Tópicos | DF

O deputado estadual de Goiás Amauri Ribeiro (União Brasil) disse, na terça-feira (6), que "também deveria estar preso" por financiar acampamentos bolsonaristas contrários ao resultado das eleições. Em discurso no plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o parlamentar afirmou que, além de ter dado dinheiro para manifestantes favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro, participou de um acampamento e levou comida e água.

No discurso, o deputado respondeu a uma declaração do colega Mauro Rubem (PT), que anteriormente havia defendido a punição daqueles que estimularam atos antidemocráticos. O parlamentar bolsonarista também se referia à prisão do coronel Benito Franco, ex-comandante da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas). O policial foi preso pela Polícia Federal em abril, na décima fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.

##RECOMENDA##

"A prisão do Coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem desse Estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso, respondendo ao senhor deputado Mauro Rubem", disse, irônico. "Eu ajudei a bancar quem estava lá. Mande me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, sou um canalha, na visão de vocês. Eu ajudei, eu levei comida, eu levei água, eu dei dinheiro, eu acampei lá e também fiquei na porta. Porque sou patriota."

Ribeiro acrescentou que o dinheiro para financiar os protestos contra o resultado das eleições "não veio de fora, veio de gente que acredita nessa nação e que defende esse País e que não concorda com o governo corrupto e bandido".

PF investiga financiadores dos atos golpistas

A Polícia Federal deflagrou uma investigação sobre os atos golpistas de 8 de Janeiro com foco nos executores, financiadores, incitadores e organizadores dos ataques. Em 23 de maio, a corporação abriu a 12ª fase da Operação Lesa Pátria, que focou em agentes que teriam se omitido no controle de manifestantes extremistas em Brasília. A 11ª fase, no início do mês passado, mirou sobretudo em financiadores, entre eles empresários e produtores rurais.

Durante as diligências, os investigadores apreenderam um verdadeiro arsenal - cinco armas foram encontradas na casa de um só alvo, em Mato Grosso do Sul. Na residência de um investigado de Bauru, no interior paulista, a PF apreendeu R$ 48.850 e US$ 142.600 - o equivalente a R$ 704.444 mil.

Além da PF, uma CPMI no Congresso e uma CPI na Câmara Distrital, em Brasília, investigam os ataques antidemocráticos.

Reprimenda do partido

Em entrevista à CNN, o presidente do União Brasil e deputado federal Luciano Bivar (PE) afirmou que vai submeter o caso à análise da direção nacional do partido para que o correligionário seja repreendido. "Fomos surpreendidos com essa inominável declaração", disse Bivar. "O União repudia veementemente qualquer ato ou manifestação que agrida a democracia."

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os ataques às sedes dos Poderes em 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), disse nesta terça-feira (6) que cinco pessoas serão convocadas a prestar esclarecimentos para o colegiado. O ministro da Justiça, Flávio Dino, será convidado, de acordo com Maia.

"Fiz o requerimento de convocação para cinco dessas pessoas. E para o ministro Flávio Dino, em respeito à sua condição de ministro da República, estamos fazendo um convite. Falei com o ministro, tenho certeza de que ele virá", declarou o presidente do colegiado.

##RECOMENDA##

Os requerimentos de convocação e convite devem ser votados na quarta-feira (7). Estão na pauta as convocações de:

Anderson Torres - ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;

Mauro Cid - oficial do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;

Gonçalves Dias - general da reserva ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Luiz Inácio Lula da Silva;

Jorge Eduardo Naime Barreto - coronel da Polícia Militar do Distrito Federal e ex-chefe do Departamento de Operações da PMDF;

Saulo Moura da Cunha - ex-diretor-adjunto da Abin.

A CMPI está analisando seu plano de trabalho na manhã desta terça-feira. Quem o apresenta é a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentará, nesta terça-feira (6), o plano de trabalho do colegiado e um pacote com 30 requerimentos que devem ser os primeiros a serem analisados por deputados e senadores. Em reunião com integrantes do grupo na noite desta segunda-feira (5), ela firmou acordo para levar a plenário a convocação dos ex-ministros Anderson Torres e general Augusto Heleno, que atuaram na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Justiça e no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), respectivamente.

O acordo firmado pelos integrantes do colegiado descartou o convite de Bolsonaro já na primeira rodada de análise de requerimentos. Além das convocações, os parlamentares vão analisar a proposta de plano de trabalho formulada por Eliziane. Como mostrou a Coluna do Estadão, a senadora optou por iniciar a investigação por fatos anteriores aos atentados golpistas do dia 8 de janeiro deste ano.

##RECOMENDA##

A relatora pretende analisar os ataques ocorridos no centro de Brasília no dia 12 de dezembro do ano passado, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Também entrará na mira dos parlamentares da CPMI os acampamentos golpistas na frente de quartéis do País que cobraram por intervenção militar após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.

A análise de fatos anteriores ao 8 de janeiro ajuda a acalmar a CPMI já conflagrada, que tem servido de palco para parlamentares governistas e de oposição apresentarem suas versões sobre os fatos ocorridos no início deste ano. Como mostrou o Estadão, a CPMI vive em clima de "guerra de requerimentos" propostos por apoiadores do presidente Lula e do ex-presidente Bolsonaro. Até a noite desta segunda, 5, 761 documentos já haviam sido protocolados no site do Senado.

Na semana passada, a Mesa Diretora da CPMI decidiu estabelecer um esquema reforçado de sessões que deve elevar para até três reuniões semanais a quantidade de encontros para ouvir testemunhas e aprovar as centenas de requerimentos. O número de encontros foi pleiteado pelos parlamentares que integram a CPMI por considerarem que apenas uma reunião semanal seria insuficiente para avançar na agenda definida.

A sessão marcada para ocorrer na quinta-feira, dia 1º, foi desmarcada por causa da ordem do dia no Senado para votar a Medida Provisória dos Ministérios. O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), e Eliziane se reuniram na quarta-feira (31) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir questões técnicas de funcionamento do grupo, como as salas em que serão realizadas as sessões e onde ficará situada a assessoria técnica do grupo.

Além do poder de polícia que detêm durante a investigação, os parlamentares que integram a CPMI contarão com o apoio de membros da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal aos técnicos que se dedicarão ao grupo.

Segundo Eliziane, a primeira etapa das investigações deve se concentrar nos depoimentos e na requisição de informações a órgãos públicos. A relatora afirmou que os requerimentos de quebra de sigilo bancário e telemático devem ser apreciados em uma segunda fase do colegiado para municiar novas convocações e convites.

O deputado bolsonarista André Fernandes (PL-CE) disse em depoimento à Polícia Federal que publicou nas redes sociais uma foto da porta do armário de togas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arrancada por vândalos no dia 8 de janeiro, como uma 'crítica ao ativismo judicial'.

Ele compartilhou a imagem com a legenda "Quem rir, vai preso". A publicação foi apagada minutos depois. O deputado disse ter percebido que a postagem poderia ser 'mal interpretada'. Fernandes negou, no entanto, que fosse um ataque pessoal ao ministro.

##RECOMENDA##

O deputado também foi questionado sobre outra publicação, feita antes dos protestos. Ele divulgou, no dia 6 de janeiro, o ato que resultou na invasão do Palácio do Planalto e dos prédios do STF e do Congresso Nacional. "Neste final de semana acontecerá, na Praça dos Três Poderes, o primeiro ato contra o governo Lula. Estaremos Lá", disse.

Em depoimento, André Fernandes afirmou que a informação havia sido veiculada em um portal conservador, mas que ele próprio não compareceu aos protestos. Afirmou ainda que 'não possui insatisfações com os Poderes hoje constituídos na República', que não acredita na narrativa de que houve fraude na eleição e que não concorda com as tentativas de golpe.

"Em nenhum momento convidou, estimulou ou convocou manifestações em frente aos quartéis e a ocupação de prédios e a depredação de patrimônio não se trata de ação democrática", diz um trecho do termo de depoimento.

A Polícia Federal concluiu que André Fernandes incitou os atos golpistas. Ele foi um dos autores do pedido da CPI do 8 de janeiro. As conclusões da PF foram enviadas ao STF. Cabe agora à Procuradoria-Geral da República (PGR) dizer se vê elementos para denunciar o deputado. Moraes deu 15 dias para o órgão apresentar um parecer.

O secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, e o coordenador do grupo de trabalho da Câmara sobre o assunto, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), disseram em seminário na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que acreditam que as resistências finais em relação à proposta estão sendo eliminadas. 

Reginaldo Lopes voltou a dizer que o novo imposto resultante da reforma poderá ser dual e com três alíquotas. Ele explicou que o novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) poderá ter uma versão federal e outra subnacional (de estados e municípios), para evitar desconfianças entre os entes federativos.

##RECOMENDA##

  “Talvez ele tenha que ser dual porque você tem que fazer uma transição para romper as desconfianças federativas. Para, no futuro, a gente chegar à conclusão de que o melhor seria um único IVA [Imposto sobre Valor Agregado], superadas as desconfianças entre nós”, disse Lopes.

Em relação às alíquotas, além da alíquota de referência, que o governo tem falado em 25%; poderia ser fixada uma alíquota de “equilíbrio” para setores como saúde e educação, e uma alíquota zero. Lopes chegou a citar 15% como alíquota de equilíbrio.

Já o secretário Bernard Appy citou as resistências dos grandes municípios. “Os grandes municípios estão querendo manter o ISS separado do ICMS. Não tem hoje nenhum país relevante que faça essa separação fora o Brasil. Estamos mais de 50 anos atrasados neste debate. E é impossível, na nova economia, separar mercadoria de serviço. Problema que já existe hoje e vai ficar pior ao longo do tempo”, afirmou. 

O novo IBS eliminaria 5 tributos: IPI, PIS, Cofins, ICMS estadual e ISS municipal.  Cashback O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, defendeu a reforma tributária, mas expôs uma divergência. “É preciso que, no texto da reforma, estejam contemplados mecanismos eficazes que reduzam essa desconfiança. E certamente não será a implantação de um cashback que levará a isso. Só vai aumentar a desconfiança”, declarou.

O cashback seria um mecanismo para devolver o IBS pago pelos contribuintes em relação a alguns produtos, como alimentos básicos.  O deputado Reginaldo Lopes disse que é favorável ao mecanismo. “Eu acho que isso é revolucionário por uma questão simples. Para a consciência fiscal daquele cidadão. Ele vai ter certeza que paga. Vai olhar e falar: prefeito, eu quero uma educação melhor para o meu filho, quero merenda, assistência, infraestrutura. Isso é cidadania plena, cidadania cultural, cidadania financeira, cidadania fiscal.” 

Relator afirma que reforma tributária deve ser votada até o final de junho na Câmara O secretário Bernard Appy disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quer entrar pessoalmente na discussão da reforma nos próximos dias para levar o tema ao Plenário da Câmara dos Deputados ainda no mês de junho. A reforma tributária é tema das PECs 45/19 e 110/19.

*Da Agência Câmara de Notícias 

 

A governadora Raquel Lyra participou, nesta quarta-feira (24), da 14° reunião do Fórum Nacional de Governadores, ocorrida em Brasília, no Distrito Federal. A reunião teve como objetivo discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, além de outros temas de interesse nacional.

Após o encontro, a governadora defendeu que seja apresentada maior clareza sobre a matéria para aprofundar o debate. "Estamos reunidos para criar consensos sobre o tema da reforma tributária. Esse é um assunto que pode ser debatido, também, durante os encontros regionais que acontecem entre os governadores do Nordeste, por exemplo. Essa foi uma proposta que levei na reunião para que seja possível ter mais clareza sobre o posicionamento que iremos adotar sobre essa questão tão fundamental.

##RECOMENDA##

Segundo levantamento feito pela própria Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária, Pernambuco é um dos estados que mais perde em projeção de crescimento no Brasil. Então precisamos para garantir o crescimento no Brasil e, de forma mais específica, o desenvolvimento de Pernambuco", pontuou Raquel Lyra.

Atualmente, duas PECs tramitam na Câmara dos Deputados (PEC 45/2019) e no Senado Federal (PEC 110/2019). Durante a reunião, os chefes do Executivo estaduais apresentaram alguns pleitos. Entre os quais, o acesso ao texto da matéria constando o detalhamento da proposta de reforma tributária, esclarecendo o modelo do Imposto de Valor Agregado a ser adotado e o financiamento do Fundo de Desenvolvimento Regional. Um novo encontro do Fórum será marcado para que os governadores voltem a discutir o reequilíbrio das contas.

Além dos gestores estaduais, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy e membros do grupo de trabalho da reforma também participaram do encontro.

*Da assessoria 

Em agenda realizada em Brasília nesta terça-feira (23), a governadora Raquel Lyra dialogou sobre as possibilidades de captação de recursos para o desenvolvimento de Pernambuco. Em encontro com líderes do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), a chefe do Executivo estadual conversou sobre a prospecção de projetos em áreas como segurança hídrica, energia, infraestrutura rodoviária e mobilidade urbana. 

“Estive em Brasília, em conversa com o Banco Mundial, para buscar recursos em projetos capazes de melhorar a condição de vida dos pernambucanos, além de elevar a competitividade do Estado”, destacou a governadora Raquel Lyra. 

##RECOMENDA##

No encontro, a chefe do Executivo também tratou sobre dois projetos já pré-aprovados pelo Banco Mundial. Um deles foi o Programa de Saneamento Rural do Estado de Pernambuco (Prosar), que tem o objetivo de realizar projetos e obras voltadas para o aumento e melhoria do abastecimento de água da população rural de regiões do Estado.

E o outro foi o Pernambuco Agroecológico, que visa transformar os sistemas produtivos dos agricultores familiares do Estado em sistemas agroecológicos e orgânicos.

Acompanharam a governadora na agenda os secretários estaduais Fabrício Marques Santos (Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional) e Diogo Bezerra (Projetos Estratégicos). O Banco Mundial esteve presente com a equipe formada por Johannes Zutt, diretor do Brasil para o Banco Mundial; Sophie Naudeau, gerente de Operações; Luis Alberto Andres, líder setorial de Infraestrutura, e Renato Nardello, líder Escorial do desenvolvimento sustentável.

*Da assessoria 

Parlamentares da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já ocupam 11 das 32 vagas da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas. Fazem parte desta lista aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como ex-ministra e senadora Damares Alves (PL-DF) e o diretor-geral da Abin, deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).

A comissão foi criada mês passado com o objetivo de investigar os ataques e invasões aos prédios dos três Poderes. A previsão é que ela seja instalada na próxima quinta-feira, dia 25.

##RECOMENDA##

Os apoiadores de Lula, anteriormente contrários ao requerimento, buscam responsáveis pela omissão que levou aos atos de vandalismo no Planalto, no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF) e também culpam deputados alinhados a Bolsonaro.

O governo, no entanto, se viu obrigado a mudar de posição após a divulgação de imagens do agora ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias dentro do Palácio do Planalto durante os ataques.

Dos 32 integrantes da CPI (16 deputados e 16 senadores), governistas calculam que conseguem indicar 20 nomes.

Confira lista do parlamentares que fazem oposição a Lula na CPMI:

Senadores:

- Marcos do Val (Podemos-ES)

- Esperidião Amin (PP-SC)

- Damares Alves (Republicanos-DF)

- Eduardo Girão (Novo-CE)

- Magno Malta (PL-ES)

Deputados:

- Carlos Sampaio (PSDB-SP)

- Aluisio Mendes (Replubicanos-MA)

- Rodrigo Gambale (Podemos-SP)

- André Fernandes (PL-CE)

- Delegado Ramagem (PL/RJ)

- Filipe Barros (PL-PR)

Vagas em aberto

A composição da CMPI ainda não está completa. Nesta quinta-feira, 25, os membros votarão para eleger o presidente da comissão, que então indicará o relator. A decisão é preestabelecida em acordo - o deputado Arthur Maia (União-BA) e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) eram cotados para assumir, respectivamente, a Presidência e a relatoria da CPMI. No entanto, como mostrou a Coluna do Estadão, o nome de Braga já não é certo para ocupar o posto.

Além delas, há outras duas vagas sem preenchimento no Bloco Parlamentar Democracia, composto por União Brasil, MDB, Podemos, PDT, PSDB, no Senado Federal. Na Câmara dos Deputados, a única vaga em aberto é a do Bloco União Brasil, PP, Federação PSDB-Cidadania, PDT, PSB, AVANTE, Solidariedade e Patriota.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal deu início nesta terça-feira, 16, em sessão virtual, ao julgamento que pode tornar réus mais 250 denunciados por atos golpistas de 8 de janeiro. Os ministros analisam a quinta leva de acusações da Procuradoria-Geral da República sobre supostos incitadores do levante radical que deixou rastro de destruição na Praça dos Três Poderes.

Assim como ocorreu nos outros quatro julgamentos sobre acusações pelos atos de 8 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, relator, defendeu a abertura de ações penais a partir das 250 denúncias sob crivo do Plenário virtual.

##RECOMENDA##

A sessão - na qual os ministros podem depositar seus votos à distância - tem previsão de terminar na próxima segunda-feira, 22.

A expectativa é a de que o julgamento termine com placar igual aos anteriores - 8 a 2 pelo recebimento das acusações, com votos divergentes dos ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça. Caso sejam abertos os novos 250 processos sobre a ofensiva antidemocrática, o número de réus chegará a 1045.

Ao todo, foram apresentadas mais de 1,3 mil denúncias, uma contra cada investigado detido em meio à depredação do 8 de janeiro e no dia seguinte, no acampamento montado em frente ao QG do Exército em Brasília.

O Supremo analisa o recebimento das acusações em blocos, semanalmente.

Já as investigações quanto a autores intelectuais e financiadores dos crimes ainda não foram concluídas, assim como a apuração sobre suposta 'omissão' de autoridades ante os atos de vandalismo - essa parte da apuração atinge o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o governador do DF Ibaneis Rocha.

Com o recebimento das denúncias, as defesas são intimadas a se manifestar sobre as acusações da Procuradoria-Geral da República e dá-se início à instrução das ações penais, com depoimentos e coleta de provas. Essa fase deve ocorrer ainda perante o Supremo. As ações penais já abertas pelo STF devem ser abastecidas com informações extraídas em celulares apreendidos com os acusados presos em 8 de janeiro.

Nesta segunda-feira, 15, Alexandre de Moraes autorizou a Polícia Federal a acessar os aparelhos e rastrear dados que podem ser úteis não só à instrução dos processos no STF, mas também às investigações sobre financiadores.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal autorizou a Polícia Federal a acessar e extrair informações dos celulares apreendidos com extremistas presos em flagrante na esteira do quebra-quebra do 8 de janeiro. Segundo o ministro, as informações têm 'inequívoca relevância' não só para instrução das 795 ações penais abertas contra executores e incitadores da ofensiva democrática, mas também para abastecer as investigações sobre 'autoridades omissas' e financiadores do levante radical.

Em despacho assinado nesta segunda-feira (15) o ministro do STF apontou que os elementos de prova colhidos até o momento nas investigações sobre o 8 de janeiro 'revelam fortes indícios de prática de delitos por pessoas presas em flagrante nos atos, sendo indispensável a obtenção dos dados telemáticos para a completa elucidação dos fatos, sobretudo para evitar o desaparecimento de provas e possibilitar a continuidade da investigação em curso'.

##RECOMENDA##

Além disso, segundo Alexandre, o acesso a dados armazenados na 'nuvem' dos aparelhos pode esclarecer as circunstâncias envolvendo 'as ações dos presos e denunciados como forma de estimular e fomentar o 8 de janeiro para atentar contra o abolirem o Estado Democrático de Direito'.

A decisão atende a um pedido da Polícia Federal. A corporação sustentou que a extração dos dados dos aparelhos celulares apreendidos com os golpistas serviria para a colheita de informações com o potencial de instruir as ações penais abertas no STF sobre os atos de 8 de janeiro. Até o momento, 795 radicais, entre executores e incitadores, figuram como réus pela ofensiva antidemocrática.

Para os investigadores, os dados podem 'corroborar a vinculação dos proprietários' dos aparelhos aos fatos ocorridos em 8 de janeiro. Além disso, as informações também poderão trazer provas para abastecer os inquéritos sobre financiadores dos atos radicais e 'autoridades omissas' ante o levante.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participa de audiência pública na quarta-feira (17), às 11h, para falar sobre as ações planejadas pela pasta para os próximos dois anos. O debate é uma iniciativa conjunta das comissões de Ciência e Tecnologia (CCT), Educação (CE) e Infraestrutura (CI).

A reunião atende a requerimentos dos senadores Carlos Viana (Podemos-MG), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Confúcio Moura (MDB-RO). Eles pedem informações sobre projetos ligados à popularização da ciência; sobre estratégias para melhoria da infraestrutura tecnológica; e a previsão da ampliação da conectividade e transformação digital das cidades.

##RECOMENDA##

Engenheira Eletricista, graduada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luciana Santos é a primeira mulher a ocupar o posto de ministra da Ciência e Tecnologia. Foi presidente do Instituto de Pesos e Medidas de Pernambuco (IPEM), deputada estadual, prefeita de Olinda, secretária estadual de Ciência,Tecnologia e Meio Ambiente, deputada federal e vice-governadora de Pernambuco. 

A reunião será interativa, transmitida ao vivo e aberta à participação dos interessados por meio do portal e-cidadania, na internet, em senado.leg.br/ecidadania ou pelo telefone da ouvidoria 0800 061 22 11. 

Como participar

O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e‑Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis. 

*Da Agência Senado

O coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, pediu nesta sexta-feira (12) para deixar a prisão. A solicitação foi feita ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a soltura do ex-ministro Anderson Torres. 

O ex-comandante foi preso por determinação de Moraes logo após os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. A defesa argumenta que o coronel é investigado pelos mesmos fatos que Anderson Torres e não há sentido na manutenção de sua prisão. 

##RECOMENDA##

"Todos os policiais militares que supostamente estariam envolvidos nos acontecimentos do dia 8 de janeiro último já foram ouvidos, inexistindo presumida influência que Naime teria sobre os demais. A revogação da prisão preventiva em nada atrapalharia a lisura das investigações e a colheita de prova. Naime possui residência fixa e vínculo com o Distrito Federal, atuando há décadas de modo exemplar na Polícia Militar", disse a defesa.

  Torres

Na quinta-feira (11), Moraes mandou soltar o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do DF Anderson Torres. Pela decisão, em troca de prisão preventiva, Torres deverá usar tornozeleira eletrônica. 

Moraes também determinou que o ex-ministro deverá cumprir recolhimento domiciliar no período noturno e aos finais de semana. No despacho, o magistrado também determinou que Torres está proibido de usar as redes sociais, além de ter cancelado seu porte de armas e proibido a sua comunicação com os demais investigados.

O gerente de postos de combustíveis George Washington de Oliveira Sousa e o ex-taxista Alan Diego dos Santos Rodrigues foram condenados nesta quinta-feira (11) pela tentativa de atentado a bomba no aeroporto de Brasília em 24 de dezembro do ano passado.

George Washington pegou nove anos e quatro meses de prisão e Alan Diego foi sentenciado a cinco anos e quatro meses, ambos em regime inicial fechado. Eles já estavam presos preventivamente e não vão poder aguardar os recursos em liberdade.

##RECOMENDA##

A condenação é por três crimes:

1) expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outro (ambos);

2) Causar incêndio em combustível ou inflamável (ambos);

3) Porte ilegal de arma de fogo e artefato explosivo ou incendiário (apenas George Washington).

A decisão é do juiz Osvaldo Tovani, da 8.ª Vara Criminal de Brasília, que destacou que o crime foi premeditado.

"Os acusados se conheceram no acampamento montado em frente ao QG do Exército, onde permaneceram por longo período, e há informação de que as emulsões explosivas vieram do Pará, a pedido do acusado George, na posse de quem foram apreendidas cinco emulsões explosivas", escreveu.

A denúncia do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) atribuiu a George Washington a montagem da bomba e a Alan Diego a instalação do explosivo em um caminhão de combustível, carregado de querosene de aviação. A perícia apontou que o artefato não explodiu por um erro de montagem.

A sentença afirma que, embora o atentado tenha fracassado, o crime foi 'consumado'.

"Em que pese não ter havido detonação da carga explosiva e, por consequência, a explosão, segundo a perícia, por erro de montagem, trata-se de crime consumado, o que afasta a tese de crime impossível", diz outro trecho da decisão. "O conjunto probatório é seguro para a condenação."

O juiz também decidiu mantê-los presos preventivamente. Ele considerou que o caso demonstra 'periculosidade concreta'. "Presente, ainda, a necessidade de preservar a ordem pública", argumentou.

A investigação apontou eles se conheceram no acampamento montado por bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, onde o atentado teria sido planejado. O motorista do caminhão percebeu a bomba e chamou a Polícia Militar, que detonou o explosivo.

O objetivo do grupo, segundo o MP, era 'causar comoção' social para justificar uma intervenção das Forças Armadas.

O terceiro envolvido no caso, Wellington Macedo de Souza, não foi julgado pelo juiz. Isso porque o processo foi desmembrado.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ironizou nesta quarta-feira, 10, as visitas de deputados e senadores bolsonaristas aos presos por envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro e a preocupação recente com as condições do sistema penitenciário.

"Terem esses parlamentares descoberto que existem presídios no Brasil e que suas condições são precárias de fato talvez seja um ganho, um raro ganho, que talvez se possa ter em um episódio como esse (atos golpistas)", afirmou no plenário. "Parlamentares visitando presídios eram muito raros."

##RECOMENDA##

O decano afirmou que uma parcela da população, que antes espalhava um discurso punitivista sobre a criminalidade, parece ter despertado para a precaridade dos presídios.

"Alguma coisa de bom este episódio terá propiciado", afirmou. "Sobretudo para essas pessoas certamente a gente pode dizer que eles descobriram os presídios. Aqueles que diziam que direitos humanos só existem para homens direitos, agora viram as condições dos presídios", seguiu.

Quando foi presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre 2008 e 2010, Gilmar Mendes criou os chamados mutirões carcerários, projeto de inspeção dos estabelecimentos prisionais e uma tentativa de garantir maior controle das prisões, sobretudo as processuais que se alongam excessivamente.

Relator das investigações sobre os protestos golpistas na Praça dos Três Poderes, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que o interesse de 'alguns' parlamentares é político.

"Não por motivos humanitários, mas por motivos políticos, eu diria politiqueiros, houve um momento de visita aos presídios por parte de alguns parlamentares", disse.

Foi Moraes quem autorizou, na semana passada, a visita de senadores ao ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, no 19º Batalhão de Polícia Militar. Ele está preso preventivamente desde 14 de janeiro.

As primeiras comitivas de parlamentares estiveram com Torres no último final de semana. Após a visita, disseram que o ex-ministro 'chora o tempo todo' e está 'detonado' na prisão.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter o ex-ministro da Justiça Anderson Torres preso no 19º Batalhão de Polícia Militar. A determinação ocorreu após um laudo psiquiátrico informar que Torres está em "bom estado geral" e não precisa ser transferido para o hospital penitenciário.

Na mesma decisão, Moraes autorizou a visita de 38 senadores ao ex-ministro - com a limitação de cinco senadores por visita, que devem ser realizadas somente aos finais de semana. Entre os senadores que foram autorizados a visitar Torres estão Sergio Moro (União-PR), Rogério Marinho (PL-RN), Tereza Cristina (PP-MS), Izalci Lucas (PSDB-DF), Damares Alves (Republicanos-DF), Magno Malta (PL-ES) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS).

##RECOMENDA##

O partido Novo decidiu entrar com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) para não ficar fora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que deve investigar os ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro.

A bancada do partido na Câmara, com 3 integrantes, reivindica o direito de indicar um representante para a vaga de "rodízio" da CPMI. Ou seja, uma cadeira reservada a partidos minoritários.

##RECOMENDA##

A cúpula do Congresso, porém, excluiu a sigla da partilha das vagas na comissão sob o argumento de a legenda não tem tamanho para ter uma estrutura de liderança de bancada, o que a impede de ter representante na CPMI.

A petição enviada ao STF, datada desta sexta-feira, 5, pede que "seja concedida a ordem, para assegurar o direito dos partidos que não atingiram a cláusula de barreira, grupo em que está inserido o partido Novo, de indicar representante, na vaga destinada ao rodízio das bancadas minoritárias de Deputados Federais para a CPMI dos atos de 8 de janeiro e o direito de este representante participar dos atos da comissão como membro pleno". A peça é assinada pela advogada Ana Carolina Sponza Braga e pelo advogado Rodrigo Saraiva Marinho.

O líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse nesta sexta-feira (5) que recorrerá contra a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que enfraqueceu o grupo na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os ataques às sedes dos Poderes em 8 de Janeiro.

Pacheco indeferiu apelação de Marinho contra uma manobra regimental de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) parar tirar do bloco liderado pelo PL uma vaga na CPMI e a dar ao bloco do PT. A decisão do presidente do Senado foi publicada mais cedo no Diário do Congresso Nacional.

##RECOMENDA##

O novo recurso de Marinho será à Comissão de Constituição e Justiça do Senado. De acordo com ele, a interpretação do regimento que validou a manobra de Randolfe foi casuísta. O senador, porém, disse que não deve haver judicialização do caso .

"Espero que não seja uma manobra de procrastinação da CPMI", disse Marinho a jornalistas. Ele afirmou que só uma "catástrofe do ponto de vista legal" impediria a instalação da CPMI, e que a oposição fará sua parte para não haver "desculpa" que impeça a comissão de funcionar.

O presidente do Senado leu o requerimento de criação da CPMI na sessão do Congresso Nacional, que reúne senadores e deputados, de 26 de abril.

Os opositores querem a CPMI para tentar emplacar a versão de que o governo foi negligente com a segurança naquele dia e, por isso, também tem responsabilidade sobre os ataques. Marinho disse que ministro da Justiça, Flávio Dino, precisa comparecer à CPMI para explicar o "apagão" na área.

Governistas, nas últimas semanas, passaram a se dizer favoráveis à investigação. A estratégia seria construir maioria na CMPI e usar a comissão para aumentar a pressão sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo político.

O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rejeitou pedidos da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e confirmou o enfraquecimento do grupo na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que deve ser instalada para investigar os ataques às sedes dos Poderes em 8 de Janeiro. A decisão foi publicada na edição desta sexta-feira, 5, do Diário do Congresso Nacional.

A comissão tem 32 vagas para titulares, sendo 16 da Câmara e 16 do Senado. Caso a apelação fosse atendida por Pacheco, os opositores de Lula poderiam ter duas vagas a mais, uma na cota de cada Casa. As cadeiras são divididas de acordo com o tamanho dos blocos partidários.

##RECOMENDA##

No Senado, Randolfe Rodrigues, único representante da Rede, trocou o partido de bloco. Isso levou a um recálculo do número de vagas que cada grupo teria na Casa Alta. Aliados de Lula ganharam uma nova vaga à custa de uma que seria do bloco liderado pelo PL, partido de Jair Bolsonaro.

Na Câmara, pesou contra a oposição o entendimento de que partidos sem estrutura de liderança não podem ter representação. Isso excluiu da conta o Novo, cuja bancada é pequena demais para ter acesso a essa estrutura.

Os protestos da oposição começaram no dia em que foi lido o requerimento de criação da CPMI, 26 de abril. Havia expectativa de Pacheco resolver as questões na terça-feira, 2 de maio, mas isso não foi feito. No mesmo dia, governistas começaram a dizer que a comissão poderia demorar duas semanas para ser instaurada.

A decisão de Pacheco é imprescindível para o andamento da CPMI porque só com a distribuição de vagas entre os blocos resolvida os partidos poderão indicar os integrantes da comissão.

Sandra de Moraes Gimenes Bosco, professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), foi demitida por ter participado dos atos de 8 de janeiro, em Brasília, quando radicais invadiram e depredaram dependências do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal.

Ela teria divulgado no seu perfil do Facebook um chamado para a caravana que saiu de Bauru, no interior paulista, em direção à capital do País. A publicação foi apagada, mas a docente foi apontada como uma suposta organizadora da excursão.

##RECOMENDA##

Nas redes sociais, Sandra se manifesta como entusiasta do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ela não está entre os que foram presos em Brasília e agora figuram como réus perante o Supremo Tribunal Federal.

De acordo com o seu advogado, Rodrigo Saliba, o fundamento usado pela Unesp 'é de que os atos que ela cometeu recairiam na proibição, contida no Estatuto do Servidor, de proceder na vida privada de forma que se honre a função pública'.

Trata-se de uma das condutas descritas como 'deveres do funcionário' no Estatuto do Servidor do Estado de São Paulo.

A demissão, arbitrada em processo administrativo disciplinar, foi publicada no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira, 28. Na terça, 2, começou a correr o prazo de 30 dias para recurso ao Conselho Universitário. Saliba afirma que vai recorrer.

Em nota, a Universidade diz que o processo disciplinar 'respeitou o princípio constitucional da ampla defesa'.

Sandra é médica veterinária e doutora pela própria Unesp. Ela era professora da instituição desde 2010, e dava aula nos cursos de Medicina Veterinária, Zootecnia, Biomedicina, Medicina, Enfermagem, Nutrição e Ciências Biológicas, além de atuar na pós-graduação.

COM A PALAVRA, A UNESP

A reportagem entrou em contato com a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, por meio de sua Assessoria de Imprensa. A entidade reiterou a nota já divulgada no sábado, 29.

Nota sobre aplicação da pena de demissão a docente

Em relação à pena de demissão aplicada à professora Sandra de Moraes Gimenes Bosco, do Instituto de Biociências do câmpus de Botucatu, foi caracterizada infração disciplinar de natureza gravíssima, após criteriosa apuração ocorrida no âmbito do Processo Administrativo Disciplinar, instaurado pela unidade universitária em decorrência da participação da docente nos atos de 8 de janeiro de 2023. O referido processo, iniciado em 10 de janeiro, respeitou o princípio constitucional da ampla defesa, o que foi atestado pela Assessoria Jurídica da Universidade, e propôs ao reitor a demissão da servidora após a constatação da violação de deveres funcionais previstos no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado. A servidora tem direito a recorrer da decisão no Conselho Universitário.

A Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (2) que não vê necessidade de transferir o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, para o hospital penitenciário.

O parecer enviado pelo comandante-geral da PM do DF, coronel Klepter Rosa, é baseado em relatórios da equipe que presta atendimento médico aos presos. O documento afirma que as instalações 'parecem adequadas para o estado atual de saúde mental' do ex-ministro.

##RECOMENDA##

A Gerência de Serviços de Atenção Primária Prisional, órgão vinculado à Secretaria de Saúde do DF, concluiu que o quadro de Anderson Torres 'exige acompanhamento frequente', mas descartou a transferência neste momento.

"Entretanto, uma vez que se perceba alguma intenção para o auto-extermínio, o local realmente não será adequado pois há muita privacidade, principalmente durante a noite, e múltiplos objetos dos cômodos em que se encontra podem ser usados como esse objetivo", diz o relatório.

Anderson Torres está preso em uma Sala de Estado Maior no Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal. A prisão preventiva foi decretada na investigação sobre o papel de autoridades nos atos golpistas do dia 8 de janeiro e dura mais de 100 dias. Ele era secretário de Segurança do Distrito Federal quando os golpistas invadiram e depredaram prédios públicos na Praça dos Três Poderes.

A defesa do ex-ministrou voltou a pedir nesta terça a liberdade provisória. Um dos argumentos é que a prisão preventiva não deveria se alongar indefinidamente e poderia ser substituída por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira.

Outro ponto levantado é que ele não é mais secretário de Segurança e, portanto, não poderia usar o cargo para tentar obstruir a investigação. O ex-ministro é a última autoridade presa no inquérito.

Os advogados também insistem que Torres está cada vez mais deprimido. Pessoas próximas ao ex-ministro afirmam que uma de suas principais inquietações é ficar longe da família. Uma das manifestações enviada pela defesa ao STF cita um sentimento de 'desânimo com a vida'.

A defesa também contradiz o parecer da PM. Os advogados transcrevem um laudo atribuído à psiquiatra que atendeu o ex-ministro no final do mês passado. A médica teria recomendado a internação domiciliar diante do 'risco de tentativa de auto-extermínio'.

Cabe ao ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação, decidir se flexibiliza ou não a prisão do ex-ministro. A defesa pede que ele reconsidere a decisão que negou a liberdade provisória ou envie o caso para análise no plenário do STF.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando