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O ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro afirmou nesta, terça-feira (28), durante o XII Encontro Internacional Hanna Arendt, realizado pela Associação de Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe) que a questão das cotas étnicas não são reais. O evento foi realizado no auditório da Adufepe, localizado dentro do campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Várzea, Zona Oeste da cidade.

"É mentira essa questão de cotas étnicas. O que existe é cotas para pessoas de escola pública", disse o ex-ministro e professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP). Janine explicou que dentro das cotas para estudantes oriundos da rede pública de ensino, existe subcotas étnicas. "As subcotas étnicas são para quem fez ensino público. Um negro, um descendente de indígena, que fez em escola particular não entra nas cotas", salientou.

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Ainda segundo o ex-ministro as cotas étnicas têm ponto diferenciado em cada Estado. "Um Estado que tenah mais indígenas, como o Estado da Amazônia terá mais cotas étnicas paa indígenas muito maiores do que qualquer Estado fora da Amazônia", explicou.

O Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) divulga em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (14) os detalhes do vestibular 2019.2 da instituição. Ao todo, 3,2 mil vagas são disponibilizadas em 63 cursos técnicos e superiores nos 16 campi de ensino no Estado.

As inscrições podem ser feitas entre os dias 14 de maio e 9 de junho pelo site da comissão de vestibulares do IFPE (Cvest). A previsão é de que a prova seja realizada no dia 30 de junho. Neste semestre, uma novidade foi anunciada para a prova: o percentual de vagas destinadas a estudantes da rede pública, que era de 50%, passou para 60%.

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Segundo a reitora da instituição, Anália Keila Rodrigues Ribeiro, o aumento do percentual de vagas para alunos da rede pública se deu por um retrato da realidade brasileira hoje. "Mesmo diante das dificuldades já conhecidas, o aumento do percentual para além de 50% se dá em função dós recentes dados do IBGE", afirmou. 

As inscrições custam R$ 30 para quem vai se candidatar a cursos técnicos e R$ 55 para quem vai se candidatar a vagas para cursos superiores.

A reitora informou, ainda, mais uma novidade para 2019.2: um novo curso superior, de engenharia de software, voltado ao campus de Belo Jardim, no Agreste pernambucano. A escolha da cidade foi feita com intuito de otimizar laboratórios de informática e cursos técnicos de informática que já existem no município.

*Com informações da repórter Francine Nascimento

Mais informações em instantes

Está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado um projeto que acaba com a cota de candidaturas nas eleições proporcionais de acordo com o sexo. O texto (PL 1.256/2019), que ainda pode receber emendas na comissão, foi apresentado por Angelo Coronel (PSD-BA).

O senador alega que constatou-se que alguns partidos compelem mulheres a entrar no processo eleitoral apenas para assegurar o percentual mínimo exigido de 30% de candidaturas femininas, prática chamada de “candidaturas laranjas”.

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“É preciso reconhecer que desvios podem ocorrer por parte de quem só quer se beneficiar do sistema. Mas o projeto mantém que ao menos 5% dos recursos do Fundo Partidário serão destinados a programas de promoção e difusão da participação feminina na política”, explica Coronel na justificativa do projeto.

Participação feminina

O senador lembra ainda que a lei atual (Lei 9.504, de 1997) impede, “a rigor”, que um partido possa lançar mais de 70% de candidaturas de mulheres, se essa for a sua disposição. “A proposta consagra, portanto, a liberdade. Os partidos podem ter até 100% de participação feminina, se assim o desejarem”, argumenta.

Coronel afirma ainda que as cotas não têm alcançado o efeito desejado. Para ele, a ainda pequena participação de mulheres na política é resultado de questões históricas muito mais complexas que a simples disposição financeira. Portanto, “uma medida forçada se mostra vazia de efeitos, como se tem percebido. As causas são muito mais complexas do que esta participação partidária”, conclui.

*Da Agência Senado

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou, na tarde desta quinta-feira (28), uma informação importante sobre o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). De acordo com a instituição de ensino, os estudantes da primeira convocação da lista de espera que entraram com recursos nos dias 21, 22 e 25 deste mês, “por não terem sido validados pela Comissão de Validação da Autodeclaração Racial, devem comparecer para reavaliação no Corpo Discente, no Campus Recife”.

A reavaliação será realizada nos horários das 8h às 12h e das 14h às 17h, na seguinte ordem:

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7 de março – candidatos cujos nomes começam com as letras A a F; e

8 de março – candidatos cujos nomes começam com as letras G a Y.

Ainda segundo a UFPE, durante o procedimento, os candidatos precisam apresentar documento oficial com foto, além de comprovante do processo. “No atendimento, eles serão informados sobre os procedimentos a serem seguidos. Nesta etapa, foram avaliados cinco mil candidatos, dos quais 347 tiveram suas declarações invalidadas pela Comissão. Desse total, 127 entraram com recurso nos últimos dias 21, 22 e 25”, informou a Universidade.

A Universidade também reforçou que está disponível a republicação das relações dos classificados na primeira convocação da lista – segunda classificação – da lista de espera do Sisu:

Recife  

Vitória  

Caruaru

Engenharia, Medicina e Direito são os três cursos com mais pessoas aprovadas na reavaliação de cotas raciais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), divulgada nesta segunda-feira (25). O curso das ciências exatas teve 11 aprovados, o da área de saúde teve 8 e o de direito teve cinco nomes na lista divulgada pela instituição de ensino.

Ao todo, 74 nomes foram aprovados em 32 cursos diferentes dos campi da UFPE. Cursos como física, artes visuais, biblioteconomia, ciências biológicas, jornalismo, filosofia e ciências contábeis tiveram apenas um aprovado.

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Um dos aprovados no curso de ciências da computação, morador da cidade de Jataíba, no Agreste pernambucano, João Pedro Ribeiro, de 18 anos, vai correr atrás do prejuízo. “Vou chegar com duas semanas de atraso, mas pelo menos a situação foi resolvida. Creio que os professores vão dar alguma satisfação”, reflete. 

Confira a lista completa de aprovados neste link

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou, nesta segunda-feira (25), o resultado da reavaliação de autodeclaração racial no âmbito do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). No total, 188 candidatos que haviam sido reprovados entraram com recurso e passaram por uma nova análise nos dias 21 e 22 deste mês, no Corpo Docente da instituição de ensino, no Campus Recife. 

Dos 188 candidatos que entraram com recurso e tiveram o direito de passar por uma nova avaliação da Comissão de Validação de Autodeclaração Racial da UFPE, 74 foram aprovados. O grupo de avaliadores era formado por três membros, entre estudantes, servidores e representantes da sociedade civil. A UFPE garante que os estudantes que tiveram seus pedidos deferidos serão matriculados normalmente.

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"Os candidatos que tiveram sua situação validada e sendo da 1ª entrada deverão procurar o seu Centro Acadêmico para início das aulas e posteriormente serão integrados ao SIG@. Os candidatos da 2ª entrada, as aulas começarão no dia 03 de agosto de 2019", informou a UFPE.

Para que ocorresse reprovação, todos os avaliadores deveriam discordar, por unanimidade, da condição de preto ou pardo autodeclarada pelo concorrente. “Para validar a autodeclaração dos candidatos, foram levados em consideração, unicamente, os aspectos fenotípicos, conforme pode ser conferido no edital”, sustenta a Universidade.

Nesta edição, a UFPE ofereceu por meio do Sisu 6.972 vagas, em que dessas, 2.400 foram direcionadas às cotas étnico-raciais. Na primeira avaliação da Comissão de Validação de Autodeclaração Racial, 280 candidatos não foram validados.   

O Ministério Público Federal em Mato Grosso instaurou investigação sobre supostas irregularidades nas autodeclarações étnico-raciais de candidatos aprovados, por meio do Sisu, para vagas destinadas às políticas de cotas raciais na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A Instituição tem até 10 dias para prestar esclarecimentos aos procuradores.

De acordo com a denúncia apresentada pelo Conselho Estadual de Promoção de Igualdade Racial de Mato Grosso (Cepir/MT), pelo Instituto de Mulheres Negras (Imune) e pelo Instituto de Formação, Estudos e Pesquisas Socioeconômico Político Cultural de Mato Grosso, seis estudantes aprovados para o curso de Medicina 'não possuem fenótipos compatíveis e nem atendem os critérios étnicos-raciais exigidos por lei'.

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Foram anexadas ao procedimento fotografias de redes sociais, 'de forma a tentar comprovar as fraudes nas autodeclarações'.

Segundo o Ministério Público Federal, a investigação busca, inicialmente, apurar a suposta irregularidade cometida pela UFMT no sistema de controle de fraudes na autodeclaração étnico-racial e nos critérios de heteroidentificação.

O argumento se baseia no entendimento do Supremo Tribunal Federal de que o critério utilizado para reconhecimento racial é a autodeclaração, mas, para evitar fraudes, é possível que haja um controle por heteroidentificação, procedimento que utiliza como lastro o fenótipo - aparência e características físicas - do candidato.

A Universidade deve prestar esclarecimentos à Procuradoria e informar se já estabeleceu comissão de heteroidentificação ou outros mecanismos para evitar fraudes. Caso já tenha estabelecido, a instituição 'precisará informar quais são os critérios utilizados para as análises dos candidatos cotistas'.

O procurador da República Gustavo Nogami também solicitou informações ao Grupo de Trabalho sobre Enfrentamento e Prevenção ao Racismo da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC/MPF) sobre resultados alcançados e eventuais orientações produzidas pelo grupo sobre mecanismos de contenção de fraudes no sistema de cotas raciais nos institutos e universidades federais do Brasil.

Com a palavra, UFMT

"A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) recebeu, por meio de sua Ouvidoria, e vai apurar a denúncia a respeito do não cumprimento de requisitos de estudantes aprovados nas vagas reservadas para ações afirmativas. Independentemente das denúncias, no ato da matrícula, já são adotados procedimentos de verificação da veracidade das informações constantes nas autodeclarações dos estudantes pela Comissão Permanente de Homologação e Acompanhamento de Matrículas por Ações Afirmativas.

Conforme o item 5.6 do edital 002/2018, disponível na Central de Ingresso da UFMT, "os candidatos que se enquadrarem nas categorias de ingresso de pretos, pardos e indígenas terão a autodeclaração submetida à comprovação de veracidade, podendo ser convocado a qualquer momento pela Comissão Permanente de Homologação e Acompanhamento de Matrículas por Ações Afirmativas".

Caso seja confirmado que o estudante aprovado por meio da lei de cotas não cumpre o requisito, ele será declarado inelegido e, consequentemente, a vaga será preenchida por outro estudante que se encontra na lista de espera.

A lista dos inelegidos da 1ª chamada foi publicada no dia 18 de fevereiro, cabendo recurso nos dois dias seguintes."

Parte dos alunos reprovados pela comissão de avaliação de autodeclaração racial da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) foi recebida para uma nova avaliação nesta quinta-feira (21). Após um pequeno tumulto registrado por conta de uma comissão considerada "pouco plural" pelos candidatos, a maioria dos alunos que deixou o corpo discente ao longo do dia se disse satisfeita e até mesmo "melhor acolhida" pela banca julgadora. "Acho que dessa vez realmente vai ser justo, vai ser bem avaliado", afirma Gustavo Henrique.

Confira em vídeo:

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*Com informações da repórter Eduarda Esteves

A Universidade de São Paulo (USP) voltou atrás e resolveu confirmar a matrícula de candidatos de colégios militares efetivamente mantidos pelas Forças Armadas que foram aprovados no vestibular da instituição. Conforme o jornal O Estado de São Paulo revelou, a decisão da USP de cancelar matrículas de estudantes de escolas militares aprovados no vestibular por meio do Sistema de Seleção Unificado (Sisu) mobilizou na última quinta-feira o Comando do Exército e o Ministério da Educação. A corporação identificou na medida da universidade uma retaliação ao governo de Jair Bolsonaro. O Exército já foi informado pela USP da confirmação das matrículas.

Em nota, a USP comunicou que, "face às afirmações que se tornaram públicas e para garantir a lisura de seu processo de matrícula, todos os candidatos aprovados oriundos de colégios militares, vinculados e mantidos efetivamente pelas Forças Armadas, que se inscreveram no vestibular optando pela ação afirmativa para egressos de escolas públicas, tiveram a sua matrícula aceita, uma vez que atendem plenamente ao regramento estabelecido para o concurso vestibular 2019".

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A Universidade explicou ainda que este ano decidiu analisar "caso a caso" as matrículas relativas a este público em virtude de questionamentos recebidos pela Comissão de Acompanhamento do Vestibular da instituição. Segundo a nota, havia informações que davam conta da existência de instituições denominadas militares, mas que, na verdade, seriam administradas por entidades privadas e mantidas por mensalidades. "Por essa razão, os candidatos aprovados no vestibular, oriundos de escolas militares, tiveram a sua matrícula analisada caso a caso.

Os poucos casos de indeferimento de matrícula estão em análise, em função de recursos apresentados", diz a USP no comunicado. Quando da publicação da reportagem semana passada, a Pró-Reitoria de Graduação da USP havia alegado que as 12 escolas mantidas pelo Exército não se enquadrariam no sistema de cotas por serem mantidas por contribuições e quotas mensais pagas por pais de alunos.

Na reunião fechada no campus que se estendeu ao longo da tarde da quinta, um representante do Comando do Sudeste, sediado em São Paulo, tentou convencer dirigentes da universidade a reverter a decisão, que afeta mais de 20 alunos, nas contas do Exército, ou dez, na estimativa da USP.

O governador de São Paulo, João Doria, foi acionado pelo Comando Militar do Sudeste, pois a universidade é mantida pelo Estado. Ao mesmo tempo, os militares telefonaram para Brasília. Uma operação foi deflagrada à noite na capital federal pelos militares. O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, também foi chamado e entrou para interferir a favor dos alunos.

Matrícula

Na quinta-feira, a universidade enviou e-mail aos estudantes para informar sobre o cancelamento da matrícula dos aprovados no concurso de acesso da instituição por meio das cotas de escolas públicas. Numa mensagem obtida pela reportagem, a universidade informa a um aluno aprovado no curso de Medicina que cancelou sua matrícula para não "burlar" a "finalidade das políticas de inclusão".

O texto foi elaborado pela Comissão para o Monitoramento Operacional do Processo de Ingresso. O pró-reitor de Graduação, Edmund Chada Baracat, assinou a mensagem.

Procurada na ocasião, a direção da Universidade de São Paulo afirmou que o caso dos alunos ainda estava sob avaliação.

Ainda durante a reunião, o representante do Exército lembrou que, em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que os colégios militares são escolas do ensino oficial. Um documento preparado pela direção do Comando do Sudeste citou que o plenário do Supremo julgou, por unanimidade, improcedente uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5082 contra a cobrança de contribuição obrigatória nos colégios militares.

O relator, ministro Edson Fachin, considerou que essas contribuições não configuram ofensa à regra constitucional da gratuidade do ensino e ratificou as escolas mantidas pelo Exército como estabelecimentos do ensino oficial.

Os militares afirmam que a medida da USP se trata de uma atitude inédita no País, pois o Exército nunca encontrou barreira semelhante por parte de outras instituições.

As aulas na universidade começam amanhã e os alunos aprovados e 'desmatriculados' estavam sendo prejudicados.

Após protesto de alunos reprovados pela Comissão de Validação de Autodeclaração Racial da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o pró-reitor de assuntos acadêmicos, Paulo Góes, fez pronunciamento à imprensa explicando quais serão os próximos passos da instituição de ensino quanto ao assunto. Ao todo, 280 candidatos entre as 2,4 mil vagas disponibilizadas em cotas étnico-raciais por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) foram reprovados pela comissão composta por três pessoas.

Góes, que participou de reunião com a comissão de validação pouco antes da coletiva de imprensa, afirmou que a reprovação depende de toda a comissão, composta por um estudante, um professor e um técnico da universidade. “Para o aluno ser rejeitado, é preciso que a decisão da banca avaliadora seja unânime”, garante.

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Segundo o pró-reitor, 188 alunos entraram com recurso na UFPE após serem reprovados pela comissão. A análise dos pedidos feitos por esses alunos será feita até o dia 22 de fevereiro e o processo deve ser encerrado até o dia 30 de março.  A instituição se responsabilizou, ainda, em emitir nota até o fim desta terça explicando como serão feitos os trâmites burocráticos referentes aos candidatos reprovados.

*Com informações do repórter Fábio Filho

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Um grupo de pessoas se reuniu na manhã desta terça-feira (12) em frente à reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Zona Oeste do Recife, para protestar contra as reprovações realizadas pela comissão de Autodeclaração Racial da instituição. Ao todo, dos 2,4 mil candidatos aprovados nas cotas étnico-raciais, 280 foram reprovados.

A comissão de Autodeclaração Racial da UFPE é composta por três pessoas: um professor, um técnico e um aluno. Todos da instituição. Confira o documento que detalha como funciona a comissão clicando aqui.

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Um dos alunos presentes no protesto desta manhã foi Guilherme Feitosa, de 18 anos. Ele foi aprovado em primeiro lugar das cotas raciais na unidade Agreste e passou pela avaliação na cidade de Caruaru. “Não fizeram nenhuma pergunta sobre o porquê de eu me autodeclarar pardo ou preto, simplesmente olharam para mim. Me julgaram enquanto filmaram”, afirma.

Segundo Guilherme, ele chegou na instituição, preencheu uma ficha com seus dados pessoais e detalhando qual tipo de autodeclaração ele fazia (preto ou pardo) e aguardou para ser chamado. “Quando me chamaram eu entreguei o formulário e me pediram para assinar [o documento]. Tinha uma câmera de celular me filmando”, lembra.

O estudante, que tinha passado no curso de física e recorreu da decisão, se disse indignado com a situação. “Eu fiz o Enem, tive uma nota boa, fui aprovado no Sisu em primeiro lugar no meu curso, na cota para a qual eu sentia que pertencia porque sou pardo”, afirma.

Guilherme, um dos reprovados pela comissão, se disse 'indignado' com a situação 

Por volta das 10h (horário do Recife), membros da comissão de verificação se reuniram com o pró-reitor de assuntos acadêmicos, Paulo Góes, para discutir o assunto. O representante da universidade deve se pronunciar em coletiva de imprensa após a reunião.

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Já está disponível o resultado da autodeclaração racial da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no âmbito do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A assessoria de comunicação da instituição de ensino confirmou ao LeiaJá, na noite desta quinta-feira (7), que foram eliminados 280 candidatos – que se consideraram cotistas - autodeclarados pretos ou pardos.

Esses estudantes até foram classificados por meio do Sisu na condição de cotista. Entretanto, ao serem avaliados pela Comissão de Autodeclaração Racial da UFPE, acabaram sendo eliminados. Ao todo, três membros integram a Comissão, sendo um professor, um estudante e um técnico da Universidade. Veja o edital e as explicações sobre a avaliação.

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Os candidatos reprovados podem recorrer da decisão. Clique aqui e confira o procedimento. Nesta edição do Sisu, das 6.972 vagas oferecidas pela UFPE, 2.400 foram direcionadas a cotas étnico-raciais.

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Estudantes pobres têm menos chances de se dar bem no Enem. É isso que mostra um estudo encomendado pelo jornal Estado de São Paulo. De acordo com a pesquisa, 1 a cada 600 conseguem boas notas na prova, enquanto entre os estudantes de classe média esse número passa para 1 a cada 4.

O estudo, realizado pelo cientista de dados Leonardo Sales, considerou somente as notas de um grupo de 1,3 milhão, que estavam disponíveis publicamente, identificados como de ensino médio regular. Destes, apenas 293 estudantes em situações socioeconomicamente vulneráveis obtiveram notas semelhantes às dos estudantes de escolas particulares.

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Os dados publicados no Estadão ajudam a entender a desigualdade entre os estudantes com melhores condições financeiras e aqueles que estudam em escola pública, por exemplo. Condições como renda familiar, tipo de escola na qual o aluno fez o ensino médio, escolaridade da mãe e o fato do estudante ter ou não internet em casa são fundamentais para o desempenho no Enem. Na edição de 2017, quase 6 mil alunos tiraram notas entre 460 e 465, abaixo da média que foi 509.

Entre os estudantes com menos condições sociais, 293 conseguiram "triunfar" e passar em universidades públicas com notas superiores a 737,5, contrariando as estatísticas. Dentro desse número de desafiadores da realidade, 63% são pardos, percentual de pardos similar ao grupo geral de alunos analisados (65%). Ainda dentro desse número, 13% dos alunos são pretos. Já quando se observa a autodeclaração dos alunos de classes maiores a situação se inverte: 19% pardos e 72% são brancos.

Entre os estudantes com maiores notas oriundos de escolas públicas estão alunos do Ceará. 154 deles cursaram o ensino médio em instituições estaduais. O estado mantém programas de incentivo à educação, que tornaram o Ceará referência nacional.

A Universidade Federal da Bahia vai oferecer a partir do vestibular 2019, vagas destinadas a pessoas transexuais, transgêneros e travestis e refugiados ou imigrantes em situação de vulnerabilidade social. A decisão da UFBA, que já reserva vagas para os quilombolas e indígenas como forma de inclusão, é pioneira no País. 

A novidade foi aprovada por meio da Resolução 07/2018, na reunião do Conselho Acadêmico de Ensino. Para cumprimento dessas cotas, cada um dos 88 cursos da Universidade terão uma vaga a mais nas seleções, gerando cerca de 350 vagas novas anualmente.

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Hoje, a UFBA oferta por ano 5.974 vagas, metade reservada para alunos de escola pública, que tenham renda abaixo de um salário mínimo e meio, deficientes e aqueles que se declararem indígenas, pretos ou pardos. Os interessados nas vagas destinadas nas cotas aprovadas na semana passada precisam ficar atentos ao site de ingresso da UFBA.

O edital com abertura para inscrições deve ser divulgado no dia 02 de janeiro. Para concorrer, é preciso ter feito a edição 2018 do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e ter preenchido os dados de autodeclaração para as categorias participantes. É preciso também ter cursado o ensino médio em escolas públicas.

Já para os imigrantes ou refugiados em situação de vulnerabilidade, devem ter cursado o ensino médio ou equivalente. A resolução reconhece nesta situação pessoas que possuem visto temporário ou permanente por razões humanitárias, emitido pelo Conselho Nacional de Imigração.

A seleção regular para novos alunos é feita por meio do Sistema de Seleção Unificada (SISU). Para isto é necessário que o candidato tenha participado do ENEM deste ano e tenha ficado acima da nota de corte dos cursos de graduação da Federal.

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) anunciou a expulsão de 27 alunos “autodeclarados cotistas” da instituição. A medida foi tomada após investigação interna, que identificou que os estudantes não eram negros ou pardos. Segundo a instituição, a apuração segue em andamento e tem caráter educativo.

O desligamento será publicado nesta sexta (14), no Diário Oficial. É a primeira vez que a Universidade realiza uma ação do tipo, desde 2014. Ainda não é possível identificar os estudantes e o período de graduação, mas segundo o Renato Diniz, superintendente acadêmico da Vunesp, nenhum deles estava próximo de se graduar.

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Ainda segundo o educador, os critérios usados para determinar a ação são os mesmos definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), critérios fenótipos – nesse caso, são analisados cor da pele, dos olhos e o tipo de cabelo.

O processo de investigação teve duração de cinco meses e os estudantes tiveram o direito de recorrer internamente. Segundo a Unesp, não há possibilidade de substituição imediatamente das vagas. A Instituição espera agilizar o processo para o ano de 2019 e que as averiguações comecem logo após a matrícula presencial dos novos alunos.

O número de matrículas por cotas no ensino superior público do Brasil deu um salto de 1,5% em 2009 para 5,2% em 2016. No mesmo período, a proporção de matrículas em universidades privadas por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) teve um aumento de 28,1%, ao passar de 5,7% para 7,3%.

Os dados são da Síntese dos Indicadores Sociais 2018, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (5).

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Nos cursos bacharelados presenciais em universidades públicas, as matrículas tiveram um crescimento de 809 mil para 1,2 milhão, mas os números foram ainda maiores nas instituições provadas, ao subir de 2,8 milhões para 3,9 milhões.

A taxa de ingresso ao ensino superior dos alunos que haviam cursado o ensino médio em escola privada é duas vezes maior que a dos alunos que estudaram na rede pública.  O percentual de estudantes universitários oriundos de escolas públicas foi de 35,9% no período, enquanto os de escolas particulares foi de 79,2%.

Os dados do IBGE revelam ainda que a necessidade de trabalhar é a principal barreira para os jovens conseguirem estudar. Na população com nível médio completo ou não, os homens não estudavam principalmente por ter que trabalhar ou procurar emprego e as mulheres pelos mesmos motivos, além de terem que se dedicar aos afazeres domésticos.

O candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, defendeu a importância de se ter implementado a política de cotas para escola pública nas universidades como um mecanismo para se democratizar a educação no País.

Em fala para uma plateia de professoras e alunos, Haddad lembrou que no início o projeto foi bastante criticado. "Eles diziam que nós iríamos baixar a qualidade da educação superior do País", disse o petista. Haddad reforçou os números que apontam bom desempenho dos cotistas.

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Haddad participou de homenagem ao dia dos professores no Sindicato dos Professores do Ensino Fundamental do Estado de São Paulo (Apeoesp), no centro da capital paulista, nesta segunda-feira.

O candidato do PT foi questionado também sobre os desafios de se incentivar a inclusão de negros e combater o preconceito nas escolas. O petista lembrou das lacunas na própria educação e ausência de materiais sobre a própria história da África, berço da civilização mundial, cuja cultura está enraizada no Brasil.

Haddad lembrou do projeto de lei que obrigou o ensino da cultura africana nas escolas. O projeto foi primeiramente proposta em 2003 e aprovado em uma alteração em 2008. "Quanto tempo levou para a gente implementar a lei? Não existia material didático sobre a história da África no Brasil. Você ia nas editoras pedir um livro sobre a história da África a não existia", disse.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) divulgou um novo processo seletivo para os seus Programas de Pós Graduação. Com mais de 500 vagas disponíveis para o primeiro semestre do próximo ano, a seleção oferece cursos de mestrado e doutorado. A grande novidade é que, pela primeira vez, a instituição de ensino terá cotas para pessoas trans.

De acordo com a pró-reitora de pesquisa e pós-graduação da UFRPE, Maria Madalena Pessoa Guerra, houve um extenso diálogo antes da decisão entre integrantes da Universidade e grupos sociais. “Existia uma portaria do Ministério da Educação (MEC) em que a gente precisava de uma política de ações afirmativas. A gente criou uma comissão na universidade, foram feitas várias reuniões para entender a melhor forma [de respeitar essa política]. Depois de várias discussões e vendo outras resoluções de universidades, a comissão achou pertinente incluir também as pessoas trans nesse grupo, concorrendo a uma cota especial. A comissão passou mais de um ano trabalhando isso”, explicou a pró-reitora em entrevista ao LeiaJá nesta terça-feira (25). 

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Documento publicado pela Universidade ainda explica o seguinte: “Consideram-se pessoas trans aquelas que se autodeclararem travestis, transexuais e transgêneros no ato da inscrição no processo seletivo”. “Há uma resolução que inclui pessoas pretas, pardas, com dificuldade de locomoção e quilombolas. Dentro da Universidade, foi decido também que as pessoas trans passam por um processo que, muitas vezes por questões psicológicas, não conseguem concorrer da mesma forma. Outras universidades tinham incluído esse item e a gente resolveu incluir também. É a primeira vez que está sendo adotado isso. Estamos atendendo a uma portaria do Ministério e possibilitando que essas pessoas possam concorrer em um universo menor. O critério de seleção será o mesmo, mas elas não vão entrar na ampla concorrência do programa”, acrescentou a pró-reitora. 

Para os mestrados, a instituição de ensino dispõe das seguintes áreas: Administração e Desenvolvimento Rural; Agronomia (Melhoramento Genético de Plantas); Biociência Animal;  Biodiversidade e Conservação; Biometria e Estatística Aplicada; Botânica; Ciência Animal e Pastagens; Ciência Animal Tropical; Ciência do Solo; Ciência e Tecnologia de Alimentos; Ciências Ambientais; Ciências Florestais; Controladoria; Ecologia; Educação, Cultura e Identidades; Engenharia Agrícola; Engenharia Ambiental; Etnobiologia e Conservação da Natureza; Física Aplicada; Fitopatologia; Informática Aplicada; Medicina Veterinária; Produção Agrícola; Produção Vegetal; Química; Recursos Pesqueiros e Aquicultura ; Sanidade e Reprodução de Ruminantes; e Tecnologia e Gestão em Educação a Distância.

Já para os doutorados, os segmentos são os seguintes: Agronomia (Melhoramento Genético de Plantas); Biociência Animal; Biometria e Estatística Aplicada; Botânica; Ciência Animal Tropical; Ciência do Solo; Ciências Florestais; Engenharia Agrícola; Entomologia Agrícola; Etnobiologia e Conservação da Natureza; Fitopatologia; Medicina Veterinária; Química; e Recursos Pesqueiros e Aquicultura. 

De acordo com a UFRPE, os cursos de mestrado somam 401 oportunidades, das quais 89 são reservadas para candidatos pretos, pardos, indígenas, deficientes ou trans, assim como há 30 exclusivas para servidores da Universidade. 

Já para o doutorado, são disponibilizadas 128 vagas, sendo 29 para pretos, pardos, indígenas, com deficiência ou trans, além de 14 vagas extras exclusivas para os servidores da UFRPE.

As inscrições para o processo seletivo poderão ser feitas das 10h de 1º de outubro até o dia 29 do mesmo mês, por meio do site da UFRPE. A taxa de inscrição custa R$ 50.

Segundo o edital de abertura, entre as etapas das seleções estão análise de documentação inserida no ato da inscrição, avaliação do Curriculum Vitae e histórico escolar, prova escrita de conhecimento, defesa de anteprojeto, entre outras atividades. Mais informações devem ser obtidas no edital do processo seletivo.

Cotistas do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) têm até a próxima sexta-feira (28) para sacarem os benefícios fora dos critérios estabelecidos em lei. Desde junho, trabalhadores cadastrados em um dos fundos entre 1971 e 4 de outubro de 1988 estão autorizados e receber o saldo disponível nas contas. 

Com o fim do prazo, os saques voltarão a ser permitidos somente para pessoas com 60 anos ou mais, aposentados, herdeiros de cotistas, pessoas em situação de invalidez ou acometidos por doenças específicas.

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Para saber se tem direito ao benefício do PIS e do Pasep, a Caixa Econômica Federal também possibilita a consulta pelo telefone 0800-726-0207 ou nos caixas eletrônicos da instituição, desde que o interessado tenha o Cartão Cidadão. No Banco do Brasil, os trabalhadores podem entrar em contato pelos números: 4004-0001 ou 0800-729-0001. As regras para o saque podem ser conferidas no site do Governo Federal

 Com informações do Ministério do Planejamento

A indústria da construção civil tem enfrentado dificuldades para cumprir as cotas de contratação, em que parte das vagas é reservada a pessoas com deficiência, jovens aprendizes, egressos do sistema penitenciário e moradores de rua. Em alguns Estados, segundo o setor, as cotas chegam a comprometer até um terço dos postos de trabalho.

As empresas dizem não haver interessados em número suficiente para preencher as vagas. "A gente publica no jornal, convoca e ele não aparece. Não posso sair catando pessoa com deficiência se ela não quer trabalhar", diz o presidente da Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), Luiz Afonso Delgado. A cota para pessoas com deficiência é exigida de companhias com mais de 100 empregados e vai de 2% a 5% dos postos. Ex-presidiários precisam ter assegurados 3% a 6% das vagas em caso de obra pública com contrato superior a R$ 330 mil.

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A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) fez uma simulação do número mínimo de cotas que uma empresa com 1.001 funcionários que atua em obras públicas precisaria atender. Seriam pelo menos 163 "cotistas". Em alguns Estados, além disso, há mais reservas previstas em lei. No Distrito Federal, por exemplo, é exigida contratação mínima de 2% de moradores de rua. No total, as cotas podem chegar a mais de 30%.

O Ministério do Trabalho já lavrou mais de 400 autos de infração contra construtoras que deixaram de atender à legislação. Em 2016, 363 mil vagas destinadas a pessoas com deficiência não foram preenchidas. Em seis anos, o Ministério Público do Trabalho firmou 1.132 termos de ajuste de conduta com empresas de vários setores - já que as cotas não atingem apenas a construção - e ajuizou 729 ações. O presidente do Sinduscon-DF, João Carlos Pimenta, diz que o setor é contrário "a qualquer tipo de cota", porque, por falta de interessados, as empresas viram alvo de multa.

O MPT diz que o problema está na cultura das empresas, que não investem em acessibilidade e alimentam o preconceito. "É oneroso garantir ambiente de trabalho com acessibilidade, mas é o que diz a lei", diz a coordenadora de Promoção da Igualdade de Oportunidades e de Eliminação da Discriminação no Trabalho do MPT, Valdirene Silva de Assis. "Não faltam pessoas, faltam condições para que elas estejam no mercado e a vontade de incluir."

O sociólogo José Pastore, especialista em relações de trabalho, afirma que as cotas têm um propósito social importante. Mas reconhece um desajuste entre a qualificação exigida e a formação dos candidatos. "O problema educacional é pior no caso de pessoas com deficiência, porque as escolas não estão preparadas para dar qualificação", diz. "Se a empresa não encontra qualidade, não contrata, e se não contrata, é multada." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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