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A exemplo do que se viu na primeira quinzena deste mês, alguns dos principais hospitais privados de São Paulo seguem assistindo a uma alta de pacientes internados por Covid-19. Na comparação com duas semanas atrás, o Hospital Sírio-Libanês registrou o crescimento mais expressivo: o número de hospitalizados na capital paulista por infecção pelo coronavírus subiu 71%. Os hospitais Albert Einstein, São Camilo e Oswaldo Cruz também notificaram aumento.

Há 430 leitos ocupados por doenças diversas no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo neste momento. Em 115 desses, estão pacientes internados com covid-19, sendo 21 deles em unidades de terapia intensiva (UTI). A taxa de ocupação total da instituição é de 82%.

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Há cerca de duas semanas, no último dia 12, a quantidade de internados com covid no Sírio era de 67 pessoas. 11 desses pacientes, praticamente a metade de agora, estavam em UTI. Com 401 leitos ocupados, a taxa de ocupação do hospital na ocasião era de 81%, índice semelhante ao apresentado nesta semana.

Embora seja crescente, o número é inferior ao registrado nos piores momentos da pandemia. Em março de 2021, conforme noticiou o Estadão, o Sírio tinha 219 pacientes com confirmação ou suspeita de covid-19 (63 em UTIs). Naquela época, a campanha de vacinação ainda estava no início no Brasil.

No último dia 12, a unidade do Hospital Albert Einstein no Morumbi, zona oeste de São Paulo, tinha 91 pacientes internados com covid. Diante disso, cerca de 100 leitos foram colocados à disposição de pacientes com sintomas gripais. Nesta quarta-feira, 26, com o aumento de 53% nas hospitalizações pela doença - o número chegou a 139 -, a oferta de enfermarias para atender esses pacientes também está maior. Agora, são 153 vagas.

Em março de 2021, segundo reportava o Estadão, o Albert Einstein atendia 216 pacientes internados com diagnóstico confirmado para covid-19. Deste grupo, 112 ocupavam leitos de UTI e da unidade semi-intensiva.

A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo informou que nesta quarta-feira contava com 110 pacientes internados para tratamento de covid-19 em suas unidades, sendo 34 desse total em UTIs. Em 12 de janeiro, eram 86 internados (25 em UTIs). "Com as oscilações registradas, a taxa de ocupação total dos leitos se manteve em torno de 55% no mês", informou a rede.

"Em virtude do aumento da demanda de pacientes com covid e influenza, a Rede reforçou suas equipes de prontos-socorros, com o objetivo de otimizar os fluxos de triagem, reduzir o tempo de espera e ampliar a capacidade de atendimento a pacientes graves", acrescentou o São Camilo.

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz faz o acompanhamento de forma diferente, mas ainda assim indica alta expressiva. Entre os dias 1º e 12 de janeiro, 4,1 mil pacientes procuraram o pronto-atendimento da instituição com sintomas gripais. A positividade dos testes realizados foi de 47% para covid-19.

Segundo o hospital, cerca de 97% dos pacientes apresentaram sintomas leves, sem necessidade de internação, e 3% dos atendimentos evoluíram para internação. O número total de internados com covid até 12 de janeiro foi de 84. De 1º a 26 de janeiro, o número total de hospitalizações por covid no hospital passou a ser de 294. Houve, portanto, 210 novas internações pela doença do dia 12 até então.

As autoridades chinesas fecharam, nesta quinta-feira (13), os hospitais da cidade de Xi'an (norte), cuja população está confinada desde 23 de dezembro, para "retificar" erros na aplicação das regras anticovid depois do aborto de uma mulher que foi impedida de acessar um serviço de emergência.

Xi'an, de 13 milhões de habitantes, conhecida em todo o mundo pelo seu exército de terracota, é uma das poucas cidades da China afetadas atualmente por pequenos surtos de Covid-19.

No início de janeiro, o hospital de Gaoxin negou a entrada durante duas horas de uma mulher grávida de oito meses, alegando que o teste negativo de covid havia ultrapassado o prazo de validade de 48 horas.

Uma foto mostrava a mulher sentada em um banco cercada por uma poça de sangue.

O diretor do Departamento de Saúde de Xi'an se desculpou publicamente. Antes, o governo da cidade anunciou a demissão do diretor do hospital e dos "funcionários pertinentes".

Em outro incidente, uma habitante afirmou que seu pai morreu de um ataque cardíaco após ser rejeitado "devido às normas relacionadas à pandemia".

Os dois hospitais envolvidos foram repreendidos e devem "suspender suas operações durante três meses para retificar", anunciou hoje o departamento municipal de saúde em um comunicado.

O hospital de Gaoxin recebeu a ordem de suspender seu diretor-geral e demitir vários funcionários, afirmou o texto.

O segundo hospital vai demitir o presidente, suspender o vice-chefe e destituir a chefe de enfermagem do serviço de consultas externas.

Os moradores de Xi'an se queixaram da falta de alimentos que, segundo eles, deve-se à organização caótica.

O surto de covid diminuiu consideravelmente nos últimos dias, com o registro de apenas nove casos nesta quinta-feira.

Desde 9 de dezembro, Xi'an registrou cerca de 2.000 casos de Covid-19.

Cerca de 200 militares serão enviados aos hospitais de Londres para apoiar o serviço público de saúde britânico (NHS), que sofre uma escassez de pessoal enquanto aumentam os atendimentos por Covid-19, anunciou o ministério da Defesa nesta sexta-feira (7).

A mobilização inclui 40 médicos militares e 160 efetivos auxiliares, que ajudarão nas próximas três semanas a suprir a falta de pessoal sanitário infectado pelo vírus na capital britânica, epicentro da nova onda de casos devido à variante ômicron.

O ministro da Defesa, Ben Wallace, celebrou a contribuição dos militares ao "esforço nacional", lembrando que já participaram dirigindo ambulâncias, aplicando vacinas ou apoiando os pacientes hospitalizados desde o início da pandemia há dois anos.

Cerca de 1.800 militares já estão mobilizados por todo o Reino Unido, apoiando os trabalhos de vacinação e os serviços de ambulância.

Segundo os últimos dados oficiais publicados na quinta-feira (6), quase 18.000 pessoas - um aumento de 50% em uma semana e o número mais alto desde fevereiro - estavam hospitalizadas no país com covid-19.

O Reino Unido é uma das nações mais afetadas da Europa pela pandemia, com quase 150.000 mortes e níveis recordes de infecção, que se aproximam dos 200.000 casos diários.

No entanto, o número de pacientes com respiradores artificiais (875) e de mortes (231 na quinta-feira) é muito inferior ao das ondas anteriores, o que levou o governo a não endurecer as restrições na Inglaterra por enquanto.

Com o aumento da pressão, o sistema hospitalar enfrenta milhares de faltas de seus profissionais, em níveis "nunca vistos", explicou ao canal Sky News o doutor Chaand Nagpaul, presidente da Associação Médica Britânica (BMA).

Matthew Taylor, diretor da NHS Confederation, um grupo de profissionais da saúde pública, considerou que a mobilização de 200 efetivos "ajudaria", mas que a situação continuará "muito difícil".

A crise de oxigênio em Manaus foi o ponto mais caótico da pandemia no Brasil. A desordem expôs a incapacidade do Governo Federal e da gestão estadual em garantir a vida de pacientes que morreram asfixiados em uma onda de contágio após as festas de fim de ano de 2020. Não bastasse os indícios da explosão de casos ainda em dezembro, a falta do insumo obrigou a transferência de internados na UTI para outros estados e submeteu familiares a uma corrida contra o tempo para encontrar cilindros que sustentassem a luta dos parentes contra a Covid-19. Inevitavelmente, o sistema funerário entrou em colapso.

Os dias 14 e 15 de janeiro foram os mais preocupantes. A tragédia do início de 2021 pode ser descrita pelas aglomerações que tomaram a entrada dos hospitais em um mutirão de socorro para transportar os cilindros.

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Os equipamentos com o insumo chegavam nos carros de familiares e até dos próprios médicos, pois as ambulâncias estavam ocupadas como leitos e as poucas unidades de oxigênio que restavam no comércio eram disputadas por filas extensas que lotavam as distribuidoras.

Antes da pandemia, o consumo diário de oxigênio na capital amazonense era de 14.000 m³. Em janeiro deste ano, o índice multiplicou para 76.500 m³ por dia.

Decreto derrubado pelo negacionismo

Após a experiência da disparada de casos graves em abril, no dia 23 de dezembro o governador Wilson Lima (PSC) percebeu o risco e decretou o fechamento do comércio não essencial para o dia 26 e proibiu eventos de fim de ano. 

Uma forte onda de protestos foi estimulada por declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras personalidades que menosprezaram o vírus. A pressão fez com que a decisão fosse suspensa, mesmo com a suspeita da circulação de uma variante local mais transmissível.

Câmaras frigoríficas voltam aos hospitais

Assim como em abril, ainda em dezembro, câmaras frigoríficas voltaram a ser instaladas próximo aos principais hospitais de Manaus: o Pronto-Socorro 28 de Agosto, o João Lúcio e o Platão Araújo. Dias depois, o terreno do cemitério do Tarumã foi expandido em mais mil vagas para receber mais corpos.

Pedido de ajuda ao Governo Federal

A previsão se cumpriu e, ciente de que a produção local de oxigênio não daria conta, o Governo do Estado enviou um pedido de socorro ao Ministério da Saúde no dia 8 de janeiro. O relatório da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) aponta que no documento "foi relatado um colapso dos hospitais e falta da rede de oxigênio. Existe um problema na rede de gás do município que prejudica a pressurização de oxigênio nos hospitais estaduais”.

Após a solicitação, a Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou aviões para buscar o suprimento em outros estados e começou a transportar cilindros em gás, ainda em quantidade inferior à necessidade da população doente.

No entanto, ainda que exigisse uma maior competência logística, o ideal seria transportar o insumo em estado líquido, pois cada litro de oxigênio líquido pode ser convertido em 860 litros de oxigênio gasoso.

Aviões da FAB com oxigênio enviados no dia 17 de janeiro/Divulgação

Uma das grandes dificuldades de Manaus se dá pela dificuldade de conexão com estados vizinhos e os suprimentos passaram a chegar de balsa e avião. No dia 11, 50 mil m³ chegaram por rio e, no dia 13, mais 22 mil m³ de modo aéreo.

Com a alta demanda no Brasil, a White Martins, principal fornecedora de oxigênio, alegou dificuldade para a produção. Ainda assim, conseguiu elevar a fabricação diária na capital para 28 mil m³ e empresas menores como a Carbox e Nitron também foram importantes para o controle da operação. 

Apoio da Venezuela

Entre os dias 11 e 13 de janeiro, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve na cidade para promover o tratamento precoce, que já havia sido descartado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por ser ineficaz. No dia 17 de janeiro, a FAB centralizou a logística de oxigênio líquido a partir de Brasília e uma carreta com 107 mil m³ doados pela Venezuela chegou à Manaus dois dias depois.

Caminhão tanque enviado pela Venezuela para a crise no Brasil/Reprodução/Twitter

Mobilização de artistas

A série de decisões erradas das autoridades e ao desrespeito dos manauaras contra o pior momento do vírus comoveu o país. Ainda no dia 14, o humorista Whindersson Nunes encabeçou uma campanha de doação de oxigênio e convocou artistas para ajudar. Devido aos entraves logísticos, ele também doou respiradores pulmonares para acelerar o socorro.

Outros famosos que ajudaram na recuperação da crise em Manaus foram Gusttavo Lima, Tirulipa, Tatá Werneck, Felipe Neto, Paulo Vieira, Marcelo Adnet, Paulo Coelho, Simone, Tierry, Marília Mendonça, Wesley Safadão, Bruno Gagliasso, Sabrina Sato, Pyong Lee, Thelminha Assis, Paola Carosella, Diego Ribas, Maria Gadu, Jorge & Mateus, Dennis DJ, Glória Pires e Orlando Morais, Antônio Fagundes, Otaviano Costa, Gaby Amarantos, Fabiula Nascimento, Hugo Gloss, Klara Castanho, Ana Hikari e Evelyn Montesano.

PGR pede investigação por omissão

Pazuello já era alvo da Polícia Federal (PF) quando voltou a Manaus no dia 23. A investigação foi requerida pela Procuradoria Geral da República (PGR) sob o argumento de que o Ministério da Saúde recebeu informações sobre o possível colapso em dezembro, mas só enviou representantes em janeiro.

O ministro só retornou ao epicentro da crise no dia 12 de fevereiro e concluiu o ciclo de três viagens à Manaus no intervalo de um mês.

Com o caos levado ao interior, ao menos, 500 pacientes foram enviados para tratamento em outros estados e o ministro foi convocado para explicações no Senado e n Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.





O ministro Pazuello foi convocado ao Senado para falar sobre o controle do Plano Nacional de Imunicação/Pedro França/Agência Senado

Pazuello se explica no Senado

No Senado, Pazuello disse que o documento recebido no dia 8 de janeiro apenas citou a "falta de oxigênio" e justificou que "rede de gases são os tubos de gases e não o oxigênio que vai dentro. Pressurização entre o município e o estado é regulação entre um e outro”.

Até o momento ninguém começou a responder criminalmente pelas vidas perdidas em Manaus. O projeto da própria Secretária de Saúde do Amazonas indica que, ainda em novembro, o Estado sabia que não teria capacidade de produção de oxigênio suficiente. A gravidade da omissão e o número de mortos pela crise não chegou a ser calculada oficialmente.

Um levantamento feito pelo governo de São Paulo indicou que quatro hospitais estaduais de referência para Covid-19 não recebem novos casos da doença há pelo menos uma semana.

Os hospitais estão localizados nas regiões de Araraquara, Bauru, Baixada Santista e Grande São Paulo, onde o percentual da população com vacinação completa ultrapassa 60%.

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As quatro regiões também têm baixos indicadores de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e clínicos. A queda na demanda é reflexo da campanha de vacinação e do avanço na cobertura com esquemas vacinais completos.

Segundo as informações do governo estadual, desde o último dia 13, o Hospital Estadual de Américo Brasiliense, em Araraquara, não registra internação de pacientes confirmados com o novo coronavírus. Também não há nenhum paciente internado com Covid-19 na unidade, que já está atendendo outras patologias devido à queda na demanda pela doença. A taxa de ocupação de leitos é de 10,6% em unidade de terapia intensiva (UTI) e 10,5% em enfermaria. Nessa região, 707 mil moradores já estão com esquema vacinal completo.

No Hospital Estadual de Bauru, que também não recebe novos casos da doença desde 13 de outubro, há quatro pacientes internados na enfermaria e nenhum na UTI. A ocupação regional é de 17,1% em UTIs e 6,5% dos leitos clínicos, com mais de 1,2 milhão de pessoas integralmente imunizadas.

Na Baixada Santista, o Hospital Regional de Itanhaém está há dez dias sem registrar novos casos e também não possui, no momento, pacientes com Covid-19 internados previamente. A região registra ocupação de 23,2% em UTI e 15,2% em enfermaria, e 1,1 milhão de residentes do litoral Sul do Estado já concluíram o esquema vacinal.

No Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, há três semanas não são internados novos casos da doença. O serviço recebe pacientes por meio do referenciamento de unidades como UBSs e UPAs do Grande ABC, por meio da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross). Atualmente há apenas quatro pacientes internados em enfermaria e três na UTI. A taxa de ocupação da Grande SP é de 31,6% e 36,1%, respectivamente, e ultrapassa 14,2 milhões de pessoas com proteção completa contra Covid-19.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (14), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco (SRTb/PE) destacaram os riscos da ausência de monitoramento e controle da qualidade do ar nos ambientes de trabalho artificialmente climatizados, sobretudo durante o período de pandemia.

Segundo fiscalizações realizadas nos últimos 18 meses, as irregularidades contribuíram para a maior proliferação da Covid-19 entre os trabalhadores de diversos setores, em especial, aqueles que atuam em serviços de saúde. No total, foram inspecionados 277 estabelecimentos de saúde, entre hospitais públicos, municipais e estaduais, e privados, além de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). 

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"Nas fiscalizações, notamos um baixíssimo grau de domínio no que diz respeito à qualidade do ar nos ambientes artificialmente climatizados, seja com ausência de renovação e de filtragens adequadas ou até mesmo com a não exaustão do ar de setores especiais, como áreas de isolamento, laboratório, refeitórios, quartos de repouso, entre vários outros", detalhou a auditora fiscal, Chefe do Setor de Segurança e Saúde da SRTb/PE, Simone Holmes.

Ações do MPT durante a pandemia

Ainda no início da pandemia, segundo a procuradora do Trabalho Adriana Gondim, o MPT chegou a expedir “recomendações em caráter preventivo para a proteção das categorias mais expostas à contaminação da Covid-19”. Neste momento, segundo ela, as diretrizes já abrangiam o controle da qualidade do ar, que “revelou-se ação imprescindível à proteção da saúde não só dos trabalhadores, mas também dos usuários dos sistemas público e privado de saúde”.

Diante do cenário de contravenções generalizadas, no entanto, a Inspeção do Trabalho e o próprio MPT propuseram a adoção de um termo de compromisso para que “os estabelecimentos pudessem se adequar, dentro de um prazo razoável e negociado, respeitando as características individuais e sem punição pecuniária pelo descumprimento do termo", explicou. 

A partir disso, audiências públicas foram realizadas, como forma de corrigir gradativamente as unidades nas quais irregularidades foram detectadas. Conforme o MPT, houve maior adesão da rede privada, sendo ainda preocupante os quadros verificados na rede pública de saúde. As violações constatadas somam, pelo menos, 700 autos de infração. 

Diretrizes de qualidade do ar já eram descumpridas antes da Covid-19

Embora a situação tenha sido acentuada pela pandemia, as normas relacionadas à garantia da qualidade do ar já eram descumpridas antes da condição de emergência sanitária. Para Adriana Gondim, mesmo nos momentos em que houve o decréscimo de casos de pacientes internados, possibilitando as melhorias estruturais nos sistemas de ar, os protocolos não foram cumpridos.

“Não se aproveitou a oportunidade para adequações para o enfrentamento das irregularidades associadas aos sistemas de renovação do ar, filtragem e exaustão. Aquelas unidades de saúde que não buscaram a avaliação da qualidade do ar em seus postos de trabalho, através de seus gestores, negligenciaram na tutela da saúde de trabalhadores e pacientes, propiciando o  quadro de adoecimento e casos de Covid- 19 que poderiam ser evitados", complementou a procuradora do Trabalho.

CARTILHA

O trabalho desenvolvido entre o MPT e a SRTb/PE culminou na produção da cartilha "A Covid-19 está no ar - Como garantir a qualidade do ar interior durante a pandemia?". O material, destinado a empregadores e trabalhadores, traz informações que possibilitam a construção de um meio ambiente de trabalho mais seguro e saudável, ao estabelecer um equilíbrio entre o uso do ar-condicionado e o acesso à ventilação natural, sobretudo no período da crise sanitária. O material ainda será divulgado.

Nesta quarta-feira (22), o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado (SindHosp) divulgou uma pesquisa que mostra que aproximadamente 98% dos hospitais privados de São Paulo tiveram queda no número de internações por Covid-19. A análise da pesquisa leva em conta os últimos dez dias.

Segundo o levantamento, 27% dos hospitais pesquisados são da capital e os outros 73% são do interior de São Paulo. Além disso, o estudo traz números significativos sobre hospitalizações em UTI’s (Unidade de Terapia Intensiva), que também registraram queda.

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Especialistas na área da saúde apontam que a redução de internações e mortes pela Covid-19 é reflexo da vacinação que ocorre em todo o País desde janeiro deste ano. Apesar da melhora, é importante lembrar que os protocolos de saúde contra o vírus ainda precisam ser seguidos, como o uso de máscara e álcool em gel.

Ao todo, o Estado de São Paulo possui cerca de 44 milhões de habitantes e segundo os dados da Secretaria Estadual de Saúde, aproximadamente 36 milhões já estão vacinados com a primeira dose, número que corresponde a 78%, e mais de 23 milhões estão completamente imunizados, ou seja, cerca de 51% de todos os  paulistas.

Os preços dos medicamentos para hospitais caíram, em média, 2,29% em agosto, encerrando a terceira queda seguida, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H). Calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pela Bionexo, plataforma por onde são transacionados mais de R$ 12 bilhões de negócios no mercado da saúde por ano, o IPM-H havia recuado 0,81% em junho e 1,90% em julho.

O comportamento do índice no período foi influenciado pela variação negativa dos preços de quase todo os grupos de medicamentos incluídos na sua cesta, com destaque para os recuos registrados nos seguintes: aparelho cardiovascular, 9,91%; sistema nervoso, 8,34%; sistema musculoesquelético, 5,97%; preparos hormonais, 4,84%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 3,57%; aparelho digestivo/metabolismo, 2,29%; entre outros.

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Em contraste, os únicos grupos que apresentaram elevação mensal nos preços em agosto foram imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, com alta de 2,86%, e agentes antineoplásicos, de 0,08%. Comparativamente, a variação mensal do IPM-H foi superada pelo comportamento do IGP-M, que teve alta de 0,66% em agosto, pela variação do IPCA, de 0,87%, e da taxa média de câmbio no último mês, em 1,84%.

"O avanço da vacinação e a redução da demanda sobre o sistema de saúde nacional, aliados à progressiva normalização da oferta de medicamentos, estão contribuindo para a acomodação dos preços nos últimos meses", avalia Rafael Barbosa, CEO da Bionexo.

De acordo com ele, houve quatro momentos na pandemia que impactaram no preço dos medicamentos: o choque inicial de demanda, com aumento dos preços, no começo de 2020; o arrefecimento e queda na demanda, no fim do ano passado; a segunda onda, com novo aumento no início deste ano; e, finalmente, este momento de queda na demanda e novo recuo nos preços.

No acumulado do ano, de janeiro a agosto, os preços dos medicamentos foram aumentados em 9,93%. Essa alta do IPM-H foi influenciada pelos aumentos observados em quase todos os grupos de medicamentos incluídos na cesta do índice: sangue e órgãos hematopoiéticos, 19,70%; preparados hormonais, 16,72%; aparelho digestivo e metabolismo, 13,61%; sistema nervoso, 13,12%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 13,00%; órgãos sensitivos, 10,47%; sistema musculoesquelético, 8,88%; aparelho respiratório, 6,13%; agentes antineoplásicos, 6,07%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 5,66%; e aparelho geniturinário, 4,06%.

Já em relação aos últimos 12 meses encerrados em agosto, a elevação apurada no IPM-H foi de 7,85%. Neste período as maiores variações foram nos medicamentos para o aparelho digestivo e metabolismo, 28,27%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 23,80%; sistema musculoesquelético, 13,58%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 13,42%; órgãos sensitivos, 9,62%; aparelho respiratório,7,10%; sistema nervoso, 6,51%; aparelho geniturinário, 5,84%; preparados hormonais, 5,25%; e agentes antineoplásicos, 4,21%.

Na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital North Oaks de Hammond, Louisiana, atrás dos respiradores artificiais, os rostos dos pacientes se apresentam pálidos e abatidos, consumidos pela Covid-19.

Como nos outros centros de saúde do estado, suas instalações estão voltadas para atender vítimas da pandemia. De seus 330 leitos, 81 estão ocupados por pacientes com coronavírus, metade deles em estado crítico.

O sul dos Estados Unidos, que suspendeu as restrições sanitárias na primavera (hemisfério norte, outono no Brasil), agora está em xeque pela onda gerada pela variante delta do vírus.

Louisiana é, de longe, o estado mais afetado, com mais de 5.800 casos diários em média, 50% a mais do que durante o pico de meados de janeiro, quando registrou o pior momento da pandemia até agora.

"Não só estamos recebendo mais pacientes durante esta onda, como sua condição também é mais crítica", disse o médico Justin Fowlkes, especialista em doenças respiratórias. "Infelizmente, também estamos vendo mais pacientes morrendo".

Nesta unidade especializada em doenças graves, um dos 18 leitos acaba de ser liberado. Não por muito tempo, porque um novo paciente já está sendo preparado para ocupar este lugar, onde será imediatamente conectado a um respirador.

Os 17 pacientes atuais estão sedados e a maioria está, inclusive, em coma induzido.

Uma pequena cruz cristã adorna o pescoço do médico de 53 anos, de cabeça raspada e voz suave. Ele tenta fingir estar melhor para tranquilizar as enfermeiras. "Me preocupo com elas", confessa com dificuldade, antes de fazer uma pausa.

Por trás de sua máscara, seus olhos brilham. Depois de longos segundos, continua: "Mas devido à situação, acredito que estão aguentando bem".

Em uma tentativa de deter a onda da variante delta e aliviar os profissionais do hospital, Louisiana restabeleceu o requisito de usar máscara em lugares fechados e teve que pedir apoio às autoridades federais.

O Departamento de Saúde enviou ao estado cerca de 150 enfermeiros e médicos como reforço, 15 deles para o hospital North Oaks. A vacinação, apesar de um leve impulso recente, permanece muito abaixo do nível nacional.

Apenas 38,3% dos habitantes de Louisiana estão completamente imunizados, em comparação com mais da metade (51,2%) de todo os Estados Unidos. Em Hammond, 72 dos 81 pacientes de Covid-19 internados não estavam vacinados.

Há duas semanas, quase dez pacientes morreram em três dias. Em 31 anos de carreira, "isso nunca havia acontecido", disse Fowlkes. "E espero que nunca volte a acontecer".

O Senado aprovou projeto de lei que garante a realização de videochamadas de familiares a pacientes internados em hospitais. O texto já havia sido aprovado pela Câmara e segue agora para sanção presidencial.

As videochamadas poderão ser feitas para pacientes internados em enfermaria, quartos e unidades de terapia intensiva (UTI). Pela proposta, ao menos uma ligação por dia deverá ser garantida. Elas poderão ser realizadas mesmo que o paciente esteja inconsciente, caso ele tenha dado autorização prévia.

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Originalmente, a proposta, de autoria do deputado Célio Studart (PV-CE), previa as videochamadas apenas para internados por Covid-19. A Câmara, no entanto, estendeu a possibilidade a todos os pacientes que estiverem impossibilitados de receber visitas, independente do motivo, alteração que foi mantida pelo relator no Senado, Wellington Fagundes (PL-MT).

O senador destacou que muitos pacientes de Covid-19 passam semanas nos hospitais e não podem receber visitas presenciais. "Isso causa uma certa angústia na família. E quanto mais presença houver de pessoas visitando os pacientes em UTIs, maiores serão as possibilidades de contaminação e de prejudicar os pacientes", disse Fagundes.

Pesquisa do Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo (SindHosp) aponta queda no número de internados com a Covid-19 na rede privada nos últimos dez dias. Apenas 34% dos centros médicos consultados registraram aumento de internações do tipo. Houve uma inversão de tendência, já que no período anterior dois terços dos hospitais relatavam alta.

Especialistas têm afirmado que já é possível notar os efeitos da vacina na curva da pandemia no Brasil, mas alertam para a necessidade de manter cuidados diante da lentidão da campanha de imunização, a flexibilização crescente das medidas de isolamento social, as novas variantes do vírus e o início do inverno.

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O percentual de hospitais com ocupação de leitos de UTI Covid acima de 80% caiu, no mesmo período, de 83% para 62%. Em leitos clínicos, o percentual de hospitais lotados caiu de 81% para 31%. O estudo não traz os números absolutos. O levantamento foi realizado por amostragem pelo SindHosp, que ouviu 86 hospitais privados - 29 da capital e 57 do interior - entre 28 de junho a 2 de julho. A pesquisa anterior havia sido feita de 14 a 18 de junho.

Para o médico Francisco Balestrin, presidente do sindicato, a queda no percentual de hospitais com ocupação de leitos Covid-19 acima de 80% não deve levar a população a se descuidar dos protocolos de segurança sanitária. "O tempo frio, que pode trazer complicações respiratórias e outras infecções virais, e a morosidade da vacinação contra a covid podem fazer crescer novamente a contaminação pelo coronavírus", alerta.

A tendência de queda nas internações hospitalares pela Covid-19 já havia sido apontada pela Secretaria de Saúde do Estado nos boletins diários sobre a pandemia. Nesta sexta-feira (2), pela primeira vez o número de pacientes internados em enfermaria covid, depois de 120 dias, foi menor do que 10 mil (9.818).

Em 28 de junho, a mesma barreira havia sido quebrada pelo pacientes em UTI. Eram 9.981 internados, o menor número desde 16 de maio. Em dez dias, a taxa geral de ocupação hospitalar (hospitais públicos e privados) caiu de 78,3% para 73,5% no Estado. Ainda assim, o total de internados é mais elevado do que no ano passado.

A gestão João Doria (PSDB) manteve o Estado de São Paulo na fase de transição, com restrições ao funcionamento das atividades econômicas, até 15 de julho. Pelas regras atuais, restaurantes, salões de beleza e de barbearia, atividades culturais, academias e o comércio podem funcionar das 6h às 21h com 40% da ocupação.

Unidades recebem pacientes mais jovens

A pesquisa do SindHosp aponta que a faixa etária dos pacientes internados em UTI vem caindo, ou seja, pessoas mais jovens são internadas. Em 81% dos hospitais, as unidades de suporte intensivo têm pacientes na faixa de 41 a 50 anos, enquanto no levantamento anterior eram 63%. Especialistas também associam essa tendência à imunização, uma vez que as maiores coberturas vacinais estão nos grupos mais velhos.

O tempo médio de internação também continua alto. Em 74%, os pacientes ficam de 8 a 14 dias em leitos clínicos. Já a internação em UTI, para 67% dos hospitais, leva de 15 a 21 dias.

Nesta quinta-feira (23), a Petrobras doou 100 cilindros de oxigênio para a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, que devem ser utilizados para atender a demanda nos hospitais públicos. A estatal prevê a doação de até 2,5 mil cilindros para beneficiar as secretarias estaduais de saúde do Brasil. 

Desde março, os estados do Amazonas, Paraná, Ceará, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Sul e Espírito Santo receberam 100 cilindros cada. A entrega aos demais estados será de acordo com critérios como possuir unidades de operações da Petrobras e criticidade das taxas de contaminação e mortalidade pela Covid-19.

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A companhia também investirá na aquisição de 12 miniusinas de oxigênio para abastecer hospitais públicos, com capacidade de suprir cerca de 20 leitos de UTI cada uma. Os estados onde as usinas serão instaladas seguem os mesmos critérios adotados para a doação dos cilindros de oxigênio.

“Na Petrobras, temos atuado integrando esforços com a sociedade civil, o poder público e a iniciativa privada com o intuito de agir com solidariedade neste momento tão difícil. Estamos empenhados em ajudar a sociedade brasileira contra os efeitos da pandemia”, afirma a gerente executiva de Responsabilidade Social da Petrobras, Olinta Cardoso.

O Comitê Internacional de Resgate (IRC) condenou, neste domingo (13), o fogo de artilharia no dia anterior na cidade síria de Afrin, que matou cerca de vinte pessoas e deixou um hospital fora de serviço.

Os tiros que atingiram vários bairros de Afrin (norte) e o hospital Al Shifaa causaram 21 mortes, 17 delas civis, de acordo com um novo balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Em um balanço anterior, o organismo havia contabilizado 16 mortes.

"O hospital está fora de serviço", lamentou o IRC, uma das ONGs que trabalha neste centro, apresentado como "um dos maiores do norte sírio".

"O ataque destruiu totalmente o pronto-socorro e também a sala de parto" e "a clínica externa está parcialmente destruída", disse a ONG.

Entre as vítimas fatais há "dois funcionários do hospital e dois motoristas de ambulância", acrescentou. "Uma parteira está em estado crítico".

Os disparos de artilharia no sábado vieram dos territórios no norte da província de Aleppo, onde milícias pró-iranianas leais ao regime sírio estão posicionadas, perto de áreas das forças curdas, de acordo com o OSDH.

Em um comunicado, a principal coalizão dominada pelos curdos negou qualquer envolvimento nos eventos.

Localizada na província de Aleppo, a região curda de Afrin foi conquistada em março de 2018 por forças turcas auxiliadas por voluntários sírios.

Na madrugada de 9 de fevereiro, a vice-diretora do principal hospital da cidade de Dax, no sudoeste da França, recebeu uma ligação urgente de um funcionário do departamento de informática.

"Normalmente, ele é alguém muito calmo, mas pude perceber em sua voz que havia algo errado", contou Aline Gilet-Caubère em entrevista à AFP.

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O técnico anunciou que o pessoal do turno da noite não tinha mais acesso aos computadores, nos quais aparecia uma mensagem informando que os sistemas do hospital haviam sido hackeados e criptografados.

Os atacantes fizeram um pedido clássico: forneceriam uma chave para reverter o dano, mediante pagamento em Bitcoin, e enviariam endereços de e-mail para organizar a transferência.

"Pensávamos que, como hospital, éramos um santuário, por causa da nossa missão, que ninguém ousaria [nos atacar]", explicou Gilet-Caubère.

Os diretores, que decidiram não pagar - as administrações francesas são instruídas a não pagar resgates - não tiveram escolha a não ser retornar ao funcionamento manual da era anterior.

Em meio à crise sanitária da Covid-19, os registros em papel reapareceram. Os médicos voltaram a pegar canetas e fazer anotações.

Não havia sistema de telefone, ou e-mail. Os dados da folha de pagamento e dos fornecedores foram perdidos. Todas as cerca de 110-120 diferentes plataformas informáticas em operação no hospital ficaram fora de serviço.

Mais de três meses depois, as instalações ainda não voltaram ao funcionamento normal, apesar dos esforços dos técnicos.

"Não podemos dizer quando isso vai acabar. Com o passar do tempo, outros problemas surgem", disse Gilet-Caubère.

- "Crise dentro da crise" -

Os 2.200 funcionários do hospital de Dax não foram, porém, os únicos que tiveram de enfrentar uma emergência nos últimos 18 meses.

Somente na França, pelo menos meia dúzia de hospitais foram alvo de ataques cibernéticos desde o surgimento da pandemia, no início de 2020.

Para Cyrille Politi, consultor em tecnologia da Federação Francesa de Hospitais, os "hackers" intensificaram os ataques e ultrapassaram a linha moral que tornava os hospitais públicos praticamente proibidos.

"É uma verdadeira mudança de paradigma", disse à AFP.

De acordo com o ministro francês de Assuntos Digitais, Cédric O, 27 hospitais sofreram algum tipo de ataque cibernético no ano passado, e houve uma média de um por semana nos primeiros dois meses de 2021.

Em fevereiro, diante do crescente alarme, o presidente Emmanuel Macron anunciou uma verba adicional de 1 bilhão de euros (US$ 1,2 bilhão) para a segurança cibernética no setor da saúde, chamando a onda de ataques em meio a uma pandemia de "crise dentro da crise".

- Impunidade -

Embora não sejam comuns na França, os ataques a hospitais têm sido uma característica comum do cibercrime global há anos, especialmente nos Estados Unidos.

"O que esses 'hackers' geralmente procuram são alvos com um imperativo operacional", segundo Adam Meyers, da empresa americana de segurança cibernética CrowdStrike.

"Eles visam a saúde, porque é um dos setores em que não é uma decisão de dinheiro, é uma decisão de vida, ou morte".

Também nos Estados Unidos, a pandemia tem sido vista como uma oportunidade de negócios por alguns piratas.

Depois de dezenas de ataques no final de 2020, o FBI (a Polícia Federal americana) e as autoridades alertaram a respeito de "informações confiáveis sobre uma ameaça crescente e iminente de crime cibernético" contra hospitais e prestadores de cuidados de saúde.

A má notícia para os hospitais e outros alvos em potencial é que os ataques desse tipo estão se tornando mais sofisticados e numerosos.

Tudo - de informações sobre vulnerabilidades de computadores de organizações a tecnologia de "hacking" e criptografia - está à venda on-line em fóruns criminosos fechados.

Gangues com nomes como Evil Corp, ou DarkSide, operam fora do alcance das forças de segurança ocidentais na Rússia, ou nas ex-repúblicas soviéticas, dizem as empresas de segurança cibernética.

Os "hackers" do hospital de Dax usaram um "malware" chamado Ryak. Segundo seu diretor de informática, Gilbert Martin, os criminosos deixaram "pegadas russas".

"Os envolvidos neste setor multibilionário operam com impunidade quase total", comentou Brett Callow, da empresa de proteção contra crimes cibernéticos Emsisoft, em conversa com a AFP.

Para o radiologista Nicolas Pontier, do hospital de Dax, a experiência de não ser capaz de tratar seus pacientes com câncer foi um alerta que ele espera que outros levem em consideração.

"Nunca imaginei que teria que parar por dois meses", disse ele. "Pensei que seria consertado em uma, ou duas, semanas. Ainda não temos um sistema totalmente funcional", completou.

As cobranças feitas ao Ministério da Saúde com relação às entregas de "kits de intubação" para Estados e municípios levou o chefe da Pasta, Marcelo Queiroga, a fazer um extensa publicação em suas redes, na qual o ministro afirmou estar "trabalhando diuturnamente" para atender as necessidades de hospitais e a pedir ajuda do setor privado para "suprir o mercado nacional" enquanto o ministério repõe seus estoques.

Em sua mensagem, o ministro reafirmou que governos estaduais, prefeituras, hospitais privados, e a sociedade civil também podem pleitear a importação dos insumos, pedindo assim uma união dessas partes para lidar com a situação.

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"Essa é uma tarefa de todos, não só do governo federal", afirmou Queiroga.

Nos últimos dias, o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), tem sido uma das principais vozes na cobrança à Pasta para a entrega dos medicamentos. Na quinta-feira, 15, em suas redes sociais, Doria fez um apelo para que deputados e senadores paulistas verificassem a razão de o Ministério da Saúde não ter respondido aos nove pedidos de entrega de medicamentos feitos pelo Estado.

No mesmo dia, durante entrevista coletiva, Queiroga disse que "não adianta ficar só enviando ofício".

Na publicação desta sexta, no entanto, o ministro adota um tom mais ameno ao afirmar que o ministério "tem adotado providências para assegurar o abastecimento nos municípios". Destacando que a importação dos kits pela iniciativa privada foi facilitada pela Pasta, Queiroga diz contar com a ajuda do setor para "suprir o mercado nacional" até que a Saúde consiga reabastecer o estoque dos medicamentos, o que deve acontecer, segundo ele, com a chegada dos insumos comprados pelo governo em parceria com Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (Opas/OMS).

Como mostraram o jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), pelo menos 11 Estados relatam estoque crítico de remédios do kit intubação. Entre as regiões com maior risco de falta de medicamentos estão o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Maranhão, Roraima, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Acre e Amapá.

Deputados aprovaram nesta terça-feira, 30, projeto que vai priorizar o fornecimento de oxigênio para rede hospitalar pública ou privada durante a pandemia de covid-19. A votação foi simbólica e o texto segue agora para o Senado. O texto aprovado é um substitutivo do relator, deputado Sanderson (PSL-RS), e isenta as empresas fornecedoras de oxigênio de pagarem multa contratual se deixarem de fornecer oxigênio a outros compradores ao priorizar o abastecimento da rede hospitalar.

A prioridade valerá durante a vigência da declaração de situação de emergência de saúde pública feita pelo Ministério da Saúde em fevereiro de 2020.

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"A vida é mais importante do que qualquer coisa. Todos têm direito à vida, todos têm direito ao oxigênio. Nós não podemos admitir que um ser humano morra asfixiado. Então, esse projeto é um projeto em favor da vida", afirmou a autora do projeto, deputada Soraya Manato (PSL-ES). "Nós não podemos admitir que uma indústria judicialize uma empresa distribuidora de oxigênio porque, neste momento grave, ela está priorizando os hospitais."

Com os hospitais sobrecarregados pelo aumento vertiginoso dos casos de covid-19 no Paraguai, familiares de pessoas infectadas se esforçam para conseguir medicamentos, obrigados a enfrentar altos custos.

"Aqui não há insumos, não há remédios. Tem gente que vende sua casa, leiloa sua casa para conseguir remédio para seus familiares", disse Edi Gómez, nos portões do hospital Ingavi, nos arredores de Assunção, onde dezenas de pessoas estão acampando para estar mais perto dos doentes.

"Estamos passando por um péssimo momento. Duas pessoas morreram por falta de oxigênio. Meu parente foi intubado. Por falta de oxigênio, eles tiveram que transferir os pacientes para o pronto-socorro e a sala de cirurgia, onde tinham oxigênio", afirma Elisa Gómez, uma dona de casa cujo marido foi internado no Hospital de Clínicas, perto de Ingavi.

"Os (que fazem parte) do governo podiam ter previsto, mas nunca fizeram nada. Este governo não provém o que corresponde aos hospitais", criticou a mulher que diz ter gasto 5 milhões de guaranis (cerca de US$ 750) em uma semana.

O diretor do Hospital de Clínicas, Jorge Giubi, ressaltou que o número de novas infecções não diminui. Pelo contrário, os casos crescem entre 2.000 e 2.500 casos por dia, segundo dados oficiais.

- "Não há leitos" -

Com uma cadeira e uma mochila, ela também se instalou nos arredores do Hospital de Clínica Nancy Jara, para ficar perto de dois irmãos internados com covid-19.

"Um tem 39 anos, o outro 52. Infectaram-se porque trabalham juntos. É muito triste vê-los como estão. Sabemos que tudo está improvisado. Sabemos que não podemos pedir muito. E agradecemos que nossos pacientes estão lá sendo atendidos, ao menos. Mas eles estão lá há três dias sentados em uma poltrona", lamenta Jara.

"Não há leitos e é triste. Um deles tem problema de coluna e tem que ficar sentado. As pessoas estão doando poltronas, cadeiras, travesseiros, colchões (...). Mas precisamos que o governo se recarregue e faça algo mais do que isso", acrescentou.

No Paraguai, o número de leitos de terapia intensiva no setor público e em hospitais integrados é de 655, e já atingiu a ocupação máxima. Fora das salas de UTI, outras 92 vagas foram adaptadas, mas também ocupadas, segundo relatório do Ministério da Saúde.

No setor privado, existem cem leitos de terapia, 90% ocupados.

Com 7 milhões de habitantes, o Paraguai tem quase 200.000 casos pela covid-19, com 3.769 pessoas mortas até esta terça-feira. O número de mortos é cerca de 40 por dia, três vezes mais do que há um mês.

"O maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil" - como classificou a Fiocruz - se caracteriza pela reunião de diversos fatores que levam à tragédia iminente. O número de casos e mortes segue crescendo exponencialmente, as UTIs estão chegando ao seu limite máximo de internação, pessoas já estão morrendo sem atendimento médico e a vacinação segue em ritmo muito lento. Para piorar, a crise acontece simultaneamente em todo o País, impedindo transferências de pacientes. Na quarta-feira (17) a média móvel de óbitos pela doença no País ultrapassou a marca de dois mil pela 1ª vez.

Divulgado em caráter extraordinário na noite de terça-feira (16) e atualizado na quarta, o boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz revelou em números a situação extremamente crítica enfrentada pelo País. Das 27 unidades da federação, 25 Estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação dos leitos de UTI covid iguais ou superiores a 80% - a única exceção é Roraima, com taxa de 73%. Em 15 delas, a taxa ultrapassa os 90%. Em relação às capitais, 26 apresentam percentuais iguais ou superiores a 80%, sendo que, em 19 delas, o número ultrapassa 90%.

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"Esta é a primeira vez que temos uma crise sistêmica, em todo o País, com praticamente todos os Estados e as maiores capitais em situação extremamente crítica", explicou o coordenador do Observatório covid-19, Carlos Machado de Freitas. "Os colapsos do sistema de saúde que já enfrentamos antes sempre foram locais, no máximo estaduais, como o caso dos imigrantes haitianos e venezuelanos em Roraima, os desastres na região serrana de Santa Catarina, um grande número de casos de dengue e de zika no Rio de Janeiro."

Ao longo do ano passado, como lembra Freitas, foi possível remanejar pacientes de covid-19 para outros municípios ou estados. Agora, no entanto, com o que os especialistas chamam de "sincronização da epidemia" fez com que a doença aumentasse de forma simultânea em todo o País. "Um dos efeitos diretos desse processo é a impossibilidade de remanejamento de pacientes não só para atendimento covid-19, mas também para outras causas", aponta o boletim. "As internações eletivas estão paralisadas na maior parte dos hospitais do País."

O número de casos de covid-19 está crescendo a uma taxa de 1,5% ao dia, enquanto o número de mortes aumenta a 2,6% ao dia, valores considerados muito elevados. Na análise de Freitas, que é especialista em saúde pública, essa situação deve gerar uma grande quantidade de casos graves da doença, que exigem internação.

"A situação é crítica e preocupante, nos deixa a todos sem dormir", afirmou o especialista. Segundo ele, a adoção de medidas de distanciamento social, como sugeriu o novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, não é suficiente para deter o avanço da crise. A vacinação, que segue em ritmo muito lento, só conterá a pandemia a médio prazo.

"O distanciamento físico e social tem que ser adotado durante toda a epidemia", afirmou. "Mas a situação que temos hoje indica que a maior parte dos Estados terão que adotar medidas mais rigorosas, de bloqueio e lockdown, acompanhadas de outras medidas sociais para evitar que alguns grupos sofram ainda mais. Já temos pessoas passando fome."

Freitas lembrou ainda que as medidas mais rigorosas só começam a surtir efeito após 15 dias, como demonstram as experiências de vários outros países do mundo.

"Sem a adoção dessas medidas de bloqueio e lockdown, vamos ter mais pessoas morrendo sem assistência na porta dos hospitais e até mesmo em casa", disse. "Isso é muito sério, não podemos ter pessoas morrendo por falta de assistência; é tarefa do governo organizar e se antecipar. As ações não podem ser apenas reativas."

A Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) alterou a data para a inserção de pedidos de credenciamentos de programas de residência médica no Sistema da Comissão Nacional de Residência Médica (SisCNRM).

Anteriormente, o prazo de encerramento para pedidos de credenciamentos provisórios, credenciamentos de cinco anos, recredenciamentos e aumento de vagas, era realizado até 31 de agosto de cada ano. Agora, o período passa a ser do dia 1º de abril até o dia 15 de junho de cada ano.

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A CNRM é responsável por credenciar e recredenciar instituições para a oferta de programas de residência médica, assim como autorizar, reconhecer e renovar o reconhecimento de programas e avaliar as instituições e os Programas de Residência Médica oferecidos por elas. Veja aqui o documento completo.

A Prefeitura de São Paulo vai abrir 19 unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) neste domingo (14) para o atendimento exclusivo de pacientes com crises respiratórias. Os hospitais-dia M' Boi Mirim 2 e Flávio Giannotti, na zona sul, Vila Guilherme, na zona norte, e Moóca, na zona leste, também vão atender pacientes transferidos de hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Toda essa estratégia tem apenas um objetivo: desafogar a demanda nos hospitais da cidade no atendimento aos casos do novo coronavírus.

As unidades, que atuam na área de atenção básica de saúde, vão realizar procedimentos de baixa e média complexidade, como inalação, oxigênio, medicação. Serviços de urgência e emergências vão destinar esforços para os casos de maior complexidade.

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O aumento da capacidade de atendimento ocorre em um momento em que o sistema de saúde sofre pressão pelo alto número de infectados e aumento do tempo de internação. Na primeira onda da pandemia na cidade, também era elevado o número de pacientes internados, mas, desta vez, os doentes demoram mais tempo para se recuperar, o que pressiona o sistema. Na cidade de São Paulo, a secretaria de saúde municipal informou que a rede alcançou 83% de ocupação para leitos de UTI.

A prefeitura também trabalha para ampliar o número de leitos para Covid-19. Na próxima segunda-feira, 130 novos leitos de UTI serão implementados na capital, sendo 100 no Hospital do M' Boi Mirim, 20 no Guarapiranga (ambos na Zona Sul), e 10 no São Luiz Gonzaga (na Zona Norte).

Outros 185 leitos de enfermaria também serão criados na próxima semana, sendo 105 deles no Hospital da Cantareira, na zona norte, (segunda-feira). No decorrer da semana serão criados outros 60 leitos no Hospital da Capela do Socorro (zona sul) e 20 no Sorocabana (zona oeste).

Avanço da pandemia

Nas últimas 24 horas foram registrados 434 falecimentos e 15.344 novos casos no estado de São Paulo. Internações batem novo recorde, com 9.944 pessoas em UTIs e 13.081 em enfermaria. No total, São Paulo teve 2.195.130 casos e 63.965 óbitos causados pelo coronavírus. A semana que se encerra neste sábado, 13, foi a pior para o estado de São Paulo desde o início da pandemia, com 2.548 mortes confirmadas por Covid-19 desde o último domingo. Isso representa uma média de 364 óbitos por dia.

Nesta quinta-feira, o governador João Doria (PSDB) determinou o início do que chamou de "fase emergencial", a partir de segunda-feira, ainda mais restritiva do que a fase vermelha. Todo o Estado, incluindo a capital, deve seguir as diretrizes da fase emergencial. Entre as medidas determinadas em todo o Estado estão restrições a lojas de materiais de construção, teletrabalho em escritórios e órgãos públicos e proibição de cerimônias religiosas. Também houve restrição ao funcionamento de escolas estaduais, que entrarão em recesso a partir de segunda-feira.

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