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Entre as obras de saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), 52% enfrentam problemas, das quais 20% estão paralisadas, 17% atrasadas e 15% ainda não foram iniciadas, segundo balanço foi feito a partir da análise de 337 empreendimentos e divulgado hoje (1º) pelo Instituto Trata Brasil. O estudo mostra ainda que 29% das obras de água e esgoto foram concluídas e 15% estão com andamento normal.

Ao todo, os investimentos previstos somam R$ 21,09 bilhões, sendo R$ 10,87 bilhões para obras de esgoto e R$ 10,21 bilhões para água. A maior parte dos recursos são da Caixa Econômica Federal  (R$ 12,14 bilhões), o que representa 57,6% do total. Também participam do financiamento dos projetos o Orçamento Geral da União, com R$ 5,44 bilhões (25,8%) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com R$ 3,5 bilhões (16,6%).

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O presidente do Trata Brasil, Edison Carlos, disse que, na avaliação das duas fases do programa (PAC 1 e PAC 2), há um avanço satisfatório das obras mais antigas. “Quando a gente faz um recorte do PAC 1, ou seja, de projetos assinados entre 2007 e 2009, aí teve um avanço importante,com 45% dessas obras mais antigas concluídas”, destacou.

Os atrasos da primeira fase estão muitas vezes relacionados, de acordo com Carlos, a projetos iniciais ruins, quando as prefeituras e companhias de saneamento ainda não estavam preparadas para fazer os investimentos. “O PAC 1 sofreu muitos problemas por conta da má qualidade dos projetos que foram apresentados à época. O governo Lula colocou o PAC, mas ninguém tinha projeto novo”, ressaltou.

Em relação às obras mais recentes, os atrasos acontecem por motivos diversos, como os entraves burocráticos. “Entram outros gargalos, licenças ambientais, licença de instalação: problemas de burocracia na aprovação das várias fases em que o projeto tem que tramitar", afirmou o presidente do instituto.

Em São Paulo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que algumas obras foram postergadas devido à crise hídrica. “Devido à extrema escassez hídrica que assola a Região Sudeste e em especial o Estado de São Paulo, fez-se necessária uma revisão no plano de investimentos da Sabesp, no qual priorizamos a execução de obras de abastecimento de água”, diz uma carta enviada pelo presidente da companhia, Jerson Kelman, na qual responde questionamentos do Trata Brasil.

Uma das obras com o início adiado é a do sistema de coleta de esgoto, no centro da capital paulista, região do Anhagabau, orçada em R$ 456 milhões. Também foi adiada a ampliação da estação de tratamento de esgoto Guaraú, em Caieiras, com previsão e investimentos de R$ 100,8 milhões. Ao todo, a Sabesp postergou o início de sete projetos de saneamento sob a justificativa da crise hídrica.

Apesar do ajuste fiscal, Edison Carlos disse que o governo federal tem sinalizado que os recursos para as obras já aprovadas estão garantidos. “Teoricamente, não era para ter restrição nessas obras que já estão andando. Agora, certamente que vai ser muito mais difícil que novas obras entrem nesse processo”, afirmou.

Em comunicado, o Ministério das Cidades informou que, além da necessidade de rigorosa observância às leis, outros fatores atrasam o andamento das obras, com a falta de quadros técnicos qualificados nos municípios e problemas nos projetos. “O Ministério das Cidades acompanha regularmente as iniciativas, dando apoio na solução dos principais problemas detectados, além de promover cursos de capacitação – presenciais e à distância”.

Segundo o ministério, parte dos investimentos só foi definida recentemente. “Cerca de metade da carteira de investimentos de saneamento básico do PAC 2, sob gestão do Ministério das Cidades, por exemplo, foi selecionada em 2013, ou seja, ainda não houve tempo hábil para pleno desenvolvimento de parte significativa das obras”, diz a nota, acrescentando que as obras do PAC 1 estão com mais de 76% de execução.

Decreto da presidenta Dilma Rousseff, publicado nesta quarta-feira (26) no Diário Oficial da União, lista três obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que deverão receber transferência obrigatória de recursos. 

Na lista de projetos estão o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Maceió e obras de abastecimento de comunidades que vivem no entorno dos canais da transposição do Rio São Francisco, nos eixos Norte e Leste do empreendimento.

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As transferências obrigatórias para obras do PAC são autorizadas com frequência pelo governo.

O mecanismo foi criado em 2007 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por medida provisória, de modo a agilizar as obras do programa. Com a transferência obrigatória, os repasses são feitos diretamente para estados e municípios, mediante o cumprimento de exigências legais, entre elas a comprovação de que dispõem de recursos para complementar os investimentos federais.

A presidenta Dilma Rousseff recebe nesta quarta (19) e quinta (20) a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em uma extensa agenda com foco na atração de investimentos para o Brasil. Segundo assessores do governo, Dilma vai apresentar a Merkel possibilidades de investimentos em infraestrutura no âmbito da segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística, lançado em junho, para chamar a atenção de empresas alemãs aos projetos.

O plano estima R$ 198 bilhões em investimentos na infraestrutura do país nos próximos anos, em projetos de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Na visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, ao Brasil e no encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, Dilma também apresentou o programa aos líderes e destacou os projetos de infraestrutura, durante as discussão de investimentos.

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De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a Alemanha é o quarto parceiro comercial do Brasil. Em 2014, o comércio entre os dois países chegou a US$ 20,47 bilhões.

Expectativas - O encontro entre Dilma e Merkel, que começa com um jantar de trabalho esta noite no Palácio da Alvorada, envolve a participação de diversos ministros dos dois países. Além de negociações bilaterais, a pauta envolve discussões sobre importantes temas internacionais, como acordos climáticos e a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o diretor do Departamento da Europa do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Oswaldo Biato Júnior, compõem a delegação alemã os ministros de Relações Exteriores, Agricultura, Saúde, Transportes, Meio Ambiente, Cooperação Econômica e Desenvolvimento, Cultura, além de cinco vice-ministros: Economia e Energia, Defesa, Educação, Finanças, Trabalho e Assuntos Sociais.

“A expectativa é muito positiva. É uma oportunidade muito importante para criarmos um diálogo muito mais intenso entre os dois governos, muito mais amplo sobre uma série de temas”, disse o embaixador. Para ele, a visita é uma oportunidade também de firmar parcerias em diferentes áreas. “Vemos isso com o uma oportunidade para criar uma parceria estratégica entre os dois países tratando de temas que vão desde a área econômica, financeira, de investimentos, passando pela área de pesquisa, educação, ciência e tecnologia”.

Outros temas - No campo global, além da reforma do Conselho de Segurança da ONU, os dois países devem se pronunciar sobre a mudança no clima tendo em vista a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP21). Este ano, o Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou uma resolução proposta pelo Brasil e Alemanha que cria a relatoria especial sobre o direito à privacidade na era digital. A parceria dos dois países na área se iniciou após virem à tona, em 2013, denúncias de espionagem envolvendo o governo dos Estados Unidos a cidadãos alemães e brasileiros, incluindo Dilma e Merkel.

O encontro vai inaugurar o sistema de Consultas de Alto Nível Brasil-Alemanha, mecanismo que o país europeu desenvolve com outros países, sendo o Brasil o único da América Latina a participar.

Na quinta-feira, ministros brasileiros têm reuniões temáticas com ministros alemães. “A partir desses contatos bilaterais, [os ministros] vão ter uma grande reunião e vão passar em revista sob a coordenação das duas mandatárias todos os resultados iniciais dessa visita, e a nossa expectativa é que, com isso, consigamos começar uma cooperação, um diálogo muito mais avançado do que tínhamos”, disse Biato.

Pela manhã, a presidenta Dilma tem encontro particular com a chanceler Merkel no Palácio do Planalto. Segundo o embaixador Oswaldo Biato Júnior, os ministros presentes, brasileiros e alemães, vão debater intenções em comum sobre cooperação em pesquisa na área de biotecnologia e energia renovável, em pesquisas marinhas, estrutura portuária, em questões que envolvem as chamadas terras raras, entre outras. “Temos também uma declaração conjunta de intenções entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o Ministério da Educação e pesquisa que tem um intuito muito interessante que é o de viabilizar a cooperação nas chamadas terras raras que são matérias-primas estratégicas necessárias para produtos de alta tecnologia como smartphones".

Para Biato, os alemães reconhecem a importância do Brasil. “Os alemães identificam no Brasil aquele país entre os emergentes que estaria mais próximo dos valores europeus, então há um interesse particularmente grande de cultivar o Brasil”. O embaixador afirma que o país tem se destacado com um ator importante em assuntos de relevância internacional, como as negociações que envolvem meio ambiente e aquelas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A agenda termina com um almoço oferecido por Dilma à mandatária alemã no Palácio Itamaraty.

Quase metade dos empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principal bandeira eleitoral da presidente Dilma Rousseff, não teve nenhum desembolso até julho. Levantamento da ONG Contas Abertas mostra que de um total de 629 obras/programas, com orçamento autorizado para este ano, 310 delas não tiveram pagamentos, seja de restos a pagar ou dos recursos de 2015.

Os números são uma amostra da dificuldade do governo para executar o ajuste fiscal que visa equilibrar as contas nacionais. Até agora, porém, o corte de gastos tem atingido de forma mais pesada os investimentos - essenciais para a geração de emprego e renda no País. Exemplo disso é que os desembolsos para investimentos caíram 40%, segundo os dados da Contas Abertas. Na média, os pagamentos recuaram 31% neste ano. "A única coisa que o governo consegue cortar é investimento, e investimento é PAC", afirma o economista, Mansueto Almeida, especialista em contas públicas.

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Além dos pagamentos, os empenhos - primeira fase da execução orçamentária, que é o compromisso de que a obra será paga - também estão bem abaixo dos níveis de 2014. No ano passado, nessa época, os ministérios já haviam empenhado R$ 36 bilhões de um total de R$ 68 bilhões. Neste ano, a execução ainda está em R$ 18 bilhões de um orçamento de R$ 65 bilhões.

Obras

Os problemas estão espalhados por todas as áreas e incluem obras significativas para a vida da população. Entre elas as de manutenção e adequação de estradas. Há vários trechos de rodovias no Nordeste, por exemplo, que não tiveram nem empenho nem pagamento até o mês passado. Ou seja, estão paradas. É o caso da BR-415, entre Ilhéus e Itabuna, e a construção de trecho rodoviário no entroncamento com a RN-078, no Rio Grande do Norte.

No trecho rodoviário entre a divisa de Pernambuco e Bahia até Feira de Santana, na BR-116, o governo empenhou R$ 4 milhões de R$ 104 milhões, mas até agora não fez nenhum pagamento. O Departamento Nacional de Infraestrutura Rodoviária (Dnit) tem sido um dos mais afetados pelo corte de gastos. No total, o departamento tem 134 obras no PAC sem nenhum pagamento neste ano.

As empresas do setor reclamam de atrasos de até 120 dias para pagamentos do governo federal. Pelo último levantamento da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), o Dnit devia R$ 1,8 bilhão para as empresas contratadas para fazer as obras. Segundo a Aneor, do total de 475 contratos em andamento (incluindo PAC e não PAC), sequer os de manutenção, que deveriam manter as rodovias federais trafegáveis, estão sendo cumpridos como deveriam.

A dificuldade de levar adiante os investimentos, no entanto, não se resume às obras rodoviárias. Inclui também empreendimentos na área de recursos hídricos, projetos ferroviários e de portos. Há uma série de obras de dragagem e infraestrutura portuária que continuam no papel, atrapalhando a vida do setor produtivo, que importa ou exporta. Outro programa bastante afetado pelas restrições do PAC é o de construção de escolas para educação infantil. Do orçamento de R$ 3,8 bilhões, o governo empenhou apenas R$ 1,1 milhão até julho.

Na opinião do economista Gil Castelo Branco, da ONG Contas Abertas, o PAC virou segundo plano. "O próprio governo federal tem evitado falar do programa. O último balanço é de outubro do ano passado." Segundo ele, um dos desafios tem sido adequar o cronograma de obras com o de pagamentos.

Enquanto isso, o setor de construção está parado, o presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj), Luiz Fernando dos Santos Reis. "Está tudo parado. Falta dinheiro e falta projetos. Estamos vivendo um contexto complicado. O setor está travado." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fora do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, o Arco Metropolitano entra agora no pacote de concessões a ser anunciado, hoje, em Brasília, pela presidente Dilma, num total de investimentos da ordem de R$ 190 bilhões para todo o País, dos quais R$ 4,2 bilhões em Pernambuco, que inclui também a BR-232. 

O traçado ainda está em discussão e dever gerar um bom debate. O primeiro projeto do Dnit previa que a alça ligasse Goiana ao cruzamento da BR-408 com a BR-101, passando pela mata de Aldeia, mas assim poderia comprometer o abastecimento de água de muitas cidades, inclusive comprometendo a própria Aldeia, bairro do município de Camaragibe.

Uma das rotas sugeridas pelos ambientalistas foi a utilização de uma infraestrutura viária já existente: a PE-41 e a BR-408. Essa parte da alça circularia a mata de Aldeia e diminuiria o impacto no meio ambiente. Caso a proposta seja a mais viável, esse trecho da alça seguiria pela PE-41, que precisaria ser duplicada até a BR-408, que já é alargada.

Assim, seriam beneficiaria as cidades de Araçoiaba, Carpina e Paudalho. Outra proposta é duplicar a PE-41 até o cruzamento com a BR-408 e construir uma rota viária entre esse ponto até a BR-101. Já os prefeitos dos municípios do Litoral Norte cobram que o trecho 1 do Arco comece em Igarassu. Na verdade, as 12 atuais opções de traçado dependerão dessa nova realidade com o envolvimento da iniciativa privada.

Quanto à questão ambienta, o Ibama já liberou a licença prévia para o lote 2. O procedimento era necessário para que o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) pudesse adiantar o termo de referência para lançar o edital da licitação para contratar a empresa responsável pela elaboração do projeto e execução das obras. 

O objetivo é construir uma pista dupla que ligará a BR-101 ao norte de Recife com o trecho sul da mesma rodovia, facilitando a mobilidade de cargas que tem como origem ou destino o Porto de Suape. A nova via também vai aliviar o tráfego no trecho da rodovia que passa por Recife, já que vai retirar, da capital, o trânsito de longa distância.

O lote 2, cuja licença provisória também já foi liberada, possui cerca de 45 km, com início no entroncamento com a BR-408, em São Lourenço da Mata, e término no entroncamento com a BR-101, próximo a Cabo de Santo Agostinho. Os procedimentos para a licitação do lote 1, que parte de Goiana, terminando no entroncamento com a BR-408, serão iniciados depois de concluído o processo do lote 2.

ATÉ SUAPE? O secretário de Desenvolvimento, Thiago Norões, aguarda com expectativa o anúncio do pacote de concessões, porque acha que, além da 232 e do Arco Metropolitano, Pernambuco pode ser contemplado com um PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) na área do porto de Suape. “Entre as concessões em portos poderemos ter novidades em Suape”, disse. O governador Paulo Câmara estará presente na cerimônia, no Palácio do Planalto.

Toma-lá-dá-cá– O candidato à presidência do grupo que controla a OAB-PE deve ser o ex-desembargador eleitoral Ronnie Duarte. Jayme Asfora, que ainda controla a entidade com mão de ferro, teria imposto o nome. Se eleito, Ronnie seria obrigado a apoiar o projeto de Jayme Asfora de disputar a reeleição na Câmara do Recife. A política é sempre assim: uma mão lava a outra.

Socialismo x trabalhismoSe o PSB aceitar a proposta de se unir ao PDT em bloco, feita ontem pelo presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, ao governador Paulo Câmara, o novo bloco parlamentar na Câmara surgiria com 53 deputados, 34 do PSB e 19 do PDT. Na pauta do almoço entrou ainda 2018. Lupi defende que os dois partidos se unam num projeto presidencial. Entre os nomes postos para presidente, o do senador Cristovam Buarque.

Em defesa de Humberto – O governador Paulo Câmara minimizou as críticas desferidas contra o líder do PT no Senado, Humberto Costa, pelas posturas assumidas em defesa do Governo Dilma. "Humberto tem sido um defensor de Pernambuco. Estamos buscando uma saída para não deixar Pernambuco sofrer com os efeitos da crise econômica. Estamos conseguindo crescer, mas preocupados com o desemprego que atinge o Estado em função da crise nacional”, disse.

O imortal de Surubim– O publicitário e escritor José Nivaldo Júnior, pernambucano de Surubim, foi eleito, ontem, por unanimidade, novo imortal da Academia Pernambucana de Letras em votação secreta. Vai ocupar com muito brilho a cadeira de número 8, que pertencia ao médico, tradutor e poeta Milton Lins. Comentarista do programa Frente a Frente, José Nivaldo é autor de “Maquiavel, o Poder”, um Best-seller internacional que se tornou referência para todos os interessados em política.

CURTAS

OBRAS– Uma comissão de deputados estaduais formada pelos pernambucanos Miguel Coelho, Rodrigo Novaes, Claudiano Filho, e pelo paraibano Bruno Cunha Lima, se reúne, hoje, com os ministros Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) e Gilberto Occhi (Integração Nacional), para obras estratégicas em andamento no Nordeste como a Transposição e Transnordestina.

PLANO o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, preparou o Plano Nacional de Exportação, que será anunciado pela presidente no dia 23, com cinco pilares de sustentação: acesso a mercados mediante acordos comerciais; facilitação do comércio; financiamento, seguro e garantias; melhora dos regimes tributários especiais e promoção comercial. Em síntese, a base do programa é um comércio mais livre.

Perguntar não ofende: O pacote que Dilma vai anunciar hoje é de concessões ou de privatizações?

A Comissão Especial do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Assembleia Legislativa (Alepe) se reúne, nesta terça-feira (2), com secretários estaduais para traçar um panorama geral da situação das obras do PAC em Pernambuco. A audiência, solicitada pelo deputado estadual Miguel Coelho (PSB), acontece às 17h, na sede da Alepe.

Em debate, a situação da Adutora do Agreste, Barragem de Serro Azul, obras de VLT entre outras intervenções do PAC. Devem participar da reunião os secretários das Cidades, André de Paula (PSD); de Habitação, Marcos Baptista; e de Recursos Hídricos, Almir Cirilo. Além deles, também integra o grupo, o presidente da Compesa, Roberto Tavares, e diretores do Porto de Suape.

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Na semana passada, o grupo fez uma visita a obra da tranposição do rio São Francisco. Eles passaram pelos municípios de Petrolândia, Ibimirim e Floresta, no Sertão do Itaparica. Apesar da demora no término da intervenção, que já acumula quatro anos de atraso, os parlamentares afirmaram que o projeto está 74% concluído e conta com 9.500 operários mobilizados nas frentes de trabalho. Representantes do Ministério da Integração Nacional confirmaram que a transposição deve ser concluída no segundo semestre de 2016.

O prefeito Fernando Haddad (PT) cobrou do governo federal um "cronograma de desembolso" para que a Prefeitura de São Paulo receba os R$ 8 bilhões do Programa de Aceleração (PAC) prometidos pela presidente Dilma Rousseff, em junho de 2013, seis meses depois dele ter assumido o Executivo paulistano. O prefeito disse ainda que os recursos não são um "favor", mas direito da capital.

Na época foi feito um grande evento no salão do Edifício Matarazzo, na região central, onde a presidente garantiu recursos para a construção de corredores de ônibus, drenagem e recuperação de mananciais. "Isso foi anunciado em 2013. Desde então nós tomamos todas as providências. A cidade investiu muito em projetos, licitação e licenciamento (ambiental). Nós não estamos tratando com um favor, nem como socorro. É natural, depois do esforço que a cidade fez, se reivindique um cronograma de desembolso para que as obras possam seguir seu curso", disse Haddad, na manhã desta terça-feira, 26, durante a inauguração de uma creche na Capela do Socorro, na zona sul da capital paulista.

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Do total prometido pela presidente através do PAC, R$ 3,1 bilhões estão destinados aos projetos de corredores e terminais de ônibus e o restante para intervenções de drenagem e recuperação das margens das represas Billings e Guarapiranga. Haddad afirmou que outras cidades que aderiram antes de São Paulo ao programa - a capital começou a receber os recursos só em 2013 - as obras de infraestrutura estão adiantadas. "Nós também estamos com algumas, mas podemos ter muito mais canteiros se houver uma pactuação do cronograma de desembolso", explicou o prefeito.

Após o governo admitir que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) teve seus repasses reduzidos em tempos de ajuste fiscal, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PCdoB), conseguiu incluir dois projetos de sua pasta no orçamento do PAC de 2015.

Após reunião com a presidente Dilma Rousseff, na semana passada, Rebelo convenceu a presidente a destinar R$ 3 bilhões para dois projetos que considera prioritários para o País: o Projeto Sirius e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), cada um deles receberá no âmbito do PAC R$ 1,5 bilhão.

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O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, reconheceu que o governo reduziu os repasses para obras do PAC e disse que "estamos vivendo uma restrição fiscal e contingenciando vários programas, o PAC inclusive". "Foram R$ 15 bilhões para o PAC no primeiro quadrimestre do ano, ante R$ 20 bilhões no mesmo período de 2014", informou o ministro.

Barbosa ponderou que, ainda assim, os recursos para o PAC ainda são "vultosos". "Nosso desafio é compatibilizar as demandas com capacidade de governo de executá-las. Estamos procurando pagar tudo que é devido e iniciar coisas novas. Os recursos do PAC estão menores, mas ainda assim são vultosos", disse ontem em audiência na Comissão de Finanças e Tributação na Câmara.

Projetos

O Sirius é considerado um dos maiores projetos da ciência brasileira e abrange uma infraestrutura de geração de luz, chamada de luz síncrotron, que é uma radiação eletromagnética de amplo espectro, abrangendo diferentes tipos de energia, desde o infravermelho até os raios X. Os cientistas podem utilizar a radiação para uma série de aplicações - principalmente, para investigar as propriedades atômicas de materiais, tanto orgânicos (como uma célula, ou uma proteína) quanto inorgânicos (como uma liga de metal ou algum tipo de cerâmica industrial).

Há várias fontes de luz síncrotron em operação no mundo e o Sirius, segundo os responsáveis pelo projeto, será o mais avançado da sua categoria. Ele vai substituir o acelerador atual, chamado UVX, que foi inaugurado em 1997 e funciona bem até hoje, mas é pequeno demais para atender às demandas científicas da atualidade.

"O Sirius será construído para disponibilizar para as comunidades acadêmica e industrial brasileiras o melhor que esse tipo de equipamento tem a oferecer", explica o ministério. Segundo a pasta, o Sirius já está em construção e tem previsão para ser concluído em 2018. O projeto será abrigado em um prédio, de 68.000 m2, localizado em Campinas (SP).

Já o Reator Multipropósito Brasileiro de grande porte é uma infraestrutura que abrange um complexo de pesquisa nuclear. Uma de suas finalidades é a produção de radioisótopos, base para radiofármacos utilizados na medicina nuclear e para produção de fontes radioativas usadas em aplicações na indústria, na agricultura e no meio ambiente. De acordo com o ministério, o RMB vai ocupar uma área de 2 milhões de m² junto ao complexo tecnológico Aramar, da Marinha do Brasil, em Iperó-SP, localizada a 125 quilômetros da capital paulista.

De acordo com o MCTI, com o RMB, o Brasil "está a caminho de se tornar autossuficiente na produção de radioisótopos e radiofármacos, substâncias essenciais na Medicina Nuclear".

Uma comissão especial foi aprovada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para investigar a situação das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado. O colegiado foi proposto pelo deputado Miguel Coelho (PSB) e terá 90 dias para apresentar um diagnóstico sobre as intervenções.

A comissão especial será composta por cinco membros. Miguel Coelho coordenará o colegiado e Diogo Moraes (PSB) será responsável pela relatoria dos trabalhos. Também integram a comissão os deputados Aluísio Lessa (PSB), Silvio Costa Filho (PTB) e Teresa Leitão (PT).

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O grupo inicia os trabalhos já na próxima semana, quando será definida uma agenda de visitas aos canteiros de obras do PAC em vários pontos do estado. “Também vamos ouvir os representantes do Governo Federal para justificar os motivos dos atrasos e cobrar maior celeridade. Pernambuco é um dos estados com mais obras do PAC, mas não podemos permitir que sejam abandonadas ou desmobilizadas”, explicou o socialista.

Após ouvir os representantes do Governo Federal e concluir as visitas, será realizado um relatório detalhado sobre o andamento das intervenções e os impactos causados pelos atrasos. O parecer será apresentado à sociedade e, em seguida, enviado para os ministérios responsáveis por cada obra. Com mais de 40 mil empreendimentos no Brasil, o programa é responsável por obras de grande impacto em Pernambuco como a transposição do Rio São Francisco e a ferrovia Transnordestina.

A queda na arrecadação e as despesas em alta levaram o governo a encerrar 2014 com dívidas para todos os lados. Os débitos atingiram até as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deveria ter sido uma vitrine da administração da presidente Dilma Rousseff.

Em média, os repasses são feitos com atraso de 75 dias, segundo o presidente da Comissão de Obras Públicas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Carlos Eduardo Lima Jorge. Com isso, as obras sofreram forte desaceleração e estão a um ritmo perto de 20% do usual. Nesse cenário, as construtoras, sobretudo aquelas de médio porte, vivem uma crise sem precedentes. "Se os dados do desemprego de janeiro assustaram, os de fevereiro virão piores", alerta. Ele estima que de 60% a 65% das empresas demitiram no mês passado.

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"O setor vive uma crise de pagamento e rentabilidade", confirma o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada de Minas Gerais (Sicepot-MG), Alberto Salum. Sua construtora, a Vilasa, participa em consórcios contratados para tocar diversas obras do PAC, como a BR-101, em Sergipe, e a BR-222 no Maranhão. Ele diz que, no fim do ano passado, acumulou perto de R$ 25 milhões a receber do Dnit. Atualmente, estima ele, a dívida estaria próxima a R$ 15 milhões.

O setor espera um cenário mais claro sobre o que será quitado em atrasados este ano e o que será possível realizar em obras do PAC a partir de agora. "Pior do que receber atrasado é não ter a previsão sobre se vai ou não receber", diz o executivo. "Que tudo seja feito às claras."

O resultado das contas públicas no mês de janeiro lançou mais um alerta para o setor. "A receita do ajuste é preocupante, porque o superávit foi conseguido à custa de uma redução de 35,44% nos investimentos e um aumento de 14,34% no custeio", afirma Jorge.

O empresariado considera o "freio de arrumação" nas contas públicas necessário, mas quer que ele seja feito com corte nas despesas, e não no investimento. Outro fato que preocupou as empresas do setor foi o aumento da tributação sobre o faturamento das empresas que estão no sistema de desoneração da folha. A medida deverá desequilibrar contratos que estão em andamento.

As empresas reconhecem que a atual gestão tem se esforçado para pôr as contas em dia. O período mais agudo de atrasos, segundo reconhecem técnicos do governo, ocorreu entre outubro e novembro do ano passado. Na época, o governo dependia da aprovação, pelo Congresso, de uma autorização para, na prática, não cumprir a meta fiscal do ano - o que terminou ocorrendo. Com isso, o dinheiro voltou a fluir em dezembro.

Ainda assim, o governo federal virou o ano com um recorde de contas atrasadas a pagar, e os recursos em caixa não têm dado conta de tantas dívidas. No dia 27 de fevereiro, as empreiteiras que trabalham em rodovias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) receberam R$ 800 milhões em atrasados, segundo informou o Ministério dos Transportes. Mas, mesmo após esse pagamento, restará um débito superior de R$ 1 bilhão, segundo estimativa das empresas.

E o governo vai demorar a pôr os pagamentos em dia, segundo ouviu o prefeito de São Gonçalo do Amarante (RN), Jaime Calado Pereira dos Santos (PR), que esteve esta semana no Ministério do Planejamento para pedir a regularização dos repasses para construção de uma adutora no município.

As despesas do governo com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no mês de janeiro caíram 34,5% em relação a janeiro de 2014, somando mês R$ 4,739 bilhões. O PAC sofreu uma redução de 34,5% em relação a janeiro de 2014. A medida faz parte da decisão do governo de colocar um freio nos gastos.

O secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, afirmou que o quadro atual das contas públicas exige o que classificou de "reescalonamento" do pagamento das despesas. Segundo ele, reescalonar as despesas é melhor do que não pagá-las. Para ele, esse reescalonamento visa dar previsibilidade das despesas. Ele ressaltou que esse era o recado, a mensagem que queria transmitir. Ele destacou ainda que a redução das despesas do PAC em janeiro é resultado desse reescalonamento.

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"Precisa ter claro que na situação atual precisaremos reescalonar os pagamentos", afirmou, ressaltando que se trata de um motivo "nobre". "Queremos cumprir a meta do governo, que é a meta da presidente Dilma Rousseff", acrescentou.

Saintive destacou que o governo tem o compromisso de pagamento de despesas já realizadas, já feitas, mas tem, por outro lado, que cumprir a meta fiscal. "Essa é a mensagem. Temos de estar atentos a qualidade dos gastos e olhar para que podemos fazer os pagamentos em tempo tempestivo. Esse é o objetivo do governo", afirmou. Ele admitiu que o superávit primário de janeiro não era o esperado pelo governo, mas ficou bem próximo do que o governo gostaria. Ele destacou que as despesas e receitas tiveram em janeiro variação real negativa.

O governo pagou R$ 739,4 milhões em janeiro de precatórios e sentenças judiciais de benefícios previdenciários. Em 2014, o valor pago no mês com essas despesas foi de R$ 1,3 bilhão, uma queda de 55,8%.

No Sudeste, região ainda mais rica do País, que hoje sofre o mesmo drama da falta de água como o Nordeste, os governadores do Rio, São Paulo e Minas foram rápidos no gatilho para buscar uma solução duradoura a curto prazo: a transposição do rio Paraíba do Sul.

Na pressão, o Governo Federal aprovou a inclusão do projeto no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Por meio de canal dos reservatórios Jaguari e Atibainha custará R$ 830,5 milhões, quase uma transposição do São Francisco, inicialmente cotada em R$ 1,1 bilhão.

A obra faz parte dos projetos de segurança hídrica que o governo de São Paulo apresentou à presidenta Dilma para reforçar o abastecimento de água. A Sabesp será a responsável pela obra, que aumentará a disponibilidade hídrica no sistema Cantareira em 5,1 metros cúbicos por segundo.

O sistema Cantareira atende a região da Grande São Paulo e já está usando o segundo volume morto, abaixo do nível da barragem, e o seu nível continua caindo enquanto as previsões de chuva ainda são escassas. A bacia do Paraíba do Sul também enfrenta dificuldades, sendo que uma de suas represas, a Paraibuna, esgotou o seu volume útil.

O Paraíba do Sul é também importante fonte de abastecimento de água do Rio de Janeiro. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a interligação não vai ocorrer no atual período hidrológico, mas apenas após a conclusão das obras e quando estiverem em vigor as novas regras de operação dos reservatórios do Paraíba do Sul.

As licitações para as obras já estão autorizadas. O consenso foi firmado em uma reunião convocada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atuou como mediador. Os governadores se comprometeram a respeitar, nas obras, estudos de impacto ambiental e também a realizar ações de compensação ao meio ambiente, como a recuperação de matas ciliares.

Os governadores também concordaram que qualquer obra só poderá ser realizada com a anuência dos três Estados. A discussão chegou ao tribunal por meio de uma ação em que a Procuradoria Geral da República pede que os três estados sejam proibidos de realizar obras de captação de águas do Rio Paraíba do Sul para abastecer o sistema Cantareira.

Se o Governo agisse tão rápido assim também no Nordeste, certamente as obras hídricas que emperram o desenvolvimento de região já estariam em outro patamar, inclusive a mãe delas – a transposição do São Francisco, que anda devagar, quase parando.

FICA FORA– O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) diz que mantém sua posição contrária à reeleição na Assembleia, mas ressalta que não pretende influenciar o voto da bancada do PTB na Casa. “Eu converso com os companheiros, mas esta não é uma decisão”, disse em visita, ontem, ao polo automobilístico de Goiana, quando foi provocado a tratar também de política.

Boêmios se rebelam– A lei que regulamenta o funcionamento de bares e restaurantes no sítio histórico de Olinda, sancionada, ontem, pelo prefeito Renildo Calheiros, impondo, sem misericórdia, o fechamento, impreterivelmente, às 23 horas, foi recebida com profunda tristeza pelos boêmios. Há quem aposte num protesto bem-humorado pelas ladeiras da cidade.

Exportações– Armando disse, ontem, em Goiana, que o Plano Nacional de Exportações (PNE) deverá ser apresentado em um prazo máximo de 30 dias. O PNE, segundo ele, vai alavancar as exportações e reduzir o déficit da balança comercial brasileira, que chegou a R$ 4 bilhões em 2014, é uma das prioridades do governo da presidente Dilma Rousseff.

Briga na justiça– O ex-deputado Pedro Corrêa ingressou com representação contra o juiz da 1ª Vara de Execuções Penais, Luiz Rocha. Acusa o magistrado de autoritarismo e abuso de poder. Corrêa entrou com um pedido de autorização para passar o fim de ano junto à família, seguindo o mesmo ritual feito pelos advogados de José Dirceu, José Genoíno e João Paulo Cunha, também condenados na Ação Penal 470, mas Rocha negou.

Boa notícia– A prefeita de Arcoverde, Madalena Brito (PTB), assinou, ontem, a carta de anuência para instalação de uma fábrica com tecnologia italiana para produção de blocos de cimento expandido. Trata-se de um investimento da ordem de R$ 5 milhões, gerando mais de 50 empregos diretos e uma centena de indiretos, do grupo Isoltech.

CURTAS

INFRAESTRUTURA– O prefeito de Goiana, Fred da Caixa (PTB), acompanhou o ministro Armando Monteiro, ontem, na visita ao polo automotivo da Fiat e aproveitou para encaminhar alguns pleitos para melhorar a infraestrutura da cidade e dar suporte aos novos investimentos.

TREVO– A Justiça Federal recebeu, ontem, denúncia oferecida pelo MP contra o segundo grupo da Operação Trevo, denominado “A Paraibana”. Mais cinco investigados viraram réus na Ação Penal nº 0001389-48.2015.4.05.8300, sendo um gerente de instituição financeira e quatro integrantes de suposta organização criminosa.

Perguntar não ofende: Fernando Bezerra antecipou a campanha para governador em 2018?

O Projeto de Integração do Rio São Francisco, ou Transposição do Rio São Francisco, alcançou 68,7% de execução física no mês de novembro, segundo levantamento do Ministério da Integração Nacional. A expectativa, segundo o cronograma, é que até o fim do ano o índice seja de 70%.

Ainda de acordo com o Ministério da Integração Nacional, todas as etapas do projeto estão contratadas e em atividade, incluindo a primeira Estação de Bombeamento do Eixo Leste, que iniciou seus testes em outubro. 

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As obras possuem 11 mil trabalhadores e 3,8 mil máquinas, distribuídos nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. O empreendimento, com 477 quilômetros de obras lineares projetadas, conta com quatro túneis, 14 aquedutos, 9 estações de bombeamento e 27 reservatórios. Com investimento previsto de 8,2 bilhões, o Projeto de Integração do Rio São Francisco tem conclusão prevista para dezembro de 2015.

*Com informações da assessoria

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) acusou o governo federal de atrasar os pagamentos do programa Minha Casa Minha Vida e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Depois de um mês sem receber, boa parte das empresas associadas reclama de falta de dinheiro para honrar os compromissos de fim de ano, como a segunda parcela do 13º salário dos funcionários.

"Temos empresas (no sindicato) que estão se endividando para pagar em dia os compromissos trabalhistas", afirma o vice-presidente de habitação popular do sindicato, Ronaldo Cury. Segundo ele, várias empresas tem procurado a entidade para saber o que fazer, se param a obra, se demitem os funcionários ou adotam alguma outra medida para preservar o caixa. "A resposta que temos tido de Brasília é que não há previsão para a regularização dos pagamentos", diz o executivo.

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Em nota, a Secretaria do tesouro Nacional afirmou que não há atrasos no pagamento do Minha Casa Minha Vida. O Ministério de Cidades também afirmou que o cronograma de pagamentos segue com o fluxo normal. O Ministério do Planejamento, responsável pelo PAC, não respondeu à reportagem.

Cury afirma, no entanto, que havia uma expectativa de que os pagamentos fossem retomados depois da aprovação da mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que desobriga o governo de cumprir a meta de superávit primário deste ano. Mas a previsão não se confirmou. Ele explica que até outubro de 2013, os pagamentos ocorriam de dois a três dias após a emissão da nota - que apenas ocorre depois que um engenheiro da Caixa faz a medição da obra.

Após essa data, as notas que venciam depois do dia 20 apenas eram pagas no início do mês seguinte, com dez a 11 dias de atraso. Num acordo entre empresa e governo, ficou estabelecido que as pequenas construtoras receberiam 15 dias após a emissão da nota e as médias e grandes empresas, 21 dias - as ordens de pagamento só afetam o resultado fiscal quando são sacadas. Desde o mês passado, no entanto, a maioria das empresas não recebeu nada, diz Cury.

O executivo afirma que, em São Paulo, mais de 100 empresas participam do Minha Casa Minha Vida. Mas os atrasos não se restringem ao Estado paulista, diz o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Rodrigues Martins. Segundo ele, o problema é nacional e pior nas obras do PAC, cujos atrasos vem desde outubro.

"O desespero é igual nos dois programas. O problema é que no Minha Casa Minha Vida as margens são muito pequenas e, para compensar, as empresas contratam o máximo possível de unidades. Por isso, os atrasos tem um impacto maior." Martins afirma que tem tentando conversar com o Tesouro Nacional sobre o assunto, mas sem sucesso. "Os compromissos de fim de ano são mais pesados e as empresas não estavam preparadas para o atraso."

Em agosto, o jornal O Estado de S.Paulo já havia publicado reclamação das associações de empresários de obras públicas de São Paulo e do Rio de Janeiro de atraso nos pagamentos. Na ocasião, as empresas fluminenses reclamavam de atrasos de até seis meses nos pagamentos de obras do PAC.

Na época, o governo federal também negou que estivesse descumprindo os prazos. O fato é que o governo tem tido enorme dificuldade para fechar as contas deste ano - tanto que teve de aprovar a mudança na LDO de 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo de São Paulo pediu para presidente Dilma Rousseff que sete das oito obras previstas para solucionar a escassez de água no abastecimento da macrorregião de São Paulo e Campinas sejam incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Desse modo, poderíamos nos beneficiar do Regime Diferenciado de Contratação (RDC) para acelerar a conclusão das obras", disse nesta segunda-feira o secretário do Planejamento de São Paulo Júlio Semeghini, depois de uma reunião de três horas com as ministras do Planejamento, Miriam Belchior, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em Brasília.

Poderão entrar no PAC os projetos de interligação dos reservatórios Atibainha e Jaguari, as estações de produção de água de reúso Sul de São Paulo e Barueri, interligação dos reservatórios Jaguari com o Atibaia, poços artesianos no aquífero Guarani e interligação do Rio Grande com o Guarapiranga. De fora ficaria a obra da reserva de Pedreiras, em Campinas, e Duas pontes, no município de Amparo. Os projetos preveem investimentos de R$ 3,5 bilhões, de acordo com o governador Geraldo Alckmin, que os entregou à presidente Dilma Rousseff no dia 10. Semeghini disse que as obras deverão ficar prontas em 12, 24 e 36 meses.

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Também depois da reunião em seu gabinete, a ministra Miriam Belchior prometeu que o governo federal tomará uma decisão, ao menos parcial, sobre a ajuda nas obras necessárias para equacionar os problemas de desabastecimento de água em São Paulo até a próxima semana. A ministra informou ainda que na quinta-feira técnicos do governo federal e do governo paulista vão se reunir para "destrinchar o detalhamento das propostas". Hoje e amanhã os técnicos do governo federal vão analisar as planilhas e se preparar para a reunião de quinta.

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Um caminhão caçamba e uma pá carregadeira doadas ao município de Salgueiro, no Sertão, para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram flagradas sendo utilizadas em propriedade privada do diretor de trânsito da cidade. Segundo a Polícia Federal (PF), responsável pela abordagem, o encarregado das máquinas da secretaria de serviços públicos alegou que recebeu ordens verbais do prefeito do município, Marcones Libório (PSB), para executar o serviço.

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Os veículos estavam em uma pequena chácara situada na Zona rural, em um local conhecido como Sítio do Uri, às margens da BR-316, no sentido Salgueiro-Parnamirim. Uma chácara estava sendo construída no local. A PF informou quer não há ordem de serviço e que no cronograma apresentado não figura o nome do diretor de trânsito, identificado como "Joan".

O prefeito Marcones Libório e a secretária de serviços públicos, Gorete Coelho, ainda serão ouvidos. Por telefone, a secretária adiantou que desconhecia o serviço da chácara. A informação que a Polícia Federal teria ouvido da prefeitura é que "o açude beneficiaria a população". Segundo o diretor de comunicação da Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE), Giovani Santoro, a explicação não convence. “Pode até beneficiar, mas está em propriedade particular. Pode ser que o diretor futuramente impeça as pessoas de usufruírem da água”, resume.

Os operadores das máquinas foram ouvidos e liberados. O prefeito será indiciado pelo crime de utilização indevida,em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos, cuja pena varia de 2 a 12 anos. O fato também constitui ato de improbidade administrativa. Os veículos foram levados para a Delegacia de Salgueiro.

Prefeito condenado - Em agosto de 2013, o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE) sentenciou como procedente a denúncia de irregularidades no processo de licitação da empresa responsável pelo transporte público em Salgueiro, na administração do atual prefeito. O objeto do certame era para a contratação de estudos de capacidade e viabilidade, quando na verdade se tratava, da execução de serviços de transporte coletivo urbano.

Libório foi condenado pelo TCE a restituir aos cofres municipais R$ 201.905,55 por pagamento de despesas indevidas, ato também considerado como improbidade administrativa, pela Constituição Federal. Além disso foi aplicada também uma multa de R$ 13.000,00 ao prefeito e ainda ficou determinada a anexação desta decisão à prestação de contas do Município de 2012.

Outra cidade - Um caso semelhante foi registrado em novembro de 2013 pela Polícia Federal em Serrita, ainda no Sertão do Estado. Na fazenda de Rodrigo Cecílio, filho do prefeito de Serrita, Carlos Cecílio, foram encontradas duas máquinas retroescavadeiras e um caminhão que estavam sem emplacamento. As máquinas pertenciam ao Programa de Aceleração do Crescimento.

Na época, moradores da cidade informaram que desde abril daquele ano os veículos eram usados para os interesses particulares dos familiares do prefeito e seus aliados.Ninguém ainda foi preso por este caso.

A reeleição garantiu à presidente Dilma Rousseff o "direito" de inaugurar 20 obras prioritárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas áreas de transporte, energia e saneamento.

Com maior ou menor atraso, o governo vai conseguir entregar, nos próximos quatro anos, uma série de projetos que já pareciam não ter mais fim, como a Ferrovia Norte-Sul, entre Anápolis (GO) e Estrela D’Oeste (SP), o complexo de refino Comperj, no Rio de Janeiro, e a transposição do São Francisco, nos dois eixos de 470 quilômetros de extensão e que levarão água para quatro Estados do Nordeste.

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Entre esses 20 projetos, apenas a usina nuclear de Angra 3, em construção no Rio, tem previsão de ser entregue no último ano do novo mandato de Dilma, em junho de 2018. Todas as demais obras têm previsão de entrega até, no máximo, dezembro de 2016.

Mas a conclusão desses projetos virá acompanhada de uma fatura salgada. Os dados mais atuais do próprio governo sinalizam que esses 20 empreendimentos vão consumir mais de R$ 165 bilhões. A cifra supera em mais de R$ 50 bilhões a previsão inicial de gastos nessas mesmas obras feita há quatro anos. Esse custo extra equivale a mais de três vezes o orçamento anual que o governo consegue desembolsar em todo o setor de transportes.

"Nos últimos três anos, o governo gastou uma média de R$ 14 bilhões anuais em transportes. Isso mostra que ainda estamos derrapando quanto à eficiência de nossos investimentos", avalia Carlos Campos, coordenador de infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Transposição

A reeleição reservou para Dilma o desejo que, até 2010, era alimentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: inaugurar ao menos o eixo leste da transposição do São Francisco, que teve as suas obras iniciadas em 2007.

No setor elétrico, a presidente terá a oportunidade de cortar a faixa de sete hidrelétricas, que terão suas obras entregues entre 2015 e 2016. Nessa área, devem entrar em operação outros projetos estruturantes, como a usina de Belo Monte, no Pará. Apesar de acumular um ano de atraso, Belo Monte inicia sua oferta de energia em meados de 2016, com previsão de conclusão entre 2019 e 2020.

"O PAC estava travado e neste ano o setor de infraestrutura foi negativamente afetado pelo período eleitoral. Mas acredito que será destravado ao longo do ano que vem", diz José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).

Das obras que serão inauguradas por Dilma, aquelas que acumulam os maiores estouros de orçamento são a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Comperj. A primeira saltou de R$ 25,7 bilhões para R$ 41,7 bilhões nos últimos quatro anos. O segundo viu seu custo subir de R$ 19,3 bilhões para R$ 27,8 bilhões no mesmo período.

Na área de transporte, a conta mais salgada fica a cargo da ferrovia Transnordestina. A obra de 1.753 quilômetros entrou nos planos de Lula com orçamento de R$ 5,4 bilhões e previsão de ser entregue em 2012. Hoje, atinge R$ 9,6 bilhões e, após uma sucessão de adiamentos, teve o prazo de conclusão jogado para 2016.

A ferrovia Norte-Sul, que o governo chegou a divulgar como obra concluída, durante a campanha eleitoral, deveria ter o trecho até a paulista Estrela D’Oeste pronto desde dezembro de 2012. Dilma promete entrega-lo, de fato, até outubro de 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os compromissos do governo para este último trimestre de mandato deveriam incluir a inauguração de 11 obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Essa foi a meta estabelecida pela presidente Dilma Rousseff no início de 2011, quando assumiu o governo e apresentou seu primeiro balanço do PAC.

Quase quatro anos depois, apenas dois empreendimentos previstos para ser concluídos entre outubro e dezembro de 2014 terão, de fato, obras entregues dentro do prazo: as hidrelétricas Santo Antônio do Jari e Ferreira Gomes, ambas construídas no Amapá. A primeira iniciou suas operações neste mês e a segunda deve ligar suas turbinas até dezembro.

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Entre as nove obras que tiveram suas conclusões adiadas estão alguns dos mais caros e emblemáticos projetos do governo, como a transposição do rio São Francisco e a refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, em construção em Pernambuco. Esses empreendimentos já sofriam, na realidade, com frustrações de prazos acumuladas durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Custos

Além do atraso, o estouro nos prazos dos cronogramas veio acompanhada de um aumento de 46% nos custos. As 11 obras, que no início de 2011 somavam investimentos de R$ 37,6 bilhões, chegam agora a R$ 54,9 bilhões - um gasto adicional de R$ 17,3 bilhões.

Os projetos de saneamento básico tocados na região Nordeste do País lideram a lista dos empreendimentos problemáticos. O eixo leste da transposição do São Francisco, canal de 220 quilômetros que corta a região de Pernambuco e Paraíba, teve as suas obras iniciadas em 2007. Lula pretendia inaugurá-lo no último semestre do seu governo, em 2010. Mas foi obrigado a deixar a missão para Dilma. Quando assumiu o governo, a presidente reprogramou a data para 19 de dezembro deste ano. Agora, a previsão mais otimista para o São Francisco é verter água no agreste pernambucano em 31 de dezembro de 2015.

Rescisões

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão argumenta que o projeto foi alvo de rescisões e renegociações de contratos, o que exigiu a realização de novas licitações para tocar a construção. "No segundo semestre de 2013, o Ministério da Integração Nacional concluiu os procedimentos licitatórios para a contratação dos saldos remanescentes de obra. Com isto, garantiu a mobilização de mão de obra e equipamentos para execução da totalidade do eixo leste. Atualmente, todos os eixos estão em obras e em ritmo normal, com 65,3% realizados", informou.

Outros dois projetos ligados às bacias do São Francisco e do Parnaíba enfrentam dificuldades. As obras de esgotamento sanitário das bacias de ambos os rios, ações que se espalham por sete Estados do Nordeste, deveriam ser concluídas neste mês, mas acabaram prorrogadas para o fim de 2015. O mesmo destino foi dado para as ações de recuperação de solo e controle de processos erosivos nos dois rios, além das obras da adutora do Agreste, em Pernambuco, e da Vertente Litorânea (PB), sistema adutor de 94,8 km em construção na Paraíba.

Custo

Na área de transporte, o arco rodoviário do Rio de Janeiro (RJ), que estava orçado em R$ 400 milhões, em 2011, e estaria pronto neste fim de ano, viu seu custo saltar para R$ 1,083 bilhão no balanço mais recente do PAC, divulgado em junho. A entrega da obra ficou para o réveillon de 2016.

Na área de transporte, a BR-101, em um trecho de 199 km que envolve o contorno de Recife (PE), de 41 km de extensão, também corre atrás do prejuízo. Uma nova licitação para tocar a obra foi realizada, após determinações feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

No setor elétrico, a hidrelétrica de Colíder, em construção no rio Teles Pires, em Mato Grosso, tinha previsão de ligar sua primeira turbina na última semana deste ano, mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já esticou o cronograma para dezembro de 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ordem na equipe econômica do governo Dilma Rousseff é "bombar o PAC", liberando o máximo possível de pagamentos em todos os ministérios envolvidos com o Programa de Aceleração do Crescimento. A razão: além do efeito sobre a atividade econômica, os gastos do PAC poderão garantir o cumprimento da meta fiscal.

Estuda-se, no governo, uma alternativa ao descumprimento da meta de economizar 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para o pagamento de juros da dívida, algo que parece "altamente provável", disse uma fonte graduada do Ministério da Fazenda ao jornal O Estado de S. Paulo. Uma saída, ainda embrionária, seria alterar o Orçamento após as eleições, para elevar o total que pode ser abatido da chamada meta fiscal. Esse desconto é formado em despesas do PAC e em desonerações tributárias.

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Hoje o abatimento previsto na lei orçamentária é de R$ 67 bilhões. O governo afirmou que usaria apenas R$ 35 bilhões. Se decidir usar o total, a meta do chamado superávit primário, fixada em R$ 99 bilhões, poderia ter uma redução adicional de R$ 32 bilhões - a diferença entre R$ 67 bilhões e R$ 35 bilhões). Assim, a meta ficaria em 1,3% do PIB. Mesmo neste nível, parece difícil de ser atingida.

Entre janeiro e agosto, o governo conseguiu acumular apenas 0,3% do PIB, ou R$ 10 bilhões, em superávit primário até agora. Caso as despesas totais do PAC continuem crescendo em ritmo forte, o governo pode usar essa carta na manga e pedir o aumento do desconto legal, justificando o pedido pelos investimentos, e não pelas desonerações. Isso, no entanto, é apenas uma ideia no governo.

Desde o fim de julho, a ordem no governo é gastar o máximo possível com o PAC. Não à toa, em agosto as despesas com o programa saltaram 68,7% ante julho. Foram R$ 8,44 bilhões. Com isso, o governo conseguiu elevar o total gasto com o PAC no ano, segundo o Tesouro Nacional, para R$ 42,3 bilhões - resultado 45% superior a igual período do ano passado. Os gastos do PAC voltaram a crescer muito em setembro, em torno de R$ 6 bilhões, segundo levantamento preliminar do governo.

As desonerações tributárias, segundo dados da Receita até agosto, podem somar quase R$ 100 bilhões entre janeiro e dezembro, estima o especialista em contas públicas Felipe Salto, da Tendências Consultoria. "O governo pode fazer todo o abatimento com as desonerações, mas é razoável que o PAC exerça um papel grande neste ‘mix’, por se tratar de um gasto defensável, ao constituir investimento público", disse Salto.

'Pedaladas'

O aumento nas despesas com o PAC também tem servido para contrabalançar o efeito do fim das "pedaladas fiscais" aplicadas pelo Tesouro em despesas sociais e previdenciárias. Essas "pedaladas" são os atrasos do Tesouro no repasse de dinheiro para bancos, em especial à Caixa, que continuaram pagando despesas como abono salarial, seguro-desemprego, Bolsa Família e benefícios previdenciários.

Desde o início de agosto, quando o jornal O Estado começou a revelar as "pedaladas", o Tesouro passou a corrigi-las. Essa correção elevou os gastos federais e deteriorou ainda mais a meta fiscal. Nesse sentido, as despesas com o PAC e seu potencial de abatimento surgiram como possível remédio.

As despesas com abono salarial e seguro-desemprego, por exemplo, começaram a ser corrigidas. Elas aumentaram nada menos do que 108% entre julho e agosto. Outra despesa que aumentou muito foi a do Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família. Os gastos da Pasta cresceram 60,5% de julho a agosto e atingiram R$ 3,58 bilhões.

Os pagamentos de abono, seguro-desemprego e, principalmente, do Bolsa Família, são feitos pela Caixa, que estava usando capital próprio para honrar os benefícios, enquanto o Tesouro não liberava o dinheiro,

Por causa dos crescentes saldos negativos nessas contas sociais, a Caixa foi à Advocacia-Geral da União (AGU) solicitar a abertura de uma Câmara de Conciliação e Arbitragem para solucionar juridicamente a questão do atraso. Caso fosse considerado que a Caixa estava financiando o Tesouro, um problema maior estaria criado, já que a prática é vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra do Planejamento Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, destacou a dificuldade de os municípios conseguirem ter acesso aos recursos disponibilizados pelo governo federal para implementar obras como a que está sendo iniciada no município de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Nesta quinta-feira (25), está sendo assinado a ordem de início das obras do BHLS (bus with high level services, em inglês), no qual o ônibus trafega pelas vias normais e por canaletas exclusivas.

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Em seu discurso, a ministra destacou a disponibilidade de R$ 143 bilhões no Tesouro Nacional para serem gastos em mobilidade urbana. Ela ressaltou que, na cidade do Rio, até o fim do ano, será colocado em licitação a linha 3 do metrô. A uma plateia de cerca de 100 pessoas, Miriam também discursou sobre os projetos do PAC em diferentes cidades do Brasil, como os de construção de VLTs (veículos leves sobre trilhos), corredores de ônibus e aeromóvel.

Segundo Miriam, a prioridade do governo é aprovar projetos de transporte coletivo e de massa, de interligação dos bairros aos centros das cidades e também entre modais. Em Niterói, o BHLS será conectado ao catamarã que transporta os moradores do município ao centro do Rio de Janeiro. "O passo seguinte é de integração das tarifas dos modais", afirmou a ministra.

Ela ainda exigiu do consórcio responsável pelas obras em Niterói, o Transoceânica, a antecipação do cronograma. A previsão do ministério é de conclusão em 24 meses. "Essa será uma obra fundamental para Niterói e a primeira de uma série na região metropolitana do Rio. Muitas serão realizadas na sequência", disse Miriam.

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