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Um americano morreu após ser atingido por flechadas de uma tribo autóctone que vive isolada em uma ilha do arquipélago indiano de Andaman e Nicobar, segundo a polícia local, após tentar se aproximar ilegalmente desta comunidade, hostil ao mundo moderno.

A população de caçadores-coletores da ilha Sentinela, que conta com cerca de 150 pessoas, vive em autarquia e ataca qualquer um que entrar nesta pequena ilha do mar de Andaman.

John Chau, de 27 anos, foi cercado e abatido em 16 de novembro quando colocou o pé na ilha Sentinela do Norte, onde a tribo vive. Oficialmente, é proibido visitar esta ilha.

O americano pagou pescadores locais para que o levassem a Sentinela do Norte, onde vive esta tribo frequentemente descrita como a mais isolada do planeta e que rejeita qualquer contato com o mundo exterior.

Ele recebeu uma chuva de flechas quando desembarcou na ilha, declarou à AFP uma fonte policial que pediu anonimato.

"Foi atacado com flechas mas continuou andando. Os pescadores viram os indígenas amarrarem seu pescoço com uma corda e o arrastarem", acrescentou a fonte.

Os pescadores "se assustaram e fugiram, mas retornaram no dia seguinte e encontraram seu corpo na praia", acrescentou.

A polícia indiana abriu uma investigação por homicídio e deteve sete pescadores envolvidos no caso.

Em um comunicado enviado à AFP, a ONG de proteção de tribos autóctones Survival International denunciou "uma tragédia que nunca deveria ter ocorrido".

Devido ao seu isolamento ancestral, "não é impossível que os sentineleses não tenham sido contaminados por agentes infecciosos mortais (trazidos pelo viajante americano) contra os quais não têm imunidade, com a possibilidade de erradicar toda a tribo", alertou a organização, sediada no Reino Unido.

Todas as tentativas de contato do mundo exterior nas últimas décadas esbarraram na hostilidade e violência da tribo.

As autoridades indianas proíbem a aproximação a menos de cinco quilômetros de Sentinela do Norte.

John Chau estava nas ilhas Andaman com um visto de turista. Tinha feito várias viagens a estas ilhas anteriormente e oferecido dinheiro aos pescadores para que o levassem às Sentinela.

"Tentou chegar a Sentinela em 14 de novembro mas não conseguiu. Dois dias depois foi muito preparado. Abandonou a embarcação na metade do caminho e pegou uma canoa sozinho até a ilha", disse à AFP uma das fontes policiais.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizará entre os dias 20 de agosto e 6 de setembro a primeira prova piloto do questionário temático do "Censo 2020", com perguntas específicas para indígenas, quilombolas e outros povos e comunidades tradicionais.

A aplicação do questionário ocorrerá em 12 estados: Acre, Amapá, Rondônia, Maranhão, Ceará, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

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Segundo nota divulgada pelo instituto, a iniciativa dá prosseguimento ao compromisso de fornecer informações cada vez mais completas sobre povos e comunidades tradicionais, em conformidade com o Decreto nº 8.750 de 2016, que institui o "Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais".

“Esse bloco de perguntas é espacialmente controlado, e sua aplicação é restrita às áreas indígenas e quilombolas”, esclarece o órgão. O teste vai contar com orientação do "Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais", integrado por servidores do próprio IBGE loteados no Rio de Janeiro, Roraima e Maranhão.

O IBGE informou que os preparativos do teste piloto vêm sendo feitos há alguns meses e envolveram várias visitas a aldeias indígenas e comunidades quilombolas.

Durante o teste, também serão observados aspectos do entorno dos agrupamentos indígenas e as características geográficas das áreas visitadas. Essas informações serão consolidadas na base territorial do "Censo 2020", que serve de orientação aos recenseadores.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) divulgou imagens inéditas de um índio que vive isolado na Amazônia. A Funai observa o índio há 22 anos, planejando ações de vigilância do território onde vive e garantindo sua proteção contra ameaças externas.

Conhecido como o "índio do buraco", ele é o último sobrevivente de sua etnia. De acordo com a Funai, na década de 80, a colonização desordenada, a instalação de fazendas e a exploração ilegal de madeira em Rondônia provocaram sucessivos ataques aos povos indígenas isolados, num constante processo de expulsão de suas terras e de morte.

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Segundo a Funai, após o último ataque de fazendeiros ocorrido no final de 1995, o grupo do índio isolado que provavelmente já era pequeno (a partir de relatos, a equipe local acreditava serem seis pessoas) tornou-se uma pessoa só. Os culpados jamais foram punidos. Em junho de 1996, o órgão teve o conhecimento da existência e da traumática história deste povo, a partir da localização de acampamento e outros vestígios de sua presença. 

Quando há a presença confirmada ou possível de povos indígenas isolados fora de limites de terras indígenas, a fundação se utiliza do dispositivo legal de Restrição de Uso (interdição de área), visando a integridade física desses povos em situação de isolamento, enquanto se realizam outras ações de proteção e tramitam processos de demarcação de terra indígena.

A atual delimitação da Terra Indígena (TI) Tanaru, onde vive o índio isolado, foi estabelecida em 2015, por meio de portaria que prorrogou a interdição de área por mais 10 anos. A área demarcada tem 8.070 hectares. As primeiras interdições de área ocorreram na década de 1990, logo após a confirmação da existência do indígena no local.

A partir da confirmação da presença do índio isolado, em 1996, a Funai realizou algumas tentativas de contato, mas logo recuou ao perceber que não era da vontade dele. A última tentativa ocorreu em 2005. Deste então, os servidores que o acompanham deixam apenas algumas ferramentas e sementes para plantio em locais que ele passa frequentemente. Por volta de 2012, o órgão registrou algumas roças de milho, batata, cará, banana e mamão plantadas pelo indígena, que vive basicamente desses alimentos e da caça.

Nos últimos 10 anos, a Funai realizou 57 incursões de monitoramento do indígena e cerca de 40 viagens para ações de vigilância e proteção da TI Tanaru.

Mais de 1,2 mil estudantes indígenas e quilombolas matriculados em cursos de graduação em instituições federais fizeram solicitação no dia 18 de junho, pedindo a inclusão no Programa de Bolsa Permanência (PBP). Desse número, 430 já tiveram o cadastro autorizado pelas instituições públicas federais. O prazo para as inscrições é até o dia 31 de agosto.

Dez mil bolsas permanência são pagas para indígenas e quilombolas, sendo 7 mil para o primeiro grupo e 3 mil para o segundo, totalizando cerca de R$ 7 milhões mensais. Atualmente, 87 instituições de ensino são cadastradas no Programa de Bolsa Permanência.

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“Esse é um compromisso que temos com as etnias historicamente excluídas do ensino superior. Muitas vezes é a única oportunidade que os estudantes dessas etnias têm para se manter em uma instituição pública e concluír a sua formação ”, destacou o ministro da Educação, Rossieli Soares, conforme informações do site do Ministro da Educação (MEC).

O PBP é um auxílio financeiro pago para estudantes de instituições federais de ensino superior em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O Ministério da Educação paga um valor de R$ 900, em razão das especificidades da organização social de suas comunidades, condição geográfica, costumes, línguas, crenças e tradições. O recurso é pago diretamente ao estudante por meio de um cartão de benefício.

Para poder ter direito ao auxílio, o aluno precisa comprovar uma renda familiar per capita de, no máximo, um salário mínimo e meio, não ultrapassar dois semestres do tempo regulamentar do curso de graduação que estiver matriculado, ter assinado termo de compromisso e ter seu cadastro devidamente aprovado e mensalmente homologado pela instituição federal de ensio superior de que faz parte. 

Os estudantes candidatos ao benefício também têm que anexar toda a documentação exigida para a comprovação do seu pertencimento a comunidades indígenas ou quilombolas. Os registros podem ser obtidos na Fundação Nacional do Índio (Funai) e na Fundação Cultural Palmares.

Um grupo de indígenas e quilombolas realizou uma manifestação em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, no Distrito Federal, contra cortes à assistência estudantil e pela garantia permanente de bolsas em cursos superiores nas universidades. Durante o ato, aproximadamente 150 jovens se revezaram em danças típicas e cantos de protesto. 

Uma das vias da Esplanada dos Ministérios ficou bloqueada por mais de uma hora, devido à espera dos manifestantes por um posicionamento do governo sobre as reivindicações. De acordo com o grupo, as negociações feitas anteriormente com o Ministério da Educação não trouxeram resultados positivos, apesar da pasta ter autorizado 2,5 mil bolsas de estudo para o segundo semestre deste ano. Os manifestantes afirmam que a demanda anual é de 5 mil vagas e que as bolsas liberadas terão repasse apenas por dois meses. 

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A estudante de filosofia, Joane Santos, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, argumenta que os estudantes precisam ter garantia do repasse das bolsas por meio de uma legislação independente de portarias periódicas.  Já a aluna de química, Roseli Braga, da Universidade Federal de São Carlos, ressalta que os estudantes também protestam contra a possibilidade de o Plano Nacional de Assistência Estudantil passar a ser coordenado pelo Ministério da Educação e não por cada instituição de ensino. 

O governo federal ainda não se manifestou sobre as reivindicações do grupo. 

O Ministério da Educação (MEC) autorizou 2,5 mil bolsas para estudantes do ensino superior indígenas e quilombolas, para o segundo semestre deste ano. As inscrições deverão ser feitas pelo site do Sistema de Gestão da Bolsa Permanência (SISBP), a partir de segunda-feira (18) até o dia 31 de agosto. 

De acordo com o MEC, as instituições federais de ensino superior farão a análise da documentação comprobatória de elegibilidade dos estudantes ao programa e a aprovação dos cadastros no sistema de gestão entre os dias 18 de junho e 28 de setembro.

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 Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), 2,5 mil estudantes indígenas e quilombolas estão sem a bolsa permanência desde o início do ano. 

A bolsa permanência é de R$ 900. Trata-se de um auxílio financeiro que tem por finalidade reduzir as desigualdades sociais, étnico-raciais e contribuir para a permanência e a diplomação dos estudantes de graduação em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Neste ano, de acordo com o MEC, o programa está atendendo aproximadamente 10 mil indígenas e quilombolas. Estão garantidos R$ 150 milhões em 2018. Os recursos são pagos diretamente aos alunos por meio de um cartão de benefício.

O festival de Cannes está acostumado a ser palco para diversos protestos. Na última sexta (18), a causa dos indígenas brasileiros foi a pauta da vez dentro do evento. Ao ganhar o prêmio de crítica na Mostra Independente, pelo filme Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, a equipe do longa pediu por demarcações de terrra. 

O filme mostra a história de Injãc, um adolescente da etnia Krahô que resiste ao desejo de seu pai morto para se tornar pajé. O longa não tem nenhum ator profissional, tendo sido protagonizado por Kôto e Injãc Krahô e é quase todo falado na líndua indígena. A produção foi dirigida pela brasileira Renée Nader Messora e pelo português João Salaviza.

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Ao receber o prêmio do ator Benício del Toro, presidente da mostra independente em Cannes, a diretora Reneé ergueu o punho e falou: "Demarcação já!, em referência a luta dos povos indígenas brasileiras por demarcação de suas terras. No dia anterior à premiação, a equipe do filme passou pelo tapete vermelho empunhando cartazes, escritos em português, inglês e francês, denunciando o genocídio indígena no Brasil. 

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A Polícia Federal deflagrou na terça-feira (15) a Operação Bugio, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso, composto por indígenas e não indígenas, responsável pelo sequestro de um casal proprietário de terras localizadas em área reivindicada para expansão do Território Indígena Lã Klanõ, na divisa entre os municípios de Itaiópolis e Dr. Pedrinho/SC, fato ocorrido em 23 de março deste ano.

Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Federal de Mafra/SC.

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Após a libertação do casal, por meio de negociação realizada pela Polícia Federal naquela data, foram iniciadas investigações para delimitar a responsabilidade criminal dos envolvidos.

Foi identificado um grupo violento que atua na região há vários anos, apontado como responsável pela prática de diversos crimes como descumprimento de decisão judicial, furto de madeira, ameaça, invasão de propriedade, incêndio criminoso, e, por último, o ato extremo do sequestro do referido casal.

A área em questão é objeto de litígio judicial, havendo sentença confirmada pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região, que determina a proteção possessória das terras ocupadas pelas famílias de colonos da região até decisão final a ser proferida pelo Supremo Tribunal Federal.

Da Agência PF

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Cerca de 5,5 mil índios de dez etnias são esperados para a VI Semana dos Povos Indígenas, que ocorrerá entre os dias 15 e 19 de abril, em São Félix do Xingu (Mebengokre Akati), sudeste do Pará. Com o tema “O empoderamento da mulher indígena”, o evento, considerado o maior do gênero no Estado, vai levar para o seio das comunidades tradicionais uma discussão que é pauta obrigatória na sociedade atual. Os principais militantes dos direitos indigenistas no Brasil estarão no encontro para promover debates e lutar por avanços, enquanto o esporte praticado nas aldeias e a cultura ancestral serão descortinados na praça principal da cidade.

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As ações de saúde do Estado direcionadas aos índios estão entre os serviços que serão oferecidos. Além dos atendimentos médicos, ambulatoriais e odontológicos que farão parte da ação de cidadania, técnicos da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) vão apresentar a Portaria 2.663, de outubro 2017, do Ministério da Saúde, que visa garantir maior acesso da comunidade aos serviços de média e alta complexidade no Sistema Único de Saúde (SUS). “Como ocorreu nos anos anteriores, esperamos que a Semana dos Povos Indígenas deste ano seja um verdadeiro momento de congraçamento e integração entre as etnias que vêm para o encontro e a população não índia que vem assistir às competições, participar dos debates ou prestigiar o artesanato e produtos tão apreciados mundo afora. A cada edição, mais índios manifestam o desejo de participar, mostrando que o evento está consolidado e ganhando cada vez mais representatividade”, diz a secretária municipal de Educação de São Félix do Xingu e organizadora da semana, Viviane Cunha.

Graças ao apoio de diversas instituições, uma gama de serviços é levada aos índios, como a emissão de documentos que dão acesso a direitos, atendimentos médicos e capacitações profissionais. Este ano, mais uma vez, a ação de cidadania estará presente, garantindo a emissão de documentos (carteira de trabalho, RG e certidão de nascimento), atendimentos jurídicos, de saúde e odontológico, e de assistência social, como a inscrição dos índios no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal, acesso aos principais sociais da União, como o Bolsa Família.

Povos que serão atendidos: Kayapó, Tembé, Wai Wai, Kaxuyana, Xikrin, Gavião, Guajajara, Parakanã, Surui, Munduruku, Juruna, Baré. Atividades: Danças Típicas, Jogos, Ação Cidadania, Seminários e Palestras, Brincadeiras, Caminhada sobre os Direitos dos Povos Indígenas, Bizu Oficina de Fotografia, Texto e Audiovisual, Oficina de Gestão Territórial e Ambiental de Terras Indígenas, Apresentação Cultural, Exposição de Artesanatos e Pinturas, Concurso de Beleza Indígena.

PROGRAMAÇÃO

Período: 15 a 20 de abril

Chegada dos Indígenas e Recepção pelas autoridades e sociedade geral em frente a SEMED às 17h

MODALIDADES ESPORTIVAS:

Futsal Feminino

Jogos de Mesa Masculino

Brincadeira com crianças indígenas

Vôlei de dupla masculino/feminino

Futsal feminino

Vôlei de quadra masculino

Atletismo masculino/ feminino

Cabo de Guerra masculino/ feminino

Arco e Flexa

Corrida de Tora/ Gaviões

Jogos tradicionais Kayapó. Ronkrá, Benhkra e Tyryprêk

Futebol Masculino

SEMINÁRIOS E PALESTRAS

"Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas: TNC, PARAKANÃ, XICRIM, JURUNA E KAYAPÓ."

"O Empoderamento da Mulher Indígena: Sônia Guajajara, Nara Barê, Ângela Kaxuiana, Puyr Tembé, Tuira Kayapó, Maryu Yudja e Concita Sompre."

Mais informações: ASCOM: 98088.8950 / 98432.2458.

Da assessoria do evento.

O povo indígena munduruku enviou uma carta às autoridades ambientais, Ministério Público e Funai para comunicar o fim de seu povoado. Segundo relatos contidos no documento, doenças, prostituição, álcool e drogas levados para as proximidades da aldeia por garimpeiros acabaram com as condições para que eles se mantivessem no local, situado no município paraense de Jacareacanga. Conforme afirmam na carta, eles haviam alertado as autoridades previamente de que a situação estava piorando mas não foram ouvidos.

O procurador do Ministério Público Federal em Santarém, Paulo de Tarso, disse em entrevista à EBC que o caso vem sendo acompanhado há quatro anos. “Desde 2014 a procuradora que me antecedeu já vem tratando do assunto e no final do ano passado a questão se intensificou. Nós estamos fazendo esse acompanhamento justamente para exigir dos órgãos de fiscalização do estado que exerçam seu papel constitucional e compareçam na região preservando o direito das populações afetadas”, declarou.

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Ainda de acordo com o procurador, a aldeia se tornou uma espécie de ponto de apoio para o garimpo. Ele confirmou as denúncias feitas pela carta do povo indígena e disse que há a necessidade de fiscalização no local e não somente por satélite.

Uma comunidade indígena do Peru batizou uma área de 1,8 mil hectares da Amazônia com o nome do papa Francisco, informou o Ministério do Ambiente do país. De acordo com o governo peruano, a medida é um reconhecimento à preocupação do líder católico em cuidar e conservar o meio ambiente em meio à mudança climática.

Chamada "Nihii Eupa Francisco", que significa "Floresta Papa Francisco", na língua nativa da etnia amahuaca, fica na comunidade nativa de Boca Pariamanu, situada na região de Madre de Dios, região que o papa Francisco visitará em janeiro de 2018. Os indígenas pretendem entregar de presente ao Papa a ata da assembleia em que decidiram mudar o nome da floresta, para que Jorge Mario Bergoglio conheça as ações ambientais adotadas na aldeia.

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A comunidade de Boca Pariamanu é formada por 180 habitantes agrupados em 20 famílias, e é a única comunidade de Madre de Dios da etnia amahuaca.

Durante sua visita ao Peru, além de Porto Maldonado, o papa Francisco irá à capital Lima e à cidade de Trujillo, entre os dias 18 a 21 de janeiro, depois de passar pelo Chile. 

Da Ansa

No chão de terra batida, as centenas de cães e gatos abandonados dividem espaço com sacos de lixo, embalagens plásticas usadas, roupas rasgadas, objetos queimados, restos de comida e fezes de animais. Nas travessas e vielas que formam a comunidade, predominam as casas simples, de madeira, sem banheiro privado nem saneamento adequado. Em alguns trechos, o esgoto fica a céu aberto, no mesmo terreno onde crianças brincam. A sujeira e os problemas de pele expostos no rosto e no corpo dos pequenos denunciam os riscos que aquele solo traz à saúde.

A precariedade não é de uma favela ou vilarejo pobre do interior. Retrata, na verdade, as aldeias vizinhas ao Parque Estadual do Jaraguá, na zona norte de capital paulista, onde vivem cerca de 700 índios. O grupo chamou a atenção no último mês ao protestar pela regularização de suas terras. Eles chegaram a subir o Pico do Jaraguá e ocupar o espaço onde ficam as antenas de telecomunicações.

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Mas a luta da comunidade é diária. Sem a demarcação oficial da maior parte do território onde vivem, os guaranis têm dificuldades para ter acesso a serviços básicos e manter práticas típicas da tribo. "Não há espaço para plantios nem atividades culturais. Os jovens ficam sem perspectiva. Metade dos adultos está desempregada, principalmente porque sofremos preconceito no mercado de trabalho", conta Thiago Henrique Karaí Djekupe, de 23 anos, uma das lideranças dos indígenas. Entre os índios desempregados, boa parte sobrevive do Bolsa Família ou da venda de artesanato.

A formação escolar no local é precária. Há uma escola estadual dentro de em uma das quatro aldeias em que os guaranis do Jaraguá estão divididos, responsável por atender perto de 300 crianças e adolescentes. Só há, porém, espaço para duas salas de aula.

A saída encontrada pela comunidade foi improvisar outras quatro salas em uma oca. Um desses espaços foi transformado em dois, com um armário servindo como divisória, para receber duas turmas. "As aulas se misturam porque o que um professor fala de um lado pode ser ouvido do outro", conta uma moradora da aldeia que não quis se identificar.

A Unidade Básica de Saúde (UBS) na terra indígena também opera com espaço físico insuficiente. "Não temos salas para vacinação, curativo e inalação", conta Thiago.

O atendimento recebido pelos indígenas em outros centros de saúde fora da tribo também é alvo de queixas. "Nossas crianças têm imunidade baixa por viverem em um ambiente tão contaminado e nem sempre recebemos cuidado especial quando somos transferidos para alguns hospitais", diz o líder.

Só neste ano, duas crianças morreram por infecções. Uma delas foi a bebê Samantha, de 9 meses. "Ela começou com um resfriado, levamos ao Hospital Municipal de Pirituba (zona norte) quando os sintomas pioraram, mas lá não tinha UTI e ela ficou dois dias esperando abrir vaga para transferência. Mas quando conseguiu, já era tarde demais. Morreu na madrugada seguinte", relata o pai da menina, o professor Jurandir Augusto Martim, de 41 anos.

Na pele

Entre as crianças da tribo, as doenças de pele são comuns. Acostumados a brincar na terra, elas entram em contato com as fezes dos cerca de mil animais que vivem no local. A entrada da aldeia é ponto de abandono de cães e gatos. "Já teve até ação civil do Ministério Público Federal pedindo à Prefeitura a retirada de animais aqui, mas disseram que não havia para onde levá-los", conta Thiago Djekupe.

A maioria dos animais vistos pela reportagem no local estava doente ou debilitada. A reportagem encontrou o corpo de um gato morto há dias rodeado de insetos ao lado de um dos banheiros comunitários da tribo.

Esses espaços são outro problema. Construídos há dez anos pela Secretaria Especial da Saúde Indígena, órgão do Ministério da Saúde, nunca receberam manutenção. Alguns estão com o vaso sanitário ou chuveiro quebrados, além de acumular muita sujeira.

A falta de perspectivas e de políticas públicas mais efetivas traz outros problemas típicos de áreas com alta vulnerabilidade social. O índice de gravidez na adolescência nas aldeias do Jaraguá é alto. "Há aconselhamento, mas não basta. Não há muitas opções de atividades para os adolescentes aqui. E ainda quando as meninas engravidam, nem sempre o pai assume", conta Natalina Jera Veríssimo, de 38 anos, representante das mulheres indígenas. Ela própria tem uma filha que deu à luz aos 15 anos.

O alcoolismo é outro desafio. Pelo menos 18 guaranis fazem tratamento para tentar abandonar o álcool. Além disso, a depressão atinge as aldeias. Neste ano, um adolescente guarani de 13 anos se matou. "Nossos direitos não são respeitados. Essa falta de apoio do Estado acaba sendo uma forma de nos enfraquecer", conclui Thiago. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os indígenas e os idosos estão entre os grupos com maior índice de suicídios no Brasil, onde o número de pessoas que tiraram a própria vida aumentou 11% de 2011 a 2015, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira.

Os registros de suicídio passaram de 10.490 em 2011 a 11.736 em 2015, afirma o estudo, o primeiro do gênero realizado pelo Ministério da Saúde. O índice passou nesse período de 5,3 a 5,7 casos por cada 100.000 habitantes.

O aumento se deve, em parte, à melhora do sistema de estatísticas. Também influenciam o aumento da população no país, hoje com 208 milhões de habitantes. Além disso, o índice se situa muito abaixo da média mundial, de 10,7/100.000, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Nos comprometemos perante a OMS a reduzir em 10% o número de casos antes de 2020. Para isso, temos que agir rapidamente e sobretudo nas áreas com maior risco", afirmou Fátima Marinho, diretora do serviço ministerial de doenças não transmissíveis.

A identificação social ou regional parece surgir das mesmas estatísticas.

Mais de três quartos (79%) das pessoas que se suicidaram nesse período eram homens, enquanto 64% eram pessoas solteiras, viúvas ou divorciadas.

O índice médio de suicídios entre pessoas de mais de 70 anos no período 2011-2016 foi de 8,7/100.000, em comparação com 5,5 em nível nacional.

Entre os indígenas (0,4% da população), o indicador se elevou a 15,2/100.000, em comparação com 5,9/100.000 entre os brancos e 4,7/100.000 na população negra.

Um total de 62% das 62.804 pessoas que se suicidaram entre 2011 e 2016 se enforcaram.

O governo federal lançou, no início do mês, uma campanha de prevenção do suicídio, com o lema "falar é a melhor solução".

Segundo a OMS, cerca de 800.000 pessoas se suicidam por ano no mundo, o equivalente a uma a cada 40 segundos.

O Ministério Público Federal do Amazonas está investigando o suposto massacre de mais de dez indígenas de uma tribo isolada no extremo oeste do estado do Amazonas (norte) por garimpeiros ilegais que agem na região, informou nesta sexta-feira a ONG Survival em um comunicado.

Adelson Kora Kanamari, líder da tribo Warikama Djapar, que ocupa o território indígena Vale do Javari, na fronteira com o Peru, disse à agência de notícias Amazônia Real que entre 18 e 21 indígenas "teriam sido atacados e assassinados".

Segundo o comunicado da Survival, dois garimpeiros foram detidos.

"Caso tais relatos sejam confirmados, o Presidente (Michel) Temer e seu governo possuem uma grande responsabilidade por este ataque genocida", aponta o texto, que critica, além disso, os cortes no orçamento da Fundação Nacional do Índio (Funai).

"Todas estas tribos deveriam ter tido suas terras devidamente reconhecidas e protegidas há anos – o apoio aberto do governo àqueles que querem violar territórios indígenas é extremamente vergonhoso", acrescenta.

Em declarações à Amazônia Real, o líder Adelson Kora Kanamari explicou que a situação na região está "muito crítica". Os invasores "são fazendeiros, caçadores, garimpeiros. Muitos isolados estão sendo mortos, mas não sabemos ao certo as datas e nem o número exato de mortos", afirmou.

O território indígena Vale do Javari tem 8,5 milhões de hectares e foi regularizado em 2001, segundo dados da Funai. Situado a quase 1.200 km de Manaus, tem uma população de cerca de 7.000 habitantes.

Também de acordo com a Funai, há ao menos 14 referências de indígenas isolados na área, e cinco etnias contatadas.

A crítica da ONG Survival se soma às críticas que o governo de Michel Temer recebeu no Brasil e no exterior por "retroceder" em termos ambientalistas e de direitos dos indígenas.

O Ministério Público Federal do Amazonas entrou com uma ação pedindo indenização de R$ 50 milhões e um pedido de desculpas formal da União por conta das mortes de índios no período da Ditadura Militar. As chacinas aconteceram durante a construção da rodovia Manaus-Boa Vista, que termina na fronteira do Brasil com a Venezuela, que dizimou a tribo Waimiri-Atroari, que não concordava com a construção da estrada dentro de suas terras.

A Comissão Nacional da Verdade entregou documentos que mostram a queda da população indígena entre os anos de 1970 e 1980, de mais de 3 mil pessoas para 332. Segundo o MP, “o conjunto de provas apresentadas à Justiça demonstra que o Estado brasileiro promoveu ações baseadas nas políticas de contato e de ataques diretos aos indígenas que causaram a redução demográfica do povo Waimiri-Atroari em larga escala”.

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Além da indenização e do pedido de desculpas, os procuradores querem que a situação vivida pelos índios na Ditadura seja contada nos livros de história dos ensinos fundamental e médio. Os documentos anexados pelo MP mostram que o governo tentou argumentar e buscar soluções para o término das obras dentro da área que pertencia aos índios mas, diante das negativas, passou a “adotar a política de extermínio do povo Waimiri-Atroari.

O papa Francisco terá uma reunião com os povos indígenas em Puerto Maldonado, uma região amazônica impactada pela mineração ilegal, durante sua visita ao Peru em janeiro de 2018, informou nesta segunda-feira a Conferência Episcopal.

"O Santo Padre terá um encontro com os povos da Amazônia, principalmente aborígenes. Não percam de vista que estamos perto do Brasil e da Bolívia e haverá muitas visitas", afirmou o monsenhor Norberto Strotmann, secretário-geral da Conferência Episcopal e coordenador da visita papal.

Destinada a estudantes das comunidades indígenas e quilombolas matriculados em instituições de ensino superior do Brasil, o Programa Bolsa Permanência (PBP), no Ministério da Educação (MEC), já está recebendo inscrições para ingresso no segundo semestre de 2017. Os alunos interessados em participar do processo seletivo devem se inscrever pelo site do Ministério até o dia 29 de setembro para obter a ajuda financeira.  

Os candidatos precisam anexar toda a documentação solicitada para a comprovação do seu pertencimento a comunidades indígenas ou quilombolas – registros que podem ser obtidos, respectivamente, na Fundação Nacional do Índio (Funai) e na Fundação Cultural Palmares. 

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O valor da bolsa, estabelecido pelo MEC em R$ 900, é calculado com relação à organização social das comunidades, condição geográfica, costumes, línguas, crenças e tradições, amparadas pela Constituição Federal. A verba é paga diretamente pelo MEC com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio de um cartão de benefício. 

Atualmente, segundo o MEC, 87 instituições de ensino aderiram ao Programa Bolsa Permanência e cerca de 6.800 aulos indígenas e quilombolas são atendidos pelo PBP. Para quem não sabe, a Bolsa Permanência é um auxílio financeiro que tem por finalidade minimizar as desigualdades sociais e contribuir para a permanência e a diplomação dos estudantes de graduação em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Para saber mais, acesse o site do Programa.  

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Imagine a seguinte situação: é 19 de abril, Dia do Índio. Nas escolas infantis, ao redor do Brasil, as crianças estarão com os rostos pintados de tinta guache, usando cocares feitos de papel sulfite - elementos que deveriam ser entendidos enquanto cultura e não fantasia - e fazendo danças circulares numa "homenagem" aos povos originários do país, celebrados nesta data. Desde o "descobrimento" das terras, que hoje conhecemos como nação brasileira, os povos autóctones são vistos pelas lentes do estereótipo, como se fossem personagens de livros de história, presos em 1500, num misto de mitificação e romantização.  

O estudante Tarisson Nawa, de 21 anos, entende bem sobre esse senso comum arraigado na cultura brasileira. Indígena da etnia Nawa, do estado do Acre, ele é incisivo ao declarar: "Existem muitos equívocos com relação às populações indígenasque precisam ser desfeitos, desmistificados. É preciso retirar essa ideia de que o indígena para ser indígena, tem que estar na aldeia, caçando, ou nú, usando cocar e pintura. Não. Ele vive na sociedade. E por viver em sociedade a gente troca simbolicamente as nossas experiências com outros indivíduos. Isso faz com que nós possamos ressignificar nossas expressões socioculturais".

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Essa ressignificação vem acontecendo desde que os primeiros povos tiveram de deixar suas terras originais em busca de sobrevivência. Segundo dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente, 47,3% dos cerca de 900 mil índios que vivem no Brasil, moram em áreas urbanas. "Isso tudo é produto de um deslocamento, de uma saída das terras que esses povos tradicionalmente ocupavam, por terem sido expulsos. Eles buscaram na cidade melhores condições de vida. Na atualidade, onde estão esses indígenas? Eles moram nas periferias e muitos não têm espaço. Então, eles não se reconhecem e isso acaba silenciando muitas questões que deveriam ser pautadas em relação ao indígena na cidade", diz Tarisson.

As cidades, majoritariamente habitadas por não-índios, acabam por não terem um preparo para receber as populações indígenas, que consequentemente acabam passando por esse "processo de negação e silenciamento da sua identidade", como conta o estudante. Ele próprio, crescido fora da aldeia por conta do processo de deslocamento de sua família, compreendeu este mecanismo e hoje faz o caminho inverso de boa parte de seus parentes: "A minha família perdeu o vínculo com a aldeia - embora se reconheça ainda hoje. A minha intenção é retomar as práticas e expressões socioculturais do meu povo, a nossa tradição".   

Riqueza étnica

Segundo estudo realizado pelo IBGE, publicado em julho de 2016, o Brasil contabiliza 305 etnias com cerca de 274 línguas. Esses números fazem do país um dos lugares com maior diversidade sociocultural do planeta. A etnia Nawa, de Tarisson, é uma delas. Ele conta um pouco sobre o seu povo: "Nossa terra tradicional fica no município de Mâncio Lima, no estado do Acre, o município mais ocidental do país. A nossa etnia foi reconhecida pelo estado brasileiro no início deste século, lá pelos anos 2000. A gente vem de uma história de violência grande, como na maioria dos casos dos povos indígenas, de violência tanto física quanto simbólica. Fomos considerados um povo extinto. A emergência identitária, acontecida por volta de 2000, fez com que nosso povo se tornasse politizado e reconhecesse que nós somos indivíduos, sujeitos de direitos." O estudante diz que, desde o reconhecimento, há 17 anos, os Nawa estão na luta pela demarcação de suas terras: "Na formação dos seringais do Acre nós fomos expulsos da nossa terra e tivemos que morar em outros locais". Este é o mesmo problema enfrentado por tantos outros povos indígenas que vivem ao redor do país.

Indígenas na universidade

Desde 2012, a Lei de Cotas (lei 12.711), determina que as instituições de ensino superior federais devem reservar vagas para estudantes pardos, negros e indígenas vindos da rede pública de ensino. Hoje, 36 das 59 universidades federais do país oferecem algum tipo de ação afirmativa de reserva de vagas em seus processos seletivos.

Tarisson Nawa cursa jornalismo na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Para ele, ocupar este espaço vai muito além de adquirir conhecimento: "Estar na universidade é o Estado Brasileiro reconhecendo que existem sociodiversidades no país - que existem povos indígenas, negros, ciganos, várias expressões sócio-culturais - e essas expressões só têm a contribuir com esse modelo acadêmico que é pautado num conhecimento europeu que negligencia, silencia e nega o saber das populações tradicionais. Então eu, na posição de indígena, venho justamente pra tensionar esse poder ideológico dentro da universidade e inserir as demandas das populações indígenas enquanto um tema que deve ser pautado dentro dessa formação do saber". O jovem pretende seguir a vida acadêmica e fazer uso da sua posição para dar voz e vez aos seus: "No decorrer dessa minha vivência acadêmica pretendo usar meus conhecimentos na tentativa de quebrar preconceitos. Quero defender as causas dos meus parentes."

Originalmente publicado em www.unama.br

O presidente da Funai, Franklimberg de Freitas, se reunirá hoje (20) com representantes da Aldeia Kururuzinho, em Jacareacanga (PA), para ouvir as reivindicações de comunidades indígenas locais. Na quarta-feira (19) ele se reuniu com lideranças indígenas das etnias Munduruku e Kayabi para discutir a saída de 200 índios que ocuparam o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica São Manoel (UHSM),

Segundo a Funai, os 200 índios reivindicam a demarcação e homologação da terra Sawré Muyubu (o local é sagrado para a etnia); a devolução de urnas funerárias que os Mudurukus enterraram onde está sendo construída a usina, e que o consórcio responsável pela construção deposite as urnas em um novo local indicado por eles.

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"Sabemos que as reivindicações dos Munduruku e dos povos da região são legítimas e viemos em busca de um diálogo para que eles tenham seus direitos resguardados, conforme determina a Constituição e a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) ", ressaltou Franklimberg.

Dentre outras reivindicações, o respeito ao direito à consulta aos povos das etnias locais e a criação de um fundo onde empresas destinem recursos para a construção de uma universidade indígena na região são exigidas pelas lideranças indígenas.

A usina

A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. A UHSM fica localizada próxima à fronteira do Pará com o Mato Grosso em um trecho do rio Teles Pires. Segundo o consórcio construtor da usina, a projeção é que a UHSM produza 700 megawatts de energia. A obra teve início em 2014 e tem previsão de conclusão para maio do próximo ano.

Até o fechamento da matéria, a Funai não havia informado se houve conciliação entre o consórcio e as lideranças indígenas para a desocupação e a retomada do andamento das obras.

O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP) aprovou na noite de terça-feira (4) a reserva de vagas para alunos de escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI) nos cursos de graduação da instituição a partir do próximo ano. Esta é a primeira vez que a USP vai adotar um sistema de cotas sociais e raciais.

De acordo com a USP, a reserva será feita de forma escalonada a partir do próximo ano: no ingresso de 2018, serão reservadas 37% das vagas de cada unidade de ensino e pesquisa; em 2019, a porcentagem deverá ser de 40% de vagas reservadas de cada curso de graduação; para 2020, a reserva das vagas em cada curso e turno deverá ser de 45%; e no ingresso de 2021 e nos anos subsequentes, a reserva de vagas deverá atingir os 50% por curso e turno.

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Dentro do percentual de vagas reservados para os estudantes de escolas públicas, incidirá ainda o porcentual de 37% de cotas para estudantes autodeclarados PPI. Este índice equivale à proporção desses grupos no estado de São Paulo, de acordo com o IBGE. As reservas de vagas vão considerar conjuntamente os dois processos de seleção da universidade: a Fuvest e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

O reitor da USP, Marco Antonio Zago, classificou a decisão do Conselho Universitário como histórica. “É emblemático, porque representa uma universidade que tem liderança e muita visibilidade no país. A inclusão social é um problema importante do ponto de vista de integração de nossa população”, disse.

Em 2017, a USP registrou recorde no número de ingressantes oriundos de escolas públicas em seus cursos de graduação, que passou de 3.763 (34,6%), no ano passado, para 4.036 estudantes (36,9%) neste ano, conforme dados divulgados pela universidade.

Sisu

O Conselho Universitário também aprovou a ampliação do número de vagas do próximo concurso vestibular que serão destinadas ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu). “Ao todo, em 2018, serão oferecidas 11.147 vagas. Desse total, 8.402 serão reservadas para candidatos aprovados pela seleção da Fuvest e 2.745 para o Sisu”, divulgou a USP. Em relação ao vestibular de 2017, houve aumento de 407 vagas destinadas ao Sisu.

As 2.745 vagas reservadas para o Sisu serão distribuídas em três modalidades: 423 serão para ampla concorrência; 1.312 para estudantes que tenham cursado o ensino médio integralmente em escolas públicas; e 1.010 para alunos de escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI).

Medicina

O Conselho Universitário decidiu, na reunião de hoje, pela criação do curso de medicina no campus da USP em Bauru. O curso, que será oferecido pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) a partir do próximo vestibular, terá duração de seis anos e oferecerá 60 vagas em período integral, das quais 42 serão reservadas para a Fuvest e 12 para a seleção via Sisu.

Este será o terceiro curso de medicina da USP, que já é ministrado nos campi de São Paulo e de Ribeirão Preto e, tradicionalmente, se configura como uma das carreiras mais concorridas no vestibular.

Também foi aprovada a criação do curso de bacharelado em biotecnologia, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each), conhecida como USP Leste. O novo curso substituirá a licenciatura de ciências da natureza e terá 60 vagas.

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