Uma pesquisa revelada nesta sexta-feira (4) indica que quase 80% dos italianos são favoráveis à manutenção de medidas restritivas durante as festas de fim de ano para evitar um novo repique na pandemia do coronavírus Sars-CoV-2.
Os dados estão no 54º relatório do Centro de Estudos e Investimentos Sociais (Censis), instituto de pesquisas socioeconômicas que produz estatísticas anuais a respeito da percepção dos italianos sobre a sociedade.
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Embora tenha sido produzido antes, o estudo foi divulgado um dia depois de o governo do primeiro-ministro Giuseppe Conte ter proibido deslocamentos inter-regionais entre 21 de dezembro e 6 de janeiro e intermunicipais nos dias 25 e 26 de dezembro e 1º de janeiro.
A medida tem como objetivo evitar que as festas de fim de ano revertam a tendência de desaceleração na curva de contágios do Sars-CoV-2.
"Em vista do Natal ou do Ano Novo, 79,8% dos italianos pedem que as restrições não sejam afrouxadas ou que sejam endurecidas", diz o Censis. O relatório também apontou a frustração das pessoas com o andamento da pandemia: para 61,6%, a festa de Réveillon será "triste e resignada", enquanto 44,8% acreditam que o país sairá "pior" da crise sanitária.
Apenas 20,5% dos entrevistados julgam que essa experiência tornará as pessoas "melhores". Apesar do aparente apoio da maioria dos italianos às medidas restritivas, as proibições de fim de ano agitaram a oposição ultraconservadora, especialmente por causa do Natal.
"É imoral fechar os italianos em casa na noite mais bela do ano, o Natal. Ninguém reivindica o direito ao caos, mas sim à família, e o governo não pode roubá-lo", disse o senador e ex-ministro do Interior Matteo Salvini.
Segundo o líder de extrema direita, idosos de cidades pequenas correm o risco de passar o fim de ano isolados por causa das restrições de viagem.
Além da proibição a deslocamentos inter-regionais e intermunicipais, o governo Conte estendeu o toque de recolher noturno (das 22h às 5h) até janeiro, vetando que as pessoas saiam de casa nas noites da véspera de Natal e de Réveillon.
A Itália totaliza quase 1,7 milhão de casos confirmados do novo coronavírus e pouco mais de 58 mil mortes. Enquanto a curva de contágios vem desacelerando desde novembro por causa das medidas restritivas, os óbitos bateram recorde na última quinta-feira, com 993 vítimas em 24 horas.
Da Ansa