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O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais nesta terça-feira, 16, para defender a "liberdade de expressão" que considera "direito legítimo e inviolável" criticando, indiretamente, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a busca e apreensão na casa do general da reserva Paulo Chagas, que foi candidato ao governo do Distrito Federal.

"Acredito no Brasil e em suas instituições e respeito a autonomia dos poderes, como escrito em nossa Constituição. São princípios indispensáveis para uma democracia. Dito isso, minha posição sempre será favorável à liberdade de expressão, direito legítimo e inviolável", afirmou Bolsonaro em sua rede social.

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O presidente não cita o general Paulo Chagas na postagem, mas o episódio provocou "completa indignação" entre militares e ministros que trabalham no Palácio do Planalto. Para um desses militares, ao agir desta forma, o STF "esquece o essencial e foca no periférico". Bolsonaro, evitando confronto direto entre os poderes, no entanto, preferiu declarar que acredita "no Brasil e em suas instituições e respeito a autonomia dos poderes, como escrito em nossa Constituição. São princípios indispensáveis para uma democracia".

Além da busca na casa do general e outras sete pessoas, por ofensas ao Tribunal, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, mandou bloquear as redes sociais dos "investigados no inquérito sobre as supostas fake news contra seus colegas da Corte". São alvo de buscas da Polícia Federal nesta terça-feira Chagas, o membro da Polícia Civil de Goiás Omar Rocha Fagundes, Isabella Sanches de Sousa Trevisani, Carlos Antonio dos Santos, Erminio Aparecido Nadini, Gustavo de Carvalho e Silva e Sergio Barbosa de Barros.

À reportagem, o general Paulo Chagas, que está em Campinas, e que tuitou desde cedo a ação da Polícia Federal em sua casa para falar sobre o ocorrido, classificou o episódio como "censura absurda". "Prefiro dizer que é censura e não intimidação, até porque, não me sinto intimidado", declarou o general, acrescentando que "sempre que tiver críticas a eles (ministros do STF) vou fazê-las".

O militar, que está na reserva há 12 anos, se candidatou ao governo do Distrito Federal no ano passado pelo PRP, e recebeu em seu palanque, na Ceilândia, cidade satélite de Brasília, o então candidato, Jair Bolsonaro, um dia antes do presidente ser alvo do atentado a faca em Minas Gerais. O general Paulo Chagas mantém há seis anos um blog na internet em que tece críticas frequentes aos ministros do Supremo, em especial ao presidente Dias Toffoli e aos também ministros Ricardo Lewandowski, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes.

Chagas disse que não procurou o presidente Bolsonaro, nem nenhum outro general do Planalto para se queixar. "Eles certamente já tomaram conhecimento pelo Twitter. Isso não é assunto para tratar com o presidente da República", comentou, ironizando que "achou graça" quando soube da chegada da PF em sua casa.

"Não tenho nada a esconder. Tudo o que faço eu coloco em meu blog", comentou ele, acrescentando que atos como esse e a censura à revista Cruzoé "atingem a democracia". Em seguida, desabafou: "mas eles (alguns ministros do STF), não estão preocupados com a democracia, mas com eles mesmos porque estão chegando no tribunal".

Repercussão

Na manhã desta terça-feira, o assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Eduardo Villas Bôas disse esta "preocupado" com restrições que o general da reserva Paulo Chagas estaria sofrendo. "Conheço muito o general Paulo Chagas. Amigo pessoal meu e confesso que estou preocupado. Vamos acompanhar os desdobramentos disso", declarou Villas Bôas após sessão de homenagem ao Dia do Exército na Câmara.

O comandante do Exército, Edson Pujol, não quis comentar a decisão do ministro, mas defendeu, contudo, o general da reserva. "Não tenho os detalhes, a motivação que levou, as circunstâncias. O que eu posso dizer é que conheço o Paulo Chagas, é um militar e um cidadão íntegro, temos maior respeito e admiração por ele", declarou o comandante à reportagem.

Em manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou o arquivamento do inquérito que apura supostas fake news contra membros da Corte. O procedimento havia sido instaurado de ofício pelo presidente do Supremo, Dias Tofolli, em 14 de março.

Na petição, Raquel Dodge ainda afirma que, como consequência do arquivamento, "nenhum elemento de convicção ou prova de natureza cautelar produzida será considerada pelo titular da ação penal ao formar sua opinio delicti".

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"Também como consequência do arquivamento, todas as decisões proferidas estão automaticamente prejudicadas", anotou.

A informação foi publicada no site da Procuradoria-geral da República nesta terça-feira, 16.

Por ordem de Alexandre de Moraes, a Polícia Federal fez buscas contra investigados no inquérito nesta terça-feira. Foram alvo da ação de hoje o general da reserva Paulo Chagas, o membro da Polícia Civil de Goiás Omar Rocha Fagundes, além de Isabella Sanches de Sousa Trevisani, Carlos Antonio dos Santos, Erminio Aparecido Nadini, Gustavo de Carvalho e Silva e Sergio Barbosa de Barros.

No documento enviado ao ministro, Raquel Dodge afirma que, embora os autos ainda não tenham sido enviados ao Ministério Público Federal, há notícias do cumprimento - no âmbito do inquérito - de medidas cautelares sujeitas à reserva de jurisdição sem atuação do titular da ação penal (MP), para avaliação dos parâmetros legais da medida ou em cumprimento ao controle externo da atividade policial.

Raquel Dodge apontou a Alexandre "a importância da separação das funções no processo de persecução penal, destacando que tem defendido de forma intransigente o modelo adotado na Constituição Federal, por ser uma garantia do indivíduo e da sociedade, essenciais para construir o Estado Democrático de Direito".

"O sistema penal acusatório é uma conquista antiga das principais nações civilizadas, foi adotado no Brasil há apenas trinta anos, em outros países de nossa região há menos tempo e muitos países almejam esta melhoria jurídica. Desta conquista histórica não podemos abrir mão, porque ela fortalece a justiça penal", anotou Raquel na manifestação.

A procuradora-geral destacou ao ministro que o princípio exige a delimitação da investigação penal em cada inquérito, seja para permitir o controle externo da atividade policial, seja para viabilizar a validade das provas, definir o juízo competente, e assegurar a ampla defesa e o contraditório.

"O devido processo legal reclama o reconhecimento da invalidade de inquérito sem tal delimitação", resumiu no documento.

Raquel apontou ainda "o aspecto da competência constitucional lembrando que, conforme a Constituição compete ao STF processar e julgar as ações criminais ajuizadas contra autoridades com prerrogativa de foro na Corte".

"É fato de o ato da instauração do inquérito não ter indicado quem são as pessoas investigadas", registrou.

Entenda o caso

Em março, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, mandou abrir um inquérito contra "notícias fraudulentas (fake news), denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de animus caluniandi, diffamandi ou injuriandi, que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares, extrapolando a liberdade de expressão". Na ocasião, o ministro citou um artigo do regimento interno do STF, segundo o qual, "ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do Tribunal, o Presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição".

Ao autorizar a operação desta terça-feira, Alexandre também mandou bloquear contas dos investigados no Facebook, no WhatsApp, no Twitter e no Instagram.

"Autorizo desde logo o acesso, pela autoridade policial, aos documentos e dados armazenados em arquivos eletrônicos apreendidos nos locais de busca, contidos em quaisquer dispositivos", ordenou Alexandre. "Após a realização das diligências, todos os envolvidos deverão prestar depoimentos."

Na segunda-feira, 15, no âmbito do inquérito, o ministro determinou à revista "Crusoé" e ao site "O Antagonista" que retirassem do ar imediatamente a reportagem intitulada "amigo do amigo de meu pai", que cita o presidente da Corte, Dias Toffoli. A revista repudiou a decisão e denunciou o caso como censura. Alexandre impôs ainda uma multa diária de R$ 100 mil em caso de desobediência.

"Determino que o site O Antagonista e a revista Crusoé retirem, imediatamente, dos respectivos ambientes virtuais a matéria intitulada 'O amigo do amigo de meu pai' e todas as postagens subsequentes que tratem sobre o assunto, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, cujo prazo será contado a partir da intimação dos responsáveis. A Polícia Federal deverá intimar os responsáveis pelo site O Antagonista e pela Revista Crusoé para que prestem depoimentos no prazo de 72 horas", ordenou.

O ministro não fez nenhuma declaração sobre sua decisão, mas a interlocutores próximos ressaltou que não impôs censura às publicações. Na avaliação de Alexandre, "liberdade de imprensa impede a censura prévia, mas não responsabilização posterior".

O ministro ressaltou que "a notícia se baseou na PGR, que a desmentiu, mesmo assim insistiram na fake news". "Isso está claro na decisão."

A reportagem está tentando localizar as defesas de todos os citados. O espaço está aberto para manifestação.

O general da reserva Paulo Chagas, alvo de mandado de busca e apreensão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo ter certeza que a ordem judicial têm relação com o que ele escreve. Chagas é investigado no inquérito que apura supostas fake news contra ministros da Corte.

"Escrevo sobre o STF há muito tempo. Evito falar mal da Corte, Mas não de atos de pessoas da Corte. Estou em Campinas. Minha reação é de achar graça", disse. "Não tenho nada para esconder. Tudo o que faço e falo coloco no meu blog."

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Paulo Chagas afirmou que não ligou para o presidente Jair Bolsonaro ou alguém do Planalto após ter sido alvo da investigação. "Não é assunto para tratar com presidente da República", declarou o general.

Em seu Twitter, Paulo Chagas costuma fazer críticas ao Supremo. No dia 16 de março, o general escreveu. "A pressão popular sobre os ministros do STF está surtindo efeito. Se quem não deve não teme, por que Gilmar Mendes e Toffolli estão tão agressivos? O desespero indica que estamos no caminho da verdade! "Sustentar o fogo porque a vitória é nossa"."

Em março, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, mandou abrir um inquérito contra "notícias fraudulentas (fake news), denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de animus caluniandi, diffamandi ou injuriandi, que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares, extrapolando a liberdade de expressão".

Na ocasião, o ministro citou um artigo do regimento interno do STF, segundo o qual, "ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do Tribunal, o Presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição".

Nas três páginas de manifestação, o presidente da corte suprema também aproveitou para frisar que o inquérito não investiga apenas ações criminosas "isoladamente praticadas", mas também busca identificar associações de pessoas que tenham como objetivo "perpetrar, de forma sistemática, ilícitos que vão de encontro aos bens jurídicos em questão".

Nesta segunda-feira, 15, no âmbito do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes determinou à revista Crusoé e ao site O Antagonista que retirassem do ar imediatamente a reportagem intitulada "Amigo do amigo de meu pai", que cita o presidente do STF, Dias Toffoli. A revista repudiou a decisão e denunciou o caso como censura. Alexandre impôs ainda uma multa diária de R$ 100 mil em caso de desobediência.

O ministro não fez nenhuma declaração sobre sua decisão, mas a interlocutores próximos ressaltou que não impôs censura às publicações. Na avaliação de Alexandre de Moraes, "liberdade de imprensa impede a censura prévia, mas não responsabilização posterior".

O ministro do STF ressaltou que "a notícia se baseou na PGR, que a desmentiu, mesmo assim insistiram na fake news". "Isso está claro na decisão", disse.

Em tratamento contra a depressão, o deputado estadual Diogo Moraes (PSB) vai tomar posse ao cargo nesta terça-feira (12), a partir das 14h30, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), durante sessão plenária. No entanto, o pessebista voltará para São Paulo para terminar o seu tratamento. 

No final do mês passado, o ex-deputado Oseas Moraes, pai de Diogo, disse durante uma entrevista que o seu filho estava passando problemas de saúde com uma crise de depressão tendo que ser internado em um hospital. Na ocasião, Oseas contou que não havia prazo para alta médica e que Diogo chegou a ser internado na UTI.

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Diogo Moraes teve mais de 50 mil votos. A expectativa é que a partir de março ele tenha alta em definitivo para prosseguir com a sua atividade parlamentar. 

A informação também foi divulgada pelas redes sociais do deputado. “A notícia alegra familiares, amigos, funcionários de gabinete e também servidores da casa, que demonstraram carinho e gratidão ao deputado nos últimos dias, à espera de sua chegada”, diz uma parte da legenda. 

Diogo Moraes foi reeleito para o terceiro mandato. Apenas em Santa Cruz do Capibaribe, ele recebeu ao menos 10 mil votos. Na época, em entrevista concedida, chegou a dizer que era “a pessoa mais feliz do mundo” quando recebeu a notícia de tantos votos em sua terra natal. 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste domingo (14) a imediata transferência do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) para o Distrito Federal, para que ele possa iniciar o cumprimento de pena de quatro anos e seis meses de prisão em regime semiaberto. Gurgacz foi condenado em fevereiro pela Primeira Turma do STF por crimes contra sistema financeiro nacional. O parlamentar está internado desde a quarta-feira (10), em Cascavel (PR), onde tem família.

Em petição feita neste domingo a Moraes, a defesa do político reforçou o pedido para que fosse suspensa a ordem de remoção de Gurgacz de Cascavel para Brasília enquanto o senador estiver hospitalizado.

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No sábado, a defesa recebeu ofício da polícia que anunciava a remoção compulsória do político entre domingo e segunda-feira. Ele está no Hospital São Lucas - estabelecimento que pertence a familiares do senador.

Na decisão deste domingo, Moraes observa que, apesar de ter nascido na cidade paranaense, Gurgacz exerce o cargo de senador pelo Estado de Rondônia. "Não parece existir dúvidas sobre a adequação do início de execução da pena no Distrito Federal", afirma o ministro.

Moraes também diz que "inexiste" notícia de que a imediata remoção de Cascavel poderá acarretar risco de vida e à saúde física e psíquica de Gurgacz. "O atestado médico trazido aos autos, assinado pelo médico psiquiatra Dr. Thiago V. F. Moreira (CRM/PR 26.826), indica o início de terapia medicamentosa, que, portanto, poderá prosseguir durante a execução da pena", detalha Moraes, que ordena a imediata remoção, para que a vara de execuções penais possa submeter o político a exames médicos oficiais para o início da execução da pena.

"O magistrado competente deverá, ainda, verificar se o estabelecimento penal designado para o cumprimento da pena privativa de liberdade, em regime inicial semiaberto, está apto para prover a assistência médica necessária", assenta o ministro.

O advogado do senador, Gilberto Piselo, afirmou à reportagem que já recorreu ao STF com um novo pedido, que aguarda distribuição a algum ministro - uma ação de tutela de urgência antecedente à revisão criminal. Se conseguir uma decisão favorável, pode ter um efeito equivalente a um habeas corpus, explica o advogado. Piselo também informou que a defesa irá reiterar a Moraes a necessidade de manter Gurgacz sob cuidados médicos. "São um tanto quanto inusitadas as medidas que vêm sendo tomadas, mas a defesa continua confiando que justiça será estabelecida", disse.

Segundo a defesa do político, ao visitar a mãe, que estaria em "grave estado de saúde", em Cascavel, Gurgacz foi "acometido de desequilíbrio da pressão arterial e ansiedade generalizada grave", e por isso foi internado. Lá, a polícia procedeu ao cumprimento de ordem de prisão.

"O corpo clínico do Hospital onde o réu/paciente está cumprindo sua pena, em rigorosos exames concluíram pela necessidade de prolongar a internação, para mais vinte dias, à vista do estado de saúde do paciente/preso, na forma dos documentos (atestados) que estão anexados a este petitório", diz a petição da defesa.

Ao negar um recurso do senador no dia 25 de setembro, a Primeira Turma do STF determinou o imediato cumprimento da pena do político, mas a ordem não pôde ser cumprida em função do Código Eleitoral. A lei prevê que nenhum candidato pode ser detido ou preso, salvo em flagrante delito a partir de 15 dias antes do dia da votação.

Na ocasião, ele estava com o registro de candidatura ao governo de Rondônia indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-GO). No início de outubro, a candidatura foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo assim, ele não poderia ser preso porque, do dia 2 de outubro até 48 horas depois do término da votação, nenhum eleitor poderia ser preso ou detido, salvo em flagrante.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira, 29, negar o pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e arquivar a reclamação apresentada pela defesa do petista. A decisão de Moraes foi antecipada pelo site BR18, do Grupo Estado.

Lula entrou com uma reclamação no STF para que um recurso pela sua liberdade fosse analisado pela Segunda Turma, e não pelo plenário da Corte, conforme determinado pelo ministro Edson Fachin. Os advogados também pediam que o ex-presidente pudesse aguardar em liberdade pelo menos até o julgamento do mérito da reclamação.

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Na manhã desta sexta-feira, a reclamação de Lula foi distribuída em sorteio eletrônico a Moraes, integrante da Primeira Turma do Supremo. A defesa do ex-presidente queria que o processo fosse redistribuído entre os ministros da Segunda Turma, à exceção de Fachin, mas esse pedido também foi rejeitado por Moraes.

Violação

No despacho, Moraes questionou o cabimento da reclamação no caso em questão e concluiu que não há razão "a nenhuma das pretensões da defesa".

De acordo com Moraes, Fachin decidiu submeter o recurso de Lula ao plenário em uma decisão "devidamente fundamentada" no regimento interno do Supremo, "exercendo seus poderes de instrução e ordenação do processo". "Não houve ferimento ao Devido Processo Legal ou ao Princípio do Juiz Natural", observou Moraes.

"Inexistiu qualquer violação ao princípio do juiz natural, pois a competência constitucional é desta Suprema Corte, que tanto atua por meio de decisões individuais de seus membros, como por atos colegiados de suas Turmas ou de seu órgão máximo, o plenário, nos limites jurisdicionais estabelecidos pelo Regimento Interno", ressaltou Moraes.

Ofensiva

A ofensiva jurídica de Lula agora deve se concentrar em outros dois processos que tratam da sua prisão e podem impactar suas pretensões eleitorais: uma petição e um habeas corpus, ambos de relatoria de Fachin.

A petição foi apresentada no início de junho para que a Corte suspenda os efeitos de sua condenação no caso do triplex no Guarujá. Como Lula teve a pena confirmada em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o petista foi preso e deve ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o que gera sua inelegibilidade.

Nesta sexta-feira, Fachin deu cinco dias para que a defesa de Lula esclareça se quer ou não que a Corte discuta neste momento a questão de inelegibilidade.

Já o habeas corpus é aquele que já foi negado pelo plenário do Supremo em abril deste ano. Na última quinta-feira, 28, os advogados do ex-presidente entraram com recurso contra a decisão do Supremo que, por 6 a 5, negou o seu pedido de liberdade.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse que há um desequilíbrio entre os poderes no Brasil, porque o Legislativo está fragilizado, enquanto o Judiciário, em sentido contrário, ganhou força. Ele argumenta que a maior parte da população não se recorda dos congressistas nos quais votou. Mas que o STF está tão popular a ponto de seus ministros apanharem "mais que jogadores de futebol".

"O que se institucionalizou na Justiça se perdeu no Legislativo. Casos e casos de corrupção se acumularam (no Legislativo). Aí que surge a possibilidade de aparecer um salvador da pátria", afirmou durante palestra na Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ).

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Em sua fala, Moraes afirmou que um dos papéis do STF é "evitar a tirania da maioria". "Num embate entre o Executivo e o Legislativo já verificamos que sempre no Brasil isso resultou em golpe."

Ele ainda fez um apelo para que, na próxima eleição, de 2018, a população seja mais criteriosa na escolha dos congressistas. E criticou o STF por ter declarado inconstitucional, em 2006, a reforma política aprovada no Congresso. "O Supremo confundiu cláusula de barreira com cláusula de desempenho", acrescentou.

Moraes defende que haja um equilíbrio entre os poderes no futuro. "O protagonismo (do STF) vai continuar até reequilibrar o papel do Poder Legislativo. Isso é o melhor para o País para evitar a guerrilha institucional que, de um dois anos para cá, estamos acompanhando", afirmou.

Apesar de criticar o Legislativo, disse também que o fortalecimento das instituições nos últimos 30 anos fez com que não houvesse "necessidade de se pensar nas Forças Armadas como poder moderador", após o País passar pelo segundo impeachment, com a substituição da ex-presidente Dilma Rousseff pelo presidente Michel Temer, do qual foi ministro da Justiça.

No início da sua palestra, Moraes brincou com uma pessoa da palestra que o interrompeu com o celular. "Estou sendo grampeado? Essa é uma moda da República, ser grampeado", ironizou.

Envolvido em polêmica neste fim de semana, ao comentar nas redes sociais o fim da novela da Rede Globo que, em sua opinião, conferiu um ilusório glamour ao tráfico de drogas, Moraes não quis falar com a imprensa ao fim do evento.

Pouco antes de o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) discutir a validade da delação dos executivos do Grupo J&F, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, disse nesta quarta-feira, 21, que a Corte vai decidir o que for "melhor para o Brasil".

"Todo mundo que está fazendo prognóstico está chutando o que acha correto. Tenho absoluta certeza de que o Supremo vai decidir o que for melhor para o Brasil, dentro obviamente do que a Constituição e a legislação autorizam. Diferentemente do que muita gente que está fazendo prognósticos, (dizendo) que vai ter muitas divergências, briga aqui e ali, acho que é uma questão técnica que deve confluir para uma decisão que, ao encerrar, todo mundo vai achar que é o correto, o razoável", afirmou o ministro a jornalistas, depois de participar de seminário em Brasília promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

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Indagado sobre a possibilidade de revisão dos benefícios do acordo, Moraes evitou fazer comentários. "Isso é uma das questões do julgamento que vão ser analisadas. Não posso antecipar em uma hora o que vou votar", disse o ministro.

Conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, a tendência na Corte é de formar maioria para confirmar a constitucionalidade das medidas tomadas pelo relator, ministro Edson Fachin, e manter o acordo em pé. Pelo menos cinco ministros votariam junto com Fachin.

Seminário

Moraes participou pela manhã de um painel sobre organizações criminosas e sistema penitenciário no âmbito de um seminário sobre direito administrativo e administração pública, promovido pelo IDP.

"O Brasil desde a reabertura democrática trata com absoluto descaso, hipocrisia e preconceito a questão de segurança. Não por outros motivos o Brasil chega agora a essa situação", disse Moraes, ao falar do quadro de segurança pública nacional.

"Se fez uma confusão mental e conceitual de que segurança é sinônimo de ditadura. Isso só existe no Brasil. Defender segurança pública passou a ser sinônimo de ser fascista, de ser contrário à democracia, sem que as pessoas pensassem um segundo", comentou o ministro.

Ex-ministro da Justiça do governo Temer, Moraes afirmou que a questão de segurança pública tem sido tratada com "hipocrisia" e "ideologia" pela sociedade brasileira. "A sociedade prefere gastar R$ 1 bilhão, R$ 2 bilhões em qualquer coisa, menos em presídio", afirmou Moraes, que enfrentou uma crise no sistema penitenciário no início deste ano.

Para o ministro do STF, a situação dos presídios, que ocupou destaque na imprensa em janeiro deste ano, acabou sendo deixada de lado.

"Bastou voltar o Congresso em fevereiro, ninguém mais fala (sobre isso). Não há continuidade na discussão sobre segurança. Ninguém liga pra questão de segurança", criticou.

Assim como fazia na época em que comandava o Ministério da Justiça, Moraes voltou a afirmar que o Brasil prende muito e mal. "Prisão tem de ser para crimes com violência, grave ameaça e outras hipóteses como corrupção, reiteração. O restante, para quê? Sai muito mais barato investir em penas alternativas, prestação de serviço à comunidade, mas fiscalizar", frisou o ministro.

Quatro horas após da aprovação pelo plenário do Senado e de se reunir com o presidente Michel Temer, o jurista Alexandre de Moraes foi oficialmente nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em edição extra do Diário Oficial da União publicada na tarde desta quarta-feira, 22, Temer exonerou Moraes do cargo de ministro licenciado da Justiça e o efetivou no STF.

No início da tarde, o indicado recebeu, em votação secreta no plenário, 55 votos a favor e 13 contra. Eram necessários ao menos 41 dos 81 votos dos senadores.

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A expectativa é que Moraes só tome posse no STF no próximo mês. Ele vai substituir Teori Zavascki, ex-relator da Operação Lava Jato, morto em acidente aéreo em janeiro.

Encontro

Temer recebeu Moraes no Palácio do Planalto no início da tarde desta quarta-feira. Segundo fontes, o novo ministro do STF teve uma conversa privada com o presidente. Uma foto do encontro foi publicada por uma conta do Planalto em uma rede social.

Para o governo, o placar de 55 votos no plenário do Senado surpreendeu positivamente e foi considerado um bom resultado, já que ficou acima do obtido por Edson Fachin, em 2015, quando o indicado à Suprema Corte obteve 52 votos.

Porta-voz

Por meio de seu porta-voz, Temer parabenizou Moraes e disse que recebeu "com satisfação" sua aprovação. "A expressiva maioria alcançada traduz o reconhecimento das notáveis credenciais técnicas e profissionais do Doutor Alexandre de Moraes, reconhecimento este que os membros da Comissão de Constituição e Justiça já haviam demonstrado na sabatina realizada ao longo do dia de ontem", disse o porta-voz, Alexandre Parola.

"Ao desejar-lhe êxito nessa nova e importante missão em sua vida pública, o Presidente Michel Temer reitera sua convicção de que o Doutor Alexandre de Moraes prestará contribuição relevante à realização da justiça no Brasil durante seu mandato no STF, pautado sempre pela mesma independência, imparcialidade e apego resoluto às disposições de nossa Constituição Federal que caracterizam sua trajetória pessoal", completou na mensagem.

Ex-presidente do Supremo Tribunal (STF), Carlos Ayres Britto afirmou que a sabatina do ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, indicado para uma vaga na Corte, coloca em "julgamento" o próprio presidente Michel Temer. "Durante a arguição, a sabatina, estão sob julgamento o provável futuro ministro e o presidente da República que o indicou. A reprovação de um poderia repercutir sobre o outro, sobre a Presidência da República", disse.

Nesta terça-feira (21), Moraes foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado por 19 votos a 7. A votação no plenário está marcada para esta quarta-feira (22).

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Ex-ministros e especialistas ouvidos pela reportagem afirmaram que a sabatina no Senado para a confirmação de um nome para o Supremo tem uma importância constitucional, mas destacaram o caráter político das arguições. "As sabatinas são mais um ato político do que uma avaliação criteriosa sobre os méritos ou não do sabatinado", disse o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp. "As perguntas são feitas mais na intenção dos senadores aparecerem do que em ouvir o sabatinado", afirmou Dipp, que também foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O professor de Direito Administrativo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) Carlos Ari Sundfeld também citou o tom político da sabatina, o que, segundo ele, pode não ser um problema. "Essas arguições acabam extrapolando seus objetivos específicos. Elas são carregadas no confronto e, por conta disso, os senadores colocam mais importância na revelação dos pecadilhos dos sabatinados. Isso não é necessariamente ruim."

Sobre o desempenho de Moraes, Sundfeld fez um prognóstico. "O Alexandre de Moraes é profissional. Ele passou por embates como esse em sua vida corporativa e acadêmica. Acho que ele vai ficar na média, tirar uns 8, e conseguir passar (no plenário)."

Filiação

O ex-presidente do STF e ex-ministro da Justiça Nelson Jobim disse que a discussão sobre a filiação partidária de indicados à Corte não é relevante. Moraes se desfiliou recentemente do PSDB, após ser indicado ao STF. "Não faz sentido discutir a filiação. Eu tinha filiação partidária, o Paulo Brossard (nomeado por José Sarney em 1989) tinha filiação partidária, Aliomar de Andrade Baleeiro (nomeado pelo presidente Castelo Branco em 1965) tinha filiação partidária, Oscar Corrêa (nomeado pelo presidente João Figueiredo em 1982) também."

Segundo Jobim, o STF não está, hoje, mais politizado do que antes. O que se vê no tribunal atualmente, segundo ele, é um cenário de judicialização da política. "E quem judicializa a política são os outros, não o Supremo. São os partidos. Não se soluciona controvérsia no âmbito político sem recorrer ao Judiciário", declarou o ex-ministro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após quase 12 horas de sabatina, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou em votação secreta nesta terça-feira (21) o advogado Alexandre de Moraes para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. Foram 19 votos pela indicação de Alexandre de Moraes, escolhido pelo presidente Michel Temer. Sete senadores votaram contra.

Agora, o nome de Alexandre de Moraes será submetido ao crivo do Plenário do Senado. São necessários 41 votos para que o escolhido de Temer siga para a Corte máxima da Justiça.

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O senador Magno Malta (PR/ES) perguntou ao ministro licenciado da Justiça Alexandre de Moraes se ele 'não tem vergonha' de ter feito lobby para ser aprovado ministro do Supremo Tribunal Federal. "O sr. que está servindo um governo, o sr. não tem vergonha de ter feito um lobby de gabinete em gabinete (no Senado)? É hipocrisia demais", provocou Malta.

A arguição do senador capixaba ocorreu mais de sete horas depois de iniciada a sabatina de Moraes na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

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Moraes ouviu as indagações de Magno Malta. O senador lembrou que o candidato de Temer era filiado ao PSDB até dias atrás, quando foi indicado para o Supremo.

"Vou fazer dezesseis anos aqui (no Senado) e todos os ministros (do Supremo) que aqui foram indicados foram no meu gabinete. Alguns acompanhados pelos seus respectivos senadores, e muitos estão sentados aqui", disse o senador.

"Se isso é lobby, o indivíduo foi lá levar o seu currículo que é o que menos interessa. Porque o indivíduo, quando chega na condição de ser indicado para um tribunal superior, é porque currículo ele tem", seguiu Magno Malta. "Eu quero saber o posicionamento do indivíduo, eu quero que ele fale, que ele faça reverberar para a sociedade as suas crenças para que nós possamos saber quem está indo para o Supremo."

"Alguns chegam aqui e vendem a mãe. Porque mentem tanto e, quando põe a toga, chega lá no Supremo é completamente diferente. Ah, mas o sr. é ligado a um partido político. Nisso aí Temer errou, ter indicado você, sinceramente. Ele poderia ter aprendido com Lula."

Com ironias, o senador citou o ministro Dias Toffoli, que chegou à Corte máxima por indicação do ex-presidente petista. "Lula indicou um rapaz que ninguém sabia quem era, o PT não o conhecia, jovem, nem o Brasil. Eles não sabiam. Ele (Lula) indicou assim, para mostrar que não é igual os outros, indicou um rapaz chamado Toffoli, você o conhece? Ele não era do PT, ele não tinha ficha assinada no PT, ele não trabalhou na liderança do PT na Câmara, ele não foi advogado do PT, ele não foi da Advocacia-Geral da União."

'Ah, brincadeira tem hora. A gente fica perdendo tempo com hipocrisia. Eu quero relembrar a Nação, exatamente porque há uma amnésia coletiva."

Alexandre de Moraes disse nesta terça-feira, 21, que a condução coercitiva impede 'o mal maior'. "Eventualmente, entre a intimação (do suspeito) que pode gerar uma supressão de provas e a decretação de uma prisão temporária ou preventiva, a jurisprudência vem construindo esse meio intermediário que seria a condução coercitiva", declarou Moraes, que está sendo sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

"A questão de condução coercitiva deve ser analisada caso a caso, quem analisa no momento a necessidade ou não de uma condução coercitiva é o magistrado da causa", disse Moraes, que foi ministro da Justiça durante nove meses e licenciou-se do cargo depois que o presidente o indicou para ocupar a cadeira que foi de Teori Zavascki.

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"O juiz analisa perante os requisitos. Os tribunais vêm corroborando. O juiz pode, eventualmente, determinar de imediato uma condução se entender que eventual intimação pode gerar uma supressão de provas. Esse é o entendimento que os tribunais vêm tendo atualmente", disse.

Para Moraes, a condução não é decretada pelo fato do investigado não atender a intimação da autoridade policial. "Às vezes, o magistrado entende que na intimação pode haver uma supressão de provas. A lei determina primeiro a intimação, mas exatamente para impedir o mal maior, a condução coercitiva pode ser decretada."

Durante a análise da indicação de Alexandre de Moraes para ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que acontece na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, nesta terça-feira (21), ele afirmou que não há uma tentativa de desmonte da Operação Lava Jato. “Todos, inclusive nós, reforçamos a Lava Jato com mais delegados, peritos e orçamentos. Tanto que coordenadores do Ministério Público da Lava Jato elogiaram a minha indicação para o STF”.

“Todos os delegados que saíram foram por pedido seja por promoções ou remoções para outro estado. Temos que lembrar que eles têm carreiras”, continuou. 

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Moraes é o indicado de Michel Temer para ocupar o posto deixado por Teori Zavascki, que faleceu em um acidente aéreo em janeiro. Ele chegou à CCJ, por volta de 9h40, acompanhado da esposa e de assessores.

O ministro licenciado da Justiça, durante a sabatina, negou envolvimento com o PCC e definiu como uma calúnia. “Algo difamante. Ações principais por indenizações foram ajuizadas porque não posso permitir ofensas à minha honra. Ingressei contra outros sites, mas parece erva daninha. As informações vão proliferando", chegou a dizer.

Integrantes da cúpula do PSDB traçaram nesta segunda-feira, 20, a estratégia que irão adotar na sabatina do ministro licenciado do ministério da Justiça Alexandre de Moraes, para o Supremo Tribunal Federal (STF). A sessão está prevista para ser realizada nesta terça-feira, 21, a partir das 10 horas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Segundo integrantes da bancada do PSDB, partido ao qual Moraes foi filiado, a ideia é se concentrar apenas em questões técnicas e evitar temas polêmicos que deverão ser explorados por integrantes da oposição. "Vamos ficar muito mais na área técnica. Não vamos ficar questionando assuntos que não são pertinentes, como qual é a linha ideológica dele. Não há porque perguntar isso", afirmou o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC).

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De acordo com ele, não foi discutida dentro da bancada e por parte de lideranças da base aliada uma estratégia para encurtar o tempo da sabatina com intuito que a votação da indicação também seja feita amanhã pelo plenário do Senado.

Durante a sessão, cada senador terá dez minutos para formular seus questionamentos, e Moraes terá o mesmo tempo para responder. São previstas também réplica e tréplica, de cinco minutos cada. A sabatina não tem limite de tempo. A última, realizada em março de 2015 com Edson Fachin, durou mais de 12 horas.

"Não há nenhuma combinação no sentido de abreviar o debate. Acho que a melhor forma para não ter nenhum quesito depois é fazer a sabatina com total liberdade para todos se colocarem. Também não temos nenhuma preocupação quanto a possíveis ataques da oposição. Em sabatina não cabe a nenhum senador fazer a defesa ou ajudar", considerou o tucano.

Deputados petistas protocolaram nessa terça-feira (14), denúncias de plágio contra o ministro da Justiça licenciado, Alexandre de Moraes, na Procuradoria-Geral da República e no conselho de Ética da USP, onde ele é professor associado. Na semana passada, o jornal "Folha de S.Paulo" revelou que um livro de direito de autoria de Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer para o Supremo Tribunal Federal, contém trechos idênticos aos de uma obra do jurista espanhol Francisco Lorente (1930-2016). Moraes negou ter cometido plágio.

"Ele não desenvolveu a obra científica e copia sem citar. Isso desmente o notável saber jurídico e, além disso, plagiador não tem reputação ilibada", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos autores, citando dois pré-requisitos para a vaga no STF.

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Em outra reportagem, o site "Jornalistas Livres" aponta que o livro "Legislação Penal Especial", no qual Moraes é coautor ao lado do hoje procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Poggio Smanio, contém trechos idênticos à obra "Tóxicos, Prevenção - Repressão", escrito pelo professor de Direito Vicente Greco Filho.

Em nota, Moraes disse que o capítulo questionado é de autoria de Smanio. Também em nota, o procurador afirma que os trechos tratavam de conceitos sobre os tipos penais, de domínio comum e foram apresentados de maneira direta "para melhor compreensão dos alunos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Indicado pelo presidente Michel Temer para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nessa terça-feira (14) a um grupo de senadores que as prisões provisórias não devem ser decretadas sem prazo determinado. Para ele, as detenções não podem perdurar "ad eternum", ou seja, indefinidamente.

O comentário de Moraes foi feito durante almoço com nove senadores do "bloco moderador", composto por PR, PTB, PTC, PSC e PRB, uma semana após o ministro do STF Gilmar Mendes ter criticado as "alongadas prisões" decretadas pela Justiça de primeira instância no curso da Operação Lava Jato.

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Na ocasião, Gilmar afirmou que essas detenções estão em conflito com a jurisprudência do STF, afirmação que foi interpretada, nos bastidores, como senha para que a Corte relaxe a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), detido desde outubro.

Moraes já defendeu Cunha e, nas conversas com senadores, tem dito que o papel do advogado não pode ser confundido com o do promotor ou o do juiz. A sabatina dele na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) está marcada para a próxima terça-feira, dia 21.

De acordo com relatos, Moraes não citou o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução da Lava Jato, em Curitiba, no almoço desta terça. Afirmou apenas que é preciso levar em consideração os prazos previstos na legislação penal quando há prisões provisórias. "Ele está correto. Estou totalmente de acordo com o ponto de vista dele", disse o senador Pedro Chaves (PSC-MS), um dos participantes da reunião com Moraes.

O ministro licenciado se definiu como "legalista" e defendeu a continuidade das investigações da Lava Jato. Entre os ouvintes do "bloco moderador", apenas o senador Fernando Collor (PTC-AL) era denunciado pela Lava Jato. Alguns dos presentes já haviam conversado com Moraes, na semana passada, quando o senador Wilder Morais (PP-GO) o convidou para um jantar, que ocorreu dentro de um barco.

"Gostei muito do jeito dele, menos formal, mais aberto e não fica só no 'juridiquês'. É uma pessoa que também conhece o Executivo e pode levar isso ao Supremo", resumiu o líder do bloco, senador Wellington Fagundes (PR-MT).

PMDB

À tarde, Moraes se reuniu com senadores do PMDB, bancada que tem vários investigados, entre eles o líder do partido, Renan Calheiros (AL). À saída do encontro, Renan disse que suas divergências com Moraes são "coisa do passado". Há cerca de quatro meses, ele havia chamado o ministro licenciado de "chefete de polícia".

Moraes destacou que tentará trabalhar para evitar conflito entre os Poderes. A um questionamento de Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) de que a "briga" entre Executivo, Legislativo e Judiciário provoca "insegurança", afirmou que o Supremo tem de manter a "cautela".

Antes de deixar o Senado, ele também conversou com o líder da minoria, Humberto Costa (PT-CE). "Dissemos a ele que seremos respeitosos na sabatina, mas não deixaremos de perguntar questões importantes", observou Costa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, chegou nesta terça-feira, 14, ao gabinete da liderança do bloco moderador para um almoço de aproximação com os senadores do grupo antes da sabatina pela qual irá passar dentro do processo de indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Integram o bloco parlamentares de nove partidos, como PTB, PSC, PTC, PRB e PR.

Mais cedo, Moraes já havia estado nos gabinetes das senadoras Maria do Carmo Alves (DEM-SE) e Regina Sousa (PT-PI).

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À tarde, Moraes vai se reunir com a bancada do PMDB na Casa, a maior do Senado, com 21 parlamentares, e ainda deverá conversar com o líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE).

Além dos senadores, cidadãos também poderão participar da sabatina do indicado a ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado está prevista para 22 de fevereiro e será interativa. Qualquer cidadão poderá enviar perguntas pelo site do Senado ou por telefone.

O ministro licenciado da Justiça terá de responder perguntas sobre seu currículo, seus posicionamentos jurídicos e políticos.

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Quem quiser enviar questões para Moraes, basta acessar o Evento Interativo, no Portal e-Cidadania, e acessar este link: https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoaudiencia?id=10297

A página está aberta e as perguntas já podem ser enviadas desde já. Outra opção é pelo telefone 0800 61 22 11. A ligação é gratuita.

A primeira sabatina com participação dos cidadãos ocorreu no dia 12 de maio de 2015, quando Edson Fachin foi indicado para ministro do STF pela ex-presidente Dilma Rousseff. O evento recebeu mais de 640 comentários e perguntas que foram encaminhadas ao relator e aos senadores da comissão.

Tramitação

Alexandre de Moraes foi indicado pelo presidente Michel Temer para ocupar no STF a vaga do ministro Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo em Paraty (RJ) no dia 19 de janeiro. A indicação, entretanto, precisa ser aprovada pelo Senado Federal.

A candidatura é analisada primeiramente pela CCJ, comissão que foi instalada na manhã desta quinta-feira, 9. O presidente do colegiado, Edison Lobão (PMDB-MA), indicou o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) como relator da matéria.

Braga não confirmou quando apresentará seu parecer, mas a expectativa é de que o relatório esteja disponível para os demais senadores na próxima quarta-feira. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), calcula que Moraes seja sabatinado até 22 de fevereiro na comissão. No mesmo dia, a indicação segue para votação em plenário.

A bancada do PSOL vai protocolar nesta quinta-feira (9) uma representação na Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer por ter indicado o nome de Alexandre de Moraes para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

O partido alega que houve "ato de desvio de finalidade" na indicação, já que Moraes é um homem de "absoluta confiança" de Temer, que foi seu ministro da Justiça e era até esta semana filiado ao PSDB.

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A representação também foi assinada por dois deputados do PT: Henrique Fontana (RS) e Paulo Teixeira (SP). Para Fontana, a indicação de um aliado de Temer para o cargo de ministro do STF é um "escárnio" e tem como objetivo interromper as investigações da Operação Lava Jato.

Os deputados esperam que a ação consiga impedir a nomeação de Moraes para o Supremo. A confirmação da indicação só acontece após uma sabatina no Senado e a aprovação do nome pelos senadores no plenário da Casa.

O deputado petista acusou Temer de estar trabalhando em conjunto com o ministro do Supremo Gilmar Mendes para "providenciar mecanismos" que possam levar à soltura do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba

Para ele, "um dos grandes objetivos do governo Michel Temer é exatamente bloquear as investigações contra a corrupção, porque essas investigações estão chegando ao coração de grandes partidos da política tradicional brasileira, como é o caso do PMDB, do PSDB, estão chegando ao coração de grandes interesses empresariais".

O deputado também afirmou que "todo o Brasil sabe que Eduardo Cunha contar tudo que ele sabe o governo Temer cai no dia seguinte".

Segundo Fontana, se Moraes for nomeado ao Supremo, ele "será mais um aliado de Gilmar Mendes nesta bancada de absoluta confiança do governo Temer, do PSDB e do PMDB. É algo inaceitável o que nós estamos assistindo".

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