintas: operações acima de R$ 10 mil, pagamento de boletos acima de R$ 5 mil reais; circulação acima de R$ 100 mil (ressalvado o transporte por empresas de valores), e posse acima de R$ 300 mil, salvo em situações específicas.

O texto foi formulado com base nas Novas Medidas contra a Corrupção, elaboradas pela Transparência Internacional Brasil com a participação de mais de 200 especialistas e de representantes de diferentes setores da sociedade civil. Segundo a Agência Senado, na justificativa do projeto, o senador Flávio Arns (Podemos-PR) explica que o trânsito de dinheiro em espécie "facilita a lavagem de recursos em atividades de corrupção, facilita a sonegação fiscal e, ademais, oportuniza a prática de crimes, como assaltos a bancos, arrombamentos de caixas eletrônicos, entre outros".

Além de Morais, outro motoboy também fazia saques em espécie para a empresa. Na quarta-feira, 25, o Jornal de Brasília publicou reportagem na qual Ivanildo Gonçalves da Silva também confirma ter transportado milhões para a VTCLog. Silva será ouvido pela CPI da Covid. Procurado, ele não quis se manifestar.

Em seu requerimento, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirma que Silva "é responsável por nada menos do que 5% de toda movimentação atípica feita pela VTClog". Após a publicação da reportagem no Estadão, o senador disse que também vai convocar Morais para prestar depoimento. "Nós estamos vendo indícios de uma grande operação financeira em dinheiro vivo. É algo atípico. Há características de pagamento de propina", afirmou Randolfe.

DNA

A VTCLog pertence ao grupo Voetur e entrou na mira da CPI da Covid por suspeita de irregularidades em um aditivo de R$ 18 milhões em um contrato atual com o Ministério da Saúde. A empresa é a encarregada do transporte de medicamentos e também a atual responsável pela distribuição de vacinas no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Em outros contratos, assinados em 1997 e 2003 com o Ministério da Saúde, a Voetur é suspeita de superfaturar R$ 16 milhões (em valores corrigidos). Conforme revelou o Estadão, o prejuízo foi indicado em parecer da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU).

O grupo Voetur foi criado nos anos 1990 pelo empresário Carlos Alberto de Sá. O nome do empresário também consta do relatório do Coaf, como o responsável por pedidos de provisionamento de saques. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A motorista de uma BMW atingiu uma fileira de motoboys na Rua Basílio da Cunha, no bairro da Aclimação, zona sul de São Paulo, na madrugada deste domingo, 27, deixando um morto e dois feridos. A mulher, que dirigia o carro de luxo, apresentava sinais de embriaguez e dirigia em alta velocidade.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o caso ocorreu por volta das 01h20 - em frente a uma empresa de delivery. No momento do acidente, sete motos estavam no local. A força do impacto chegou a arrancar uma árvore.

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De acordo com a Polícia Militar, a motorista dirigia uma BMW azul quando perdeu o controle do veículo. O carro atingiu pelo menos quatro motocicletas e três pessoas. Uma das vítimas, Vinícius Rodrigues de Oliveira, de 21 anos, morreu no local; outra vítima com ferimentos nas pernas e no rosto foi levada ao Hospital São Paulo. Um terceiro homem sofreu ferimentos leves e não quis ser levado ao hospital.

O caso foi registrado no 8º DP.

A polícia começou a investigação sobre caso de agressão a motoboy que aconteceu na noite dessa segunda-feira (29) na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Um vídeo, que viralizou nas redes sociais, mostra o entregador Marcus Vinícius Corrêa no chão, imobilizado por um dos porteiros de condomínio onde foi fazer uma entrega.

No vídeo divulgado, já imobilizado o motoboy contou um pouco do acontecido. "O cara não quer me soltar não. Tô imobilizado aqui e o cara nem policial é. Olha a cara dele, porteiro. Nem policial é. Você não pode me imobilizar, parceiro. Me agrediram, quatro porteiros e um policial morador, vieram me agredir. Os quatro juntaram em mim. Olha como está a situação, o que motoboy passa no Rio de Janeiro”.

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A polícia abriu inquérito para investigar o caso, chamando testemunhas para apurar e esclarecer a dinâmica dos fatos. Segundo o que Marcus Vinícius disse ao UOL, a confusão começou após ele ir fazer a entrega e se perder dentro do condomínio, finalizando ao tentar sair pela portaria social. “Eu me perdi, só estava tentando sair do prédio quando um porteiro veio falando comigo descontrolado, me humilhando dizendo que eu era motoboy e não podia sair por ali”.

Marcus Vinícius disse que usaria aquela saída, só por conta da forma grosseira com que o porteiro falou com ele, foi aí que começou um certo empurra-empurra e o funcionário do prédio foi até a guarita e pegou uma barra de ferro para agredir o motoboy, que revidou. 

“Eu consegui tirar a barra da mão dele e revidei. Depois, vieram mais porteiros, um morador que ameaçou me matar, me sufocaram”. Uma moradora chamou a polícia e o motoboy só foi liberado após a chegada da PM. 

Outra versão

A família de um dos porteiros disse ao UOL que o profissional, após ser agredido por Vinícius durante a briga, precisou ser internado no Hospital Miguel Couto, devido a um coágulo na cabeça, por ter recebido sete pancadas com barra de ferro. O seu quadro de saúde é estável. 

"Os vídeos do edifício mostram que os funcionários só tentaram segurar ele, depois que ele agrediu o porteiro com a barra de ferro. Ele disse que apanhou tanto, mas não tem uma escoriação. Foram sete golpes de barra de ferro que o motoboy deu nele”.

Um motoboy foi entregar pizza em um batalhão da Polícia Militar e acabou sendo multado. O caso ocorreu em Brusque-SC na tarde da segunda-feira (21).

Os policiais registraram que o entregador estava sem dispositivo de proteção para pernas e motor, sem dispositivo de fixação permanente ou removível e não possuía curso especializado de direção.

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O entregador disse a um site de notícias local que chegou ao batalhão e foi abordado por um policial, que aplicou a multa. O rapaz afirmou que ele e o veículo estão com os documentos em dia e que nunca havia recebido multa ou sofrido acidente. Ele destacou também que não há regulamentação da categoria no município ou curso de motofrete.

De acordo com o comando da Polícia Militar, as penas estão sendo aplicadas por causa do aumento desses profissionais na cidade e do número de óbitos de motociclistas. A PM também informou que é obrigatório ter o equipamento para cortar linha de pipa e a proteção das pernas, o chamado mata-cachorro.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em sua conta no Twitter, repudiou a atitude racista do contabilista que chamou um motoboy de lixo em Valinhos, no interior de São Paulo. "A miscigenação é uma marca do Brasil. Ninguém é melhor do que ninguém por conta de sua cor, crença, classe social ou opção sexual", escreveu.

"Que a indignação do povo brasileiro sirva de lição para que atos como esse não se repitam. Todos somos iguais! Embora alguns trabalhem para nos dividir, somos um só povo!", acrescentou. 

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Bolsonaro encerrou a mensagem desejando votos de solidariedade e sucesso ao entregador e sua família. No texto, o presidente usa o termo "opção sexual", cuja utilização é rechaçada pelos movimentos LGBTs, que reforçam que a sexualidade não se trata de uma escolha.

No vídeo que circulou nas redes sociais nesta sexta-feira (7), o contabilista Mateus Abreu Almeida Prado Couto agride verbalmente o entregador Matheus Pires. "Você nem tem onde morar. Você tem inveja disso daqui. Eu pedi para ele sair fora daqui, e não saiu fora. Moleque, moleque, você tem inveja disso daqui, você tem inveja dessas famílias aqui", diz enquanto mostra as casas do condomínio. Em seguida ele aponta para sua pele branca e diz "você tem inveja disso".

Vizinhos relataram que o contabilista já ofendeu outros trabalhadores, como seguranças de um comércio próximo e pedreiros de obras do residencial, segundo O Globo. Há dois anos, o pai de Mateus Abreu registrou em um processo judicial que o filho tem esquizofrenia.

Presidente

Bolsonaro já foi denunciado por declarações classificadas como racistas. Em junho de 2019, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região encerrou o processo de dano moral contra o presidente, criado após ele dizer, em abril de 2017, que quilombolas não faziam nada e que o mais leve pesava sete arrobas. 

Em maio de 2019, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve a condenação de Bolsonaro a pagar R$ 150 mil por declarações homofóbicas e racistas emitidas em entrevista ao programa CQC em 2011. Na ocasião, ele foi questionado o que faria se tivesse um filho gay, respondendo que isso não aconteceria porque seus filhos "tiveram boa educação". A cantora Preta Gil, em seguida, questiona como ele reagiria se um de seus filhos se apaixonasse por uma mulher negra. A imagem volta para ele, que responde: "Eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o seu".

Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou o inquérito que tratava das mesmas declarações dadas a Preta Gil no CQC. O presidente argumenta que o programa foi editado e que seu comentário não se referia à pergunta exibida.

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Nesta sexta-feira (7), um vídeo chocou os internautas. Nele, o motoboy Matheus Pires aparece sendo humilhado por um homem em um condomínio de Valinhos, no município de São Paulo. O entregador sofreu ofensas racistas durante o seu trabalho. Após ao imbróglio, famosos resolveram se manifestar sobre o caso. Luciano Huck foi um deles.

O apresentador, no Twitter, se solidarizou com o rapaz. "Vergonha, tristeza e revolta. Foi o q senti qdo recebi este vídeo. Nele está tudo contra o que lutamos. Mateus foi corajoso e não baixou a cabeça pro preconceito. Este vídeo é revoltante. É um dever como cidadão denunciá-lo", escreveu.

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Já no Instagram, Luciano surpreendeu os seus seguidores. Ele bateu um papo através de vídeo chamada com Mateus. Na conversa, o comunicador garantiu que arrumar uma maneira do entregador receber uma moto nova. Matheus afirmou que está trabalhando com a motocicleta do pai. Huck disparou: "Vou dar um jeito de arrumar uma motoca zero pra você, pra fazer um carinho aí para a família".

Veja:

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Na manhã desta sexta-feira (7), mais um episódio de racismo retomou o debate sobre o preconceito nas redes sociais. No vídeo publicado pelo líder do movimento de entregadores por aplicativo, um profissional é chamado de lixo e humilhado por um suposto cliente.

Para constranger o motoboy identificado como Mateus, o morador de um bairro de classe média alta pergunta quanto ele ganha por mês e o chama de lixo. “Seu lixo, quanto deve ganhar por mês? Dois mil reais? Não deve ter nem onde morar”, provoca.

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O agressor, um homem branco, diz que o profissional tem inveja da sua condição financeira, da sua família e grita apontando para a pele: "você tem inveja disso daqui". O motoboy ainda responde ao suposto cliente e diz que tem onde morar.

Confira

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A mãe do cantor Nego do Borel, Roseli Viana, usou seu perfil nas redes sociais nesta sexta-feira (31) para negar que esteja brigada com o filho. Roseli Viana, disse que não era verdadeira a informação de que esteja vendendo quentinhas para sobreviver, como foi noticiado em vários sites. 

"Como pode né sites sem informação que vendem notícias falsas para ficar popular. E mesmo se fosse verdade a parte do vender quentinhas, não seria mal negocio [sic] abrir uma pensão. Estamos brigados meu amor? rs Leno Maycon Viana", escreveu citando o nome do cantor. Nego do Borel ainda não se posicionou sobre o caso.

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Entenda

Na manhã desta sexta, diversos sites publicaram que o cantor e sua mãe estariam brigados, por causa do novo relacionamento de Roseli. Nego do Borel teria cortado relações com a mãe por não aceitar o namoro dela com o motoboy Alex Alves. Os dois estão juntos há quatro anos.  

Na publicação feita em seu Facebook, Roseli não nega o relacionamento com o motoboy, nem que teria saído da casa onde morava com o cantor, para morar com o namorado em uma residência simples em Curicica. De acordo com as notícias veiculadas, a mudança de Roseli e o fato dela ter ajudado na reforma da nova casa teria sido o motivo da briga entre os dois.

Na última terça-feira (14), um vídeo que circulou nas redes sociais deixou diversos internautas indignados. O conteúdo mostra um motoboy sendo rendido por policiais em um protesto, em São Paulo. Em uma das cenas, é possível ver o homem dizendo, imobilizado, que não estava conseguindo respirar. As imagens rapidamente viralizaram, e deram o que falar. Após ver o que tinha acontecido, Luisa Mell se manifestou.

A ativista comentou em um perfil do Instagram, onde foi disponibilizado o vídeo, que iria atrás de um advogado para defender o motoboy. "Eu fiquei arrasada", disse ela. "Esses garotos salvaram a nação da quarentena! É assim que retribuímos? Não dá, gente. Temos que fazer alguma coisa, pelo amor. Preciso do contato dele! [...] Vou conseguir advogado", completou.

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Usuários da plataforma que viram a mensagem de Luisa vibraram com a atitude dela. "Você me dá esperança de um mundo melhor", comentou uma pessoa. Em junho, Luisa Mell já havia feito esse tipo de ação. Ela se disponiblizou a arrumar um advogado para ajudar Mirtes Renata no caso do filho Miguel, que acabou morrendo ao cair do 9º andar de um prédio na área central do Recife.

Mesmo com o isolamento social recomendado pelas autoridades de saúde durante o período de pandemia, causada pelo novo coronavírus (Covid-19), há trabalhadores que não podem parar. Seja por atuar em serviços essenciais ou pela necessidade de levar o sustento para casa, muita gente se torna obrigada a encarar de frente a pandemia. 

É o caso de quem ganha a vida sobre duas rodas acelerando as motocicletas pelas ruas dos grandes centros. Só na região metropolitana de São Paulo, as motogirls e os motoboys são mais de 220 mil, segundo o Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas (Sindimoto). Com uma boa carteira de clientes e há duas décadas na profissão, o motoboy Marcio da Costa, 41 anos, não sentiu os impactos do isolamento social e segue firme na atividade. "A gente tem que trabalhar para honrar os compromissos, levar o alimento para os nossos filhos", declara Costa. Mais conhecido como Lapão, o morador do bairro Parque Alto, na zona sul da capital paulista, descarta a alcunha de herói por estar exercendo sua função em tempos de pandemia. "Vejo até alguns meios taxando a gente como herói e não me considero e nem gostaria desse rótulo. Trabalho porque eu preciso", complementa.

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Para o motoboy, além da pandemia, uma preocupação latente com as ruas mais vazias está relacionada ao abuso de velocidade pelos companheiros de profissão. "Isso se torna mais perigoso, se por ventura ocorrer um acidente, os ferimentos se tornam mais graves", alerta. Segundo Costa, apenas um de seus clientes diários disponibilizou produtos como máscaras e álcool em gel para auxiliar na prevenção contra a Covid-19.

Moradora da cidade de Guarulhos, a motogirl Patrícia Mesquita, 31 anos, é outra que ganha a vida nos corredores da região metropolitana de São Paulo. Desde 2010 na profissão e mais conhecida como Paty, ela afirma que a pandemia aumentou o volume de serviço, mas a concorrência acabou por equiparar o valor dos ganhos. "Acho que estamos trabalhando mais, pelo excesso de motoqueiros na rua, mas os rendimentos diminuíram por muito", comenta. Preocupada com a disseminação do vírus, a motociclista conta que as empresas para as quais presta serviços de entrega não disponibilizaram produtos para assepsia nem máscaras cirúrgicas descartáveis. A solução é a solidariedade entre os próprios "motocas", como se tratam os colegas de profissão. "As empresas não forneceram nada. Nós tivemos que comprar e vamos ajudando um ao outro", complementa.

A motogirl Patrícia Mesquita | Foto: Arquivo pessoal

Outro que segue acelerando pelas ruas em tempos de isolamento social é o motoboy Mauro Santos, 45 anos. "Continuo trabalhando com entregas todos os dias, inclusive aos finais de semana, em que a demanda de entregas de comidas em geral aumenta", ressalta. Morador do bairro da Vila Formosa, zona leste de São Paulo, Santos também reforça que há um descaso de empresas que não se preocuparam com a não disseminação do vírus na pandemia. "Nenhuma empresa de aplicativo forneceu qualquer material para nos protegermos do vírus Covid-19", destaca o profissional.

Para Santos, o fluxo reduzido do trafego é um fator positivo. "O trânsito na cidade está uma maravilha para rodar", observa. Mais conhecido como Maurão ou Barba, o motoboy, que atua na área há pouco menos de 18 meses, considera que os ganhos seguem sendo os mesmos do tempo comum. "No meu caso nada mudou, continuo ganhando o mesmo, porém desse valor é preciso tirar todos os custos gastos como combustível e manutenção", explica.

O motoboy Mauro Santos | Foto: Arquivo pessoal

O motociclista tem receio com um dos segmentos que atende. "Agora estou indo fazer entrega de peças automotivas, mas o serviço para este setor caiu 80%", finaliza.

 

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