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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal um hacker que invadiu a intranet do Senado e divulgou as informações obtidas no Twitter e no YouTube. Os procuradores imputam ao acusado invasão de dispositivo informático (154-A, parágrafos 3º e 4º do Código Penal), divulgação de segredo (art. 153, parágrafos 1º-A e 2º), e crime continuado (art. 71). O processo tramita sob segredo de Justiça.

Segundo o MPF-DF, os crimes ocorreram em agosto e novembro de 2020, quando o acusado, por meio da prática de phishing - crime que consiste na tentativa de enganar as pessoas para que elas compartilhem dados confidenciais -, obteve dados de um servidor do Senado, e consequentemente teve acesso ao sistema de intranet da casa legislativa e ao e-mail do funcionário público.

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Ao entrar nos sistemas, o hacker fez um vídeo expondo a fragilidade de segurança da rede e publicou a gravação em seus perfis no Twitter e no Youtube.

"O denunciado chegou a fazer outra exposição indevida em perfil próprio em uma rede social, publicando trechos do inquérito policial aberto para apurar os crimes cometidos em agosto. Na nova publicação, expôs indevidamente dados pessoais de outro servidor do Senado - o responsável por comunicar as circunstâncias da invasão à Polícia Legislativa do órgão", explicou a Procuradoria em nota.

Os investigadores apontam ainda que, para cometer os crimes, o hacker acessou os sistemas do Senado a partir do computador de um amigo de infância. Este último estava hospedando o denunciado em sua casa, após uma prisão ocorrida em julho.

Além da denúncia, que aguarda o recebimento pela 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal, o MPF apresentou cota "pela impossibilidade de realização de acordo de não persecução penal, já que o crime foi praticado de forma reiterada, tendo o denunciado inclusive já sido condenado em outra ocasião por conduta semelhante".

A uma semana da posse do presidente eleito Joe Biden, forças federais, a Guarda Nacional e a polícia de Washington começaram a levantar barreiras e a fechar o acesso a diversos prédios públicos e parques para evitar confrontos durante protestos que são organizados por radicais pró-Trump.

Segundo o jornal Washington Post, investigações do FBI revelaram que dezenas de pessoas que estão em sua lista de suspeitos de ligação com o terrorismo estavam em Washington no dia da invasão ao Capitólio. A presença dessas pessoas - a maioria supremacistas brancos - revelou uma falha nos procedimentos de segurança.

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O governo decidiu nesta quinta (14) fechar toda a região do National Mall, um conjunto de parques que abriga diferentes monumentos de ex-presidentes e memoriais que relembram datas e guerras importantes para a história dos EUA.

No dia da posse, todo o National Mall estará cercado e será acessível só à imprensa e ao pessoal de segurança. O fechamento é a mais recente de uma série de medidas de segurança para impedir o mesmo tipo de violência que abalou o Capitólio no dia 6. Autoridades locais e federais já estabeleceram uma zona de segurança no centro da cidade e convocaram mais de 20 mil soldados da Guarda Nacional para a posse presidencial, no dia 20.

A medida é significativa porque o Mall era onde grande parte do público se reunia para ver a posse no Capitólio.

Nesta quinta-feira, 14, por todo o centro de Washington, o som principal por vários quarteirões era o bipe de empilhadeiras descarregando mais cercas. Não havia carros, scooters ou turistas, mas trabalhadores erguendo barreiras. O Capitólio, que se revelou um alvo tão fácil no dia 6, agora é visível apenas através das cercas altas e pretas.

"Claramente estamos em águas desconhecidas", disse a prefeita de Washington, Muriel Bowser. Ela comentou que a "insurreição violenta" no Capitólio por partidários do presidente Donald Trump afetou o planejamento para a cerimônia de posse.

O FBI alertou que protestos armados de extremistas de direita estavam sendo planejados em todas as 50 capitais dos Estados, assim como em Washington, nos dias que antecedem a posse.

Por causa da pandemia e a ameaça à segurança, Bowser está pedindo às pessoas que não se dirijam ao Distrito de Columbia para a posse. A prefeita pediu a declaração do Evento de Segurança Especial Nacional, uma distinção que cria uma estrutura de comando e controle diferentes para a segurança.

O status é normal para uma posse presidencial e outros eventos importantes, como uma cúpula internacional ou o Super Bowl. Mas é raro iniciar o bloqueio tão antes do evento. Os veículos da polícia isolaram uma grande faixa do centro de Washington. Qualquer pessoa dentro do perímetro da posse pode ser detida e questionada.

A partir desta sexta-feira (15), todos os estacionamentos da zona restrita do centro serão lacrados até a posse. Bowser também está sendo pressionada a negar opções de hospedagem a manifestantes violentos. Vários hotéis no centro, incluindo um que se tornou o ponto de encontro da facção militante Proud Boys, fecharam na semana passada. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Donald Trump se tornou o primeiro presidente americano na História a enfrentar um impeachment duas vezes, quando a Câmara de Representantes aprovou nesta quarta-feira (13) o procedimento, acusando-o de incitar a invasão ao Capitólio, sede do Congresso, na semana passada.

O Senado não deve celebrar o julgamento antes de 20 de janeiro, quando o democrata Joe Biden assumirá a Presidência, o que significa que o magnata do setor imobiliário se livrará do risco de ter que deixar o cargo antecipadamente.

No entanto, ele encerrará seu mandato com desonra, e enfrentará depois o julgamento no Senado, e se for condenado, provavelmente será impedido de disputar a Presidência de novo em 2024.

"Donald Trump merecidamente se tornou o primeiro presidente da História americana com a mácula de enfrentar o impeachment duas vezes", disse o senador democrata Chuck Schumer, que se tornará líder da Câmara alta em uma semana.

Na Câmara de Representantes, a pergunta era apenas quantos republicanos haviam se unido à maioria democrata na votação por 232 a 197. Na contagem final, dez republicanos romperam com suas fileiras, inclusive a número três do partido na casa, Liz Cheney, filha do ex-vice-presidente Dick Cheney.

Com Washington sob tensão sete dias após o ataque ao Capitólio, Trump pediu calma.

"Insisto para que NÃO haja violência, NÃO sejam cometidos delitos e NÃO haja vandalismo de nenhum tipo. Isso não é o que eu defendo, nem tampouco o que os Estados Unidos defendem", afirmou em um comunicado emitido pela Casa Branca.

Pouco antes, a presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, acusou Trump de ter incitado uma "rebelião armada" ao pedir votos pela sua deposição.

"O presidente dos Estados Unidos incitou esta insurreição, esta rebelião armada", declarou a líder democrata antes da votação da acusação formal pelo ataque ao Capitólio que deixou cinco mortos e chocou o mundo.

"Deve partir. É um perigo claro e presente para a nação que todos amamos", disse ela em um Congresso entrincheirado.

A sete dias da posse de Joe Biden, Washington, sob um forte esquema de segurança, estava irreconhecível.

- Militares no Capitólio -

As imagens eram impactantes: dezenas de militares da reserva passaram a noite dentro do Congresso. Muitos dormiam no chão das salas e corredores.

Blocos de concreto separavam os cruzamentos principais do centro da cidade; enormes barreiras de metal cercavam prédios federais, incluindo a Casa Branca, e a Guarda Nacional estava por todos os lados.

Os debates na Câmara dos Representantes começaram às 9h locais (11h de Brasília) e a votação do impeachment, às 15h locais (17h de Brasília).

Seu resultado marcou a abertura formal do processo de impeachment contra o 45º presidente americano.

As intervenções dos congressistas foram enérgicas. Trump é um "tirano", lançou a democrata Ilhan Omar. "Não podemos virar a página sem fazer nada", disse ela.

A republicana Nancy Mace afirmou que o Congresso deveria exigir que o presidente fosse responsabilizado por suas ações, mas considerou irresponsável agir de "forma precipitada".

Havia nuances nos discursos dos republicanos. O líder desse bloco na Câmara, Kevin McCarthy, reconheceu que Trump tem "responsabilidade" pelos distúrbios, mas considerou um erro submetê-lo a um impeachment em um curto espaço de tempo. Em vez disso, propôs uma declaração de "censura", que na prática tem um efeito basicamente simbólico.

Cada vez mais isolado, o tempestuoso presidente tentou na terça-feira minimizar o procedimento contra ele, descrevendo-o como uma "continuação da maior caça às bruxas da história política".

Poucos dias antes de partir para sua residência em Mar-a-Lago, Flórida, onde sua nova vida como "ex-presidente" deve começar, o magnata republicano parecia cada vez mais desconectado do que está acontecendo na capital americana.

Nenhum representante de seu partido apoiou o impeachment anterior em 2019, e apenas um senador, Mitt Romney, votou para condená-lo. O presidente foi então absolvido da acusação de reter ajuda financeira para obrigar a Ucrânia a investigar uma suposta corrupção de seu adversário político Biden.

Mas desta vez, o cenário é diferente.

- Virar a página? -

Em um sinal do que pode preocupar Trump e seu possível futuro político, Mitch McConnell, líder da maioria republicana no Senado, disse a seus aliados, segundo reportagens do New York Times e da CNN, que via o "impeachment" favoravelmente, considerando que o julgamento tem fundamento e ajudaria o Partido Republicano a virar a página de Trump para sempre.

Em nota a seus colegas, McConnell afirmou nesta quarta que não tomou ainda uma decisão sobre o impeachment do presidente Donald Trump e não descarta votar a favor. "Pretendo ouvir os argumentos legais quando forem apresentados no Senado", disse.

Este estrategista inteligente, aliado altamente influente e crucial de Trump por quatro anos, pode ser a chave para o resultado desse processo histórico, porque poderia encorajar senadores republicanos a condenar o 45º presidente americano.

Os democratas assumirão o controle da Câmara alta em 20 de janeiro, mas precisarão convencer muitos republicanos para obter a maioria de dois terços necessária para a condenação.

De Álamo, no Texas, para onde viajou para comemorar a construção do muro na fronteira com o México, ele tentou mostrar uma imagem menos agressiva, pedindo "paz e calma".

O presidente não assumiu nenhuma responsabilidade pelo incidente violento no Capitólio, garantindo que seu discurso foi "totalmente adequado".

Seu vice-presidente, Mike Pence, se recusou a invocar a 25ª Emenda à Constituição, que permitiria declarar o republicano inapto para o cargo.

Apesar dessa rejeição, a Câmara de Representantes aprovou uma resolução simbólica pedindo que ele invocasse essa emenda.

Ainda contando com o apoio de alguns parlamentares, o presidente está mais isolado do que nunca após uma série de renúncias em seu governo.

Criticado por sua demora em enviar a Guarda Nacional na quarta-feira, o Pentágono destacou até 15.000 membros para a posse.

Inicialmente mobilizados para fornecer apoio logístico à polícia, seus integrantes começaram a portar armas na noite de terça-feira.

A exemplo da tensão que reina em Washington, o Airbnb anunciou o cancelamento e bloqueio das reservas em sua plataforma na capital federal durante a semana da posse do futuro presidente dos EUA e o Google anunciou que a partir de quinta-feira bloqueará toda publicidade política.

Um dos pedidos de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, soma apoio de 210 deputados, anunciou o democrata David Cicilline, coautor de um desses textos, neste domingo, 10. A denúncia é baseada na suposta incitação do atual líder à invasão do Capitólio na última quarta-feira.

"Acabamos de ultrapassar os 200 apoios no nosso pedido de impeachment. Vamos responsabilizar Donald Trump pela invasão ao Capitólio na semana passada", publicou Cicilline em sua conta no Twitter.

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Em seguida, ele atualizou o número para 210. Mais cedo, o parlamentar havia divulgado que a denúncia contava com suporte de 185 democratas na Câmara dos Representantes.

O líder da maioria democrata na Casa, James Clyburn, informou neste domingo que a Câmara planeja votar nesta semana um novo pedido de impeachment contra Trump.

Segundo Clyburn, as denúncias podem incluir alegações relacionadas à conduta de Trump sobre os protestos da última semana, além das alegadas tentativas de mudar os resultados da eleição presidencial na Geórgia.

Legisladores democratas e republicanos têm condenado a retórica do presidente e pedido sua saída do cargo. Hakeem Jeffries, por exemplo, do partido de oposição ao atual presidente, disse que o Congresso tem a "responsabilidade constitucional" de resolver a questão, seja por meio do impeachment seja pressionando para que o gabinete do presidente invoque a 25ª Emenda, declarando que Trump é inapto para o governo.

A pressão para que o republicano deixe o cargo também vem de seu partido: o senador Pat Toomey defendeu que Trump deveria renunciar.

Sobre um impeachment, ele afirmou que não deve haver um "caminho viável" neste momento.

O também senador republicano Roy Blunt chamou de "imprudentes" as ações de Trump que levaram ao incidente no Capitólio, mas negou que o líder americano deva renunciar.

*Com informações da Associated Press e Dow Jones Newswires

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, garantiu que a Corte, "como guardiã da democracia constitucional, permanecerá vigilante para que a situação registrada nos EUA no último 6 de janeiro jamais ocorra no Brasil". A afirmação foi feita em artigo publicado no jornal O Globo deste domingo, 10. Segundo ele, o Judiciário tem papel essencial, porque cabe a esse poder ser o garantidor do cumprimento das leis e da Constituição. "Não se pode hesitar em cumprir essa missão", escreveu Fux.

O presidente do Supremo disse que "não há democracia sem respeito às instituições", - sendo elas do Judiciário, do Legislativo, do Executivo ou mesmo as privadas -, e afirmou que qualquer líder que busque subjugá-las, "concentrando e abusando do poder a ele concedido pelo voto, deve sofrer imediata reação da imprensa livre, da sociedade crítica e dos demais poderes constituídos".

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"Vitórias eleitorais não representam carta-branca para desígnios individualistas ou decisões arbitrárias. O governo é das leis e não dos homens", disse o ministro no artigo. "Preservaremos a democracia a qualquer custo", concluiu.

Vale lembrar que, um dia após os fatos ocorridos nos Estados Unidos, quando extremistas invadiram a sede do Legislativo americano para interromper a confirmação da eleição naquele país, o presidente Jair Bolsonaro voltou a levantar dúvida sobre a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e a pressionar pela instituição do voto impresso.

Na ocasião, sem citar diretamente o ataque ao Capitólio por uma multidão pró-Donald Trump na quarta-feira. Bolsonaro afirmou que o modelo eletrônico pode levar o Brasil a ter um problema pior que os EUA. "Se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos", disse o presidente.

Também sem apresentar nenhuma prova, Bolsonaro repetiu que houve fraude nas eleições americanas. "O pessoal tem que analisar o que aconteceu nas eleições americanas agora. Basicamente qual foi o problema, causa dessa crise toda? Falta de confiança no voto. Então lá, o pessoal votou e potencializaram o voto pelos correios por causa da tal da pandemia e houve gente que votou três, quatro vezes, mortos votaram, foi uma festa lá. Ninguém pode negar isso daí", disse Bolsonaro. "E aqui no Brasil, se tivermos o voto eletrônico em 2022, vai ser a mesma coisa. A fraude existe", completou o presidente brasileiro.

Três dos manifestantes pró-Trump cujas imagens viralizaram no mundo após a violenta invasão do Capitólio na quarta-feira, incluindo o homem com o chapéu com chifres de bisão, foram presos, anunciaram as autoridades americanas neste sábado (9).

Jacob Anthony Chansley, também conhecido como Jake Angeli, e dois outros ativistas - incluindo um funcionário estadual recém-eleito - foram indiciados no tribunal federal em conexão com a violência, de acordo com o gabinete do procurador do Distrito de Columbia.

Chansley foi acusado de "entrar ou permanecer intencionalmente em um prédio ou terreno restrito sem autoridade legal e por entrada violenta e conduta desordenada nas instalações do Capitólio".

O comunicado indica que Chansley foi "o homem visto na cobertura da mídia que entrou no edifício do Capitólio vestido com chapéu de chifres, um cocar de pele de urso, pintura facial vermelha, branca e azul, sem camisa e calças marrons", enquanto "carregava uma longa lança com a bandeira americana presa."

A semelhança de Chansley com o cantor Jay Kay rapidamente se espalhou pelas redes sociais, levando o líder da banda Jamiroquai a emitir uma declaração esclarecendo que ele não estava nem perto de Washington quando a multidão de apoiadores de Trump invadiu o Capitólio.

Chansley se descreve como um "soldado digital" da teoria da conspiração de extrema direita QAnon, que afirma que Trump está travando uma guerra secreta contra um culto liberal global de pedófilos adoradores de Satanás.

Os outros dois homens presos são Derrick Evans, 35, recém-eleito para a Câmara dos Delegados da Virgínia Ocidental, e Adam Johnson, 36, da Flórida.

Muitos dos invasores não dificultaram suas identificações pelas autoridades. De acordo com o gabinete do promotor, em um dos vídeos Evans pode ser visto gritando ao cruzar a porta do Capitólio: "Estamos dentro, estamos dentro! Derrick Evans está no Capitólio!"

Já Johnson foi identificado pelas fotos que circularam pelo mundo em que é visto sorrindo e acenando para a câmera enquanto caminha pela Rotunda do Capitólio com o púlpito da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, como troféu.

O Departamento de Justiça já anunciou na sexta-feira que outras 15 pessoas foram indiciadas na operação, incluindo um homem acusado de possuir explosivos.

A secretária de Educação dos Estados Unidos, Betsy DeVos, renunciou ao cargo na noite de quinta-feira (7) um dia depois da invasão do Capitólio por apoiadores do presidente Donald Trump. Em uma carta de demissão, DeVos culpou o presidente Donald Trump por inflamar as tensões durante o motim no Congresso norte-americano. 

"Não há dúvidas sobre o impacto que sua retórica teve sobre a situação, e é o ponto de inflexão para mim", disse DeVos no pronunciamento. Devos foi a nona integrante do governo Trump que saiu da administração federal após os protestos violentos de quarta-feira (6).

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Antes dela, a secretária dos Transportes do país, Elaine Chao, também havia renunciado ao cargo, citando os eventos "totalmente evitáveis" e traumáticos ocorridos em Washington.

O presidente em fim de mandato dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu "reconciliação" nesta quinta-feira, após cenas chocantes de violência de seus apoiadores no Congresso, prometendo uma transição "suave" de poder com o presidente eleito Joe Biden.

Em um vídeo em sua conta desbloqueada no Twitter, Trump também se disse "chocado com a violência" do dia anterior na sede do Congresso americano, que resultou em mortes.

"Um novo governo será inaugurado em 20 de janeiro. Meu foco agora será garantir uma transição suave, ordenada e tranquila. Este momento exige cura e reconciliação", afirmou.

Trump divulgou o vídeo depois que pedidos de impeachment se multiplicaram no país, um dia depois que seus seguidores, inflamados pelo magnata republicano, invadiram o Capitólio e forçaram os congressistas a se proteger.

Incentivada por um discurso furioso de Trump, uma multidão rompeu as barricadas e entrou no Congresso, onde saquearam escritórios e entraram no normalmente solene Senado.

As forças de segurança tiveram que disparar gás lacrimogêneo durante uma operação de quatro horas para desocupar o prédio.

A polícia relatou que uma mulher, aparentemente uma apoiadora de Trump da Califórnia, foi baleada e morta. Outras três pessoas morreram nas proximidades em circunstâncias pouco claras.

A resposta de Trump à violência, usando as redes sociais para reiterar suas acusações nunca comprovadas de fraude eleitoral, escandalizou e gerou suspensões das contas do presidente nas principais plataformas digitais.

Trump, porém, usou um tom mais conciliador no vídeo de 160 segundos publicado nesta quinta-feira, descrevendo os quatro anos de sua presidência como "a honra de sua vida".

O presidente em fim de mandato fez uma denúncia clara contra a violência de quarta-feira, pedindo que "os temperamentos se acalmem e a calma seja restaurada".

“E quem infringir a lei vai pagar”, alertou.

O chefe de polícia do Capitólio dos Estados Unidos disse que a resposta criticada de seus agentes ao ataque ao prédio por uma multidão de apoiadores do presidente Donald Trump está sendo investigada.

Steven Sund, responsável pela agência encarregada de proteger a sede do poder legislativo disse que os agentes esperavam uma concentração de pessoas que desejam exercer o direito à liberdade de expressão consagrado na Primeira Emenda da Constituição.

"Mas não se engane. Esses distúrbios em massa não são atividades da Primeira Emenda. Eles foram distúrbios criminosos", disse Sund em um comunicado.

A reação da Polícia do Capitólio foi severamente criticada. Segundo os observadores, o número de agentes parecia muito pequeno.

Eles foram rapidamente surpreendidos pelos manifestantes e demoraram a pedir apoio à Polícia Metropolitana de Washington; que normalmente não tem autoridade para agir em propriedades federais como o Capitólio.

A força policial do Capitólio está "conduzindo uma revisão exaustiva do incidente, dos planos de segurança, do policiamento e procedimentos", disse Sund.

O chefe da polícia de Washington, Robert Contee, disse que seu batalhão recebeu o pedido de ajuda às 13h, horário local, muito tempo depois que os manifestantes invadiram após pular barreiras.

"As coisas já estavam muito ruins na hora", disse Contee na quinta-feira.

"Foi um completo fracasso", disse Brian Schatz, senador do Havaí. "A destruição do nosso templo da democracia nunca deve acontecer novamente", acrescentou.

Uma mulher que tentava entrar no corredor do prédio foi baleada e morta por um policial do Capitólio.

O agente foi suspenso enquanto o incidente é investigado, disse Sund.

Ele observou que foi um dia caótico com vários incidentes simultâneos; que inclui a descoberta de duas bombas improvisadas.

"Sem voto impresso, vamos ter problema pior que dos EUA", disse o presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (7). Por conta dessa frase dita pelo chefe do Executivo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou que "Bolsonaro consegue superar os delírios e os devaneios de Trump".

Além disso, Maia aponta que esse posicionamento do presidente da República "é um ataque direto e gravíssimo ao TSE e seus juízes". O presidente da Câmara diz que os partidos políticos deveriam acionar a Justiça para que o presidente se explique.

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A frase foi dita por Jair Bolsonaro após apoiadores extremistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, interromperem a confirmação da eleição. Sem citar diretamente o que aconteceu no Capitólio, sede do Congresso norte-americano, Bolsonaro afirmou que o modelo eletrônico pode levar o Brasil a ter um problema pior do que aconteceu nos Estados Unidos, onde o voto é impresso. 

O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, minimizou a invasão do Congresso norte-americano em Washington por manifestantes favoráveis ao presidente Donald Trump, derrotado nas eleições do ano passado. Em uma série de posts publicados em sua conta no Twitter, o ministro em nenhum momento responsabilizou o aliado Trump, que incitou os violentos protestos que resultaram na morte de quatro pessoas.

Araújo defendeu os militantes, a quem chamou de "cidadãos de bem", que, na avaliação dele, têm direito a questionar o processo eleitoral, e levantou dúvidas sobre a participação de "elementos infiltrados" no protesto.

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"Há que lamentar e condenar a invasão da sede do Congresso ocorrida nos EUA ontem. Há que investigar se houve participação de elementos infiltrados na invasão. Há que deplorar e investigar a morte de quatro pessoas incluindo uma manifestante atingida por um tiro dentro do Congresso", disse.

"Há que parar de chamar 'fascistas' a cidadãos de bem quando se manifestam contra elementos do sistema político ou integrantes das instituições. Deslegitimar o povo na rua e nas redes só serve para manter estruturas de poder não democráticas e seus circuitos de interesse."

Araújo deu respaldo às desconfianças dos manifestantes a respeito da segurança do processo eleitoral. Sem apresentar provas, Trump disse que houve fraude nas eleições dos EUA, realizadas com cédulas impressas de forma presencial e também pelo correio. É o mesmo argumento citado pelo presidente Jair Bolsonaro, que, também sem provas, questiona as urnas eletrônicas no Brasil.

"Há que reconhecer que grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral. Há que distinguir 'processo eleitoral' e 'democracia'. Duvidar da idoneidade de um processo eleitoral NÃO significa rejeitar a democracia", disse.

A todo momento, o ministro evitou condenar com veemência o ato e deixou subentendido que considera a invasão do Congresso um ato democrático. "Nada justifica uma invasão como a ocorrida ontem. Mas ao mesmo tempo nada justifica, numa democracia, o desrespeito ao povo por parte das instituições ou daqueles que as controlam", disse.

"O direito do povo de exigir o bom funcionamento de suas instituições é sagrado. Que os fatos de ontem em Washington não sirvam de pretexto, nos EUA ou em qualquer país, para colocar qualquer instituição acima do escrutínio popular", afirmou.

Sem citar o Brasil, o ministro aproveitou para ligar a manifestação de ontem nos EUA aos protestos de militantes bolsonaristas realizados ao longo do ano passado contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Há que perguntar, a propósito, por que razão a crítica a autoridades do Executivo deve considerar-se algo normal, mas a crítica a integrantes do Legislativo ou do Judiciário é enquadrada como atentado contra a democracia."

Três deputados do Partido Democrata dos Estados Unidos circulam uma resolução entre os colegas, a fim de tentar aprovar o impeachment do presidente Donald Trump. A informação foi divulgada por um deles, David Cicilline, que informa estar aliado na iniciativa a Ted Lieu e Jamie Raskin.

Cicilline afirma, em mensagem no Twitter, que o presidente americano deve deixar o posto, após o ataque de seus partidários na quarta-feira ao Capitólio.

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No documento, publicado pelo legislador na rede, é mencionado o fato de que Trump falou na quarta a manifestantes que teria ganho a eleição, contrariando a apuração oficial, tendo "encorajado" a ação contra o Capitólio, por isso ele seria uma "ameaça à segurança nacional" e deve deixar o posto.

O cantor Gusttavo Lima decidiu fazer piada sobre a invasão ao Capitólio, em Washington, nos Estados Unidos, que aconteceu nessa quarta-feira (6). Em suas redes sociais, o sertanejo comparou a fachada do prédio americano com a casa dele.

"Acordei e fiquei sabendo que invadiram minha casa, SOS", escreveu o cantor em referência à invasão feita por apoiadores de Donald Trump.

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Imagens da casa do cantor viralizaram nas redes sociais em janeiro de 2020, sendo comparada até com a fachada das lojas Havan.

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O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, afirmou nesta quinta-feira, 7, que a violência cometida contra o Capitólio - invadido por extremistas apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - deve colocar em alerta a democracia brasileira. Ao destacar a realização das eleições presidenciais no Brasil em 2022, Fachin afirmou "quem desestabiliza a renovação do poder ou falsamente confronte a integridade das eleições deve ser responsabilizado em um processo público e transparente". "A democracia não tem lugar para os que dela abusam", disse, em nota divulgada pelo gabinete.

Fachin também frisou que as eleições realizadas de acordo com as regras da Constituição e o combate à desinformação pela Justiça Eleitoral "são imprescindíveis para a democracia e para o respeito dos direitos das gerações futuras".

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"Na escalada da diluição social e institucional dos dias correntes faz parte dessa estratégia minar a agenda jurídico-normativa que emerge da Constituição do Estado de Direito democrático. Intencionalmente desorienta-se pelo propósito da ruína como meta, do caos como método e do poder em si mesmo como único fim. O objetivo é produzir destroços econômicos, jurídicos e políticos por meio de arrasamento das bases da vida moral e material", afirmou o vice-presidente do TSE.

"Alarmar-se pelo abismo à frente, defender a autonomia e a integridade da Justiça Eleitoral e responsabilizar os que atentam contra a ordem constitucional são imperativos para a defesa das democracias", acrescentou.

A invasão do Capitólio em Washington por extremistas pró-Donald Trump se deu após um discurso em que o presidente prometeu nunca admitir sua derrota, desafiando a confirmação da vitória do presidente eleito Joe Biden. O vice-presidente Mike Pence e parlamentares saíram escoltados do edifício. O ataque acabou com a morte de quatro pessoas entre a tarde e a noite da quarta-feira, 6, de acordo com autoridades de Washington.

Ao falar com apoiadores nesta quinta-feira, em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que "se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter um problema pior que os Estados Unidos".

Há duas semanas, o chefe do Executivo afirmou que "se a gente não tiver voto impresso em 2022, pode esquecer a eleição". A medida já foi considerada inconstitucional pelo Supremo, que concluiu que o voto impresso viola o sigilo e a liberdade do voto.

Em mais uma tentativa de colocar em xeque a credibilidade da Justiça Eleitoral, Bolsonaro afirmou, em março do ano passado, que houve "fraude" nas eleições presidenciais de 2018 e disse ter provas de que venceu o pleito no primeiro turno. O presidente, no entanto, até hoje não as apresentou.

Outras reações

A invasão do Capitólio também foi duramente criticada pelo presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. Em novembro, Barroso acompanhou as eleições nos Estados Unidos na condição de observador e visitou locais de votação em Maryland e Washington.

"No triste episódio nos EUA, apoiadores do fascismo mostraram sua verdadeira face: antidemocrática e truculenta. Pessoas de bem, independentemente de ideologia, não apoiam a barbárie. Espero que a sociedade e as instituições americanas reajam com vigor a essa ameaça à democracia", escreveu Barroso no Twitter.

O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que as imagens do ataque são "inaceitáveis em qualquer democracia e merecem o repúdio e a desaprovação de todos os líderes com espírito público e responsabilidade".

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a invasão do Congresso norte-americano por extremistas "representa um ato de desespero de uma corrente antidemocrática que perdeu as eleições". "Fica cada vez mais claro que o único caminho é a democracia, com diálogo e respeitando a Constituição", escreveu Maia no Twitter.

A invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, com o objetivo de atrapalhar e interromper o reconhecimento da eleição de Joe Biden como novo presidente do país, nessa quarta-feira (6), chamou a atenção do mundo político. Diversas autoridades do planeta repudiaram a manifestação que teve o incentivo direto do presidente americano Donald Trump.

No Brasil, apesar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o Itamaraty não se manifestarem, outros políticos, entre chefes de Poderes e líderes nacionais, condenaram o ato e até fizeram ligação com a política brasileira. 

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Governador de São Paulo, João Doria (PSDB) escreveu no Twitter que as cenas vistas nos EUA são um alerta ao Brasil. "A invasão do Capitólio chocou o mundo. Cenas de vandalismo e barbárie de extremistas, que não aceitam a derrota. Uma afronta à democracia. Alerta para o Brasil, onde minoria que flerta com o autoritarismo e fanatismo tenta enfraquecer as instituições e ameaçar o Estado de Direito", disse.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também relacionou a invasão ao cenário político brasileiro. "A invasão do Capitólio revela cruamente o que acontece quando se tenta substituir a política e o respeito ao voto pela mentira e pelo ódio, até mesmo num país que gosta de se apresentar como campeão da democracia", escreveu.

"Para o Brasil, é um alerta sobre o que ainda pode acontecer de pior aqui, se não for contido o autoritarismo de Bolsonaro e suas milicias, se continuarem sendo toleradas as violações à liberdade e aos direitos", completou.

Veja outras manifestações de políticos:

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Um dia após a invasão ao Capitólio norte-americano, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, segue em silêncio. Na terça-feira (5), véspera do atentado ao Congresso dos Estados Unidos, o chanceler usava as redes sociais para criticar e, mais uma vez, tentar deslegitimar o processo eleitoral na Venezuela.

Nem o próprio Ernesto, nem o Itamaraty, posicionaram-se sobre o crime cometido por extremistas pró-Trump, nessa quarta (6), que resultou na morte de quatro pessoas. Instigados por publicações do presidente, eles invadiram a sede do legislativo, em Washington, em uma arruaça para se opor pela derrota do candidato à reeleição. Sem apresentar provas ou indícios, Donald Trump afirmou que o processo foi fraudado e cobrou governadores por votos.

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O próprio vice-presidente e líder do Partido Republicano, Mike Pence, rompeu relações com Trump, que foi amplamente criticado por líderes internacionais. Ainda assim, o governo brasileiro, o último da América Latina a reconhecer a vitória do Democrata Joe Biden, não comentou sobre a invasão e mostra-se alinhado à manifestação do candidato derrotado. 

O que chama atenção é o fato de um dia antes, o ministro Ernesto Araújo ter feito uma série de publicações para cobrar pela recuperação da democracia venezuelana. Considerada injusta pelo chanceler, ele afirmou que o Brasil seguirá em apoio ao presidente autoproclamado Juan Guaidó e acusa Nicolás Maduro de desrespeitar as leis eleitorais, em parceria com o crime organizado.

Já o perfil oficial do Itamaraty publicou o comunicado do Grupo de Lima, que rejeita o resultado da eleição venezuelana ocorrida em dezembro. O documento indica que a Assembleia Nacional, instalada na terça, é ilegal e ditatorial. 

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, 6, que houve "muita fraude" nas eleições americanas que marcaram a derrota de Donald Trump, a quem o líder brasileiro destacou ser aliado. Ao interagir com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro foi perguntado sobre a situação "bem tensa" em Washington, mas não comentou diretamente a invasão do Congresso dos Estados Unidos por extremistas pró-Trump.

"Eu acompanhei tudo hoje. Você sabe que sou ligado ao Trump. Então, você sabe qual a minha resposta aqui. Agora, muita denúncia de fraude, muita denúncia de fraude. Eu falei isso um tempo atrás e a imprensa falou: 'sem provas, presidente Bolsonaro falou que foi fraudada as eleições americanas'", disse.

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Mais uma vez sem apresentar provas, Jair Bolsonaro voltou a alegar que as eleições de 2018, da qual saiu vencedor, registraram fraudes que lhe tiraram uma vitória em primeiro turno. "A minha foi fraudada. Eu tenho indício de fraude na minha eleição, era para ter ganho no primeiro turno", declarou.

Durante visita aos Estados Unidos, em 9 de março do ano passado, Bolsonaro disse que entregaria provas de que as eleições de 2018 foram fraudadas, mas nunca as apresentou.

Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que a invasão do Congresso dos EUA por apoiadores de Trump que acreditam em fraude nas eleições vencidas por Joe Biden é uma "questão interna". "São questões internas dos EUA e que terão de ser solucionadas pelo novo governo e de acordo com a lei", disse o vice ao Estadão.

Líderes de outros países democráticos, como os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Colômbia, Iván Duque, comentaram o episódio. No Brasil, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República disse que não comentaria o caso, e o Itamaraty não havia se posicionado até a conclusão desta reportagem.

Autoridades do Legislativo e do Judiciário condenam invasão

Mais uma vez, autoridades dos poderes Legislativo e Judiciário brasileiros condenaram a invasão nos EUA. O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), chamou o episódio de tentativa de insurreição e disse que o protesto é inaceitável.

"As imagens da invasão ao Congresso americano, em uma tentativa clara de insurreição e de desprezo ao resultado das eleições por parte de um grupo,são inaceitáveis em qualquer democracia e merecem o repúdio e a desaprovação de todos os líderes com espírito público e responsabilidade", escreveu Alcolumbre.

No mesmo tom, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamou o caso de "desespero de uma corrente antidemocrática que perdeu as eleições".

"No triste episódio nos EUA, apoiadores do fascismo mostraram sua verdadeira face: antidemocrática e truculenta. Pessoas de bem, independentemente de ideologia, não apóiam a barbárie. Espero que a sociedade e as instituições americanas reajam com vigor a essa ameaça à democracia", disse o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso.

O presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou por meio de sua conta no Twitter que a invasão ao Congresso norte-americano foi feita por "extremistas".

Além disso, Maia classificou o ato como "desespero de uma corrente antidemocrática que perdeu as eleições. Fica cada vez mais claro que o único caminho é a democracia, com diálogo e respeitando a Constituição", pontuou.

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Invasão Capitólio

Na tarde desta quarta-feira (6), apoiadores do presidente Donald Trump invadiram o Capitólio dos Estados Unidos para protestar contra sua derrota para Joe Biden nas presidenciais do ano passado. 

Além disso, uma parte do Capitólio precisou ser evacuada por conta de uma suspeita de bomba, mas nada foi encontrado - não passando apenas de uma suspeita.

A prefeita de Washington, Muriel Bowser, ordenou toque de recolher a partir das 18h em toda a cidade nesta quarta (6), por conta de toda a confusão envolvendo a polícia e os apoiadores do Trump.

Tropas da Guarda Nacional estão sendo mobilizadas em Washington e estados vizinhos depois que manifestantes que apoiam o presidente Donald Trump invadiram o Capitólio dos Estados Unidos nesta quarta-feira (6), informaram a Casa Branca e o Pentágono.

O envio de reforços foi anunciado pela Casa Branca e pelo Pentágono e confirmado por Ralph Northam, o governador democrata da Virgínia, estado vizinho da capital federal. Além disso, Maryland, outro vizinho, anunciou o envio de tropas da Guarda Nacional e da polícia estadual.

O porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman, disse que toda a Guarda Nacional de Washington D.C., com 1.100 homens, foi convocada para garantir a aplicação da lei.

Os incidentes ocorreram durante a certificação dos resultados da eleição presidencial de novembro, nas quais o democrata Joe Biden derrotou Trump, que até agora não admitiu a derrota e pediu a mobilização de seus apoiadores.

Centenas de manifestantes pró-Trump foram à sede do Congresso e muitos invadiram o Capitólio, forçando a suspensão da sessão parlamentar que certificaria a vitória de Biden.

A invasão do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, por apoiadores do presidente Donald Trump, nesta quarta-feira (6), proporcionou "cenas chocantes", alertou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, uma manifestação compartilhada por vários líderes mundiais.

"Cenas chocantes em Washington. O resultado dessa eleição democrática deve ser respeitado", escreveu no Twitter o chefe da aliança militar atlântica.

A chegada dos partidários furiosos de Trump forçou a interrupção da sessão destinada a certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, por sua vez, lamentou as "cenas profundamente perturbadoras no Capitólio".

"Os votos dos cidadãos devem ser respeitados. Confiamos que os Estados Unidos garantirão a proteção das regras da democracia", disse o líder do legislativo europeu em um tweet.

O Alto Representante (chefe da diplomacia) da UE, Josep Borrell, também denunciou um ataque sem precedentes à democracia nos Estados Unidos e pediu respeito ao resultado das eleições de novembro.

"Aos olhos do mundo, a democracia americana parece estar sob assédio. É um ataque sem precedentes à democracia dos Estados Unidos, suas instituições e o império da lei. Isto não são os Estados Unidos. Os resultados das eleições de 3 de novembro devem ser plenamente respeitados", afirmou Borrell no Twitter.

Enquanto isso, o comissário da União Europeia para a Economia, Paolo Gentiloni, postou no Twitter uma foto dos apoiadores de Trump nos corredores do Capitólio e comentou: "Vergonha".

Em outra mensagem, ele observou que se tratam de "imagens que não gostaríamos de ter visto".

Antigo aliado de Trump, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou o que chamou de "cenas vergonhosas" de Washington e pediu uma "transição pacífica" de poder com o democrata Joe Biden.

"Cenas vergonhosas no Congresso americano. Os Estados Unidos são os defensores da democracia em todo o mundo e agora é vital que a transferência do poder seja feita de forma pacífica e ordeira", afirmou Johnson no Twitter.

Mais cedo, o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, exortou os seguidores do presidente Trump, a "deixarem de pisotear a democracia" depois que eles invadiram o Congresso americano, em Washington.

"Trump e seus seguidores deveriam finalmente aceitar a decisão dos eleitores americanos e deixar de pisotear a democracia", tuitou, acrescentando que "as palavras incendiárias viram ações violentas".

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