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Amanda e Giovanna, ambas de 20 anos, reconhecem a importância de acompanhar a vida política de suas cidades, mas se mostram desiludidas com os debates e ações até sobre medidas que podem ter impacto direto no futuro da vida delas. As duas integram uma estatística que ilustra a dificuldade que é aumentar a participação de jovens na política. Um estudo realizado pelo Ibope e pela Rede Nossa São Paulo mostra que 67% das pessoas entre 16 e 24 anos na cidade não têm a mínima vontade de participar da vida política do município.

"É bem chato não querer participar", disse Amanda Porfírio, técnica em nutrição. "Eu sempre me imaginava no lugar deles (políticos) fazendo mudanças, mas acho que a política virou somente um nome." O ponto de vista é compartilhado por Giovanna Paulo, que trabalha como montadora numa fábrica de automóveis. "Sei que é importante acompanhar, mas não me vejo refletida na política."

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A pesquisa foi realizada com 800 pessoas durante o mês de janeiro em São Paulo. Entre os mais jovens, 19% disseram ter "alguma vontade" de participar da vida política na cidade e 15% falaram ter muita vontade.

"O mundo político, historicamente, não dá abertura a essas pessoas, então a vontade que o jovem tem de querer transformar as coisas não encontra eco no mundo da política, por isso há essa desilusão", afirmou o assessor de Mobilização da Rede Nossa São Paulo, Igor Pantoja.

No levantamento, foi apresentada aos entrevistados uma lista de possibilidades de atuação que vai do simples compartilhamento de notícias sobre política na internet até participação em atos de rua e atuação em conselhos municipais, mas 42% dos jovens disseram não praticar nenhuma delas.

Assinatura de abaixo-assinados, compartilhamento de notícias em redes sociais e em aplicativos de mensagens e atuação no movimento estudantil estão entre as formas mais citadas de fazer política por esta geração. Nenhum desses pontos, entretanto, foi citado por mais de 22% dos entrevistados.

Para o cientista político Paulo Loiola, da Baselab, fatores ligados à economia ajudam a explicar esse distanciamento entre jovens e política. "Essas pessoas são um dos públicos mais impactados hoje pela falta de perspectiva, falta de renda e de emprego. Muitos estão ou desmotivados por essa falta de perspectiva ou ocupados demais com sua sobrevivência dividindo-se entre trabalho e estudo, sobrando pouco tempo útil a ser dedicado a esse tema", disse o cientista político.

Giovanna relatou que este é um "problema" observado em seus grupos de amigos. "A busca de oportunidades é o que ocupa a maior parte do tempo, já que há uma necessidade cada vez maior de ter experiência para ingressar no mercado de trabalho."

'Bolha'

Apesar da resistência de movimentos estudantis, de ações como ocupações de escolas e da formação política nos braços "jovens" de dentro dos partidos ou de grupos de renovação, a inserção desta faixa etária na política aparece com mais força e presença no ambiente online. Mas isso não se traduz necessariamente em qualidade do debate político ou mesmo em ação prática fora das chamadas "bolhas".

Em redes sociais e aplicativos como WhatsApp e Telegram, o "textão" em discussões sobre política são manifestações legítimas, mas analistas contestam seu caráter de diálogo. "O ambiente online favorece esse comportamento de muito 'textão', muita opinião, mas as redes nos mostram, em geral, conversas pontuais entre indivíduos, não envolvem instituições, ideias, projetos", disse Pantoja. "No ambiente online, há um incentivo a se posicionar, dá uma sensação de poder a quem está produzindo o conteúdo", afirmou Loiola.

A pesquisadora Luiza Carolina dos Santos, da Diretoria de Análise de Políticas Públicas (Dapp) da FGV, aponta a necessidade de se ter em mente um diagnóstico do momento que vivemos e de como os jovens têm se relacionado com política. "A ação política hoje pode estar muito mais relacionada com pequenas ações cotidianas do que restrita a espaços institucionalizados, como partidos políticos, movimentos sociais ou outras formas de organização da sociedade civil", disse Luiza.

Um exemplo desta nova realidade são os espaços de debate político que emergiram nas eleições de 2020 nos Estados Unidos e no Brasil, onde políticos "invadiram" espaços como Discord e Twitch para fazer campanha enquanto dialogavam com o público gamer. "Todo lugar é lugar de discussão política", afirmou Luiza. "O que nos auxilia a compreender esse momento é muito mais qualificar as formas de participação hoje como formas legítimas. Isso exige repensar como institucionalizamos a participação política hoje, se podemos repensar possibilidades diferentes que possam dialogar com novas gerações, nos espaços dessas novas gerações." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As mulheres negras representam 27,8% da população brasileira, entretanto tem baixa representatividade na política. Em ano de eleições municipais, dados divulgados pelo Movimento Mulheres Negras mostram que, em 2016, o número de eleitas, tanto para vereadoras quanto para prefeitas não chegou a 5%. Tanto em número de candidatas quanto de eleitas, elas ficaram atrás de homens brancos, homens negros e de mulheres brancas nos dois cargos. Para as eleições de 2020 houve um pequeno aumento no número de candidatas negras tanto para vereadoras quanto para prefeitas.

Nas eleições de 2016, 4,1% dos candidatos às prefeituras eram mulheres negras (691). Em comparação, os candidatos homens brancos somavam 57,7%, homens negros, 28,7% e mulheres brancas, 8,8%. Das candidatas negras, 3,2% (180) foram eleitas. O maior percentual de eleitos foi de homens brancos, com 62,2%. Em comparação com a eleição deste ano houve um aumento no número de candidatas negras, de 0,4 ponto percentual.

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Para o cargo de vereador, em 2016 15,4% dos candidatos eram mulheres negras (71.066). Em comparação, o número candidatos homens brancos foi 33%, negros, 33,3% e brancas, 17,5%. Das candidatas negras, 5% (2.870) foram eleitas. O maior percentual de eleitos foi de homens brancos, com 48,7%. Em comparação com 2020, houve um crescimento de 1,4 ponto percentual no número de candidatas negras.

Para a cofundadora e coordenadora do Movimento Mulheres Negras Decidem, Diana Mendes dos Santos, as mulheres negras não são vistas como um grupo demográfico. O movimento, que qualifica e promove a “agenda liderada por mulheres negras na política institucional”, está presente em 16 unidades da Federação (Alagoas, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rondônia, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins).

"Enquanto movimento, tem muito essa missão de estar olhando justamente para suprir a falta de representatividade de mulheres negras dentro das instâncias de poder. Acaba focalizando isso, porque a gente trabalha muito com pesquisas, mas também tenta trabalhar uma narrativa que identifique o problema e potencialize essas mulheres que já estão, de alguma forma, trabalhando com essa agenda. Um dos principais dados que a gente tenta visibilizar, da Pnad Contínua 2019, é que mulheres negras representam cerca de 28% da população brasileira. O que isso significa? Que somos o maior grupo demográfico do país e, consequentemente, a maior força eleitoral", disse Diana.

Para a coordenadora, as mulheres negras comprometidas com a agenda da população negra têm um projeto político de país. “Coisas que a gente entende em uma escala ampla de saúde e educação, que é uma política de igualdade racial que a gente deseja pro país como um todo. É realmente uma visão de futuro possível, que, claro, é desafiador, mas, ao mesmo tempo, a gente tem essa potência", disse. Diana acrescentou que o fortalecimento da democracia, de acesso a direitos e de uma agenda que contemple coisas que tenham a ver com a realidade da população negra e, especialmente, das mulheres negras têm a ver com esse fortalecimento nessas instâncias de poder. "É estar lá para nos representar."

O Brasil está entre os países da América Latina que mais apresentam obstáculos para os direitos políticos das mulheres e a paridade política entre homens e mulheres, de acordo com estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres). O país ocupa o 9º lugar em um ranking com 11 países.

Há quem diga que religião e política não se misturam, principalmente pela instituição da laicidade do Estado. Porém, posturas recentes do Papa Francisco, líder mundial da igreja católica, têm instigado diversos movimentos religiosos brasileiros justamente ao contrário. Em Pernambuco, aproveitando as eleições gerais deste ano, grupos que integram uma iniciativa católica chamada “Fé e Compromisso” querem ampliar a participação de leigos, como são intitulados os fiéis sem cargos religiosos, na política local. 

O grupo surgiu há 10 anos e tem, segundo a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB), o aval do arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. A tucana, que é católica praticante, foi eleita em 2014 com o apoio dos movimentos que compõem a iniciativa e espera voltar à Assembleia Legislativa (Alepe) após encarar as urnas novamente em outubro. Mas a novidade é que os católicos pernambucanos também querem emplacar uma vaga na Câmara Federal, com a candidatura do fundador da Comunidade Boa Nova, Hamilton Apolônio. 

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A prova viva de que a igreja está querendo ir além dos discursos nas missas e aumentar o espaço político está na postura do papa. Considerado revolucionário em algumas questões, Francisco vem surpreendendo a alta corte do clero e os fiéis com suas atitudes e discursos. 

Em certa ocasião, o papa chegou a dizer que os católicos devem se envolver na política porque ela  “é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum” e completou: “os leigos cristãos devem trabalhar na política. Dirão-me que não é fácil. Mas também não o é tornar-se padre. A política é demasiado suja, mas é suja porque os cristãos não se implicaram com o espírito evangélico. É fácil atirar culpas... mas eu, que faço? Trabalhar para o bem comum é dever de cristão”. 

No Brasil, o envolvimento da igreja nas questões políticas ficou latente em 2017, quando a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tomou partido diante da conjuntura. O alto clero brasileiro se colocou contrário à medidas adotadas pelo presidente Michel Temer (MDB) e passou a convocar a igreja para lutar contra, por exemplo, as reformas trabalhista [já em vigor] e previdenciária [em tramitação na Câmara dos Deputados]. 

Dom Fernando Saburido foi um dos que encabeçou a luta, convocando “o povo de boa vontade” para participar de atos públicos e pressionar os políticos a não aprovar tais medidas que, segundo ele, “merecem imediato repúdio”. Além das reformas, diante da conjuntura vivida no ano passado, Saburido também chegou a defender eleições indiretas caso Temer fosse destituído do cargo e fez ponderações sobre o cenário político. “É um momento muito difícil. Nós temos que nos unir. É a força da unidade que vai resolver as coisas. O governo está numa situação difícil, insustentável”, disse. 

Diante da manifestação dos líderes, o que evoca uma participação mais ativa dos fiéis, faz com que os católicos sintam-se autorizados a ingressar na vida política. “A conjuntura nacional é bem complicada e não oferece opções. É necessário agir como cristão na política e a igreja católica precisa adentrar com mais força. Resisti bastante a fazer isso, mas chega um momento que você pensa ou eu faço ou fico calado, não reclamo de mais nada. Os discursos do papa Francisco me motivou bastante”, declarou Hamilton, que ainda não definiu a qual partido se filiará. 

O combate a política suja

Sob a ótica do pré-candidato a deputado federal, mesmo sendo “um instrumento fantástico”, a política “se tornou muito manchada pelo volume de corrupção que o Brasil está passando”, mas apesar disso ele aceitou encarar o desafio sob a justificativa de que “quando aqueles que são chamados por Deus não atendem, outros que não são chamados, para cumprir funções tão importantes, acabam chegando e não realizando o necessário”. 

“Resisti por causa dessa realidade, você tem medo de entrar em um ambiente que está totalmente sujo, mas tem muita gente boa neste ambiente, que arrisca a vida. Então vamos arriscar também”, salientou. 

Esse cenário, envolto por investigações e acusações de corrupção, pode ser favorável na busca do crescimento da representatividade católica. Para Terezinha Nunes, a conjuntura fará com que “as pessoas sejam mais seletivas no voto”. 

“Os católicos não tem a mesma tradição que os evangélicos tem na política, esse interesse dos católicos é mais recente. Acreditamos que este ano, pelo desgaste todos da política, e esse movimento de buscar alguém com ficha limpa para votar, isso cresça. Temos notado maior interesse em discutir política e escolher pessoas que tenham mais haver com a doutrina cristã e as defesas deles”, destrinchou a deputada estadual. 

Para ampliar o número de votos direcionados aos políticos católicos, o movimento Fé e Compromisso tem promovido oficinas e palestras nas igrejas pautando, segundo Terezinha, “a necessidade de aprender a votar e escolher os candidatos”. Indagada se desejam imitar os métodos evangélicos de doutrinação, ela negou.  

Mesmo sendo 66% dos pernambucanos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, os católicos não tem uma bancada formada, ao contrário do que acontece com os evangélicos, que crescem exponencialmente as bancadas nas casas legislativas. 

Defesas dos mandatos

Hamilton é responsável por uma comunidade conhecida por trabalhar a recuperação de dependentes químicos, pauta bem comum entre os políticos evangélicos. Entretanto, ele disse que vai ampliar sua defesa, caso seja eleito. 

“Vou procurar levar as necessidades do estado para a Câmara Federal, claro, mas a defesa da família e dos valores cristãos estão impregnados em mim. Tenho o desejo de ser alguém que faz a interlocução entre o poder e as necessidades de todas as regiões do estado, a partir de diálogos com os bispos”, assegurou, pontuando que não deixará de lado questões como saúde e segurança, que estão diretamente ligadas ao combate às drogas. 

Hamilton também disse já ter tratado do assunto com Dom Fernando e os bispos de outras unidades regionais como Dom Henrique Soares, responsável pela Diocese de Palmares, e Dom Paulo Jackson, da Diocese de Garanhuns. “É um tipo de atividade que não sei como alguém pode querer entrar nela sozinho. Sozinho ninguém pode. Tenho a adesão de todos os bispos da província de Pernambuco e quero, junto com eles, pleitear pelas necessidades do estado”, reforçou.

Na Região Metropolitana do Recife, o Fé e Compromisso concorrerá com a dobradinha Terezinha Nunes e Hamilton Apolônio, mas também estuda lançar nomes de outras regiões do estado. Atualmente, na bancada pernambucana, nenhum deputado federal atua como representante da igreja católica. 

*Foto 1 [Papa Francisco] - ALBERTO PIZZOLI / AFP

*Foto 2 [Terezinha Nunes e Hamilton Apolônio] - Reprodução do Facebook/Hamilton Apolônio

Um balanço divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta que mais de 16 milhões de brasileiros estão filiados a um dos 35 partidos políticos existentes no país. A legenda com o maior número de membros é o PMDB, com mais de 2,3 milhões de filiados. Em segundo lugar está o PT, com mais de 1,5 milhão, e em terceiro o PSDB com mais de 1,4 milhão.

Dos partidos com os menores números de adeptos, estão as siglas recém-criadas Rede Sustentabilidade com mais de 15 mil e o Partido Novo com pouco mais de 2 mil, além do PCO que tem 2,8 mil filiados.  

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No total, de acordo com o TSE, são mais de 8,8 milhões de homens e 7,1 milhões de mulheres. A maioria dos brasileiros que integram as agremiações está entre 43 e 58 anos [6 milhões], já o menor quantitativo está entre os maiores de 79 anos [708 mil]. Dos jovens de 16 a 21 anos, quase 193 mil são membros de algum partido. 

Os desdobramentos da Operação Lava Jato prometem dar um novo fôlego as manifestações agendadas para o próximo domingo (13) em todo o país. No Recife, o ato que está sendo organizado pelo Movimento Vem Pra Rua vai acontecer às 10h, na Avenida Boa Viagem, zona sul da cidade. O local é tradicional palco dos protestos neste sentido - as últimas foram realizadas em março, abrilagosto – e de acordo com um dos porta-vozes do grupo na capital pernambucana, o advogado Gustavo Gesteira, a expectativa é de uma adesão cada vez maior.

“Se as ruas confirmarem a adesão que está tendo nas redes sociais é possível que as manifestações sejam maiores [que as últimas]. Nossa expectativa é muito positiva já que o evento se tornou o maior da história do Facebook no mundo e em Pernambuco já temos confirmações cinco vezes a mais que nas últimas três manifestações”, informou Gesteira, em conversa com o Portal LeiaJá. 

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O mote desta manifestação encabeçada nacionalmente pela Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, lançado em abril, é “vamos salvar o Brasil destes corruptos que estão destruindo o país” e as bandeiras que serão levantadas pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT); a cassação dos mandatos dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); e a resistência dos brasileiros quanto o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao comando do país. 

Indagado se o Vem Pra Rua estava vendo êxito nas pautas que têm levado às ruas nas mobilizações, Gustavo Gesteira pontuou que sim. “Sem dúvida, os avanços têm sido significativos. Vemos diversos dos envolvidos em escândalos de corrupção já presos e até sendo condenados. Tivemos a prisão de um senador da República [Delcídio do Amaral] e a condenação do Marcelo Odebrecht”, observou o advogado. “Estas ações reduzem as máximas de que rico ou político no Brasil não vão para cadeia”, acrescentou.

Sobre a adesão de políticos da bancada oposicionista ao ato, Gustavo Gesteira afirmou que isso não descredencia os movimentos. “É uma adesão é natural e vem sendo crescente, diante do tamanho dos escândalos de corrupção e da ausência de competência do governo Dilma para tirar o país desta crise que ele mesmo colocou”, argumentou. Os deputados Mendonça Filho (DEM), Daniel Coelho (PSDB) e Raul Jungmann (PPS) confirmaram a participação no protesto. 

Segurança – O líder do Vem Pra Rua no estado informou ainda que o movimento já tomou “todas as medidas cabíveis com relação à segurança pública” para o bom andamento no ato. Segundo ele, as secretarias de Defesa Social de Pernambuco, Segurança Urbana do Recife e Mobilidade e Controle Urbano do Recife foram comunicadas e solicitadas para o apoio da Polícia Militar, da CTTU e do Corpo de Bombeiros. “Acreditamos que vamos fazer mais uma manifestação pacifica e ordeira, com a presença de famílias, e para isso comunicamos tudo as autoridades competentes”, destacou. 

 

Lembrados como traidores da classe trabalhista, poucos políticos participam da manifestação que acontece, nesta quarta-feira (15), no Recife, contra o Projeto de Lei (PL) 4330 que regulamenta a terceirização no país. No ato, até o momento, só foram vistos representantes do PT e do PSOL, como o vereador Jurandir Liberal (PT) e o ex-candidato a governador de Pernambuco, José Gomes (PSOL). 

Sob a ótica de Jurandir, o PT tem por obrigação ir às ruas defender os trabalhadores, pois é esse o principal objetivo do partido. “A terceirização é uma forma de privatizar os trabalhadores e precarizar o serviço público. Além de parlamentar tenho origem no movimento sindical, conheço a luta do trabalhador e esse projeto é uma aberração”, disparou. 

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Corroborando o petista, José Gomes afirmou que o PSOL irá pressionar o Congresso Nacional até que o PL seja barrado.  “Vamos fazer muita pressão contra a aprovação deste projeto. Somos contra no Congresso e por isso estamos nas ruas”, argumentou o ex-candidato. Tanto os parlamentares do PSOL quanto os do PT votaram contra o projeto na Câmara.

O protesto já deixou a concentração na Avenida Cruz Cabugá e passa, neste momento, pela Rua do Hospício. Depois seguirá pela Avenida Conde da Boa Vista e seguirá em direção ao Palácio do Campo das Princesas, onde fica localizada a sede do governo estadual. De acordo com Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE) 12 mil pessoas participam do ato. No entanto, a Polícia Militar não divulgou o quantitativo de participantes do ato. 

A avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, voltou a ser palco de manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) neste domingo (12). Apesar da adesão menor, se comparado ao protesto de 15 de março, os líderes dos movimentos que participaram do ato aproveitaram o momento para lançar a Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos Brasileiros. Com cerca de 50 grupos, entre eles o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre, a principal intenção da Aliança é levar ao Congresso Nacional a reivindicação pela saída da petista “quer seja por impeachment, cassação ou renúncia”.

“Todos os movimentos numa única agenda, com a mesma pauta e que vai passar a agir de forma antenada e reivindicando o que o povo pede nas ruas”, detalhou um dos porta-vozes do Vem Pra Rua, Gustavo Gesteira, que fez o anúncio para finalizar o ato, por volta das 17h20. Segundo ele, as agremiações devem escolher um líder posteriormente para representar a Aliança Nacional e até a próxima quarta-feira (15) ao menos um líder de cada movimento deve ir ao Congresso com a pauta de reivindicações.

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“Basta de o povo falar e o Governo Federal escalar dois ministros para responder de forma contrária o que ao povo pediu. Vamos exigir conjuntamente aquilo que o povo pede nas ruas”, destacou Gesteira.

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O ato deste domingo iniciou por volta das 14h. Vestidos de verde e amarelo, milhares de pessoas foram à orla da praia de Boa Viagem. A Polícia Militar optou por não fazer um balanço no quantitativo de manifestantes. A organização inicialmente estimou um público de 12 mil, no fim do protesto afirmaram ter passado pelo local 40 mil pessoas.

Entre os presentes, os pleitos eram diversos. Houve quem pedisse pelo impeachment de Dilma, a reforma política, o fim da corrupção, a intervenção militar, a prisão do ex-presidente Lula (PT), a saída do ministro Dias Tofolli do Supremo Tribunal Federal e a renovação do Congresso Nacional.

“Vim para rua hoje com o desejo de mudar o meu país. Precisamos tentar fazer uma faxina geral em toda essa robalheira”, disparou a comerciante Gyane Gonçalves. “Fora todos esses que estão corroendo o país. Estive na manifestação do dia 15 e voltarei às ruas quantas vezes for necessário para pedir uma renovação. A voz do povo tem que ser ouvida”, corroborou a médica Ana Carolina.

Apesar de pregar o apartidarismo, alguns políticos marcaram presença na manifestação. Entre eles, o deputado federal e líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho; o vereador e presidente do PSDB no Recife, André Régis; e a deputada estadual Priscila Krause (DEM).

Petistas rebatem protesto com camisas e bandeiras vermelhas

Vestindo vermelho, alguns petistas foram vistos na orla de Boa Viagem protestando contra o ato antigovernista. Um deles, que preferiu não se identificar e não falou com à imprensa, foi hostilizado pelos manifestantes e por líderes dos movimentos que integravam a organização do protesto. O jovem estava com um adesivo de apoio a Dilma na camisa. Os participantes da mobilização jogaram ovos contra ele e fizeram xingamentos, mostrando cédulas de R$ 5 e R$ 20.

Além dele, bandeiras vermelhas foram estendidas nos prédios da orla e contra eles vaias unissononas eram entoadas. 

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, gravaram, no início da manhã desta quinta-feira (25), a participação deles nas inserções do PSB nacional e local. Nos vídeos, os socialistas devem reforçar as defesas do partido, inclusive para a reforma política, bem como o desenvolvimento das gestões estadual e municipal.

Além disso, Câmara e Geraldo também devem fazer menção aos avanços intermediados pelo ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto de 2014. Os esquetes do PSB nacional serão exibidos nos dias 14,17,19 e 21 de março, já o local nos dias 9,11,13 e 16 do mesmo mês. 

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Reunião da Executiva Nacional do PSB

A primeira reunião da executiva nacional do PSB, agendada para o próximo dia 5, não vai contar com a participação do governador e vice-presidente nacional da legenda. Isto porque, Paulo Câmara estará no México para receber mais uma premiação internacional do programa Mãe Coruja. 

Apesar da ausência, Câmara adiantou que a pauta central do encontro será o planejamento do partido e a reforma política. “É a primeira reunião esse ano. Não vou nem estar, mas é em cima do planejamento que o partido quer fazer para os próximos cinco anos e discutir também o início da questão da reforma política já em cima do que a gente sempre defendeu”, afirmou o governador, durante entrevista coletiva nessa quarta-feira (25). 

Há 82 anos, com a aprovação do Código Eleitoral de 1932, as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar e de serem votadas em âmbito nacional. A luta de mais de 100 anos obteve êxito no dia 3 de maio de 1933, quando, pela primeira vez, uma mulher votou e recebeu votos na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte. Hoje, o sexo feminino é maioria dentre os eleitores do país, porém, a participação efetiva de mulheres nos rumos da política brasileira ainda é significativamente menor que a de homens. 

O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio, destaca que para os cargos que dependem de concurso público para ingresso, especialmente na área jurídica, “nós verificamos que elas [as mulheres] despontam e estão assumindo cargos na magistratura” pelo critério do mérito. “Por que não na política? Há alguma coisa errada e, a meu ver, a coisa errada é que se observa apenas o aspecto formal da lei, não o conteúdo, não o objetivo exato que é efetivo à participação [política] e participação como candidatas”, completa o ministro.

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Segundo dados do TSE de janeiro de 2014, do total de 140.804.936 eleitores no Brasil, 73.148.701 são mulheres (51,950%). A presença feminina também tem crescido nas altas lideranças do país. Prova disso é que o Poder Executivo nacional é chefiado atualmente pela presidente da República, Dilma Rousseff. No Poder Judiciário, as mulheres também estão ascendendo aos principais cargos: o Supremo Tribunal Federal (STF) e o próprio TSE já foram presididos por mulheres, as ministras Ellen Gracie e Cármen Lúcia, respectivamente.

Em contrapartida, apesar do aumento da presença feminina nos cargos do Executivo e do Judiciário, em um ranking de 188 países, o Brasil é o 156ª no que se refere à presença das mulheres no Legislativo, de acordo com levantamento apresentado na cartilha “+ Mulher na Política: Mulher, Tome Partido”. Além disso, o número de mulheres eleitas nas últimas eleições gerais, em 2010, ainda é muito inferior ao de homens. Dos 513 membros eleitos para a Câmara dos Deputados, foram eleitas apenas 45 deputadas federais, o equivalente a 9% do total. Para o Senado, foram eleitas sete senadoras (13%), considerando-se as 54 cadeiras em disputa (dois terços) naquele pleito. Os números se distanciam do mínimo de 30% estabelecido parágrafo 3º do art. 10 da Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições), segundo redação dada pela Lei nº 12.034/2009: “Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”. 

Luciana Lóssio, que é ministra do TSE pela classe dos advogados, avalia a evolução da participação da mulher na sociedade. “Nós estamos enfrentando um momento muito bom para a afirmação das mulheres tanto na chefia do Poder Executivo quanto do Judiciário. Vejamos que há muito pouco tempo as mulheres conseguiram ocupar o seu espaço em ambientes majoritariamente masculinos. Em 2011, eu tive a felicidade de me tornar ministra do TSE, sendo a primeira mulher a exercer o cargo de ministra na Justiça Eleitoral na classe dos juristas. Outro fato ainda digno de nota é que nas últimas eleições municipais, no ano de 2012, nós tivemos pela primeira vez o TSE com quatro mulheres e presidido pela ministra Cármen Lúcia. Este realmente é um dado importantíssimo que mostra como a Justiça Eleitoral é uma Justiça de vanguarda”, enaltece a ministra.

Na opinião da ministra do TSE Laurita Vaz, que hoje é a corregedora-geral da Justiça Eleitoral, diante de uma perspectiva histórica, “a participação da mulher na sociedade vem, paulatinamente, ganhando força ao longo dos anos”. Para ela, o direito de votar foi uma das grandes conquistas das mulheres brasileiras no século passado. “Progressivamente, outros avanços dignos de registro ganharam espaço, como a elevação crescente do grau de escolaridade, a inserção da mulher no mercado de trabalho e a reserva de vagas introduzida por algumas leis para incentivar a participação feminina também no cenário político”, lembra.

Segundo a ministra, também nas carreiras jurídicas houve crescimento na participação da mulher, inclusive com a conquista de melhores classificações nos concursos públicos por parte do sexo feminino, notadamente na área do Direito. “O avanço das mulheres nas carreiras jurídicas é substancial. Percebe-se que as mulheres vêm ganhando espaço no poder público, principalmente nos quadros do Ministério Público e da magistratura, que detêm número significativo de mulheres, em especial, nas bases de suas carreiras. Todavia, esse percentual vai diminuindo gradativamente, quando se analisam as instâncias superiores e os cargos providos por indicação”, ressalva.

Para a corregedora, esse fato não traduz a “falta de competência ou merecimento por parte das mulheres, mas sim, as dificuldades existentes na busca de espaço político em ambientes majoritariamente ocupados por homens”. “A estatística demonstra que quando se chega ao ápice da carreira jurídica, constata-se que a disputa não depende mais de um concurso público de provas e títulos, mas de espaço político e de reconhecimento dos próprios pares, na maioria homens que, muitas vezes, dificultam o acesso das mulheres. Precisamos, portanto, transpor as barreiras dessa discriminação não aparente, que se dá de forma sutil e velada”, conclui Laurita Vaz.

*Com informações do TSE

Mais da metade dos jovens brasileiros apontam a corrupção como o pior problema do Brasil. É o que aponta a Agenda Juventude Brasil: Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião da Juventude Brasileira, divulgada nesta quinta-feira (8) pela Secretaria Nacional da Juventude. Questões relativas à violência, desigualdade social e discriminação também são pontos negativos apontados pelos jovens.

A pesquisa foi realizada entre abril e maio deste ano, com 3,3 mil jovens, com idade entre 15 e 29 anos, distribuídos em 187 municípios, incluindo capitais, interior, áreas urbanas e rurais. "O objetivo é construir uma base sólida de dados para conhecer as demandas e expectativas dos jovens, para nortear as políticas públicas e ampliar os espaços de articulação”, explicou a secretária nacional de Juventude, Severine Macedo.

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Já entre os aspectos positivos do país estão as possibilidades de estudo, a liberdade de expressão, a estabilidade econômica, a democracia e as políticas sociais.

"Essa pesquisa foi feita antes das mobilizações e elas já mostram a insatisfação com a segurança, educação e saúde e a necessidade de aumentar os investimentos nesses setores", salientou o pesquisador Gustavo Venturi, da Universidade de São Paulo (USP).

Entre as soluções propostas no eixo educação estão o investimento maior nos professores e na infraestrutura das escolas. Na área da saúde são a contratação de profissionais, o atendimento mais rápido, mais medicamentos e a melhoria da infraestrutura das unidades públicas. No segmento segurança, as ideias foram sobre a capacitação das forças policiais e o combate à corrupção entre os que atuam na segurança pública.

Pesquisa - De acordo com a Secretaria Nacional da Juventude, o levantamento é composto por vários blocos e apenas o primeiro deles foi apresentado nesta quinta. Os demais estão sendo analisados e serão lançados até o final do ano.

Essa etapa inicial é composta pelo perfil dos jovens e por dados sobre participação política. As informações revelam, entre outros aspectos, quem são os jovens brasileiros na sua maioria, suas expectativas em relação à vida e ao país, opinião sobre a política e o grau de participação nos processos decisórios do país. A pesquisa conta ainda com blocos temáticos referentes à família, saúde, educação, trabalho, cultura e lazer e violência.

Perfil
A pesquisa mostra que 74% dos jovens integram a População Economicamente Ativa do Brasil. Do total, 52% não estão estudando, ou porque concluíram o ensino médio e superior ou porque tiveram que largar os estudos para trabalhar. Do universo pesquisado, 21% dos jovens estão desempregados e outros 15% estão apenas estudando. Para a maioria, a educação representa a porta para a melhoria de vida. Entre os fatores importantes também estão o apoio da família e o esforço pessoal.

Política
Sobre a percepção da política, 83% disseram que ela é muito importante ou mais ou menos importante. Outros 16% consideraram que política não é importante.

 

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