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A Câmara dos Deputados concluiu a votação dos destaques da reforma tributária. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/19 simplifica a tributação sobre o consumo. Os deputados rejeitaram três dos quatro destaques do Partido Liberal (PL) que suprimiam pontos do texto aprovado na madrugada desta sexta-feira (7). O partido se posicionou contra a aprovação da Reforma. O texto agora segue para o Senado.

A sessão foi realizada de forma semipresencial e o primeiro destaque rejeitado retirava do texto da reforma a previsão de que o imposto seletivo iria compor a base de cálculo do ICMS e do ISS, enquanto vigentes, e do IBS e CBS sobre produtos que prejudicam a saúde e o meio ambiente. O destaque foi rejeitado por 336 votos, contra 132. 

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O relator da PEC, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) explicou que a ideia de um imposto seletivo para esse tipo de produtos é adotada por quase todos os países.  “Não vai ter efeito cascata. Vai ter impacto no preço daqueles produtos que fazem mal a saude, basicamente a gente tem o tabaco e o álcool.” 

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também defendeu a rejeição do destaque: “álcool e tabaco são prejudiciais à saúde e precisam ser mais tributados porque isso dá mais impacto no SUS [Sistema Único de Saúde]. Para que a gente possa ter um olhar diferenciado sobre determinados seguimentos e produtos”. 

Na sequência, os deputados rejeitaram – por 349 votos a favor, 84 contrários e duas abstenções – o destaque que pretendia retirar um dispositivo que permite a atualização da base de cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) por meio de decreto do Poder Executivo municipal, conforme critérios estabelecidos em lei municipal.

  Por 370 votos a favor da manutenção do texto, 28 contra e três abstenções também foi rejeitado o destaque queria excluir regime específico de tributação do IBS para planos de assistência à saúde. 

Incentivos

O último destaque votado foi o que propunha retirar a prorrogação de benefícios fiscais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do Norte e Nordeste e para plantas automobilísticas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste até dezembro de 2032. Apesar de ter alçando 307 votos a favor, o destaque foi aprovado, pois, por se tratar de emenda à Constituição, eram necessários 308 votos para a sua aprovação. No total, 166 deputados votaram contra o destaque e cinco se abstiveram. 

Com a conclusão da votação do texto da reforma Tributária, os deputados pretendem votar ainda hoje outros três textos prioritários: mudanças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), recriação do Programa de Aquisição de Alimentos (PPA) e arcabouço fiscal. 

Entre outros pontos, o texto da reforma Tributária zera a alíquota do futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) para itens a serem incluídos em lei complementar, além de frutas, produtos hortícolas e ovos. Essa lei criará a “cesta básica nacional de alimentos”. A lista valerá para todo o território nacional.

  O texto também aumentou, de 50% para 60%, o redutor de alíquotas do IVA que incidirá sobre alguns produtos e setores com tratamento diferenciado. Transporte público, saúde, educação, cultura e produtos agropecuários fora da cesta básica nacional pagarão 60% a menos de IVA, imposto que unirá a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), arrecadada pela União, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de responsabilidade dos estados e dos municípios.

  Além dos produtos da cesta básica nacional, a CBS não será cobrada sobre medicamentos para doenças graves e sobre serviços de educação superior (Prouni). Os demais produtos pagarão a alíquota cheia de IVA, que será definida após a reforma tributária. 

Regimes especiais

A proposta mantém regimes específicos de arrecadação para combustíveis, operações com bens imóveis, planos de assistência à saúde, serviços financeiros e apostas. No entanto, incluiu os seguintes setores: serviços de hotelaria, parques de diversão e parques temáticos, restaurantes e aviação regional.  Esses regimes preveem tratamento diferenciado nas regras de creditamento (aproveitamento de créditos tributários) e na base de cálculo; e tributação com base na receita ou no faturamento (em vez do valor adicionado na cadeia). 

Conselho Federativo

O Conselho Federativo, encarregado de gerir o IBS, será formado por 27 representantes, um de cada unidade da Federação, mais 27 representantes dos municípios. Dos representantes municipais, 14 serão eleitos por maioria de votos igualitários entre os entes e 13 com base no tamanho da população. 

As decisões do conselho só serão aprovadas caso obtenham, ao mesmo tempo, votos da maioria numérica dos estados e dos representantes que correspondam a mais de 60% da população do país. Os votos dos municípios serão apurados com base na maioria absoluta. 

O Distrito Federal terá duas cadeiras no conselho: uma de unidade da Federação e outra de município. 

Imposto seletivo

O Imposto Seletivo será cobrado sobre bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como cigarros, bebidas alcoólicas e bebidas e alimentos com excesso de açúcar. Esse imposto não poderá ser cobrado sobre itens que paguem IVA reduzido.  A medida evita que o Imposto Seletivo incida sobre itens da agropecuária que seriam prejudiciais ao meio ambiente, como agrotóxicos e defensivos agrícolas. A mudança havia sido pedida pela Frente Parlamentar do Agronegócio como condição para aprovar a reforma tributária. 

O PSOL apresentou destaque para derrubar a mudança, mas o governo argumentou que discutirá, em uma lei complementar, o detalhamento dos insumos agrícolas. Isso permitiria, em tese, a cobrança do Imposto Seletivo sobre agrotóxicos e defensivos. 

Fundo regional

Criado para estimular o desenvolvimento de estados que não poderão mais recorrer à guerra fiscal (reduções de impostos locais) para atraírem investimentos, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional foi mantido em R$ 40 bilhões. Diversos estados pediam aportes maiores, de R$ 75 bilhões. A nova versão do relatório, no entanto, não trouxe os critérios para a divisão dos recursos do fundo entre os estados. O tema será definido após a reforma tributária. 

Cashback e heranças Outro ponto aprovado no texto, o cashback (devolução parcial de impostos) terá como base a redução de desigualdade de renda, em vez da diminuição da desigualdade de raça e de gênero. O cashback institui a possibilidade de devolução ampla de parte do IBS e da CBS a pessoas físicas. As condições de ressarcimento serão definidas por meio de lei complementar.

Em relação às heranças, o novo relatório isentou do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) as transmissões para entidades sem fins lucrativos com finalidade de relevância pública e social, inclusive as organizações assistenciais e beneficentes de entidades religiosas e institutos científicos e tecnológicos. Uma lei complementar definirá as condições para essas isenções. A progressividade (alíquotas mais altas para heranças maiores) foi mantida.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que a análise das alterações do Senado no projeto que estabelece o novo arcabouço fiscal do país deve ficar para agosto. Lira disse que haverá mínimas alterações do texto aprovado pela Câmara, mas o relatório ainda precisa ser disponibilizado aos líderes. 

Assista à sessão ao vivo  Neste momento, a Câmara vota a proposta que retoma o voto de qualidade do Carf. Para ele, a aprovação do texto dará conforto e previsibilidade para o País começar a discutir, a partir da próxima reunião do Copom, em agosto, a queda dos juros. 

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Sobre a reforma tributária, Lira reforçou que a proposta é uma pauta de País e não partidarizada ou de governo ou oposição. Na avaliação de Lira, a reforma vai garantir segurança jurídica para atrair mais investimentos externos e internos. 

Lira afirmou ainda que o Senado terá tempo para analisar a proposta, mas defendeu que a reforma seja promulgada pelo Congresso até o dia 31 de dezembro, mesmo se houver modificações pelos senadores e o texto retornar à Câmara.

*Da Agência Câmara de Notícias

O Senado deverá votar até novembro a Reforma Tributária (PEC 45/2019) aprovada pela Câmara dos Deputados. É o que prevê o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (AP).

A proposta unifica impostos federais, com a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços, e tributos estaduais e municipais, para a instituição do Imposto sobre Bens e Serviços.

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Além disso, estabelece isenções e redução de impostos para alguns setores, a exemplo da cesta básica, e altera a tributação sobre heranças.

Segundo Randolfe, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, deverá designar o relator nos próximos dias para discussão a partir de agosto. Já o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) afirmou que um grupo de trabalho será criado na Comissão de Assuntos Econômicos e disse que podem ocorrer mudanças na proposta. 

*Da Agência Senado

A participação da bancada pernambucana na aprovação do texto-base da Reforma tributária (PEC 45/19) resultou na lavada de votos dos apoiadores em cima dos deputados que seguiram a ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro para derrubar a proposta. O projeto de emenda constitucional foi aprovado em segundo turno por 375 votos contra 113, nessa quinta (6)

Dos 25 deputados federais de Pernambuco, apenas a pequena ala mais conservadora, formada por cinco integrantes, votou contra a reforma. Dentre os dissidentes, quatro são do mesmo partido de Bolsonaro e um do PP, que forma a base de apoio do ex-presidente no Congresso, mas deu autonomia aos seus representantes. 

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Votaram a favor: 

Augusto Coutinho (Republicanos) 

Carlos Veras (PT) 

Clodoaldo Magalhães (PV) 

Eduardo da Fonte (PP) 

Eriberto Medeiros (PSB) 

Felipe Carreras (PSB) 

Fernando Coelho (União) 

Fernando Monteiro (PP) 

Guilherme Uchoa (PSB) 

Iza Arruda (MDB) 

Lucas Ramos (PSB) 

Luciano Bivar (União) 

Lula da Fonte (PP) 

Maria Arraes (Solidariedade) 

Mendonça Filho (União) 

Pedro Campos (PSB) 

Renildo Calheiros (PCdoB) 

Silvio Costa Filho (Republicanos) 

Túlio Gadêlha (Rede) 

Waldemar Oliveira (Avante) 

Apesar de crítico ao governo Lula (PT), Mendonça Filho (União) comemorou a aprovação por entender que o projeto simplifica a base de arrecadação tributária e consagra conceitos importantes como a proteção dos mais pobres, através da isenção do transporte público e das cestas bássicas. O parlamentar ainda citou que o modelo assegura mais competitividade às empresas brasileiras.

Votaram contra: 

André Ferreira (PL) 

Clarissa Tércio (PP) 

Coronel Meira (PL) 

Fernando Rodolfo (PL) 

Pastor Eurico (PL) 

A versão do bojo das mudanças no cálculo dos impostos que foi aprovada atendeu aos pedidos do agronegócio, das igrejas e dos governos estaduais e municipais. Além de oferecer regimes especiais de contribuição e repassar o imposto do setor produtivo para o consumo, entre as mudanças indicadas estão: a desoneração da alíquota sobre a cesta básica e a cobrança de IPVA para jatinhos e jetskis.  A matéria ainda será apreciada pelo Senado.

Dobrou de tamanho a bancada de deputados federais do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que votaram nessa quinta-feira (6), alinhados ao governo Lula na reforma tributária no primeiro turno de votação na Câmara dos Deputados. Bolsonaro tinha pressionado seus correligionários contra a reforma e incitado ameaças de novas punições a quem votasse alinhado aos interesses do PT.

Vinte deputados do PL deram votos favoráveis à aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. Domingos Sávio (PL-MG), um dos principais aliados de Bolsonaro, tinha estimado que ocorreriam no máximo 10 votos favoráveis ao governo. Isso porque, no dia anterior, o líder do PL, Altineu Côrtes, afirmou que parlamentares seriam punidos se dessem votos favoráveis à reforma.

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Para enviar um recado aos deputados, Côrtes começou a punir nesta quinta-feira, os oito deputados do PL que deram votos favoráveis ao governo na aprovação da Medida Provisória (MP) dos Ministérios, em sessão realizada no começo de junho. Nessa votação, Côrtes tinha sinalizado que votos favoráveis ao governo seriam repreendidos.

Só que as novas ameaças do PL contra os oito deputados sequer surtiram efeito. Mesmo depois de descobrirem ao longo desta quinta-feira que foram punidos com a perda da titularidade e da suplência em Comissões da Câmara, voltaram a votar com o governo os deputados Matheus Noronha (PL-CE), Júnior Mano (PL-CE), Junior Lourenço (PL-MA), Josimar Maranhãozinho (PL-MA), João Carlos Bacelar (PL-BA) e a deputada Detinha (PL-MA).

Além desses seis deputados, também tinham sido punidos pelo comportamento na MP dos Ministérios os deputados Pastor Gil (PL-MA), que faltou à votação da Reforma Tributária, e Yury do Paredão (PL-CE), que se licenciou no fim de junho por motivos pessoais. Pastor Gil tinha sido um dos mais prejudicados, pois foi retirado pelo partido de Bolsonaro das Comissões da Educação e do Idoso, onde era titular, e da Comissão da Previdência, onde era suplente.

A Câmara dos Deputados transferiu a votação dos destaques apresentados à reforma tributária (PEC 45/19), em segundo turno, para esta sexta-feira (7). Somente depois de concluída esta etapa é que a proposta poderá ser enviada ao Senado Federal. A sessão de votação está marcada para as 10 horas.

O Plenário já aprovou o texto-base da reforma em segundo turno, com 375 votos a 113. Por meio dos destaques, os partidos tentarão mudar trechos do texto elaborado pelo relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

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Na única votação de destaques do segundo turno na madrugada desta sexta-feira (7), os parlamentares rejeitaram pedido da Federação Psol-Rede de retirar do texto a extensão da imunidade tributária dos templos de qualquer culto às suas entidades religiosas, incluindo organizações assistenciais e beneficentes. Assim, essa imunidade continua para todos os tributos.

Unificação

A reforma tributária simplifica impostos sobre o consumo, prevê fundos para bancar créditos do ICMS até 2032 e para o desenvolvimento regional, além da unificação da legislação dos novos tributos.

Segundo o texto aprovado, uma lei complementar criará o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) – para englobar o ICMS e o ISS – e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) para substituir o PIS, o PIS-Importação, a Cofins e a Cofins-Importação.

Cesta básica

Novidade em relação a outras versões de reforma, haverá isenção do IBS e da CBS para uma cesta básica nacional de produtos a serem definidos em lei complementar.

Além disso, vários setores contarão com redução de alíquotas em 60% ou 100%, também conforme definido em lei. Entre esses setores estão serviços de educação, saúde, medicamentos e cultura, produtos agropecuários e transporte coletivo de passageiros.

*Da Agência Câmara de Notícias

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira, 6, que "não há possibilidade" de adiar a votação da reforma tributária em plenário, prevista para hoje. Ele disse ainda que concluirá a apreciação da matéria em dois turnos.

Mudanças constitucionais, como a reforma tributária, precisam do apoio de ao menos 308 deputados, em dois turnos de votação. Em acordo com Lira, o líder do PT na Casa, Zeca Dirceu (PR), e o do governo, José Guimarães (PT-CE), apresentaram na última segunda-feira, 3, um requerimento para permitir a quebra de interstício na votação da PEC. Na prática, o mecanismo, que precisa ser aprovado em plenário, autoriza a votação em segundo turno da PEC sem o cumprimento do prazo regimental de cinco sessões.

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O presidente da Câmara também afirmou que o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai orientar a bancada a votar contra a PEC, mas não vai fechar questão contrária. Ou seja, os deputados terão liberdade para votar como quiserem, sem serem punidos.

Lira também voltou a dizer que o projeto de lei que retoma o chamado "voto de qualidade" no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) será analisado após a tributária, sem especificar data. Como mostrou o Broadcast Político, deputados querem um aceno concreto do governo federal com entrega de ministérios ao Centrão para garantirem a votação da matéria.

Já passou de quatro horas, no plenário da Câmara dos Deputados, o debate sobre a reforma tributária. A votação da matéria pelos parlamentares estava prevista para às 18h. As discussões se iniciaram na noite da última quarta-feira (5), quando o relator da reforma, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou seu parecer atualizado para a matéria.

O texto ainda receberá mudanças antes de ir à votação. São negociados pormenores relacionados ao Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) e ao Conselho Federativo, por exemplo. Também entrará na redação termos de um acordo fechado com a bancada amazonense sobre a Zona Franca de Manaus. Ribeiro também indicou que pode adicionar ao relatório novas condições ao setor de Turismo.

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A principal mudança do texto apresentado na quarta-feira foi a criação da “Cesta Básica Nacional de Alimentos”, que vai ter alíquota zero, ou seja, não terá impostos. Os itens que compõem a cesta serão regulamentados por lei complementar.

O novo parecer também incluiu itens e setores entre os que vão pagar alíquota reduzida do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Produtos voltados à saúde menstrual e dispositivo para pessoas com deficiência (PCD) foram incluídos, por exemplo.

A implementação de um IVA dual – ou seja, dividido entre dois impostos, um nacional (CBS) e outro subnacional (IBS) - que substitua cinco tributos hoje existentes (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) é a espinha dorsal da proposta.

Especialistas estimam que este novo tributo unificado deve ser de 25%, mas a alíquota não está definida e será regulamentada após estudos da Receita Federal. A cifra deverá ser suficiente para manter a arrecadação com proporção do PIB atual. A matéria estabelece que alguns setores, produtos e serviços terão alíquota diferencial, que vai equivaler a 50% da tarifa “cheia” do IVA.

O texto ainda abre espaço para que, a partir de lei complementar, haja isenção de impostos para serviços de educação do Programa Universidade para Todos (Prouni) e serviços beneficiados pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

Apoio

Durante o debate, os deputados ligados ao governo defenderam a aprovação da proposta. O deputado Lindbergh Farias afirmou que o parecer tem medidas importantes, como a obrigação dirigida ao governo de encaminhar em seis meses uma reforma dos impostos sobre renda e patrimônio. “Se nós aumentarmos a tributação sobre renda e patrimônio vai ser possível reduzir alíquota de consumo. Isso é um avanço muito importante”, disse Farias.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que a reforma tributária é um tema há muito demandado pela sociedade. “Ela nos tira desse cipoal tributário, facilita a simplificação, e já traz a tributação sobre aeronaves e transporte aquaviário, que é hoje necessária”, afirmou. Feghali destacou também a importância da isenção completa de todos os produtos da cesta básica.

Mais tempo

Na oposição, houve críticas à falta de tempo para discutir a matéria. “Como é possível votar um texto desse tamanho, dessa complexidade em um período tão curto? Só pedimos uma coisa: um prazo para analisar o texto”, afirmou o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). Ele disse ainda que a reforma dos tributos sempre foi uma pauta da direita, e não da esquerda.

A deputada Julia Zanatta (PL-SC) também pediu mais tempo para discutir o texto. “Como vou votar num negócio que não tive o direito de discutir?”, questionou. Ela disse ainda que a proposta em discussão vai elevar a carga tributária, independentemente do que diga o governo.

Também houve críticas a pontos do texto. O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que a reforma vai concentrar poderes na União, reduzindo a autonomia de estados e municípios. “Essa não é a reforma tributária que almejamos. Essa PEC foi contaminada pelo PT”, disse.

O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) contestou o pedido de mais tempo da oposição. “Há quem ainda reclame da falta de debate. Ora, são quatro décadas de debate. Não tem faltado debate, o que há por parte de alguns é má vontade com o Brasil”, disse.

Com Agência Câmara de Notícias

O Partido Liberal (PL) se reuniu nesta quinta-feira (6) em Brasília para decidir como seriam votadas as próximas propostas no Congresso Nacional. Na convocação, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, chamou os membros “a fim de tratar de interesses com governadores, bancadas do Congresso, presidentes regionais e deputados estaduais”.

Um dos temas mais debatidos durante o encontro foi sobre a votação da reforma tributária. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se posicionou favorável à proposta, causando um desentendimento com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que também estava presente na reunião.

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O chamado para o encontro do PL se deu sob a justificativa de apoiar Bolsonaro, após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de torná-lo inelegível por oito anos. Apesar dos pontos defendidos pelo ex-chefe do executivo nacional, de que todos os membros se posicionem contrários às propostas do governo atual, o encontro terminou sem um consenso definido.

O PL possui a maior bancada do Congresso Nacional, com 99 parlamentares dos 513. Pela lógica de Bolsonaro, se todos votarem contra, a reforma tributária não será aprovada. A votação acontece nesta quinta-feira à noite.

Em um texto compartilhado nas redes sociais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pede para que parlamentares votem contra a reforma tributária do Governo Lula, que deverá ser votada nesta quinta-feira (6), na Câmara dos Deputados. Na manifestação de repúdio ao adversário político e ao Partido dos Trabalhadores, o ex-mandatário, declarado inelegível até 2030 pelo TSE, cita comunismo, Foro de São Paulo, Bolsa Família e taxação do Pix.  

Bolsonaro divulgou a mensagem no grupo do PL no Telegram e depois no Twitter. Anteriormente, o texto foi divulgado através do seu advogado, Fábio Wajngarten, na noite da quarta-feira (5). 

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“A todos aqueles que se elegeram com nossas bandeiras de 'Deus, Pátria, Família e Liberdade', peço que votem contra a PEC da Reforma Tributária”, pede o ex-presidente. Ele não cita critérios técnicos para a rejeição à proposta, mas compara seu mandato aos mandatos anteriores de Lula. 

A Câmara deve votar a reforma tributária até às 18h. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), levou o tema ao plenário, a fim de iniciar as discussões, na quarta-feira (5). O relator da matéria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) apresentou seu parecer na ocasião. A principal mudança do texto apresentado pelo relator foi a criação da “Cesta Básica Nacional de Alimentos”, que terá alíquota zero (ou seja, não terá impostos). Ainda há detalhes a serem alinhados no texto.  

Leia o pedido de Bolsonaro na íntegra 

“Não à Reforma Tributária do PT 

Lula se reúne com o Foro de SP (criado em 1990 por Fidel, FARC, ...), diz ter orgulho de ser comunista, que na Venezuela impera a democracia, é amigo de Ortega que prende padres e expulsa freiras e seu partido comemorou a minha inelegibilidade. 

O PT não defende os mais os mais pobres (na Câmara votaram contra o parcelamento dos precatórios, quase inviabilizando o Bolsa-Família passar para R$ 600,00). Quando zeramos os impostos da gasolina, diesel, álcool e gás, o PT votou contra no Senado. 

Não respeitam a propriedade privada, pois estimulam o MST a levar o terror ao campo. Desarmam o cidadão de bem, mas não os criminosos.  Desrespeitam as famílias, pois apoiam a ideologia de gênero. 

Eles apenas desejam o poder absoluto a qualquer preço, para atender à sua ideologia e dos amigos ditadores. Lembro ainda que o PT deseja taxar o PIX, retornar com a cobrança do DPVAT e criar imposto sobre herança. 

O texto final da PEC somente ficará pronto hoje, por volta das 18h. A pressa em votá-lo só nos traz mais preocupações com os já sofridos pagadores de impostos. Afinal quem acredita num governo que escolheu seu ministério com perfil completamente diferente do nosso, gastador e sem compromisso com o futuro do seu povo? 

Do exposto, a todos aqueles que se elegeram com nossa bandeira de "Deus, Pátria, Família e Liberdade", peço que votem contra a PEC da Reforma Tributária do Lula.” 

Em meio às negociações com a Câmara para tentar aprovar ainda nesta semana uma pauta econômica que inclui a reforma tributária, o novo arcabouço fiscal e o projeto que altera as regras do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o governo já empenhou (reservou no Orçamento) R$ 2,1 bilhões em emendas parlamentares apenas nesta primeira semana de julho - valor que se aproxima de todo o montante distribuído aos parlamentares durante junho (R$ 2,7 bilhões). As conversas passam ainda por pedido de recursos extras para o Plano Safra, feito por parlamentares da bancada ruralista em reunião com representantes do governo.

A maior parte dessas liberações de julho se concentra nas chamadas emendas de bancada, que são impositivas - ou seja, têm execução obrigatória. Há um grande interesse dos parlamentares em outros recursos: cerca de R$ 9 bilhões em antigas emendas de relator, que ficaram "penduradas" do governo Bolsonaro, e que vêm sendo pagas aos poucos, gerando insatisfação.

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Além da liberação de verbas aos parlamentares, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se reuniram na quarta-feira, 5, com membros da bancada ruralista para negociar apoio ao projeto do Carf. A moeda de troca foi o Plano Safra. Um dos interlocutores a par das conversas afirma que um dos pedidos foi uma cifra adicional de R$ 2 bilhões para a subvenção ao seguro rural.

O encontro foi realizado no Ministério da Fazenda, e contou com a presença, entre outros, dos deputados Pedro Lupion (PP-PR), que também é presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA); Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), que é vice-presidente da FPA; e Fábio Garcia (União-MT), coordenador de política do grupo.

Carf

O maior entrave até agora para o Executivo é, justamente, o projeto que recria o chamado "voto de qualidade" do Carf, pelo qual o voto de desempate em julgamentos caberia à própria Receita. Deputados dizem que a pauta é de interesse exclusivo da Fazenda, pelo seu potencial arrecadatório, razão pela qual não teria sido "abraçada" pelo Legislativo.

Por tramitar em regime de urgência, o projeto teria de ser o primeiro a ser votado - em detrimento dos outros temas. Diante do impasse nas conversas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), passou a dizer que isso não valeria no caso de propostas de emenda constitucional, caso da PEC da reforma tributária. O entendimento é contestado por especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que veem risco de o caso parar no STF.

Ainda assim, Lira pautou ontem à noite a discussão do texto em plenário, com a expectativa de concluir hoje a votação em 1.º turno. Como se trata de PEC, são necessários 308 votos em duas votações. Em manifesto que será publicado hoje, mais de 130 entidades e sindicatos do setor produtivo defendem a aprovação do texto. Puxado pela Fiesp, o movimento tem entre seus signatários setores como indústrias de automóveis, bens de capital e aparelhos eletroeletrônicos.

Arcabouço

Enquanto isso, o texto do arcabouço fiscal está em "banho-maria". O relator do texto, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), já manifestou o desejo de retomar a versão votada pela Câmara, revertendo as mudanças feitas pelo Senado - que liberam R$ 73 bilhões em gastos fora do novo teto, como mostrou o Estadão. Cajado disse, porém, que vai submeter a decisão aos líderes dos partidos e ao presidente da Câmara.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira (5) que trabalhará para pautar a reforma tributária ainda nesta quarta-feira, 5, no plenário da Casa. A ideia, de acordo com ele, é iniciar hoje a discussão sobre a proposta e votar a matéria na quinta-feira (6) à noite em primeiro turno.

"Trabalharemos para levarmos (ao plenário) hoje à tarde a discussão da reforma tributária já com perspectiva de votação para amanhã", disse Lira em entrevista à GloboNews. O acordo foi feito durante reunião com líderes nesta manhã para afinar os detalhes da pauta econômica. Segundo o presidente da Câmara, as lideranças farão as contagens de votos junto às bancadas para medir o termômetro de aprovação da matéria.

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Lira ressalvou que alguns ajustes ainda precisam ser feitos no relatório apresentado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). O caminho para o fim de impasse em torno da configuração do Conselho Federativo, por exemplo, órgão que será o responsável pela arrecadação do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), está sendo "sedimentado", segundo o presidente da Câmara.

"Ela (reforma) começa a discussão em plenário hoje. É importante arredondar alguns textos ainda, estamos finalizando a questão do Conselho Federativo, que na minha visão ele tem que ser o mais técnico possível, com menos ingerência de autonomia possível, ele tem que ser o arrecadador e repassador imediato de todos os tributos que serão unificados. O caminho para isso está sendo sedimentado", disse.

Lira confirmou ainda que a votação da reforma tributária não fica comprometida com o adiamento da votação do projeto de lei do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), como antecipou a reportagem.

O PL do Carf tramita com urgência constitucional e, por isso, passou a trancar a pauta da Câmara. Ou seja, antes de analisar qualquer outra proposta, os deputados precisam votar o projeto, caso a urgência não seja retirada pelo governo. No entanto, há um entendimento interno na Casa de que o trancamento de pauta por projetos com urgência constitucional não atinge Propostas de Emenda à Constituição (PEC).

Lira afirmou ainda que o foco principal do Congresso e do País neste momento é a reforma tributária, apesar de ressaltar que o PL do Carf é "importantíssimo" para incrementar receitas e viabilizar as regras do novo arcabouço fiscal.

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou nesta quarta-feira o Projeto de Lei 4.188 de 2021, também conhecido como Marco Legal das Garantias. A votação foi simbólica, sem contagem de votos. A proposta poderá ser votada no plenário na tarde desta quarta.

O relator, senador Weverton (PDT-MA), fez uma série de alterações no texto, que já passou pela Câmara. Isso fará com que a proposta seja enviada para nova análise dos deputados. A Casa Baixa poderá descartar as mudanças feitas pelos senadores.

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O Marco das Garantias é uma proposta do governo de Jair Bolsonaro, mas também é do interesse da atual gestão. O Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, avalia o projeto como importante para destravar o crédito no País.

A tramitação da proposta no Senado teve percalços. Os cartórios, principalmente, vinham fazendo lobby contra a proposta. O texto original da Câmara retirava a necessidade de parte da burocracia cartorial em operações de crédito.

Weverton elaborou cinco versões de seu relatório até encontrar um formato que tivesse apoio para ser votado.

O projeto facilita a execução por meio extrajudiciais de garantias para operações de crédito fornecidas, por exemplo, por meio de imóveis. Weverton, porém, retirou do texto a flexibilização da proteção a bens de família - o que impede que o imóvel onde mora o devedor seja tomado.

A proposta aprovada pela Câmara também acabava com o monopólio da Caixa Econômica Federal em penhores civis. A proposta aprovada pela CAE retira o trecho e mantém o monopólio. O relator também retirou do texto a criação dos serviços de gestão de garantias.

O calendário da reforma tributária (PEC 45/2019) está desenhado: a Câmara dos Deputados pode votar a proposta já nesta semana, e o Senado se prepara para se debruçar sobre ela no segundo semestre.

O tema é uma das principais promessas na agenda política nacional há anos, encabeçando a pauta de todas as legislaturas do Congresso Nacional. Com a aprovação das duas Casas, as mudanças no sistema de tributação do país poderão ser promulgadas neste ano. 

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, fez menção a essa longa espera na semana passada, quando falou durante um evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Pacheco diz contar com o “bom senso” dos parlamentares em relação ao momento de oportunidade para que o Congresso aprove o texto que tem nas mãos. 

— Eu confio muito na obviedade sobre a necessidade da reforma tributária. Não se há mais que argumentar que é preciso amadurecer um pouco mais. De tão madura ela já está na hora de ser apanhada do pé. 

Pacheco elogiou também o trabalho feito pela Câmara até agora, através de um grupo de trabalho que consolidou as duas propostas existentes em uma peça única. Ele e o presidente da Câmara, Arthur Lira, se envolveram pessoalmente na articulação da reforma tributária desde o início do ano. Os dois presidentes estão em seus segundos mandatos à frente das Casas do Congresso Nacional, uma combinação que não acontecia no parlamento brasileiro há quase 25 anos. 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também destacou a reforma como uma das prioridades da sua atual gestão. O líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que os ministérios da Fazenda e da Casa Civil trabalham com a perspectiva de aprovação imediata da proposta pela Câmara, e defendeu que o Senado já comece a fazer a sua parte. 

— Precisamos começar a nos preparar para recepcionar [a PEC]. Muitos aqui são estudiosos da matéria. Se ela vier no final deste semestre, até 15 de julho, independente de ter recesso ou não, seguramente em agosto já começaremos a trabalhar a reforma. 

Imposto único

O centro da reforma tributária é a eliminação de cinco impostos que serão substituídos por uma única cobrança sobre o consumo. O novo imposto terá uma parcela gerida pela União (Contribuição sobre Bens e Serviços - CBS) e outra gerida pelos estados e municípios (Imposto sobre Bens e Serviços - IBS). 

Os cinco impostos e contribuições extintos serão:  Imposto sobre Produtos industrializados (IPI), federal Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), estadual Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), municipal Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep).

O novo imposto único será cobrado no local de consumo dos bens e serviços, com desconto pago em fases anteriores da produção.

Haverá uma alíquota padrão e outra diferenciada para atender setores como o da saúde. Isso porque esses setores não têm muitas etapas, como é o caso da indústria.  Além do IBS/CBS, a reforma tributária também estabelece o Imposto Seletivo (IS), que será uma espécie de sobretaxa sobre produtos e serviços que prejudiquem a saúde ou o meio ambiente. 

A Zona Franca de Manaus e o Simples continuariam como exceções ao sistema, mantendo suas regras atuais. Alguns setores teriam regimes fiscais específicos: operações com bens imóveis, serviços financeiros, seguros, cooperativas, combustíveis e lubrificantes. 

Compensações

Como a reforma afeta a capacidade tributária dos estados e as diferenças de impacto do imposto sobre diferentes setores do consumo, a proposta cria uma série de ferramentas para compensação:  Cashback: a emenda constitucional prevê a implantação de um sistema de cashback, ou devolução de parte do imposto pago.

As faixas da população que seriam beneficiadas e o funcionamento do mecanismo serão definidos por uma lei complementar futura Fundo de Desenvolvimento Regional: para compensar o fim da guerra fiscal (processo pelo qual os estados usam incentivos tributários para competir por investimentos), será criado um fundo com recursos da União para promover regiões menos desenvolvidas Transição federativa: será feita uma transição, a durar entre 40 e 50 anos, para manter a arrecadação da União, dos estados e municípios.

Sem a transição, estados e municípios “produtores” seriam prejudicados com a cobrança do IBS no local de consumo Transição dos tributos: apesar de estudos e modelagens, a arrecadação dos novos tributos não é conhecida. Uma fase de transição, em torno de cinco anos, terá o objetivo de calibrar as alíquotas de forma a manter a carga tributária

Críticas

Os fundamentos da reforma não são consensuais e já despertam críticas dentro do Senado. O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) é uma das vozes dissonantes. Ele é autor de uma PEC alternativa (PEC 46/2022) que não foi usada pelo grupo de trabalho da Câmara para montar a versão final da proposta da reforma tributária. Nesse texto não há a fusão de impostos, apenas a simplificação dos que já existem. 

Para Oriovisto, a reforma não foi suficientemente discutida e os efeitos distorcidos do imposto unificado serão sentidos logo. 

— [O IBS] vai provocar um aumento brutal para a agricultura e vai aumentar o preço dos alimentos. Vão aumentar também os serviços, os planos de saúde, as universidades. Talvez o único setor que se beneficie um pouco seja a indústria, mas não vai se beneficiar tanto porque, já em seguida, vai perder consumidores.  O senador também tem reservas quanto ao funcionamento do sistema de cashback.

  — Tem aí um custo de transação, porque o Estado vai ter que recolher esses impostos, administrar um fundo, localizar nome, CPF de todo mundo que é pobre no Brasil e devolver uma parte para eles. Não vai acontecer. A maioria dos pobres do Brasil nem sequer têm conta em banco. Esse custo de transação permite desvios do dinheiro no meio do caminho. 

Uma proposta do Senado serviu como base para a versão atual da reforma tributária: foi a PEC 110/2019, que tem como primeiro signatário o ex-presidente da Casa Davi Alcolumbre (União-AP). A proposta chegou a ser pautada para votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas não foi concluída. Ela acabou emperrando com o fim do mandato do seu relator, o ex-senador Roberto Rocha (MA), que deixou o Senado no início de 2023. 

*Da Agência Senado/Com informações da Agência Câmara de Notícias 

O ministro Floriano de Azevedo Marques votou pela condenação de Jair Bolsonaro e levou o placar do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para 2 a 1 a favor da inelegibilidade do ex-presidente por oito anos.

Em seu voto, Azevedo Marques afirmou que o "abuso e desvio de autoridade" cometidos por Bolsonaro em uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho de 2022 estão "claros".

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Na ocasião, o então presidente fez críticas ao sistema eleitoral brasileiro e denunciou alegadas fraudes nas urnas eletrônicas para prejudicá-lo.

"As convicções íntimas de quem quer que seja são respeitáveis, agora exercer a competência pública para propalar, com a legitimidade de chefe de Estado, uma inverdade já sabida e reiterada é desvio de competência e finalidade", disse Azevedo Marques.

Segundo o magistrado, Bolsonaro "conspirou contra a imagem da República e contra a imagem internacional da pátria". "O que pode ser mais grave que um chefe de Estado passar internacionalmente a ideia de que as eleições não são limpas?", questionou.

O ministro ainda disse que o ex-presidente "assumiu conscientemente as consequências de sua conduta e desejou desafiar frontal e cabalmente o judiciário e as instituições".

Ainda restam os votos de quatro ministros: André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes, presidente do TSE.

*Da Ansa

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quinta-feira (22) que a proposta de reforma tributária deve ser analisada na primeira semana de julho pelo plenário da Casa. O texto da proposta foi discutido pela manhã com governadores e outros representantes dos 26 estados e do Distrito Federal.

“O texto será disponibilizado para que todos possam criticar, e não será o que vai ser votado. Na reunião foram feitas sugestões e eu entendo que serão acomodadas diante do texto. É um tema complexo, e o momento é agora e temos a obrigação de entregar a melhor reforma”, afirmou o parlamentar.

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De acordo com Lira, o relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentará o texto da reforma ainda nesta semana. 

Fundo de Desenvolvimento Regional

Entre os principais pontos de discussão está a criação do Fundo de Desenvolvimento Regional. A medida permitiria aos estados reduzir alíquotas do mposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para atrair investimentos.

Segundo o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o dispositivo seria uma forma de compensar a arrecadação de estados produtores, como os do Centro-Oeste e do Norte. Em outra frente, o fundo poderia destinar recursos para os estados consumidores, que atualmente concedem benefícios fiscais.  “Como estados que não têm estrutura de outros poderão crescer? Precisamos de outra política para termos capacidade de crescimento”, defendeu Caiado, após o encontro. 

A proposta em discussão prevê a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O tributo substituiria duas contribuições – o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) – e três impostos – o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre Serviços (ISS) e o ICMS. 

Atualmente, as contribuições ficam inteiramente com a União. O IPI é partilhado entre União e governos locais, o ICMS fica com os estados; e o ISS, com os municípios.

O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (21) o texto principal do novo marco de regras fiscais para o governo federal (PLP 93/2023). Foram 57 votos a favor e 17 contrários ao texto-base. Os senadores votam agora os destaques ao texto. Depois do resultado final, o projeto volta para a Câmara dos Deputados para análise das mudanças que foram feitas pelo Senado. 

O relator do arcabouço fiscal, senador Omar Aziz (PSD-AM), retirou três conjuntos de despesas das regras de limitação ao crescimento dos gastos:  A complementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) O Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) Investimentos nas áreas de ciência, tecnologia e inovação Além disso, Omar aceitou uma emenda proposta pelo líder do governo, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), durante a votação no Plenário. A emenda permite que o governo use uma estimativa de inflação anual para ampliar o seu limite de gastos ainda na fase de elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA). 

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O arcabouço fiscal fixa limites para o crescimento anual da despesa primária, segundo a combinação de dois critérios: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e um percentual sobre o crescimento da receita primária. Os parâmetros levam em conta a meta de resultado primário de dois anos antes. Entre 2024 e 2027, os gastos podem crescer até os seguintes limites:  70% da variação real da receita, caso a meta de dois anos antes tenha sido cumprida; ou 50% da variação real da receita, caso a meta de dois anos antes não tenha sido alcançada.

O texto prevê faixas de tolerância para a definição do resultado primário e assegura um crescimento mínimo para o limite de despesa: 0,6% ao ano. O projeto também fixa teto de 2,5% ao ano para a evolução dos gastos públicos federais, que vale mesmo que a aplicação dos 70% da variação da receita resulte em valor maior. 

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 *Da Agência Senado

O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, disse nesta terça-feira, 20, que a nova regra fiscal deve ser votada pelo Senado amanhã. De acordo com ele, a tendência é que a Câmara faça sua nova avaliação sobre o projeto no começo de julho.

A nova regra fiscal está em discussão na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Nesta terça, o relator, Omar Aziz (PSD-AM), leu o relatório. Não houve deliberação porque foi feito pedido de vista (mais tempo para analisar) por senadores de oposição.

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"Na programação que nós temos, deve ser pedida vista. Vota-se amanhã no plenário da CAE. Amanhã à tarde votaremos no plenário do Senado. Estará pronta para, após a pauta da Câmara ser destrancada, ser votada no plenário da Câmara", declarou Randolfe.

O líder do governo disse que não deve haver tentativa de alterar, no plenário do Senado, as regras para reajuste do limite de despesas do governo pela inflação. A manobra foi cogitada por senadores. Poderia liberar mais recursos para o Executivo gastar em 2024.

Não houve acordo com a Câmara sobre o tema. Isso é indispensável porque os deputados terão a palavra final sobre o projeto. Poderão descartar total ou parcialmente as alterações que os senadores fizerem.

A votação do projeto de lei (PL) 712/2023, marcada para esta segunda-feira (19) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) não foi realizada. No total, 21 deputados de diferentes bancadas da Casa, pediram pela obstrução dos pareceres 763 e 829 de 2023, contrários ao PL. Dessa forma, não foi formado quórum suficiente para que a votação de revisão do projeto fosse realizada. 

Essa é a segunda vez que o projeto é levado à votação na Casa. Na última quarta-feira (14) uma votação foi realizada pela Comissão de Educação e Cultura e pela de Finanças, havendo como resultado a rejeição nas duas frentes.

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O PL do piso, de autoria do governo estadual, estabelece congelamento do piso salarial dos professores da rede pública do estado, além de não considerar os vencimentos dos profissionais aposentados.

Estiveram presentes na sessão professores, manifestantes e membros do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe).

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quinta-feira que não haverá açodamento para a votação do projeto do marco temporal das terras indígenas na Casa. O projeto foi encaminhado para duas comissões: de Agricultura e a de Constituição e Justiça.

Pacheco defendeu que o tema exige amplo debate, envolvendo também o Supremo Tribunal Federal (STF), Advocacia-Geral da União (AGU), Estados, representantes dos povos indígenas e produtores.

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"Da nossa parte não haverá nenhum tipo de açodamento. Vamos respeitar o tempo das comissões e da maturação desse projeto no Senado", afirmou.

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