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O Podemos avalia a possibilidade de lançar o general Carlos Alberto dos Santos Cruz como pré-candidato à Presidência. O rumo do partido na eleição será discutido em reunião em Brasília, marcada para esta quarta-feira (27).

Santos Cruz foi ministro da Secretaria de Governo e acabou demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, após cinco meses no cargo por divergências com o chamado "gabinete do ódio", responsável pela comunicação do Palácio do Planalto nas redes sociais.

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O general é agora citado, nos bastidores, como favorito para assumir a vaga de candidato à sucessão de Bolsonaro, após a saída do ex-juiz Sérgio Moro do Podemos. Moro entrou no Podemos em novembro do ano passado, mas deixou o partido quatro meses depois para se filiar ao União Brasil. O problema é que o União Brasil - resultado da fusão entre o DEM e o PSL - não quer Moro na corrida ao Planalto.

O ex-procurador Deltan Dallagnol e o senador Alvaro Dias também são lembrados como possíveis presidenciáveis, mas os dois pretendem concorrer, respectivamente, a vagas na Câmara dos Deputados e no Senado, pelo Paraná.

O general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz disse ao jornal O Estado de S. Paulo que colocou seu nome à disposição do Podemos para ser candidato à Presidência. Apoiador da candidatura do ex-juiz Sérgio Moro, o general afirmou que a decisão de se apresentar à convenção do partido surgiu após Moro trocar o Podemos pelo União Brasil. "A convenção deve decidir a candidatura."

Santos Cruz afirmou ainda que, caso haja uma convergência entre os partidos de centro para o lançamento de uma candidatura única, ele apoiará o nome que for escolhido pela chamada terceira via. "A Renata Abreu (presidente do Podemos) tem, por enquanto, a ideia de uma candidatura própria. Eu coloco o meu nome à disposição do partido. Mas o partido tem de estar aberto para se unir ao centro, para quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro."

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O general afirmou que assume desde já o compromisso de propor o fim da reeleição para os cargos do Executivo e a ampliação do mandato presidencial para cinco anos. Além disso, ele disse querer o fim do foro privilegiado, reservando-o, no máximo, aos chefes dos três Poderes. "Essas duas medidas são minhas prioridades, aliadas ao combate à desigualdade."

A decisão de Santos Cruz de lançar seu nome à Presidência pode servir para dividir o eleitorado identificado com Moro e com os militares, que, segundo as pesquisas, havia migrado em parte de volta para Bolsonaro.

Santos Cruz comandou forças de paz no Haiti e no Congo. No governo de Michel Temer (MDB) ocupou a Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Ministro

Na campanha de 2018, o general apoiou Bolsonaro e fez críticas ao seu adversário Fernando Haddad (PT). Foi convidado para integrar o Ministério e chefiou a Secretaria de Governo no início da gestão.

Acabou se tornando alvo de Olavo de Carvalho e de Carlos Bolsonaro e foi demitido ainda em 2019. Aos poucos, passou à oposição ao governo.

Ao fazer seu anúncio, Santos Cruz escreveu um texto: "A solução é política! E é urgente!"

Para o general, "as forças políticas de centro precisam mostrar capacidade de apresentar à sociedade brasileira pelo menos mais uma opção viável, equilibrada, para a próxima disputa presidencial". "O Brasil não pode ficar com apenas duas candidaturas, extremamente polarizadas, que se alimentam mutuamente e que funcionam como cabos eleitorais recíprocos. O País precisa de mais opções." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pré-candidata pelo Podemos ao Senado pelo Estado de Sergipe, a delegada Danielle Garcia registrou um boletim de ocorrência no sábado, 16, por ameaça de morte sofrida em seu perfil na rede social.

"Queria dizer que te vou processar por me teres ofendido. Não tô querendo saber se você é policial. E sim, estou ameaçando você. Vou te matar!", escreveu um usuário identificado como Vinicius Faria pelo Instagram. A conta foi desativada.

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A delegada relatou ao Estadão que já foi vítima de outras ameaças indiretas pelo exercício da profissão, mas que, segundo ela, o teor das mensagens se tornou mais agressivo recentemente. Há oito meses, relata Danielle, ela recebeu uma outra ameaça de morte. À época, a Polícia Civil identificou o autor das mensagens, um homem que estava preso desde 2012.

Ainda de acordo com Danielle, após a repercussão do caso, o usuário ainda tentou pedir desculpas pelo ocorrido e logo após ocorreu a exclusão do perfil.

O Podemos Mulher publicou na tarde desta segunda-feira, 18, uma nota em repúdio ao ataque. "Atos que representam o pior de uma democracia, que vai contra tudo o que acreditamos e lutamos: a simples, necessária e cidadã presença das mulheres na política brasileira", afirma o texto.

Márcia Pinheiro, presidente nacional do Podemos Mulher, pediu apuração dos fatos. "Queremos que o indivíduo seja punido de medida cabível e seja responsabilizado quem fez ameaças. Nós como cidadãs não podemos andar inseguras", disse.

Delegada há 21 anos, Danielle foi candidata à prefeitura de Aracaju em 2020, derrotada no segundo turno por Edvaldo (PDT).

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O advogado do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), Luis Felipe Cunha, acusou o Podemos de dar calote nele e em outros associados quando o ex-ministro da Justiça ainda era filiado ao partido. Cunha e os outros funcionários teriam trabalhado na pré-campanha presidencial de Moro. A informação é da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.

De acordo com a reportagem, o advogado confirmou que uma de suas empresas, a "Bella Ciao Consultoria", fechou um contrato com a Fundação Podemos para elaborar o plano de governo do ex-juiz da Lava Jato. O valor mensal acordado para o serviço foi de R$ 30 mil.

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Cunha relatou que o contrato foi fechado em dezembro do ano passado, mas "somente as duas primeiras parcelas referentes à prestação do serviço foram efetivamente quitadas". "Essa situação de inadimplência também afetou outros prestadores de serviço contratados pelo Podemos para atuar no período pré-eleitoral", disse o advogado à reportagem. Segundo ele, o publicitário de Moro, Pablo Nobel, também não recebeu pagamento por seus serviços.

De acordo com uma apuração da Veja, o Podemos gastou cerca de três milhões de reais com o projeto voltado a viabilizar a candidatura de Sérgio Moro à Presidência nas eleições de 2022. Além de pagar um salário de quase 22.000 reais ao ex-ministro, o partido também custeou viagens, hotéis, carros e seguranças usados por ele durante seus compromissos como pré-candidato.

A saída de Moro do partido foi uma surpresa para muitos filiados e gerou ressentimento entre os dirigentes da sigla.

O senador Alvaro Dias (Podemos) afirmou ao portal Congresso em Foco que o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) seria bem-vindo de volta ao partido. Segundo o parlamentar, o retorno faria "valorizar" a legenda, que até a última semana tinha o ex-ministro como seu pré-candidato à Presidência. "Eu não teria dificuldade em recebê-lo, e imagino que o partido também não", disse ao site.

Moro deixou o Podemos na última quinta-feira, 31, para se filiar ao União Brasil. A justificativa para a migração foi a falta de estrutura que sua campanha enfrentaria na agremiação de Alvaro Dias. Sua nova legenda, uma fusão entre PSL e DEM, é uma das maiores bancadas da Câmara. De acordo com Dias, Moro tem grande importância e força eleitoral graças à sua atuação na Operação Lava Jato, que teria "mudado o País", segundo ele.

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O senador afirmou que o ex-juiz já havia sinalizado que poderia fazer a troca. "Desde o ano passado já havia entendimento com o União Brasil da parte dele. Ele percebeu que o enfrentamento (estando no Podemos) seria desproporcional", afirmou o senador, acrescentando que acredita que a saída de Moro não mudou a visão de seu partido sobre ele.

Contudo, a presidente da legenda, Renata Abreu, divulgou nota demonstrando ressentimento com Moro após sua saída. No texto, ela afirma que o Podemos "jamais mediu esforços" para viabilizar a pré-campanha e que soube da filiação ao União Brasil pela imprensa.

Em nota divulgada na noite desta quinta-feira (31), nas redes sociais, o Podemos, antigo partido do ex-presidenciável Sergio Moro, afirmou que ele deixou a sigla sem comunicar a ninguém, “tanto a Executiva Nacional quanto os parlamentares souberam via imprensa da nova filiação de Moro”. 

Sergio Moro informou a troca do Podemos para o União Brasil na manhã desta quinta.

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Em nota, assinada pela presidente da Executiva Nacional, Renata Abreu, a sigla mencionou ter passado mais de um ano de conversas com Moro até a sua filiação e o lançamento da pré-candidatura à presidência pelo Podemos. “Respeitando o seu momento de vida profissional e pessoal e trabalhando para oferecer ao Brasil uma esperança contra a polarização dos extremos. O Podemos jamais mediu esforços para garantir ao presidenciável uma pré-campanha robusta, a começar por um grande evento de filiação e por toda retaguarda necessária para deslocamentos em segurança pelo País, com total garantia de recursos para sua futura campanha eleitoral”.

“O Podemos não tem a grandeza financeira daqueles que detém os maiores fundos partidários, como é sabido por todos. Mas tem a dimensão daqueles que sonham grande, com a convicção de que o projeto de um Brasil justo para todos vale mais do que dinheiro”, alfinetou o partido, tendo em vista que a nova sigla de Moro, o União Brasil, é o maior partido e detentor da maior verba do Fundo Eleitoral. 

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A sigla exaltou ter sido pega de surpresa com a mudança e que soube pela imprensa, diferentemente do que foi afirmado pelo senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), ao Estadão, ainda nesta manhã. “Para a surpresa de todos, tanto a Executiva Nacional quanto os parlamentares souberam via imprensa da nova filiação de Moro, sem sequer uma comunicação interna do ex-presidenciável. Seguiremos focados para apresentar aos brasileiros e brasileiras uma alternativa que olhe nos olhos sem titubear. E que, com firmeza, de propósitos, nunca desista de sonhar. Porque, sim, juntos, podemos mudar o Brasil”. 

 

Resistência da sigla 

Moro chegou a enfrentar resistências no Podemos após sua filiaçã, a bancada de deputados federais pressionou para que ele migrasse para o União Brasil ou se candidatasse ao Senado. Dos onze parlamentares da sigla, sete não queriam a candidatura à presidência por conta do Fundo Partidário, além de arranjos regionais.

A alegação para a saída do ex-ministro do partido era o desempenho médio nas pesquisas eleitorais e o pouco tempo de TV. 

 

União Brasil

O deputado federal Júnior Bozzella (União Brasil-SP) contou que Moro decidiu se filiar à sigla durante um jantar com o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, na segunda-feira (28).

O ex-ministro se reuniu nesta tarde com representantes do União Brasil. O foi com portas fechadas em uma área reservada e coberta por cortinas no restaurante Tarsila, nos fundos do Hotel Intercontinental, na Alameda Santos, em São Paulo. O estabelecimento foi escolhido por Moro nos últimos meses para se hospedar e fazer reuniões reservadas na capital.

O senador Alvaro Dias (PR), um dos principais aliados de Sergio Moro (Podemos), diz ser “contraditória” a filiação do ex-juiz ao União Brasil, que deve ser anunciada ainda nesta quinta-feira (31). 

“Acho contraditório, especialmente se for para desistir da candidatura presidencial e disputar mandato de deputado federal, como está sendo dito. Para desistir da candidatura não há necessidade de mudança de partido”, afirmou o senador. 

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->> Moro abre mão de candidatura à Presidência 'neste momento'

Dias contou ter sido pego de surpresa com a notícia da mudança de partido de Moro, sobretudo por ter conversado com o ex-ministro nesta quinta pela manhã e nada foi mencionado, disse o senador. “Falei com ele antes das 8h da manhã, mas apenas sobre as conversas para trazer o União Brasil para a aliança. Não me informou nada sobre sair do partido. Parece ser uma coisa repentina, talvez em razão da pressão do prazo de filiação”. 

->> Moro troca Podemos pelo União Brasil

De acordo com ele, caso a saída seja confirmada, o Podemos deve discutir novamente qual caminho tomar na eleição presidencial e ter nome próprio ou apoiar alguém de outra legenda. 









 

O ex-ministro Sérgio Moro afirmou nesta quinta-feira, 31, que abre mão, "nesse momento", da pré-candidatura à Presidência da República. O ex-juiz deixou o Podemos, se filiou ao União Brasil e mudou domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo.

"O Brasil precisa de uma alternativa que livre o País dos extremos, da instabilidade e da radicalização. Por isso, aceitei o convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para me filiar ao partido e, assim, facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única", disse Moro em nota oficial. "Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor."

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Moro tem aliados no União Brasil, como os deputados Júnior Bozzella e Kim Kataguiri (SP), mas uma ala de caciques oriundos do DEM, comandada pelo secretário-geral da legenda, ACM Neto, e pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, não quer tê-lo como candidato a presidente. Caiado disse ao Estadão que a entrada de Moro no União Brasil foi feita sob o compromisso de ele "assumir que não será candidato a presidente e que vai disputar a eleição para deputado federal em São Paulo".

Segundo Bozzella, Moro decidiu se filiar ao União durante um jantar com Bivar na segunda-feira, 28. O ex-juiz da Lava Jato chegou a ser apresentado como pré-candidato presidencial no Podemos, mas enfrentava resistências no partido, sobretudo dos deputados federais, que resistem a ceder a quantia do fundo eleitoral para a campanha ao Palácio.

O ex-ministro se reuniu nesta tarde com representantes do União Brasil. O encontro se deu a portas fechadas em uma área reservada e coberta por cortinas no restaurante Tarsila, nos fundos do Hotel Intercontinental. O estabelecimento foi escolhido por Moro nos últimos meses para se hospedar e fazer reuniões reservadas na capital paulista.

O União Brasil, partido que foi originado da fusão do PSL com o DEM, mantém diálogos constantes com o PSDB e o MDB para tentar apresentar uma candidatura única alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Podemos

"Moro está querendo um partido com estrutura financeira, que o Podemos não tem. O Podemos tem uma coisa melhor que estrutura financeira, tem credibilidade, tem um Álvaro Dias no quadro como líder", afirmou o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), que informou que o ex-ministro comunicou a decisão hoje pela manhã à presidente do partido, Renata Abreu.

O ex-ministro Sérgio Moro informou à presidente do Podemos, Renata Abreu, que deixará o partido. Ele foi convidado a ir para o União Brasil para ser candidato a deputado federal. Moro foi apresentado como pré-candidato presidencial, mas enfrentava resistências no Podemos, sobretudo dos deputados federais, que resistem a ceder a quantia do fundo eleitoral para a campanha ao Palácio.

"Saiu oficialmente, comunicou a presidente do partido, Renata Abreu, agora cedo", disse ao Estadão o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO). "Ele está querendo um partido com estrutura financeira, que o Podemos não tem. O Podemos tem uma coisa melhor que estrutura financeira, tem credibilidade, tem um Álvaro Dias no quadro como líder", afirmou Kajuru.

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Moro tem aliados no União Brasil, como os deputados Júnior Bozzella (SP) e Kim Kataguiri (SP), mas uma ala de caciques oriundos do DEM, comandada pelo secretário-geral da legenda, ACM Neto, e pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, não querem tê-lo como candidato a presidente.

Segundo o Estadão ouviu de integrantes do partido, a condição imposta a eles para Moro entrar na sigla foi ser candidato a deputado federal. A reportagem tentou entrar em contato com o ex-juiz por meio da assessoria, mas não obteve retorno.

Reviravolta

O ex-juiz da Lava Jato esteve com o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, na segunda-feira (28), e os dois debateram sobre a possibilidade de unificar as candidaturas de terceira via. O União Brasil, partido que foi originado da fusão do PSL com o DEM, mantém diálogos constantes com o PSDB e o MDB para tentar apresentar uma candidatura única alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Outra reviravolta importante dentro do grupo aconteceu com a decisão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de desistir de participar da eleição presidencial. O paulista inclusive manifestou o desejo de sair da legenda. Doria tem sido alvo de uma forte oposição interna no PSDB, que quer que Eduardo Leite (PSDB), recentemente saído do governo do Rio Grande do Sul, seja a opção presidencial. No MDB, a pré-candidatura apresentada é a da senadora Simone Tebet (MS). A aliados, a parlamentar se mostrou otimista com a crise tucana e vê chance de o MDB liderar a candidatura da terceira via.

Isolado na campanha, com desempenho contestado e em crise com o Movimento Brasil Livre (MBL), o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência, tenta encontrar um jeito de sobreviver na disputa. Em busca de uma identidade, Moro tem apelado para aparições em programas conservadores e conversa com influenciadores digitais que abandonaram o presidente Jair Bolsonaro.

Desde que vieram à tona os comentários de cunho sexista do deputado Arthur do Val sobre mulheres ucranianas, a campanha de Moro, que não decolou, entrou em declínio, sob pressão dos adversários. Foi o segundo desgaste, em menos de um mês, provocado por aliados do ex-juiz - mas que viraram agenda negativa e exigiram posicionamento público dele. O primeiro havia sido uma declaração crítica à criminalização do partido nazista, feita pelo deputado Kim Kataguiri (SP).

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"Esse episódio (da Ucrânia) foi lamentável. Eu manifestei de pronto em repúdio aquelas declarações inaceitáveis, o deputado se afastou tanto da construção da candidatura dele, como também do próprio MBL e do Podemos. Não vejo como isso possa sinceramente afetar nada", disse Moro.

Embora o ex-ministro da Justiça diga que está tudo em paz na sua relação com o MBL, na prática não é bem assim. Moro não quis rifar o apoio do grupo por completo, mas começou a isolar os cabeças do movimento de discussões da campanha, numa tentativa de contenção de danos.

Um grupo de WhatsApp que reúne o "Conselho Político" e tinha membros do MBL vive em marasmo desde o episódio com Arthur do Val. Dois integrantes do MBL abandonaram o grupo no aplicativo: Renan Santos e Adelaide Oliveira. Arthur Do Val continua e por isso as discussões se tornaram escassas ou superficiais.

Conselho político

O pré-candidato do Podemos está montando um grupo paralelo para refletir melhor seu real conselho político, com nomes como os senadores Álvaro Dias (PR) e Oriovisto Guimarães (PR), a deputada Renata Abreu (SP), presidente nacional do partido, e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo.

Ontem, Moro jantou em Brasília com a bancada de senadores do Podemos e alguns integrantes do conselho para discutir a situação da campanha e analisar os cenários, de olho no fim da janela para mudança de partido e filiações, que se encerra em 2 de abril.

Antes do jantar reservado, Moro fez visitas institucionais, uma atividade de campanha que tem tomado boa parte de sua agenda. Ele visitou reitores de entidades filantrópicas e confessionais, tentando aproximar-se do terceiro setor e da base religiosa do presidente Bolsonaro. Passou três horas discursando e respondendo às perguntas dos reitores. Essas reuniões viraram uma tônica da pré-campanha do ex-juiz na capital federal, marcada pela ausência de dirigentes partidários, governadores e parlamentares.

Para superar o esvaziamento político nessas reuniões, Moro tenta deixar seu nome em evidência com entrevistas, presenciais ou remotas. Anteontem, o ex-juiz apostou em direcionar seu discurso para um público de apoiadores digitais de Bolsonaro. O objetivo é fisgar descontentes. Deu entrevista para o youtuber Nando Moura, cujo vídeo ultrapassou 400 mil espectadores, e para o programa Direto ao Ponto, do jornalista Augusto Nunes, na Jovem Pan, com mais 340 mil visualizações. Os dois se notabilizaram por terem audiência majoritariamente de direita e alinhada a Bolsonaro, embora Moura tenha se afastado do governismo por atritos com outras alas ideológicas do bolsonarismo.

"A gente está falando com todo mundo e todo mundo tem razões para estar desapontado com esse governo, que não entregou os resultados, não entregou as promessas. Claro, isso é algo a ser explorado, no bom sentido, porque no fundo o governo fracassou", afirmou o ex-ministro.

O deputado Kim Kataguiri (União-SP), líder do MBL e um dos principais conselheiros da pré-campanha digital de Moro, evitou comentar a busca por ex-bolsonaristas, mas elogiou a iniciativa de conversar com Nando Moura. O youtuber, que costuma se envolver em atritos com outros influencers digitais, conquistou sucesso na internet em 2016 ao criticar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em 2018, ele apoiou Bolsonaro, mas depois rompeu com o presidente. "É um rapaz de boa índole, além de ser bem popular em redes sociais", disse Kim ao Estadão.

Moro também tem conversado com deputados eleitos pelo antigo PSL - hoje União Brasil - que apoiavam Bolsonaro e romperam com o presidente, como Júnior Bozzella (União-SP), Julian Lemos (União-PB) e Dayane Pimentel (União-BA). Também continua sua incursão no segmento evangélico. Diferente das entrevistas publicadas ontem, Moro mira em agendas nas principais igrejas do País e tenta reuniões de cúpula, por exemplo, com o bispo Edir Macedo, a Universal do Reino de Deus. Para se contrapor a Bolsonaro, conversou com jovens evangélicos na semana passada, mas as visualizações não passaram de 200 pessoas.

Estrutura

Parte de sua equipe reclama da falta de estrutura do Podemos e já percebeu que nem todos os envolvidos vão se dedicar à campanha apenas por ideal. Moro ainda enfrenta dificuldades operacionais na comunicação e tem orçamento limitado pela legenda. O marqueteiro Pablo Nobel assumiu o comando, mas ainda falta uma estratégia clara nas redes sociais e está "batendo cabeça", nas palavras de um conselheiro do presidenciável.

Em entrevista coletiva, o ex-ministro da Justiça reconheceu que as negociações para alianças partidárias não estão avançando no momento. De acordo com ele, as conversas devem tomar forma a partir de abril, quando acabar o período da janela partidária, intervalo em que deputados federais podem trocar de legenda sem correrem o risco de perder o mandato. "Como está neste período de transferência, o foco dos partidos tem sido formar as bancadas nos Estados, mas existem discussões sendo realizadas em termos de alianças com demais partidos. Isso, ao meu ver, vai se aprofundar apenas após o começo de abril, no fim dessa janela de transferência", afirmou Moro.

Embora nenhum representante do Podemos tenha participado das reuniões que PSDB, MDB e União Brasil têm feito para unir as candidaturas presidenciais, Moro afirmou que mantém conversas com representantes desses partidos e também pregou uma unidade. "Há uma conversa no sentido de ter uma candidatura única entre vários partidos. Não sabemos se isso vai evoluir, mas há uma expectativa de que sim, que se possa ter a construção de uma candidatura única de centro contra os extremos políticos", disse o ex-juiz.

Unidos até semana passada, o presidenciável do Podemos, Sérgio Moro, e o Movimento Brasil Livre (MBL) agora defendem nomes diferentes para ser o candidato do partido ao governo de São Paulo. Após a desistência de Arthur do Val, no sábado, 5, por causa de declarações sexistas, o MBL defendeu a candidatura do vereador da capital Rubinho Nunes, integrante do grupo. Já Moro, em mensagem no Twitter, sugeriu nesta terça, 8, o nome da presidente nacional da sigla, a deputada federal Renata Abreu.

"No Dia Internacional da Mulher, parabenizo a deputada Renata Abreu, presidente do Podemos. Precisamos de mais mulheres em posições de liderança do País. Quem sabe no governo de SP?", afirmou Moro na mensagem.

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Rubinho, no entanto, disse que o Podemos fechou um acordo com o MBL quando os integrantes do grupo se filiaram ao partido, no início do ano, segundo o qual caberia ao grupo indicar o candidato ao governo paulista.

"É natural que exista isso, que eles queiram se valer da situação para fazer um racha, mas o acordo que fizemos com o partido era que a candidatura ao governo seria indicada pelo MBL. É natural que o movimento se valha desse acordo para indicar o novo nome, que é o que foi feito", disse.

A sugestão, no entanto, não encontra eco no Podemos. Uma ala significativa do partido em São Paulo quer fazer parte da coligação do vice-governador Rodrigo Garcia, que será o candidato do PSDB para comandar o Executivo paulista.

Outras opções também são debatidas. Além de Rubinho e de Renata, são citados os nomes do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo; do prefeito de Itapevi, Igor Soares; e do deputado estadual Heni Ozi Cuckier, este integrante do MBL.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No Dia Internacional da Mulher, o Podemos acatou o pedido de desfiliação do deputado estadual Arthur do Val, após a divulgação de áudios sexistas em que diz que mulheres ucranianas são "fáceis porque são pobres".

"A legenda recebe e acata desfiliação do deputado estadual Arthur do Val (SP), diante da abertura do processo disciplinar que poderia resultar em cassação do parlamentar. Ele estava filiado ao partido há cerca de 30 dias", afirmou o Podemos em nota.

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Na segunda-feira, 7, o partido abriu um procedimento disciplinar interno para avaliar um pedido de expulsão do deputado protocolado pelas presidentes do Podemos Mulher Nacional e estadual de São Paulo, respectivamente, Márcia Pinheiro e Alessandra Algarin.

Na ocasião, do Val disse que não tinha pensado sobre o processo de expulsão, mas que não pretendia pressionar a legenda a aceitá-lo. "Não quero que o partido seja forçado a me aceitar lá dentro, se o partido não me quiser, eu saio", disse do Val.

O deputado já havia retirado a pré-candidatura ao governo de São Paulo. Ele migrou ao Podemos no começo do ano junto a lideranças do Movimento Brasil Livre (MBL), como forma de impulsionar o nome do presidenciável do partido, Sérgio Moro, na corrida presidencial.

Após a divulgação dos áudios, contudo, o ex-juiz foi bastante criticado pela aliança com do Val e divulgou nota de repúdio às declarações.

Na Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado enfrenta ainda nove representações individuais e três coletivas que pedem sua cassação por quebra de decoro. Ao menos 38 parlamentares já solicitaram sua punição formalmente.

O Podemos iniciou nesta segunda-feira (7) um processo interno que pode resultar na expulsão do deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, por declarações consideradas depreciativas às mulheres ucranianas e deu abertura hoje ao processo disciplinar interno.

"A realização do procedimento é necessária para qualquer tipo de punição, em respeito à ampla defesa e ao contraditório", escreve o partido em nota. O pedido foi assinado pelas presidentes do Podemos Mulher Nacional e estadual de São Paulo, respectivamente, Márcia Pinheiro e Alessandra Algarin.

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Do Val terá cinco dias para apresentar sua defesa à Comissão de Ética e Disciplina do Podemos, que fará um parecer à Comissão Executiva estadual.

O parlamentar também enfrenta pressão na Assembleia Legislativa de São Paulo. Ao menos 37 deputados assinaram representações no Conselho de Ética da Casa pedindo a cassação de seu mandato.

Duas organizações também pediram a cassação de Arthur do Val: o Movimento Contra a Corrupção Eleitoral e a Seccional Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil.

Em nota, Arthur do Val afirmou que lutará "contra a injustiça", se referindo à iniciativa de parlamentares que pedem a cassação do seu mandato.

"Dei uma declaração lamentável, admito e peço desculpas por isso; além de tudo, perdi minha noiva e prejudiquei meus amigos. Isso tudo é sinal dos tempos: ladrões ficam impunes, gente honesta perde o mandato. Lutarei até o fim contra esta injustiça.", escreveu. O deputado não se manifestou sobre o processo de exclusão do Podemos.

O deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei, prometeu se desfiliar do Podemos ainda nesta segunda-feira (7), de acordo com dirigentes do partido. O anúncio, de acordo com o senador Alvaro Dias (PR), líder da sigla no Senado, deve acontecer durante um discurso de Mamãe Falei na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A informação é do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

A decisão estava prevista para o fim de semana, mas não aconteceu. O recuo do deputado vem após a repercussão de áudios sexistas gravados por ele, nos quais ofende mulheres ucranianas em situação de vulnerabilidade durante a guerra.

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Em mensagens enviadas aos colegas do Movimento Brasil Livre (MBL), Mamãe Falei disse que as ucranianas “são fáceis porque são pobres”. O parlamentar esteve na Eslováquia, que faz fronteira com a Ucrânia, para auxiliar os refugiados e retratar o conflito no leste europeu. “E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’, e é inacreditável a facilidade.”

“Só vou falar uma coisa para vocês: acabei de cruzar a fronteira a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Eu juro, nunca na minha vida vi nada parecido em termos de ‘mina’ bonita. A fila das refugiadas… Imagina uma fila sei lá, de 200 metros, só deusa. Sem noção, inacreditável, fora de série. Se pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui”, completou.

Arthur do Val assumiu a autoria dos áudios e tem entrado em uma rotina de redenção desde que a polêmica surgiu. No último sábado (5), Mamãe Falei pediu a retirada de sua pré-candidatura ao governo de São Paulo. O pedido foi feito à presidente nacional do Podemos, a deputada federal Renata Abreu (SP).

“Não tenho compromisso com o erro, por isso, entrei em contato com a presidente do Podemos, Renata Abreu, para retirar minha pré-candidatura ao governo de São Paulo”, declarou. A decisão foi divulgada nos perfis do deputado nas redes sociais.

Deputados representam contra Arthur do Val

No domingo (6), 15 deputados estaduais de diferentes partidos assinaram uma representação contra o também deputado Arthur do Val, recém protocolada na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) e endereçada ao Conselho de Ética da Casa. Na representação, parlamentares pedem que seja apurado o cometimento de ato de quebra de decoro parlamentar "com pedido sanção de cassação de mandato em decorrência de suas falas sexistas e misóginas contra as mulheres ucranianas, com especial ênfase a situação de vulnerabilidade em que se encontram devido ao conflito armado que ali ocorre".

Um jantar no restaurante do Hotel Intercontinental, na Bela Vista, em São Paulo, encerrou o dia de gravações de peças publicitárias do presidenciável do Podemos, Sérgio Moro, em 25 de fevereiro. A refeição no ambiente praticamente vazio, que fez acompanhado apenas da mulher, a advogada Rosângela Moro, simbolizou, em certa medida, a rotina do ex-juiz na pré-campanha - marcada nos últimos meses por eventos pouco concorridos e sem a presença de líderes partidários.

Desde que se filiou e se lançou na corrida ao Palácio do Planalto, Moro permanece na faixa de 10% nas pesquisas de intenção de voto. Sua agenda de pré-campanha também não deslanchou. O ex-juiz tem participado de eventos com público reduzido, nos quais fala, basicamente, para antigos apoiadores e fãs da Lava Jato. E ainda não conseguiu arregimentar apoios relevantes.

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Moro enfrenta desgastes internos no Podemos. Diante dessa situação, ele se cercou de um grupo de confiança, apartado da cúpula do partido. A exemplo do ex-juiz, alguns dos integrantes desse núcleo são novatos em eleições.

O presidenciável tinha delegado a articulação política à presidente do Podemos, Renata Abreu. Além do Movimento Brasil Livre (MBL), composto por entusiastas e correligionários de Moro, nenhum outro acordo relevante foi costurado. "Esses apoios, muitas vezes, são mais relevantes que os partidos", disse o ex-juiz, em evento do banco Credit Suisse. A relação com o MBL, porém, foi abalada pelos áudios vazados de Arthur do Val (Podemos) - o deputado estadual admitiu que fez declarações machistas sobre mulheres ucranianas. Ele rompeu com o parlamentar, que desistiu da pré-candidatura ao governo de São Paulo.

Segundo relatos colhidos pela reportagem com integrantes da pré-campanha e do Podemos, Moro tem resistido a potenciais acordos partidários. Recentemente, se esquivou de um encontro com o presidente do PSD, Gilberto Kassab. A assessoria de Kassab informou que Renata Abreu o teria procurado - como parte de um esforço para falar com vários partidos -, mas a visita não se concretizou.

O PSD filiou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), com o objetivo de lançá-lo à Presidência. Pacheco indica que não vai disputar o Planalto, e Kassab tenta, agora, atrair o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fazendo dele o candidato presidencial do partido. A legenda, porém, pode abandonar a candidatura própria para se alinhar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Após um entusiasmo inicial, parte do Podemos passou a ver com reticências a candidatura de Moro. A direção da sigla tem sido pressionada por parlamentares a não destinar altas quantias à campanha presidencial. Líderes regionais e egressos do PHS - que foi incorporado pelo Podemos - preferem eleger deputados e engrossar a fatia da agremiação partido nos fundos partidário e eleitoral.

Renata Abreu chegou a admitir a possibilidade de Moro migrar para o União Brasil. Líderes do União Brasil, como Luciano Bivar, conversaram com o ex-juiz, mas as negociações não avançaram. Na bancada da nova sigla, que terá quase R$ 1 bilhão em recursos públicos para as campanhas, há resistência ao nome de Moro.

A falta de sintonia na pré-campanha estimulou aliados do ex-juiz a iniciar a captação de recursos para custear futuras despesas. Moro se tornou inseparável do advogado Luis Felipe Cunha, de quem é amigo há mais de uma década. Cunha nunca se envolveu com campanhas, mas foi nomeado coordenador da pré-candidatura.

"Eu e Sérgio Moro somos amigos há muitos anos e nos conhecemos por intermédio de amigos em comum", disse o advogado. Especialista em contencioso, ele teve em sua clientela a Petrobras - que esteve no centro da Lava Jato -, o Sesc de Brasília e jogadores de futebol.

Cunha cumpre a tarefa de tentar atrair apoiadores de Moro entre empresários. Ao lado do ex-juiz, o advogado teve encontros com nomes do setor de equipamentos hospitalares. Os dois também se reuniram com o empresário do ramo educacional Wilson Picler. Em 2018, Picler doou R$ 800 mil ao PSL e apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro. Cunha ainda tem aproximado Moro de Paulo Marinho, empresário que rompeu com o presidente.

A interlocutores, o advogado tem dito que a meta é arrecadar R$ 25 mil por mês de um universo de aproximadamente 40 empresários. A ideia é ter R$ 1 milhão mensal para a campanha. A investida foi noticiada pelo portal Metrópoles e confirmada ao Estadão por agentes da campanha e do Podemos. Responsável pela comunicação do partido, Fernando Vieira afirmou que a legenda não "separou saldo ou conta apartada". "Existe essa questão proposta pelo Luis Felipe e pelo Moro. A possibilidade da criação de uma linha de doação para a campanha que tivesse um controle diferenciado de acesso à transparência, embora a transparência do Moro seja altíssima", disse Vieira.

Partiram de Cunha as mudanças no marketing eleitoral. Vieira, primeiro marqueteiro a atuar com o ex-juiz, acabou descartado. Seu posto original ficou com Pablo Nobel. Tem se mantido próximo da pré-campanha também Paulo Vasconcelos, que trabalhou para Aécio Neves (PSDB) em 2014 e, depois, foi delatado por executivos da Odebrecht por supostamente receber doações via caixa 2 em 2014 e 2010.

"Posso dizer que ele (Paulo Vasconcelos) foi uma das pessoas que me sugeriram o nome de Pablo Nobel para o marketing da campanha. Pablo e Paulo são amigos de longa data e tiveram experiências profissionais em conjunto.

Hoje, o Paulo está envolvido em um grande projeto no Rio de Janeiro. Mas, como fã do Moro, ele contribui com sugestões para a estrutura de comunicação da campanha", afirmou Cunha.

Integrantes do Podemos se dizem descontentes com as escolhas, uma vez que o partido já contratou marqueteiros. Um dirigente resumiu o atual momento da relação, ao afirmar que a legenda e a pré-campanha de Moro vivem uma "separação de corpos".

O advogado de Vasconcelos, Paulo Crosara, disse que as alegações dos delatores são "improcedentes". "Eles não podem provar o que estão falando, porque não aconteceu, são afirmações para conseguir a delação. Isso será provado na Justiça." A reportagem não conseguiu contato com Paulo Marinho.

Pré-candidato tem eventos esvaziados e sem dirigentes da sigla

O afastamento de Sérgio Moro da cúpula do Podemos se reflete na agenda do presidenciável. Ele tem participado de diversos eventos com pouco público e, às vezes, sem nenhum dirigente partidário. Nem a presidente da sigla, Renata Abreu, comparece a algumas das reuniões.

Em São Paulo, em fevereiro, o ex-juiz esteve em encontro do movimento "Mulheres com Moro", que não é ligado ao partido. O público no Teatro Bibi Ferreira preencheu metade de cinco das 14 fileiras do teatro. O espaço na parte superior ficou vazio. "Minha geração foi enganada", afirmou a líder do movimento, a professora Patrícia Garcia, em meio a falhas no microfone. Moro chegou a ter de falar sem o equipamento, por causa de problemas técnicos no som.

O evento contou com representantes da "República de Curitiba", grupo que acampava na porta da Justiça e do Ministério Público Federal no Paraná para comemorar prisões da Lava Jato. O deputado Junior Bozzella (SP), uma das solitárias vozes no União Brasil que encampa a ida de Moro para o partido, estava ao lado do pré-candidato.

Em Juazeiro do Norte (CE), Moro recebeu o título de cidadão do município em evento com a presença do prefeito, Glêdson Bezerra (Podemos), também esvaziado.

O temor do impacto das polêmicas envolvendo membros do MBL na pré-candidatura de Sérgio Moro fez a paciência diminuir entre políticos do Podemos. Após as declarações de Kim Kataguiri sobre nazismo, em fevereiro, e os áudios de Arthur do Val, sobre refugiadas ucranianas, cresceu a pressão para que se tenha cada vez menos tolerância com episódios desse tipo dentro da sigla.

Após o partido abrir processo disciplinar que pode levar à expulsão de Arthur do Podemos, políticos da sigla sugerem que ele se adiante: "Minha posição é de pedir a ele que se desligue do partido e, se não concordar, que se decida pela expulsão É o que tem que ser feito", disse o senador Alvaro Dias (PR).

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Arthur do Val era pré-candidato a governador de São Paulo pelo Podemos e anunciou neste sábado (5) a retirada de seu nome da disputa após a polêmica dos áudios.

"Ele vai pagar o preço", afirmou o deputado José Nelto (GO). "O Podemos terá que tomar uma posição, mas o melhor para ele agora é pedir para sair do partido imediatamente para não ser expulso. Sobre a convivência dele no mundo político, ele mesmo pôs um ponto final."

Em viagem à Europa para acompanhar o conflito e com o discurso de ajudar o lado atacado pela Rússia, Arthur enviou a amigos áudios dizendo que as ucranianas são "fáceis porque são pobres". "Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’, e é inacreditável a facilidade".

Neste sábado, na chegada ao Brasil, ele reconheceu que o teor machista das declarações e pediu desculpas. Arthur ainda deixou claro que não sabe se vai tocar adiante sua pré-candidatura ao governo do Estado.

O ex-ministro da Justiça e pré-candidato à Presidência, Sérgio Moro (Podemos), reagiu à nota divulgada pela Polícia Federal acusando-o de mentir sobre a atuação do órgão e insistiu na tese de que a PF tem esvaziado a apuração de casos de corrupção. Destacando o principal mote de sua campanha, o ex-juiz da Lava Jato ainda criticou o trabalho do Supremo Tribunal Federal e disse que, se eleito, deverá indicar dois ministros "terrivelmente contra a corrupção".

Segundo Moro, o trabalho do STF tem sido "ruim" ao revisar decisões. "O Supremo tem feito um papel ruim ao anular condenações, não por dizer que a pessoa é inocente, mas por inventar um erro formal que, na minha opinião, não existe. Passa uma mensagem errada para a população de que o crime compensa", disse, em entrevista ao Jornal da Rio, de Aracajú (PI). O ex-juiz se referia à decisão da Corte que derrubou condenações de Lula, em abril de 2021, sob justificativa de que a Justiça Federal de Curitiba não era competente para investigar o petista, já que as acusações contra o ex-presidente não diziam respeito diretamente ao esquema bilionário de corrupção na Petrobras investigado pela operação Lava Jato. Além da questão do foro adequado, o STF ainda declarou a "suspeição" de Moro nas decisões relativas a Lula.

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"Ano que vem, temos duas vagas para o STF e vou apoiar juízes magistrados, profissionais, terrivelmente contra corrupção, legalistas, pessoas apegadas à aplicação da lei e que não tenham dó de mandar prender gente que rouba a população. Tem que ter esse perfil de magistrados no STF", afirmou.

PF

O ex-juiz havia acusado a PF de esvaziar as investigações sobre corrupção, o que levou à divulgação de uma nota por parte do órgão, alegando se tratar de mentiras. Segundo Moro, a nota não representa a opinião da instituição como um todo, mas, apenas da "atual direção".

"Essa nota não é da PF. É da atual direção da PF. A direção atual não representa o que pensam as pessoas que compõem a instituição", afirmou. "Não é só uma questão de quantidade, mas de quem está sendo preso. Prisão de um funcionário público qualquer que pediu propina para conceder uma licença ou um guarda que deixa de aplicar uma multa tem, mas as grandes corrupções, os grandes tubarões, não têm prisão nenhuma. Não ouvimos mais falar nada sobre."

Moro deixou o cargo de ministro da Justiça, em abril de 2020, acusando Jair Bolsonaro de interferência no órgão, o que, inclusive é tema de inquérito em andamento no Supremo Tribunal Federal contra o presidente.

Na nota divulgada nesta terça-feira, 15, a PF afirma: "O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração". A instituição ainda alega que atua "muito além da repressão aos crimes de corrupção" e que não tem o papel de "produzir espetáculos", mas, sim, de "conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários".

Pivô do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou interferir politicamente na Polícia Federal, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, hoje pré-candidato na corrida pelo Planalto, comprou briga com a cúpula da corporação ao declarar publicamente que há um enfraquecimento nas investigações de corrupção.

A PF reagiu nesta terça-feira, 15, e disse que o ex-juiz da Lava Jato 'mente'. "A PF - instituição de Estado - mantém-se firme no combate ao crime organizado, à corrupção e não deve ser usada como trampolim para projetos eleitorais", diz um trecho da nota institucional.

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Em entrevista Jovem Pan News nesta segunda-feira, 14, Moro disse que 'não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção'. "Esse é o resultado de quantos superintendentes eles afastaram e que estavam fazendo o trabalho deles", declarou o ex-ministro.

A acusação de interferência na autonomia da Polícia Federal tem sido repetida por Moro desde que ele pediu demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em abril de 2020, acusando Bolsonaro de mudar delegados em postos de comando para tentar blindar aliados de investigações. Com a filiação ao Podemos, o discurso de que houve um enfraquecimento na atuação da corporação também passou a fazer parte da pré-campanha.

Ao repudiar as declarações do ex-ministro, a corporação afirma que o ex-juiz 'confunde, de forma deliberada, as funções da PF'.

"O papel da corporação não é produzir espetáculos. O dever da Polícia é conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários", escreve a corporação. "Moro desconhece a Polícia Federal e negou conhecê-la quando teve a chance. Enquanto Ministro da Justiça não participou dos principais debates que envolviam assuntos de interesse da PF e de seus servidores."

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DIVULGADA PELA POLÍCIA FEDERAL:

Moro mente quando diz que "hoje não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção". A Polícia Federal efetuou mais de mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos.

Neste mesmo período, a PF realizou 1.728 operações contra esse tipo de crime. Somente em 2020, foram deflagradas 654 ações - maior índice dos últimos quatro anos.

Moro também faz ilações ao afirmar que "esse é o resultado de quantos superintendentes eles afastaram e que estavam fazendo o trabalho deles".

O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração.

Vale ressaltar que a Polícia Federal vai muito além da repressão aos crimes de corrupção. Em 2021, bateu recorde de operações. No total, foram quase dez mil ações, aumento de 34% em relação ao ano anterior.

O ex-juiz confunde, de forma deliberada, as funções da PF. O papel da corporação não é produzir espetáculos. O dever da Polícia é conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários.

Moro desconhece a Polícia Federal e negou conhecê-la quando teve a chance. Enquanto Ministro da Justiça não participou dos principais debates que envolviam assuntos de interesse da PF e de seus servidores.

Com o intuito de preservar a imagem de umas das mais respeitadas e confiáveis instituições brasileiras, a Polícia Federal repudia a afirmação feita pelo pré-candidato Moro de que a corporação não tem autonomia.

Por fim, a PF - instituição de Estado - mantém-se firme no combate ao crime organizado, à corrupção e não deve ser usada como trampolim para projetos eleitorais.

O projeto de lei de autoria da vereadora Liana Cirne (PT), de número 8/2022 que institui o Orixá Xangô como guardião do Recife estava para entrar na pauta da sessão plenária desta segunda-feira (14), mas foi retirado pela autora. No entanto, desde o domingo (13), alguns vereadores da oposição protestaram contra a proposição nas suas redes sociais exaltando a laicidade do estado e, em seguida, exaltando Deus e Jesus. 

A autora do projeto afirmou, na justificativa da matéria, que Recife tem como uma das marcar a diversidade do povo e multiplicidade de manifestações culturais que, em sua maioria, são “trazidas pelos diferentes povos ancestrais da diáspora negra, assim entendidas as pessoas autodeclaradas pretas e pardas, num total de 68% da população recifense”. 

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Cirne destacou o culto ao Orixá Xangô, trazido para o Recife por Ifatinuké africana proveniente da Nigéria, e também falou sobre a isonomia de tratamento inter-religioso na capital. “mesma maneira que a cidade tem uma padroeira católica que celebramos respeitosamente, assim também os adeptos e cultuadores do candomblé, espiritualidade africana em Recife, lutam para que a representação do Orixá Xangô seja reconhecida e se transforme oficialmente como Guardião da Cidade do Recife. Xangô Orixá da justiça, da alegria e da fartura, Rei de Oyó, guarda essa cidade e seu povo possibilitando que a justiça prevaleça, a alegria cultural recifense se preserve e a fartura venha pelas mãos do trabalho livre de cada um de seus habitantes”, atenuou.

Bancada evangélica contra o projeto 

O vereador Fred Ferreira (PSC) publicou um vídeo afirmando ter sido surpreendido com o projeto. “Nesta última sexta-feira fui surpreendido aqui na Câmara dos Vereadores com um projeto de lei de uma vereadora do PT, que quer instituir o Orixá Xangô como guardião da nossa cidade. Vamos ver o que a Constituição diz, ela assegura que o estado é laico e prevê liberdade de crenças religiosas para qualquer cidadão, mas isso não assegura alguém querer decretar que o Orixá seja guardião da nossa cidade. Você concorda?”, questionou. 



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Em seguida, o parlamentar lembrou que o ex-presidente Lula recebeu, anos atrás, o mesmo Orixá de um pai de santo. “Você já se perguntou por que ela escolheu esse Orixá? Não sei se você lembra, mas alguns anos atrás o ex-presidente Lula ganhou de um pai de santo a imagem do mesmo Orixá, e agora querem colocar o mesmo guardião da nossa cidade. É muita coincidência. Lutarei contra esse projeto, vamos trabalhar e orar para que ele não seja aprovado. A minha convicção é que Recife é de Jesus”, afirmou. 

Por sua vez, o vereador Renato Antunes (PSC) também repudiou a matéria nas suas redes sociais. “Como vereador e representante do segmento cristão evangélico, entendo que toda fé deve ser respeitada, e combatemos todo tipo de intolerância religiosa. Estranhamente esse projeto foi pautado pelo partido dos trabalhadores, o PT, mesmo partido que diz que o estado deve ser laico. Cadê a laicidade do estado? Qual é a finalidade jurídica, econômica, cultural e social para que Xangô seja guardião da cidade do Recife? Como relator da matéria, votarei não, mas quero debater aspectos jurídicos culturais e sociais, entendendo que fé não se discute, mas também que fé não se impõe. Que Deus nos abençoe”. 

Também do partido social cristão, o vereador Felipe Alecrim se colocou como representante da população cristã católica e criticou o projeto. “Todos sabemos através de pesquisas que 80% da população recifense se declara cristã. Isso é importante para mim e para o nosso mandato saber a sua opinião sobre essa proposição”. 

Já o vereador Júnior Tércio (Podemos), apareceu nas suas redes comemorando a retirada do projeto de pauta. “A vitória é do povo de Deus. O projeto foi retirado de pauta e a autora é do PT, o partido das trevas. E ainda tem cristão que vota no partido depois dessa?”, disparou.

O senador Humberto Costa (PT) usou o Twitter, nesta quarta-feira (9), para anunciar que junto com a bancada do PT vai entrar com um pedido de cassação do mandato do deputado federal Kim Kataguiri (Podemos). Kataguiri estava no "Flow Podcast", apresentado por Monark, na última segunda-feira (7). Na ocasião, o deputado concordou com o posicionamento de Monark, que defendeu a legalização de um partido nazista no Brasil, e pontuou que a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo.

“Na condição de presidente da CDH do Senado, estou dando entrada, ao lado da bancada do PT na Câmara, com um pedido de cassação do mandato de Kim Kataguiri, do Podemos, junto ao Conselho de Ética daquela Casa”, escreveu Humberto.

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“É inaceitável que alguém eleito pelo voto defenda o nazismo, um regime que matou mais de seis milhões de judeus. Quem jura defender a Constituição não pode ultrajar, exaltando sistemas genocidas, valores que para ela são sagrados, como a dignidade humana e o direito à vida”, emendou.

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Repercussão

Após a repercussão negativa, Monark publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando que errou e que estava alcoolizado durante a gravação do programa. No mesmo dia, o podcast perdeu patrocínios e o Monark deixou a apresentação do programa.

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