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Nesta segunda-feira, 10, entre meia-noite e 8h, entre 15 e 20 motoristas de caminhão se concentraram na rotatória da Av. Augusto Barata, a chamada reta da Alemoa, entrada do Porto de Santos (SP). A PM e a Guarda Portuária foram ao local, mantiveram a regularidade do trânsito e não chegou a haver transtorno no fluxo de caminhões.

Pouco depois das 8h, os motoristas se retiraram da área e o fluxo permaneceu normal. "Não houve prejuízos ao trânsito, foi uma manifestação pacífica, e sem bloqueio", informa a assessoria da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

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Na sexta-feira passada, dia 7, caminhoneiros ameaçaram realizar paralisação depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, decidiu no dia anterior suspender a aplicação de multas, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), pelo descumprimento dos preços mínimos para serviços de frete rodoviário. As punições ficam suspensas até que o STF decida sobre a constitucionalidade do tabelamento, que os caminhoneiros preferem chamar de "piso mínimo".

Em reação à decisão tomada na quinta-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que mandou suspender a aplicação de multas pelo descumprimento da tabela do frete até que a corte decida se a fixação de preços é ou não constitucional, grupos de caminhoneiros passaram a discutir uma possível paralisação. Assembleias estavam marcadas para a noite de ontem e hoje.

A data mais provável, se o movimento for deflagrado, é a noite do próximo domingo, 9. Alguns integrantes estavam preocupados com o risco de o movimento atrapalhar a diplomação do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Existe também a possibilidade do dia 21, no início do feriadão de Natal.

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Antes de decidir pela paralisação, o movimento aguardava, basicamente, o desenrolar de negociações que estavam em curso em Brasília. Logo pela manhã desta sexta, um grupo de caminhoneiros esteve na Advocacia Geral da União (AGU) para pedir que o governo entrasse com recurso contra a decisão de Fux. "Eles vão entrar no STF para rebater isso, porque é preciso manter a caneta do presidente", disse Wallace Landim, o "Chorão", presidente da Cooperativa dos Transportadores Autônomos do Brasil (BrasCoop).

À noite, a AGU informou em nota que estuda a melhor forma de reverter a decisão. Após a conversa com o governo, o grupo informou à base que, embora Fux tenha suspendido a aplicação de multas, a tabela está em vigor. "É não carregar abaixo do piso mínimo", disse Chorão.

Enquanto as multas não são aplicadas, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pode continuar com as fiscalizações e notificar quem estiver fora da tabela. Essa notificação servirá, posteriormente, para o caminhoneiro ingressar na Justiça e reivindicar uma indenização no equivalente ao dobro da diferença entre a tabela e o preço praticado.

A preferência dos líderes mais antigos e das grandes associações é não fazer uma nova paralisação. Mas eles não têm total controle sobre a base e admitem o risco de o movimento tomar corpo por si só, como ocorreu em maio deste ano.

"Apesar de sermos contrários a uma nova paralisação geral, não podemos nos opor à decisão dos caminhoneiros os quais representamos", disse a divulgada pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), em nota. "A situação está insustentável e não sabemos até quando será possível conter a categoria e evitar uma nova paralisação" A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), também em nota, disse que a decisão de paralisação é dos caminhoneiros e que "sempre apoiará o que a categoria decidir."

Outra saída defendida pelos caminhoneiros é uma pressão sobre a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para que ela antecipe a entrada em funcionamento de um sistema eletrônico de fiscalização; asuim, um documento obrigatório, só será emitido se o preço do frete estiver de acordo com os pisos mínimos. Dessa forma, não seria mais necessário fiscalização ou multas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Caminhoneiros de Goiás realizam nesta segunda-feira (29) uma manifestação pelo cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário. Eles estão nos acessos às fábricas da região de Catalão, dialogando com os companheiros que chegam para carregar. Os motoristas são avisados que, se receberem carga com pagamento de frete abaixo da tabela, serão retidos. Até o momento, nenhum precisou voltar, segundo informou o líder do movimento, Wallace Landim, o "Chorão".

"As fábricas disseram que pagam o piso mínimo, então é o atravessador que não está cumprindo", comentou. As rodovias não estão bloqueadas. A prefeitura de Catalão pegou uma "carona" no movimento, para cobrar o pagamento de royalties da mineração de nióbio. Alguns tratores foram postos na beira da estrada e sobre a ferrovia, segundo informou "Chorão".

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A manifestação de Goiás reflete uma queixa geral dos caminhoneiros, que é a falta de fiscalização da tabela do frete. Eles reclamam que são forçados a trabalhar com uma remuneração menor do que o previsto, sob pena de serem incluídos numa espécie de "lista negra" das transportadoras e ficarem impedidos de trabalhar.

A categoria cobra uma fiscalização mais efetiva por parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A agência, por sua vez, informa que as fiscalizações estão sendo realizadas. Se é detectado algum caso de contratação abaixo do preço mínimo, é feita uma notificação. Ainda não é possível aplicar multas, porque os regulamentos sobre as penas estão em elaboração. O processo deverá se estender até janeiro. Mas a notificação já serve para o caminhoneiro entrar na Justiça e cobrar uma indenização do embarcador, equivalente ao dobro da diferença de preço.

A fixação de preços mínimos para o serviço de transporte é alvo de questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Entidades empresariais argumentam que o tabelamento é inconstitucional, por ferir o princípio da livre concorrência. O relator, ministro Luiz Fux, não pretendia tomar nenhuma decisão antes do fim do processo eleitoral.

Além do mais, a tabela atualmente em vigor é uma versão improvisada. A ANTT também trabalha num conjunto mais detalhado de preços mínimos.

O conflito entre caminhoneiros e empresas em torno do custo de transporte ficou em suspenso no período anterior às eleições, mas os dois lados devem pressionar o presidente eleito, Jair Bolsonaro, em busca de uma solução.

Nesta segunda, pela manhã, em entrevista à Rádio CBN, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que deverá assumir a Casa Civil de Bolsonaro, foi questionado sobre o tema e disse que os caminhoneiros autônomos serão tratados com respeito.

O governo deve reajustar em cerca de 5% a tabela de preços mínimos de frete rodoviário, para acomodar a alta de 13% no óleo diesel anunciada na semana passada. A correção foi discutida na terça-feira, 4, em reunião da diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Também foram analisadas formas de acelerar a fiscalização do cumprimento da tabela do frete, outra reivindicação dos caminhoneiros.

As medidas ganharam tom de emergência depois do último fim de semana, quando circularam boatos sobre uma nova paralisação dos caminhoneiros. A sinalização de que a tabela seria corrigida rapidamente serviu para conter uma nova mobilização. No entanto, uma ala dos caminhoneiros programa uma manifestação no próximo dia 12 para protestar contra a falta de fiscalização.

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O aumento deve ser aplicado sobre as tabelas que já estão em vigor e que são alvo de crítica por parte das empresas. Antes da correção, as indústrias já indicavam um aumento médio de 12% no custo do frete de suas mercadorias. As entidades representativas do setor produtivo preferiram esperar o anúncio oficial para se manifestar.

Diesel

Na terça, os deputados aprovaram - em votação simbólica (sem contagem dos votos) - a Medida Provisória 838, que garante o subsídio no preço do diesel. A medida foi editada pelo governo durante a greve dos caminhoneiros, como um dos pontos do acordo para o fim da paralisação.

A MP 838 reduz em R$ 0,30 o preço do diesel nas bombas dos postos, a um custo de R$ 9,5 bilhões ao Tesouro Nacional até o fim deste ano. Como mostrou o Estadão/Broadcast, havia uma preocupação do governo sobre o prazo para a votação da MP, que precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado até o dia 10 de outubro. Caso contrário, a medida perderá a validade. O presidente do Senado, Eunício Oliveira, disse que "vai trabalhar" para votar a MP nesta quarta-feira, 5, no Senado. Por se tratar de MP, o subsídio está em vigor desde a publicação da MP, mas o Congresso precisa aprovar a medida para que ela se torne lei. (COLABORARAM CAMILA TURTELLI E RENAN TRUFFI). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo terá três pautas prioritárias para trabalhar esta semana com o Congresso e duas delas dizem respeito às demandas dos caminhoneiros. O governo quer colocar em votação as Medidas Provisórias (MP) 836 e 838. A primeira acaba com um regime de tributação especial que existia no setor petroquímico. Já a MP 838 concede subvenção econômica a produtores do diesel.

As duas medidas provisórias vencem dia 10 de outubro, e a ideia é aprová-las agora. Existe o receio de após as eleições, no dia 7 de outubro, o ritmo no Congresso diminua e inviabilize a votação das matérias.

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O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse, em entrevista, que conta com a presença dos parlamentares em Brasília para as votações.

“O governo não trabalha com a possibildiade de inexistência de quórum. Compreendemos a questão eleitoral, todavia temos a convicção e a certeza de que os parlamentares têm também consciência de suas responsabilidades para com o Brasil”, disse.

Extinção do Fundo Soberano

A outra pauta considerada prioritária diz respeito à extinção do Fundo Soberano. Em maio, O presidente Michel Temer extinguiu, por medida provisória , o Fundo Soberano do Brasil (FSB). O fundo soberano é uma espécie de poupança do governo criada em 2008, em um momento de superávit primário, com objetivo de aumentar a riqueza do país, estabilizar a economia e promover investimentos em ações e projetos de interesse nacional.

De acordo com a MP, os recursos do fundo serão usados para pagamento da Dívida Pública Federal.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, mandou a Polícia Federal investigar as mensagens que circulam pelo WhatsApp com informação falsa sobre uma nova paralisação de caminhoneiros. "Desmentida pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), entre outras representantes da categoria, as mensagens se enquadram na categoria de fake news e seus autores e veiculadores podem responder por crime contra a economia popular e por publicidade enganosa", diz a nota divulgada nesta segunda-feira, 3, pelo Ministério da Segurança Pública.

Durante o fim de semana, uma nota distribuída em nome da União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC), por rede social e aplicativos de celular, convocava uma nova greve para o dia 9 de setembro, o que causou apreensão e até mesmo filas em postos de gasolina em algumas regiões. A convocação, no entanto, não foi reconhecida por entidades representativas de caminhoneiros, como a Abcam, e sindicatos de diversas regiões do País.

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O ministério afirma que a própria Abcam informou que os áudios e imagens veiculadas nas redes são materiais antigos, dos protestos de maio, que voltaram a circular nesse final de semana como se fosse atuais. "Essas ações causam transtorno à população, prejuízo ao mercado produtor e de serviços, constituem grave fator de desestabilização e têm grande potencial para provocar desordem pública. Seus autores e veiculadores, portanto, estão sujeitos às consequências das legislações que classificam os crimes contra a economia popular e contra o consumidor", diz a nota.

O Ministério da Segurança Pública destaca as leis que tratam desse tipo de crime e suas penalidades. De acordo com a Lei 1521/51, que trata dos crimes contra a economia popular, são crimes dessa natureza: "obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos)". A pena prevista para esse tipo de crime é de detenção de 6 meses a 2 anos, mais pagamento de multa. A mesma lei considera ainda crime "provocar alta ou baixa de preços de mercadorias, títulos públicos, valores ou salários, por meio de notícias falsas, operações fictícias ou qualquer outro artifício". Quem comete esse crime está sujeito a detenção de 2 a 10 anos e multa.

Já o Código de Defesa do Consumidor, no seu artigo 67, considera crime "fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva", com pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. A Lei 8.137/90, que trata de crimes contra a ordem tributária, econômica e relação de consumo, considera crime, em seu artigo 7º, "induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária". Nesses casos, a pena prevista é de detenção de 2 a 5 anos e pagamento de multa.

A nota destaca ainda que "a pena total para quem cometer crime contra a economia popular e ferir o Código de Defesa do Consumidor, conforme legislação citada, é de detenção de 4 anos e 9 meses até 18 anos mais pagamento de multa".

Em sabatina do jornal Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (3), o candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) afirmou que ninguém vai fechar estradas, caso ele seja eleito. A contundente declaração foi uma resposta a uma pergunta sobre a possibilidade de que a paralisação dos caminhoneiros seja retomada a partir do próximo dia 7 de setembro, em função do aumento de 13% do preço do Diesel. 

Ciro disse que, se for presidente, se compromete com uma política de preço séria na Petrobras, mas foi claro ao falar sobre autoridade e deixou um recado. “Ninguém no meu governo vai fechar estrada para impedir pessoas doentes de transitar, para impedir de galinha chegar viva”, avisou. 

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Segundo o pedetista, todos serão informados antes sobre a proibição, mas afirmou que 70% dos que causam o tumulto não são caminhoneiros e, sim, empresários que usariam a linguagem da greve para fazer locaute. “Esses aí a gente vai buscar lá nos escritórios com ar-condicionado deles. Vai buscar com a Polícia federal”. 

Ciro Gomes falou que, se for necessário, haverá prisões. “Você acha que eu não vou mandar prender quem prejudicar o povo brasileiro? Vai ser preso, não tem conversa, dentro da lei e em flagrante. Loucate é crime no Brasil, só para entender. Não é porque eu sou danado não, eu sou professor de Direito. Locaute, ou seja, greve de empresários para prejudicar a coletividade, é crime. Eu como presidente, não tem conversa, quem transgredir a lei vai preso”. 

O presidenciável, durante a entrevista, também criticou Bolsonaro afirmando que a truculência, do também candidato a presidente, não é a solução. Ele criticou o governo Temer ressaltando que, em nenhuma hipótese, se pode tratar o assunto com mentira e enganação.

“Isso é que o senhor Michel Temer com seu governo desastrado fez com os caminhoneiros. Prometeram tabelar frete, que é uma excrescência, prometeram congelar subsidiando com o dinheiro público que não existe o preço do diesel, e depois que desarmaram a coisa, que já causou um violento prejuízo à sociedade brasileira e à nossa economia. Eles mentiram e aumentaram 13% com esse pretexto”, lamentou. 

 

Ciro ainda fez outras críticas. “O petróleo brasileiro, com todas as ineficiências tributárias, custa 33 dólares o barril e eles estão cobrando 85 dólares por conta da especulação internacional. Para onde vai essa montanha de dinheiro? Para o acionista minoritário, que no Brasil são os bancos”. 

 

Uma coletiva de imprensa foi realizada na manhã deste domingo (2), no Recife, pela Secretaria de Justiça e Direitos Humano de Pernambuco. O objetivo foi tranquilizar a população sobre as informações de que o Estado pode ser palco de uma nova greve dos caminhoneiros que poderia acarretar falta de combustíveis nos postos.

--> Combustível: postos do Recife amanhecem com grandes filas 

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O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, garantiu que não há o que temer. “Não há qualquer risco de desabastecimento de combustíveis em Pernambuco. Quem criou essa situação de pânico será punido rigorosamente”, declarou, conforme informações da assessoria de imprensa do Governo de Pernambuco.

Pedro Eurico criticou veemente uma postagem no Instagram da rede de postos PetroMega que informava sobre uma suposta nova paralisação dos caminhoneiros a partir da madrugada desta segunda-feira (3). O secretário afirmou que a empresa será responsabilizada por uma ação classificada por ele como “criminosa e leviana”.

“Quem pratica o delito de divulgação de notícias falsas, que levam a população ao pânico, intranquilidade e insegurança, tem que ser impulso nas penas previstas na Lei de Contravenções Penais e, principalmente, no Código de Defesa do Consumidor”, declarou Pedro Eurico. Nesta segunda-feira, a PetroMega deverá ser notificada pela SJDH e pelo Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon/PE).

O secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Marcos Baptista, também participou da coletiva de imprensa. Ele garantiu que no Complexo Portuário de Suape, principal ponto do Estado de abastecimento dos caminhões que transportam combustíveis, tudo está ocorrendo normalmente. “Suape funciona plenamente, com todos os caminhões saindo sem alterações”, disse Baptista. 

De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), Alfredo Ramos, a sociedade pode se tranquilizar. “Pedimos que a população fique em casa, não se desespere, porque não há motivo para isso. Os postos podem apresentar uma certa dificuldade no abastecimento, mas não pela falta do produto em Pernambuco, mas pelo aumento descontrolado da demanda neste final de semana”, argumentou.

Fiscalizações 

O Procon/PE promete realizar várias fiscalizações, nesta segunda-feira, em estabelecimentos de combustíveis do Estado. O objetivo é “verificar se os postos estão praticando abuso no preço da gasolina”. Caso sejam encontradas irregularidades, o órgão informou que puirá os responsáveis.

“Vamos verificar os preços que estavam sendo operados na última sexta-feira e o que estão praticando atualmente. Já há denúncias de que estão elevando os preços do botijão (gás de cozinha) para R$ 70, na cidade de Paulista. Não iremos tolerar abusos contra a população. Nós iremos alcançar essas pessoas e elas serão responsabilizadas”, disse Pedro Eurico.

Denúncias de abusos podem ser feitas pela população junto ao Procon-PE. Os telefones para contato são 0800.282.1512 ou (81) 3181-7035.

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--> 'Troque gasolina por uma cervejinha', diz secretário

Três meses após o fim da greve dos caminhoneiros, os brasileiros ainda pagam a conta do movimento que parou o País por dez dias e interrompeu a recuperação da economia. Os fretes aumentaram até 160% para alguns produtos; a inflação subiu 1,62 ponto porcentual de maio para cá; e até os motoristas, que fizeram inúmeras exigências para liberar as estradas, continuam insatisfeitos. O resultado é uma redução de até R$ 48 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e uma ruptura na confiança - que vinha se recuperando lentamente.

A alta de apenas 0,2% na economia no segundo trimestre do ano, divulgada na sexta-feira, é um retrato desse cenário de deterioração pós-greve. Na avaliação de economistas, os reflexos deverão aparecer também no terceiro trimestre, que continuará em ritmo mais lento. "O principal prejuízo foi a quebra de confiança do empresariado, que resultou na paralisação de investimentos", afirmaram os economistas da consultoria 4E Bruno Lavieri e Giulia Coelho.

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Depois da greve, eles revisaram o PIB deste ano em 0,45 ponto, para 1,4%. O Santander foi ainda mais severo nas projeções e cortou em 0,7 ponto porcentual a previsão de PIB deste ano. O economista do banco Rodolfo Margato explicou que o aumento das incertezas provocadas pela greve levou as empresas a um comportamento de maior precaução, o que resulta numa menor geração de empregos. "Há uns cinco meses, os dados do mercado de trabalho ficaram frustrantes. As incertezas do segundo trimestre intensificaram esse processo."

Em maio, para colocar fim à greve, o governo firmou um acordo com os caminhoneiros que incluiu uma mudança na cobrança do pedágio, a criação de uma tabela de frete e um subsídio de R$ 9,5 bilhões para reduzir em R$ 0,46 o preço do diesel. Nessa última medida, parte dos ganhos serão corroídos pelo aumento promovido pela Petrobrás na semana passada. "Apesar do subsídio do governo (para dar o desconto no preço do óleo), o preço vai aumentar", afirmou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.

A maior polêmica, no entanto, ainda é a tabela de frete. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Usuários dos Transportes de Carga (Anut), Luis Henrique Teixeira Baldez, as mudanças promovidas pelo governo desorganizaram e trouxeram insegurança para as empresas. A tabela é limitada em termos de mercadorias e tipo de caminhões, diz ele. "Ninguém sabe como aplicar a tabela porque são tantas variáveis que precisaria de umas 50 tabelas."

Ele afirma que algumas empresas aguardam a decisão do STF (Superior Tribunal Federal) para decidir que rumo tomar. Outras estão tentando comprar ou alugar caminhões para fazer o próprio frete. A Cargill, por exemplo, estuda comprar mil caminhões para evitar a alta do frete e a dependência de empresas de transporte terceirizado. Em nota, a companhia disse que "o ambiente de contratação de frete continua marcado por incertezas".

Aumento

Representantes do setor produtivo têm reclamado que o preço do frete explodiu em alguns segmentos. Baldez afirma que o transporte de sal do Rio Grande do Norte - responsável por 95% da produção nacional - subiu 160% para Brasília e 110% para São Paulo. Segundo ele, os produtores de arroz do Rio Grande do Sul também sentiram o efeito da tabela com aumentos de até 40%.

Entre os produtores do agronegócio, as incertezas em torno do preço do frete têm dificultado a realização de vendas em contratos futuros. "As empresas não estão conseguindo fechar contratos porque as tradings não sabem quanto será o frete no futuro", diz o superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA), Bruno Lucchi. Por causa dessa situação, o setor conseguiu fazer apenas 20% do volume de contratos do mesmo período do ano passado.

Apesar de parte do setor produtivo garantir que o preço do frete subiu, caminhoneiros dizem que muitas empresas não cumprem a tabela. O motorista Marco Antônio Ferreira conta que, entre seus colegas, é comum a reclamação de que o preço continua inalterado. Ele trabalha com batatas, cujo preço do transporte é fixado por sacos, e recebe entre R$ 5,50 e R$ 6 por unidade. "É o preço normal, de todos os anos."

O gerente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Pablo Cesário, afirma que os efeitos da tabelamento do frete ainda não foram todos sentidos. "Haverá mais e chegará à população nos próximos meses."

Cálculo da LCA Consultores aponta que, se o aumento do frete fosse adotado por toda economia e repassado integralmente ao consumidor, a inflação daqui a seis messes alcançaria 5,49%.

'Melhorou um lado, piorou outro'

O pátio da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) - onde diariamente centenas de veículos estacionam para descarregar alimentos que abastecem a capital paulista, mas que ficou completamente vazio durante a greve - é hoje cenário de reclamações e insatisfações de caminhoneiros. Todos que circulam por ali dizem que "nada mudou" desde a paralisação. Apesar de admitirem que o diesel está mais barato, afirmam serem poucas as empresas que pagam o frete de acordo com a tabela definida após o movimento. É unânime a opinião de que a greve deveria ter durado mais uns dias, pois teriam conseguido mais avanços. Nem todos acreditam, porém, que a paralisação tenha valido a pena.

"Fiquei nove dias parado em Marabá (PA). Não tinha banheiro. Dormíamos num estádio abandonado e os fazendeiros traziam comida pra gente. (A greve) não valeu a pena. Melhorou de um lado, mas piorou do outro", diz o caminhoneiro Nilson Ferreira Gomes, de 38 anos - 15 deles dirigindo.

O paulistano costuma sair de Jundiaí para levar peças para a Hidrelétrica Belo Monte, no Pará. Na volta, para em Lagoa da Confusão (TO) para carregar o caminhão de melancias e entregá-las no Ceagesp, em São Paulo. São nove dias de viagem que lhe rendem R$ 12,5 mil brutos. Antes da greve, eram R$ 12,1 mil. "É muito pequena a diferença. Queria menos imposto ou um plano de saúde", diz.

Apenas as viagens de ida de Gomes até o Pará estão sendo pagas de acordo com a tabela do frete. As de retorno continuam como antes, já que o transporte de frutas é pago por quilo. Sobre a redução do diesel, ele diz que só em São Paulo o combustível está acessível. Antes, costumava pagar R$ 3,45 o litro; agora, R$ 3,30. "Acho que não mudou nada. Em outros Estados, é muito mais caro." O caminhoneiro admite, porém, que o diesel saía por cerca de R$ 4 no Pará até maio e, depois de junho, caiu para R$ 3,85. A redução não o satisfez, ele gostaria que o preço fosse o mesmo em todo o País.

O caminhoneiro Reginaldo de França Barros, de 61 anos, transporta cerâmica e coco. Diz que continua recebendo R$ 4 mil para uma viagem de ida e volta, mas gasta R$ 1,9 mil de combustível e pedágio - antes da greve, eram R$ 2,2 mil. Também precisa pagar as parcelas mensais do caminhão, de R$ 4,2 mil. "Tenho feito quatro dessas viagens por mês, precisaria de seis, mas não tem carga."

O representante do Comando Nacional do Transporte (CNT), Ivar Luiz Schmidt, entende que a redução do diesel e do pedágio são grandes conquistas dos caminhoneiros e fazem diferença no bolso, mas afirma não haver efetividade da tabela do frete mínimo. "É um sonho que não se realizou. A ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) não tem efetivo para fiscalizar o setor."

Na semana passada, o líder dos caminhoneiros Wallace Landim, conhecido como Chorão, ameaçou entrar na Justiça para obrigar a agência a fiscalizar o cumprimento da tabela de frete. "O caminhoneiro não tem condição de enfrentar as empresas sozinho; se ele denunciar, elas não dão mais frete para ele."

O presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, André Nasser, diz que seu setor está pagando o "preço de mercado" aos caminhoneiro, o que significa R$ 15 a menos por tonelada de grão na comparação com o valor tabelado. "A tabela é ilegal."

Como ainda restam 29 milhões de toneladas de soja e milho para serem exportados neste ano, o setor deverá economizar R$ 435 milhões ao não pagar o valor tabelado. A constitucionalidade da tabela do frete está em discussão no Supremo Tribunal Federal. Procurada, a ANTT disse estar realizando consulta pública para regulamentar a tabela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em tom crítico, o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, prometeu que tomará providências contra a rede de postos de combustíveis PetroMega. Após publicação no Instagram sobre uma possível nova paralisação dos caminhoneiros e circulação de outras mensagens pela internet, boa parte da população lotou postos localizados na Região Metropolitana do Recife neste fim de semana, em busca de gasolina e etanol. No entanto, Pedro Eurico tratou de tranquilizar a população.

“Essa empresa, tal de PetroMega, amanhã será intimada para comparecer à política para responder inquérito judicial”, disse o secretário em entrevista à Rádio Jornal na manhã deste domingo (2). Perguntado se a população pode se tranquilizar e deixar as filas dos postos de combustíveis, Pedro Eurico foi rápido na resposta.

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“Pode sair, troque gasolina por uma cervejinha. Vá passear com seus filhos e sua família porque não tem nada. Passei aqui na Avenida João de Barros e encontrei um posto já cheio de carros. As pessoas ficam apavoradas e começam a criar uma onda que só prejudica a população, do ponto de vista psicológico e do ponto de vista econômico, porque os maus empresários aproveitam para reajustar desnecessariamente o preço do combustível”, declarou o secretário durante entrevista à Rádio Jornal.

Ainda em seu argumento, Pedro Eurico aproveitou para criticar a Petrobras, que recentemente anunciou aumento no preço do diesel, combustível utilizado pelos caminhoneiros. “Por trás de tudo isso está a irresponsabilidade da Petrobras, porque há um aumento de 13,4% no óleo diesel que gerou intranquilidade nos caminhoneiros, mas nada que explique esse clima de pânico que foi criado na Região Metropolitana por uma empresa de irresponsáveis”, opinou o secretário.

À imprensa, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) de Pernambuco, em trabalho paralelo ao Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon/PE), garantiu que notificará, nesta segunda-feira, a empresa PetroMega, que deverá “prestar esclarecimentos quanto à nota veiculada em suas redes sociais neste sábado”. 

“A SJDH esclarece, ainda, que provocar alarme, anunciando perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto é crime previsto no Art. 41, da Lei de Contravenções Penais (LCP), sob pena de prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa”, alertou o órgão.

Dezenas de postos de combustíveis recebem intensa movimentação de clientes na manhã deste domingo (2). Depois que mensagens sobre uma possível nova paralisação dos caminhoneiros foram compartilhadas nas redes sociais neste fim de semana, boa parte dos consumidores foi aos estabelecimentos garantir gasolina e etanol para seus veículos. Em vários bairros da capital pernambucana, há filas de clientes consideradas longas; o cenário de hoje, no entanto, não é tão crítico como o presenciado entre maio e junho deste ano, durante a crise dos combustíveis.

Uma das mensagens compartilhadas foi publicada em um Instagram que seria da rede de postos PetroMega. No texto, o estabelecimento informa aos clientes que pode acontecer uma nova paralisação dos caminhoneiros na madrugada desta segunda-feira (3). “Não temos confirmação, mas são fortes as evidências”, diz trecho do conteúdo. Além dessa postagem, áudios e outras mensagens correram a internet, principalmente em grupos de WhatsApp, alegando que as entidades representativas dos caminhoneiros estariam preparando uma greve.

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Em nota enviada à imprensa, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) de Pernambuco, em trabalho paralelo ao Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon/PE), garantiu que notificará, nesta segunda-feira, a empresa PetroMega, que deverá “prestar esclarecimentos quanto à nota veiculada em suas redes sociais neste sábado”. A SJDH ainda acrescentou: “O informativo, sem qualquer fundamentação, alerta de forma irresponsável a população quanto à possibilidade de paralisação no abastecimento de combustíveis no Estado. A SJDH esclarece, ainda, que provocar alarme, anunciando perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto é crime previsto no Art. 41, da Lei de Contravenções Penais (LCP), sob pena de prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa”.

Entre os consumidores, o clima foi de receio. Muitas pessoas não quiseram ficar sem combustíveis para seus veículos. O gerente de restaurante Daniel Mesel resolveu abastecer seu carro ainda de madrugada. Ao largar do estabelecimento onde trabalha, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, Daniel foi a um posto no mesmo bairro e esperou cerca de uma hora na madrugada deste domingo para encher o tanque. “Duas horas da madrugada e a gente tentando abastecer. Ainda bem que consegui, porque estava com medo de ficar sem combustível para ir trabalhar”, disse Daniel, acrescentando que o preço pelo litro de gasolina estava por R$ 4,19.

O LeiaJá circulou em vários bairros do Recife nesta manhã. O preço da gasolina gira em torno de R$ 4,17 a R$ 4,20, enquanto o etanol está sendo comercializado em muitos estabelecimentos a R$ 3,17. Confira o vídeo a seguir:

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O estudante universitário Thales Graf, 26 anos, mora ao lado de um dos postos mais movimentados da Zona Norte do Recife, o Norte Braz, no bairro de Água Fria. Ele relata que na noite de ontem as filas já eram enormes. Hoje, em virtude de uma necessidade urgente, precisou abastecer e deu “sorte”. Saiu às 7h e conseguiu encontrar um posto próximo ao estádio do Arruda com as filas ainda se formando, mesmo assim ainda esperou 40 minutos.

 

“Acredito que toda essa situação desnecessária, isso é boato. Eu mesmo recebi diversas mensagens em grupos com tom de terrorismo, de que iria faltar combustível, de que só medicamentos seriam liberados. Quando me informei no posto, o frentista negou qualquer tipo de greve ou possibilidade de falta de combustível”, detalhou o estudante. Ele complementa: “Infelizmente, o pior do Brasil é o próprio brasileiro. Fui em um posto anteriormente em que um funcionário já está informando a suspensão da utilização do cartão de crédito, apenas pagamentos em dinheiros, no intuito de se aproveitar da situação”, lamentou.

Em entrevista ao Jornal do Commercio, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Pernambuco, Alfredo Pinheiro Ramos, garantiu que não há desabastecimento nos postos e que existem poucas chances de uma nova greve. “Desacreditamos 99% que vá acontecer uma nova greve com aquela dimensão”, declarou.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, informou que a população pode ficar tranquila porque não há greve. Ele ainda garantiu que vai intensificar as fiscalizações contra os postos de combustíveis que aumentaram os preços dos produtos em decorrência do receio da população.

Representantes dos caminhoneiros 

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM) divulgou uma nota sobre o aumento do preço do óleo diesel, que seria fator motivador para possíveis levantes dos caminhoneiros. A entidade garantiu que “fará o possível para evitar uma nova paralisação”. Confira a nota:

 A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou na noite desta quinta-feira (30) os novos preços de referência para o óleo diesel, que registram alta de até 14,4% em alguns Estados.

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM), defensora dos direitos dos caminhoneiros autônomos do país e entidade responsável pelas negociações com o Governo durante a paralisação geral da categoria, informa que já solicitou à Casa Civil uma audiência para tratar do referido aumento.

A entidade entende que, independente do aumento do preço internacional, o Governo deve cumprir a Medida Provisória nº 838/2018 e manter a subvenção de R$ 0,46 do valor do diesel até o final do ano.

A Abcam se mantém vigilante no cumprimento do acordo realizado com o Governo Federal. A Associação, que sempre acreditou no diálogo, fará o possível para evitar uma nova paralisação.

Já uma nota divulgada à imprensa por outra entidade, a União Nacional dos Caminhoneiros, promete nova paralisação, mas não na madrugada desta segunda-feira. Segundo o texto, uma mobilização está sendo programada em todo o País para depois do dia 7 de setembro, feriado da Independência. O grupo pretende protestar contra o aumento no preço do diesel.

Com colaboração de Thiago Graf

Quase metade das empresas que discutem a cobrança de multa por obstrução de rodovias durante a greve dos caminhoneiros não são prestadoras de serviços de transporte. Esse é o caso de 73, de um total de 151 punidas. Entre os veículos multados, estão uma moto, um carro funerário, uma ambulância de serviço psiquiátrico e três carros de passeio. Há também caminhões que fazem transporte próprio da empresa e, portanto, nada têm a ver com a discussão sobre o frete rodoviário.

Entre as multadas estão 25 microempresas, que são cobradas em valores que variam de R$ 1,6 milhão a R$ 11 milhões. Microempresas são aquelas cujo faturamento anual não ultrapassa R$ 360 mil. "Se tiverem de pagar, muitas vão quebrar", disse a advogada Marcella Daibert.

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Ela defende o supermercado Fernandes, de Paty de Alferes, no interior do Rio de Janeiro. O caminhão-baú do estabelecimento ficou retido num bloqueio em Seropédica quando ia ao Ceasa buscar mercadoria. Ao ser parado, o motorista pensou que ia ser assaltado. "Ele não desceu com vontade de fazer greve", frisou a advogada, sustentando que ele foi vítima dos grevistas e não atuou na obstrução da via. Retido até tarde da noite, ele foi ameaçado de abandono pela mulher, que não acreditou na história da paralisação. As mensagens de WhatsApp foram juntadas ao processo. A multa é de R$ 1,6 milhão.

Um dos carros de passeio que receberam multa pertence à LM Transportes, uma locadora de Salvador defendida pelo advogado Manfredo Lessa. O motorista parou para tentar ajudar na liberação de um caminhão com carga perecível. 'A Polícia Rodoviária Federal foi lá e multou como se ele estivesse obstruindo a rodovia com um Renault Sandero', disse. A locadora é cobrada em R$ 8,8 milhões.

Os dois advogados participaram nessa quarta-feira (29) de uma audiência de conciliação promovida pela advogada-geral da União, Grace Mendonça, à qual também compareceram representantes do governo, dos usuários e das transportadoras. Eles pedem um tratamento diferenciado a empresas que não são prestadoras de serviço de transporte. E, no caso das locadoras, que a punição seja cancelada.

As multas em discussão foram aplicadas por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no auge da paralisação dos caminhoneiros, que durou 11 dias e provocou uma crise de abastecimento no País. Na época, o governo falava que uma ação coordenada das grandes transportadoras havia contribuído decisivamente para que o movimento dos caminhoneiros atingisse a dimensão que atingiu. O principal argumento de defesa das empresas é que elas foram impedidas de circular.

Suspensão

As multas aplicadas por ordem judicial somam R$ 715 milhões. Por enquanto, a cobrança está suspensa até o dia 10 de setembro porque as empresas multadas recorreram ao próprio ministro e ganharam esse prazo. No último dia 20, ele solicitou a intermediação da AGU no caso. A reunião dessa quarta teve o objetivo de colher informações que serão levadas a Moraes como subsídio, segundo explicou Grace Mendonça. Ela espera concluir o trabalho até o próximo dia 9 de setembro.

Havia expectativa que fosse formatada ontem uma proposta de desconto e parcelamento das multas, uma vez que o perdão total está fora de questão. Se fechado, esse pré-acordo seria submetido a Moraes. Mas, dada a variedade de casos específicos, a AGU colheu informações para posteriormente consolidá-las.

O resultado mais concreto apresentado por Grace foi a concordância dos participantes em assinar um termo se comprometendo a não mais bloquear rodovias. Ela disse que foi positivo o fato de as empresas não apresentarem objeção, mesmo as que alegam não haver participado ativamente da paralisação.

O compromisso de não haver mais bloqueio é o principal objetivo do governo, segundo explicou o ministro dos Transportes, Valter Casimiro, que participou da reunião. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo paulista pode propor à União a redução de sua dívida com o Tesouro Nacional para compensar prejuízos estimados em pelo menos R$ 600 milhões por ano com o fim da cobrança da tarifa de pedágio sobre o eixo suspenso dos caminhões vazios.

A isenção, que já valia nas rodovias federais concedidas, foi estendida também para as rodovias estaduais e municipais, mesmo privatizadas, pela Medida Provisória 833, editada pelo presidente Michel Temer como parte do acordo que encerrou a paralisação dos caminhoneiros, no final de maio.

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No momento, o pedágio não vem sendo cobrado e as concessionárias acumulam o prejuízo, segundo informou o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), César Borges. Ele acrescentou que, nas rodovias paulistas, a perda poderá superar os R$ 600 milhões estimados pelo governo local.

As concessionárias aguardam uma definição da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) sobre como o prejuízo será compensado. Questionada, a agência reguladora informou que "brevemente" haverá uma decisão do conselho diretor sobre o assunto.

Segundo a Artesp, o governo paulista já manifestou a intenção de utilizar recursos próprios para bancar a perda das concessionárias e, posteriormente, cobrar a conta do governo federal, "na forma de abatimento da dívida".

Outras soluções possíveis são o aumento das tarifas de pedágio ou o alongamento do período da concessão das rodovias.

Ponto de polêmica entre caminhoneiros e empresas e com sua legalidade em discussão na Justiça, a tabela com valores mínimos do frete rodoviário caminha para ganhar uma nova versão. Termina nesta sexta-feira (3) o prazo aberto pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para receber propostas da sociedade sobre o assunto.

Atualmente, existe uma tabela de frete que, no entendimento do governo, está em vigor. Algumas entidades empresariais sustentam que não.

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No entanto, ainda não há palavra final sobre isso. Todas as decisões da Justiça sobre o tabelamento estão bloqueadas por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que só pretende retomar a discussão sobre o assunto no próximo dia 27, com a realização de uma audiência pública. Paralelamente, a ANTT trabalha nessa nova versão da tabela.

O tabelamento dos fretes rodoviários foi uma das medidas do pacote que o governo negociou com os caminhoneiros para pôr fim à paralisação da categoria que durou 11 dias, no fim de maio, e provocou uma crise de abastecimento no País.

"Há represamento e produtos que já deveriam ter sido despachados ainda estão armazenados", disse a assessora técnica em Logística da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Elisângela Lopes. Radicalmente contrária ao tabelamento, a entidade não deve apresentar nenhuma proposta à ANTT.

Igualmente contrária à tabela do frete, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) pretende encaminhar um documento detalhado à ANTT. "Vamos reforçar que o tabelamento não interessa à indústria de soja", informou o presidente da associação, André Nassar. Se, ainda assim, a opção do governo for pela fixação de preços, a indústria pede cautela para que ele não atrapalhe a competição.

Os preços mínimos, defende a entidade, devem ser calculados com base nos itens efetivamente desembolsados na prestação do serviço. E, em vez de ser organizada em quilômetros por eixo, a tabela deve ser fixada com base no custo por tonelada, que é a referência usual no mercado.

"Não é só que a tabela é ruim para a economia e inconstitucional; ela é inaplicável", afirmou o gerente de Relacionamento com o Poder Executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Pablo Cesário. Esse é o teor do documento enviado pela entidade à ANTT. Ele explica que, por exemplo, a tabela considera transporte em caminhões de três eixos, quando o usual são veículos de maior porte.

Tal como a Abiove, a CNI vai defender que, se for instituído, o preço mínimo deve deixar de fora itens como custo de capital e depreciação do caminhão, que não são diretamente atrelados ao serviço. "Tem de ser o mínimo mesmo, do contrário é uma tabela de preços", explicou.

Relatório

Pelo rito da ANTT, as sugestões recebidas até hoje serão consolidadas num relatório, que posteriormente será analisado pela diretoria da agência reguladora, antes da adoção de uma eventual nova norma. É um processo que normalmente demora alguns meses. Mas a área técnica informa que essas sugestões também servirão de subsídio à discussão que ocorre no STF.

Relator de três ações de inconstitucionalidade movidas contra o tabelamento, o ministro Luiz Fux quer fazer uma discussão ampla com especialistas no dia 27 antes de tomar uma decisão. É bem possível que a decisão da Justiça saia antes da conclusão dos trabalhos da ANTT em torno da nova tabela de frete.

O prazo dado por Fux, porém, é considerado longo demais pelas empresas do agronegócio, que dizem enfrentar um nível inédito de insegurança jurídica e paralisia nos negócios. Há ainda impacto sobre os preços. O Ipea estima que os alimentos aumentarão 3,93% este ano, respondendo por 0,62 ponto porcentual na inflação do ano, estimada em 4,20%.

Numa tentativa de acelerar a discussão na Justiça, a Abiove e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) ingressaram no STF com um mandado de segurança com pedido de liminar, para que ao menos as instâncias inferiores da Justiça sejam liberadas para tomar decisões sobre o tabelamento. Protocolado durante o recesso parlamentar, esse pedido está com o ministro Alexandre de Moraes, que poderá ou não tomar uma decisão antes do dia 27.

Além de discutir a constitucionalidade do tabelamento, as empresas usuárias de transporte questionam se a atual tabela do frete está mesmo em vigor ou se foi revogada acidentalmente pelo governo. Outro ponto de discussão é que a tabela foi editada sem ser previamente discutida com a sociedade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Aprovada pelo Congresso na quarta-feira, 11, a medida provisória do frete foi comemorada pelos caminhoneiros, que dizem esperar que as empresas passem a seguir a tabela de preços para o transporte de cargas.

"Acabou a choradeira", disse o caminhoneiro Valdomiro de Quadros, de Cascavel (PR). Segundo ele, antes, os empresários tentavam "levar vantagem" na hora de calcular o custo. "Agora tem um valor X que serve de base." Sem falar em valores, ele disse que já viu diferença no valor do frete do Sul do País até Bragança Paulista (SP).

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O caminhoneiro Aislan Almeida Oliveira afirma que ainda há empresas se negando a seguir a tabela. "O jeito nesse caso é não aceitar pegar serviço."

A tabela em vigor foi editada no dia 30 de maio. Mas, de acordo com a MP, a definição dos preços mínimos ficará a cargo da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O tabelamento é criticado pelo agronegócio.

"Nosso trabalho é muito difícil e exige boa remuneração", justifica Almir César da Silva Medeiros, caminhoneiro de Cuiabá (MT). Ele cita situações sempre presentes que encarecem o serviço, como a má qualidade das estradas, o custo da alimentação e a falta de segurança.

Transportando cargas de Sul a Norte do Brasil há dez anos, o gaúcho Fabio Moraes de Araújo, de 30, acredita que a tabela, caso seja sancionada pelo presidente Temer, poderá não funcionar como esperado. "A maioria das transportadoras não quer pagar o preço mínimo."

Autônomo, Araújo citou como exemplo o preço do frete mínimo para os 1.150 km de Porto Alegre a São Paulo: R$ 6.700, conforme a tabela da ANTT. Segundo ele, as transportadoras se negam a pagar esse valor e oferecem a metade do preço.

Para ele, a medida pode criar um mercado paralelo. "Se tu não quiseres transportar a carga, outros transportam por um valor bem mais baixo."

O presidente do Sindicato das Empresas do Transporte de Cargas do Estado de Mato Grosso (Sindmat), Eleus Vieira de Amorim, declarou apoio à MP, embora o tabelamento tenha sido pleito dos caminhoneiros autônomos. "Quem mais contrata autônomo no País são as empresas de transportes rodoviários de cargas. Agora teremos que pagar um preço mínimo, mas também iremos receber um preço mínimo de frete."

Amorim disse que não acredita que o tabelamento do frete para o transporte de cargas vai trazer impacto no custo da cesta básica do brasileiro. "O mercado já estava praticando o preço mínimo", afirmou.

As duas maiores entidades do setor produtivo de Mato Grosso, a Federação Mato-grossense de Agricultura (Famato) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), são contrárias à MP.

"Teremos que ter cautela ao avaliar todos os pontos da MP. Algumas de nossas preocupações, como o retorno do caminhão vazio, sobre o qual teríamos que pagar caso o motorista não encontrasse frete de retorno, foi retirado da proposta", disse o presidente da Aprosoja, Antônio Galvan. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Deputados e senadores aprovaram nesta quarta-feira, 11, a Medida Provisória que permite o estabelecimento de preços mínimos para os fretes rodoviários. O texto vai agora à sanção do presidente Michel Temer. Foi incluída a anistia às multas de trânsito aplicadas aos caminhoneiros e empresas de transporte que não retiraram seus caminhões das rodovias entre os dias 21 de maio e 4 de junho deste ano.

Já para quem contratou fretes, a anistia a multas pelo não cumprimento da tabela foi maior, entre 30 de maio e 19 de julho.

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Sob pressão dos caminhoneiros no Congresso, Câmara e Senado votaram a MP no mesmo dia, com diferença de horas. O texto determina que os preços mínimos do frete devem refletir custos operacionais do transporte e devem ser divulgados a partir de regulamentação da Agência Nacional de Transportes Terrestres, incluindo custos referentes ao óleo diesel e aos pedágios.

A ANTT deverá publicar os preços mínimos levando em consideração as distâncias e especificidades de algumas cargas. A nova tabela deve ser publicada pela ANTT sempre que acontecer oscilação no preço do óleo diesel no mercado nacional - em mais de 10% em relação ao preço usado na planilha de cálculos dos preços mínimos.

O tabelamento de preços mínimos para o frete foi autorizado pelo presidente Michel Temer no fim de maio, em meio às negociações para o fim da paralisação dos caminhoneiros, que provocou uma crise de abastecimento no País. Depois de editada, a medida provisória foi questionada na Justiça, principalmente pelo agronegócio e pela indústria, que criticaram o aumento dos custos do deslocamento.

Em junho, o ministro Luiz Fux, relator das ações que questionam a proposta no Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os processos que tramitam em instâncias inferiores, até que tome uma decisão sobre a legalidade da medida e sobre se mantém ou suspende a MP.

O ministro já realizou duas audiências de conciliação entre os envolvidos , mas não houve acordo. Nova reunião sobre o tema no STF será feita no dia 27 de agosto - até lá, o ministro não deve decidir sobre as ações.

O texto aprovado nesta quarta-feira prevê ainda que os preços mínimos para o frete têm natureza vinculativa e, se forem desrespeitados podem levar o infrator a indenizar o transportador.

A emenda que prevê anistia para as multas e sanções aplicadas aos caminhoneiros durante a paralisação da categoria, entre o fim de maio e começo de junho, foi apresentada pelo deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP). O texto inclui anistia tanto às multas de trânsito - aplicadas pela Polícia Rodoviária Federal - quanto às multas resultantes de decisões judiciais.

Como o jornal O Estado de S. Paulo informou, Marquezelli é dono de uma transportadora e faz distribuição de produtos da Ambev. Ele negou o conflito de interesses e disse que a empresa hoje pertence aos filhos, embora se refira à companhia como se ainda fosse ao proprietário.

Ainda pela manhã, os caminhoneiros se reuniram com o relator do projeto na Câmara, deputado Osmar Terra (MDB-RS), e negociaram pontos para que o projeto pudesse entrar na pauta do dia. Uma das questões, segundo o caminhoneiro autônomo Wallace Landim, conhecido como "Chorão", foi a anistia das multas durante a greve de maio. Terra, porém, disse que o artigo da anistia será vetado pelo presidente Temer.

Responsável pelo pedido de multas às empresas que apoiaram a paralisação, a Advocacia-Geral da União (AGU) diz que a anistia pelo Congresso às punições aplicadas pela Justiça é inconstitucional devido à separação de Poderes. No período estipulado pela anistia, foram aplicadas pelo STF multas a cem empresas no valor de R$ 208,6 milhões.

STF

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, negou um pedido apresentado na última terça-feira, 10, à Corte que solicitava a suspensão da aprovação do parecer da Medida Provisória 832. O parecer foi aprovado na semana passada.

O pedido negado por Cármen foi feito pelo deputado federal Evandro Gussi (PV-SP). Segundo o parlamentar, integrante da comissão na qual o parecer foi aprovado, seu pedido de vista (mais tempo de análise) não foi respeitado no prazo completo.

"O exame preliminar e precário, próprio deste momento processual, conduz à constatação de não haver demonstração cabal de que o ato impugnado na presente impetração estaria eivado de ilegalidade ou abuso de poder a ser atribuído à autoridade apontada coatora", entende a presidente da Corte no exame do pedido liminar feito pelo deputado.

Cármen assinala que a jurisprudência do STF está consolidada no sentido de ser incabível a "judicialização de discussão de atos de natureza interna" no parlamento, "evitando-se, assim, tornar-se o Poder Judiciário instância de revisão de decisões do procedimento legislativo e da vida interna do Parlamento".

Reivindicações

A principal reivindicação dos caminhoneiros era a redução da carga tributária sobre o diesel. Os motoristas pediram a zeragem da alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Os impostos representavam quase a metade do valor do combustível na refinaria.

A Medida Provisória (MP) 832, a MP do Frete, poderá ser votada nesta terça-feira (10) no plenário da Câmara, segundo o relator da matéria, deputado Osmar Terra (MDB-RS). Ele ainda buscava um acordo com os representantes das empresas, principalmente os do agronegócio, para avançar com a proposta. O deputado acredita ter os votos necessários para a aprovação.

O parecer elaborado por Terra, que está na pauta da Câmara, atende à principal reivindicação dos caminhoneiros desde a greve de 1999, que é estabelecer pisos mínimos para o serviço de frete. O texto não diz o valor dos pisos. Determina que eles serão calculados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), levando em conta o tipo da carga, a distância, o preço do diesel e os custos de pedágio.

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Mas enquanto essa tabela não é elaborada, está em vigor outra tabela, editada em 30 de maio, que impõe aumentos de custos de 30% a 50% no agronegócio e também ameaça inviabilizar as atividades industriais que envolvem produtos de baixo valor. Os próprios caminhoneiros reconhecem que essa tabela contém exageros.

Na semana passada, depois ter ficado claro que o relator não abriria mão de estabelecer os pisos mínimos obrigatórios, as empresas passaram a negociar um perdão para a indenização devida aos caminhoneiros nos serviços realizados abaixo do preço de tabela. Estava sobre a mesa um acordo pelo qual eles não cobrariam as diferenças ocorridas no período entre 30 de maio e 20 de julho, em troca de uma rápida aprovação do texto. Havia ainda a possibilidade de atenuação das penalidades previstas no parecer de Terra.

Depois de aprovado no plenário da Câmara, o texto ainda precisa passar pelo plenário do Senado para ser convertida em lei. Se essas etapas não forem superadas até 7 de outubro, a MP perde validade e o tabelamento deixa de vigorar.

Os caminhoneiros pressionam para que a votação da MP seja concluída o quanto antes, porque sabem da dificuldade de reunir quórum para deliberação no Legislativo em período pré-eleitoral. Na prática, esta é a última semana de funcionamento do Congresso antes do recesso parlamentar. Na semana passada, diante do risco de um impasse, algumas lideranças ameaçaram uma nova paralisação.

Num esforço final de convencimento dos parlamentares, o presidente da Associação Brasileira de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, divulgou na segunda-feira, 9, um vídeo afirmando que o prejuízo "mais dramático" da MP do Frete recairá sobre a produção de 2019. "Ninguém sabe quanto vai custar o transporte, impedindo produtores e tradings de atuarem no mercado futuro para se protegerem contra oscilações de preço", disse. "Uma menor safra reduz o PIB e gera inflação." Entre as consequências negativas do tabelamento está a inflação, de acordo com o executivo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A segunda reunião no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tabela de preços mínimos de frete, realizada nesta quinta-feira (28), terminou sem acordo. Diante do impasse, o ministro Luiz Fux, relator do caso na Corte, informou ter mantido para 27 de agosto uma audiência pública sobre o assunto, somente após a qual irá proferir uma decisão.

Segundo o presidente da Confederação Nacional de Transportes Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, os caminhoneiros fizeram uma proposta de 20% de desconto sobre o preço que consta na tabela publicada em 30 de maio pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mas os representantes da indústria e do agronegócio não aceitaram a oferta.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux coordena  audiência de instrução do processo que questiona a legalidade da tabela de preços mínimos do frete para o transporte rodoviário de cargas. Participaram  representantes de governo,

Diante do impasse sobre a discussão da tabela de preços mínimos de frete, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux dará decisão final após audiência pública, no dia 27 de agosto - Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Não quiseram, de certa forma, nem tomar conhecimento, eles não trouxeram uma contraproposta”, relatou Bueno após a reunião. “A categoria [caminhoneiros] está dando demonstração clara de um entendimento para que não haja necessidade de uma nova paralisação”, acrescentou. Para ele, se a tabela for revogada pelo Supremo, será jogada "gasolina no fogo". 

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, afirmou ser “muito difícil” que os empresários concordem com uma tabela de preço mínimo. “O que nós queremos é uma livre negociação”, afirmou. “O empresário está sempre à disposição para negociar, discutir aquele preço que não sufoque o transportador, mas que também possibilite concorrer no mercado nacional e internacional.”

O chefe da assessoria jurídica da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Rudy Fernandes, disse não aceitar tabela e pediu urgência para que Fux delibere sobre o assunto até amanhã (29), antes do início do recesso do Judiciário. A entidade disse estimar em 12,1% o aumento no preço da cesta básica em decorrência dos preços mínimos do frete.

Ações diretas de inconstitucionalidade

Fux é o relator de três ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) contra a Medida Provisória 832, editada pelo governo em 27 de maio, que prevê uma tabela de frete mínimo para o transporte rodoviário.

As ações foram abertas pela Associação do Transporte Rodoviário do Brasil (ATR Brasil), que representa empresas transportadoras, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

As entidades alegam que a tabela fere os princípios constitucionais da livre concorrência e da livre iniciativa, sendo uma interferência indevida do governo na atividade econômica. Elas querem que seja concedida uma liminar (decisão provisória) suspendendo de imediato a vigência da tabela.

Manifestações

Ao editar a tabela, o governo atendeu a uma das reivindicações dos caminhoneiros, que paralisaram suas atividades por 11 dias no mês passado, provocando uma grave crise de abastecimento no país.

Em manifestação enviada ao STF, a Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu a validade da tabela. Para o órgão, a fixação do preço mínimo do frete tenta garantir valor adequado para a prestação do serviço, que deve ser compatível com os custos incorridos no transporte rodoviário de carga.

Neste mês, Fux suspendeu, a pedido da AGU, ao menos 53 ações contra a MP que tramitam em instâncias inferiores, enquanto o tema não é resolvido no STF. O procedimento visa evitar decisões judiciais conflitantes pelo país.

Também em manifestação enviada ao STF, a ANTT defendeu a tabela, apesar de se colocar flexível em “reavaliar” sua adoção. A agência, no entanto, destacou que se a MP for considerada inconstitucional, isso “lançará o país no mesmo caos em que se encontrava dias atrás”, durante a greve dos caminhoneiros.

De seu lado, os caminhoneiros alegam que há uma distorção no mercado e que, sem a tabela, não têm condições de cobrir os custos do serviço que prestam e ainda extrair renda suficiente para o próprio sustento.  

O corte de R$ 0,46 no preço do litro do diesel, que custará R$ 13,5 bilhões aos cofres públicos só este ano, corre o risco de ser anulado pelo aumento no custo do transporte. É o que diz o Sindicato Nacional das Empresas de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), atual Plural, em documento protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF). A entidade pede para ingressar como parte interessada na ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o tabelamento do frete, relatada pelo ministro Luiz Fux.

A petição frisa que os "enormes esforços" do governo para reduzir o preço do combustível "pode se esvair pelos dedos com o encarecimento do frete através de inconstitucional e descalibrada tabela de preços mínimos de frete" regulada pela Medida Provisória (MP) 832. "E pior, o prejuízo atingirá diretamente a população, pois ela também experimentará o aumento do custo da gasolina, do diesel e do etanol nas bombas."

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Segundo o Sindicom, a tabela com preços mínimos editada pelo governo eleva os custos de transporte em cerca de 50%. E eles representam aproximadamente R$ 0,23 por litro, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) citados no documento.

Na Região Norte, o valor chega a R$ 0,38. No caso da gasolina, o impacto do frete é de R$ 0,21 por litro na média nacional, e R$ 0,32 na Região Norte.

O diesel mais caro terá outro efeito, segundo o Sindicom: coloca a perder o objetivo original do frete mínimo, que é melhorar a remuneração do caminhoneiro. O combustível corresponde a 38% do custo do transporte.

Além de correr risco de pagar combustível mais caro, o consumidor já sente o efeito no preço dos alimentos. O impacto do aumento do frete no preço dos alimentos pode chegar a 7,1%, segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia).

Ela estima que a tabela do frete provocará perda de R$ 23 bilhões ao ano para o setor, "com a conseguinte perda de emprego e exportações adicionais." A entidade também pede ao STF para ingressar na ação como parte interessada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O tabelamento do frete está atrasando a entrega de fertilizantes para produtores rurais e o setor já prevê menor rentabilidade com a alta nos preços do produto. Como menos caminhões estão indo até os portos, o insumo importado que seria a carga na viagem de volta está parado nos navios. Segundo levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), dos 60 navios parados nos portos brasileiros, 35 estão com fertilizantes.

O diretor executivo da Associação dos Misturadores de Adubo do Brasil (AMA Brasil), Carlos Eduardo Florence, calcula que 60% das entregas previstas para este período do ano estão represadas - a maior parte do fertilizante consumido no País é importada. "Não há mais capacidade de armazenagem de fertilizantes nos portos. O volume que sai é insignificante. Com isso, vários navios estão parados e carregados de adubos", afirmou. "E ainda tem muito navio com fertilizante vindo para o Brasil."

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De acordo com a agência marítima Williams Brazil, de 1.º de junho até o dia 18, a quantidade de adubo prevista para ser descarregada nos portos brasileiros chegava a 5,143 milhões de toneladas - 36% para Paranaguá (PR), 22%, para Santos (SP) e 12,3% para Rio Grande (RS).

Segundo Florence, além de não estarem faturando com o insumo que deveria ser entregue, as empresas de defensivos estão arcando com prejuízos decorrentes da multa diária paga quando o embarque demora mais que o combinado.

Custo

No norte do Paraná, a demora na entrega de fertilizantes preocupa os produtores, já que o plantio da soja da safra 2018/2019 começa em outubro. Além desse atraso, a perspectiva é de que, mantido o atual patamar de valores do transporte, o preço dos insumos suba mais.

O gerente de logística da cooperativa Integrada, Celso Otani, diz que o frete para fertilizantes, que era de R$ 75 a tonelada antes do tabelamento, está entre R$ 100 e R$ 105 a tonelada. Ele explica que, em geral, o custo para transporte do insumo leva em consideração o fato de que ele é levado por caminhões que descarregaram grãos no porto e, para não voltar vazios, são carregados com adubo. A nova tabela de frete retirou essa vantagem, diz Otani.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, confirmou essa situação. "Os fertilizantes eram frete de retorno, mas agora viraram frete principal e tabelado", afirmou o ministro.

A cooperativa do norte do Paraná recebeu até agora 40% do volume que precisará de fertilizante para atender os cooperados de setembro e outubro, quando o ideal seria já contar com 50% do total. Segundo Otani, novos pedidos de adubo, que custam, em média, R$ 1.400 por tonelada, já estão sendo feitos com preços reajustados. Os custos da cooperativa com o transporte de grãos até o porto já aumentaram 20%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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