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Durante a noite desta sexta-feira (29), ocorreu a abertura da XVIII Mostra Universitária de Artes Visuais, na UNAMA - Universidade da Amazônia, no campus da Alcindo Cacela, em Belém. A exposição, que foi organizada por estudantes do curso de Artes Visuais sob a orientação da coordenação e dos professores, está na Galeria Graça Landeira, obedecendo a todos os protocolos de prevenção à covid-19.
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O tema da MOAV desse ano – “Transformações” – estabelece um diálogo com a temática da edição de 2020, que trouxe obras com interpretações associadas à pandemia, e inspirou os artistas a pensarem nas mudanças vivenciadas em todas as esferas e no mundo inteiro após esse período.
A professora e coordenadora do curso de Artes Visuais, Ana Isabel Santos, afirmou que é sempre muito gratificante observar o envolvimento dos alunos na exposição. “Os alunos se envolvem desde a organização da exposição, com a definição do edital, da seleção das obras, do vernissage, até a mediação da galeria durante o período que a mostra fica exposta na galeria”, explicou.
Ana Isabel disse que a participação dos estudantes é uma oportunidade única para os estudantes desenvolverem um trabalho de nível profissional ainda na academia. “Acredito que ficará marcado na mente deles todos os momentos de organização, desafios e a união que é nítida entre os nossos discentes”, complementou.
A coordenadora também ressaltou que as expectativas são as melhores possíveis, e que os alunos são muito dedicados e organizados. “Tenho certeza que o engajamento deles resultará no sucesso da exposição, tanto no sentido da visibilidade que será conferida ao trabalho, como na qualidade da exposição e curadoria das obras”, reforçou.
Betânia Fidalgo, reitora da UNAMA, esteve presente durante a abertura do evento e afirmou a importância do curso de Artes Visuais no processo de humanização das relações e do olhar voltado para o cotidiano. “A arte não se explica, embora ela tenha toda uma técnica para ser desenvolvida, mas ela é de quem vê, de quem sente, da percepção, e da sensibilidade de cada um de nós”, disse.
A educadora também aproveitou para parabenizar os professores e, em especial, os alunos pelo desenvolvimento dos trabalhos. “Agradeço por vocês fazerem parte dessa história, por vocês tornarem esse cotidiano suportável, e que a gente possa justamente desenvolver aquilo que tem de melhor dentro dessa universidade”, acrescentou.
Jéssica Araújo, estudante do 8º semestre de Licenciatura em Artes Visuais, fez parte da comissão organizadora da MOAV desse ano, e esteve expondo o trabalho dela no evento. A estudante afirmou que a mostra integra os alunos, fornecendo uma troca de aprendizados entre os calouros e aqueles que já estão se formando. “É um processo muito rico, e todo mundo participa”, explicou.
Jéssica foi a primeira caloura que participou da organização da exposição e ela falou da sensação de estar participando da comissão novamente no fim do curso. “É emocionante ver esse trajeto, ver como a MOAV cada vez mais amadurece. Recebemos muito auxílio da coordenação esse ano, muito apoio dos professores. É uma coisa que parece estar ganhando mais destaque, e eu espero que nos próximos anos continue”, acrescentou.
A estudante também comentou sobre o retorno presencial da mostra, que foi realizada virtualmente no ano passado em decorrência da pandemia da covid-19. “Apesar de ter tido menos investimentos, ela funcionou aqui na galeria. Mas esse ano é realmente uma volta, e a gente mata a saudade de estar participando”, completou.
Lucas Ferreira, também aluno do curso no 8º semestre, participou do processo de montagem da galeria fazendo a curadoria da exposição. Ao falar sobre a organização das obras, o estudante explicou que ela foi feita de uma forma que houvesse coerência entre as artes. “Cada trabalho é um trabalho, mas a gente tentou fazer um processo em que as obras conversassem entre elas da melhor forma possível”, disse.
Lucas destacou a importância desse processo de montagem, e que ele é fundamental para qualquer pessoa que deseja estar no meio das Artes. O estudante também afirmou ter intenção de participar da amostra expondo o trabalho dele futuramente. “É sempre importante participar de todas as formas possíveis, tanto na montagem, quanto na organização, como expondo”, ressaltou.
Lucas deixou uma mensagem para os futuros alunos de Artes Visuais e estimulou o envolvimento deles nas amostras dos próximos anos. “Essa aqui é a parte em que a gente vive a arte que a gente quer, além dos livros. A principal mensagem é essa: venha para a galeria, independente de qual forma seja”, incentivou.
André Massache, aluno do curso de Artes Visuais, expõe duas obras que são relacionadas entre si, sobre o contexto pandêmico e também sobre o sofrimento dos povos negros durante a escravidão. Ele afirmou gostar muito de falar do processo de criação dele, com base no olhar dele para o mundo, e que ficou bastante feliz com o resultado. “Eu também faço parte da comissão do evento, então o processo foi muito gostoso, uma forma de terapia”, explicou.
A mãe do estudante, Walcicleia Cruz, esteve no evento para prestigiá-lo, e contou que sempre acompanha o André e o desenvolvimento dele na criação das obras. Walcicleia também mencionou o suporte que a família oferece a ele. “A arte é muito importante para ele. O curso de Artes Visuais é muito importante para ele, e a gente está sempre está dando esse apoio, para que no futuro ele tenha mais experiências nesse campo”, afirmou.
Walcicleia acrescentou que fica muito feliz e orgulhosa do filho, e disse que a arte foi fundamental durante a vida dele, que sempre envolveu superação. “Quando ele se veio para o curso de Artes Visuais, a MOAV foi uma oportunidade de ele poder expor aquilo que ele fazia em casa para nós. Isso para mim é muita felicidade, de ele ter espaço para poder mostrar o trabalho dele e começar a ser reconhecido como artista”, concluiu.
Por Isabella Cordeiro (com apoio de Rodrigo Moraes).