Centenas de pessoas anunciaram neste domingo (2) que vão se manter acampadas na praça Porta Pia do centro de Roma para protestar contra os cortes nos gastos sociais promovidos pelo governo italiano.
Um encontro está previsto para terça-feira entre o ministro da Infraestrutura e dos Transportes, Maurizio Lupi, e uma delegação de manifestantes com o objetivo de debater reivindicações. "Vamos manter nossas barracas no lugar até o nosso encontro com Lupi, nesta terça-feira, quando organizaremos uma outra manifestação para fazer nossa voz ser ouvida", declarou Luca Fagiano, um representante dos organizadores da manifestação.
##RECOMENDA##"Reocupem a cidade", estava escrito em uma faixa exibida no acampamento que bloqueia uma importante via de Roma. "O acampamento não é um ponto de chegada, mas o início da revolta", indica uma frase no site dos organizadores da manifestação, a Coordenação Cidadã de Luta pela Habitação, que combate, entre outras coisas, o aumento do custo da moradia.
Dezenas de milhares de pessoas participaram de um protesto pacífico no sábado na capital italiana, com o objetivo de atrair a atenção para o custo social da crise econômica. Alguns manifestantes montaram barracas depois.
Choques foram registrados entre manifestantes e a polícia perto do Ministério das Finanças, no sábado, e o ministro do Interior, Angelino Alfano, anunciou a detenção de 16 pessoas e a expulsão do país de cinco militantes franceses.
A Itália se esforça para sair de dois anos de recessão que aumentaram o desemprego, principalmente entre os jovens. O Parlamento italiano iniciou o exame do orçamento para o ano que vem, que inclui novos cortes nos gastos sociais.
Segundo os últimos números publicados, o desemprego na Itália chegou a 12,2% da população economicamente ativa em agosto. Trata-se da taxa mais elevada desde a criação das estatísticas de desemprego, tanto mensais (2004) quanto trimestrais (1977).