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Mais de 10% dos japoneses têm mais de 80 anos, um índice que nunca havia sido registrado, segundo os dados publicados pelo governo do país, que luta contra o envelhecimento de sua população.

As autoridades publicaram o número no domingo, véspera de um feriado no Japão dedicado aos "idosos", pessoas com mais de 65 anos.

Segundo as estimativas oficiais, 29,1% dos japoneses têm mais de 65 anos, o que representa um leve aumento na comparação com o ano anterior (29%).

"O Japão tem a maior taxa de pessoas idosas do mundo", à frente da Itália (24,5%) e da Finlândia (23,6%), afirmou o ministério do Interior.

Além disso, dos 124 milhões de habitantes do Japão, 20 milhões têm mais de 75 anos (16,1%) e 12,59 milhões superam 80 (10,1%).

Há várias décadas, a população do Japão diminui e envelhece porque os jovens têm filhos cada vez mais tarde, em parte devido às dificuldades econômicas.

Uma das consequências da mudança demográfica é que a população o trabalha até idades mais avançadas.

Assim, mais de nove milhões de pessoas com mais de 65 anos (25% da população nesta faixa etária) continuam trabalhando, o que representa 13,6% da população ativa.

A projeção é de que em 2040 quase 35% da população japonesa supere 65 anos.

Em encontro com grandes empresários japoneses, em Hiroshima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu as oportunidades de investimentos em tecnologia de ponta no Brasil, direcionados à transição energética e ao desenvolvimento do país.

De acordo com a Presidência da República, entre as oportunidades de investimentos verificadas no Brasil estão a fabricação de veículos híbridos destinados ao mercado asiático; a produção de hidrogênio verde para a siderurgia mundial, que proporciona a redução da emissão de gás carbônico; e desenvolvimentos em inteligência artificial para telecomunicações.

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No Japão, Lula participou do segmento de engajamento externo da Cúpula do G7, reunião de líderes de sete das maiores economias do mundo: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá. Desde a última sexta-feira (19) no país asiático, o presidente teve uma extensa agenda de encontros bilaterais, com reuniões com 11 chefes de governo e de entidades.

O último compromisso deste domingo foi o encontro com o “Grupo de Notáveis”, nome dado a dirigentes de grandes grupos empresariais japoneses com investimentos no Brasil. O presidente Lula destacou a necessidade de parcerias entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Japão para Cooperação Internacional (JBIC).

“Ainda segundo o presidente, o diálogo com o grupo prosseguirá, bem como os planos discutidos na reunião. Além disso, o governo brasileiro irá promover novos contatos entre o grupo de notáveis japoneses e o empresariado brasileiro, para ampliação de parcerias e investimentos”, explicou a Presidência, em comunicado.

Participaram da reunião empresários de grupos muito tradicionais no Japão, dos setores automotivo (Toyota), trading (Mitsui), eletrônico e comunicações (NEC) e siderúrgico (Nippon Steel), além do JBIC. Recentemente, representantes do JBIC também estiveram reunidos no Brasil com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

Antes de embarcar para o Brasil, na manhã desta segunda-feira (22), noite de domingo no Brasil, Lula fará um balanço de sua participação na reunião do G7 e concederá entrevista coletiva à imprensa.

No Japão, pátria da Sony e da Nintendo, o vício em videogames é um problema social que, como em outros lugares, se agravou com a pandemia e que as autoridades locais não conseguem administrar.

Todos os meses, um grupo de pais se reúne em Tóquio para compartilhar suas histórias de como lidam com seus filhos viciados em videogames, seja em console, computador, tablet ou celular.

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"Meu único consolo é que ele está cumprindo sua promessa de desligar durante a noite", diz um homem, falando de seu filho, enquanto outro conta que levou seu filho a um centro de desintoxicação digital.

As crianças japonesas começam a jogar videogame cada vez mais cedo, e muitas têm passado muito mais tempo desde a pandemia de Covid-19, que reduziu a prática de atividades ao ar livre, ressalta Sakiko Kuroda, fundadora do grupo de apoio em Tóquio.

De acordo com um estudo do Ministério da Educação publicado em abril, 17% das crianças japonesas com entre 6 e 12 anos jogam videogame por mais de quatro horas por dia, em comparação com 9% em 2017.

Entre 12 e 15 anos, um salto semelhante foi observado.

Muitos pais não sabem como lidar com o problema e há "falta de atenção do governo e da indústria", denuncia Kuroda.

Desde 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece oficialmente o transtorno por jogos eletrônicos (Gaming disorder). Trata-se de um padrão de comportamento que prejudica a capacidade de controlar a prática dos games, de modo a priorizá-los em detrimento de outras atividades e interesses.

Esse transtorno é difícil de diagnosticar e quantificar porque os jogos geralmente se sobrepõem a outras atividades online (como streaming e redes sociais).

- Problemas subjacentes -

Outros países asiáticos adotaram medidas, algumas radicais, para combater esse fenômeno.

Há mais de um ano, os menores de 18 anos na China só podem jogar videogame por no máximo três horas por semana.

Para fazer cumprir a regra, são utilizadas técnicas de reconhecimento facial e de controle de identidade.

A Coreia do Sul, por outro lado, abandonou no ano passado uma regra que proibia crianças menores de 16 anos de jogar jogos de computador online entre meia-noite e 6h.

Mas no Japão não há nenhuma medida restritiva em nível nacional.

Em 2020, o departamento de Kagawa, no oeste do país, aprovou a proibição de menores de 18 anos de jogar por mais de uma hora por dia, mas não forneceu meios para aplicá-la.

Muitos pais e especialistas acreditam que o vício esconde um desconforto mais profundo e que, em alguns casos, pode até ser positivo para a criança.

Nesse sentido, uma mãe explicou à AFP que os videogames se tornaram uma "tábua de salvação" à qual sua filha se agarrou para lidar com os problemas que tinha na escola.

Há três anos, quando ela tentou confiscar seu tablet, sua filha, que tinha 10 anos na época, disse: "Prefiro morrer a que ele seja tirado de mim".

Takahisa Masuda, assistente social de 46 anos, ficou viciado na adolescência, quando sofria bullying na escola. Segundo ele, o vício o salvou: "Pensei em suicídio, mas queria terminar Dragon Quest".

Assim, ao invés de recomendar medidas drásticas de abstinência, o que o Dr. Susumu Higuchi, diretor de um centro médico contra vícios em Kurihama (sudoeste de Tóquio), recomenda é o apoio psicológico e atividades coletivas, como esportes, arte, cozinha...

Mas, segundo Higuchi, tanto o governo quanto a indústria precisam se envolver mais.

"É necessário um equilíbrio ao abordar a questão (...) Mas, atualmente, tenho a impressão de que as medidas para controlar os efeitos negativos são varridas pela promoção" dos videogames, aponta.

Hoje (7) completa 81 anos que o ataque japonês à base norte-americana de Pearl Harbor deixou os Estados Unidos de surpresa e matou mais de duas mil pessoas. O fato que marcou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial ficou conhecido mundialmente e já foi tema de alguns filmes. Confira a seguir, cinco filmes com essa temática:  

“Rua Madeleine 13” (1947) - O filme de aventura se passa depois da guerra e mostra como Washington se recupera do ataque e percebe que precisa ter unidades secretas de espionagem nos países inimigos. O enredo se desenrola quando o chefe de espionagem descobre que tem um agente nazista dentro da equipe. Disponível no YouTube.  

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“A Um Passo da Eternidade” (1953) - A trama fala sobre um alojamento do exército havaiano, nos dias que antecedem o ataque, que um soldado solitário e campeão de boxe se recusa a lutar e prefere tocar clarinete. O rapaz é submetido a uma série de torturas e punições sob a ordem do severo capitão Holmes. Enquanto isso, a esposa do capitão inicia um romance com o sargento, sem o conhecimento de Holmes. Essa história ganhou prêmios como Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção, Melhor Montagem e Melhor Fotografia: Preto e Branco. Disponível no YouTube e Apple TV.  

“Tora! Tora! Tora!” (1970) - O filme japonês retrata a preparação, os eventos e os erros de ambos os países, que levaram ao bombardeio. Através de uma remontagem minuciosa dos fatos, mostram as versões americanas e japonesas do que ocorreu durante os dias de guerra. A produção é quase um documentário e também teve participação norte-americana. Em português, o título significa “Tigre! Tigre! Tigre!”. Disponível no Star+. 

“Nimitz: De Volta ao Inferno” (1980) - O filme de ficção científica retrata sobre o Nimitz, um porta-aviões que é equipado com ogivas nucleares, que entra por uma fenda do tempo e retorna 40 anos, especificamente na véspera do ataque japonês. O comandante e os tripulantes sabem, assim como um observador civil, que participando da batalha, terá outro desfecho, mas em contrapartida a história será alterada. Disponível na Amazon Prime Video. 

“Pearl Harbor (2001) - A trama mistura uma história de romance com o que ocorreu durante a época do ataque. O filme conta a vida de dois pilotos que se conheciam desde a infância, até que um deles é enviado para a guerra e todos pensam que ele morreu. Mas ele volta e descobre que seu amigo agora está com sua namorada. Para isso, precisam deixar suas diferenças de lado. Foi indicado ao Oscar de Melhor Edição de Som, Melhores Efeitos Especiais, Melhor Mixagem de Som e outras indicações. Disponível no Star+. 

Seis jovens japoneses apresentaram nesta quinta-feira (27) uma ação coletiva contra a central nuclear de Fukushima, alegando um vínculo entre o câncer de tireoide que sofrem e sua exposição à radiação, após a catástrofe de março de 2011.

Hoje com idades entre 17 e 27 anos, os demandantes eram menores à época e moravam na região de Fukushima, quando um forte terremoto no nordeste do Japão provocou um gigantesco tsunami que resultou no desastre nuclear.

Os advogados do grupo compareceram nesta quinta-feira a um tribunal de Tóquio para apresentar a ação coletiva, a primeira do tipo iniciada pelos habitantes da região. Dezenas de simpatizantes da causa se reuniram na frente da corte para manifestar seu apoio.

No total, eles pedem à empresa Tokyo Electric Power Company (TEPCO), operadora da central, uma indenização de 616 milhões de ienes (5,4 milhões de dólares), afirmou Kenichi Ido, um dos advogados.

As autoridades não reconhecem a existência de um vínculo entre a exposição à radiação de Fukushima e o câncer de tireoide.

Um relatório da ONU publicado no ano passado afirma que, uma década depois do desastre nuclear, "não foi documentado qualquer efeito nefasto para a saúde dos habitantes".

O aumento dos casos de câncer de tireiode entre crianças expostas à radiação pode ser resultado de melhores diagnósticos, destacou o Comitê Científico da ONU sobre os Efeitos da Radiação Atômica.

Os advogados dos jovens alegam, contudo, que nenhum caso de câncer entre o grupo é hereditário e que é muito provável que a doença tenha sido causada pela exposição à radiação.

"Alguns demandantes têm dificuldades de avançar no ensino superior e de encontrar empregos e até desistiram dos sonhos para o futuro", disse Ido.

- Medo -

"Demoramos dez anos para apresentar a ação, porque tínhamos medo de discriminação", caso levantássemos nossa voz, disse uma das demandantes.

"Era uma criança quando me disseram que tinha câncer e não tinha dinheiro para os gastos judiciais", acrescentou.

Sem conter as lágrimas, a jovem recordou o dia em que recebeu o diagnóstico: "Disseram claramente que não havia qualquer vínculo com o acidente".

Os demandantes tinham entre seis e 16 anos no momento do acidente nuclear e foram diagnosticados com câncer de tireoide entre 2012 e 2018.

Quatro foram submetidos a uma ablação total desta glândula e devem seguir um tratamento de reposição hormonal por toda vida, informou o advogado Ido. Os outros dois passaram por uma ablação parcial da tireoide.

Em 11 de março de 2011, um potente terremoto desencadeou um gigantesco tsunami que provocou a fusão dos núcleos dos três reatores da central Fukushima Daiichi, liberando importantes quantidades de radiação no ar que depois vazaram para o solo e para a água.

A tragédia deixou 18.500 mortos, ou desaparecidos, a maioria por causa do tsunami. Foi o pior desastre nuclear desde Chernobyl em 1986, depois do qual foram detectados muitos casos de câncer de tireoide.

Até junho de 2021, o departamento de Fukushima registrou 266 casos, ou suspeitos, de câncer de tireoide infantil.

"Quando o documento do processo chegar, vamos examinar com sinceridade depois de ler com atenção os detalhes", declarou à AFP o porta-voz da empresa TEPCO, Takahiro Yamato.

"Seguimos expressando nossas sinceras desculpas pelos problemas causados à população pelo acidente", completou.

Shoma Motegi votará pela primeira vez nas eleições gerais do Japão no domingo (31), mas o jovem de 19 anos é uma minoria em sua faixa etária, algo que deseja mudar.

Líderes veteranos que agradam uma população que envelhece, táticas de campanha desatualizadas e falta de educação política levam a índices de participação cronicamente baixos entre os jovens, afirmam eleitores e políticos.

A abstenção no Japão, onde o partido no governo conservou o poder quase continuamente durante décadas, é a quinta mais alta entre as 41 economias desenvolvidas acompanhadas pela OCDE.

A diferença nos padrões de voto por idade foi muito acentuada nas últimas eleições gerais: apenas um terço dos eleitores com aproximadamente 20 anos participou, contra 72% na faixa de 60-69.

"É um desperdício do direito ao voto em eleições que determinam o nosso futuro", disse Motegi à AFP.

Se os jovens não votarem, "as políticas favorecerão a geração atual que está trabalhando ou os idosos", acrescentou este estudante de economia de Yokohama.

Os analistas dizem que o resultado das eleições legislativas é muito previsível, com uma vitória quase certa do novo primeiro-ministro Fumio Kishida, de 64 anos.

Depois de se tornar líder do Partido Liberal Democrata, Kishida apresentou seu Executivo com uma média de idade de 62 anos e apenas três mulheres.

"Não parece muito estimulante", comenta Misha Cade, uma estudante de 24 anos que também quer ir às urnas no domingo.

Em sua opinião, as japonesas geralmente não se sentem representadas na política.

"Acreditam que é um mundo de homens, como se fosse um lugar onde não podemos entrar", explica Cade, que cresceu nos Estados Unidos antes de voltar ao Japão quando era adolescente.

E ela? Entraria na política?

"Nunca poderia (...). Há muito assédio sexual e um machismo descarado, não acho que seja algo que pudesse tolerar diariamente", argumenta.

Para tentar atrair as jovens gerações, o governo reduziu a idade mínima para votar de 20 para 18 há cinco anos.

Mas Motegi afirma que alguns de seus amigos ainda evitam o debate político, especialmente em questões que dividem a opinião pública, como a energia nuclear e a segurança nacional.

Este estudante é membro da Conferência da Juventude do Japão, uma ONG que recentemente realizou dois debates nos quais os jovens eleitores perguntavam aos deputados sobre questões importantes para eles, como as condições trabalhistas, o custo da educação ou as políticas de gênero.

"A juventude japonesa tem muito interesse em questões sociais, incluindo a igualdade de gênero, a desigualdade de renda e a mudança climática", explica Yuki Murohashi, um dos organizadores.

Mas "os estudantes muitas vezes nem sabem a diferença entre os partidos políticos", acrescenta este ativista de 32 anos.

Isso acontece parcialmente devido à falta de educação eleitoral nas escolas ou porque "os partidos não se esforçam o suficiente para chegar até os jovens", opina.

Kyoko Ishikawa e Kazunori Takishima, dois torcedores japoneses emblemáticos, viajaram o mundo para viver cada edição dos Jogos Olímpicos e Tóquio-2020 deveria ser um evento muito especial para eles. No entanto, a pandemia motivou a disputa das modalidades com portões fechados e ambos tiveram que inventar alternativas para desfrutá-los de alguma forma.

Aos 51 anos, Kyoko compareceu a todos os Jogos de Verão desde Barcelona-1992. Em três décadas ela se tornou um rosto conhecido nas instalações olímpicas, com suas tradicionais roupas japonesas e uma faixa na cabeça com as cores vermelho e branco.

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Ela tinha o sonho de assistir aos Jogos de Tóquio em seu país e conseguiu ingressos para provas de luta. Mas, no início de julho, os organizadores anunciaram que o evento seria praticamente sem torcedores devido ao aumento dos casos de coronavírus.

Sem cair no desânimo, Ishikawa encontrou outra forma de torcer pelos atletas, cantando e dançando em frente à televisão de sua sala, decorada com objetos olímpicos obtidos ao redor do mundo.

Ela estará em contato com outros torcedores de todas as partes do planeta por videoconferência e nas redes sociais. Também planeja conhecer os países dos atletas que assistir na TV por meio de livros e mapas. E vai acompanhar tudo em casa, comendo e bebendo especialidades de diversos países.

- "Reunir as pessoas" -

Kyoko Ishikawa está convencida de que os Jogos podem servir para unir, mesmo em meio a uma pandemia.

"Os Jogos Olímpicos são uma ocasião especial e para cada ocasião especial da vida é preciso aproximar as pessoas", avalia. "É a mesma coisa desta vez. Seja qual for o método, esse princípio fundamental não muda", diz ela.

Kazunori Takishima, de 45 anos, também acredita nesse princípio de coesão para o qual os Jogos contribuem, graças à emoção compartilhada pelas atuações dos atletas.

Ele compareceu a todos os Jogos - de inverno e verão - desde Turim-2006, onde ficou maravilhado com o clima olímpico quando estranhos o parabenizaram após o título olímpico da patinadora artística japonesa Shizuka Arakawa.

Nos últimos 15 anos, conseguiu participar de 106 eventos em todas as cidades-sede dos Jogos e esperava acrescentar mais 28 à lista durante a quinzena de Tóquio-2020, para quebrar o recorde de outro torcedor, que hoje é de 128.

Kazunori, um rico empresário, comprou 197 ingressos para os Jogos de Tóquio, gastando o equivalente a 30.000 euros (35.300 dólares), e esperava compartilhar sua paixão com a família, amigos e funcionários.

"Eu gostaria que eles vivessem essa experiência. Posso tentar explicar a eles, mas uma emoção não se transmite plenamente. É preciso estar no lugar e ver por si mesmo", lamenta.

- Lágrimas "sinceras" -

Kazunori Takishima diz que no seu dia-a-dia se inspira no empenho e no esforço dos atletas, que derramam lágrimas "sinceras" de alegria, frustração ou dor.

"No dia a dia, você não vê ninguém com lágrimas de verdade", observa ele. "Mas os esportistas comprometem suas vidas".

"Encontro muitos obstáculos no meu trabalho. Mas nesses momentos digo a mim mesmo que isso não é nada comparado às lágrimas reais que os atletas choram", acrescenta.

Kazunori decidiu ir ao Estádio Olímpico de Tóquio antes da cerimônia de abertura nesta sexta-feira, embora não possa entrar.

Do entorno, espera ver os fogos de artifício lançados de dentro e de alguma forma sentir o clima olímpico, assistindo à cerimônia pelo celular.

Ele também critica as autoridades por não terem conseguido implementar as medidas necessárias para que os Jogos aconteçam com público.

Apesar dos obstáculos e das pesquisas de opinião, ele continua apoiando Tóquio-2020.

"Estou determinado a apoiá-los. Não mudei nada", garante.

Nami Hamaura diz que se sente menos sozinha ao trabalhar em casa na companhia de seu parceiro Charlie, que faz parte de uma nova geração de robôs fofos e inteligentes japoneses, cujas vendas dispararam devido à pandemia.

Os assistentes pessoais virtuais, como o discreto cilindro Alexa da Amazon, têm feito sucesso em todo mundo nos últimos anos. Mas as empresas japonesas também constataram uma demanda crescente por androides mais charmosos, à medida que as pessoas buscam conforto nesta era de isolamento social forçado.

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"Meu círculo de amigos encolheu", ressalta Nami Hamaura, uma graduada de 23 anos que em abril de 2020 trabalhava quase constantemente de casa.

Sua vida social é limitada e seu primeiro emprego, em uma empresa comercial de Tóquio, não é nada do que imaginava.

Então ela adotou Charlie, um robô do tamanho de um xícara com inteligência artificial, cabeça redonda, nariz vermelho, uma gravata borboleta que pisca e que se comunica com sua dona cantando.

Yamaha, seu fabricante, situa Charlie "em algum lugar entre um animal de estimação e um amante".

"Ele fala comigo, ao contrário da minha família, ou dos meus amigos nas redes sociais, ou de um patrão", explica à AFP Nami Hamaura, que foi escolhida para testar Charlie antes da sua comercialização, prevista para este ano.

"Charlie, diga-me algo interessante", pede a japonesa enquanto digita em seu computador.

"Bem... Os balões explodem quando você borrifa suco de limão sobre eles!", responde o robô enquanto balança a cabeça e os pés alegremente.

- "Cada objeto tem uma alma" -

As vendas do Robohon, outro pequeno robô humanoide, aumentaram 130% entre julho e setembro de 2020 em comparação com o ano anterior, de acordo com seu fabricante, Sharp.

Essa criatura robótica que fala, dança e também atua como telefone é adotada "não só por famílias com filhos, mas também por mulheres na casa dos 60 e 70", diz à AFP o porta-voz da empresa japonesa.

Mas o adorável androide, que foi lançado pela primeira vez em 2016 e disponível apenas no Japão, é relativamente caro, com modelos convencionais sendo vendidos entre US$ 830 e US$ 2.300.

Charlie e Robohon fazem parte de uma nova onda de robôs de companhia, na mesma linha do Aibo, o cachorro-robô da Sony, vendido desde 1999, e do jovial Pepper da SoftBank, lançado em 2015.

"Muitos japoneses aceitam a ideia de que todo objeto tem uma alma", uma crença conhecida como animismo, explica Shunsuke Aoki, CEO da empresa de robótica Yukai Engineering.

"Querem que um robô tenha uma personalidade, como um amigo, um familiar, ou um animal de estimação, e não uma função mecânica como uma máquina de lavar louça", acrescenta.

A Yukai fabrica principalmente o Qoobo, um travesseiro macio com cauda mecânica que se move como um animal de estimação de verdade. Em junho de 2020, a empresa afirma ter vendido 1.800 robôs Qoobo, seis vezes mais do que em junho de 2019.

- "Tempo de curar" -

Os estudos têm mostrado que robôs de estimação feitos no Japão podem fornecer conforto para pessoas com demência.

Mas os criadores do Lovot, um robô do tamanho de um bebê com grandes olhos redondos que agita asas como as de um pinguim, acreditam que um robô que deseja ser amado pode beneficiar a todos.

Ao contrário de Charlie e Robohon, Lovot não fala enquanto roda pela casa, mas possui cerca de 50 sensores e um sistema que o aquece ao toque e responde com pequenos gritos de alegria.

As vendas do robô multiplicaram por 11 desde a chegada do coronavírus ao Japão, de acordo com Keiko Suzuki, porta-voz da Groove X, sua fabricante.

Um Lovot custa cerca de 2.800 dólares, mais os custos de manutenção e software, mas quem não tem esse orçamento pode ir ao "Lovot Café" perto de Tóquio.

Yoshiko Nakagawa, de 64 anos, cliente deste café, lembra que durante o estado de emergência, a capital se transformou em um espaço "vazio e austero".

"Isso me fez perceber a importância dos momentos de calma e pensei que, se eu tivesse um desses bebês, um pouco de calor estaria esperando por mim quando eu chegasse", afirmou.

Uma pesquisa publicada no último domingo (10) pela agência Kyodo News, do Japão, afirma que 80,1% dos participantes do estudo são contrários à realização da Olimpíada de Tóquio, programada para acontecer entre 23 de julho e 8 de agosto.

De acordo com o estudo, entre a maioria contrária à realização dos jogos, 44,8% são favoráveis a um novo adiamento, enquanto 35,3% preferem que o evento não aconteça. A pesquisa foi realizada no último fim de semana, quando o número de casos de coronavírus teve elevação em todo território japonês. No entanto, a organização da Tóquio 2021 confirma a realização das competições.

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Até o momento, o Japão registra 288 mil casos e quase 4 mil mortes pela Covid-19. Para tentar diminuir o aumento do contágio, o governo japonês decidiu suspender a recepção de estrangeiros até o último dia de janeiro. A medida foi tomada após o país confirmar quatro casos de uma nova cepa do coronavírus, considerada como uma mutação mais infecciosa do organismo viral que matou mais de 1,9 milhão de pessoas em todo o planeta. As pessoas detectadas com a linhagem de maior poderio de contágio pela Covid-19 no país asiático são brasileiras.

Até o próximo dia 24, a programação cinematográfica do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de São Paulo será dedicas aos fãs dos clássicos desenhos japoneses. A mostra "Anime: O Fantástico Mundo das Animações Japonesas" exibirá 15 obras e rodas de conversa sobre premiados títulos.

Um dos destaques em cartaz é "A Tartaruga Vermelha" (2016), de Michaël Dudok de Wit, que recebeu o prêmio Um Certo Olhar, no Festival de Cannes, na França, em 2017. Outro grande sucesso em exibição na mostra é "Paprika" (2006). O desenho, considerado revolucionário entre as animações japonesas, também faturou troféus nos festivais de Annecy, em território francês, e Montreal, no Canadá. Indicado ao Oscar da categoria Melhor Animação em 2014, "O Conto da Princesa Kaguya" (2013), de Isao Takahataé mais um clássico nas telas do CCBB/SP.

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Já as rodas de conversa serão sobre as animações "As Memórias de Marnie" (2014), com direção de Hiromasa Yonebayashi, e "Akira" (1988), de Katsuhiro Otomo. A primeira, na próxima quarta-feira (19), será ministrada pela crítica de cinema, roteirista e jornalista Lorenna Montenegro. No debate, temas como ancestralidade e solidão serão abordados de acordo com a obra indicada ao Oscar de Melhor Animação em 2016.

No dia 21 de fevereiro, o papo tem como enfoque o clássico de 1988 que marcou uma geração por superar as fronteiras orientais e apresentar ao mundo a arte do anime. A mediadora será Cinthia Saty Fuji, ilustradora, quadrinista e artista de desenvolvimento visual para animação, curtas e longas. Nos dois dias, os diálogos acontecem após as sessões das 18h.

Confira a programação em www.bb.com.br.

 

Serviço

Mostra "Anime: O Fantástico Mundo das Animações Japonesas"

Quando: de 12 a 24 de fevereiro

Onde: CCBB/SP Rua Álvares Penteado, 112, Centro – São Paulo – SP

Quanto: R$ 10

Três dos 206 cidadãos japoneses que foram retirados na quarta-feira (29) da cidade chinesa de Wuhan estão infectados com o novo coronavírus que surgiu nesta cidade da região central da China, anunciou o ministro da Saúde do Japão.

Os resultados positivos são adicionados aos demais oito casos já registrados previamente. As autoridades ainda não concluíram os exames de 210 japoneses que foram retirados da China nesta quinta-feira (30).

"Uma das três pessoas que apresentou resultado positivo já desenvolveu os sintomas, mas as outras duas não", disse o ministro Katsunobu Kato em uma reunião com parlamentares. O primeiro-ministro Shinzo Abe afirmou que as três pessoas contaminadas receberão tratamento em um hospital de Tóquio que foi especialmente preparado.

Dos 11 casos registrados no Japão, dois deles são de pessoas que foram contaminadas no território japonês: um motorista que transportou turistas de Wuhan e a guia japonesa que os acompanhava. "Com a contaminação de pessoa para pessoa no Japão, entramos em uma nova fase", admitiu o ministro Kato.

Em dois voos especiais, o Japão retirou 416 cidadãos da cidade de Wuhan e da província de Hubei. O governo planeja um terceiro voo. De acordo com o canal de TV NHK, 14 pessoas do segundo voo também foram hospitalizadas, mas até o momento não há confirmação de que são casos positivos.

Por uma questão legal, o Japão não pode manter em quarentena pessoas com exames que apresentam resultados negativos, mas o governo pode elevar o nível de ameaça para conseguir aplicar medidas excepcionais.

De acordo com o ministro da Saúde, duas pessoas que foram retiradas de Wuhan se negaram a passar por exames quando chegaram a Tóquio.

"Explicamos que os exames poderiam ajudá-las, mas estas pessoas não estão convencidas. Não temos os fundamentos jurídicos para forçá-los a aceitar os exames", disse.

O governo dos Estados Unidos determinou um período mínimo de isolamento de 72 horas para as pessoas que saíram de Wuhan. A França planeja um isolamento de 14 dias.

O advogado japonês de Carlos Ghosn, Junichiro Hironaka, anunciou nesta quinta-feira (16) a retirada de seu escritório do caso de Carlos Ghosn, como resultado da fuga para o Líbano do ex-CEO da Renault-Nissan.

"Hoje entregamos ao tribunal de Tóquio uma carta com a renúncia de todos os advogados do gabinete de Hironaka para todos os assuntos relativos a Carlos Ghosn", explicou o advogado em comunicado.

Hironaka não escondeu sua "estupefação" pela fuga de Carlos Ghosn no final de dezembro. Essa decisão não é realmente uma surpresa, já que Hironaka, de 74 anos, disse que se retiraria após a fuga de seu cliente.

Mas, em tese, era possível que outros advogados de seu escritório assumissem o caso Carlos Ghosn.

Dois outros escritórios de advocacia japoneses, o de Hiroshi Kawatsu e o de Takashi Takano, trabalham com Hironaka há um ano para defender Carlos Ghosn, sobre o qual estão pendentes quatro acusações.

Nas entrevistas que deu a vários meios de comunicação do Líbano, Ghosn declarou que precisava de seus defensores japoneses.

Eles estão em uma situação delicada, agora, devido à fuga de seu cliente. A proibição de deixar o país era uma condição para sua libertação sob fiança, pela qual os advogados se tornaram garantidores.

Hironaka não permitiu que os promotores entrassem em seus escritórios na semana passada para apreender o material relativo ao caso Ghosn. Os investigadores suspeitam de que ele tenha preparado sua fuga do computador que o escritório tinha colocado à sua disposição nas suas instalações.

O tribunal de Tóquio validou nesta quinta-feira a separação dos processos no caso Ghosn, segundo a imprensa japonesa.

Ghosn deveria ser julgado ao mesmo tempo que seu ex-braço direito Greg Kelly e a Nissan no capítulo sobre sonegação. Na ausência de Ghosn, apenas as outras duas pessoas serão julgadas, pois o direito penal japonês não prevê um processo à revelia.

Dezenas de jovens bem vestidos se movem estranhamente pelas mesas da sala de conferências, trocando algumas palavras e o currículo, na tentativa de encontrar um parceiro, muitos acompanhados pelos pais.

Uma mulher de 38 anos que prefere não revelar sua identidade diz que "não teve coragem" de encontrar um marido e deixou a casa de sua mãe, que a acompanhou a esta feira para encontrar um parceiro.

"Não tive muitas ocasiões para encontrar alguém", explica. "No meu trabalho, existem muitas mulheres, mas poucos homens".  

Cerca de 25% dos japoneses com entre 20 e 49 anos são solteiros, segundo dados oficiais. Embora as pessoas dessa idade expressem seu desejo de se casar, comportamentos sociais antiquados e a crescente pressão econômica tornam cada vez mais difícil, dizem os especialistas.

O professor de Sociologia Masahiro Yamada, da Universidade de Chuo de Tóquio, declarou à AFP que é normal pessoas solteiras viverem com seus pais até que se casem, para que tenham menos pressão para encontrar um parceiro.

"Acham que ter um relacionamento com alguém que não atende aos seus requisitos é uma perda de tempo" e podem esperar até encontrar algo melhor. Essas pessoas são descritas como "solteiros parasitas".

Embora a segurança financeira de longo prazo seja considerada importante, a dificuldade de encontrar moradia a preço razoável é mais um incentivo para continuar morando com mamãe e papai, diz.

Um senhor de 74 anos que veio a essa reunião para encontrar uma namorada para seu filho de 46 anos aponta para outro problema: a crescente timidez.

"Meu filho é vendedor. É bom com os clientes, mas é muito tímido quando se trata de mulheres", afirma o pai. Por que seu filho não procura alguém sozinho? Porque está muito ocupado no trabalho.

- Japão viciado no trabalho -

O mesmo pai diz que a filha mais velha é casada, mas a caçula, uma médica que mora nos Estados Unidos, continua solteira aos 34 anos. Ele reconhece que se preocupa com ela, "já que ouvi dizer que é difícil para as médicas encontrarem um parceiro".

Shigeki Matsuda, professor de sociologia da Universidade de Chukyo, no Japão central, explica a queda no número de casamentos no país por um fenômeno conhecido como "hipergamia". "As japonesas tendem a procurar homens com emprego estável e nível educacional" mais alto que o delas, aponta.

O que parece confirmar essa feira. Uma pequena fila de mulheres se formou para trocar informações com um homem com a maior renda do grupo. "O grande número de solteiros não mudará até que as mulheres aceitem a ideia de se casar com um homem com renda mais baixa do que elas", diz Yamada.

Até agora, muitas pessoas encontravam seus futuros cônjuges no local de trabalho, mas o aumento da insegurança no emprego não ajuda.

Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão reconstruiu sua economia basicamente graças às grandes empresas que oferecem trabalho ao longo da vida a funcionários ultra-dedicados, mas o modelo está mudando rapidamente e a segurança do emprego se deteriora.

Desde o início dos anos 90, a proporção de trabalhadores temporários aumentou de 15% para 40%, segundo estatísticas do ministério do Trabalho.

- Foco no amor -

"A queda na renda e o aumento de empregos altamente instáveis - com o medo de serem demitidos a qualquer momento - não ajudam as pessoas a pensar em se casar e formar uma família", diz Shuchiro Sekine, diretor de um sindicato que representa trabalhadores temporários.

Embora esses trabalhadores pensem em encontrar uma parceira, o aumento da insegurança no emprego e salários mais baixos reduzem as chances de conseguir isso.

Seis em cada 10 homens com entre 30 e 34 anos com um emprego bem remunerado estavam casados em 2017, de acordo com um estudo do governo publicado este ano, enquanto apenas 22% dos homens com emprego temporário da mesma idade tinham esposa.

Os participantes desta feira têm sorte, afirma Sekine à AFP. "Aqueles com renda mais baixa nem pensam em vir".

Apesar das barreiras, esse tipo de evento ajuda? Shoji Wakisaka, diretor da associação que organiza o encontro, diz que não há dados definitivos, mas que há algum sucesso, embora limitado. "Em média, cerca de 2% dos participantes encontram um parceiro".

A consultora de casamentos da feira, Noriko Miyagoshi, pede que os participantes se esqueçam do dinheiro e se concentrem nas flechas do Cupido. "Você não deve impor muitas condições", diz aos participantes. "Espero que escolha a pessoa com quem realmente sente que pode se dar bem."

A japonesa Sumitomo está em conversas avançadas para negociar uma fatia relevante na Malha Sul, concessão ferroviária que pertence à Rumo (que comprou a ALL), segundo duas fontes a par do assunto. Controlada pelo grupo Cosan, a Rumo engatou conversas nos últimos meses com potenciais investidores na ferrovia, que precisa de elevados investimentos para recuperar os trilhos e melhorar a operação. O volume transportado pela ferrovia caiu em relação à década passada.

Parceira do grupo Cosan em projetos de bioenergia, a Sumitomo saiu em vantagem em relação a outros competidores de peso, como a também japonesa Mitsubishi e a chinesa CCCC, sócia da construtora Concremat e acionista do Porto de São Luís, no Maranhão. Segundo fontes ligadas à multinacional japonesa, o objetivo é adquirir uma participação minoritária de até 30% na ferrovia.

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Com uma extensão de 7.208 quilômetros, a Malha Sul é estratégica para o escoamento de grãos na região Sul do País. Cerca de 50% do volume movimentado pelos trilhos da ferrovia são de produção agrícola, como soja e farelo de soja. Mas a conclusão do negócio é complexa e depende especialmente do processo de antecipação da renovação das concessões ferroviárias, em conversas com o governo federal.

A expectativa inicial do mercado era de que a Rumo conseguiria fechar ainda neste ano a renovação da Malha Paulista. Trata-se de um trecho de 2.039 km dentro do Estado de São Paulo, cuja concessão vencerá em 2028.

Se o governo aceitar, a Rumo continuará a administrar a ferrovia por mais 30 anos e, em troca, investiria quase R$ 5 bilhões. As empresas interessadas na Malha Sul entendem que, se houver a prorrogação do trecho paulista, as demais também serão autorizadas. Sem isso, a venda de participação na ferrovia não se viabiliza.

Fontes próximas à Rumo afirmam que as conversas para renovar a concessão da ferrovia estão avançadas e devem sair nos próximos meses. Isso abriria espaço para fechar o negócio na Malha Sul. Atualmente as negociações estão na fase comercial, de definição de preços do ativo. Fontes afirmam que este trecho precisará de um aporte total nos próximos anos de, no mínimo, R$ 6 bilhões.

A Rumo não está sob pressão para fechar o negócio, segundo fontes. A favor da Sumitomo está o fato de a trading japonesa já ser sócia do grupo em projetos de biomassa. A CCCC, nos últimos meses, realizou due diligence (auditoria das informações) da ferrovia para fazer parte do projeto, mas queria ser acionista majoritária. Uma fonte ligada ao grupo afirma que o interesse continua, mas que ainda não há proposta pelo ativo, considerado bastante complexo.

Investimentos

Um dos motivos é a necessidade de investimentos para recuperar a infraestrutura da malha. Segundo fontes do setor, não há tempo para recuperação do capital injetado na ferrovia se não houver prorrogação da concessão. Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT), mostram que a movimentação de cargas na Rumo Malha Sul caiu de 28,9 mil toneladas úteis, em 2006, para 21,3 mil, no ano passado.

O pior indicador, no entanto, é o de número de acidentes - um reflexo do baixo investimento na malha nos últimos anos, especialmente durante a gestão da ALL, comprada pela Rumo em 2015. Pelos dados do último anuário da ANTT, em 2006, a Malha Sul registrou 37 acidentes e, no ano passado, 201. Fontes do setor afirmam que, mesmo com os investimentos, alguns trechos da ferrovias não deverão ser retomados por causa da falta de viabilidade econômica - nem todos os ramais são rentáveis. Procuradas, Rumo, Sumitomo e CCCC não quiseram comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Eles lutam contra o tempo e a natureza com tratores, pás e motosserras: em Kumano, no sudoeste do Japão, as equipes de resgate continuam sendo a única esperança das famílias cujos membros estão desaparecidos depois da queda de chuvas torrenciais.

Kumano, nome conhecido em todo o mundo por seus pincéis de pintura e pincéis de maquiagem, parecia triste nesta segunda-feira.

Nesta cidade montanhosa da província de Hiroshima, pelo menos dez pessoas foram resgatadas, mas, ao mesmo tempo, vários corpos - cujo número ainda não foi informado - já foram encontrados.

Além disso, uma dúzia de pessoas está desaparecida, e as equipes de resgate temem que esse número aumente porque nem todas as famílias se manifestaram.

- Casa parcialmente virada -

Uma casa de dois andares está virada pela metade. "Eu gostaria que minha irmã e sua família tivessem sido evacuados mais cedo", lamenta Kosuke Kiyohara, de 38 anos, irmão de uma mãe que estava com seus dois filhos. Os três não deram sinal de vida desde então.

Kiyohara sabe que as chances são pequenas de encontrá-los vivos, o que os socorristas confirmam, "porque já faz quase três dias".

"Eu fui o primeiro a chegar aqui no sábado e imediatamente pensei no pior cenário. Eu não conseguia falar com ela desde sexta-feira à noite. Pedi à minha família que se preparasse para o pior", afirmou, sentado em uma calçada em frente à casa.

Dezenas de homens (policiais, bombeiros, soldados) trabalham sob o sol escaldante para tentar encontrar sobreviventes após os enormes deslizamentos de terra que devastaram várias casas na encosta da montanha, derrubaram postes de concreto e drenaram quantidades enormes de terra e detrito.

"Nós removemos os destroços e limpamos as casas porque é possível que haja pessoas por baixo", explica um soldado.

Esta tarefa delicada avança muito gradualmente. É necessário parar as restroescavadeiras ao menor sinal de possível presença humana.

Enquanto isso, aqueles que escaparam dos deslizamentos tentam voltar para suas casas, escoltados por bombeiros ou funcionários municipais locais, para verificar as condições em que se encontram.

- "Muito medo" -

Naoaki Ogawa, um professor de 69 anos que mora com a esposa, sua filha mais velha e seu filho de nove anos de idade em um conjunto habitacional em grande parte destruído, viu um deslizamento de terra correr em direção à casa vizinha, carregando casas, carros e enormes troncos de árvores pelo caminho.

"Pouco antes deste primeiro deslizamento de terra, ouvi um estrondo alto vindo da montanha, era por volta das 19h00 de sexta-feira, e imediatamente partimos de carro", conta. Mas o único caminho para sair do bairro já estava obstruído por outros veículos que tentavam escapar. Então, as pedras que caíam começaram a bater no carro sob uma chuva torrencial.

"Ao invés de ficar parados onde estávamos, virei à direita e então vi um enorme deslizamento carregando três carros onde estávamos antes. Em 20 anos morando aqui, nunca tive nada assim, nunca. Senti muito medo, estávamos todos com muito medo", prossegue, ainda aterrorizado.

Diante de uma estrada bloqueada e sem saber o que fazer, sua família permaneceu na vizinhança até a chegada dos socorristas, que precisaram percorrer um caminho montanhoso e lamacento para ajudá-los.

"Foi um aniversário que marcará a minha vida, eu poderia ter morrido aos 68 anos e 365 dias", diz ele para relaxar um pouco da atmosfera pesada.

A vida continua, mas com sentimentos contraditórios: ele se pergunta se poderá ser feliz ignorando o destino de seus vizinhos.

"Eu quero ir para casa e viver uma vida normal, mas tenho medo que isso aconteça novamente", acrescenta.

Nesta segunda-feira, Ogawa voltou para casa pela primeira vez. A residência está intacta e a roupa ainda está na varanda. Ele encontrou seu celular, cheio de ligações de amigos e parentes preocupados.

"Eu esqueci de pegá-lo quando fugi correndo, muitas pessoas ligaram, eu quero dizer que estou bem, estou bem", suspirou.

Uma escola japonesa foi duramente criticada pelo governo e pelo Parlamento nesta sexta-feira (9) por ter escolhido para seus alunos um uniforme desenhado pela marca de luxo Armani, com custo aproximado de 730 dólares.

Se ao uniforme se somar a bolsa, do mesmo estilista, o montante aumenta para 800 dólares, indicaram as fontes. A escola Taimei, localizada no bairro aristocrático de Ginza, comunicou aos pais que a mudança de uniforme acontecerá a partir da volta às aulas, em abril.

Vários pais se queixaram sobre o custo exorbitante do uniforme, 80.000 ienes (aproximadamente 600 euros ou 730 dólares), e sobre os argumentos utilizados pela direção, que sustenta que a escola deve se adaptar ao bairro, sede de diversas lojas de luxo locais e estrangeiras.

"Os responsáveis deveriam ter pensado nas crianças e tomado uma decisão após ter falado com os pais", disse uma mãe citada pela rede de televisão pública NHK. O caso chegou ao Parlamento, onde um deputado opositor questionou que uma escola pública que recebe alunos de todas as camadas sociais tenha tomado tal decisão.

O ministro das Finanças, Taro Aso, conhecido por vestir trajes das melhores marcas, afirmou que o uniforme era caro demais para uma escola.

Quando o fogo da paixão se apagou definitivamente entre ele e sua esposa, Masayuki Ozaki tomou uma decisão curiosa para preencher seu vazio. Comprou uma boneca de silicone que se tornou - ele garante - o amor de sua vida.

Com tamanho natural e aparência muito realista, apesar do olhar perdido, Mayu divide sua cama na casa da família em Tóquio, onde também moram sua mulher e a filha adolescente do casal.

"Depois que a minha mulher deu à luz, deixamos de fazer amor e senti uma profunda solidão", contou à AFP este fisioterapeuta de 45 anos.

"Li um artigo em uma revista sobre o tema destas bonecas e fui ver uma exposição. Foi amor à primeira vista", suspira Ozaki, que leva Mayu para passear em cadeira de rodas, põe perucas nela, a veste e dá joias de presente.

"Quando minha filha entendeu que não era uma Barbie gigante, ficou com medo e achou nojento, mas agora já é suficientemente crescida para dividir a roupa com Mayu", explica.

'É humana'

"As mulheres japonesas têm o coração duro", reclama, enquanto passeia com a boneca por uma praia. "São muito egoístas. Sejam quais forem meus problemas, Mayu, ela, sempre está aqui. Sou louco por ela e quero estar sempre com ela, que me enterrem com ela. Quero levá-la ao paraíso".

Assim como ele, muitos homens no Japão possuem este tipo de bonecas, chamadas "rabu doru" (boneca do amor), sobretudo viúvos e portadores de deficiência, e não as veem como meros objetos sexuais, mas como seres com alma.

"Meu coração bate a mil por hora quando volto para casa com Saori", garante Senji Nakajima, de 62 anos, enquanto vai fazer piquenique com sua companheira de silicone.

"Nunca me passaria pela cabeça enganá-la, nem com uma prostituta, porque para mim ela é humana", explica este empresário, casado e pai de dois filhos.

Yoshitaka Hyodo, blogueiro de 43 anos, tem mais de dez dessas bonecas. Ele também tem uma namorada, de carne e osso, aparentemente bastante compreensiva.

"Agora é mais para se comunicar em um nível emocional", afirma este homem, também fã de objetos militares, cercado de mulheres de plástico, às quais veste como soldados.

Uma atividade artesanal

Umas duas mil bonecas de silicone são vendidas no arquipélago, segundo profissionais do setor. Equipadas com cabeça e vagina desmontáveis, custam 5.300 euros (algo mais que 6.000 dólares).

"O que chamamos com pompa de 'a indústria' das bonecas do amor é uma atividade artesanal de nicho", escreve a antropóloga Agnès Giard, que em 2016 dedicou um livro a este fenômeno e sua história no Japão.

As primeiras surgiram em 1981. A versão em silicone, depois em vinil e em látex, é do ano 2001.

"A tecnologia fez grandes progressos desde as horríveis bonecas infláveis dos anos 1970", explica Hideo Tsuchiya, diretor da Orient Industry, um dos fabricantes japoneses.

"Agora têm uma aparência incrivelmente autêntica e você tem a sensação de tocar pele humana. Cada vez mais homens as compram porque têm a impressão de poder se comunicar com elas".

Já no século XVII, em histórias de ficção citadas por Agnès Giard, homens encomendavam a artesãos bonecas que se pareciam com a sua amada, da qual o destino os tinha separado.

Longe destes relatos românticos, Riho, a mulher de Ozaki, tenta não pensar no ser artificial que ocupa o quarto do marido.

"Em me limito aos trabalhos domésticos", diz, com lágrimas nos olhos: "o jantar, a limpeza, a roupa".

Mais de 40% dos japoneses jovens adultos e solteiros são virgens, segundo um estudo realizado pelo governo, e quase três quartos dos homens não estão em nenhum relacionamento. A pesquisa revela a dimensão da falta de atividade sexual em um país onde os políticos se preocupam com as baixas taxas de natalidade e seu efeito em uma sociedade em envelhecimento.

O Instituto Nacional de População e Pesquisa da Segurança Social entrevistou mais de 5.000 solteiros com idades entre 18 e 34 anos sobre suas atividades sexuais. Foi constatado que 42% dos homens e 44% das mulheres nunca fizeram sexo.

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A pesquisa, realizada em junho de 2015, mostrou que o número de pessoas que permanecem castas no Japão tem aumentado com o passar do tempo. Um estudo similar feito em 2005 descobriu que um terço dos jovens solteiros haviam sido sempre celibatários.

A pesquisa de 2015 também detectou que sete em cada 10 homens não estavam em um relacionamento, enquanto quase 60% das mulheres iam para a cama sozinhas. É difícil encontrar estatísticas internacionais diretamente comparáveis, mas o povo japonês parece fazer menos sexo que cidadãos de outros países desenvolvidos.

Em um estudo de 2010 realizado pelo mesmo órgão governamental, 68% dos japoneses de 18 e 19 anos disseram ser virgens; uma pesquisa feita naquele mesmo ano na Europa pela empresa de preservativos Durex descobriu que as taxas de virgindade entre as pessoas de 15 a 20 anos eram muito menores.

Por exemplo, menos de 20% dos jovens alemães eram virgens quando chegavam aos 20 anos, enquanto mesmo na conservadora Turquia este número era de apenas 37%. A aparente reduzida libido do povo japonês não confirma a impressão que muitos visitantes têm sobre a atitude do país em relação ao sexo.

Imagens dejovens mulheres com seios enormes - e frequentemente seminuas - são comuns nos famosos mangás e nos outdoors. A prostituição é facilmente visível mesmo nas pequenas cidades, e o país produz quantidades volumosas de pornografia.

Futoshi Ishii, que lidera a instituição que realizou o estudo, disse que a raiz do problema parece estar no abismo entre como as pessoas imaginam que a vida deveria ser e como ela realmente acontece.

"Elas querem se casar, eventualmente", disse ao Japan Times. "Mas tendem a adiar isso ao constatar lacunas entre seus ideais e a realidade". "É por isso que as pessoas se casam mais tarde ou ficam solteiras pelo resto da vida", explicou Ishii.

Os japoneses lembraram nesta terça-feira (9) o bombardeio atômico de Nagasaki, no sudoeste do Japão, que há 71 anos destruiu a cidade e provocou a morte de 74.000 pessoas. Às 11h02 locais (23h02 de Brasília de segunda-feira), a hora exata em que a bomba explodiu em 9 de agosto de 1945, três dias depois do bombardeio atômico contra Hiroshima, um alarme soou e os habitantes de Nagasaki observaram imóveis um minuto de silêncio.

Na presença de representantes de dezenas de países, o prefeito da cidade, Tomohisa Taue, evocou a visita história realizada em maio deste ano pelo presidente americano, Barack Obama, a Hiroshima. Até aquele momento nenhum presidente americano havia visitado nenhuma das duas cidades destruídas pelas bombas atômicas dos Estados Unidos no fim da guerra.

"Com sua visita, o presidente mostrou ao mundo a importância de ver, ouvir e sentir as coisas" diretamente, disse Taue.

Da visita, ficou gravada a forte imagem de Obama apertando a mão de um sobrevivente e dando um abraço em outro. O prefeito de Nagasaki, que se opõe à política de Defesa do atual governo, que reforça as Forças Armadas japonesas, criticou as "contradições" do Japão.

O Japão "propõe a abolição das armas nucleares, mas ao mesmo tempo se apoia na dissuasão nuclear" através de sua aliança com os Estados Unidos, disse. Taue convocou o governo a "inscrever na lei os três princípios antinucleares" adotados em 1967.

Trata-se dos princípios de não produção, não posse e não autorização em seu território de armas nucleares. Tomihisa Taue também convocou as gerações jovens a ouvir o relato dos "hibakusha" (sobreviventes irradiados), cuja idade já supera os 80 anos.

Assim como em Hiroshima, no sábado passado, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reafirmou a vontade do Japão de militar pela abolição das armas nucleares. "Jamais devemos deixar que se repitam as terríveis experiências de Hiroshima e Nagasaki", disse Abe.

A bomba de plutônio batizada de "Fat Man" estava destinada, a princípio, à cidade de Kokura, ao norte de Nagasaki, onde havia uma importante fábrica de armas. Mas o bombardeiro B-29, batizado de Bockscar, mudou seu alvo no último minuto por razões meteorológicas.

Três dias antes, a bomba de urânio "Little Boy" havia destruído Hiroshima, provocando a morte de 140.000 pessoas, a metade delas na hora. As duas bombas atômicas lançadas pelos americanos precipitaram a capitulação do Japão no dia 15 de agosto de 1945 e, de fato, o fim da Segunda Guerra Mundial.

Centenas de fãs de "Pokémon Go" se reuniram neste domingo (7) em Yokohama, em Tóqui, no Japão, para participar do desfile anual de Pikachus, personagem principal e mais famoso da franquia, enquanto aumentava a popularidade deste fenômeno mundial.

Cerca de 50 Pikachus em tamanho real marcharam ao longo da avenida da cidade, onde os transeuntes tiravam fotos e faziam vídeos com seus celulares sob um sol escaldante. Algumas pessoas disseram que participaram do evento para encontrar monstrinhos originais com o aplicativo para telefones móveis lançado no mês passado.

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"Eu vim para Yokohama pensando todo o caminho sobre a possibilidade de encontrar diferentes personagens", disse Teruko Fujisawa, uma mulher de 45 anos. "Pokémon Go" causou um frenesi em todo o mundo, e todos os seus usuários se lançaram com seus celulares às ruas para caçar as criaturas.

O aplicativo gratuito utiliza posições de satélite, gráficos e as câmeras dos aparelhos para sobrepor os personagens do jogo em lugares reais. Os jogadores devem capturar e treinar seus monstros para enfrentar batalhas.

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