Tópicos | DF

Mensagens obtidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) mostram como o comando da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) trocou mensagens antidemocráticas e notícias falsas sobre a eleição. Eles discutiram, inclusive, alternativas golpistas para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

As conversas fundamentaram a denúncia oferecida pela PGR contra sete oficiais, a maioria coronéis, patente mais alta na hierarquia da corporação. Eles são acusados no Supremo Tribunal Federal (STF) de crimes como omissão, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito por supostamente fomentarem um levante contra o resultado da eleição. A denúncia afirma que a cúpula da PM do Distrito Federal foi "contaminada ideologicamente".

##RECOMENDA##

Veja a lista dos denunciados:

- Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal;

- Coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-subcomandante da corporação;

- Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante do Departamento de Operações;

- Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, chefiou interinamente o Departamento de Operações no 8 de janeiro;

- Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF;

- Major Flávio Silvestre de Alencar;

- Tenente Rafael Pereira Martins.

As mensagens falam sobre voto impresso, intervenção militar para anular o resultado da eleição e apoio das Forças Armadas a Bolsonaro, criticam o Supremo Tribunal Federal e reproduzem teorias conspiratórias de fraude nas urnas.

No dia 1º de novembro, quando a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia sido conquistada nas urnas, o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-chefe do 1º Comando de Policiamento Regional do DF, envia uma foto de Bolsonaro com a legenda: "a cara de quem tem as cartas na manga".

Os oficiais também compartilham diversos áudios, vídeos e textos falsos sobre a eleição e código-fonte das urnas. Rodrigues chega a afirmar que o conteúdo "pode não comprovar nada, mas vai acirrar os ânimos". O major Flávio Silvestre de Alencar afirma que seria "ilusão acreditar em eleições limpas". Um policial identificado como Márcio Gomes escreve que a "única chance" de Bolsonaro era, como o apoio das Forças Armadas, "frear os desmandos do STF e restabelecer a ordem, marcando novas eleições com voto auditável".

No final de dezembro, quando bolsonaristas estavam há mais de um mês acampados na frente do Quartel General do Exército em Brasília, em protesto contra a vitória de Lula e a favor de um golpe das Forças Armadas, o major Flávio Silvestre de Alencar escreveu: "Na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso." O ataque aos prédios da Praça dos Três Poderes aconteceu cerca de duas semanas depois.

Jorge Eduardo Naime Barreto foi preso preventivamente no dia 7 de fevereiro na Operação Lesa Pátria.

Mensagens recuperadas pela Procuradoria-Geral da República apontam ainda que havia agentes do setor de inteligência da PM e um civil infiltrados no acampamento, o que na avaliação da PGR prova que a Polícia Militar do Distrito Federal tinha informações dos planos extremistas que chegaram ao ápice no dia 8 de janeiro.

"A 'falha' operacional não decorreu de deficiências dos serviços de inteligência da PMDF. O que ocorreu, em verdade, foi omissão dolosa por parte dos denunciados que, com unidade de desígnios, aceitaram os resultados visados pela turba antidemocrática e aderiram ao intento criminoso dos insurgentes", diz um trecho da denúncia da PGR.

Na véspera dos ataques golpistas aos prédios do Congresso, Planalto e STF, o coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra afirma ter recebido a informação de que os extremistas estavam preparados para a "guerra" e partiriam para o "tudo ou nada". "Vai dar certo", responde o também coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues.

Quando Lula tomou posse, os policiais trocaram mensagens com críticas às Forças Armadas por não terem aderido a um golpe de Estado. Os militares do Exército Brasileiro são chamados de "melancias" - a despeito da "casca verde", uma alusão à farda, seriam internamente "vermelhos", ou seja, alinhados com ideologias de esquerda. "Ao que parece, somente o comandante da Marinha é que estava disposto a ombrear com Bolsonaro", escreve um policial.

Investigando a omissão da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal ante os atos de 8 de janeiro, a Procuradoria-Geral da República esbarrou em 'relações econômicas aparentemente ilícitas' do coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante do Departamento de Operações.

Segundo o Ministério Público Federal, ele fez o transporte de R$ 1 milhão em espécie de São Paulo para Brasília. O órgão vê indícios de uso de 'escolta' da PMDF no trajeto, assim como potencial lavagem de dinheiro, sendo que o transporte que teria se dado em benefício de um homem chamado 'Sergio de Assis'.

##RECOMENDA##

Além disso, a PGR lança suspeita sobre a atuação de Naime como presidente da Associação dos Oficiais da corporação, com aparente desvio de recursos angariados pela entidade.

As indicações constam da cota apresentada ao Supremo pela PGR junto da denúncia contra a cúpula da PM de Brasília. As investigações sobre a omissão dos militares do 8 de janeiro culminou não só na acusação, mas também na abertura da Operação Incúria nesta sexta, 18,

O Ministério Público Federal pede que a Corte máxima encaminhe o caso para apreciação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, 'para as providências que entender cabíveis'. A Procuradoria quer que o STF ainda já deixe autorizado o compartilhamento, com os investigadores em primeiro grau, das informações extraídas do celular de Naime.

Com relação ao transporte de R$ 1 milhão em cash, a Procuradoria argumenta que a conduta 'só se justifica logicamente nos casos em que os recursos possuem origem ilícita, considerando o elevado risco e os maiores custos da operação'.

De outro lado, o órgão detalha as suspeitas que recaem sobre o militar enquanto Presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal. Segundo o MPF, o coronel fechou contrato com empresas ligadas a 'Sergio Assis', para supostos serviços de 'assessoria e marketing', com o pagamento de R$ 8,9 mil por mês.

A PGR narra que o contrato foi assinado em fevereiro de 2022 e, a partir de então, Sérgio começou a fazer pagamentos mensais em favor de Naime, no valor de R$ 8 mil. "Desse modo, como consectário do contrato, dos R$ 8.900.00 que saíam do fluxo de caixa da Associação dos Oficiais da PMDF, R$ 8.000,00 retornavam para o próprio policial e somente R$ 900,00 eram retidos por Sérgio Assis", indicou a Procuradoria.

Nessa linha, o órgão levanta a hipótese de que o contrato tenha sido uma 'forma de desviar os recursos que, quando transferidos a Naime funcionavam como 'recebimento de vantagem indevida em razão do cargo'. "Isso porque Naime prestava serviços a Sérgio de Assis, como o transporte de valores à margem do sistema financeiro", indicou a PGR.

Assim, a PGR apontou 'evidente lesão contínua, com por pagamentos sucessivos decorrentes de contrato simulado, aos associados da Associação dos Oficiais da PMDF'. Além disso, foram encontrados indícios de corrupção por parte do militar.

Ao denunciar a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal por omissão ante o 8 de janeiro, a Procuradoria-Geral da República narrou como coronéis trocaram mensagens com teorias conspiratórias após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas urnas, evidenciando uma 'contaminação ideológica' dos oficiais por teorias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas. "Em diálogos entre si, os mais altos oficiais demonstraram que ansiavam por um levante popular contra as eleições regulares, com tomada violenta do poder".

De acordo com a PGR, o dia 8 de janeiro 'foi a oportunidade' que os oficiais enxergaram 'para a concretização de suas aspirações inconstitucionais e golpistas, razão pela qual deixaram de agir como deveriam'. Para a Procuradoria, os PMs atuaram de modo a 'levar à inoperabilidade' da corporação, com vistas a 'viabilizar um golpe de Estado, esperando-se adesão das Forças Armadas'.

##RECOMENDA##

As informações levaram à abertura da Operação Incúria na manhã desta sexta-feira, 18, com o objetivo de prender preventivamente a cúpula da PM no Distrito Federal. As medidas cautelares foram requeridas sob o argumento de que os militares teriam apagado mensagens trocadas sobre a intentona golpista.

"Em liberdade, esses oficiais, que traíram as missões constitucionais e legais da Polícia Militar do Distrito Federal, representam grave risco à ordem pública e à segurança do Distrito Federal e da União", argumentou a PGR ao requerer a prisão dos militares.

Foram denunciados ao Supremo:

- coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF (alvo de prisão preventiva);

- coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-subcomandante da PMDF, que foi nomeado comandante-geral no dia 15 de fevereiro (alvo de prisão preventiva);

- coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante do Departamento de Operações, que saiu de licença (já preso);

- coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, que substituiu Naime no 8 de janeiro (alvo de prisão preventiva);

- coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF (alvo de prisão preventiva);

- major Flávio Silvestre de Alencar (já preso);

- tenente Rafael Pereira Martins (alvo de prisão preventiva);

Na peça de quase 200 páginas, a PGR detalha as condutas de cada um dos oficiais. Narra, por exemplo, que o major Flávio Silvestre de Alencar 'incitou os demais policiais a ações subversivas, fomentando que a PM deixasse o povo invadir o Congresso Nacional'.

"Em 08 de janeiro de 2023, no comando de uma tropa, dentro do Congresso Nacional, Flávio tratou de executar seu plano: nada fez, na expectativa de ver concretizado o golpe de Estado que buscavam os insurgentes, esperando a adesão das Forças Armadas ou de forças de segurança ao levante, anseios que explicitou em diversos de seus diálogos".

Segundo a PGR, as peças de desinformação que circulavam entre o alto oficialato da PMDF 'demonstravam expectativa de mobilização popular para garantir Jair Bolsonaro no poder, em desrespeito ao resultado das eleições presidenciais'. "Contaminada ideologicamente, a cúpula da PMDF, especialmente pelos ora denunciados, esperava uma insurgência popular que poderia assegurar a permanência de Bolsonaro na Presidência da República", narrou o MPF.

A PGR citou ainda um diálogo entre Marcelo Casimiro, Comandante do 1º Comando de Policiamento Regional, e Fábio Augusto Vieira, então comandante da PMDF. No dia 1º de novembro do ano passado, o primeiro encaminhou a Flávio um vídeo com alegações sobre fraudes nas urnas.

Em resposta, o chefe da PM disse que 'a cobra" iria "fumar", mesmo que o conteúdo do vídeo não fosse verídico', segundo a PGR. "A despeito de compreender a natureza falsa da informação, Fábio demonstrou expectativa quanto ao potencial de subversão dos resultados do pleito eleitoral", indicou o órgão.

A Polícia Federal (PF) abriu, na manhã desta sexta-feira (18), uma operação contra a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal no bojo de investigação sobre suposta omissão ante os atos golpistas de 8 de janeiro. Agentes foram às ruas para cumprir sete mandados de prisão preventiva expedidos pelo Supremo Tribunal Federal.

A ofensiva é aberta após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). São alvos da investigação:

##RECOMENDA##

- Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF;

- Coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-subcomandante da PMDF, que foi nomeado comandante-geral no dia 15 de fevereiro;

- Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante do Departamento de Operações, que saiu de licença;

- Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, que substituiu Naime no 8 de janeiro;

- Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF;

- Major Flávio Silvestre de Alencar;

- Tenente Rafael Pereira Martins.

Em nota, a PGR informou que a operação, denominada Incúria, tem como objetivo reunir novas provas de condutas praticadas por autoridades policiais do Distrito Federal nos atos de 8 de janeiro. 

Além dos mandados de prisão preventiva, as providências incluem buscas e apreensão, bloqueio de bens e afastamento de funções públicas. Os pedidos foram feitos pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, Carlos Frederico Santos. 

De acordo com o comunicado, ao oferecer a denúncia e requerer as medidas cautelares, o subprocurador-geral da República apresentou relato detalhado de provas já identificadas e reunidas na investigação, que apontam para a omissão dos envolvidos na operação. 

“É mencionada, por exemplo, a constatação de que havia profunda contaminação ideológica de parte dos oficiais da Polícia Militar do DF ‘que se mostrou adepta de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e teorias golpistas’. Há ainda menção a provas de que os agentes – que ocupavam cargos de comando da corporação – receberam, antes de 8 de janeiro de 2023, diversas informações de inteligência que indicavam as intenções golpistas do movimento e o risco iminente da efetiva invasão às sedes dos Três Poderes.” 

“Segundo as provas existentes, os denunciados conheciam previamente os riscos e aderiram de forma dolosa ao resultado criminoso previsível, omitindo-se no cumprimento do dever funcional de agir”, completou a PGR. 

Ainda segundo a nota, os denunciados devem responder, por omissão, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado, além de violação dos deveres a eles impostos; violação de dever contratual de garante; e ingerência da norma. 

“Os mandados foram determinados pelo relator do Inquérito 4.923 no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes, e cumpridos de forma conjunta pela Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal”, concluiu a PGR. 

*Com a Agência Estado

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres disse, na manhã desta quinta-feira (10), que não teve participação nas ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nos bloqueios das estradas no segundo turno das eleições de 2022, realizado em 30 de outubro. "Eu não tinha interferência no planejamento interno da PRF e muito menos da PF", disse Torres no depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Questionado pelo presidente do colegiado, deputado Chico Vigilante (PT-DF), o ex-ministro da Justiça disse que a PRF e a Polícia Federal tinham seu próprio planejamento. "Agiram conforme o planejamento delas. Isso não é atribuição do Ministério da Justiça", afirmou Torres.

##RECOMENDA##

Nesta quarta-feira (9), o ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques foi preso por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por causa dos bloqueios que a corporação fez no dia das eleições. Ele é suspeito de ter usado o cargo e as funções da corporação para beneficiar Jair Bolsonaro (PL), então candidato no pleito.

Dias antes da votação, Vasques participou de uma reunião no Palácio do Alvorada, com a coordenação de campanha de Bolsonaro. Nessa ocasião, como mostrou o Estadão, foi desenhada a estratégia de bloqueio de rodovias federais, com o propósito de fiscalizar o transporte irregular de eleitores, diante da gratuidade de transportes garantida pelo Supremo.

Na semana seguinte à reunião, Torres e Vasques concederam uma coletiva lado a lado, com Márcio Nunes, ex-diretor-geral da PF, para esclarecer a estratégia de segurança elaborada pelo governo para o segundo turno das eleições.

A Polícia Federal investiga detalhes das reuniões às vésperas das eleições entre Silvinei e Anderson Torres. O objetivo é verificar se os auxiliares do ex-presidente estavam diretamente envolvidos em uma suposta tentativa de frear votos que poderiam ser conferidos ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Torres defendeu a atuação do ex-diretor da PRF na CPI e respondeu a Vigilante, mudando o assunto. Ele falou sobre os bloqueios que manifestantes bolsonaristas fizeram nas estradas depois da derrota do ex-presidente nas urnas. O presidente da comissão perguntou se Vasques teria lhe desobedecido, e o ex-ministro respondeu que não. "Eles (da PRF) trabalharam dia e noite sem parar, sem folga, para tentar desobstruir. Foram milhares de pontos de bloqueio. Os governadores não se envolveram muito em ajudar. Foi uma coisa realmente muito difícil."

O depoimento de Torres nesta quinta-feira repete a estratégia da CPMI do 8 de Janeiro. No Senado, o ex-ministro chamou a minuta de golpe encontrada na casa dele no dia 10 de janeiro de "aberração jurídica" e negou qualquer responsabilidade sobre as manifestações. O ex-ministro evitou declarações polêmicas e frustrou a base governista, que esperava avançar no colegiado a partir desse depoimento.

O juiz Tarcísio de Moraes Souza, da 6ª Vara Criminal de Brasília, decidiu colocar o empresário Luiz Carlos Basseto Júnior no banco dos réus por suposta ameaça e incitação ao crime contra o advogado Cristiano Zanin, que está prestes a assumir a cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal.

No centro do processo está episódio ocorrido no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, no dia 11 de janeiro, quando Zanin ainda representava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Justiça.

##RECOMENDA##

Basseto Júnior encontrou Zanin no banheiro do aeroporto quando este escovava os dentes. Então chamou o advogado de 'vagabundo', 'safado', 'bandido' e 'corrupto'. "Vontade de meter a mão na orelha de um cara desse", afirma. Zanin não reagiu.

Em despacho assinado nesta quinta-feira, 27, o magistrado entendeu que estão presentes 'indícios de autoria e materialidade' dos crimes imputados pelo Ministério Público do DF a Basseto Júnior.

Ele tem dez dias para se manifestar sobre as imputações feitas pela Promotoria. O empresário ainda é alvo de uma queixa-crime apresentada por Zanin por supostos crimes contra a honra.

Como mostrou o Estadão, o MP do Distrito Federal entendeu que o empresário 'ameaçou a vítima Cristiano Zanin Martins de causar-lhe mal injusto e grave, uma vez que lhe disse diretamente 'Vontade de meter a mão na orelha de um cara desse'.

Além disso, na avaliação da Promotoria, Basseto Júnior incitou, publicamente, a prática de crime, ao dizer que a vítima 'Tinha que tomar um pau de todo mundo que tá andando na rua''.

Foi preso no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, 26, o influenciador bolsonarista Allan Frutuozo da Silva, um dos suspeitos de atacar a sede da Polícia Federal em Brasília. Ele é investigado por participar, divulgar e incentivar o ataque ao principal prédio da PF no dia 12 de dezembro, quando golpistas tentaram libertar um indígena detido naquele dia.

O episódio antecedeu os ataques extremistas aos Três Poderes no 8 de janeiro em Brasília.

##RECOMENDA##

Frutuozo foi preso quando tentava embarcar em um voo para a Argentina. Ele foi isolado pelos policiais quando tentava passar pela fila de emigração. Havia um mandado de prisão preventiva expedido contra ele desde dezembro do ano passado, pela Justiça Federal do Distrito Federal.

Logo depois de ser detido, no começo da tarde, Frutuozo foi levado para uma sala da polícia e começou uma transmissão no YouTube e no Twitter para avisar que estava sendo preso. "Parece que realmente vão me recolher. Não percam a esperança no Brasil", postou ele no Twitter.

De acordo com a decisão judicial, Frutuozo é suspeito de associação criminosa e coação no curso do processo. Em vídeos da invasão da PF, ele aparece estimulando outros bolsonaristas, com gritos de "é guerra" e também fala em "guerra contra comunistas", de acordo com relatório policial.

"Há nos autos indícios de que Allan não apenas divulgou os atos delituosos, como também conhecia e colaborava com os propósitos do grupo, inclusive no que se refere ao emprego de meios violentos", diz a decisão que decretou sua prisão.

Depois de preso, Frutuozo foi levado pelos policiais para a penitenciária de Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Mostrando-se satisfeito com os resultados da Câmara e do Executivo nas votações do arcabouço fiscal e da reforma tributária em segundo turno, o presidente da Casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL), disse que um dos próximos passos agora é aprovar a reforma administrativa.

"Vamos tratar da reforma administrativa, ela está pronta", disse Lira durante almoço oferecido nesta segunda-feira, 24, em São Paulo pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em ele assunto foi a reforma tributária.

##RECOMENDA##

O presidente da Câmara foi bastante aplaudido ao falar que a Casa dará andamento na reforma administrativa e em sequência ganhou o apoio público do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidnei, que colocou a entidade à disposição para ajudar a sensibilizar os parlamentares da necessidade de se aprovar a reforma administrativa.

"Quando falo da reforma administrativa, é porque, de todas as reformas estruturantes, é a única que falta. A reforma administrativa que está pronta, com alguns ajustes que podem ser feitos no plenário, não tira direito adquirido de ninguém" insistiu o deputado.

De acordo com Lira, a proposta de reformulação da administração pública tem um corte para trás e não prejudicará quem já tem seus direitos adquiridos.

"Com muita transparência e de maneira institucional, esse assunto precisa ser discutido porque vai gerar piso de despesa, vai ter diminuição de custos a longo prazo, com programação para qualquer governo", descreveu Lira.

Para o parlamentar, a reforma administrativa é uma matéria que está pronta para plenário e que precisa só se construir narrativas e apoios importantes para que seja levada com êxito ao plenário.

"A reforma administrativa não rouba, não prejudica. Ela é necessária porque é o povo que paga os custos administrativos", disse.

Por essas razões Lira disse ser importante que todos se mobilizem para que seja feita uma discussão como a que foi feita agora na reforma tributária e que parecia improvável.

"Com a mesma ajuda, a gente pede que a administrativa possa ser discutida com imparcialidade. É uma PEC, precisa de apoio de todo mundo. vamos lutar para que isso aconteça naturalmente", disse o presidente da Câmara ponderando que ainda não há cronograma para a aprovação da reforma administrativa.

O Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) pediu nesta sexta-feira, 21, o arquivamento da ação em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) responde por injúria e calúnia por ter afirmado que não estupraria a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) porque "ela não merece". A promotora Ana Paula Marimon Reis entendeu que o caso já prescreveu. O processo tramita no 2º Juizado Especial Criminal de Brasília.

O episódio em questão ocorreu em dezembro de 2014, quando Bolsonaro era deputado federal. Ele ofendeu Maria do Rosário depois que ela defendeu a importância da Comissão Nacional da Verdade, que apurava crimes cometidos durante a ditadura militar. Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, Bolsonaro se dirigiu à deputada: "Há poucos dias você me chamou de estuprador no Salão Verde (área da Câmara ao lado do plenário) e eu falei que eu não a estuprava porque você não merece. Fique aqui para ouvir".

##RECOMENDA##

No dia seguinte, em entrevista ao jornal Zero Hora, ele reafirmou a ofensa e disse que Maria do Rosário "é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria". A deputada, então, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) - em 2015, a defesa de Bolsonaro argumentou que o processo foi movido por "birra" e "posições políticas contrárias".

A ação tramitava no STF em conjunto com outra relacionada ao mesmo caso, em que Bolsonaro era acusado de incitação ao crime. Em 19 de junho, o ministro Dias Toffoli remeteu os processos ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF).

Bolsonaro voltou a enfrentar o caso depois de perder a "imunidade temporária" que gozava como presidente da República. Como mostrou o Estadão, a decisão estabeleceu a interrupção dos prazos prescricionais dos crimes imputados a Bolsonaro. Assim, os quatro anos em que ele chefiou o Executivo não contam no período que pode implicar em uma decadência do processo.

O ex-presidente enfrenta outras ações na primeira instância. Em fevereiro, o Supremo enviou dez pedidos de investigação do ex-chefe do Executivo à Justiça Federal ou à Justiça do Distrito Federal e Territórios, em razão da perda de foro por prerrogativa de função.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Maria do Rosário, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

Em agenda nesta terça-feira (18) na sede do Consórcio Nordeste, em Brasília, a governadora Raquel Lyra participou de uma nova reunião com gestores de estados nordestinos. O encontro tratou do apoio que os estados podem promover ao desenvolvimento da agricultura familiar, sobretudo em regiões do semiárido.

Durante a reunião, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançaram um edital de seleção dos quatro estados no Nordeste para a implementação do Projeto “Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais do Nordeste” (PCRP).

##RECOMENDA##

O projeto, denominado de ‘Sertão Sustentável’, pretende dar mais segurança alimentar para mais de 250 mil famílias na região Nordeste, com produção agrícola, segurança hídrica e promoção da convivência com o semiárido.

“Pernambuco será parte desse processo, a gente precisa transformar a maneira como o Estado vem lidando com a agricultura familiar e fazer um desenvolvimento que seja sustentável e que possa garantir a novas gerações a permanência no campo, produzindo alimentos e garantindo qualidade de vida ao povo de Pernambuco”, destacou a governadora Raquel Lyra.

Existe uma disposição de recursos para o projeto no montante de mais de US$ 217 milhões, cerca de R$ 1 bilhão. A iniciativa conta com financiamento de US$ 30 milhões de empréstimo do Fida, US$ 65 milhões de empréstimo do Fundo Verde do Clima (GCF), US$ 34,5 milhões de doação do GCF, US$ 73 milhões de contrapartida do BNDES e US$ 15,3 milhões de contribuição dos beneficiários.

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, os governadores de Alagoas, Paulo Dantas, de Sergipe, Fábio Mitidieri, do Maranhão, Carlos Brandão, do Ceará, Elmano de Freitas, e os vice-governadores, Lucas Ribeiro, da Paraíba, e Geraldo Júnior, da Bahia, também participaram do encontro em Brasília.

*Da assessoria 

O juiz Paulo Afonso Correia Lima Siqueira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), repreendeu o policial militar André Gripp durante uma audiência criminal virtual, para julgar se o acusado seria considerado culpado ou não. O magistrado não pareceu ter ficado satisfeito com o depoimento do militar, e o acusou de violação de domicílio e falso testemunho.

No dia 28 de novembro de 2022 o policial foi acionado para uma ocorrência de disparo de arma de fogo em um campo de futebol, em Taguatinga, no Distrito Federal. Descumprindo sua função de resguardar o local do ocorrido, e aguardar a chegada da Polícia Civil para investigar, Gripp teria ido atrás do suspeito, até sua residência e dado voz de prisão. Ao ser questionado no depoimento, o militar disse que não sabia muitas informações do suspeito.

##RECOMENDA##

Após a leitura do auto, o magistrado chegou a indagar ao policial que “essas informações aí só existem na cabeça do senhor”. O juiz interrompeu a fala de Gripp e repreendeu a atitude controversa do militar de ter agido de conduta errada.

“Não é porque o senhor é policial militar que tudo o que o senhor vai dizer eu vou achar que é verdade”, disse o juiz na audiência virtual. Ele ainda complementou comentando a gravidade do caso. “Se o senhor incorre num crime de falso testemunho, a reprovabilidade do seu comportamento é infinitamente maior do que de outra pessoa”.

O magistrado informou ainda que vai mandar comunicar a Corregedoria Geral da Polícia Militar do DF “para apurar esses fatos, que não são os primeiros”. Segundo o juiz, Gripp já teria declarado falso testemunho em outro caso no passado. “Eu só não dou voz de prisão ao senhor [porque a audiência era virtual], eu não sei onde o senhor está”, sentenciou.

Confira o vídeo completo abaixo:

[@#video#@]

Após depor à Polícia Federal e negar envolvimento em suposta trama para derrubar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro deu entrevista aos jornalistas nesta quarta, 12, à porta da sede da PF, em Brasília, e fez uma defesa enfática de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid. O militar está na mira de uma sucessão de investigações e, nesta terça, 11, compareceu à CPMI do 8 de janeiro - na qual se calou.

"Cid é filho de um colega da minha turma. A gente sempre trata os filhos de colegas de turma como se nosso filho fosse. O tratamento meu com o Cid sempre foi respeitoso. Ele me serviu muito bem", afirmou Bolsonaro.

##RECOMENDA##

O ex-presidente falou sobre o celular do aliado, no qual foram encontradas mensagens com teor golpista, além de diálogos sobre supostas fraudes em sua carteira de vacinação.

"Por que o telefone do Cid tinha tanta coisa? Ele nunca se preocupou em apagar nada. O telefone dele eu chamo de muro das lamentações ou uma caixa postal. Tudo que chegava pra nós, para tratar com o presidente, com os ministros, tudo chegava no telefone do Cid. Acredito que metade ele nem conseguia abrir", disse Bolsonaro.

O ex-presidente citou um diálogo encontrado no celular de Mauro Cid - o contato do major Ailton Barros, alvo da Operação Venire, que também visa Bolsonaro. "Nem sei se o Cid abriu essa mensagem." A PF encontrou no celular do ex-militar mensagens com 'tratativas de um golpe de Estado'.

Aos jornalistas, o ex-presidente questionou o teor golpista dos atos de 8 de janeiro, após o depoimento à PF. "Se toma poder num domingo? Você tem que mirar cadeira ocupada", afirmou. "Dizer que o 8 de janeiro teria sido golpista, pelo amor de Deus. Você não vai dar golpe em um domingo, sem canivete, sem arma nenhuma", declarou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal em Brasília nesta quarta-feira, 12, para prestar o quarto depoimento do ano à corporação. Agora, o ex-chefe do Executivo será questionado sobre suposta reunião golpista denunciada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) que envolveria também o ex-deputado Daniel Silveira.

A nova oitiva do ex-presidente foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, ainda em junho, logo depois de endereços ligados ao senador serem alvos de buscas em uma nova fase da investigação.

##RECOMENDA##

Em fevereiro, Marcos do Val alegou ter sofrido coação do ex-presidente Jair Bolsonaro para se aliar a ele em um golpe de Estado - mas deu versões diferentes sobre o caso. Em razão das divergências, Alexandre de Moraes mandou abrir inquérito para verificar se o senador mentiu no depoimento à PF sobre o tal do plano golpista.

Em um primeiro momento, Marcos do Val afirmou que teria sido recebido por Bolsonaro numa reunião no Palácio da Alvorada e o então chefe do Executivo teria sugerido que o parlamentar gravasse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. Segundo essa versão, Bolsonaro chamou Do Val à residência presidencial para dar a ele essa missão.

Depois de receber ligações do clã Bolsonaro, Do Val mudou o relato. Disse que a ideia não partiu de Bolsonaro, mas do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).

"O que ficou claro para mim foi o Daniel achando uma forma de não ser preso de novo, porque toda hora ele descumpria as ordens do ministro (Moraes). Ficou muito claro que ele estava num movimento de manipular e ter o presidente (Bolsonaro) comprando a ideia dele", afirmou em entrevista coletiva em seu gabinete no Senado.

Jair Bolsonaro (PL) tem, nesta quarta-feira (12), uma nova audiência marcada com a Polícia Federal. O depoimento previsto faz parte da investigação sobre um plano de golpe relatado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) que envolveria, além do ex-presidente da República, o ex-deputado Daniel Silveira.

Do Val afirmou que a trama teria como objetivo manter Bolsonaro no poder após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o senador, o assunto foi tratado durante reunião com Silveira e na presença do então presidente da República.

##RECOMENDA##

O depoimento de Bolsonaro foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, em junho. Esta deve ser a quarta oitiva do ex-presidente em 2023. Ele já prestou esclarecimentos sobre as joias sauditas, as fraudes em dados de vacinação e os atos golpistas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vestido com a farda verde-oliva do Exército, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), compareceu nesta terça-feira (11) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro e optou por permanecer em silêncio, o que frustrou os integrantes do colegiado.

A comissão tinha uma lista de 41 parlamentares inscritos para fazer perguntas ao militar na sessão. Em seis horas de audiência, no entanto, Cid se negou a responder a todas elas, incluindo as mais triviais, como idade, quantos filhos tem e se possuía dois celulares. Diante do silêncio, a CPMI aprovou requerimentos de quebra de sigilo telefônico, telemático e bancário do tenente-coronel e de mais 20 investigados.

##RECOMENDA##

Cid foi questionado desde o início sobre sua relação com Bolsonaro e a possível ligação do ex-presidente com os ataques de janeiro. "Com todo respeito a Vossa Excelência, mas, dentro do escopo das investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal, sigo as orientações da minha defesa técnica e, com base em habeas corpus, vou me manter no direito de ficar em silêncio", disse Cid. Ele repetiu a resposta a cada pergunta feita pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e outros parlamentares.

Cid é investigado em oito inquéritos que tramitam no Supremo e na Polícia Federal. Um deles apura a participação do militar nos atos golpistas de janeiro. Em outra frente, é suspeito de fraudar cartões de vacinação contra a covid-19. Foi essa investigação que o levou à prisão, em maio. Ele está detido no Batalhão da Polícia do Exército em Brasília.

Abertura

Cid só quebrou o silêncio na abertura da sessão, ao se defender das acusações que enfrenta em relação a conversas de teor golpista mantidas com outros militares e ao tentar se descolar de Bolsonaro. "Não estava na minha esfera de atribuições analisar propostas e decretos trazidos por ministros, autoridades e apoiadores. Não participava do processo de decisão pública", afirmou. "Na prática, a função de ajudante de ordens consistia nas funções de secretariado executivo do presidente."

Cid ainda buscou afastar do ex-presidente a responsabilidade por seus atos. Afirmou que seu vínculo empregatício era com o Gabinete de Segurança Institucional e que sua nomeação na Ajudância de Ordens não foi "indicação política" porque a função é exercida por escolhidos das Forças Armadas. "O ajudante de ordens é a única função pessoal do presidente que não é de sua escolha."

O Comando do Exército informou, por meio de nota, que orientou Cid a ir com a farda "pelo entendimento de que o militar da ativa foi convocado para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força".

Questionamentos

Após a abertura da sessão, Cid se calou. Não falou sobre o "roteiro" do golpe discutido com o coronel Jean Lawand Junior. Também se recusou a dizer quem o mandou pagar contas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e fazer uso do cartão corporativo da Presidência para saques. Até a pergunta da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) para saber se tinha conhecimento do motivo que o levou à CPI ficou sem resposta.

O presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), reclamou. Afirmou que o colegiado deverá apresentar denúncia contra o militar por descumprir a ordem do STF que o obrigou a se manifestar na condição de testemunha em questionamentos que não o incriminassem. A ministra Cármen Lúcia decidiu que Cid deveria depor, mas com o direito de se manter em silêncio apenas em questões que pudessem incriminá-lo.

"O que estão fazendo é trancafiar uma pessoa honesta na cadeia e jogar a chave fora", afirmou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em defesa do aliado do pai.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, participou de um ato pró-armas em Brasília, nesse domingo (8), e comparou "professores doutrinadores" a traficantes de drogas.

O ato foi organizado pelo grupo "Pró Armas", que defende a flexibilização do porte e da posse de armas para cidadãos comuns, na Esplanada dos Ministérios, próximo à sede do Congresso Nacional.

##RECOMENDA##

"Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nosso filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior", disse Eduardo fazendo um discurso em cima de um carro de som durante ato.

Um dos organizadores da manifestação foi o deputado Marcos Polon (PL-MS), coordenador do grupo. Os manifestantes usavam camisetas brancas com a inscrição "não é sobre armas, é sobre liberdade" estampada. Os apoiadores da causa também estiveram na Catedral Metropolitana de Brasília durante a manhã de domingo. Estavam presentes ainda os deputados Sargento Gonçalves (PL-RN) e Sargento Fahur (PSD-PR).

Logo no primeiro dia de governo, ao tomar posse em 1º de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revogou uma série de decretos assinados por Bolsonaro, inclusive o que facilitava o acesso de armas a pessoas que se classificam como caçadores, atiradores e colecionadores (CACs). Hoje, esse grupo busca um entendimento com o governo para reverter mudanças editadas pelo novo governo. O ministro da Justiça, Flávio Dino, levou a minuta de um novo decreto para Lula, que ainda não assinou uma norma atualizada.

Durante o ato, Pollon apresentou Eduardo Bolsonaro como o "01" na pauta pela flexibilização das armas e, de acordo com ele, quem mais enfrentaria "adversidades" para defender o tema. "O importante é a perseverança ", disse Pollon ao falar sobre o encontro nas redes sociais.

Ao requerer a abertura de inquérito sobre suposta incitação ao 8 de janeiro por parte do deputado General Girão, a Polícia Federal argumentou como o parlamentar, um mês antes de a intentona golpista devastar a Praça dos Três Poderes, 'parecia estar ciente de que algo importante para ele e seus seguidores estava prestes a acontecer'.

Os investigadores alegaram que Girão incitava a violência muito antes do 8 de janeiro sendo importante 'considerar seriamente a possibilidade' de cometimento de quatro crimes por parte do deputado: associação criminosa, incitação ao crime, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

##RECOMENDA##

A Procuradoria-Geral da República encampou o pedido da PF e, na quinta-feira, 6, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a instauração de um inquérito sobre a conduta de Girão.

No centro da investigação estão uma série de publicações e manifestações feitas por Girão entre 8 de novembro de 2022 e 10 de janeiro de 2023. Em um dos posts questionados, o parlamentar escreveu, em dezembro: "Casa do Povo pertence ao povo. O Brasil pertence aos brasileiros. A justiça pertence a Deus. #Vamos Vencer".

As publicações foram analisadas, preliminarmente, pela PF após a corporação ser instada pela Procuradoria da República no Rio Grande do Norte. O braço do Ministério Público Federal no Estado já entrou com ação sobre Girão na esfera civil, pedindo indenização de R$ 5 milhões por danos morais pelo suposto estímulo a atos antidemocráticos no RN.

Depois de verificar o conteúdo das manifestações do deputado, os investigadores levantaram a suspeita de Girão não ter apesar incitado hostilidade entre as Forças Armadas e as Instituições.

A PF citou o discurso feito em dezembro pelo parlamentar no acampamento golpista montado em Natal, destacando que, 'menos de um mês antes da tentativa de golpe de Estado, há uma clara antecipação do que estava por vir' em janeiro, com ' referência a uni presente trazido pelo Papai Noel'.

Os investigadores destacaram o seguinte trecho da manifestação do parlamentar: "Eu quero dizer para vocês que essa semana é a semana que tá começando as festividades de Natal. Sim ou não? Então, todo mundo aqui eu espero que tenha sido bom filho, bom pai, bom irmão, boa esposa e aí botem o sapatinho na janela que Papai Noel vai chegar essa semana. Acreditem em Papai Noel. Pode até ser camuflado também".

Ao analisar o caso, a PGR entendeu que o discurso de Girão 'em apoio e a conclamação dos atos que culminaram na invasão às sedes dos poderes constitucionais são indicativos de que o incitamento difundido pelo deputado supostamente estimulou a prática das ações criminosas acima narradas'.

"Necessário apurar, portanto, todos os contornos eventualmente criminosos das condutas indicadas nos autos e se as postagens do requerido tiveram influência nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, consubstanciando ou não o delito definido no Código Penal", anotou o subprocurador-geral Carlos Frederico Santos.

O ministro Alexandre de Moraes viu 'justa causa' para abrir o inquérito. A investigação terá duração inicial de 60 dias, podendo ser prorrogada. O relator determinou às plataformas sociais que forneçam à PF metadados das publicações sob suspeita.

Além disso, instou a PF a realizar uma nova pesquisa nas redes de Girão para identificar outras eventuais postagens com indícios dos crimes sob apuração. O deputado também deve ser ouvido sobre o caso, para 'esclarecer o que considerar pertinente'.

No auge da invasão ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 8 de janeiro deste ano, um grupo de policiais militares do Distrito Federal se escondeu no banheiro enquanto agentes da Polícia Judicial tentavam conter a horda golpista que depredava o que via pela frente no plenário da Corte. O custo do quebra-quebra causado pelos vândalos foi estimado em R$ 11,4 milhões, segundo documentos compartilhados pelo STF com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas.

O relatório produzido pela Corte detalha o gasto estimado para restaurar por completo todos os bens danificados no 8 de janeiro. A cifra poderia ser ainda maior porque não inclui 112 itens de valor inestimável que foram estragados, roubados ou destruídos, como um dos nove lustres de cristal no estilo Napoleão III, datado de 1870. O item foi quebrado pelos vândalos e não pôde ser restaurado.

##RECOMENDA##

Uma parte do tempo que durou o ataque violento contra o patrimônio público foi gravada pelas câmeras do circuito interno do STF, que também se tornaram alvo dos vândalos assim que eles perceberam que estavam sendo filmados. Os dispositivos flagraram o momento em que os agentes de segurança da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) entraram no banheiro para se esconder dos golpistas que depredavam as instalações do edifício-sede, segundo relataram fontes que assistiram ao material.

O Estadão solicitou à Corte via Lei de Acesso à Informação (LAI) o compartilhamento da íntegra dos vídeos, mas o pedido foi negado sob a alegação de que as imagens gravadas "são de caráter reservado e não poderão ser fornecidas a terceiros". Fontes relataram que a corregedoria da PM instaurou procedimentos internos para apurar a conduta dos policiais flagrados na ação.

No dia 8 de janeiro, 54 policiais judiciais estavam escalados para fazer frente a eventuais ameaças que surgissem nas manifestações. Eles têm a função de proteger o patrimônio da Justiça e podem atuar apenas dentro dos limites da Corte. Após a invasão, 21 agentes de outros tribunais foram deslocados ao STF para reforçar a segurança. Enquanto a Polícia Judicial protege da porta para dentro, cabe à PM do DF impedir que quaisquer manifestantes se aproximem dos prédios públicos.

Por esses motivos, a atuação da Polícia Militar está entre as prioridades da investigação conduzida pela CPMI. Na última semana de junho, o Supremo encaminhou ao colegiado os relatórios que detalham cada item danificado durante a invasão golpista e que podem guiar as próximas fases da apuração.

Inestimáveis

Na lista de objetos inestimáveis depredados constam bens históricos, como o jarro em porcelana no estilo Luiz XV, que aguarda até hoje para ser restaurado. Dentre os itens "não localizados", ou seja, que foram roubados pelos golpistas, constam um prato de madeira de Belarus, uma bandeja de metal da Índia, utensílios de vidro das Filipinas e as togas de quatro ex-ministros da Corte.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse nesta quarta-feira (5) que o governo vai pagar o piso nacional da enfermagem, com retroativo desde maio. O anúncio foi feito durante a 17ª Conferência Nacional de Saúde, em Brasília. 

“O governo federal trabalha para a implementação do piso da enfermagem. Vamos implementá-lo no setor público tal como a decisão do Supremo Tribunal Federal [STF], garantindo as nove parcelas previstas para 2023.” 

##RECOMENDA##

Durante discurso no evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou o pagamento retroativo a maio, mês em que o ministro do STF Luís Roberto Barroso estabeleceu regras para o pagamento do piso aos profissionais que trabalham no sistema de saúde de estados e municípios nos limites dos valores recebidos pelo governo federal. 

Lula argumentou que o trabalho da enfermagem não pode ser considerado menor. “Tem gente que acha que o salário de uma enfermeira de R$ 4 mil e pouco é caro”, disse.

“Mas é preciso que a gente avalie efetivamente o valor do trabalho por aquilo que ele representa na nossa vida. Quem leva as pessoas para tomar banho, quem vai limpar as pessoas, quem dá comida, quem aplica injeção, quem mede a pressão, quem leva ao banheiro é exatamente o pessoal de baixo, que trabalha. E, por isso, esse pessoal tem que ser valorizado”, acrescentou. 

Em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom dia, Ministra, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que algumas falhas no texto da lei atrasaram o repasse do valor para estados e municípios, mas que isso será resolvido.

No auge da invasão ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 8 de janeiro deste ano, um grupo de policiais militares do Distrito Federal se escondeu no banheiro enquanto agentes da Polícia Judicial tentavam conter a horda golpista que depredava o que via pela frente dentro do plenário da Corte. O custo do quebra-quebra causado pelos vândalos foi estimado em R$ 11,4 milhões, segundo documentos compartilhados pelo STF com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas.

O relatório produzido pela Corte detalha o gasto estimado para restaurar por completo todos os bens danificados no 8 de janeiro. A cifra milionária poderia ser ainda maior porque não inclui 112 itens de valor inestimável que foram estragados, roubados ou destruídos, como um dos nove lustres de cristal no estilo Napoleão III, datado de 1870. O item foi quebrado pelos vândalos e não pôde ser restaurado.

##RECOMENDA##

Uma parte do tempo que durou o ataque violento contra o patrimônio público foi gravada pelas câmeras do circuito interno do STF, que também se tornaram alvo dos vândalos assim que eles perceberam que estavam sendo filmados. Os dispositivos flagraram o momento em que os agentes de segurança da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) entraram no banheiro para se esconder dos golpistas que depredavam as instalações do edifício-sede, segundo relataram fontes que assistiram ao material.

O Estadão solicitou à Corte via Lei de Acesso à Informação (LAI) o compartilhamento da integra dos vídeos, mas o pedido foi negado sob a alegação de que as imagens gravadas "são de caráter reservado e não poderão ser fornecidas a terceiros". Fontes relataram à reportagem que a corregedoria da PM instaurou procedimentos internos para apurar a conduta dos policiais flagrados na ação.

No dia 8 de janeiro, 54 policiais judiciais estavam escalados para fazer frente a eventuais ameaças que surgissem nas manifestações. Eles têm a função de proteger o patrimônio da Justiça e podem atuar apenas dentro dos limites da Corte. Após a invasão, 21 agentes de outros tribunais foram deslocados ao STF para reforçar a segurança. Enquanto a polícia judicial protege da porta para dentro, cabe à PMDF impedir que quaisquer manifestantes se aproximem dos prédios públicos.

Por esses e outros motivos, a atuação da PMDF está entre as prioridades da investigação conduzida pela CPMI. Na última semana de junho, o STF encaminhou ao colegiado os relatórios que detalham cada item danificado durante a invasão golpista e que podem guiar as próximas fases da apuração.

Na lista de objetos inestimáveis depredados constam bens históricos, como o jarro em porcelana no estilo Luiz XV, que aguarda até hoje para ser restaurado. Dentre os itens "não localizados", ou seja, que foram roubados pelos golpistas, constam um prato de madeira de Belarus, uma bandeja de metal da Índia, utensílios de vidro das Filipinas e as togas de quatro ex-ministros da Corte.

Somente a aquisição de novas togas para ministros e advogados custará R$ 9,5 mil. A substituição das cortinas foi estimada em R$ 1,2 milhão. Outros R$ 2,6 milhões foram provisionados para a compra de equipamentos para a TV Justiça, que faz a transmissão ao vivo diretamente do plenário de todas as sessões de julgamento do STF. A mão de obra para reconstruir o edifício ficou avaliada em R$ 339 mil.

Tropa desmobilizada

Em janeiro, o Estadão mostrou que as câmeras externas do STF flagraram o momento em que a Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) desmontou um bloqueio tático posicionado próximo ao Congresso Nacional, no dia oito de janeiro, que servia para impedir a invasão dos golpistas aos demais prédios públicos localizados na praça dos Três Poderes.

Policiais de alto escalão que depuseram na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF alegaram que a barreira foi desmontada para socorrer o então comandante da corporação, Fabio Augusto Vieira, que se feriu num confronto com golpistas no Congresso.

Um pequeno grupo de PMs chegou a confrontar os golpistas na via de acesso ao STF, mas recuou diante da ofensiva das pessoas que desciam do Congresso. Pessoas que trabalham na Corte disseram à reportagem que policiais judiciais chegaram até a emprestar equipamentos de proteção aos policiais militares, que não estariam com o material adequado para a contenção de manifestantes violentos.

Veja o custo dos estragos no STF:

- Instalação de cortinas - R$ 1,2 milhão

- Aquisição de togas - R$ 9,5 mil

- Reforma de sofás - R$ 61 mil

- Substituição de carpete - R$ 149 mil

- Equipamento da TV Justiça - R$ 2,6 milhões

- Cadeira de mármore - R$ 3,2 mil (cada)

- Mesa de centro em madeira - R$ 6,3 mil (cada)

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando