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A deputada estadual Delegada Gleide Ângelo (PSB) não poupou críticas à gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB) diante da ausência de políticas públicas voltadas para as mulheres em Pernambuco. Listando uma série de feminicídios que ocorreram apenas em setembro, a parlamentar frisou o desmantelamento da Secretaria da Mulher, assim como o sucateamento dos equipamentos e serviços públicos oferecidos pela pasta.

“Chegamos ao mês de setembro com a marca de quase 200 mulheres assassinadas. Estamos vivendo uma verdadeira chacina de mulheres em nosso estado. Nove meses de gestão e não houve ainda nenhuma ação ou campanha expressiva de combate à violência de gênero”, declarou a deputada nessa segunda-feira (25), em discurso na Alepe.

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“Pelo contrário, o que vemos são delegacias especializadas fechadas, além do fechamento de uma das quatro casas-abrigo e a precariedade no serviço nos serviços oferecidos nas que estão em funcionamento. São inúmeras as denúncias de abusos físicos, psicológicos e até sexuais. Não foi pra isso que elegemos uma mulher”, acrescentou a deputada fazendo alusão ao caso da criança de dois anos, filha de uma assistida, que foi estuprada na casa abrigo do Cabo de Santo Agostinho, no último mês de julho. 

Gleide destacou que em 16 anos de existência da Secretaria da Mulher, não houve tamanha “inoperância” e “ineficiência” na pasta. A deputada também criticou a secretária da Mulher, Mariana Melo. Gleide apontou a falta de experiência da titular da pasta e disse que a secretária foi escolhida para “estagiar”.

“Elegemos a primeira mulher governadora da história de Pernambuco, mas pelo que tem sido desempenhado pelo estado, está claro como não há o compromisso ou o comprometimento com a vida das pernambucanas... Temos uma mulher [governadora] que não representa as pernambucanas. Vamos aguardar a apresentação do Programa Juntos pela Segurança para saber se haverá, de fato, algo verdadeiramente voltado para a segurança e a vida das mulheres pernambucanas”. 

Veja a crítica na íntegra:

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Uma mulher de 60 anos foi assassinada a facadas no bairro do Caçote, na Zona Oeste do Recife. O crime foi registrado como feminicídio e o principal suspeito é seu companheiro, que foi achado morto em seguida. O caso ocorreu no sábado (23).

O corpo do homem foi encontrado sem documentos e os vizinhos indicaram que ele teria tirado a própria vida depois de matar a mulher. Uma equipe da Força-Tarefa de Homicídios da Capital do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) foi ao local e um inquérito foi instaurado.

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Os corpos foram recolhidos pelo Instituto de Medicina Legal (IML), na área central do Recife.

Um homem foi preso em flagrante após matar a ex-esposa a facadas nessa quarta (20), em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco. O crime ocorreu na casa da vítima e o criminoso também feriu um vizinho que tentou evitar o feminicídio.

Daniel Gomes Viana, de 54 anos, costumava beber e agredir a funcionária pública Zuleide Pereira da Cruz, de 51. Após cinco anos de relacionamento, ela decidiu se separar há dez dias.

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Daniel não aceitava o término e invadiu a casa de Zuleide. Vizinhos ouviram os gritos e tentaram intervir antes do feminicídio ser consumado. Um deles se feriu após levar uma facada na mão.

O criminoso foi linchado até a chegada dos policiais e depois levado ao Hospital da Restauração, no Centro do Recife. Em seguida, ele foi encaminhado à delegacia de Goiana, onde foi autuado pelos crimes de feminicídio e tentativa de homicídio.

Carla Ingridy de Oliveira, de 29 anos, foi morta com um tiro na cabeça pelo ex-marido, de 31 anos, em São Vicente, na Baixada Santista, na manhã do sábado (16). O homem cometeu suicídio após disparar contra a vítima, segundo informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP). A identidade do autor não foi oficialmente divulgada.

Conhecida como Carlinha, a vítima tinha duas filhas com o autor dos disparos. Segundo relatos de pessoas próximas, ela e as meninas haviam se mudado há pouco para uma nova residência.

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A Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência após um vizinho ouvir o barulho de três disparos. "Ele se deslocou até o local e viu o homem ainda com vida, momento em que acionou o Samu e a Polícia Militar", diz nota da secretaria. O autor dos disparos foi encontrado morto, junto à arma de fogo.

A arma foi apreendida e encaminha para a perícia técnica. O caso foi registrado como feminicídio e instigação ao suicídio na Delegacia de Polícia de São Vicente, no litoral de São Paulo.

Uma irmã da vítima demonstrou consternação nas redes sociais. "Com muita dor no coração, estou me despedindo de você", escreveu em rede social.

Diversos amigos demonstraram indignação com o caso. "Que haja penas mais severas contra o feminicídio, estamos perdendo mulheres incríveis por conta da inescrupulosidade machista", escreveu uma amiga de Carla também em rede social. "Até quando teremos casos como o da Carla? Triste demais", questionou outra amiga.

O velório e o sepultamento foram marcados para a segunda-feira, 18, no Cemitério Municipal São Vicentino.

Feminicídios em SP subiram 36% no primeiro semestre

Os casos de feminicídio subiram 36% no primeiro semestre no Estado de São Paulo na comparação com os seis primeiros meses do ano passado, chegando a 113 ocorrências somente nos primeiros seis meses de 2023.

O número é o maior para o período desde que o governo passou a divulgar dados de crimes dessa natureza, em 2018. A alta segue uma tendência de aumento que já se apresentava em 2022.

O dado divulgado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) aponta ainda outros 119 homicídios dolosos cometidos contra mulheres no período. Estes registros, por sua vez, tiveram uma variação menor, mas ainda representam um aumento de 11% em comparação ao intervalo de janeiro a junho do ano passado.

Mãe e filha foram mortas, no último fim de semana, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O caso, um possível duplo feminicídio, foi registrado na noite da segunda-feira (11), quando os corpos foram encontrados no residencial Xique-Xique, no bairro da Boa Vista. As vítimas são Suilam Mirelle de Almeida, de 49 anos, e Vitória Thaynara de Almeida, de 11 anos. 

O principal suspeito do crime é o ex-namorado de Suilam, identificado como Everaldo, de 52 anos. Ele foi autuado por policiais da Cavalaria e do 4º Batalhão de Polícia Militar, na frente do Terminal Rodoviário de Caruaru, e posteriormente levado à delegacia, onde foi preso em flagrante pela Polícia Civil, na madrugada desta terça-feira (12). 

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A autuação foi por homicídio consumado e o suspeito "está à disposição da Justiça", de acordo com a Civil. Everaldo nega o crime. As autoridades trabalham com a hipótese de que ele não aceitava o fim do relacionamento, rompido há oito dias. Na perícia, foi constatado que o crime provavelmente ocorreu no domingo (10), um dia antes dos corpos serem encontrados. As vítimas tinham sinais de enforcamento.

Segundo relatório do Instituto Fogo Cruzado, lançado nesta segunda-feira (4), 123 mulheres foram baleadas na Região Metropolitana do Recife nos primeiros oito meses deste ano. Entre as vítimas, 64 delas morreram e 59 ficaram feridas.



Os dados ainda apontam que em agosto, ao menos 11 mulheres foram vítimas da violência armada nos 14 municípios que compõem a RMR. Em média, é como se mais de duas mulheres fossem baleadas por semana.



Entre as assassinadas, estava a técnica de enfermagem Manuela Tenório, morta no dia 13 de agosto, em uma festa do Dia dos Pais, no bairro da Bola na Rede, na Zona Norte do Recife. A vítima foi morta a tiros pelo ex-namorado, o policial Rodrigo José Fortunato da Silva. Ao tentar apartar a briga, o cantor de brega funk MC Serginho Porradão também foi morto a tiros. Dias após o crime, o PM foi encontrado morto com tiro na cabeça dentro de um veículo.



De acordo com Ana Maria Franca, que é coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco, o "feminicídio é um terror presente na vida das mulheres" e que a "presença das armas de fogo, em contextos de violência doméstica, aumenta o risco para as vítimas".



"A alta vitimização dos tiroteios é uma característica forte em Pernambuco. Por aqui os tiros têm endereço certo e alvo definido e muitas dessas vezes sobra até para mães, esposas, companheiras de vida que, por estarem acompanhando a vítima principal, também se tornam alvos da violência. É preciso parar esse ciclo de mortes e de violência na região metropolitana do Recife", afirma.



"Por isso, dados sobre violência armada são tão importantes, sem eles não há como produzir políticas públicas efetivas e que enfrentem esse problema. É urgente desenvolvermos ações voltadas para a preservação da vida e proteção das mulheres", completa a coordenadora.

Uma adolescente de 17 anos foi morta pelo namorado e um outro suspeito no município de Poção, Agreste de Pernambuco. Andreia Caetano Ferreira foi dada como desaparecida na quinta-feira (31), mas seu corpo só foi encontrado no último sábado (2), em um açude da localidade. A jovem, que desapareceu após voltar da escola, foi encontrada ainda vestindo o uniforme escolar. O caso pode se tratar de um feminicídio e já está sob investigação da Polícia Civil.  

Andreia teria sido agredida pelos suspeitos até a morte, e sufocada com um golpe conhecido por “mata-leão”. Segundo as autoridades, um dos suspeitos, que era o namorada da vítima, confessou o crime. Ele foi encaminhado para a delegacia de Polícia Civil com o outro adolescente que também teria participado do assassinato para serem tomadas as medidas cabíveis. Os infratores têm 16 e 17 anos.   

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Uma mulher de 31 anos foi vítima de feminicídio dentro da própria casa, na comunidade do Caçote, no bairro de Areias, na Zona Oeste do Recife, nesse domingo (3). O ex-companheiro invadiu o imóvel e efetuou um disparo fatal de arma de fogo.

A Polícia Civil, através da Equipe de Força Tarefa de Homicídios na Capital, informou que a vítima tinha 31 anos. Foi indicado que ela estaria grávida, mas a informação não foi confirmada pelas autoridades.

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 O autor seria um vigilante da mesma idade, que foi ao local onde morava com a ex-esposa e cometeu o crime por não aceitar a separação. Em seguida, ele tirou a própria vida.

A casa foi periciada e os corpos encaminhados ao Instituto de Medicina Legal (IML). Um inquérito foi instaurado para apurar as causas do crime.  

Um homem, apontado como suspeito de matar a namorada com um tiro no peito, foi espancado e teve os dois braços quebrados, na noite da última quarta-feira (30), no Rio de Janeiro. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, na zona Sul da capital fluminense. Em seguida, chegou a registrar a ocorrência em uma delegacia, e foi liberado. 

Entenda o caso 

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A jovem Jeniffer Carvalho Paes, de 19 anos, foi encontrada morta em seu apartamento, onde morada com seu namorado, na segunda-feira (28), com um tiro no peito. O rapaz teria ligado para a família da vítima e disse que ela havia cometido suicídio. Ao analisar o corpo, a perícia descartou a possibilidade de suicídio ao identificar marcas de luta corporal, indicando episódio de violência antes da morte da jovem. 

A suspeita da autoria do crime é levantada pela família de Jeniffer, que afirma que o suspeito, seu namorado, seria envolvido com o crime organizado. O homem tem passagem na polícia, por porte ilegal de arma e tráfico de drogas. Os familiares da vítima alegam ainda que ele teria cometido o crime por ciúmes. 

A 11ª Delegacia de Polícia (Rocinha) investiga o caso. O corpo de Jeniffer foi sepultado na terça-feira (29). 

 

A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) anunciou, em pronunciamento nesta quinta-feira (31), que vai apresentar um projeto de lei (ainda sem número) chamado "Pacote Antifeminicídio".

Segundo ela, a proposta tem como objetivo aumentar o rigor das penas para os crimes cometidos pelo autor antes do feminicídio. Ela destacou que o assassinato de mulheres raramente ocorre de forma isolada, e em geral é precedido de agressões verbais, físicas, ameaças e perseguições.

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— Fazemos leis e penas altas, que são bonitas nas manchetes de jornais, mas qual é o efeito prático delas? O feminicídio é um crime hediondo no Brasil, com pena que vai até 30 anos, e, mesmo assim, uma mulher é morta a cada 6 horas. Esse cara que mata uma mulher, que não tem humanidade, a última coisa em que ele vai pensar é no tempo que ele vai pegar de prisão, por isso que só a pena alta não adianta — declarou.

Entre as medidas propostas pela senadora, está a criação de um tipo penal específico para o feminicídio (que pela legislação atual é classificado como circunstância qualificadora do crime de homicídio), aumentando a pena máxima para 40 anos e estabelecendo uma pena mínima de pelo menos 20 anos. Além disso, a progressão de regime para assassinos condenados por crimes contra as mulheres seria mais rígida, para garantir que esses criminosos não retornem às ruas facilmente.

A parlamentar também propõe a proibição de visitas íntimas para os condenados por homicídio contra as mulheres. Buzetti disse ainda ser importante suspender e cancelar o poder familiar do agressor, já que, muitas vezes, ele usa o filho como desculpa para se aproximar da mulher novamente. E caso o homem desrespeite a medida protetiva, será obrigado a utilizar tornozeleira eletrônica, uma forma de ser monitorado pela polícia.

— A impunidade vai fazendo o homem acreditar que pode fazer o que quiser até chegar ao cúmulo de matá-la. Se ele já for preso no início das agressões, é aqui que de fato poderemos salvar vidas. Um monstro que chega à frieza de tirar a vida da companheira não está nem aí para o que diz a lei. Faz e pronto, não tem medo da lei. Mas se ele for punido no início das agressões, a história daquela vítima pode ter outro desfecho — concluiu.

*Da Agência Senado

Agosto, mês que simboliza a campanha "Agosto Lilás" de combate à violência contra a mulher, foi mais uma vez marcado por episódios recorrentes de feminicídio em Pernambuco. Nos registros parciais de janeiro a agosto deste ano, consta que 43 mulheres perderam suas vidas nas mãos de ex-companheiros, em crimes que envolveram vingança, comportamento possessivo ou histórico anterior de violência física, psicológica e patrimonial. 

39 desses crimes aconteceram apenas entre janeiro e julho, de acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS-PE). O período teve uma queda (13,3%) este ano, em comparação ao ano passado, quando o número de feminicídios foi 45; na prática, são seis casos a menos. Segundo a apuração parcial do LeiaJá, em agosto deste ano, outros quatro casos foram registrados. Como o mês oito segue em aberto, o levantamento não é considerado integral. 

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Episódios recentes 

Os casos deste mês aconteceram em Recife, Olinda e Goiana. O primeiro aconteceu em 2 de agosto, quando Vilma Simplício da Silva, de 57 anos, saiu de sua casa na Cohab do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, e não voltou mais. No dia 4 de agosto, ela foi dada como desaparecida, após denúncias do filho e da irmã. 

O corpo da vítima foi encontrado no dia 20, em estado avançado de decomposição, na zona rural de Goiana. O principal suspeito do crime é um homem de 35 anos, não identificado, e com quem Vilma se relacionava há pouco mais de um mês. Ele chegou a confessar o crime, apesar de ter caído em contradição durante depoimento à Polícia Civil. 

No dia 7 de agosto, aconteceu o segundo caso, em Campo Grande, Zona Norte do Recife. Renata Alves, de 35 anos, foi morta dentro do próprio apartamento, com um tiro na testa. O principal suspeito é o ex-namorado, que está preso. Os dois casos mais recentes aconteceram em Olinda; um no bairro de Jardim Fragoso, e outro no bairro de Águas Compridas. Jovens de 21 e 18 anos foram mortas a facadas, ambas por seus respectivos companheiros. 

Relembre casos anteriores 

Mulher assassinada à luz do dia em Olinda, 24 de fevereiro de 2023

Uma jovem de 25 anos, conhecida como “Barbie”, foi assassinada na frente de casa, à luz do dia, no bairro de Salgadinho, em Olinda. De acordo com informações passadas ao LeiaJá, o ex-namorado não aceitava o término do namoro e a ameaçava. Barbie deixou duas filhas pequenas. 

Mulher morta a tiros em Olinda, 14 de março de 2023

Dayse Gonçalves da Silva, de 45 anos, foi morta a tiros dentro de sua casa, em Olinda. De acordo com a Polícia Civil, o ex-companheiro da vítima, que não teve seu nome revelado, é o principal suspeito. Ele foi visto por populares fugindo da casa de Dayse momentos após o crime, em uma moto de cor vermelha. Os vizinhos também informaram que o homem, de 43 anos, não aceitava o fim do relacionamento.

Feminicídio em São Lourenço da Mata, 16 de abril de 2023

Uma mulher de 45 anos foi morta a facadas dentro de casa, na localidade de Penedo, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. O crime foi cometido dia 16 de abril e o suspeito é o companheiro da vítima, que foi preso no dia 18. 

Mãe e filha mortas em Jaboatão, 6 de julho de 2023

Laura Beatriz Santos Silva, de 23 anos, e Jadete Santos Silva, de 49 anos, foram assassinadas à luz do dia em julho deste ano. O crime aconteceu na entrada de um prédio na Rua Bandeirantes, no Catamarã, trecho do bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes. A principal suspeita é de que o caso se trate de dois feminicídios, e o autor seria José Reinaldo Almeida Simões, ex-namorado da jovem morta. 

Por que "feminicídio" e não "homicídio"? 

Homicídio e feminicídio designam, igualmente, crimes dolosos contra a vida. No entanto, homicídio é o ato de matar uma pessoa independentemente de seu gênero; já o feminicídio é cometido exclusivamente pelo fato de a vítima ser mulher. Assim, mulheres também podem ser vítimas de homicídio, mas a motivação do crime é que vai ditar a linha de investigação. 

Nem todo feminicídio será cometido por alguém próximo à vítima, mas é comum que os autores sejam ex-companheiros ou familiares. Para ser classificado como feminicídio, é necessário que o autor do crime tenha cometido o ato em razão de violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher. A Lei nº 13.104/2015 prevê penas de 12 a 30 anos para o crime. 

Como denunciar 

Para fazer denúncias ou obter informações sobre a rede de proteção estadual à mulher, Pernambuco oferece o serviço gratuito da Ouvidoria Estadual da Mulher, por meio do telefone 0800-281-8187. E, em situação de emergência policial, a orientação é ligar para o 190.

Um homem de 39 anos sofreu queimaduras em todo o corpo ao tentar atear fogo na ex-companheira e no namorado dela, nessa quarta (2), em Fortaleza, no Ceará. Testemunhas apontam que ele se aproximou do casal com uma chama acesa e tentou jogar um líquido inflamável, mas acabou se molhando. 

O suspeito foi ao estabelecimento comercial que pertencia ao ex-casal, no bairro Vicente Pinzón, e agrediu a vítima com um objeto perfurocortante. Em seguida, o homem ateou fogo no imóvel e tentou queimar a mulher de 35 anos, segundo o Metrópoles

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O líquido usado para incendiar a loja se espalhou sobre seu corpo e pessoas que estavam perto jogaram água, cimento e areia para tentar apagar as chamas. 

A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados. A vítima e o suspeito foram levados a uma unidade de saúde, onde ele permaneceu custodiado pelos policiais. O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM) como tentativa de feminicídio. 

Os crimes de feminicídio estão em alta no País. No ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 20, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 1.437 casos. O Estado com maior taxa proporcional desse tipo de crime é Rondônia, com 3,1 casos por 100 mil habitantes.

O Estado é seguido por Mato Grosso do Sul (2,9) e Acre (2,6). Entre os menos inseguros nesse aspecto estão Ceará (0,6), São Paulo (0,9) e Rio Grande do Norte (0,9). Abaixo veja a lista completa.

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Em 2015, o governo federal sancionou a Lei do Feminicídio, que transforma em crime hediondo o assassinato de mulheres decorrente de violência doméstica ou de discriminação de gênero.

Taxa de feminicídios por 100 mil habitantes em 2022

Rondônia: 3,1

Mato Grosso do Sul: 2,9

Acre: 2,6

Mato Grosso: 2,6

Amapá: 2,2

Maranhão: 2,0

Rio Grande do Sul: 2

Alagoas: 1,9

Tocantins: 1,9

Espírito Santo: 1,7

Sergipe: 1,7

Minas Gerais: 1,6

Goiás: 1,6

Pernambuco: 1,5

Bahia: 1,5

Santa Catarina: 1,5

Piauí: 1,4

Rio de Janeiro: 1,3

Paraná: 1,3

Distrito Federal: 1,3

Paraíba: 1,3

Pará: 1,2

Amazonas: 1,1

Roraima: 1

Rio Grande do Norte: 0,9

São Paulo: 0,9

Ceará: 0,6

Em número absolutos, a maior quantidade de feminicídios cometidos no ano passado ocorreu em São Paulo, com 195 vítimas, seguido por Minas (171) e Rio (111). No fim da lista estão Roraima, com três casos, Amapá, com 8, e Acre, com 11. Veja a lista completa abaixo.

Números absolutos de feminicídio em 2022, por Estado:

São Paulo: 195

Minas Gerais: 171

Rio de Janeiro: 111

Rio Grande do Sul: 110

Bahia: 107

Paraná: 77

Pernambuco: 72

Maranhão: 69

Goiás: 56

Santa Catarina: 56

Pará: 49

Mato Grosso: 47

Mato Grosso do Sul: 40

Espírito Santo: 33

Alagoas: 31

Ceará: 28

Paraíba: 26

Rondônia: 24

Piauí: 24

Amazonas: 21

Sergipe: 19

Distrito Federal: 19

Rio Grande do Norte: 16

Tocantins: 14

Acre: 11

Amapá: 8

Roraima: 3

Nesta quinta-feira (20), ocorrerá, no 2º andar do Fórum Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra, no 1º Tribunal do Júri, a partir das 9h, o julgamento dos acusados do feminicídio de Mayara Stefany França Araújo, de 19 anos, ocorrido em 2019.

William César dos Santos era ex-marido de Mayara e atirou ácido sulfúrico nela, que ficou com 35% do corpo queimado depois de ser atingida pela substância corrosiva. Amigo de William, Paulo Henrique Vieira dos Santos segurou Mayara para que ela não escapasse. Os dois foram presos após o crime.

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O ato aconteceu em 4 de julho de 2019, no bairro de Nova Descoberta, Zona Norte do Recife, quando Mayara voltava para casa. Hospitalizada, ela morreu no dia 25 de julho do mesmo ano.

*Da assessoria 

O suspeito de ter assassinado mãe e filha na última quarta-feira (5), José Reinaldo Almeida Simões Júnior, teve a prisão preventiva decretada nesta sexta-feira (7). A audiência presidida pelo Juiz de Direito, Renato Dibachti Inácio de Oliveira, foi realizada no Polo de Audiência de Custódia da Comarca de Jaboatão dos Guararapes. 

Laura Beatriz Santos Silva, de 23 anos, e sua mãe Jedete Santos Silva, de 49, foram mortas a tiros, em frente ao prédio em que moravam, o Edifício Vila do Sol, no bairro de Candeias, no município de Jaboatão dos Guararapes. 

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 O criminoso e Laura se relacionaram por aproximadamente dois anos e meio. Eles chegaram a morar juntos com a mãe e o padrasto da jovem por alguns meses, em uma residência em Gaibu. 

Devido ao histórico de agressões e algumas idas à delegacia para registrar boletins de ocorrências, a jovem terminou o relacionamento. Ela chegou a obter uma medida protetiva. 

De acordo com familiares, a família havia se mudado para o apartamento em Candeias há aproximadamente um mês e meio justamente para se esconder de José Reinaldo que vinha fazendo ameaças à ex-namorada.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco informou que em relação ao caso, "Laura Beatriz Santos Silva requereu medida protetiva de urgência junto ao Poder Judiciário, na data de 27 de maio de 2023, tendo sido as mesmas deferidas, em menos de 24h. A vítima e o suspeito foram intimados sobre a concessão da medida protetiva na decisão.” 

Vale ressaltar que o suspeito já foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), localizado em Abreu e Lima.

A Polícia Civil de Pernambuco investiga as mortes de Laura Beatriz Santos Silva, de 23 anos, e Jadete Santos Silva, de 49 anos, mãe e filha assassinadas à luz do dia na tarde da última quarta-feira (5). O crime aconteceu na entrada de um prédio na Rua Bandeirantes, no Catamarã, trecho do bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR). A principal suspeita é de que o caso se trate de dois feminicídios, e o autor seria José Reinaldo Almeida Simões, ex-namorado da jovem morta.

“Foi instaurado inquérito policial para apurar todos os fatos, identificar a autoria e a motivação do crime. As diligências já foram iniciadas e seguirão até a completa elucidação do crime. O caso está sob o comando da DHMS - Divisão de Homicídios Metropolitana Sul”, informou a Civil.

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Laura era estudante de direito e morava no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, mas recentemente precisou se mudar para Jaboatão com a mãe, após ser ameaçada por Reinaldo. De acordo com familiares, a jovem teve um relacionamento tranquilo no início, mas nos últimos meses, o suspeito passou a se tornar agressivo e ciumento, e perseguia a ex-namorada.

Eles ficaram juntos por dois anos e quatro meses, mas na primeira semana de maio deste ano, Laura terminou o namoro. Inconformado, José passou a ameaçá-la, o que ocasionou o registro de um boletim de ocorrência em 27 de maio. A vítima também tinha uma medida protetiva contra o agressor, mas ele costumava persegui-la no seu itinerário cotidiano, como a faculdade, sua residência e o petshop que ela frequentava.

O crime

Nessa quarta-feira (5), Laura e Jadete foram mortas a tiros na entrada do edifício Vila do Sol, em Candeias, por volta das 15h. O local estava movimentado, como de costume, por ficar em uma rua sem saída e entre estabelecimentos comerciais. As câmeras de segurança do prédio flagraram o momento em que as vítimas entraram no edifício e, segundos depois, ainda no portão, foram abordadas por um homem armado.

No momento do crime, elas teriam voltado de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), após a jovem ter precisado de atendimento médico para cuidar de uma lesão provocada pelo próprio suspeito.

O ex-policial militar Erivaldo Gomes dos Santos foi condenado, nessa segunda-feira (19), pelo crime qualificado de tentativa de feminicídio. A vítima foi Renata Sérgio da Silva, ex-companheira do sargento reformado, em quem o agressor atirou cinco vezes em 2018, após inúmeras ameaças de morte a ela e à família dela. Erivaldo, que já está preso há cerca de cinco anos, deverá cumprir 19 anos e 10 meses de reclusão, inicialmente em regime fechado.

O julgamento aconteceu na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife. A decisão foi do juiz José Carlos Vasconcelos, após 10 horas de sessão. O júri deveria ter acontecido na quinta-feira (15), mas foi adiado.

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Os jurados foram sorteados no início da sessão, sendo três homens e quatro mulheres. Em seguida, a denúncia protocolada pelo Ministério Público (MPPE) foi lida pelo juiz. A defesa do ex-policial militar não convocou testemunhas e, por isso, o réu Erivaldo Gomes dos Santos, foi interrogado logo após.

O julgamento prosseguiu com a fase de debates entre a promotoria e a defesa, com 1h30 para argumentação de cada parte; seguida de réplica e tréplica. No início da noite, o Júri Popular se reuniu para discutir e definir pela condenação ou absolvição do réu. Às 19h30, a sentença foi lida.

O crime

O caso aconteceu em um salão de beleza no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife, em 27 de setembro de 2018. A vítima, Renata Sérgio da Silva, trabalhava no local como manicure. Ela foi baleada cinco vezes pelo ex-companheiro, Erivaldo Gomes dos Santos. Quatro disparos atingiram cabeça, abdômen e tórax de Renata, e um último atingiu de raspão o antebraço. Durante o julgamento, a defesa do então réu apostou na tese de lesão corporal gravíssima, alegando arrependimento do agressor e a não intenção de matar.

À época do crime, Renata tinha uma medida protetiva contra Erivaldo. Os dois têm uma filha, que hoje tem 15 anos, e passaram cerca de 12 anos juntos. O relacionamento passou a ser conturbado com o passar dos anos e apresentava episódios recorrentes de violência psicológica.

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"Ele estava ligando muito para o telefone do salão, eu atendi e pedi que ele parasse de ligar, porque minha patroa ia chamar a minha atenção. Ele desligou e ligou para o meu celular, com o número privado, mas eu disse que sabia que era ele. Erivaldo me disse 'Olhe, você está pensando que eu vou ficar pagando pensão pra você? Morto não recebe pensão, e policial expulso também não paga'. Eu falava que ele precisava cumprir com as obrigações da filha dele, porque não tinha mais nada a ver comigo, e ele me dizia 'Se você não for minha, não vai ser de mais ninguém'". 

Esse é um relato de Renata Sérgio da Silva, sobrevivente de uma tentativa de feminicídio, sobre o seu ex-companheiro e também autor do crime. O caso é de 27 de setembro de 2018 e aconteceu enquanto a vítima, que é manicure, estava trabalhando em um salão de beleza no bairro do Parnamirim. O agressor, Erivaldo Gomes dos Santos, um policial militar aposentado, disparou cinco vezes contra a ex-companheira, sendo quatro disparos certeiros e um de raspão. 

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Os dois têm uma filha, hoje com 15 anos, mas à época, com 10. Erivaldo, que já tinha uma família e casamento quando se envolveu com Renata, a princípio, sequer reconheceu a paternidade da criança, mas posteriormente passou a fazer parte da rotina dela. Até esse hábito foi colocado em xeque quando a tentativa de feminicídio aconteceu: em sessão judicial, ele chegou a pedir um teste de DNA, alegando que a filha sequer era dele e que Renata era uma mulher de vida sexual agitada. O teste foi feito e comprovou o que já havia sido dito na última década. 

“Eu não me via mais naquela vida. Queria construir uma família, ter meu marido e meus filhos, e não me via mais com ele, mas ele não me permitia [sair]. Ia na minha casa, ameaçava a minha mãe, minha filha, a mim, então eu me acovardava, ficava com medo e voltava. Tinha medo que ele fizesse algo com a minha mãe ou minha filha. Tentei dar vários pontos finais e ele não deixava. Foram quase 12 anos assim e nossa filha, hoje, tem 15”, acrescentou Renata. 

O caso foi a júri popular nesta quinta-feira (15) e chegou a ter sessão iniciada, mas foi adiado nos primeiros instantes. Por questões processuais apeladas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o júri retorna na próxima segunda-feira (19), na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra. A assistente de acusação Tatiana da Hora aguarda por, no mínimo, metade da pena máxima para a tentativa, algo em torno de 15 anos. 

"Eu quero que ele receba a pena máxima possível para a tentativa, em torno de 50% do máximo, a minha expectativa é que ele pegue, no mínimo, 15 anos. Na audiência do júri, quando ele viu que as teses não iam 'colar', passou a difamá-la. Disse que ela tinha vários parceiros, que a filha não era dele, que ela o enlouquecia”, diz a advogada. A bancada de acusação é composta, além de Tatiana, por Ulisses Dornelas e Martha Guaraná. 

"A tentativa dele foi mais do que feminicídio. Tem muitas qualificadoras presentes porque ele impossibilitou a defesa do ofendido; o motivo torpe; ele alegava que 'morto não ganha pensão', que ela [Renata] era uma simples manicure, ameaçava a ela e à família dela. Dizia coisas muito duras. Ele tinha outra família e queria mantê-la de 'back-up'. Se relacionou com ela e ela teve um filho com ele, mas percebeu que nunca teria o que queria. Uma família normal, um casamento. Hoje ela conquistou o que sempre quis ter e ele nunca proporcionou, e que ele tentou tirar dela. Tentou mesmo. No vídeo, ele dá os quatro tiros, volta, dá o quinto tiro, e a chuta para ver se ela morreu”, completa a representante de acusação. 

Renata diz que, mesmo com Erivaldo preso, a vida é “um problema”. Além do medo, ela também tem dificuldade para conseguir emprego e teve a imagem manchada pelo acontecimento. “Sou feliz agora, tenho minha família, mas confesso que fiquei com medo [de um novo relacionamento]. Eu vivo em alerta”.  

Em alguns lugares onde trabalhou, a manicure é taxada como “a menina da bala”. "Não consigo arrumar emprego. Chego nos salões e já dizem logo: 'É a menina da bala'. Vou trabalhar, mas ninguém me quer. Sempre dão desculpas, dizem que o motivo é outro, que precisam me dispensar, mas eu escuto por fora, os cochichos. Fico sabendo que é por causa disso, mesmo as pessoas sabendo que ele está preso. Aí eu tenho algumas clientes que ficaram comigo depois disso, mas nunca mais consegui um trabalho fixo, só cliente em domicílio. Já consegui trabalho duas vezes, fiquei dois, três meses, mas quando descobrem, me botam pra fora", desabafou. 

O dia do crime 

A tentativa de feminicídio ocorreu por volta das 15h do dia 27 de setembro de 2018. Como narrado por Renata, o ex-casal teve uma discussão por telefone, segundos antes do crime. No local, estavam, pelo menos, sete pessoas, incluindo a patroa da manicure e uma colega de trabalho, ambas testemunhas em solicitações anteriores. De acordo com a vítima, ele invadiu o salão já perguntando por ela. No momento, ela estava na copa do trabalho e tentou se esconder, mas não conseguiu. 

Após uma disputa física, Renata foi alvejada: “Ele conseguiu pegar a arma e atirar em mim. Eu não sentia que estava sendo atingida, pensava que eu estava só discutindo com ele. Só senti quando fui atingida no peito, porque aí eu caí e desmaiei. Acordei com as meninas gritando pelo meu nome. Eu não lembro de nada”. 

Em um vídeo, utilizado nos autos, é possível ver o momento em que Erivaldo realiza todos os disparos. Ele chega a cutucar o corpo de Renata com o pé, para verificar se ela ainda está com vida. A vítima diz que precisou se fingir de morta para não ser mais alvejada.  

Versão da defesa 

A defesa de Erivaldo diz que o réu não teve a intenção de matar a vítima e que, em vez de tentativa de homicídio com a qualificação de tentativa de feminicídio, eles apelarão por uma condenação por lesão corporal do tipo gravíssima, que tem pena máxima de oito anos. O autor do crime já está preso preventivamente há cerca de cinco anos. “Erivaldo deve, sim, ser condenado, mas pelos atos que cometeu. Em momento algum ele quis matá-la e se ele quisesse, teria conseguido, mas houve, claramente, uma desistência”, disse o advogado Eduardo Moraes.  

 

A sessão de júri que julgaria, nesta quinta-feira (15), um caso de tentativa de feminicídio acontecido no Recife em 2018, foi adiado para a próxima segunda-feira (19). Por questões processuais, a promotora de Justiça Eliane Gaia, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), requereu o adiamento da sessão para uma melhor apuração dos autos. A decisão foi acatada pela juíza da 1a Vara de Justiça do Recife Fernanda Moura, e acatada pelas bancadas de defesa e acusação.

O caso aconteceu em um salão de beleza no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife, em 27 de setembro de 2018. A vítima, Renata Sérgio da Silva, trabalhava no local como manicure. Ela foi baleada cinco vezes pelo ex-companheiro, o teu Erivaldo Gomes dos Santos, policial militar reformado. Quatro disparos atingiram cabeça, abdômen e tórax de Renata, e um último atingiu de raspão o antebraço.

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A defesa de Erivaldo diz que o réu não teve a intenção de matar a vítima e que, em vez de tentativa de homicídio com a qualificação de tentativa de feminicídio, eles apelarão por uma condenação por lesão corporal do tipo gravíssima, que tem pena máxima de oito anos. O autor do crime já está preso preventivamente há cerca de cinco anos. “Erivaldo deve, sim, ser condenado, mas pelos atos que cometeu. Em momento algum ele quis matá-la e se ele quisesse, teria conseguido, mas houve, claramente, uma desistência”, disse o advogado Eduardo Moraes. 

Já a acusação está confiante de que a tese de tentativa de feminicídio irá adiante e busca a aplicação da pena máxima, de cerca de 30 anos. A bancada de acusação é composta pelos assistentes criminalistas Tatiana da Hora, Ulisses Dornelas e Martha Guaraná. “Nos autos, consta o vídeo dele, não só disparando contra ela, como voltando pra chutá-la, conferindo se ela estava morta”, acrescentou Tatiana da Hora. 

Ainda durante a abertura da sessão, o advogado de Erivaldo também tentou argumentar a prisão preventiva, considerando que a medida cautelar já dura mais de cinco anos e ainda não há desfecho para o caso, além do réu se tratar de um homem idoso, com 64 anos. No entanto, o requerimento foi negado pela juíza Fernanda Moura. “Não reconheço ilegalidade na prisão preventiva suprimida ao senhor Erivaldo”, alegou.

Uma recepcionista do Hospital São Francisco em Ceilândia, no Distrito Federal, ficou ferida após ser atingida por cinco tiros nesse domingo (28). Os disparos foram feitos pelo seu ex-companheiro, que invadiu a unidade particular e cometeu o crime. 

Imagens do circuito interno do hospital mostram a chegada do homem e a fuga do local após os tiros. Cleonice Maria Lima, de 46 anos, aparece sentada em um dos guichês, quando é surpreendida pelo ataque e cai no chão. O casal esteve junto por quatro anos, mas a relação chegou ao fim em abril.

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Testemunhas o identificaram à Polícia Militar como Cleuson de Sousa Moura Silva, de 43, e relataram que ele teve ajuda de outra pessoa que o esperava em um carro estacionado em frente ao hospital. 

Também foi informado aos policiais que o suspeito trabalhava no Recanto das Emas e rondas foram feitas na área. Ele foi localizado em uma parada de ônibus, em posse de uma arma de fogo e, segundo a PM, confessou o crime. 

A mulher foi internada, passou por cirurgia e segue em estado grave. Por meio de nota, a direção do Hospital São Francisco informou que presta assistência à funcionária e que vem colaborando com as autoridades. O caso foi registrado como tentativa de feminicídio. 

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