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O governo federal divulgou, nesta quarta-feira (14), as ações empreendidas pelo Ministério da Saúde para enxugar as despesas e investir os recursos no atendimento à população, através do Sistema Único de Saúde (SUS) e outras medidas. A economia foi de R$ 1,3 bilhão em quatro meses.

"Toda essa economia representa mudanças na gestão, sem abrir mão das ações do ministério que já estavam sendo realizadas. Estamos fazendo mais com menos", frisou o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Segundo ele, a reforma administrativa compreendeu o corte de 335 cargos comissionados e redução de 33% de despesas de aluguel e serviços gerais. A revisão de contratos de informática gerou uma economia de R$ 80 milhões e a renegociação no preço dos medicamentos, de R$ 900 milhões. “Conseguimos diminuir em 7% o preços dos medicamentos negociados em real e em 17% os negociados em dólar”, informou Barros.

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Segundo ele, os recursos economizados estão sendo revertidos para o reforço no atendimento em 99 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), 1.401 serviços de saúde em 216 Santas Casas e hospitais filantrópicos, representando por exemplo o aumento de 978 leitos disponíveis para o SUS. Também foram feitos pagamentos de cirurgias eletivas que estavam em atraso e emendas que não haviam sido pagas.

"Aumentamos o acesso dos brasileiros aos tratamentos e medicamentos", salientou o ministro. A prestação de contas é uma aceno aos empresários e instituições filantrópicas do setor e uma forma de mostrar que o governo deseja gerir melhor os recursos da União. "Economizaremos muitos bilhões de reais para reaplicar na saúde brasileira", garantiu Barros.

A intenção da pasta é alcançar uma economia de 20% dos recursos com o protocolo integrado, unificação dos sistemas de saúde, controle dos medicamentos e prontuário eletrônico. “Dessa forma, por exemplo, o cidadão poderá ir a qualquer unidade de saúde sem ter a necessidade de refazer alguns exames que já tinham sido feitos antes. Isso porque o prontuário estará disponível eletronicamente”, explicou. "Estamos modernizando o atendimento da população. Vamos incorporar modernas tecnologias com melhor custo benefício”.

Barros disse ainda que o governo está empenhado em realizar pesquisas e desenvolver vacinas para o controle e combate do mosquito Aedes aegypti. Ele anunciou também que o transporte de órgãos feito pela Força Aérea Brasileira (FAB) aumentou de cinco até julho para 52 nos últimos quatro meses. "Teremos os recursos para cumprir todos os compromissos assumidos neste ano", adiantou.

Gestão eficiente

Em pronunciamento durante a cerimônia, o presidente Michel Temer elogiou o trabalho de Ricardo Barros no que chamou de uma “gestão eficiente”. “A economia extraordinária que foi feita lá no Ministério da Saúde significa uma boa gestão, uma gestão equilibrada. Sem uma política fiscal responsável, a saúde não tem viabilidade financeira. Sem uma política de gastos públicos sustentável, a saúde entrará em colapso. Não há saúde sem eficiência”. De acordo com o peemedebista, o modelo está sendo implantado em todos os setores da administração.

Temer também alfinetou a gestão de Dilma Rousseff, ao ressaltar que o governo está “acertando as contas”. “Verbas que não estavam sendo pagas pelo governo federal e agora retoma-se o pagamento para não onerar os Estados e municípios”. “Estamos desmentindo uma versão que corre pelas ruas de que o nosso governo tem o objetivo central de destruir a saúde, destruir a educação e destruir os trabalhadores. E peço licença para dizer que isso é inadmissível”, disparou.

Mais cedo, através de redes sociais, o presidente disse, em vídeo, que o governo não pretende retirar direitos trabalhistas, como o acesso ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em casos de demissão sem justa causa.

“Esse é o nosso compromisso: assegurar mais recursos a serem aplicados numa gestão mais eficiente. E assegurar uma gestão eficiente que gerará mais recursos. Um ciclo virtuoso que use a responsabilidade e o uso de meios públicos para uma saúde pública de qualidade”, finalizou.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta sexta-feira (15) que a maioria dos pacientes que procuram atendimento em unidades de atenção básica da rede pública apenas "imagina" estar doente, mas não está. De acordo com o ministro, é "cultura do brasileiro" só achar que foi bem atendido quando passa por exames ou recebe prescrição de medicamentos e esse suposto "hábito" estaria levando a gastos desnecessários no Sistema Único de Saúde (SUS). Entidades médicas criticaram a fala de Barros.

"A maioria das pessoas chega ao posto de saúde ou ao atendimento primário com efeitos psicossomáticos. Por que 50% dos exames laboratoriais não são retirados pelos interessados? Por que 80% dão resultado normal? Porque foram pedidos sem necessidade", disse o ministro, na manhã de ontem (15), em evento na sede da Associação Médica Brasileira (AMB), em São Paulo.

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Barros disse que a população costuma associar uma boa consulta à solicitação de exames e defendeu que os médicos ajudem a mudar esse pensamento. "Se (o paciente) não sair ou com receita ou com pedido de exame, ele acha que não foi ‘consultado’. Isso é uma cultura do povo, mas acho que todos nós temos de ajudar a mudar, porque isso não é compatível com os recursos que temos", declarou. "Não temos dinheiro para ficar fazendo exames e dando medicamentos que não são necessários só para satisfazer as pessoas, para elas acharem que saíram bem atendidas do postinho de saúde."

O ministro defendeu que os médicos façam uma investigação mais criteriosa do paciente, antes de solicitar exames ou prescrever remédios. "O médico tem de apalpar o cliente, fazer anamnese, tem de conversar com a pessoa", afirmou.

Críticas - Representantes de entidades médicas discordaram da afirmação de Barros de que a maioria da população procura postos de saúde sem estar, de fato, doente. "De maneira geral, qualquer unidade de saúde terá 70% dos exames com resultado normal. Isso acontece porque o paciente não é bem examinado, não é bem interrogado, e são solicitados os exames errados. Ou então, na rede pública, o exame demora tanto para ficar pronto que, até lá, o paciente já sarou e não vai retirar o resultado", diz Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.

Ele afirma que a solicitação de exames desnecessários está relacionada a falhas na formação ou na postura do médico. "O paciente não tem culpa nisso. A maioria tem queixa real, que não é devidamente valorizada pelo médico", afirmou.

Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso afirmou que o paciente nem tem o poder de escolher se quer fazer exames ou tomar remédios e é preciso avaliar melhor os dados informados pelo ministro antes de qualquer conclusão. "O julgamento do que o doente precisa é médico. Às vezes está lá que o doente não foi pegar (o resultado do exame), mas o doente ou o médico viram na internet. Precisamos saber quais lugares têm essa população de pacientes atendidos com exames normais ou que não foram buscá-lo. Porque, senão, fica algo jogado no ar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, saiu em defesa de planos de saúde e afirmou que as multas aplicadas às operadoras são abusivas e que empresas do setor não podem ser consideradas como inimigas. "As multas são exageradas. Um plano que deixa de cumprir uma obrigação de R$ 100 hoje é multado em R$ 50 mil", disse, durante reunião do Conselho Nacional de Saúde. "Quebrar os planos não ajuda em nada a saúde do Brasil nem dos brasileiros. Os planos geram emprego, pagam impostos. Não são nossos inimigos", completou.

As declarações foram dadas um dia depois de o ministro sugerir a criação de "planos populares" de saúde, uma modalidade em que o usuário pagaria uma mensalidade menor, mas, em contrapartida, teria direito a uma cesta de serviços mais restrita da que é hoje definida como mínima pela lei.

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Criticado por integrantes do conselho, o ministro afirmou que planos populares são uma sugestão. "Há dúvidas sobre se essa medida poderia ser tomada apenas com uma resolução ou se seria necessária a mudança da lei", afirmou.

Barros disse ainda não ter uma sugestão para mudanças nas regras para punir empresas que resistem em prestar serviços devidos aos usuários. Mas afirmou ser necessário um olhar atento para operadoras.

Anistia

As declarações foram uma resposta a uma pergunta feita por integrantes do conselho, sobre a tentativa do Congresso de anistiar multas devidas pelas operadoras de saúde. A proposta foi aprovada por parlamentares e, mais tarde, vetada pela presidente afastada, Dilma Rousseff. O texto, de 2014, permitiria um perdão de R$ 2 bilhões para o setor.

O ministro enxerga na saúde suplementar uma saída para driblar o orçamento apertado na Saúde. Desde que assumiu, ele diz que, quanto mais pessoas em planos, melhor.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que sua equipe deve apresentar em breve à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) uma proposta para criar planos de saúde mais baratos, mas com cobertura mais reduzida do que é apresentada hoje. O mecanismo, de acordo com ele, pode ajudar a ampliar o grupo usuário de planos, reduzir a demanda no Sistema Único de Saúde (SUS) e, consequentemente, os recursos necessários ao sistema público. "Isso geraria mais conforto para população, que quer um plano de saúde e não pode arcar com os custos", disse durante audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais no Senado.

Questionado se a medida não seria criticada por sanitaristas, que defendem uma melhora no sistema público em vez de incentivo para que população migre para a saúde suplementar, ele rebateu: "Estou ministro da Saúde, não ministro do Sistema Único de Saúde. O SUS é uma boa parte do que fazemos em saúde, mas não é só", disse.

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O ministro afirmou que a área de saúde suplementar tem um papel importante no sistema e atualmente é responsável pela maior parte de recursos para a área. De acordo com ele, o sistema público (União, Estados e municípios) investem no setor R$ 240 bilhões por ano, menos do que os R$ 300 bilhões investidos pelas operadoras de saúde. A qualidade dos serviços prestados pelos planos - um dos setores mais criticados pela população por descumprimento de contrato - não é considerada um problema pelo ministro. "A adesão aos planos é voluntária, ninguém fica obrigado. Não acho que esse seja um problema que seja fundamental."

Barros afirmou que a ampliação do setor de saúde suplementar ajudaria a reduzir a pressão no sistema de saúde, sobretudo em um momento em que o País vive uma crise fiscal. "Eu trabalho com a realidade que temos no Brasil. O orçamento é finito. Não há recursos ilimitados." O ministro ainda afirmou, na audiência no Senado, que não é o momento de se lutar por mais recursos públicos para o setor, mas tentar aplicar a verba existente de melhor forma.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), voltou a afirmar nesta quinta-feira, 19, em visita à Feira Hospitalar, em São Paulo, que não mexerá na estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) e manterá o acesso universal a tratamentos. No início da semana, ele havia dito, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que não há recursos para "sustentar o nível de direitos que a Constituição determina".

Em visita à Feira Hospitalar, ele negou que vá reduzir o tamanho do sistema público. "Eu não falei sobre o tamanho do SUS, eu falei sobre Previdência. Essa é uma polêmica desnecessária. O SUS é um direito do cidadão, garantia absoluta", disse ele. Barros afirmou que pretende buscar a eficiência em sua gestão a frente do ministério para poder "fazer mais com menos recursos".

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"Vim aqui visitar à Hospitalar porque quero tratar a saúde pública com gestão de qualidade, com as melhores marcas, buscar alcançar, na saúde pública, o mais próximo dos índices de desempenho que temos na rede privada", declarou.

Irritado com as questões sobre uma possível redução do SUS, Barros finalizou rapidamente a entrevista coletiva e se negou a responder perguntas sobre estrutura do ministério e chamada "pílula do câncer".

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que quer envolver as igrejas na discussão sobre aborto no Brasil. O ministro reconheceu que o País enfrenta um problema relacionado ao tema, com grande número de procedimentos realizados de forma inadequada e muitas mortes. "Como é o crack. É uma entre outras mazelas que precisam ser cuidadas pelo poder público", disse. Deputado federal licenciado e ex-relator do orçamento, Barros já tem definido o valor que vai pedir numa reunião programada para a quarta-feira (18) com o ministro do Planejamento, Romero Jucá: R$ 14 bilhões, recursos que já estavam previstos para a pasta, acrescidos de pagamentos a prestadores de serviço e fornecedores que não foram quitados em anos anteriores. A seguir, principais trechos da entrevista.

Como o senhor pretende tratar o tema do aborto?

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Esse é um tema delicado. Recebi a informação de que é feito 1,5 milhão de abortos por ano. Desse total, 250 mil mulheres ficam com alguma sequela e 11 mil vão a óbito. Esse é um tema que vou estudar com muito carinho com nossa equipe. Vou ver com o governo qual será nossa diretriz para agir nessa direção. Essa é uma decisão de governo. Não de um ministério, algo que possa ser decidido individualmente.

O senhor considera aborto um problema de saúde pública?

Esse é um problema que existe e precisa ser cuidado. Como é o crack. Como tantas outras mazelas da sociedade que precisam ser cuidadas pelo poder público. Mas a maneira como vamos abordar isso vai depender de discussões. Vamos ter de conversar com a Igreja. A decisão do ministério não deve provocar resistência ou discussão. Temos de ajustar. Antes de propor uma política para isso, vamos ter de realizar um diálogo muito amplo.

Não há um risco de se demorar muito tempo para que um consenso seja alcançado? O senhor trabalha com algum prazo?

Se você acompanhar o meu ritmo vai saber que o longo prazo para mim é muito rápido. Farei essa interlocução muito rapidamente. A primeira ação será ouvir. Isso vale para vários assuntos.

O senhor tem como meta uma gestão de consenso?

Vou ouvir o máximo que eu puder para que toda ação do ministério seja um pacto, não apenas uma proposta. Vou propor algo que quem está lá na ponta vai praticar. Para não ficar uma coisa como o ministro sugere e depois provoca discussão, não é feito. Vou combinar especialmente com prefeitos. Visitarei todos os Estados.

O governo vai regulamentar a lei que libera o uso da fosfoetanolamina, a pílula do câncer?

Há possibilidade de que seja regulamentada por meio de decreto. Mas será decisão do governo.

De todas demandas ouvidas, qual é a prioridade?

Há dificuldade de financiamento. Vou ouvir os prefeitos, temos de fazer uma articulação ampla. E fazer algo que possa alcançar o maior número de pessoas. Vou tratar gestão, governança, prevenção e informação. A prioridade hoje é informação. Quero ter a capacidade de saber como cada real do SUS é gasto, online.

O senhor falou em pôr em prática o Cartão SUS, algo que é proposto há pelo menos 15 anos. Há dinheiro para isso? Por que isso não foi em frente?

Os recursos disponíveis no DataSus deverão ser redirecionados para essa tarefa. Se conseguir informatizar toda estrutura do SUS saberei como cada cidadão é atendido. Resolveremos o problema dos cartões duplicados. Hoje existem cerca de 300 milhões, número muito acima da nossa população. O sistema já foi implementado, mas precisa ser aprimorado para que duplicações desapareçam. É o mesmo problema da Cédula de Identidade, que pode ser feita em 27 Estados.

Qual a verba que o senhor pleiteia para levar adiante seus projetos no ministério?

Na quarta à tarde vou falar com ministro do Planejamento, Romero Jucá. Vou pedir que o que está no orçamento seja cumprido. Nem um centavo a mais. E vou pedir restos a pagar (dívidas adquiridas com prestadores de serviços e fornecedores que não foram pagas até o momento). Eu gostaria de ter recursos para cumprir tudo o que está contratado e cumprir os restos a pagar. Não sei se o ministro vai conseguir. Ele terá de discutir com o Congresso Nacional a meta fiscal deste ano. E essa proposta terá de refletir todas as demandas que ministros estão apresentando para ele. Esse dinheiro vai ter de ser emprestado. Vai ser necessário emitir letras do Tesouro para pagar essa conta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou hoje (16), durante visita à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que, caso o resultado dos estudos sobre os efeitos da fosfoetanolamina, conhecida como pílula do câncer, não comprovarem sua eficácia, a droga não será incluída na Relação Nacional de Medicamentos (Rename) e não será distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo estando liberada por projeto de lei.

“A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está fazendo os estudos. Pedi agilidade à Anvisa não só nesse caso, mas em vários outros nos quais precisamos rapidamente aprovar medicamentos novos e princípios ativos. A Anvisa precisa nos garantir mais agilidade, com segurança e proteção ao consumidor”.

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O secretário estadual de Saúde, David Uip, informou que, assim que o laboratório responsável por produzir a fosfoetanolamina entregar o material, o governo paulista encapsulará rapidamente a droga e em prazo de seis meses já haverá resultados.

“É a primeira pesquisa que há e daqui a pouquíssimo tempo teremos os resultados definitivos”. Uip declarou ainda que deve ter reuniões com o ministro quarta (18) e quinta-feira (19).

Uma petição online pede que o Supremo Tribunal Federal suspenda a nomeação dos ministros do governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) que são citados ou estão sendo investigados pela Operação Lava Jato. Criada no último dia 12, por uma pessoa identificada apenas como Danilo P., até o fechamento desta matéria a petição já tinha 201 mil assinaturas. 

Como justificativa para a suspensão dos atos, o autor utiliza como exemplo o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que teve a nomeação como ministro-chefe da Casa Civil sustada pelo ministro do STF, Gilmar Mendes. A intervenção judiciária aconteceu após os partidos de oposição alegarem que a posse de Lula ao cargo era para garantir foro privilegiado e dificultar as investigações do envolvimento dele no esquema de corrupção na Petrobras.

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“Assim como Lula, alguns ministros indicados pelo presidente interino Michel Temer também tiveram seus nomes citados nessa operação, razão pela qual deve o Supremo se manifestar sobre a legitimidade destes para a posse nos cargos públicos e obtenção ou manutenção de foro privilegiado”, afirma o texto. “Não aceitaremos posições contraditórias da Suprema Corte”, acrescenta.

Segundo o documento online, devem ser suspensas as posses de Geddel Vieira Lima, Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves, Bruno Araújo, Ricardo Barros, Raul Jungmann, Eliseu Padilha e José Serra.

Após se reunir com o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, o relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que não há espaço na proposta orçamentária do próximo ano para que o governo induza a retomada do crescimento. "No orçamento de 2016, não há espaço para o anticíclico, para o governo movimentar a economia", disse Barros, em entrevista coletiva.

Sem dar detalhes, o deputado relatou ter tratado com Barbosa sobre compromissos assumidos pelo governo com o orçamento, aprovado pelo Congresso na semana passada. O novo ministro, segundo o deputado, também aproveitou a conversa para se colocar à disposição dos parlamentares.

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O relator afirmou que Barbosa tem uma visão desenvolvimentista e considera que é possível conciliar ajuste fiscal com alavancagem da economia feita pelo próprio governo. Mas o deputado ressalvou que isso é uma possibilidade desde que haja recursos para se realizar isso.

Barros disse que no orçamento do próximo ano há R$ 45 bilhões previstos para investimentos públicos. Ele destacou que o Congresso garantia a elevação de R$ 10 bilhões ao previsto inicialmente. Mas frisou que o valor para 2016 é "muito menor" do que foi investido dois, três anos atrás.

O relator afirmou que, de 2014 para este ano, os investimentos do governo federal já caíram 37% e, quando se computa a inflação, a queda chega a 45%. "Claro que isso diminui o impacto na economia", disse, ao enumerar que a redução dos investimentos do governo e da Petrobras implicaram, em suas contas, uma redução de 2,7% do PIB de 2015.

Barros admitiu que, no próximo ano, com certeza haverá contingenciamento do orçamento. O deputado disse que isso não é uma novidade porque o governo precisa avaliar se a expectativa de receita vai efetivamente se consolidar. Ele afirmou que há, no orçamento de 2016, uma série de receitas condicionadas, ou seja, que precisam ser aprovadas pelo Congresso, como é o caso da CPMF - o governo prevê arrecadar R$ 10 bilhões com a volta do imposto do cheque no ano que vem.

Para mostrar o engessamento orçamentário, o deputado anotou que a Receita Primária Bruta de 2015, de R$ 1,447 trilhão, é praticamente igual à do próximo ano, de R$ 1,451 trilhão. E que deve haver um aumento de 12% das despesas.

Barros repetiu que, diante desse quadro, vai ser difícil para o governo cumprir a meta de superávit primário de 0,5% do PIB em 2016.

O deputado Ricardo Barros (PP-PR), nessa sexta-feira (11), propôs oficialmente o corte de R$ 10 bilhões do Programa Bolsa Família. Acerca do corte, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) se pronunciou através de nota sobre o que a atitude significaria para o país. O órgão “reitera ser impossível cortar parcela da dotação do Bolsa Família no Orçamento de 2016 sem provocar um gravíssimo retrocesso social no país, com impacto inclusive nos indicadores de saúde e educação”.

Com o corte proposto pelo deputado seriam retiradas 23 milhões de pessoas do programa de transferência de renda, em que dessas, 11 milhões são crianças e adolescentes de até 18 anos de idade. A nota firma que “esse corte colocaria em risco conquistas como a superação da extrema pobreza, aumento da frequência escolar e redução da mortalidade infantil”.  

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O pronunciamento ainda aponta o reconhecimento do programa fora do Brasil. “A boa gestão do Bolsa Família é reconhecida e elogiada no país e no exterior. O relator distorce informações da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre a existência de famílias beneficiárias com renda superior aos R$ 154 por pessoa, valor que garante o acesso ao programa. A própria CGU reconhece que os cruzamentos de dados empreendidos pelo ministério e a atualização dos cadastros são rotinas que mantêm o Bolsa Família com foco nos mais pobres”. 

O documento ainda acrescenta que o relator diz que a regra de permanência não tem amparo legal. “Mais uma vez, não está correta a afirmação. A regra está prevista no artigo 21, § 1º do decreto nº 7.013/2009, que foi editado com base no artigo 2º, § 6º da Lei nº 10.836/2004. O percentual de saque dos beneficiários do Bolsa Família está acima do verificado em outros programas sociais. Por que o ataque somente ao Bolsa Família?”. O Ministério encerra a nota esclarecendo que não somente as famílias beneficiárias sofreiam com eventuais cortes, afinal, o dinheiro do Bolsa Família ajuda na movimentação da economia dos estados e municípios.  

Enquanto o Congresso não dá sinais de que pretende aprovar a reedição da CPMF no curto prazo, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, afirmou nesta quinta-feira (19) que o governo espera rapidez na aprovação do tributo pelos parlamentares.

Em entrevista no Palácio do Planalto, Rossetto defendeu a criação do tributo para ajudar no financiamento da Previdência Social. "Há sim um enorme espaço de aprovação desse imposto num prazo muito rápido", defendeu.

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Na quarta-feira (18), a presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso uma alteração à Lei Orçamentária de 2016 para incluir a arrecadação da CPMF na previsão de receitas do ano que vem.

Hoje, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), afirmou considerar "difícil" a manutenção da CPMF na proposta orçamentária, da forma como foi enviada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso.

Segundo Barros, no pedido de alteração ao projeto de Lei Orçamentária do próximo ano o governo estimou a arrecadação do imposto em R$ 32 bilhões.

Ele explicou que essa previsão significa que a proposta de emenda à Constituição (PEC) do retorno da CPMF teria de ser aprovada pelo Congresso até o final do ano. Ele lembrou que a PEC está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e ainda não tem sequer relator designado. A medida ainda teria uma longa tramitação no Legislativo.

"É totalmente fora de possibilidade", avaliou o deputado, que também é vice-líder do governo na Câmara.

Na prática, a decisão de Dilma de alterar o orçamento de 2016 forçará que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) ou o plenário do Congresso a votar a existência da CPMF como receita de parte das receitas previstas para o ano - exigência que não havia antes. Para retirá-la, algum parlamentar terá agora de pedir que se exclua essa alteração e isso terá de ser submetido a voto.

Barros lembrou que tanto ele como o relator de Receitas do orçamento do próximo ano, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), não contavam com a CPMF para fins de arrecadação para 2016. "Acho que a comissão não vai referendar uma arrecadação que não deverá ocorrer", disse o relator-geral, ao considerar que, num cenário otimista, apenas uma parte dos R$ 32 bilhões previstos em receitas do imposto deverá entrar nos cofres públicos diante das dificuldades de aprovação da medida.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, classificou como absurda e inaceitável a proposta do relator do Orçamento Geral da União de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), de cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família. Em discurso na tribuna do plenário nesta quarta-feira (21), o senador afirmou que a sugestão "é covarde e completamente descabida, principalmente porque retira dos mais pobres e preserva os mais ricos em um momento de crise".

“Parece até uma piada de extremo mau gosto apresentar a ideia exatamente ontem, dia em que esse programa de êxito internacional na redução da pobreza e no combate à fome completou 12 anos de existência”, criticou.

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Humberto tem convicção de que o deputado poderia buscar outros caminhos, como sugerir o corte, por exemplo, dos R$ 10 bilhões de emendas parlamentares impositivas a que os congressistas têm direito. Segundo ele, só essa medida já tornaria desnecessário mexer no Bolsa Família.

“Não seja, deputado, um Robin Hood às avessas, não tire dos pobres para manter o dos ricos. Tenha a firmeza de ser duro com os mais fortes e suave com os mais fracos”, comentou. 

O parlamentar pediu ousadia por parte do relator para contrariar os mais ricos e defender outras iniciativas, como a volta da CPMF por um período de dois anos, tributo por meio do qual quem tem mais, paga mais; a ideia do imposto sobre grandes fortunas; e o destravamento da votação da repatriação dos recursos que estão no exterior. “Enfim, avance sobre onde o dinheiro sobra e não sobre onde ele falta”, cobrou. 

O líder do PT ressaltou ainda que o Brasil caminhou muito desde 2003 para vencer a pobreza extrema e sair do Mapa da Fome Mundial e que o PT e o Governo Dilma vão lutar para impedir esse retrocesso social. 

“Essa é uma medida que se traduz em falta de coragem política: no primeiro momento de crise, se quer cortar o maior programa de transferência de renda e de mobilidade social do mundo, que deu ao povo deste país o direito de deixar a pobreza para trás”, observou. 

Nesses momentos, de acordo com Humberto, é que os agentes políticos devem ter a altivez de fazer a opção pelos que mais precisam como forma de equilibrar o jogo. Para o congressista, é completamente inaceitável mexer, em um momento de crise como o atual, em um programa que retirou mais de 36 milhões de brasileiras e brasileiros da pobreza extrema e reduziu em 64% a pobreza no país. 

“É inadmissível alterar um programa em que 97% das crianças e adolescentes beneficiários frequentam regularmente a escola e 99% das gestantes e das crianças atendidas têm seu pré-natal e sua vacinação em dia, respectivamente”, complementou.

O Orçamento Geral da União de 2016 tramitará até o fim do ano e está sujeito a alterações propostas pelos parlamentares. Por isso, o líder do PT avalia que a ideia de cortar dinheiro do Bolsa Família não vai prosperar. 

“Mas, se o relator insistir nessa visão estreita de trucidar uma das políticas de Estado mais exitosas deste país, vai contar com toda a nossa oposição para que possamos rejeitar essa medida no plenário do Congresso Nacional”, avisou.

Preconceito

Humberto avalia que o relator ainda demonstrou enorme desconhecimento sobre o programa ao justificar a ideia do corte com base no que o próprio governo reconhece: que 72% dos beneficiários do Bolsa Família trabalham.

"Quando fala isso, o relator repete o discurso preconceituoso de quem diz que são vagabundos aqueles inscritos no Bolsa Família. De fato, sete em cada dez adultos beneficiários do programa estão no mercado de trabalho", afirmou. 

O senador explicou que eles estão no cadastro único do programa porque estão procurando emprego ou exercem atividades precárias em que ganham de forma insuficiente para a sua sobrevivência. 

"É por isso que necessitam de um complemento de renda que lhes garanta o mínimo de dignidade humana, sonegada descaradamente por mais de cinco séculos neste país", disparou.

O parlamentar ressaltou que 55% dos beneficiários do programa são crianças e adolescentes, que, graças ao Bolsa Família, passaram a ter direito à alimentação, à saúde e à educação.

"Pela primeira vez na nossa história, vemos a primeira geração sem fome e na escola. Diante disso, pergunto: são esses os brasileiros aos quais nós não daremos mais acesso ao Bolsa Família, caso precisem ingressar no programa?", questionou.

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