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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou há pouco que a senadora Simone Tebet (MDB) é "uma mulher de muita qualidade" e pode ocupar "qualquer ministério", mas que ainda não conversou com a ex-candidata à presidência porque ele não quer "sentar na cadeira antes de ganhar as eleições".

"Se eu tentar montar a equipe agora, eu arrumo mais inimigo do que amigo", disse o petista, durante entrevista ao comediante Paulo Vieira.

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Sobre seu quadro ministerial, o ex-presidente disse que terá "muitas mulheres" no governo. "Já está provado que a mulher não é sexo inferior, que a mulher não é sexo fraco, que a mulher tem capacidade e mais inteligência que o homem", disse. Segundo o petista, ele conhece "uma centena" de "mulheres maravilhosas" que podem ocupar cargos no governo.

Fome

Ao comentar sobre o aumento da fome no Brasil, o ex-presidente se emocionou. Chorando, Lula voltou a se comprometer a acabar com a fome no País. "Porque a gente não garante que todo mundo tome café, almoce e jante todo dia, é o mínimo. Isso é bíblico, isso está na Constituição, isso está na Declaração Universal dos Direitos Humanos", disse.

O TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais) determinou a apreensão de material de campanha no comitê de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, no bairro Prado, zona oeste de Belo Horizonte. Na decisão de sábado (22), a juíza eleitoral Raquel de Paula Rocha Soares aponta a ocorrência de "propaganda eleitoral irregular" e a "divulgação de fatos inverídicos" sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Peças do material recolhido pelo TRE no comitê de Bolsonaro acusam o petista de envolvimento em "práticas imorais com crianças e animais", "apoio à criminalidade" e "lavagem e roubo de dinheiro público".

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O material também contém informações falsas, a exemplo de que Lula defende a "perseguição a igrejas e aos cristãos", é "a favor do aborto" e da "ideologia de gênero para crianças nas escolas". "É cabível a intervenção desta justiça especializada para coibir a divulgação de notícias falsas", afirmou a juíza.

Além da apreensão das peças, a magistrada determinou também a retirada de outdoor instalado na fachada do comitê, determinando multa em caso de descumprimento da determinação.

"Os artefatos publicitários, afixados na fachada do comitê, possuem impacto visual de outdoor, o que é expressamente vedado pela Lei das Eleições e Norma Regulatória, sujeitando o candidato ao pagamento de multa no valor de R$ 5 mil a R$ 15 mil".

A decisão determina ainda que o comitê de Bolsonaro, responsável pela divulgação da propaganda irregular, adeque a publicidade na fachada em 48 horas.

Cabe recurso da decisão da juíza ao plenário do TRE. A reportagem do Estadão não localizou os responsáveis pelo comitê para comentarem o despacho da juíza.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) participam nesta sexta-feira (28), às 21h30, do debate na TV Globo com os candidatos à Presidência no segundo turno. Será o último encontro antes da eleição, domingo (30).

Mediado pelo jornalista William Bonner, o evento será transmitido ao vivo pela TV Globo, pela GloboNews e pelo g1, direto dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro. As regras foram definidas pela organização em parceria com representantes dos partidos.

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O debate será dividido em cinco partes. A ordem em que os candidatos farão as perguntas em cada bloco, assim como as considerações finais, foi definida por sorteio com a presença de representantes das campanhas de Lula e Bolsonaro.

Confira as regras de cada bloco:

1º e 3º Blocos - O primeiro e o terceiro serão de temas livres, com duração de 30 minutos. Cada candidato terá 15 minutos e deverá administrar seu tempo entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. Bolsonaro abre o primeiro bloco e Lula, o terceiro bloco.

2º e 4º Blocos - O segundo e o quarto blocos serão de temas determinados e terão duração total de 20 minutos, com dois debates de 10 minutos. Os temas serão escolhidos pelos candidatos entre os seis oferecidos pela TV Globo em um telão. Cada candidato terá cinco minutos para debater e deverá administrar seu tempo entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. Cada tema só poderá ser escolhido uma única vez, sem repetição. No segundo bloco, Lula inicia as perguntas. No quarto bloco, quem começa é Jair Bolsonaro.

5º Bloco - No quinto bloco, cada candidato fará as suas considerações finais. Luiz Inácio Lula da Silva é o primeiro e Jair Bolsonaro, o segundo.

Coletiva de imprensa - Após o término do debate, os candidatos serão convidados à sala de imprensa, onde poderão participar de uma entrevista coletiva com duração de 10 minutos para cada um. Também definida por sorteio, a ordem é: primeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; em seguida, o presidente Jair Bolsonaro.

O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem 46% das intenções de votos na disputa ao governo de São Paulo, ante 43% do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), de acordo com pesquisa Ipec (ex-Ibope) divulgada nesta terça-feira, 25. Os dois estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro.

Brancos e nulos são 7%; 4% não sabem ou não responderam. Ainda segundo o levantamento, o candidato do Republicanos tem 52% dos votos válidos, ante 48% do candidato petista.

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Enquanto Tarcísio manteve os mesmos 46% em comparação com a pesquisa anterior, do dia 11, Haddad oscilou positivamente dois pontos porcentuais - ele tinha 41%.

Nos votos válidos, o ex-ministro de Bolsonaro teve uma oscilação negativa de um ponto enquanto o ex-prefeito oscilou um ponto para cima.

Segundo o levantamento, 13% dos paulistas dizem que podem mudar de candidato até o dia da eleição, enquanto 87% afirmam que já definiram o voto.

Contratada pela Globo, a pesquisa divulgada nesta terça-feira foi realizada entre 23 e 25 de outubro e entrevistou 2.000 eleitores presencialmente em 83 cidades paulistas. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-06977/2022. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos percentuais.

O ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou o bloqueio do site "Fiscais do Mito" que coletava dados de apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) interessados em fiscalizar as eleições. O site, que não era ligado oficialmente a Bolsonaro, foi derrubado a pedido da própria campanha.

Os advogados alegaram que, ao ser procurado pela campanha, o responsável pelo site "se dispôs a vender as informações fraudulentamente captadas, o que foi prontamente repelido pela coligação".

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A campanha também argumentou que a conduta pode constituir crime de falsidade e que o site é um "verdadeiro empecilho" à organização da fiscalização regular realizada pela coligação de Bolsonaro no dia das eleições.

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta terça-feira, 25, cinco pedidos para investigar o presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das adolescentes venezuelanas.

Mendonça disse que não vê "elementos mínimos" para abrir uma investigação. Ele descartou as acusações de prevaricação, xenofobia, difamação, exposição indevida de menores de idade e de deixar de prestar assistência à criança abandonada ou extraviada.

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O ministro classificou as representações contra o presidente como "elucubrações subjetivas tiradas de ilações da objetividade dos fatos". Mendonça foi ministro de Bolsonaro e indicado por ele ao STF.

Mendonça também defendeu que as notícias-crime devem ser analisadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão já foi acionado pela oposição.

Os pedidos de investigação enviados ao STF partiram da vereadora Erika Hilton (PSOL-SP), dos deputados Elias Vaz (PSB-GO) e Reginaldo Lopes (PT-MG), do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e de advogados do Grupo Prerrogativas.

A decisão cita o "risco de instrumentalização indevida do Poder Judiciário para fins políticos", sobretudo no período eleitoral.

"Chama a atenção, outrossim, o crescente ajuizamento de 'notícias crime' nesta Corte cujas reais intenções de seus proponentes, na verdade, ultrapassam a órbita meramente jurídica. São representações feitas com nítido propósito político e/ou de autopromoção", escreveu Mendonça.

O presidente chegou a ser associado a pedofilia depois de afirmar que "pintou um clima" com adolescentes venezuelanas durante uma motociata e que elas estavam se arrumando para "ganhar a vida".

"Eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida. Você quer isso para a sua filha que está nos ouvindo agora?", disse Bolsonaro em entrevista a um canal no YouTube.

A vereadora e deputada eleita Erika Hilton disse que respeita a decisão de André Mendonça. "Agora cabe ao Procurador-Geral da República decidir se abre ou não inquérito para apurar se houve dolo por parte de Jair Bolsonaro, para podemos considerar o caso encerrado na esfera criminal", afirma.

Terceira colocada à presidência no primeiro turno, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou, nesta segunda-feira (24), que "o que está em jogo (nas eleições presidenciais) é o que nós queremos para o nosso Brasil: se nós queremos livros, ou se nós queremos armas".

A parlamentar aludia a uma escolha entre os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apoia, e o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição. A parlamentar pediu uma votação maciça em Lula, no pleito do próximo domingo (30).

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"Vamos atrás de cada voto em branco, de cada um que votou nulo, de cada um que votou no Ciro, de cada um que votou na Simone", discursou ela. "E vamos assumir o compromisso de levar cada um daqueles que não foram votar para as urnas, para darmos uma grande diferença e legitimidade", concluiu.

A declaração foi dada em rápido discurso no Centro de Niterói, na Região Metropolitana fluminense, onde ela fez uma caminhada com apoiadores. Simone Tebet tem se engajado fortemente na campanha de Lula neste segundo turno.

O diretório gaúcho do Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu nota oficial nesta segunda-feira (24) em que recomenda "voto crítico" em Eduardo Leite (PSDB) na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul. No segundo turno, o tucano enfrenta o bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL).

No comunicado, assinado pelo candidato do PT ao governo gaúcho no primeiro turno, Edegar Pretto, o partido diz que, com o gesto, espera uma união para derrotar o bolsonarismo no segundo turno, inclusive no plano nacional. "Entendemos que todos os democratas devem ter como compromisso primeiro a defesa da democracia e o combate às candidaturas que representam o atraso bolsonarista", diz a nota.

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O PT reconhece divergências com Leite em assuntos como privatizações e taxação de aposentados, mas defende que "é a hora de defender o Brasil e o Rio Grande da ameaça representada pelas candidaturas de Bolsonaro e Onyx".

Na semana passada, durante ato de campanha em Porto Alegre, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o diretório local tinha autonomia para se posicionar no segundo turno das eleições, "menos eleger Onyx".

VEJA A NOTA OFICIAL DO PT-RS NA ÍNTEGRA:

"Em conformidade com a Resolução Partidária aprovada em 10 de outubro último, e em decorrência dela, compreendendo o momento político que vivemos, decidimos recomendar o voto crítico em Eduardo Leite no domingo próximo, esperando com este gesto que todos aqueles comprometidos com a democracia se unam para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo neste segundo turno.

Entendemos que todos os democratas devem ter como compromisso primeiro a defesa da democracia e o combate às candidaturas que representam o atraso bolsonarista.

Nossas divergências com Leite são muitas, e conhecidas pela sociedade gaúcha.

Representamos projetos políticos distintos. As privatizações dos serviços públicos como a CORSAN, o papel do Estado, a adesão ao regime de recuperação fiscal, a taxação dos aposentados e pensionistas são alguns exemplos de temas que nos separam programaticamente.

Mas agora é a hora de defender o Brasil e o Rio Grande da ameaça representada pelas candidaturas de Bolsonaro e Onyx.

Aproveitamos para reforçar o chamamento à militância petista gaúcha que nos próximos sete dias não podemos sair das ruas, disputar voto a voto para garantirmos a virada no Rio Grande do Sul com Lula e a consolidação da vitória na eleição presidencial.

Paulo Pimenta - Presidente PT-RS

Edegar Pretto - Deputado Estadual PT-RS e candidato a governador no 1º turno

Paulo Paim - Senador PT-RS

Tarso Genro - Ex-governador do RS

Olívio Dutra - Ex-governador do RS

Em reunião no sábado, 22, a maioria dos integrantes do diretório estadual do PSDB paulista decidiu declarar apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial no segundo turno. A informação foi enviada a reportagem por integrantes da Executiva tucana.

Após a divulgação da informação, o presidente estadual do partido, Marco Vinholi, enviou outra nota na qual afirma negando que tenha havido uma declaração de apoio oficial. O diretório decidiu liberar os filiados. O desencontro causou mal-estar na cúpula do partido.

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Em sintonia com a ala dos chamados "cabeças brancas" do partido - grupo dos tucanos históricos que apoiam o petista - parte da direção da legenda contrariou o governador Rodrigo Garcia (PSDB), que se apressou em declarar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) sem o consentimento partidário.

O diretório já havia definido apoio ao ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa estadual. Em nota, a direção tucana ressaltou que nomes como Aloysio Nunes, José Aníbal, o secretário-geral Carlos Alberto Balotta e o presidente municipal da legenda na capital, Fernando Alfredo, defenderam apoio ao ex-presidente.

"A defesa da democracia foi foco central no debate e ponto defendido pelo ex-senador José Aníbal ao pontuar o apoio a Lula. Aloysio Nunes declarou que essa posição representa a maior parte dos tucanos históricos e Balotta relembrou o apoio a Lula em 1998", disse o partido.

Também houve manifestações a favor da neutralidade e a favor de Bolsonaro, como do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando. O direito aos filiados para tomarem sua posição individual foi garantido pela deliberação da executiva nacional no dia 4 de outubro.

Adversários nos bastidores da disputa pelo governo paulista, os marqueteiros Pablo Nobel, de 57 anos, e Otávio Antunes, de 45, já estiveram na mesma trincheira em eleições passadas. Hoje, eles têm o objetivo idêntico, de eleger o futuro governador paulista, mas com candidatos diferentes.

Formado em ciências sociais pela PUC-SP, o argentino Nobel, que atua na campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos), trabalhou durante 10 anos com Duda Mendonça e atuou nas campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência, José Genoino (PT) para governador, Aloizio Mercadante (PT) para o Senado em 2002 e Marta Suplicy para a Prefeitura da capital em 2004. No mesmo período, o jornalista campineiro Otávio Nunes, que é filiado ao PT desde os 16 anos e hoje está ao lado do petista Fernando Haddad, trabalhou na área de comunicação das mesmas campanhas da legenda após desistir de tentar carreira na política.

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Agora separados, os dois tiveram a mesma ideia ao traçar suas estratégias para a campanha paulista: trazer polarização nacional entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL) para São Paulo e, assim, tirar o então candidato que tinha a máquina do governo do Estado na mão, Rodrigo Garcia (PSDB), do segundo turno.

O diagnóstico nas duas campanhas era o de que Tarcísio e Haddad só teriam chance de vitória se fossem juntos para a segunda rodada. Com a retaguarda do aparato estatal e o dobro do tempo de TV dos adversários, Garcia contaria com os votos antipetistas ou antibolsonaristas caso seguisse na disputa. "Não havia lugar para dois antipetistas, por isso fomos ocupar esse espaço. O PT também entendeu que a polarização mantinha o Haddad no jogo e preferiu apostar suas fichas contra o Rodrigo (Garcia)", disse Nobel.

Avesso a entrevistas, Antunes preferiu não comentar sua estratégia, mas petistas envolvidos na campanha admitem que no início o temor era de que Haddad ficasse fora do segundo turno. Não fazia sentido, portanto, adotar outra estratégia. E assim foi feito. Segundo um integrante da cúpula da campanha de Garcia, os ataques de Haddad ao tucano começaram no primeiro dia de campanha na TV e rádio, em 26 de agosto.

A campanha do petista disse ainda ter mais um motivo para a ofensiva contra o tucano: a de que o candidato ao Senado na chapa de Garcia, Edson Aparecido (MDB), estava usando a maior parte de seus comerciais na TV para atacar Haddad.

DESAFIOS. As estratégias traçadas pelos marqueteiros de Tarcísio e Haddad tinham desafios próprios. No caso do petista, era preciso reduzir o antipetismo enraizado no interior do Estado. Já o ex-ministro tinha de ser tornar conhecido pelo eleitorado de São Paulo.

"Apresentamos em pouco tempo o Tarcísio para uma grande audiência como um bolsonarista leal, mas moderado. Não é porque o candidato é de direita que ele não é moderado", disse Nobel.

Os dois marqueteiros foram pegos de surpresa com o resultado do primeiro turno, quando Tarcísio venceu contrariando a maioria dos institutos de pesquisa. Os números dos trekkings (levantamentos internos) do PT eram parecidos, mas nenhum apontava para a vantagem do bolsonarista apresentada nas urnas.

As estatísticas da campanha de Tarcísio, segundo Nobel, apontavam um empate com Haddad. "As pesquisas são como uma bússola. É muito difícil saber para onde ir se você não sabe exatamente onde está", afirmou o marqueteiro.

Entre petistas, o resultado do primeiro turno - 42,3% para Tarcísio e 35,7% para Haddad - foi um choque. Nos dias seguintes, o partido mergulhou em reuniões para entender o que havia dado errado e quais seriam as consequências para a campanha de Lula em São Paulo neste segundo turno.

Apesar da dianteira folgada do ex-ministro nas pesquisas, Antunes ainda acredita numa virada. Seu argumento é o de que os eleitores se interessam de fato pela disputa estadual só na reta final e os trekkings petistas apontam que o voto de Tarcísio é mais "volátil" - o porcentual dos que tinham certeza no voto dele teriam caído de 90% para 70%.

Já Nobel comemora o fato de a narrativa do candidato "forasteiro" que veio do Rio de Janeiro não ter emplacado Há, claro, um clima de otimismo no comitê do ex-ministro de Bolsonaro, mas com moderação para evitar "salto alto".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato ao Palácio do Planalto, afirmou, nesse domingo (23), que será preciso "reconstruir a sociedade" caso ele vença a disputa contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição, porque o bolsonarismo "vai ficar". Em entrevista ao DL Show, o petista também fez um aceno ao agronegócio e disse que "colocaram na cabeça das pessoas" que ele é contra a religião.

"Nós precisamos restabelecer a paz no Brasil. Sabe que, se nós ganharmos as eleições, a gente derrota Bolsonaro e precisamos reconstruir a sociedade brasileira porque o bolsonarismo vai ficar", declarou Lula. "O nosso governo vai estabelecer políticas de negociação com vários segmentos da sociedade para que a gente possa começar a restabelecer a paz. Sempre vai ter o fanático, o cara que não vai gostar, mas paciência. O que nós precisamos é transformar esses fanáticos em minoria", emendou.

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O ex-presidente, ao reconhecer que a situação do Brasil hoje é muito diferente e "mais difícil" do que em 2003, quando ele assumiu o Palácio do Planalto pela primeira vez, afirmou que é preciso restabelecer a democracia, o diálogo e a convivência amigável entre as pessoas.

Ao dizer que as fake news têm um poder muito maior do que ele pensava, o petista disse que os bolsonaristas "colocaram na cabeça das pessoas" que ele é contra a religião. Lula também fez um aceno aos produtores rurais ao dizer que seu governo foi o que mais proporcionou financiamento ao agronegócio.

Em 19 de outubro, Lula divulgou um documento em que fez compromisso com a liberdade de culto no País e diz que os evangélicos são bem-vindos para participar do Executivo. Na ocasião, Bolsonaro criticou a carta do petista aos evangélicos.

"É oportunismo por parte deles. Como pegou muito mal a questão do aborto e, até há poucas semanas, o Lula falava abertamente: 'Olha, aborto é questão de saúde pública. Se não quer ter filho, que não tenha'. E por que ele volta atrás? Porque viu que no público cristão ele perdeu apoiamento", disse o presidente, em entrevista a um podcast do site O Antagonista.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em sabatina promovida pela RecordTV neste domingo (23) que acredita que conseguiu reverter sua rejeição em alguns segmentos da sociedade neste segundo turno, como entre os eleitores da região Nordeste do País e os mais pobres. Segundo o presidente, a melhora, percebida por ele, viria de uma "melhor comunicação" e de sua participação em debates e sabatinas.

Sobre a comunicação, no entanto, apesar de reconhecer que o uso de palavrões possa gerar um afastamento com os eleitores, o presidente reclamou que este seja o critério de alguns. "Vocês não estão escolhendo um presidente em um desfile de etiqueta, ou de moda?", criticou.

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Os dados das pesquisas eleitorais, entretanto, mostram outro cenário. Segundo o último levantamento do Datafolha, divulgado na quinta-feira, 20, Bolsonaro tem 29% das intenções de voto no Nordeste, enquanto Lula tem 67%. No primeiro levantamento do instituto após primeiro turno, no dia 5 de outubro, Bolsonaro tinha 28% dos votos no estado, enquanto o petista tinha 66%. A margem de erro desse recorte é 4 pontos porcentuais.

Ao menos cinco microrregiões do Brasil viraram objeto central da disputa entre o petista Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, neste segundo turno. 

Nos últimos quatro anos, essas regiões foram na contramão da cristalização histórica da votação no País. No primeiro turno de 2018, Bolsonaro venceu nelas, mas, neste ano, Lula foi o mais votado. Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, a eleição passada é atípica. Foi quando a pauta anticorrupção puxou apoio para o atual mandatário.

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Agora o eleitorado de baixa renda e menos radicalizado, sobretudo nessas regiões metropolitanas, voltaram para o ex-presidente em razão de frustrações com o governo Bolsonaro. Já em Minas, há ainda uma identificação maior com políticas sociais dos governos Lula do que com o PT, o que explica também a vitória do ex-presidente no Estado neste pleito na primeira fase da disputa.

"Essa oscilação é o que vai resolver a eleição. É uma das dinâmicas mais importantes", afirmou a cientista política Daniela Constanzo, do Instituto de Estudos Avançados da USP. Ela destaca como exemplo as mudanças registradas em São Paulo no primeiro turno deste ano, em que Lula recuperou a capital e Bolsonaro sai na dianteira no interior.

Nas últimas duas décadas, os mapas de votação do Brasil mostram uma divisão regional, com os candidatos petistas ao Palácio do Planalto com vitória majoritária em municípios do Nordeste e prevalência no Norte. Enquanto isso, nomes mais ligados à direita foram os mais votados no Centro-Oeste, no Sul e no Sudeste.

Minas Gerais aparece nesses pleitos como um Estado oscilante, que acaba por definir o resultado da eleição. Esse cenário se repetiu, ainda que em menor medida, no primeiro turno deste ano. Agora, na segunda etapa da campanha, os dois candidatos focam atividades justamente em cidades mineiras e em São Paulo para tentar consolidar ou virar votos.

MUDANÇA

Há 20 anos, na eleição de 2002, os eleitores identificados com a esquerda e aqueles mais à direita ainda se apresentaram dispersos no território nacional. Tanto José Serra (PSDB) quanto Lula tiveram vitórias em um grande número de cidades de todos os Estados e regiões do País. A partir do primeiro turno de 2006, no entanto, é possível notar uma maior divisão nos votos do eleitorado brasileiro por região.

Essa tendência de cristalização de votos majoritários nas regiões fica clara quando se analisa o primeiro turno das últimas seis eleições presidenciais com base no Geografia do Voto. A ferramenta, uma parceria da Agência Geocracia com o Estadão, georreferenciou mais de 5 bilhões de votos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde 1996.

"Existe um modelo que parece testado e que tem regido as eleições no Brasil. É esse pulsar dessas regiões que tem caracterizado essa clivagem (divisão) no País", afirmou o advogado e geógrafo Luiz Ugeda, um dos responsáveis pela ferramenta Geografia do Voto.

De acordo com os especialistas, a distribuição de antipetismo e petismo nas regiões não se traduz exclusivamente em uma questão regional, já que a polarização nacionaliza a disputa. Políticas sociais encampadas nas gestões Lula, por exemplo, e a inflexão ao centro das reformas petistas contribuíram para uma mudança no perfil de seu eleitorado a partir de 2006.

O PT consolidou mais votos entre os mais pobres, enquanto Bolsonaro conquistou os mais ricos, o que se reflete no contraste visual dos votos nas regiões, mas também em regiões periféricas de grandes centros urbanos, por exemplo. Isso ajuda a explicar a retomada das cinco regiões "perdidas" pelos petistas em 2018.

"O que se pode considerar é que em determinados aglomerados sociais com população mais pobre, lideranças políticas que encarnam, efetiva ou simbolicamente, políticas sociais focalizadas neste segmento obtêm maior apoio eleitoral", disse Paulo Fábio Dantas, cientista político da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

INFLEXÃO

Cientistas políticos lembram que em 2018 houve avanço do voto antipetista em meio ao contexto da Operação Lava Jato. O sentimento antipolítica incorporado por Bolsonaro levou à vitória sobre Fernando Haddad (PT) - o ex-prefeito de São Paulo assumiu o lugar de Lula às vésperas do início formal da campanha, quando o ex-presidente estava preso em Curitiba.

Agora a relevância dos colégios eleitorais das microrregiões concentra a atuação de Lula e Bolsonaro na reta final da campanha, disse Ugeda, inclusive com sobreposição de agendas. O petista e a primeira-dama Michelle Bolsonaro, por exemplo, estiveram nas mesmas regiões nos últimos dias. "Bolsonaro tem consciência territorial de que são nesses lugares que ele perdeu voto e que tem gordura para resgatar", afirmou o geógrafo.

O presidente conquistou menos votos no Sudeste em 2022 do que há quatro anos. Isso faz com que aliados apostem na possibilidade de recuperar eleitores, com foco na pauta de costumes e anticorrupção, que regeu a eleição de 2018. Ontem, Lula fez uma caminhada entre Belo Horizonte e Ribeirão da Neves. Já Bolsonaro apostou em reverter votos em São Paulo, onde está desde quinta-feira e tem evento até hoje.

SÃO PAULO

O presidente ainda se encontrou com prefeitos do interior, marcou agendas na região metropolitana e foi recebido no Palácio dos Bandeirantes pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB). Para especialistas, a derrota tucana em São Paulo após 28 anos de governo ajuda a explicar a mudança de voto na capital paulista, que desidratou o voto mais à direita na região metropolitana.

"O PT sempre ganhou bem na periferia de São Paulo. Perde em 2018 com a questão da Lava Jato e conseguiu recuperar o eleitor frustrado que aceitou a corrupção", afirmou Carolina de Paula, pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Estudos feitos com eleitores que apostaram em Bolsonaro em 2018 e que neste ano dizem votar em Lula mostram que a condução do presidente combate à pandemia como um peso para o eleitorado menos conservador. "A esquerda consegue recuperar esse eleitor decepcionado, mas que ficou ainda mais frustrado com a gestão do Bolsonaro especialmente na pandemia", disse De Paula.

FLUTUAÇÕES

Além da Grande São Paulo, a Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Zona da Mata Mineira e o Triângulo Mineiro apresentaram, desde 2018, flutuações de votos que quebraram o padrão que se desenhava em Minas. O Triângulo Mineiro votou alinhado com Mato Grosso do Sul quatro anos atrás, ao concentrar o maior número de cidades em que Bolsonaro foi o preferido. Neste ano, porém, é possível notar mais municípios com voto majoritário à esquerda, o que deu vitória a Lula na região. O mesmo ocorreu na Zona da Mata e na Grande BH.

"Minas é uma espécie de fiel da balança. Onde se ganha em Minas, tende-se a ganhar a (eleição) nacional", disse Thiago Silame, professor da Universidade Federal de Alfenas e pesquisador do Centro de Estudos Legislativos da UFMG.

Para ele, isso tem relação com o tamanho do eleitorado e, ao mesmo tempo, com uma heterogeneidade relacionada às divisas do Estado. "Há a Minas baiana, a Minas capixaba, a Minas carioca e há ainda uma Minas muito influenciada por São Paulo. Ou seja, espelha a diversidade socioeconômica e cultural do Brasil."

Em Minas, a campanha de Bolsonaro aposta na conversão não apenas dos indecisos, mas também do eleitor que votou em Lula e também em Zema no primeiro turno. Para analistas, a volta do ex-juiz Sérgio Moro à campanha de Bolsonaro também é uma estratégia de recuperar o voto lavajatista.

Já no Rio Grande do Sul, houve um movimento similar, explicado também pela consolidação do PT em algumas prefeituras ao longo do tempo, disse o cientista político Rodrigo González. Lula e Dilma já tiveram votações expressivas no Estado, onde o PT governou por dois mandatos.

"Se for olhar o padrão de voto, ter um candidato a governador e um candidato a senador ajuda a atrair votos para a campanha presidencial. São regiões que, mesmo com votações mais fracas, têm que se levar em conta também a capacidade do PT de um enraizamento", disse. No primeiro turno, Lula teve mais votos que Bolsonaro em Porto Alegre.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, usou o Twitter neste sábado, 22, para destacar um trecho da legislação sobre fake news. Moraes publicou uma foto do trecho da lei que mostra de "maneira clara" a punição para quem divulgar notícias falsas durante o período eleitoral.

O artigo 323 do Código Eleitoral, compartilhado por Moraes, aponta que "divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado" pode levar a uma pena de "detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa".

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"A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou televisão", registra o parágrafo único do artigo destacado na publicação de Moraes.

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A postagem de Moraes foi feita em meio a decisões do TSE que impuseram à rádio Jovem Pan a concessão de direitos de resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a "abstenção" de se manifestar sobre temas cuja abordagem foi classificada como "ofensiva" pela defesa do petista.

Na quinta-feira, 20, o TSE publicou novas normas que ampliaram os poderes da Corte Eleitoral para determinar a remoção de notícias que considerar falsas. O texto da Corte também acelerou o prazo para que as ordens sejam cumpridas.

A resolução prevê à Corte Eleitoral aplicar multa de R$ 100 mil a R$ 150 mil às plataformas que descumprirem ordens judiciais de remoção de conteúdo, estender o alcance de decisões contra publicações tidas como falsas, proibir propaganda eleitoral paga nas 48 horas que antecedem o segundo turno e suspender temporariamente perfis e canais nas redes sociais de caráter desinformativo, segundo os ministros.

 

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, emitiu nota oficial, neste sábado (22), em que repudia as agressões contra a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármem Lúcia feitas pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) nesta sexta-feira (21).

"O Tribunal Superior Eleitoral repudia a covarde e abjeta agressão desferida contra a Ministra Carmen Lúcia e tomará todas as providencias institucionais necessárias para o combate a intolerância, a violência, o ódio, a discriminação e a misoginia que são atentatórios à dignidade de todas as mulheres e inimigos da Democracia, que tem, historicamente, em nossa Ministra uma de suas maiores e intransigentes defensoras", diz Moraes no documento.

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Em um vídeo, Jefferson, que é apoiador do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), compara a ministra a uma "prostituta" por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan, ao acompanhar os votos do presidente do TSE e também dos ministros Ricardo Lewandowski e Benedito Gonçalves, em uma decisão com placar apertado - 4 votos a favor do pleito do ex-presidente Lula e 3 a favor da emissora. A Jovem Pan foi condenada por repetir declarações consideradas distorcidas e ofensivas contra Lula a partir de falas de seus comentaristas. O ex-deputado federal, que hoje está em prisão domiciliar e é investigado por atuação em milícia digital contra democracia, usou também os termos "Bruxa de Blair" e "Carmen Lúcifer" para se referir à ministra.

Na nota, Moraes enfatiza que agressões machistas e misóginas são usadas por aqueles que se escondem no falso manto da "liberdade de agressão", que jamais se confundirá com o direito constitucional de liberdade de expressão.

O presidente do TSE diz ainda que Carmen Lúcia é um exemplo e serve para guiar o TSE na missão constitucional de defesa da Democracia e do sistema eleitoral.

Veja a íntegra da nota:

"TSE repudia agressões contra Ministra Cármem Lúcia

O Tribunal Superior Eleitoral repudia a covarde e abjeta agressão desferida contra a Ministra Cármen Lúcia e tomará todas as providencias institucionais necessárias para o combate a intolerância, a violência, o ódio, a discriminação e a misoginia que são atentatórios à dignidade de todas as mulheres e inimigos da Democracia, que tem, historicamente, em nossa Ministra uma de suas maiores e intransigentes defensoras.

A utilização de agressões machistas e misóginas demonstra a insignificante estatura moral e intelectual daqueles que, covardemente, se escondem no falso manto de uma inexistente e criminosa "liberdade de agressão", que jamais se confundirá com o direito constitucional de liberdade de expressão que, no Brasil e nos países civilizados, não permite sua utilização como escudo protetivo para a prática de todo tipo de infrações penais.

O exemplo de coragem, competência e honradez da Ministra Carmen Lúcia permanecerá servindo de guia para o Tribunal Superior Eleitoral exercer, com respeito e serenidade, sua missão constitucional de defesa da Democracia e do sistema eleitoral.

Alexandre de Moraes

Presidente do TSE"

Ao defender a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, neste sábado (22), que o Brasil pode crescer entre 3,5% e 4% por dez anos seguidos. Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, da qual o chefe do Executivo participou, o chefe da equipe econômica também afirmou que as reformas devem continuar em um eventual segundo mandato de Bolsonaro.

"O Brasil pode crescer 3,5%, 4% por dez anos seguidos. As reformas vão seguir. E, agora, com mais força, porque o Congresso é de centro-direita. Nós tivemos muitos obstáculos. Nós estávamos colocando o Brasil nos trilhos, quando fomos atingidos pela pandemia. Nós saímos, apagamos o incêndio, voltamos para os trilhos e estamos seguindo", declarou Guedes, ao lado dos ministros Fábio Faria (Comunicações) e Anderson Torres (Justiça) e do empresário Roberto Justus, que apoia Bolsonaro.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se referiu ao tema da defesa das mulheres durante o evento em Minas Gerais ao condenar as agressões sofridas pela ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) e pela ministra do STF Cármen Lúcia, durante comício neste sábado (22), em Ribeirão das Neves (MG). Ambas foram agredidas verbalmente de ontem para hoje, o que relacionou a um avanço do fascismo no País.

"Hoje, o que vemos é violência verbal e, às vezes, violência física. Isso porque temos um governo fascista no Brasil", disse Lula. "É uma escola exemplar do fascismo no mundo inteiro. Na campanha de Trump, ele terminava comício e falava que, se alguém falasse mal dele, era para bater que ele contrataria advogado", mencionou Lula, sobre o ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

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O petista disse também não ser possível que alguém que "ame a liberdade e a democracia" vote para reeleger o atual presidente. "Uma figura tão desumana como Bolsonaro. Ele não tem sentimento (...) O mundo dele é seus filhos e as mentiras, fakes news, e a tentativa de destruir as pessoas do jeito que fizeram com a Marina ontem", afirmou Lula, que logo depois falou em ganhar para "restabelecer a paz no País".

"Há quase que uma ordem do presidente para que as pessoas sejam violentas, não aceitem provocação, não deixem ninguém em paz (..) Não podemos fazer guerra santa neste País. O País clama por paz. Repudio qualquer tipo de violência, de agressão", declarou Lula.

Em campanha pela reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou neste sábado (22), uma live nas redes sociais com o jogador Neymar, da Seleção Brasileira e do Paris Saint-Germain. Durante a transmissão ao vivo, o atacante afirmou que decidiu apoiar o chefe do Executivo porque ambos têm os mesmo "valores". Neymar disse que Bolsonaro é a "escolha correta" e citou o lema "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".

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A live, a oito dias do segundo turno, deve durar 22 horas e contar com a participação de diversos aliados do candidato à reeleição. A duração é uma referência ao número de Bolsonaro na urna. Na conversa com Neymar, que participou por chamada de vídeo, o presidente fez um apelo para que o jogador convença eleitores jovens a votar nele e disse que a população exige "respeito à Constituição e à liberdade". A frase é usada pelo chefe do Executivo, normalmente, para fazer críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas a Corte não foi mencionada.

"Eu fico muito feliz de ver, ultimamente, bandeiras espalhadas pelo Brasil, não só pelo que está em jogo, e sim pelo orgulho de ser brasileiro", disse Neymar. "O que me motivou a expor a minha opinião, são os valores que o presidente carrega que são bem parecidos comigo, com a minha família, com tudo que a gente preza", emendou o jogador da Seleção, que também convocou outros atletas a se posicionarem na eleição.

Bolsonaro, por sua vez, exaltou a Copa do Mundo, que vai ocorrer após as eleições, e falou em patriotismo. "A gente vê prédios com várias bandeiras na janela. Lá na Presidência, eu coloquei um bandeirão além do normal, para mostrar, realmente, qual é a nossa pátria. No passado, tinham umas facções aí que rasgavam a bandeira, pisoteavam, tocavam fogo, e nós ficávamos sempre quietos", declarou o presidente.

No último dia 18, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto, ironizou o apoio de Neymar ao chefe do Executivo. O petista disse que o jogador está "com medo" de que seja revelado o valor da dívida que ele tem com a Receita Federal.

"Neymar tem o direito de escolher o que ele quiser para ser presidente. Acho que ele está com medo que se eu ganhar as eleições, eu vá saber o que o Bolsonaro perdoou da dívida do imposto de renda dele. Acho que daí que ele está com medo de mim. O Bolsonaro fez acordo com pai dele", disse o petista em entrevista ao Flow Podcast.

O atacante declarou apoio a Bolsonaro de forma pública em 29 de setembro. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o jogador de futebol cantou um jingle da campanha que mencionava o número do candidato à reeleição na urna. "Vota, vota e confirma, 22 é Bolsonaro", dizia o trecho da música. No segundo turno, a campanha do presidente tem usado a imagem de Neymar na propaganda eleitoral na TV.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, reafirmou, neste sábado (22), em Guarulhos, na Grande São Paulo, que os Poderes terão maior independência, caso vença as eleições. Ao lado do candidato ao governo paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. O presidente disse que seu maior compromisso, em um eventual segundo mandato, será com a liberdade.

"Mais do que escolher um governador e um presidente no dia 30 de outubro, é uma forma de vida que vocês vão escolher daqui para frente", afirmou. "Hoje, a população acordou para a importância também da liberdade. Não podemos admitir censura em nosso País", afirmou, referência ao caso da Jovem Pan.

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu a veiculação de conteúdos enganosos pela emissora. "Não podemos deixar que isso continue. A imprensa tem que ter liberdade. Imprensa calada é o pior que pode acontecer. Após o dia 30 de outubro, a questão da liberdade vai se acalmar em nosso País", assegurou, sem detalhar quais medidas pretende tomar.

Bolsonaro também garantiu que "haverá mais independência entre poderes", se reeleito. "Não queremos atritos, mas não podemos permitir que nossa liberdade continue sendo açoitado. Após as eleições, nenhum outro órgão será atingido com censura."

Decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impuseram à rádio Jovem Pan a concessão de direitos de resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a "abstenção" de se manifestar sobre temas cuja abordagem foi classificada como "ofensiva" pela defesa do petista reforçaram o debate sobre a atuação e critérios adotados pela Corte no combate à desinformação. As decisões do TSE impõem censura prévia à emissora e ferem direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal. Especialistas ouvidos pela reportagem corroboram essa interpretação.

Realizado em um espaço fechado, o evento realizado em Guarulhos teve também a participação de políticos aliados, como o deputado federal Celso Russomano (Republicanos-SP); o prefeito de Guarulhos, Guti (PSD); o senador eleito por São Paulo, Marcos Pontes (PL); e o candidato derrotado à Presidência Padre Kelmon (PTB), que foi exaltado por Bolsonaro.

"Existem aquelas pessoas que fazem a diferença. Padre Kelmon é um líder religioso que apareceu do nada, mas fez a diferença naquele debate. Chamo de padre que caiu do céu", agradeceu o candidato, pedindo uma salva de palmas ao aliado que estava no palco.

Ao se referir à ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no debate marcado para ocorrer nesta sexta (21), Bolsonaro usou as expressões "o ladrão que fugiu", "o descondenado que escafedeu-se" e o "chefe de organização criminosa que resolveu desaparecer" para se referir à ausência do petista no encontro, que acabou virando uma sabatina. O próximo confronto dos dois seria neste domingo (23), nos estúdios da Rede Record - Lula, no entanto, avisou que não participará.

Durante a entrevista ocorrida no SBT, o presidente voltou a condicionar sua aceitação do resultado da eleição à análise dos militares. "Os militares foram convidados na defesa eleitoral, se nada for encontrado, você não tem porque duvidar", afirmou.

Disputa paulista

Antes do discurso de Bolsonaro, Tarcísio pediu voto para reeleger o presidente e para que seus eleitores convençam quem ainda está indeciso. "Será muito mais fácil se a gente tiver alinhamento federal. Preciso da ajuda de vocês pra reelegermos o presidente Bolsonaro, que cada um de vocês convença aqueles indecisos, os que não foram votar no primeiro turno ou que votaram branco ou nulo", pediu o ex-ministro.

Disputando o segundo turno da eleição em São Paulo com o petista Fernando Haddad (PT), Tarcísio afirmou que a ajuda federal será essencial para que o Estado tire projetos do papel, como o trem intercidades, a construção do Hospital da Mulher de Guarulhos, o término do Rodoanel e a extensão do metrô até Guarulhos.

"A primeira cidade a ter metrô fora da capital será Guarulhos", prometeu Tarcísio. Ele disse ainda que "fará o Estado crescer mais que a China, que os Estados Unidos e que os países da zona do euro", a partir da geração de empregos.

Antes de os candidatos chegarem ao palco, o público ecoou orações, gritos de "mito" e cânticos em favor da Jovem Pan e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", gritavam. A plateia era pouco diversa - maioria branca e masculina - com muitos idosos, crianças e famílias. Antes do discurso, também cantaram o hino nacional.

Apesar de o petista ter tido vantagem sobre o atual presidente no cenário nacional do primeiro turno - alcançou por 48,4% dos votos válidos. contra 43,2% de Bolsonaro -, o atual presidente se saiu melhor no Estado e em algumas cidades grandes, como Guarulhos. Ele teve 45,46% dos votos (ou 331.178), enquanto Lula foi a escolha de 42,79% dos eleitores (311.756 votos) do município. Para o cargo de governador, Tarcísio recebeu 40,90% dos votos (261.531 votos) e Fernando Haddad, 39,31% (251.353 votos) na cidade. O segundo turno será no dia 30 de outubro.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não pode "coagir" ninguém a apoiar sua candidatura ao Planalto durante comício, neste sábado (22), em Ribeirão das Neves (MG). Acompanhado de Simone Tebet (MDB), sua adversária no 1° turno e agora figura constante em seus atos de campanha, o petista afirmou que não iria ficar "importunando" seu ex-ministro e ex-candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), a manifestar-se publicamente a seu favor.

"A gente não pode ficar tentando coagir ninguém para vir nos apoiar", disse Lula, durante o evento, lembrando da declaração que Ciro fez, a de que seguiria a decisão do PDT de apoiar a candidatura do petista no segundo turno. O ex-presidente, no entanto, disse desejar que o pedetista tenha "liberdade de decidir como quiser". "Na hora que quiser, não vou ficar importunando", afirmou, ao ser questionado sobre o tema por jornalistas.

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Diferentemente de Simone, que declarou apoio a Lula e passou a trabalhar em sua campanha, Ciro apenas informou que seguiria a decisão de seu partido, sem fazer depois qualquer outra manifestação de apoio a Lula neste segundo turno.

Comentando sobre os apoios conquistados por ele e pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda fase da campanha, Lula criticou o governador mineiro reeleito Romeu Zema (Novo), que declarou voto e passou a trabalhar para a reeleição do presidente. "Ele passou a ideia para o povo de que não tinha candidato, e depois ele assume o bolsonarismo, o que é uma coisa ruim, negativa", disse o petista, que acrescentou depois "respeitar" Zema.

"Eu estava sabendo que o governador de Minas ia levar Bolsonaro lá (Teófilo Otoni, onde Lula cumpriu agenda ontem). Já tentaram fazer reunião com prefeito que foi fracassada", disse o petista, que tenta estancar a perda de fôlego e conquistar mais votos no Estado, tido como uma peça-chave para as eleições presidenciais. No primeiro turno, Lula recebeu 5,8 milhões de votos dos mineiros, aproximadamente 560 mil a mais do que Bolsonaro.

Em campanha pela não abstenção, Lula disse ainda estar focado para conseguir o voto dos indecisos e daqueles que não votaram no primeiro turno. "Eu, sinceramente, acho que nós, povo brasileiro, as forças políticas que estão comigo, vamos ganhar as eleições porque o povo precisa de democracia. Estamos trabalhando para que pessoas que não foram votar, apareçam para votar (...) Teve lugares no País que 30% das pessoas não foram votar, precisamos tentar convencê-las a votar", declarou.

Pauta econômica

Lula também fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro durante o evento, a quem classificou como "subordinado" das empresas que importam gasolina no País - o que explicaria a razão de o presidente da República não ter agido antes para baixar o preço dos combustíveis.

"É um cidadão que resolve fazer isso na perspectiva de ganhar as eleições, é porque poderia ter feito antes, não fez porque hoje é subordinado das empresas que importam gasolina no nosso País. São 392 empresas que exportam e importam pagando preço em dólar", disse Lula.

O petista acrescentou: "No dia 30, o povo vai ter que escolher entre o fascismo e a democracia, entre a barbárie e a democracia, entre a desumanidade e a humanidade. E está chegando o dia de decidir, é preciso ter clareza. Esse cidadão é um destruidor de esperanças e de sonhos. Passou o mandato inteiro aumentando diesel, gasolina, gás, e chegando as eleições, quando começamos a criticar o preço, começou a reduzir".

Ainda na pauta econômica, Lula voltou a falar do seu plano de renegociação de dívidas. Com o "Desenrola Brasil", o ex-presidente pretende, se eleito, criar um fundo público que permita a renegociação de dívidas em condições favoráveis aos consumidores, especialmente de serviços públicos, como energia.

"Vamos negociar tanto com o setor financeiro, como o de varejo. As pessoas não podem ficar com o nome sujo (...) É importante lembrar que faz quatro anos que o salário mínimo não tem aumento real, faz quatro anos que a merenda não tem aumento real, faz quatro anos que as categorias organizadas ganham menos que a inflação", reforçou.

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