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Ex-ministro da Previdência dos governos Lula e Dilma, Carlos Gabas vem a Pernambuco, na próxima sexta-feira (3), para participar de dois seminários sobre a reforma proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB) para o setor. Sob o mote “O que temer com a Reforma da Previdência”, os encontros vão acontecer no Recife e em Caruaru, no Agreste do estado. 

Na capital do Agreste, o evento ocorre na sede da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic), às 10h. Já na capital pernambucana será no Sindsep, na Boa Vista, às 17h. A visita de Gabas está sendo organizada pelo senador e líder do PT no Senado, Humberto Costa.

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Segundo petista, é fundamental ampliar o debate sobre a reforma proposta por Temer. “Temos que discutir esse modelo que está sendo apresentado pelo governo, que penaliza o trabalhador e que vai afetar duramente a vida de milhões de brasileiros”, afirmou. 

Entre as mudanças propostas pela gestão está a que altera a idade mínima necessária para a aposentadoria atualmente de 55 anos para mulher e de 60 para homens. O novo projeto, por sua vez, determina que a idade seja maior ou igual a 65 anos para homens e mulheres. O tempo mínimo de contribuição também vai saltar de 15 anos para 25 anos.

“Temer se aposentou aos 55 anos, mas quer impor ao trabalhador brasileiro uma reforma cruel que, na prática, vai tirar dos trabalhadores o direito de se aposentar e de ter uma velhice digna, mas que mantém os privilégios de poucos grupos. Por isso, mais do que nunca, precisamos debater, estar junto da população e esclarecer o quanto esta reforma é danosa”, avaliou o senador.

A Câmara dos Deputados retoma os trabalhos legislativos na próxima quinta-feira (2) e a pauta de projetos para a análise no ano reúne propostas que promovem, por exemplo, as reformas trabalhista e previdenciária, encaminhadas pelo presidente Michel Temer (PMDB). Os textos devem enfrentar resistência entre os deputados, inclusive da base governista, por atingir tocantes mais próximos aos eleitores.

Apesar de considerar o conjunto de reformas importante para a “retomada do rumo do país”, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) afirmou que o maior desafio da Casa para avaliar os temas será discuti-los com a população. Sob a ótica do pessebista, as mudanças não podem acontecer “a toque de caixa” como foi a reforma do ensino médio, em análise agora no Senado. 

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“Já fizemos um movimento no fim do ano para que tenhamos um debate com a sociedade. Não negamos a importância da reforma trabalhista, não podemos viver com um conjunto de regras do século passado, mas precisamos discutir o assunto sob o olhar de proteção do trabalhador”, observou, salientando que o governo tem “ditado o ritmo” da Casa e “excluído a sociedade do debate”.

Indagado sobre como acredita que Michel Temer vai se portar diante da pauta, Danilo Cabral citou a aprovação da PEC do Teto de Gastos Públicos e disse que na ocasião o presidente “conseguiu uma maioria folgada para aprovação”, mas a “pauta que vem pela frente toca mais a população”. 

“Ela [a população] é mais sensível à reforma da previdência porque diz respeito a todo o povo brasileiro. Há uma tendência que a sociedade reaja a qualquer possibilidade de retirada de direitos. Mesmo sendo da base de sustentação do governo, vamos procurar aprimorar o que está sendo proposto, pois se for um ambiente de guerra vamos afastar ainda mais o Congresso da sociedade”, cravou. 

Com a tese de perda dos direitos conquistados e de que a gestão de Temer não tem “legitimidade” para executar reformas, a oposição tem prometido gerar duros embates durante a análise das pautas previstas para este ano na Câmara. 

“O Rodrigo Maia deve se reeleegar e acho que ele ganha no primeiro turno, apesar de votar André Figueiredo. Ele tem o compromisso de colocar em pauta de discussão já no primeiro mês as reformas trabalhista e da previdência deste governo ilegítimo. Voto contra a esta reforma da previdência imposta aí e também vou votar contra a trabalhista”, adiantou o vice-líder da oposição, Silvio Costa (PTdoB).

Outras pautas

Além das mudanças previstas para o regime trabalhista e previdenciário, a expectativa, de acordo com Costa, é de que a Câmara também retome a discussão sobre o financiamento das campanhas eleitorais, atraindo, mais uma vez, alterações nas regras eleitorais. 

Na avaliação do pernambucano, nova análise sobre o assunto é “urgente”, tendo em vista que no próximo ano acontecem eleições gerais. “O debate sobre o financiamento de campanha vai voltar, tenho certeza, porque do jeito que está não tem como fazer campanha em 2018. Você não vai fazer campanha para presidente, senador, deputado federal, estadual e governador com dinheiro do fundo partidário. O país numa crise dessa você não vai ter recursos”, afirmou.

Questionado sobre o modelo que seria ideal para o país, Silvio Costa apontou o privado. “Sou a favor de um financiamento privado, veja a maior democracia, os Estados Unidos, lá o financiamento é privado. Agora para ter uma maior fiscalização e menos caixa dois, defendo que já na campanha os eleitores saibam quem está sendo financiando por essa ou aquela empresa”, propôs.  

Além dos três itens, a regulamentação do Uber, o projeto que aumenta as punições para o abuso de autoridade de autoridade, ainda em tramitação no Senado, e o possível retorno do pacote de medidas anticorrupção para a reavaliação da Câmara também devem agitar o primeiro semestre.  

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, posicionou-se contra a interrupção da reforma da Previdência, que foi enviada pelo governo ao Congresso no início de dezembro e se encontra em tramitação na Câmara dos Deputados.

Janot se manifestou em uma ação proposta no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Confederação Nacional de Trabalhadores da Indústria Química (CNTQ) e mais dois sindicatos que pediam ao Judiciário a suspensão imediata da tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa a alterar as regras da aposentadoria.

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Os requerentes alegavam que o texto proposto pelo governo na PEC 287/2016 fere preceitos fundamentais da Constituição, incluindo cláusulas pétreas, ou sejam, que não poderiam ser alteradas por meio de PEC. Entre os preceitos violados estariam a cidadania e a dignidade humana e o direito a uma aposentadoria digna.

Para o procurador-geral da República, julgamentos anteriores mostram que a própria jurisprudência  não permite a intervenção preventiva do Supremo no processo legislativo. A única exceção seria quando a ação fosse proposta por algum parlamentar, para assegurar o processo legislativo adequado, o que não é o caso.

“Ainda que possa haver na PEC 287/2016 ofensa potencial a preceitos constitucionais protegidos por cláusula pétrea, não há viabilidade de apreciar a pretensão deduzida pelos arguentes, por se tratar de mera proposição legislativa sujeita a debates e alterações no curso do processo legislativo”, afirmou Janot, que pediu o indeferimento total do pedido.

Ontem (25), representantes de confederações, associações e sindicatos realizaram um abraço simbólico do prédio da Previdência Social, em Brasília, em protesto contra as propostas do governo para mudar as regras da aposentadoria.

Proposta

Pelas novas regras apresentadas, o trabalhador precisa atingir a idade mínima de 65 anos e pelo menos 25 anos de contribuição para poder se aposentar. Neste caso, ele receberá 76% do valor da aposentadoria – que corresponderá a 51% da média dos salários de contribuição, acrescidos de um ponto percentual desta média para cada ano de contribuição.

A cada ano que contribuir a mais, o trabalhador terá direito a um ponto percentual. Desta forma, para receber a aposentadoria integral (100% do valor), o trabalhador precisará contribuir por 49 anos – a soma dos 25 anos obrigatórios e 24 anos a mais.

Ainda conforme a proposta do governo, haverá uma regra de transição para quem está perto da aposentadoria. Homens com 50 anos de idade ou mais e mulheres com 45 anos de idade ou mais poderão se aposentar com regras diferenciadas.

A regra de transição só vale para o tempo de aposentadoria, já para o cálculo do benefício valerá a nova regra proposta. Trabalhadores nessa situação deverão cumprir um período adicional de contribuição, uma espécie de "pedágio", equivalente a 50% do tempo que faltaria para atingir o tempo de contribuição exigido.

O governo argumenta que a reforma é necessária por causa do envelhecimento da população e do aumento das despesas da União com o pagamento de aposentadorias, e que as medidas fazem parte do pacote de medidas do ajuste fiscal da economia.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (5) que a reforma da Previdência (PEC 287/16) e a reforma trabalhista (PL 6787/16) serão aprovadas no primeiro semestre de 2017. Segundo Maia, se as reformas não avançarem, o desemprego não vai parar de subir e o crescimento não vai voltar.

“Do meu ponto de vista [a reforma da Previdência] fortalece o direito dos trabalhadores e das famílias no longo prazo e, no curto prazo, vai dar um alívio enorme, com taxas de juros abaixo de 10% e vai facilitar da recomposição do endividamento das famílias e das empresas que é muito grande hoje”, destacou.

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Apesar de estar com o mandato no fim e enfrentando um empasse jurídico para a candidatura à reeleição, Maia negou que a disputa para a Mesa Diretora da Câmara possa atrapalhar a votação das reformas propostas pelo governo. Ele ressaltou que irá ajudar o Brasil em qualquer posição que ocupe após as eleições.

Rodrigo Maia também afirmou que a Câmara pode discutir projetos prioritários sobre segurança pública que estão tramitando na Casa em conjunto com os poderes Executivo e Judiciário. “Acho que nós podemos em conjunto construir uma agenda legislativa", frisou.

 

 

Líder do PT no Senado, Humberto Costa denunciou, nesta terça-feira (3), que a Reforma da Previdência, em análise na Câmara dos Deputados, fará com que “cerca de quatro milhões de pessoas passem a ganhar menos que um salário mínimo”. Segundo o senador, a desvinculação das pensões por morte do salário mínimo deve afetar diretamente cerca de 55% das pessoas que recebem o benefício.

Para Humberto, o projeto de Temer também implicará em outros problemas para os pensionistas. Segundo ele, o índice para reajuste do benefício ainda não foi definido e a gestão peemedebista avalia editar um novo projeto de lei para fazer com que o aumento da pensão deixe de ser anual, como ocorre atualmente, e passe a ser realizado de acordo com a margem fiscal do governo.

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“Os mais pobres e a classe média serão duramente atingidos por essa Reforma da Previdência. Temer quer manter os privilégios dele, que se aposentou aos 55 anos, e de toda a sua trupe. Mas para a população, o pacote de maldades parece não ter fim”, afirmou o senador.

Além dessas mudanças, ao avaliar a proposta, o líder do PT disse que o projeto também acaba, na prática, com a pensão integral e propõe a divisão do benefício em uma espécie de quota familiar. 

“Não bastassem a dor e todas as implicações de perder um familiar, o governo quer deixar essas famílias praticamente desamparadas. Sem ter a garantia sequer dos poucos benefícios que hoje possuem. Isso é mais do que a perda de um direito dos brasileiros. É algo desumano. Quantas famílias dependem exclusivamente da renda de um ente familiar? É justo que uma pessoa que acabou contribuindo a vida inteira para a Previdência não possa deixar para os seus familiares o seu benefício? Não vamos aceitar isso. No Congresso, vamos combater este projeto e seguir alertando a população sobre o que implica a aprovação desta proposta”, disse o senador.

O governo federal divulgou, em nota, que não pretende negociar a diminuição da idade mínima de 65 anos para requerer a aposentadoria na proposta da reforma da Previdência. "Esse ponto é central para que se encontre um equilíbrio futuro nos gastos com aposentadorias e se baseia no envelhecimento da população brasileira".

Esse é um dos pontos mais polêmicos da proposta enviada ao Congresso, assim como as regras de transição.

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"Uma coisa é trabalhar até os 65 anos com bons salários, plano de saúde e ambiente saudável.  Outra é a rotina de um trabalhador rural ou da construção civil, que ficam expostos ao sol, a condições de trabalho inadequadas, começam a trabalhar na adolescência. Essas pessoas não podem ser tratadas de forma igual ao filho de um médico, engenheiro ou advogado, por exemplo, que começam a trabalhar aos 24/25 anos ou mais, quando decidem fazer especialização e MBA", sustentou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. "A CUT jamais irá aceitar que desiguais sejam tratados de forma igual”.

O deputado Paulinho da Força (SD-SP), presidente da Força Sindical,  já adiantou que vai apresentar uma emenda em relação à idade mínima. “Você já tem hoje uma reforma em andamento, a fórmula 85/95, que vai chegar a 90/100, tempo de contribuição somado à idade. A sugestão que fizemos foi de antecipar para 2021, já que o governo disse que não tem como chegar em 2024. A partir dali você acrescenta a expectativa de vida. À medida que as pessoas vivem mais, elas podem contribuir mais".

"O  governo fará todo o possível junto a sua base aliada no Congresso Nacional para a manutenção do texto original da reforma", disse o governo, em nota.

Apesar de a matéria já causar polêmica, inclusive entre os parlamentares, a proposta só será discutida de fato em fevereiro, após o recesso parlamentar e das eleições para as presidências da Câmara e do Senado.

A reforma da Previdência proposta pelo governo Temer nesta terça (6) foi extremamente mal recebida pelas principais centrais sindicais. Para o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, a proposta é mais uma medida – e uma das mais duras – do “pacote de maldades” de Temer.

“Os financiadores do golpe estão cobrando a conta. Esse governo Big Brother, que cada dia tem um novo ministro eliminado, continua a apostar em um pacote de maldades. As medidas adotadas pelo Palácio do Planalto são extremamente regressivas. O governo quer extirpar o povo humilde, o povo mais carente, o povo que mais precisa”.

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De acordo com ele, a reforma é uma forma de tentar encontrar uma saída para justificar o "golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff", mesmo que, para isso, privilegiem apenas os detentores do grande capital. “O argumento do golpe é que era necessário retomar o crescimento econômico. A economia está derretendo. Eles se esforçam em fazer caixa para honrar o superávit primário e bater palmas para o grande capital, sobretudo o capital financeiro, o especulativo e o rentismo".

Araújo garantiu que não há outra saída além da reação das centrais e lembrou que a Previdência pertence ao povo. “A Previdência não é uma poupança do Governo. É uma poupança da sociedade”.

Da Agência PT de notícias

As centrais sindicais criticaram pontos do projeto de reforma da Previdência, apresentado pelo governo e enviando à Câmara dos Deputados nessa segunda-feira (5). Os detalhes do texto ainda não são conhecidos, mas a questão da criação de uma idade mínima de contribuição para a aposentadoria e as regras de transição com base na idade do trabalhador não foram bem aceitas.

 

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O deputado Paulinho da Força (SD-SP), presidente da Força Sindical disse que deixou claro para o presidente Michel Temer, após reunião nessa segunda, que ele não contará com o apoio da entidade para a aprovação da proposta no Congresso Nacional. “Estamos de acordo que tem que ter uma reforma para todo mundo. Não pode ter privilégios. Mas não pode ter injustiças", frisou.

Para ele, as regras de transição não são justas. “Vamos supor que um trabalhador que entrou numa empresa com 16 anos está hoje com 50 anos e um dia. Tem, portanto, 34 anos de contribuição e um dia. Falta um ano para se aposentar e ele vai pagar mais a metade [do que falta]. Iria então trabalhar um ano e meio a mais. Um outro trabalhador, que entrou na mesma empresa, tem 49 anos, 11 meses e um dia, ele está fora [da transição]. Teria que se aposentar só aos 65 anos”, explicou.

O deputado já adiantou que vai apresentar uma emenda em relação à idade mínima.  “Você já tem hoje uma reforma em andamento, a fórmula 85/95, que vai chegar a 90/100, tempo de contribuição somado à idade. A sugestão que fizemos foi de antecipar para 2021, já que o governo disse que não tem como chegar em 2024. A partir dali você acrescenta a expectativa de vida. À medida que as pessoas vivem mais, elas podem contribuir mais".

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também se manifestou contrária à reforma apresentada pelo governo Temer. "Uma coisa é trabalhar até os 65 anos com bons salários, plano de saúde e ambiente saudável.  Outra é a rotina de um trabalhador rural ou da construção civil, que ficam expostos ao sol, a condições de trabalho inadequadas, começam a trabalhar na adolescência. Essas pessoas não podem ser tratadas de forma igual ao filho de um médico, engenheiro ou advogado, por exemplo, que começam a trabalhar aos 24/25 anos ou mais, quando decidem fazer especialização e MBA", sustentou o presidente da CUT, Vagner Freitas. "A CUT jamais irá aceitar que desiguais sejam tratados de forma igual”.

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) defende  um escalonamento para diminuir a forma "abrupta" das regras de transição. "Acho que tem que ser suave [essa mudança], porque é uma das questões mais sensíveis do povo brasileiro. Não é da maneira que está sendo apresentado no Congresso que os deputados, a dois anos das eleições, não vão se sensibilizar com as pressões que faremos", disse o presidente Ricardo Patah.

Com informações da Agência Brasil e CUT.

 

O presidente Michel Temer disse nessa quinta-feira (1°), em evento na capital paulista, que a proposta de emenda constitucional que propõe o teto de gastos das contas públicas federais (PEC 55/2016) não é suficiente para gerar a credibilidade nem reduzir a recessão. Segundo Temer, "é preciso caminhar mais". Ele informou que a Reforma da Previdência será enviada ao Congresso Nacional já na próxima semana. O depoimento foi dado durante o Brazil Opportunities Conference, evento do banco J. P. Morgan.

“Devo registrar que a proposta de emenda constitucional do teto não é suficiente para gerar a credibilidade integral e, no particular, capaz de reduzir ou impedir a recessão. É preciso que caminhemos mais. E o caminhar mais significa que faremos na próxima semana, quando remeteremos ao Congresso Nacional, uma proposta de emenda à Constituição que visa a readequar a Previdência Social no nosso país”, disse. Segundo ele, o déficit da Previdência Social é de quase R$ 100 bilhões neste ano e a projeção é de que seja de R$ 140 bilhões para o ano que vem.

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Crise política

O presidente afirmou que, ao longo dos últimos meses, a confiança na economia começou a crescer no agronegócio, na indústria e também no comércio. No entanto, reconheceu que a crise política prejudicou essa credibilidade. “Reconheço, não posso ignorar, o fato de que neste último mês, de novembro, a confiança caiu um pouco, em face de vários incidentes de natureza política. Estes dados nós temos que enfrentar, temos que colocar as coisas sobre a mesa”, disse o presidente.

Temer citou a tentativa da Câmara de aprovar uma espécie de anistia ao caixa dois eleitoral e o pacote anticorrupção, também aprovado na Casa, que inclui o crime de responsabilidade para juízes e promotores como fatos que criaram "um natural embate em setores governamentais" e na própria opinião pública.

Segundo o presidente, esses fatos criaram uma certa instabilidade. “Toda vez que há instabilidade, o investidor põe um pé para trás, fica esperando para verificar quais são os acontecimentos”, disse, ao falar para um público de investidores internacionais, clientes do banco J. P. Morgan.

“É preciso pacificar o país. Não podemos permanentemente viver em atrito entre várias correntes. Você pode atritar as ideias, mas não as pessoas”, disse o presidente ao argumentar que os possíveis investidores querem saber se há uma situação pacífica no país que pretendem investir. “A briga tem que ser de ideias e não de pessoas. E nos últimos tempos lamentavelmente o argumento às vezes não é de natureza intelectual, não é um argumento do pensamento, é um argumento físico, de depredar. Temos que partir para a pacificação do país. O investidor quer muito saber: será que tem tranquilidade no país para poder aplicar, seja estrangeiro, seja nacional”.

O presidente Michel Temer (PMDB) defendeu, nesta segunda-feira (21), que as reformas fiscais e da previdência são medidas importantes para o "país superar a recessão, crescer e voltar a gerar empregos". 

Durante a primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, ele afirmou que "se nós prosseguirmos no ritmo [de gastos] que vínhamos, em 2024 teríamos que fechar as portas do Brasil para balanço”. Segundo ele, a dívida bruta ultrapassaria ou empataria com o PIB. “Não teríamos mais como gastar um centavo sequer”, observou.

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O peemedebista também ponderou que a previdência faz parte desse cenário e que a reforma que será proposta pelo governo respeitará o direito adquirido e se pautará pelo princípio da equidade. “Nós vamos tratar de obedecer o direito adquirido e vamos tratar todos com igualdade. Esta é uma determinação da Constituição”, frisou.

Temer afirmou, ainda, que se faz necessária uma "ampla reforma" para a previdência, que "a torne sustentável e que permita o Brasil crescer sem desequilíbrios". Essas mudanças, observou, vão "preservar os direitos das pessoas" e "trazer equidade entre todos os setores".

“O Brasil não pode viver com a autocomplacência”, disse. “Nossa orientação é clara, nós temos que responder a urgência das reformas, colocar o Brasil de volta nos trilhos”, defendeu o presidente.

 

O presidente Michel Temer disse que ainda vai conversar com representantes dos trabalhadores, de empresários e com outros membros da sociedade civil antes de enviar o projeto da reforma da Previdência ao Congresso Nacional. A proposta está sendo elaborada pelo governo federal há alguns meses, mas a versão atualizada ainda não foi apresentada às centrais sindicais.

De acordo com o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, o diálogo com diferentes setores “precederá” o envio da reforma ao Congresso Nacional. O governo havia prometido encaminhar o texto até o fim do mês de setembro, mas desistiu após pressões de parlamentares, que temiam reflexos nas disputas eleitorais, e dos sindicatos, que cobravam mais diálogo.

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“O presidente pretende, oportunamente, aprofundar um diálogo amplo com trabalhadores, empresários, centrais sindicais, sociedade civil, bem como com as lideranças políticas, em torno da reforma da Previdência e de sua necessidade indispensável”, disse Parola nesta quarta-feira (26), ao responder a perguntas enviadas a Temer pela imprensa.

Os representantes dos trabalhadores e aposentados aguardam um encontro com o governo para discutir a proposta. No início do mês, Temer chegou a agendar uma reunião com presidentes de todas as centrais sindicais, que acabou não ocorrendo. O projeto que cria um limite para os gastos públicos continua sendo a prioridade número um do Planalto, embora o governo também tenha pressa em reformar as regras para acesso à aposentadoria.

PEC 241

Na terça-feira (25), a proposta do teto dos gastos foi aprovada em segundo turno pela Câmara e será agora analisada pelos senadores. Após as críticas públicas entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, Temer negou que as divergências possam prejudicar o andamento da PEC.

“O presidente Temer está seguro de que o Senado Federal, na pessoa do seu presidente, por meio de suas lideranças, senadoras e senadores, partilha desse consenso, e será parceiro decisivo para aprovação em caráter definitivo da medida que cria um limite ao crescimento dos gastos públicos, tanto que o Senado já fez um calendário para votação dessa matéria”, disse o porta-voz.

Desaposentação

Michel Temer foi questionado também sobre a decisão de hoje do Supremo Tribunal Federal que considerou ilegal a desaposentação, que é a possibilidade de o aposentado pedir a revisão do benefício por ter voltado a trabalhar e a contribuir para a Previdência Social. “O impacto orçamentário, positivo, da decisão tomada pelo STF, está sendo tomado pelas unidades técnicas competentes do governo federal. O presidente ressalta, contudo, que foi favorável ao governo”, disse Parola.

O governo Michel Temer vai incluir na reforma da Previdência o endurecimento das regras para concessão de pensões por morte. Segundo um integrante da equipe econômica, a proposta volta a tentar emplacar a redução no cálculo do benefício. Pelo texto, a pensão por morte vai deixar de ser integral e passará a ser de 60% para o cônjuge e mais 10% por dependente, até o limite de 100%.

A equipe econômica da presidente cassada Dilma Rousseff tentou adotar essa mudança por meio de medida provisória (MP), mas não conseguiu aprovação no Congresso. O entendimento na época era de que a alteração necessitava de alteração na Constituição, o que exige quórum qualificado para ser aprovado (dois terços de aprovação nas duas Casas em dois turnos).

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Por isso, o governo aproveitará a reforma, que será enviada por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), para retomar o tema. A mudança no cálculo traz efeito imediato na economia dos gastos públicos com o benefício, que corresponde a um quarto do total das despesas previdenciárias. O cálculo também valerá para os servidores públicos, mas os militares devem ficar fora.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo na edição de quinta-feira (29) o governo quer uma maior convergência das regras para a aposentadoria e pensões entre os trabalhadores da iniciativa privada e o funcionalismo público. Também há a decisão de restringir o acúmulo de aposentadoria e pensão por morte.

No ano passado, o governo conseguiu só apertar as regras para a concessão do benefício, como a exigência de dois anos de casamento ou união estável para a sua concessão. Quem não se enquadra na regra, tem direito à pensão por quatro meses. O objetivo foi evitar fraudes e casamentos armados com pessoas que estão prestes a morrer.

Outra mudança foi a de que apenas o cônjuge com mais de 44 anos passou a ter direito à pensão vitalícia. Para os com idade abaixo desse limite, o período de recebimento da pensão varia de três a 30 anos. O texto enviado pela equipe de Dilma foi modificado na Câmara, onde foi retirado o artigo que reduzia o valor da pensão para 60% para o cônjuge e mais 10% por dependente.

Antes desse maior rigor nas regras propostas por Dilma, poderiam requerer o benefício o cônjuge, companheiro ou companheira, filho não emancipado, até 21 anos de idade, ou filho inválido de qualquer idade. Se não houvesse dependente que se encaixasse nessas regras, poderiam se candidatar os pais e o irmão não emancipado de até 21 anos de idade.

Não havia até então tempo mínimo de contribuição para que os dependentes tivessem direito à pensão, sendo apenas exigido que o segurado tivesse contribuído para a Previdência.

Segundo estudo da consultoria legislativa do Senado, na América do Sul, a pensão por morte dada aos cônjuges varia entre 36% a 60% (Chile) a 90% (Bolívia) do benefício. No G20, grupo de países mais ricos do mundo, os Estados Unidos pagam de 35% a 100% do benefício; o Japão de 50% a 78%; a Alemanha, de 25% a 55%, e a França, 54%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A proposta de reforma da Previdência do governo pretende promover a convergência das regras de aposentadoria dos trabalhadores da iniciativa privada com as dos servidores públicos. Isso vai implicar no aumento da idade mínima para que funcionários públicos se aposentem - atualmente, 55 anos para mulheres e 60 para homens.

Pelo texto que está sendo avaliado pelo presidente Michel Temer, a idade mínima para servidores homens e mulheres se aposentarem subirá para 65 anos, assim na iniciativa privada.

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A exigência do tempo de contribuição para ter direito ao benefício integral também será alterada. Hoje, os funcionários públicos conseguem se aposentar sem descontos com 30 anos (mulheres) e 35 anos (homens) de serviço. A nova regra seguirá o critério da iniciativa privada: entre 45 anos e 50 anos como período necessário para a aposentadoria integral, com tempo mínimo de 25 anos para ter direito a requerer aposentadoria.

Regras para concessão da pensão por morte devem ficar mais restritivas, impedindo o acúmulo de aposentadorias. O mesmo valerá para trabalhadores da iniciativa privada. "As regras de pensão vão mudar para todos", disse uma fonte do governo. Segundo um técnico envolvido na elaboração da proposta, a ideia é reduzir disparidades entre os regimes privado e público.

Na área econômica do governo, há a defesa de que haja o aumento da contribuição previdenciária dos servidores públicos, atualmente em 11%, para algo entre 13% e 14%. Como contrapartida, seria elevada a contribuição dos órgãos públicos empregadores, de 22% para 28%.

Assim como os trabalhadores da iniciativa privada, todos os servidores com menos de 50 anos se enquadrariam nas novas regras. Para os trabalhadores acima dessa idade, haveria um pedágio de 50% no tempo que falta para a aposentadoria.

"Normalmente, servidores públicos saem ilesos das constantes reformas da Previdência, mas dessa vez não devem escapar", disse Rômulo Saraiva, advogado especialista em direito previdenciário.

"Essa convergência nas regras já era para ter sido feita há muito tempo, mas antes tarde do que nunca", afirmou o consultor de orçamento da Câmara dos Deputados, Leonardo Rolim. Ex-secretário de Previdência Social, Rolim defende a unificação das regras, mas em institutos separados para que o INSS não assuma um passivo de R$ 5 trilhões dos Estados e municípios que possuem rombos nas previdências de seus servidores públicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar dos apelos de partidos da base aliada para adiar o envio da reforma da Previdência ao Congresso Nacional, o presidente Michel Temer decidiu que vai mandar a proposta este mês, antes das eleições municipais.

A reforma da Previdência tem sido anunciada pelo governo desde que Temer assumiu a Presidência como interino, em maio deste ano. Parlamentares de partidos aliados, porém, argumentavam que o envio agora poderia atrapalhar as disputas eleitorais por ser uma medida impopular.

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De acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, Temer manifestou-se nesta terça-feira (6) no sentido de enviar ainda neste mês a proposta, como havia prometido em ocasiões anteriores.

"Nós temos que entender que temos uma base parlamentar que tem posição diferente e está dialogando com o presidente. O segredo agora do presidente Michel é fazer com que a base tenha um consenso mínimo. Ele quer mandar antes [das eleições]", disse. Segundo Padilha, que não quis estipular uma data para o envio, o "diálogo" para o envio da proposta será feito “assim que tivermos quórum".

Para o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, a dúvida sobre a data era mais uma questão de estratégia do que eleitoral. Ele informou que teve nesta terça conversas com o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, sobre o assunto.

"É uma questão de estratégia parlamentar e não de mérito. O governo já tomou a decisão, acha que não tem condição de manter do jeito que está. A base defende, a reforma é necessária para colocar o Brasil nos trilhos", disse. Para Geddel Vieira Lima, Temer analisou os "custos e benefícios" e achou melhor "sinalizar claramente" para a necessidade do envio imediato da proposta até por uma questão "simbólica".

Vieira Lima disse também que os pontos mais polêmicos, como idade mínima aos 65 anos e transição aos 50 anos, estão sendo fechados "provavelmente esta semana" para que sejam encaminhados ao Congresso. "Basicamente não tem discordância, agora é levar à apreciação do presidente da República".

Centenas de trabalhadores rurais foram às ruas de Pernambuco, nesta quinta-feira (16), protestar contra a reforma da previdência, a extinção do Ministério da Previdência Social e a gestão do presidente em exercício Michel Temer (PMDB). As manifestações aconteceram em cerca de 50 cidades do Sertão, da Zona da Mata e da Região Metropolitana, todas com Agências da Previdência Social.  

Com cartazes dizendo que a reforma “é um golpe aos diretos dos trabalhadores”, os agricultores justificavam as reivindicações pontuando que as atividades que exercem também “geram riquezas para o país”. Os atos foram organizados pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado Pernambuco (Fetape), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e os Sindicatos dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (STTRs).

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Vice-presidente da Fetape, Paulo Rodrigues Santos, afirmou, em conversa com o Portal LeiaJá, que a revisão das regras da previdência representa um “risco a vários direitos que já foram conquistados” e atinge, principalmente, os trabalhadores rurais. 

“Um dos principais riscos é a elevação de idade mínima; outro é a desvinculação ao salário mínimo que abre o precedente para reajustes e benefício menores do que o mínimo; ainda tem as mudanças nas regras de acesso ao regime da previdência social, que pode atacar diretamente os agricultores familiares, e o não acumulo da pensão com a aposentadoria. Isso seria um retrocesso muito grande”, detalhou o dirigente. 

Já sobre a extinção do Ministério da Previdência Social, Rodrigues disse que a ação compromete as atividades efetivas da política. “O que a gente necessitava não era a extinção, mas o fortalecimento do ministério. O governo deveria bancar a recomposição dos servidores. Em média, hoje são 6 meses de espera para fazer uma perícia. O ideal era fortalecer a estrutura para dar respostas ao cidadão”, observou. 

Os atos aconteceram em cidades como Recife, Vitória, Palmares, Nazaré da Mata, Petrolina, Garanhuns, Afogados da Ingazeira, Exu, Pesqueira, Goiana, Ribeirão e Águas Belas. Novas manifestações estão previstas para acontecer em julho, quando Michel Temer deve apresentar a proposta da reforma ao Congresso Nacional.

O presidente em exercício Michel Temer (PMDB) se reúne, nesta sexta-feira (10), com as centrais sindicais no Palácio do Jaburu, em Brasília. Durante o encontro, para tentar destravar os impasses em torno da reforma da Previdência Social, o peemedebista garantiu que não pretende reduzir os direitos da classe trabalhista e pontuou a necessidade de resolver os problemas através do “diálogo”. 

“Não vamos fazer nada contra os trabalhadores”, garantiu. “Temos que fazer mudanças por meio do diálogo. Vamos nos entendendo em nome do país, não podemos ir da cordialidade para a falta de cordialidade”, acrescentou aos presentes.

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Temer criticou a gestão da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e disse que não teve “as portas abertas” para iniciar o seu governo.  “Pegamos o país em grande dificuldades. Elas são maiores do que vocês podem imaginar... Conseguimos montar uma equipe econômica formidável: eficiente nas teorias e no diálogo. Dei o tom para os meus ministros, do dialogo e da apuração profunda dos problemas”, salientou o presidente.

Segundo ele, a primeira medida foi harmonizar o Legislativo e o Executivo para aprovar matérias que “estavam há meses sem votar”. “Estamos no governo há 27 dias e aprovamos medidas importantes. Lembro que foi o governo anterior que mandou a proposta para ampliar a meta. Quando votamos, o que fizeram? Votaram contra e tumultuaram a sessão. A DRU também foi proposta pelo governo anterior. E os que propuseram votaram contra”, recordou durante o discurso.

Participam do encontro, no Palácio do Jaburu, representantes da Força Sindical, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) não têm participado dos encontros por serem contrárias ao governo Temer.

O presidente em exercício Michel Temer (PMDB) reúne-se na tarde desta segunda-feira (16) com centrais sindicais para debater propostas de mudanças na Previdência Social. O encontro está previsto para as 15h, no Palácio do Planalto. Foram convidadas centrais como a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Força Sindical. Também participam da reunião os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Trabalho, Ronaldo Nogueira.

Na sexta-feira (13), Meirelles disse, em entrevista ao programa Bom Dia, Brasil, da Rede Globo, que o novo governo pretende fazer mudanças na Previdência. Segundo ele, é preciso entender que despesas públicas são sempre pagas pela população, incluindo o sistema previdenciário.

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O ministro confirmou que haverá uma idade mínima de aposentadoria e que a mudança não será feita sem uma regra de transição. Ele acrescentou que agora o necessário é uma “determinação de governo” para apresentar à sociedade uma proposta factível.

Meirelles destacou que existem grupos com estudos bastante avançados sobre o assunto, inclusive no governo. “A regra está clara: idade mínima, com regra de transição e que seja eficaz. Não seja tão longo que não faça efeito. De outro lado, que não seja tão curto que seja inexequível”.

Força Sindical

Em nota, o presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira (SD-SP), disse que causou “estranheza” a afirmação do novo ministro da Fazenda sobre sua intenção de implantar a idade mínima “para efeito de aposentadoria”, entre homens e mulheres.

“Trata-se de informações e uma intenção no mínimo inoportunas e insensatas tendo em vista o momento de turbulência política pelo qual o país atravessa. A proposta do ministro é simplesmente inaceitável, porque prejudica enormemente aqueles que ingressam mais cedo no mercado de trabalho, o que representa a grande maioria dos trabalhadores brasileiros”, afirmou o deputado.

Segundo ele, qualquer alteração nas regras da Previdência Social deve ser amplamente discutida com a sociedade e com os representantes dos trabalhadores, “de forma democrática e transparente, antes de ser executada”.

“A Força Sindical, em nome dos trabalhadores, repudia qualquer tentativa de levar a cabo uma reforma da Previdência Social cujos efeitos representem a retirada de direitos, sejam eles trabalhistas ou previdenciários. O governo anterior, inclusive, já penalizou em muito a classe trabalhadora ao promover mudanças no regime da Previdência que dificultaram o acesso dos trabalhadores ao benefício”, informou a nota.

O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, afirmou nesta quarta-feira (17) que o governo ainda não tem uma posição fechada sobre as iniciativas de reforma da Previdência que pretende encaminhar ao Congresso Nacional no prazo de dois meses.

Ele disse que os sete pontos apresentados na tarde desta quarta-feira (17) no Fórum de Debates sobre Políticas de Trabalho, Emprego, Renda e Previdência Social, fazem parte de um "roteiro de discussão" a ser debatido pelos representantes dos trabalhadores, aposentados e empresários.

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De acordo com Rossetto, o PMDB terá "papel fundamental" e vai colaborar "ativamente" com as discussões. Em entrevista a jornalistas, após participar da reunião, o ministro não respondeu diretamente a uma pergunta sobre a importância – para a tramitação do tema no Congresso – da reeleição do deputado governista Leonardo Picciani (PMDB-RJ) na liderança do PMDB, na Câmara. Segundo ele, o partido "é governo", pois não somente faz parte da base de apoio como também ocupa a Vice-Presidência da República.

Como a proposta, se aprovada, terá efeitos somente daqui a alguns anos, Rossetto disse que a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) é "muito importante". "As lideranças estão trabalhando, estamos seguros na aprovação da CPMF, é um imposto que atinge atividades econômicas não formais, fundamental para o equilíbrio da Previdência e da Saúde nos estados e municípios. Estamos confiantes na aprovação", disse.

Ao ser questionado sobre as críticas quanto à possibilidade de equiparação de homens e mulheres, que teriam direito ao benefício, o ministro disse que o governo vai testar hipóteses e cenários, além de escutar as centrais e empresários, antes de definir o que será encaminhado ao Legislativo. "O governo não tem uma posição fechada em relação a essas iniciativas. A presidenta Dilma está insistindo nisso: temos vários cenários que estão sendo trabalhados pelo governo. Por isso a importância debate em relação a essa iniciativa", declarou.

Ele disse, porém, que ao final dos 60 dias  o governo vai encaminhar a "reforma que achar correta" e que entende que alcançará uma previdência "justa, solidária e sustentável". "É evidente que num processo como esse, nós temos maior respeito pelas entidades, pela autonomia, e seguramente poderão haver divergências, mas nós apostamos que terão sim espaços de convergência importantes", previu.

 

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