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O Ministério das Cidades divulgou nesta quarta-feira, 6, no Diário Oficial da União (DOU), os critérios que serão considerados pelo governo para atender a pedidos de liberação de recursos financeiros no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a partir do mês de junho de 2016.

Segundo a instrução normativa do Ministério, a lista de prioridades leva em conta, entre outros aspectos, "o elevado impacto social das obras relacionadas à habitação popular, quer para os beneficiários finais, quer para a geração de empregos e dinamização da economia" e "os compromissos internacionais assumidos pelo governo brasileiro relativamente à organização dos Jogos Olímpicos de 2016".

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A instrução determina que serão atendidas integralmente as solicitações recebidas na Coordenação-Geral de Orçamento e Finanças, da Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração, até o dia 22 de junho de 2016, referentes aos seguintes programas e ações: Fundo de Arrendamento Residencial, até o limite de R$ 356 milhões; contrapartidas de responsabilidade da União no âmbito do Programa Nacional de Habitação Urbana, até o limite de R$ 70 milhões; ações de gestão de risco de desastres naturais, sob a responsabilidade da Secretaria Nacional de Acessibilidade e Planejamento Urbano, até o limite de R$ 15 milhões; ações de mobilidade urbana relacionadas aos Jogos Olímpicos de 2016, até o limite de R$ 47 milhões; compromissos de responsabilidade da Companhia Brasileira de Trens Metropolitanos (CBTU) e Trensurb, até o limite conjunto de R$ 29 milhões.

Outros pedidos poderão ser atendidos total ou parcialmente, destaca a instrução, nesta ordem de prioridade: "ações de responsabilidade da Secretaria Nacional da Habitação, até o limite de R$ 177 milhões"; e "atendimento dos demais compromissos, sob gestão da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental e da Secretaria Nacional de Transporte Urbano e Mobilidade, em ordem cronológica por data de registro da solicitação pelas unidades gestoras, em lista única por ente federado compromissário, até o limite de R$ 20 milhões por ente federado compromissário".

O governo federal informa no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 12, que encaminhou ao Congresso Nacional informações referentes ao montante de recursos a ser destinado, no quadriênio 2016-2019, ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Programa de Investimentos em Logística (PIL). A mensagem de envio é assinada pela presidente Dilma Rousseff. O documento não informa os valores dos aportes aos programas.

As metas do PAC, assim como as do Plano Nacional de Educação e do Plano Brasil sem Miséria, são prioridades do governo estabelecidas no Plano Plurianual da União (PPA) nesses próximos quatro anos. O PPA de 2016 a 2019 foi sancionado em janeiro. No texto, o governo avisou que enviaria as informações do montante do PAC e do PIL no prazo de 90 dias.

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O PPA define diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para implementação e gestão das políticas públicas.

O impacto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no conjunto de riquezas produzidas pelo País foi, em média, de 1,23% entre 2007 e 2014. A contribuição direta e indireta do programa - que tem como objetivo expandir os investimentos em infraestrutura no País e impulsionar o crescimento econômico - para o PIB variou entre 0,89% e 1,45% no período.

"A ótica da demanda sugere que o PAC infraestrutura impulsionou, mas foi claramente insuficiente em magnitude para alterar de forma material a trajetória do PIB no período e - com toda a probabilidade - em anos futuros", dizem os economistas Cláudio Frischtak e Julia Noronha, da Inter.B Consultoria, autores de estudo sobre o programa.

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Em 2007, a estimativa era de que os investimentos em todos os setores somassem R$ 502,9 bilhões ao final dos primeiros quatro anos do PAC. Especificamente no caso da infraestrutura, o investimento total esperado para o período era de R$ 169,2 bilhões.

Em meados de 2010, foi divulgada a segunda versão do programa, que seria executada entre os anos 2011 e 2014. Inicialmente, era esperada uma execução global de R$ 1,59 trilhão, valor depois revisto para R$ 621 bilhões. Além de petróleo e gás (sob comando da Petrobrás) e da área de defesa, a execução do programa deslanchou apenas nas ações caracterizadas por transferências via subsídios, como o Minha Casa Minha Vida e mesmo doações de retroescavadeiras para prefeituras.

O ano de 2014, com a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, foi o auge do programa, com investimentos de R$ 39,8 bilhões. No entanto, o ano em que os desembolsos tiveram maior impacto no PIB foi 2009 (1,45%). O impacto de curto prazo foi calculado pela ótica da demanda, levando em conta que os gastos com investimentos em um determinado ano podiam "transbordar" para o ano seguinte. Também entrou na conta o efeito indireto na economia: estima-se que a cada R$ 1 milhão investido nos setores da construção pesada seja gerado - enquanto efeito indireto - um aumento marginal no PIB na ordem de R$ 876 mil.

Entre 2007 e 2014, foram desembolsados, de acordo com as informações oficiais disponíveis, R$ 219 bilhões de investimentos. Usando o multiplicador, teria havido nesse período um ganho adicional de R$ 191,8 bilhões. Levando em consideração os efeitos diretos e indiretos, o impacto foi de R$ 410,8 bilhões ao longo de 8 anos.

No mês passado, a presidente transferiu a gestão do PAC do Ministério do Planejamento para a Casa Civil, depois que o ex-presidente Lula foi empossado como ministro. No entanto, o Supremo Tribunal Federal, em decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, suspendeu a posse do ex-presidente. O Estado procurou a Casa Civil sobre as conclusões do estudo, mas foi orientada a mandar os questionamentos para o Ministério do Planejamento.

Em nota, o ministério afirmou não ser possível se manifestar, "por desconhecer o conteúdo e a metodologia" do estudo. A pasta diz que foram executados 94% dos R$ 657,4 bilhões dos investimentos do PAC 1 e 96% de mais de R$ 1 trilhão do PAC 2. Ainda, segundo o ministério, 82% das obras do PAC 1 foram concluídas e 9,7% do PAC 2. Em 2015, o PAC executou R$ 251,7 bilhões, 24,2% do total previsto até 2018 (R$ 1,04 trilhão).

Esses dados, porém, estão inflados pelos financiamentos habitacionais tomados pelos cidadãos em bancos públicos, a preços de mercado. Essas operações e os financiamentos subsidiados do Minha Casa Minha Vida respondem por cerca de 40% do resultado do programa.

O estudo faz uma ressalva em relação aos números divulgados pelo governo. Segundo os economistas, a avaliação do impacto do PAC enfrenta "obstáculos não triviais" pela escassez de dados sobre o programa e os projetos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, será o responsável pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União, a presidente Dilma Rousseff transferiu a Secretaria do PAC, antes responsabilidade do Ministério do Planejamento, para a Casa Civil.

No mesmo decreto, Dilma transferiu a Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido como Conselhão, para o Gabinete Pessoal da Presidência da República, que ganhou status de ministério ao ser assumida por Jaques Wagner. Até então, a gestão do Conselhão era uma atribuição da Casa Civil.

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O Ministério do Planejamento informou nesta segunda-feira (29) que foram executados R$ 251 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2015. O montante corresponde a 24,2% do valor que deve ser investido entre 2015 e 2018, estimado em R$ 1,04 trilhão. Os números, geralmente divulgados em coletiva de imprensa com a presença de ministros do governo, foram divulgados por e-mail nesta manhã.

Com a crise econômica e o ajuste fiscal, o programa tem sido alvo de cortes. No último contingenciamento, anunciado na semana passada, foram retirados R$ 4,2 bilhões para o Orçamento deste ano. "Mesmo com o atual cenário econômico desfavorável, o PAC continua sendo um importante programa de aplicação sequenciada de recursos em infraestrutura no Brasil desde 2007", ponderou o Planejamento, por meio de nota, ressaltando que a continuidade do programa promove geração de empregos, redução das desigualdades regionais e melhoria de vida para a população.

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No ano passado, as obras entregues contaram com recursos da ordem de R$ 159,7 bilhões, o que representa 23,8% do previsto para o período 2015-2018 (R$ 672 bilhões). De acordo com o Planejamento, do total dos valores executados em 2015 pelo PAC, R$ 99,9 bilhões correspondem a valores de financiamento ao setor público, financiamento habitacional de imóveis novos e do programa Minha Casa, Minha Vida.

Um total de R$ 55,8 bilhões são de financiamentos das empresas estatais, R$ 47,3 bilhões do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social, R$ 45,4 bilhões do setor privado e R$ 3,3 bilhões de contrapartidas de Estados e municípios.

Entre os empreendimentos concluídos de infraestrutura logística em 2015 estão 270 quilômetros de rodovias, 163 quilômetros da ferrovia Transnordestina (PE), dois terminais hidroviários de passageiros na Região Norte, o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), a recuperação do pátio do Aeroporto Santos Dumont (RJ) e a ampliação dos aeroportos de Santarém (PA) e Tabatinga (AM).

Na área de infraestrutura energética, a Pasta destaca a conclusão de 108 empreendimentos de energia eólica, 1.578 quilômetros de linhas de transmissão e oito subestações. O início da produção das plataformas P-61 e a FPSO Cidade de Itaguaí e a entrega de quatro navios de grande porte da indústria naval, também, fazem parte da lista de obras concluídas ou em operação.

Já as principais ações de infraestrutura social e urbana entregues no ano passado referem-se a 445.305 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, 163 empreendimentos de urbanização de assentamentos precários, 632 projetos de saneamento e esgotamento sanitário e resíduos sólidos.

Na área de Mobilidade Urbana, são 17 empreendimentos em operação, como a entrega das últimas estações da Linha 1 do Metrô de Salvador (BA). O programa Luz para Todos efetivou 57.676 novas ligações no País, o que corresponde a 28% da meta estabelecida para o período 2015-2018.

Não só o PAC foi cortado para compor o ajuste fiscal de R$ 23,4 bilhões. Os gastos não obrigatórios do governo, chamados discricionários, recuaram aos níveis de 2009, um ano de crise no cenário internacional. Foram autorizados R$ 233,3 bilhões, o equivalente a 3,8% do PIB. Em 2009, foram 3,7%. Estão nesse grupo os gastos com diárias e viagens, o material de consumo dos ministérios e os investimentos.

Mas há outras despesas que, embora não sejam obrigatórias, tampouco podem ser cortadas, como os complementos que o governo paga para que sejam cumpridos os gastos mínimos com educação e saúde. Tirando esses, o que sobra para cortar são R$ 139 bilhões. Desses, os ministérios foram autorizados a gastar um pouco menos: R$ 115,8 bilhões. O ministro do Planejamento, Valdir Simão, disse que os "sacrifícios" em 2016 serão superiores aos de 2015.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vitrines do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as obras de urbanização no complexo de favelas do Alemão, na zona norte do Rio, foram superfaturadas em R$ 139,5 milhões, aponta relatório de fiscalização preparado pela Controladoria-Geral da União (CGU).

O superfaturamento, segundo o documento, equivale a 24,47% do valor total contratado para as obras: R$ 710 milhões. O valor inicial contratado foi de R$ 493,3 milhões. Só o teleférico, símbolo do novo Alemão, teve o desvio, identificado pela auditoria, de R$ 14,8 milhões.

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Uma das empreiteiras acusadas, a Construtora Norberto Odebrecht, negou ter cometido ilegalidade. As demais negaram-se a comentar as denúncias ou não responderam ao pedido de entrevista.

O relatório, de 2013, foi anexado ao inquérito aberto no ano passado pela Superintendência da Polícia Federal no Rio para investigar a prática de sobrepreços nos contratos e suspeitas de fraude no processo de licitação. O Ministério Público Federal abriu inquérito civil público para acompanhar a apuração. Em nota, a PF informou que não comenta investigações em andamento.

A auditoria encontrou valores superfaturados nas obras do teleférico, no transporte de cargas, na destinação dos resíduos da construção civil, nas demolições e nas obras de drenagem pluvial e esgoto sanitário. Também foram verificados sobrepreços nos gastos com aluguel social, indenizações de benfeitorias e compra de imóveis para quem teve de ser removido do Alemão. A CGU detectou ainda a inserção indevida de despesas com impostos no custo final da obra, o que gerou superfaturamento.

O Complexo do Alemão é formado por 30 favelas onde vivem, segundo o Censo 2010 do IBGE, 60,5 mil pessoas. As obras foram iniciadas em 2008, com a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, na ocasião, apresentou a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como "a mãe de PAC". Na inauguração do teleférico, em julho de 2011, já presidente, Dilma classificou o sistema como símbolo máximo do programa.

Parâmetros

Os valores pagos pelas obras foram inflados na Bonificação e Despesas Indiretas (BDI), segundo o relatório. Trata-se de uma taxa, que inclui despesas com impostos e o lucro do construtor, aplicada sobre o custo do empreendimento, para chegar ao valor final da obra ou serviço. A CGU detectou porcentuais acima dos parâmetros estabelecidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o que resultou em pagamentos superfaturados.

O teleférico teve superfaturamento de R$ 14,8 milhões - incluindo o sobrepreço de R$ 4,7 milhões na instalação de estacas das fundações das cinco estações e das torres que sustentam os cabos. O sobrepreço ocorreu pela não adoção do porcentual de BDI diferenciado para a construção do sistema de transportes. A Secretaria de Obras do Estado do Rio e o Consórcio Rio Melhor, formado pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Delta, usaram porcentual de 29%. Para a CGU, o correto seria 12%, conforme exigência do TCU. A obra custou R$ 210 milhões, no total.

O teleférico está no centro da investigação sobre o suposto conluio entre as empresas que venceram a licitação, em 2008. A PF apura se o Consórcio Rio Melhor e os consórcios concorrentes Manguinhos e Novos Tempos, liderados pelas construtoras Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, respectivamente, trocaram documentos entre si. As empresas são acusadas de formar cartel em obras da Petrobras.

A Construcap, firma que participou da concorrência, denunciou suposto direcionamento do processo e acerto prévio. O Consórcio Manguinhos venceu a licitação para o PAC da favela do mesmo nome, na zona norte. O Novos Tempos ficou com a Rocinha, favela na zona sul da capital fluminense. O delegado Helcio Assenheimer pediu ajuda à Operação Lava Jato, que investiga a atuação das empreiteiras e do governo federal em obras e licitações.

Construtoras

A empreiteira Odebrecht afirmou que não cometeu ilegalidade. "A Odebrecht nega a participação em qualquer ação ilícita", disse em nota. Procuradas, a Queiroz Galvão e a Andrade Gutierrez também informaram que não comentariam a investigação. A OAS e a Delta, que faziam parte do consórcio que realizou obras de urbanização no Complexo do Alemão, não responderam aos e-mails enviados da reportagem.

Em nota, a CGU disse que os trabalhos ainda estão em andamento e por isso não se manifestará sobre o relatório. O documento foi enviado ao Ministério das Cidades, que não se pronunciou sobre as suspeitas de desvio. Na semana passada, o ministério afirmou apoiar a apuração de qualquer suspeita. A Secretaria de Obras do Estado do Rio não respondeu à reportagem.

Vitrines do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as obras de urbanização no complexo de favelas do Alemão, na zona norte do Rio, foram superfaturadas em R$ 139,5 milhões, aponta relatório de fiscalização preparado pela Controladoria-Geral da União (CGU). O superfaturamento, segundo o documento, equivale a 24,47% do valor total contratado para as obras: R$ 710 milhões. O valor inicial contratado foi de R$ 493,3 milhões. Só o teleférico, símbolo do novo Alemão, teve o desvio, identificado pela auditoria, de R$ 14,8 milhões.

O relatório, de 2013, foi anexado ao inquérito aberto no ano passado pela Superintendência da Polícia Federal no Rio para investigar a prática de sobrepreços nos contratos e suspeitas de fraude no processo de licitação. O Ministério Público Federal abriu inquérito civil público para acompanhar a apuração. Em nota, a PF informou que não comenta investigações em andamento.

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A auditoria encontrou valores superfaturados nas obras do teleférico, no transporte de cargas, na destinação dos resíduos da construção civil, nas demolições e nas obras de drenagem pluvial e esgoto sanitário. Também foram verificados sobrepreços nos gastos com aluguel social, indenizações de benfeitorias e compra de imóveis para quem teve de ser removido do Alemão. A CGU detectou ainda a inserção indevida de despesas com impostos no custo final da obra, o que gerou superfaturamento.

O Complexo do Alemão é formado por 30 favelas onde vivem, segundo o Censo 2010 do IBGE, 60,5 mil pessoas. As obras foram iniciadas em 2008, com a presença do então presidente Luís Inácio Lula da Silva, que, na ocasião, apresentou a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como "a mãe de PAC". Na inauguração do teleférico, em julho de 2011, já presidente, Dilma classificou o sistema como símbolo máximo do programa.

Parâmetros

Os valores pagos pelas obras foram inflados na Bonificação e Despesas Indiretas (BDI), segundo o relatório. Trata-se de uma taxa, que inclui despesas com impostos e o lucro do construtor, aplicada sobre o custo do empreendimento, para chegar ao valor final da obra ou serviço. A CGU detectou porcentuais acima dos parâmetros estabelecidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o que resultou em pagamentos superfaturados.

O teleférico teve superfaturamento de R$ 14,8 milhões - incluindo o sobrepreço de R$ 4,7 milhões na instalação de estacas das fundações das cinco estações e das torres que sustentam os cabos. O sobrepreço ocorreu pela não adoção do porcentual de BDI diferenciado para a construção do sistema de transportes. A Secretaria de Obras do Estado do Rio e o Consórcio Rio Melhor, formado pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Delta, usaram porcentual de 29%. Para a CGU, o correto seria12%, conforme exigência do TCU. A obra custou R$ 210 milhões, no total.

O teleférico está no centro da investigação sobre o suposto conluio entre as empresas que venceram a licitação, em 2008. A PF apura se o Consórcio Rio Melhor e os consórcios concorrentes Manguinhos e Novos Tempos, liderados pelas construtoras Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, respectivamente, trocaram documentos entre si. As empresas são acusadas de formar cartel em obras da Petrobrás. A Construcap, firma que participou da concorrência, foi à PF acusar supostos direcionamento do processo e acerto prévio. O Manguinhos venceu a licitação para o PAC da favela homônima, na zona norte. O Novos Tempos ficou com a Rocinha, favela na zona sul. Na semana passada, o delegado Helcio Assenheimer pediu ajuda à Operação Lava Jato, que investiga a atuação das empreiteiras e do governo federal em obras e licitações.

Construtoras não se manifestam

A construtora Odebrecht não comentou as conclusões da auditoria da CGU. "A Odebrecht nega a participação em qualquer ação ilícita", disse em nota. Procuradas, a Queiroz Galvão e a Andrade Gutierrez informaram que não comentariam a investigação. A OAS e a Delta, que faziam parte do consórcio que realizou obras de urbanização no Complexo do Alemão, não responderam aos e-mails enviados da reportagem.

Em nota, a CGU disse que os trabalhos ainda estão em andamento e por isso não se manifestará sobre o relatório. O documento foi enviado ao Ministério das Cidades, que não se pronunciou sobre as suspeitas de desvio. Na semana passada, o ministério afirmou apoiar a apuração de qualquer suspeita. A Secretaria de Obras do Estado do Rio não respondeu à reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sempre esteve associado a investimentos públicos injetados em projetos prioritários de infraestrutura, principalmente em áreas como transporte, energia e saneamento. Uma avaliação sobre o histórico de sua execução financeira, no entanto, revela que o programa lançado em 2007 sempre foi, na realidade, uma iniciativa inflada pelos financiamentos da casa própria tomados pelo cidadão.

De 2007 a 2014, os aportes feitos pelo PAC 1 e 2 somaram R$ 1,490 trilhão, conforme informações do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) compiladas pela organização Contas Abertas, a pedido do Estado. Desse total, revelam os dados oficiais, mais de R$ 502 bilhões, o equivalente a 34% do total, são oriundos de empréstimos habitacionais tomados por cidadãos em bancos públicos, para compra e reforma da casa própria. Outros R$ 78 bilhões estão ligados a empréstimos subsidiados do programa Minha Casa Minha Vida. Isso significa que quase 40% de tudo o que foi computado pelo PAC como investimento em infraestrutura durante oito anos não passa, na realidade, de dinheiro do cidadão usado para comprar seu teto.

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O peso do financiamento habitacional fica ainda mais aparente se consideradas apenas as "ações concluídas" entre 2007 e 2014. Do total de R$ 1,119 trilhão desembolsado no período para essas ações, 52% se enquadram na categoria de financiamento habitacional, enquanto os projetos de transporte, por exemplo, que englobam investimentos em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos, representaram apenas 11% do total, com R$ 124,3 bilhões aplicados.

"Os resultados do PAC são inflados pelo financiamento habitacional. Em 2007, quando o programa foi divulgado, a previsão desses empréstimos era chegar a R$ 74,5 bilhões. No último balanço completo divulgado, em outubro de 2014, o governo afirma que financiou R$ 502,2 bilhões até aquela data", diz o secretário-geral da Contas Abertas, Gil Castello Branco. "Os grandes financiadores do PAC são os cidadãos, que tomam empréstimos e vão pagá-los com juros."

Estatais

Descontados os desembolsos ligados à moradia, quem mais financia os projetos do PAC são as estatais, que em oito anos do programa investiram R$ 434,2 bilhões, ou 29% do total aplicado. A injeção direta feita pelos cofres públicos, ou seja, o dinheiro que sai do Orçamento Geral da União, representou 10% do que foi aportado.

Até novembro de 2015, o volume de investimentos feito no âmbito do PAC acumulava queda de 40% em relação ao ano passado. Na última semana de dezembro, porém, o governo decidiu dar fim a uma pedalada que envolvia o FGTS usado no financiamento habitacional e acertou as contas com a Caixa Econômica Federal, com um aporte de R$ 10,5 bilhões. Com esse desembolso, a queda de investimentos ficou em 25% em relação ao ano anterior.

Em 2014, a movimentação financeira do PAC atingiu R$ 62,912 bilhões, em preços corrigidos pela inflação, ante os R$ 47,254 bilhões atingidos em 2015. Questionado sobre o desempenho do PAC em 2015, o Ministério do Planejamento informou que o resultado, "apesar do quadro de ajustes da economia, mostra que o programa está em andamento e com desempenho bastante expressivo".

Perguntado sobre a razão de tratar os empréstimos habitacionais feitos pelo cidadão como investimento do PAC, o Planejamento declarou que "os investimentos do financiamento habitacional SBPE (imóveis novos) compõem o PAC desde o início em função de seus impactos anticíclicos" na economia como um todo. Sobre o plano de lançar o PAC 3, o ministério informou apenas que "o PAC é um processo contínuo de planejamento e execução de empreendimentos de infraestrutura em todo o País" e que, "nesse sentido, as obras constantes do programa continuam em execução e novas ações prioritárias estão sendo incluídas desde 2015".

A respeito das mudanças no balanço divulgado sobre a execução do programa, que deixou de detalhar o andamento de diversas obras e passou a omitir o prazo de conclusão e andamento dos projetos, o Planejamento disse que "houve uma mudança no modelo de apresentação do balanço do PAC para inovar e tornar sua leitura mais agradável" e que as informações detalhadas continuam à disposição "no site do programa, no portal Dados Abertos e nas cartilhas estaduais". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quase oito anos após o começo das obras, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) investiu R$ 1,4 bilhão em recursos da União, Estado e município no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, mas entregou apenas 53% das unidades habitacionais que planejara. No projeto inicial, estava prevista a aplicação de R$ 495 milhões, em valores da época. O início dos trabalhos foi em 7 de março de 2008, quando a então ministra da Casa Civil e hoje presidente da República, Dilma Rousseff, foi apresentada como a "mãe do PAC" pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia na comunidade.

As redes de esgoto e de água tiveram os maiores avanços, embora o teleférico chame mais atenção, mesmo tendo sido fechado em pelo menos 11 ocasiões no ano passado por causa dos tiroteios entre bandidos de quadrilhas rivais e entre bandidos e policiais.

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O Complexo do Alemão é formado por 30 favelas onde vivem 60,5 mil pessoas, segundo o Censo 2010 do IBGE. O planejamento do PAC divulgado ainda em 2007 estabelecia a construção de 1.716 unidades habitacionais. Mas até agora foram entregues 920, de acordo com a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop), responsável por coordenar a execução dos trabalhos do PAC.

A licitação para as obras de urbanização planejadas pelo PAC nos complexos de favelas do Alemão, Rocinha e Manguinhos é alvo de investigação da Polícia Federal no Rio. Na quarta-feira, o delegado responsável pela apuração, Helcio William Assenheimer, solicitou informações à Operação Lava Jato. Ele investiga se houve conluio entre as empresas líderes dos consórcios vencedores dos contratos. O Consórcio Rio Melhor, liderado pela empreiteira Odebrecht, é investigado em um outro inquérito sobre superfaturamento de R$ 127,4 milhões nas obras do PAC no Alemão.

Problemas estruturais

Parte das moradias entregues estão com problemas estruturais, como vazamentos, infiltrações e rachaduras. Um desses apartamentos pertence a Maria de Fátima dos Santos, 49 anos. A dona de casa mora no Condomínio Poesi, na Estrada do Itararé, um dos acessos ao conjunto de favelas, para onde famílias removidas foram levadas. Ela enfrenta problemas desde a mudança para a nova moradia. O principal é na tubulação, que retorna esgoto pelo ralo da pia na cozinha. "Os problemas começaram dois meses após me mudar."

Maria precisou deixar sua quitinete - de três cômodos, onde vivia com os quatro filhos - no Morro do Adeus para a construção de uma das torres do teleférico, em agosto de 2010. A obra custou R$ 210 milhões e foi inaugurada em julho de 2011.

Na estação Itararé, no alto da favela Nova Brasília, funciona a base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) que atende a comunidade. Quem chega ao local em uma das 152 gôndolas do teleférico vê um prédio bem acabado pela frente. "Basta dar a volta pelos fundos para ver a área do Capão abandonada, com esgoto a céu aberto, lixo, ratos, baratas e focos de mosquito da dengue", afirmou o diretor da Associação de Moradores da Nova Brasília, Alan Luiz Santos.

"Só fizeram bonito na parte baixa do morro", reclamou a ambulante Maria Luiza Gomes, 50 anos. Uma parede da casa dela foi demolida com a casa do vizinho, na Nova Brasília. O argumento para colocar o imóvel abaixo era de que a obra de saneamento passaria ali. "Até hoje sofro na cozinha com o mau cheiro do valão. Mas o serviço de água e coleta de lixo melhorou." Desde o início das obras, foram instalados 38,3 mil metros de rede de esgoto, 20 mil metros além do que estava previsto. Também foram construídos 38,3 mil metros de rede de água e 27 mil metros de drenagem, segundo dados oficiais.

Segundo a Emop, o Capão é uma área de risco e famílias tiveram de ser removidas com a demolição de algumas casas. "Está prevista a remoção dos entulhos em uma complementação do PAC 1", informou o órgão em nota, embora o Ministério das Cidades tenha divulgado que a área não integra a "intervenção de urbanização" realizada com recursos do PAC no Alemão.

Promessas

Alguns dos projetos considerados prioritários não saíram do papel, como o Parque Serra da Misericórdia, previsto para ser construído no alto da serra, entre o Morro do Juramento e os Complexos do Alemão e da Penha. A promessa em 2007 do então secretário estadual de Obras Luiz Fernando Pezão, hoje governador do Estado do Rio, era de que o espaço ficaria no estilo do Parque do Flamengo, "com muito verde, área de lazer e um lago". No fim de 2010, a prefeitura do Rio publicou decreto transformando a Serra da Misericórdia em parque urbano, para receber áreas de lazer, quadras poliesportivas, equipamentos de ecoturismo, esportes de aventura, ciclovias e trilhas. A prefeitura informou que o projeto foi cancelado e transferido para o governo do Estado. A Emop, por sua vez, anunciou que não há projeto para o Parque da Misericórdia. O Ministério das Cidades, em nota, sustenta que o parque não faz parte das intervenções do PAC.

Na área de educação, os recursos do PAC foram responsáveis pelas 5 mil vagas no Colégio Estadual Tim Lopes, que homenageia o jornalista assassinado por traficantes no Complexo do Alemão em 2002. O acesso a unidades de ensino foi o principal responsável pelo aumento do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal do complexo de favelas.

Com o projeto das UPPs abalado pelo avanço do tráfico, a violência é crescente na região. Os relatos de tiroteio são praticamente diários e têm afetado a área de educação. No ano passado, 35 escolas municipais situadas na região administrativa onde o Alemão está inserido tiveram de fechar pelo menos uma vez por causa da violência, segundo a Secretaria Municipal de Educação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para combater a recessão e tentar destravar investimentos, principalmente em infraestrutura, o governo prepara o lançamento de um novo pacote de medidas, uma espécie de nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas apenas duas das dez maiores obras do PAC 1, lançado em 2007, foram totalmente concluídas.

Levantamento feito pelo Estado com base em informações dos ministérios responsáveis pela execução dos empreendimentos - e confrontadas com balanços oficiais do programa - mostra que, além desses dois projetos já entregues na área de petróleo, três usinas de energia e uma refinaria até entraram em operação, mas ainda não foram concluídas. O governo também entregou uma parte do trecho sul da Ferrovia Norte-Sul, entre Palmas e Anápolis, mas a segunda parte está prevista para ser entregue só no fim deste ano.

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A maior obra do PAC, a construção do que seria a maior refinaria de petróleo do mundo - a Premium 1, no Maranhão -, foi abortada pela Petrobrás. A estatal teve um prejuízo de R$ 2,1 bilhões com o projeto, que custaria R$ 41 bilhões.

Tirando essa obra, as nove restantes custariam aos cofres públicos R$ 60 bilhões, de acordo com estimativas iniciais. Atualmente, porém, de acordo com os ministérios, esse valor já supera R$ 168 bilhões.

Lançado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PAC previa um total de R$ 503,9 bilhões em mais de mil projetos. Em 2010, foi lançado o PAC 2, como vitrine para a campanha da presidente Dilma Rousseff. A nova versão do programa incorporou as obras que não tinham sido concluídas no PAC 1, com total de investimentos na casa de R$ 1 trilhão.

Nesses nove anos de programa, atrasos constantes e mudanças no planejamento multiplicaram a previsão de gastos. Os ministérios que executam as obras e o Planejamento argumentam que é preciso descontar a inflação e a variação cambial do período. Além dos atrasos, em alguns casos, dizem, os custos subiram porque o projeto inicial foi completamente revisto, além dos gastos ambientais e de desapropriação.

No primeiro balanço do PAC, de janeiro a abril de 2007, o governo prometeu que até 2014 os principais projetos bilionários do programa estariam prontos ou em operação.

Superfaturamento

Entre eles, está a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que precisaria, segundo a previsão inicial, de investimentos de R$ 5,6 bilhões. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) constatou superfaturamento de R$ 1 bilhão em dois dos quatro contratos analisados. A Petrobrás teria como sócia na refinaria a venezuelana PDVSA, mas o empreendimento foi integralmente assumido pela estatal brasileira. O projeto não está totalmente concluído - a estimativa para finalizá-lo deve ser definida pela Petrobrás, com custos agora avaliados em R$ 35,7 bilhões. Mas a operação começou em dezembro de 2014.

O Ministério do Planejamento informou que o pagamento total do PAC em 2015 foi de R$ 47,3 bilhões. No ano anterior, o montante aplicado foi de R$ 62,9 bilhões. Segundo o órgão, o desempenho de uma das principais vitrines do governo foi "bastante expressivo", apesar do quadro recessivo.

O Planejamento - que prepara a divulgação do balanço fechado de 2015 do programa para fevereiro - listou entre as obras entregues no ano passado o trecho 1 do metrô de Salvador, que vai de Bom Juá a Pirajá, e a estação de bombeamento do eixo norte da transposição do Rio São Francisco.

Também foram inaugurados a Ponte Anita Garibaldi, segunda maior da BR-101, em Santa Catarina, e o Parque Eólico de Geribatu, no extremo sul gaúcho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para tentar estimular a economia, em meio a uma profunda recessão, o governo prepara uma série de medidas para destravar investimentos, um plano tratado internamente como uma espécie de "novo PAC". Mas obras anunciadas ainda no primeiro PAC, em 2007, e que já deveriam ter sido entregues há anos, continuam inacabadas.

Levantamento feito pelo Estado mostra que, das 10 maiores obras anunciadas pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento do Programa de Aceleração de Crescimento, há nove anos, apenas duas, na área de petróleo, foram totalmente concluídas. Outras três usinas de energia e uma refinaria até entraram em operação, mas de forma parcial - ainda estão em obras.

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A maior obra anunciada em 2007, a refinaria Premium 1, no Maranhão, com projeção de investimentos de R$ 41 bilhões, foi simplesmente abandonada, com prejuízo de R$ 2,1 bilhões para a Petrobrás.

O PAC foi lançado no governo Lula, em tempos de bonança econômica, com o objetivo declarado de "estimular o aumento do investimento privado e do investimento público, principalmente na área de infraestrutura" e "desobstruir os gargalos que impedem os investimentos", nas palavras do então ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O programa previa um total de R$ 503,9 bilhões em investimentos em mais de mil projetos. Em 2010, as obras ainda em andamento foram reembaladas, juntadas a outras e o governo lançou o PAC 2, com projeção de investimentos de R$ 1 trilhão. No início do seu segundo mandato, no ano passado, a presidente Dilma Rousseff disse que lançaria a terceira fase do programa, que ainda não saiu do papel.

Apesar de ter sido criado para destravar a infraestrutura, dados compilados pela organização Contas Abertas mostram que, de 2007 a 2014, 34% de tudo que foi considerado investimento dentro do PAC se referiam a financiamentos habitacionais tomados pelos cidadãos em bancos públicos, a preços de mercado. Se incluídos os financiamentos subsidiados do programa Minha Casa Minha Vida, essa conta chega a 40%.

No complexo de favelas do Alemão, no Rio, onde Dilma foi batizada em 2008 por Lula de "mãe do PAC", só 53% das unidades habitacionais prometidas foram entregues. O teleférico é a obra na região que mais chama a atenção - apesar de ter sido fechado só no ano passado 11 vezes, em função de tiroteios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Congresso reduziu para o próximo ano a liberdade que o governo da presidente Dilma Rousseff contava nos últimos anos e em 2015 para remanejar recursos e incluir novas obras no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sem a necessidade de aval do Legislativo. A mudança foi aprovada pelos parlamentares no Orçamento de 2016 e dá mais poderes para eles decidirem sobre o dinheiro destinado às obras prioritárias incluídas no programa, um dos carros-chefe da gestão petista.

Os parlamentares incluíram na peça um dispositivo que acaba com a regra que permitia que 30% dos recursos previstos para investimentos do PAC pudessem ser usados sem restrições. Ou seja, dentro desse limite, o governo podia, por meio de decreto - como quisesse - incluir obras no programa e transferir recursos previsto de um investimento para outro. Desde 2011, o Executivo contava com essa liberdade.

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A mudança determina que, para 2016, o limite de 30% de remanejamento será aplicado apenas na rubrica de cada investimento. Nesse caso, o governo poderá aumentar ou diminuir os recursos para uma determinada obra até esse valor. Se um obra tem orçamento previsto de R$ 100 milhões, o governo pode elevá-lo em mais R$ 30 milhões ou diminuir nesse mesmo valor. A alteração, entretanto, ainda pode ser vetada pela presidente Dilma nos próximos dias.

A proposta também restringe a eventual capacidade de o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, se valer de recursos públicos para induzir a retomada do crescimento econômico. A articulação da mudança, quando ainda estava em discussão na Comissão Mista de Orçamento (CMO), foi antecipada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, no início de setembro.

Não bastasse a restrição aprovada pelo Congresso, a queda de 44% de recursos de investimentos públicos autorizados em 2015 e no próximo ano dificultam a tarefa do governo de usar a capacidade do Estado para alavancar a economia.

Em 2015, foram autorizados R$ 82 bilhões em investimentos e, para o próximo ano, conforme aprovado pelo Congresso, constam R$ 45,4 bilhões. No caso do PAC, constam R$ 20,2 bilhões em 2016, ante R$ 38,9 bilhões este ano.

Após se reunir com Nelson Barbosa, o relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), afirmou na terça-feira que não há espaço na peça orçamentária do próximo ano para que o governo induza a retomada do crescimento. "No orçamento de 2016, não há espaço para o anticíclico, para o governo movimentar a economia", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), decidiu no fim da manhã desta quinta-feira, 12, suspender a reunião do colegiado prevista para votar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016. Rose adiou o encontro por meia hora diante do início da ordem do dia na Câmara, momento em que deputados têm de ir ao plenário votar.

Até o momento, a reunião se transformou numa "batalha regimental". O texto-base da LDO de 2016 já foi aprovado pela Câmara em votação simbólica, mas falta a votação do Senado. Com base no regimento, deputados da base e da oposição alegam que a sessão tem de ser derrubada porque não há uma presença mínima dos senadores para votar.

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A presidente da comissão deu prosseguimento à reunião por entender, também com base no regimento, que os deputados não têm legitimidade de arguir a presença dos senadores.

Como pano de fundo do embate está a proposta feita ontem pelo relator da LDO de 2016, deputado Ricardo Teobaldo (PTB-PE), que prevê o abatimento de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da meta fiscal do próximo ano.

Para mandar um recado de austeridade fiscal para o mercado, o relator da Lei Orçamentária (LOA) de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), articulou uma proposta alternativa - tratada como meio termo - ao sugerir a redução do abatimento do PAC de R$ 30 bilhões, conforme inicialmente proposto por Ricardo Teobaldo, para R$ 20 bilhões. O valor reduzido na dedução foi aceito pelo relator da LDO 2016.

Na prática, a medida, se for aprovada pela comissão e pelo Congresso, aumentaria o superávit primário "real" para o próximo ano. O governo defende uma economia para o pagamento dos juros da dívida pública de 0,7% do PIB (o que representa R$ 43,8 bilhões).

A proposta inicial de Teobaldo "legalizaria" um superávit de R$ 13,8 bilhões (0,22% do PIB), mas os governistas querem reduzir o teto de abatimento do PAC para propor um superávit de R$ 23,8 bilhões (correspondente a R$ 0,38% do PIB).

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) abriu na manhã desta quinta-feira (12) a reunião para votar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016. O principal ponto da discussão é a proposta feita pelo relator da proposta, deputado Ricardo Teobaldo (PTB-PE), que prevê o abatimento de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da meta fiscal do próximo ano.

O tema foi central numa reunião feita na manhã desta quarta-feira (11) de ministros da Junta Orçamentária com integrantes da CMO.

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Levy preferia uma "meta pura" - que prevê um superávit primário de 0,7% do PIB - para mostrar compromisso com o esforço fiscal e o reequilíbrio das contas públicas. Já o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, é defensor de uma meta mais flexível com a banda permitida pelo abatimento do PAC.

A definição em favor da dedução do programa foi dada pela presidente Dilma Rousseff, que se reuniu com Levy e o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, logo após o encontro deles com os integrantes da CMO.

Para mandar um recado de austeridade fiscal para o mercado, o relator da Lei Orçamentária (LOA) de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), articulou uma proposta alternativa - tratada como meio termo - ao sugerir a redução do abatimento do PAC de R$ 30 bilhões, conforme proposto por Ricardo Teobaldo inicialmente, para R$ 20 bilhões. O valor reduzido na dedução foi aceito pelo relator da LDO 2016.

Na prática, a medida, se for aprovada pela comissão e pelo Congresso, aumentaria o superávit primário "real" para o próximo ano. O governo defende uma economia para o pagamento dos juros da dívida pública de 0,7% do PIB (o que representa R$ 43,8 bilhões).

A proposta inicial de Teobaldo "legalizaria" um superávit de R$ 13,8 bilhões (0,22% do PIB), mas os governistas querem reduzir o teto de abatimento do PAC para propor um superávit maior, de R$ 23,8 bilhões (correspondente a R$ 0,38% do PIB).

A bancada parlamentar de Pernambuco no Congresso Nacional decidiu, em reunião na noite dessa quarta-feira (14), que vai destinar R$ 150 milhões para contribuir com a conclusão da obra da Adutora do Agreste em 2016, através de uma emenda impositiva. O encontro, que aconteceu na Câmara dos Deputados, em Brasília, reuniu os senadores e deputados federais.

Segundo o líder do PT no Senado, Humberto Costa, a União terá que liberar os recursos previstos no orçamento de 2016, obrigatoriamente, por se tratar de um instrumento impositivo previsto na legislação. “Usamos todo o limite de que a gente dispunha para financiar essa importante e estruturante obra no Estado. O objetivo é conclui-la o mais rápido possível”, afirmou o senador.

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A primeira etapa do empreendimento deve beneficiar, quando concluído, 32 municípios. O projeto tem orçamento total de R$ 1,2 bilhão e faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

No momento em que a presidente Dilma Rousseff está enfraquecida politicamente, parlamentares do Congresso articulam restringir boa parte da liberdade que o governo tem hoje para remanejar recursos e incluir novas obras no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sem pedir autorização ao Legislativo. A medida vai dar mais poder aos deputados e senadores de decidir sobre o dinheiro destinado às obras prioritárias incluídas no programa.

Hoje, o governo pode, por meio de decreto, remanejar verbas de 30% do PAC. Na prática, pode incluir obras no programa ou transferir recursos de um projeto para outro.

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Os parlamentares da Comissão Mista de Orçamento (CMO) vão incluir no Orçamento de 2016 dispositivo que acaba com a regra que permite que 30% dos recursos previstos para investimentos do PAC possam ser usados sem restrições.

O relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), já negociou apoio com os parlamentares da comissão para aprovar a mudança. A proposta é que o limite de 30% seja aplicado apenas na rubrica de cada investimento.

Nesse caso, o governo poderá aumentar ou diminuir os recursos para uma determinada obra até esse valor. Se uma obra tem orçamento previsto de R$ 100 milhões, o governo pode elevá-lo em mais R$ 30 milhões ou diminuir nesse mesmo valor.

Para o próximo ano, o governo prevê um total de R$ 42,4 bilhões de investimentos no PAC. Com a regra atual, a margem de manobra para 2016 seria de R$ 12,7 bilhões.

Cheque em branco. O entendimento dos parlamentares é que com a regra atual o governo acabou, na prática, terceirizando para o Executivo a execução orçamentária dos investimentos. "Acabou a festa. Essa margem no PAC virou um cheque em branco. Então, vamos agora preencher o cheque", disse Barros ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Barros alertou que, com a mudança, que será incluída em seu parecer, os governadores e prefeitos têm até o próximo dia 20 para trabalhar nas suas respectivas bancadas a inclusão de recursos para obras do PAC no Orçamento de 2016. Até o ano passado, havia uma romaria de gestores estaduais e municipais para garantir a inclusão de ações no programa. "Quem quiser ter recursos não vai conseguir indo conversar lá conversar com o gestor do Planejamento (ministério)", disse.

Para o relator, os investimentos do PAC ficavam ao "bel-prazer do Executivo fazer ou não fazer". Barros pretende apresentar o relatório preliminar no próximo dia 4 de novembro. Ele já avisou que os R$ 42,4 bilhões previsto para o PAC terão de ser cortados para ajudar na engenharia financeira de um Orçamento de 2016 equilibrado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A paralisação generalizada de obras federais está refletida nos desembolsos feitos ao longo deste ano pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A pedido do jornal o Estado de S. Paulo, a organização Contas Abertas reuniu os dados sobre a execução orçamentária da principal vitrine de investimentos do governo, desde o seu lançamento, em 2007, até os dias de hoje. O cenário mostra a crescente desidratação dos investimentos.

Entre janeiro e agosto deste ano, a execução do PAC atingiu apenas R$ 27 bilhões, resultado que não chega a 60% do que foi executado no mesmo período do ano passado, quando os pagamentos alcançaram R$ 46 bilhões, um desempenho já ruim.

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Se observado o histórico dos desembolsos realizados desde o início do programa, esses oito meses de 2015 entregaram a pior execução dos últimos quatro anos, só superando os dispêndios de 2011.

Para evitar distorções, os dados consideram apenas os investimentos diretos feitos pela União, deixando de fora os financiamentos concedidos pela Caixa Econômica Federal ao Minha Casa Minha Vida e os aportes feitos por estatais, como a Petrobras. Todos os valores também foram corrigidos pela inflação.

"É o resultado da crise econômica e das limitações do governo. Já que ele não tem como atuar no que diz respeito às despesas obrigatórias, que são aquelas previstas em lei, como salário e previdência, só resta cortar as despesas discricionárias, como viagens e serviços, além dos investimentos públicos", diz o secretário-geral da Contas Abertas, Gil Castello Branco.

O perfil dos pagamentos realizados também revela as dificuldades do governo em quitar suas contas assim que os serviços são entregues. Dos R$ 27 bilhões executados até agosto, mais de R$ 19 bilhões referem-se a "restos a pagar", como são chamadas as dívidas de anos anteriores que não foram quitadas. Para as obras realizadas neste ano, portanto, o repasse chegou a apenas R$ 8 bilhões.

O resultado dessa situação é o crescimento de dívidas para quitar no ano que vem. Atualmente, somente o estoque de restos a pagar do PAC já supera R$ 42 bilhões, exatamente o total do orçamento que estava previsto para o programa em 2016. Já se sabe, porém, que o PAC sofreu um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões.

"É a crônica da morte anunciada. O setor de infraestrutura é exatamente aquele que deveria ter condições hoje para investir e ajudar o País a sair da crise, mas infelizmente tem sido encurralado pela má gestão pública e pela total insegurança jurídica", diz Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie). "Estamos pagando a conta da crise produzida pelo governo."

Mobilidade

Na última semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) fez um levantamento, a pedido do Congresso, sofre a situação de todas as obras do PAC ligadas à mobilidade urbana. A partir de dados fornecidos pelo Ministério das Cidades e atualizados até o dia 9 de agosto, chegou-se a uma lista total de 2.523 empreendimentos previstos, sendo 378 incluídos no "PAC Mobilidade", outros 1.043 no "PAC Pavimentação" e mais 1.102 obras "Não PAC", decorrentes de emendas parlamentares.

Ao examinar as informações, o TCU conclui que o porcentual de empreendimentos ainda não iniciados, no caso do PAC Mobilidade, alcança cerca 70%. No PAC Pavimentação a proporção de obras não iniciadas é de cerca de 68% sobre o total e, nas obras de mobilidade atreladas às emendas, somam 17% as obras não iniciadas.

"Por tudo isso, o PAC deixou de ser aquela vitrine para o governo", comenta Gil Castello Branco, da Contas Abertas. "Hoje, é uma peça de marketing que não interessa mais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A paralisação e o atraso de obras com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por conta da crise econômica nacional, causaram o fechamento de milhares de postos de trabalho em Pernambuco. Intervenções como as do Complexo Portuário de Suape, a Transposição do Rio São Francisco e outras estão na lista das que ou tiveram a obra paralisada ou com o ritmo reduzido causando a demissão de funcionários, o fim de contratos terceirizados e o atraso dos salários. A situação motivou uma audiência pública que aconteceu na Assembleia Legislativa (Alepe) na manhã desta quinta-feira (10). 

Durante a discussão, proposta pelo deputado Aluisio Lessa (PSB), membros de sindicatos expuseram o quadro e cobraram soluções da gestão federal. Entre as intervenções de cunho federal com recursos do PAC, a mais frisada pelos presentes foi o Complexo Portuário de Suape que demitiu de janeiro até hoje cerca de 30 mil pessoas. 

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“Suape chegou a ter 42 mil funcionários quando estava a todo pique. Isso ia diminuir, sabíamos. Mas a desmobilização que era esperada para o final de 2015 foi feita de uma forma abrupta e sem aviso prévio. De uma hora para a outra você diziam assim: acabou, se vire”, pontuou o presidente do Sindicato de Fretamento de Ônibus de Pernambuco, Edmundo Moraes. De acordo com ele, o setor de fretamento de ônibus com as reduções ficou com um prejuízo de R$ 35 milhões. “O que tem ocorrido lá é uma desmobilização gritante. Está numa situação dificílima. Fico espantado como nós ainda estamos tão passivos com o tratamento que a Petrobras está tendo com os empresários”, acrescentou, reclamando. 

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A inércia dos sindicatos também foi um dos focos dos que participavam no encontro. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e Mobiliário Bate-Estaca, José Cavalcanti, as agremiações “estão muito passivas” diante da “algazarra” que o governo vem fazendo. 

“Como um governo de um partido que tem o nome dos trabalhadores mais tira do que defende os nossos direitos? Um governo que esquece os trabalhadores para defender o interesse político. Um estado que crescia mais do que o país já demitiu 70% do quadro e era uma empresa estável [a Petrobras]. Cadê os movimentos sociais, os movimentos estudantis?”, indagou.  “O movimento sindical tem que voltar a ser o que era. Depois que o movimento sindical prefere primeiro sentar, ele nunca para. A gente precisa levar esse debate para as ruas”, completou.

Com as informações coletadas durante a reunião, Lessa pretende organizar um diagnóstico geral da situação para entregar ao Governo Federal, a Petrobras, o Governo do Estado e outras instituições. “A cada período onde alguém fala sobre a perda de emprego em várias categorias como a construção civil, petroleiros, logística, transporte e metalúrgicos cada uma tem uma informação. Precisamos catalogar isso. Pernambuco proporcionou muito emprego nesses últimos anos e consequentemente quando a crise chega é onde mais acontece o desemprego”, argumentou. 

Indagado sobre a quem atribuía o descaso apontado pelos trabalhadores, o socialista amenizou. “Não estamos aqui para caçar a bruxa, dizer que o culpado é fulano ou cicrano. Queremos traçar um debate mais amplo”, disse. 

Corroborando os argumentos de Lessa, o deputado Lucas Ramos (PSB) pontuou que o cenário atual não atrai boas perspectivas de futuro. "Quando a gente vê que o complexo portuário de Suape, um investimento que não existiu; o São Francisco, com a transposição paralisada ou a ritmos muito lentos; e a Transnordestina é difícil sonhar com dias melhores para Pernambuco", cravou. 

Além da audiência sobre as obras do PAC, a Alepe discute o assunto em uma comissão especial. Desde que foi criado, em maio, o colegiado identificou 222 obras com recursos do PAC em Pernambuco. Um relatório geral sobre a situação das intervenções e o fechamento dos postos de trabalho deve ser finalizado pelo grupo em 60 dias. 

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Os atrasos e a paralisação das obras do Governo Federal em Pernambuco que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) serão discutidos, na próxima quinta-feira (10), durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa (Alepe). A abordagem do tema foi sugerida pelo deputado estadual Aluisio Lessa (PSB), outras lideranças da base socialista, como secretários estaduais e o senador Fernando Bezerra Coelho devem participar do debate.

De acordo com Lessa, o principal intuito da audiência é verificar os reais números dos investimentos e dos postos de trabalho que foram fechados com a paralisação e o atraso das intervenções federais. 

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Além da base do PSB, também estão na lista dos convidados para o debate os senadores Humberto Costa (PT) e Douglas Cintra (PTB), e representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DENI), Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e sindicatos.

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