Tópicos | Mariana Ferrer

Está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (23) a Lei 14.245, que prevê punição para atos contra a dignidade de vítimas de violência sexual e das testemunhas do processo durante julgamentos. Oriunda do Projeto de Lei (PL) 5.096/2020, a norma foi aprovada pelo Senado em outubro, numa pauta dedicada exclusivamente a proposições da bancada feminina, para marcar o encerramento do Outubro Rosa. O texto, conhecido como Lei Mariana Ferrer, foi sancionado sem vetos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. 

A nova lei aumenta a pena para o crime de coação no curso do processo, que já existe no Código Penal. O ato é definido como o uso de violência ou grave ameaça contra os envolvidos em processo judicial para favorecer interesse próprio ou alheio, e recebe punição de um a quatro anos de reclusão, além de multa. Essa pena fica sujeita ao acréscimo de um terço em casos de crimes sexuais. 

##RECOMENDA##

A matéria foi inspirada no caso da influenciadora digital Mariana Ferrer, que denunciou ter sido dopada e estuprada durante uma festa em Santa Catarina, em 2018. Durante o julgamento, a defesa do acusado fez menções à vida pessoal de Mariana, inclusive se valendo de fotografias íntimas. Segundo a depoente, as fotos foram forjadas. O réu foi inocentado por falta de provas.

Vários senadores e senadoras censuraram a condução do processo judicial, que motivou a apresentação do projeto de lei. Durante a votação da proposta, Rose de Freitas (MDB-ES), por exemplo, considerou a medida legislativa "um passo na direção de recuperar a justiça para as mulheres".

*Da Agência Senado

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) absolveu, nesta quinta-feira (7), o empresário André de Camargo Aranha por unanimidade de três votos a zero, da acusação de estupro de vulnerável contra a influenciadora Mariana Ferrer, em 2018. Os responsáveis por analisar o recurso foram os desembargadores Ana Lia Carneiro, Ariovaldo da Silva e Paulo Sartorato. 

Mariana acusou o empresário André Aranha de tê-la estuprado em um beach club conceituado em Jurerê, em Florianópolis. Apesar disso, ele foi inocentado por falta de provas. A defesa alegava que ele não sabia que a vítima não estava com sua capacidade plena de consentir.  

##RECOMENDA##

Essa foi a confirmação em 2ª instância da absolvição de Aranha, que também foi julgado inocente em setembro de 2020, quando o caso estava em primeira instância. À época, a conduta da defesa do acusado e do restante do corpo jurídico chocou internautas e teve enorme repercussão, dada a falta de respeito contra Mariana. A jovem recebeu gritos, foi constrangida e teve fotos suas utilizadas para “criar provas” contra a sua conduta, “pouco inocente” e “narcisista”, como apontou a defesa de Aranha em documentos mostrados na audiência. 

Desde que fez a denúncia, Ferrer usa suas redes sociais para abordar o estupro que alega ter sofrido após ser dopada em dezembro de 2018, quando tinha 21 anos. O acusado, André de Camargo Aranha, de 43 anos, foi indiciado pela Polícia Civil em 2019 por estupro de vulnerável. Os exames provaram que houve conjunção carnal, ou seja, introdução completa ou incompleta do pênis na vagina, ruptura do hímen de Mariana e ainda identificaram sêmen de André em sua calcinha – ainda que ele afirme que nunca teve contato físico com ela, mas não encontraram evidências de penetração. 

Além disso, o exame toxicológico não apresentou resquícios equivalentes ao consumo de álcool ou drogas, como a acusação achava que poderia ter acontecido, já que a vítima acredita ter sido dopada, mas ainda não foi descartada a possibilidade do uso de ketamina – substância que induz estado de “transe” e sensação anestésica, ou de outras substâncias. Ao processo também foram anexados áudios, vídeos e roupas manchadas de sangue da vítima como provas da agressão. 

 

O Projeto de Lei 5238/20 altera o Código Penal para punir com pena de 6 meses a 2 anos de detenção juízes, promotores e defensores públicos que se omitirem em audiências de instrução ou de julgamento de processos criminais diante de atos abusivos praticados por advogados, assistentes ou qualquer dos presentes contra a dignidade de parte ou testemunha, principalmente em processos cuja vítima seja mulher. O texto tramita na Câmara dos Deputados.

A proposta também altera o Código de Processo Penal para proibir a utilização de linguagem, informação ou material, como fotos e vídeos, com a finalidade de constranger, discriminar, intimidar, assediar ou menosprezar partes ou testemunhas no processo, sob pena de configurar hipótese de má fé processual.

##RECOMENDA##

Nesses casos, de acordo com o projeto, caberá ao juiz, ao promotor e ao defensor público zelar pela integridade física, moral e psicológica da vítima, especialmente se for do sexo feminino.

Autoras do projeto, as deputadas do PT Erika Kokay (DF), Maria do Rosário (RS) e  Benedita da Silva (RJ) ressaltam que a motivação para as alterações surgiu a partir de casos que vieram a público recentemente e que revelaram discriminação de gênero no curso de processos judiciais.

Mariana Ferrer

“O caso recente mais emblemático se refere ao julgamento do estupro sofrido por Mariana Ferrer”, ressaltam as deputadas no texto que acompanha a proposta. “No processo, o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, em defesa do réu André de Camargo Aranha, acusado de estupro de vulnerável, optou por esconder a atitude indefensável do seu cliente estuprador e promoveu verdadeira sessão de violência psicológica e moral contra a vítima”, acrescenta o texto.

Vídeos e textos publicados em veículos de comunicação e em redes sociais mostram que, na audiência, ocorrida em setembro deste ano, o advogado expõe Mariana utilizando fotos dela que não tinham relação com o caso e tecendo comentários com o objetivo de desqualificar a vítima e humilhá-la.

"Tripudiar de uma mulher para livrar a responsabilidade de um homem com atitude violenta alimenta a 'cultura do estupro', que insiste e persiste no nosso País, e que alimenta o ciclo de violência contra as mulheres, sacrificando-as pelo fato de serem mulheres”, finaliza a justificativa do projeto.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

A Câmara dos Deputados recebeu um projeto de lei (5095/20) que pede o aumento da pena do crime de estupro de vulnerável para até 20 anos de prisão em regime inicialmente fechado. A pena prevista no Código Penal de hoje é de 8 a 15 anos de reclusão, enquanto a proposta aumenta a pena para 10 e 20 anos.

A autora, deputada Daniela do Waguinho (MDB-RJ), afirma que o caso Mariana Ferrer tornou pública a necessidade de aumentar a pena de crimes em que o abuso de álcool e drogas impossíveis de visualização pela vítima são utilizados para a prática do crime de estupro.

##RECOMENDA##

Ferrer acusou o empresário André Aranha de estupro em uma boate em Santa Catarina, mas ele acabou sendo inocentado. As cenas da audiência de julgamento se tornaram públicas e causaram reação em função do tratamento dado à vítima, que foi humilhada pelo advogado de defesa. O caso levou à abertura de processos disciplinares contra ele no Conselho Nacional de Justiça e na Ordem dos Advogados do Brasil.

A deputada avalia que a pena deve ser compatível com o crime. “O crime de estupro de vulnerável é um dos mais abomináveis previstos em nosso ordenamento jurídico. Afinal, além dos danos físicos que podem ocorrer dessa conduta, os danos psicológicos são devastadores, causando uma mácula irreparável”, disse.

*Da Agência Câmara de Notícias

Rafa Kalimann compartilhou com seus fãs e seguidores do TikTok uma dublagem do caso de Mari Ferrer e por ser um assunto um tanto quanto delicado, os internautas criticaram duramente a postura da influencer que em seguida de entender tudo o que aconteceu, até pediu desculpas.

E mesmo com o pedido de desculpas, a ex- BBB segue recebendo mensagens de ódio em suas redes sociais e, neste sábado (7), Rafa Kalimann compartilhou alguns comentários em sua conta oficial do Twitter revelando que vai se afastar das redes.

##RECOMENDA##

"Eu vou me afastas daqui. Posto e vocês interpretam sempre de forma distorcida. Perguntei como as pessoas do Amapá estão se sentindo por empatia. Sim, estou acompanhando as notícias de lá, mas tem situações que não estão na mídia e eu quero saber como eles estão se sentindo com tudo. Agora postei um emoji por terem distorcido isso e vocês levaram para um lado político, que não tem absolutamente nada a ver", escreveu.

Parece que ela não gostou das atitudades dos seguidores e ainda continou comentando sobre os tipos de xingamentos que anda recebendo.

"Se erro (como todos) eu sou patética e leio coisas como: 'Rafa Kalimann deveria deixar de existir'. Se peço desculpas e reconheço: 'agora é fácil, né? Sua obrigação é pensar antes'. Se não me acham erro como desejam, 'quer pagar de certa, de boa moça', 'acha que tem sempre razão'. Se pergunto como as coisas estão, por empatia, 'deixa de ser burra, procura no Google'", emendou.

E para finalizar o desabafo, Rafa Kalimann comentou que chegou em seu limite.

"No fundo, o que vocês desejam é achar motivo pra vaiar, não importa como. Cansei dos ataques e distorções aqui do Twitter. É uma rede que eu entendia que poderia conversar e me ligar mais diretamente com vocês. Mas não está fazendo bem para minha saúde mental!", concluiu.

Rafa Kalimann recorreu às redes sociais, na última quinta-feira (5), para pedir desculpas por uma dublagem feita no Tik Tok sobre a audiência de Mariana Ferrer, que alega ter sido dopada e estuprada no camarote VIP de um clube em Jurerê Internacional pelo empresário André de Camargo Aranha, em dezembro de 2018.

Por meio do Twitter, a ex-BBB declarou: "Peço desculpas de todo coração pelo meu último Tik Tok, fui infeliz e indelicada. Minha intenção era outra. Reconheço totalmente meu erro e agradeço quem me alertou". Ela deletou o vídeo.

##RECOMENDA##

Os internautas, no entanto, conseguiram salvar o registro e lamentaram a atitude.

"Por gentileza, poste um Tik Tok ou Stories se retratando sobre isso e alertando todas as outras blogueiras que participaram desse show de insensibilidade", destacou uma das seguidoras na rede social.

Teve gente, inclusive, que até envolveu Bianca Andrade na hora de criticar Rafa.

"Rafa criticou tanto a Bianca dentro do BBB. Aqui fora a vida dela é baseada por polêmicas é mais polêmicas. É muito fácil ser perfeitinha dentro de um reality, uma casa trancada onde não tem nada pra fazer, nada de novo, tudo monótono", disse um internauta.

Mas alguns fãs também enviaram mensagens de apoio. "Sabemos que sua intenção era outra. Você já apagou e entendeu que foi errado! Isso que importa, só toma cuidado porque aqui tem muitos juízes", analisou uma internauta.

As postagens em que a influenciadora Mariana Ferrer denunciou ter sido estuprada no beach club Cafe de la Musique, em Florianópolis, estão fora do ar desde o mês de agosto. As exclusões foram realizadas pela própria rede social, o Instagram, após decisão judicial favorável obtida pelo empresário André Camargo Aranha, acusado em outro processo por abuso sexual contra a jovem.

A ação também determinou a suspensão temporária do perfil da influencer, para obrigá-la a se manifestar nos autos (em que é corré, junto do Facebook Brasil, responsável pelo Instagram). Na rede social, em que tem 838 mil seguidores, ela costuma receber denúncias de violência contra a mulher.

##RECOMENDA##

O argumento apresentado pelos advogados do empresário é que as postagens trariam "informações confidenciais", atacariam a "honra e a imagem do agravante" e seriam um "abuso no exercício do direito à liberdade de expressão", "haja vista a divulgação e exposição no perfil, do processo criminal que corre contra o autor, (...) bem como exposição da qualificação e imagem do autor como ESTUPRADOR [destaque em letras maiúsculas feito pelos advogados]."

O relator da ação, o desembargador José Luiz Mônaco da Silva, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), deu parcial provimento à alegação e destacou que a "investigação corre sob sigilo externo, a agravada Mariana não está autorizada a adotar tal conduta, sob pena de comprometer a presunção de inocência prevista no art. 5º, inc. LVII, da Constituição".

Na decisão, o juiz Pedro Luiz Fernandes Nery Rafael determinou a exclusão das postagens, a suspensão da conta enquanto a corré não se manifestar nos autos e a não publicação de novos conteúdos sobre o processo em que Aranha é acusado de estupro. Hoje, o perfil da jovem é visível na busca, mas está com as publicações fechadas para não seguidores.

"A ampla publicidade que se dá ao caso (que tramita sob segredo de justiça) pode se revelar algo extremamente danoso - e irreversível - ao autor. Por outro lado, a Justiça tem um tempo distinto do das vítimas. Por mais que estas sofram de justificada angústia e demandem resposta célere, devem entender que a análise de tais questões deve se dar sob a mais estrita prudência, ante os interesses envolvidos e a possibilidade de restrição de liberdade de uma pessoa por tempo considerável", reiterou.

Após conseguirem a remoção, os advogados de Aranha, João Vinícius Manssur e André Oliveira de Meira Ribeiro, pediram a exclusão de outro perfil da influenciadora, dessa vez no Twitter, em que ela tem 91,5 mil seguidores e no qual chegou a comentar sobre a remoção do conteúdo no Instagram.

Em uma das postagens, ela diz que a decisão foi "inaceitável". "Não basta ser vítima de violência contra mulher, o homem que foi indiciado e denunciado pelas autoridades por estupro de vulnerável entrou na Justiça para remover minha conta do Instagram e silenciar a única voz que tenho para lutar por Justiça", postou na época.

Em julho, Mariana já havia se manifestado a promotores por e-mail para solicitar a quebra do segredo de Justiça do processo sobre crime sexual. "Desde sempre, peço que o processo seja quebrado o sigilo processual, pois da forma que está não me protege", defendeu.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Record TV Comunicação anunciou, nesta quinta-feira (5), por meio das redes sociais, que dispensou o jornalista Rodrigo Constantino de suas funções no portal R7 e na Record News. Ele escrevia para o portal e tinha espaço de comentarista na rede televisiva. 

A decisão é uma consequência das declarações polêmicas de Constantino sobre o caso da jovem Mariana Ferrer, de 23 anos, que alega ter sido dopada e violentada por um empresário, em um beach club conceituado de Florianópolis, em 2018. O comentarista já havia sido desligado da Jovem Pan.

##RECOMENDA##

Em uma transmissão ao vivo, Constantino afirmou que, se sua filha sofresse um abuso em condições semelhantes às de Mariana, ele não denunciaria o homem e a deixaria de castigo, pois, segundo ele, é preciso reconhecer que “tem mulher que não é decente”.

A declaração repercutiu por horas nos trends brasileiros e foi acusada de misógina por internautas e até mesmo por outros jornalistas.

Em nota ao público, a Record TV esclareceu que “a decisão foi tomada em virtude das posições que o profissional assumiu publicamente sobre violência contra a mulher, em canais que não têm nenhuma vinculação com nossas plataformas”, e que “justiça não se faz acusando ou culpando aqueles que foram vítimas de um crime”.

No Twitter, Constantino reagiu ao novo desligamento. Ele disse que sua fala foi deturpada, e que está sendo vítima de uma movimentação “fascista”. Também acusa a Record de ceder ao “discurso militante” para fugir de uma possível polêmica.

“A Record foi mais um veículo que não aguentou a pressão. O departamento comercial pede "arrego", pois recebe pressão de fora, dos chacais e hienas organizados, dos "gigantes adormedidos". Sim, perdi mais um espaço, mas sigo com minha total independência e com minha integridade”, acrescentou o jornalista.

As falas de Rodrigo Constantino sobre estupro, tendo como pano de fundo o caso de Mariana Ferrer, continuam repercutindo. Após ter sido desligado da Rádio Jovem Pan, em virtude de seus comentários, ele também recebeu críticas de famosos. A cantora Anitta visitou o perfil do ex-comentarista e deixou um questionamento bastante provocativo. 

No comentário que motivou sua demissão, Constantino afirmou que deixaria a filha de castigo caso ela fosse estuprada após ter ficado bêbada em uma festa. Em resposta, Anitta comentou: “Coitada da sua filha... E de você que nunca vai saber quem são seus filhos de verdade porque nunca vão compartilhar a vida deles com um ser vivo desse”. 

##RECOMENDA##

A cantora ainda foi além e deixou um questionamento para o ex-comentarista da Jovem Pan. “Se eu te encontrar dormindo no sofá (ou porque você bebeu um pouco a mais numa reunião de amigos ou porque alguém colocou uma droga na sua água pra não ter que ouvir essas bost** que você fala) e eu comer seu c* com um cintaralh*, a culpa também foi sua, então? Só para saber, caso alguém esteja interessado”. 

A Universidade de Pernambuco (UPE) divulgou, nesta quarta-feira (4), uma nota de repúdio às condições do julgamento da influenciadora digital Mariana Ferrer. No comunicado, a instituição reforça que espera que sejam “apuradas as responsabilidades dos envolvidos”.

Confira na íntegra a nota:

##RECOMENDA##

"Repudiamos a omissão e a falta de responsabilidade da justiça na condução do processo de julgamento do caso Mariana Ferrer ocorrido em Santa Catarina, em audiência repleta de cenas estarrecedoras de total desrespeito à dignidade das mulheres e da pessoa humana.

A absolvição do acusado André de Camargo Aranha, em segunda instância, apoiou-se no entendimento de que não houve a intenção de estuprar, desconsiderando todas as provas existentes.

Esperamos que o sistema de justiça cumpra sua responsabilidade de garantir os direitos humanos e que sejam apuradas as responsabilidades dos envolvidos”.

 

Uma publicidade divulgada na manhã desta quarta (4), no Instagram do restaurante Cá-Já, localizado nos Aflitos, Zona Norte do Recife, gerou descontentamento entre os seguidores da comedoria. Nos stories, o estabelecimento disponibilizou o cupom de 10% de desconto “naoexiste”, fazendo alusão à não existência do “estupro culposo”, que tem sido discutido desde a última terça (3) por repercussão do caso Mariana Ferrer.

Na publicação, havia a seguinte mensagem: “Imagino que todos os seguidores concordam com o mesmo: Não existe estupro culposo. Então, para quem for pedir nosso delivery, use o código “naoexiste” e ganhe 10%”. 

##RECOMENDA##

Nas redes sociais, usuários se manifestaram contra a atitude do Cá-Já, levantando o debate de que não se deve fazer publicidade ou tentar lucrar com assuntos tão sérios. Após as críticas, a publicação foi removida e a equipe do restaurante emitiu uma nota de esclarecimento.

O restaurante pediu desculpa e destacou que não pretendia se aproveitar do caso. “Pedimos nossas sinceras desculpas se deixamos margem a parecer algo oportunista”, disse. Confira o posicionamento completo:

“Pedimos desculpas. Desde que vimos notícias da absolvição do criminoso no caso de estupro, nos posicionamos em nosso Instagram. Somos absolutamente contra a conduta dos envolvidos e, em nenhum momento, pretendemos nos aproveitar desse caso abominável. Pedimos nossas sinceras desculpas se deixamos margem a parecer algo oportunista. 

É muito difícil vermos um restaurante se posicionar em pautas como essas e achamos que seria necessário. Agradecemos aos clientes que nos trouxeram essa reflexão. Iremos demonstrar nosso apoio fazendo doação para uma instituição a ser escolhida.

Somos uma casa que nasceu com o DNA de inclusão, que se orgulha de ver a maioria da clientela de mulheres, que dá treinamento para a equipe. Mais uma vez, nossas mais sinceras desculpas a todas pelo nosso equívoco”.

O caso de estupro sofrido pela influenciadora digital Mariana Ferrer e a tipificação de "estupro culposo" feita pela Justiça tem reverberado em todo o país. Os candidatos à Prefeitura do Recife Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB) também comentaram o episódio.

Marília Arraes (PT) classificou esse episódio como uma "agressão" a todas as mulheres. "Se esse precendente sobre o caso Mariana Ferrer se consolidar, praticamente vai extinguir as condenações por estupro no país. Uma mulher dopada é estuprada, mas a Justiça considera que foi um estupro não intencional. Como é isso?", questionou Marília no Twitter.

##RECOMENDA##

O candidato João Campos (PSB) também usou o seu perfil no Twitter para falar sobre o caso, afirmando que a sociedade não pode admitir mais essa violência contra as mulheres brasileiras. 

"Toda a minha solidariedade para a Mariana Ferrer. Todas as brasileiras e os brasileiros devem se indignar e cobrar que a Justiça seja feita", assinalou o pessebista. 

LeiaJá também

-> Mari Ferrer: 'cenas estarrecedoras', diz Gilmar Mendes

O caso do estupro da influencer Marina Ferrer pelo empresário André Camargo foi o assunto mais comentado no Brasil nesta terça-feira (3). A divulgação das imagens da audiência de instrução da acusaçao contra ela, feitas pelo The Intercept, ganharam as manchetes e as redes sociais. O motivo foi a decisão do promotor Thiago Carriço de Oliveira na qual que disse que o acusado 'não teve intenção' de cometer o crime.

Por conta disso o termo "estupro culposo', em alusão a decisão tomada pelo juiz Rudson Marcos, foi fortemente propagado. A sentença foi tão absurda que até alguns clubes de futebol decicidiram se manifestar. Sport, Santa Cruz, Cruzeiro, Inter, Paysandu e Vasco aderiram.

##RECOMENDA##

Confira:

[@#video#@]

O caso de Mariana Ferrer voltou a ser assunto nas redes sociais, nesta terça-feira (3), após o The Intercept Brasil divulgar as imagens de uma das audiências a tratar do estupro da promotora de eventos, no qual o acusado por estupro de vulnerável, André de Camargo Aranha, foi inocentado. Nas imagens, o advogado de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, aparece humilhando a blogueira, chamando-a de “falsa”, de mulher de “baixo nível”, além de outras insinuações sexuais desconectadas do caso.

O fechamento do processo também conta com a sentença inédita de “estupro culposo”, que segundo a decisão, supostamente ocorre quando não há a intenção de estuprar, mas não é reconhecida pela lei. A divulgação das imagens foi suficiente para provocar revolta nas redes sociais, e levantou a preocupação dos internautas, sobretudo mulheres e ativistas, quanto à sentença de estupro culposo, que pode abrir brecha legal para assediadores e estupradores a partir de agora.

##RECOMENDA##

A hashtag #justiçapormariferrer alcançou os trend topics do Twitter. No vídeo divulgado, a influencer começa a chorar em meio às acusações do advogado do acusado, que não sofreu interferência direta por parte do juiz, Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis. “Excelentíssimo, eu estô implorando por respeito, nem assassinos são tratados do jeito que estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente. O que é isso?”, disse Ferrer, entre humilhações e consentimento de retirada por parte do juiz, que a permitiu sair da chamada para “se recompor ou beber uma água”.

A defesa do empresário mostrou cópias de fotos sensuais produzidas pela jovem, antes mesmo de a acusação de estupro ser feita, e as utilizou como reforço ao argumento de que a relação foi consensual. Cláudio Gastão analisou as imagens, que definiu como “ginecológicas”, sem ser questionado sobre a relação delas com o caso, e afirmou que “jamais teria uma filha” do “nível” de Mariana. Quando a vítima começa a chorar durante a chamada, ele a repreende e diz que “não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo”.

A decisão que inocentou André de Camargo Aranha foi tomada em 10 de setembro.  Segundo o promotor responsável pelo caso, não havia como o empresário saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação, não existindo portanto “intenção” de estuprar. Por isso, o juiz aceitou a argumentação de que ele cometeu “estupro culposo”, um “crime” não previsto por lei.

Como ninguém pode ser condenado por um crime que não existe, Aranha foi absolvido. Apesar do caso correr em segredo de justiça, Mariana fez questão de torná-lo público, em busca de ajuda e de um julgamento honesto. A blogueira acusa a polícia e o Ministério Público de proteção ao acusado, uma das personalidades mais ricas de Florianópolis.

O empresário é filho do advogado Luiz de Camargo Aranha Neto, que já representou a Rede Globo em processos judiciais. Ele trabalha assessorando jogadores e é visto com frequência ao lado de figuras como o ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário e Gabriel Jesus, atacante do Manchester City, da Inglaterra. Na festa em que Mariana afirma ter sido estuprada, ele estava acompanhado de Roberto Marinho Neto, um dos herdeiros da Globo.

O mais recente advogado no caso, Gastão, também é considerado um dos mais caros de Santa Catarina, e já representou pessoas públicas como Olavo de Carvalho e Sara “Winter” Giromini.

Relembre o caso

A noite do suposto estupro aconteceu em 15 de dezembro de 2018, no Cafe de La Musique, beach club da classe alta de Florianópolis-SC, onde a blogueira Mariana Ferrer, de 23 anos, tornou-se embaixadora. A promotora de eventos, à época, com 20 anos, alega ter sido dopada e violentada pelo empresário André de Camargo Aranha, que é amigo dos proprietários do local. O caso todo veio à tona nas redes sociais da própria Mariana, que, em busca de justiça, resolveu tornar a situação pública.

Foram divulgados vídeos em que ela aparece se apoiando nas paredes, sem conseguir andar sozinha, prints pedindo socorro a amigas que estavam no local, além da foto do vestido que usava na noite, ensanguentado. Segundo uma reportagem da revista “Marie Claire”, os exames feitos por Mariana comprovaram o estupro. O sêmen encontrado na calcinha da jovem, que era virgem, era de André de Camargo Aranha, atualmente de 43 anos, empresário influente do ramo do futebol. Apesar das provas apresentadas por Ferrer, a Justiça não reconheceu legitimidade na acusação.

Na última quarta-feira (9), a Justiça decidiu a favor do empresário André de Camargo Aranha, acusado de ter estuprado a influenciadora digital Mariana Ferrer. O caso estava sendo julgado na 3ª Vara Criminal de Florianópolis, pelo juiz Rudson Marcos. A Polícia Civil chegou a indiciar o empresário por estupro de vulnerável. 

O estupro aconteceu em dezembro de 2018, quando Mariana trabalhava como embaixadora do beach club Café de la Musique, mas só ganhou repercussão em maio de 2019, após o relato de Mariana nas redes sociais. 

##RECOMENDA##

"Não é nada fácil ter que vir aqui relatar isso. Minha virgindade foi roubada de mim junto com meus sonhos. Fui dopada e estuprada por um estranho em um beach club dito ‘seguro e bem conceituado’ da cidade”, contou ela em seu primeiro relato nas redes sociais.

Segundo informações da revista Marie Claire, o abuso foi constatado por meio de exames realizados na influenciadora. Foi encontrado sêmen do empresário na calcinha de Mariana, além da ruptura do hímem comprovada pelo exame.  

De acordo com o site Hugo Gloss, o juiz entendeu pela falta “provas contundentes nos autos a corroborar a versão acusatória”, aceitando a versão de André Aranha, de que nunca teve qualquer contato físico com Mariana. Assim acatando as alegações da defesa do empresário, comandada por Claudio Gastão da Rosa Filho. 

Nas redes sociais, os internautas colocaram o nome da influenciadora entre os assuntos mais comentados e ficaram revoltados com a decisão da Justiça, a favor do empresário.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando