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Durante um culto realizado no último fim de semana, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) exibiu aos fiéis a tornozeleira eletrônica colocada após decisão judicial. O aparelho foi instalado na última quinta (8), e a pastora aproveitou o momento de um louvor para mostrá-lo. Ela publicou um vídeo com as imagens em seu perfil no Facebook. 

Flordelis é acusada de ser a mandante do assassinato do próprio marido, o pastro Anderson do Carmo. Por esse motivo, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que ela usasse uma tornozeleira eletrônica, uma vez que ela não pode ser presa por imunidade parlamentar.  O equipamento foi instalado na pastora e deputada na última quinta (8), a sede Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ) em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

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Durante o culto, ao cantar um de seus louvores, Flor de Lis levantou a saia longa que vestia e exibiu a tornozeleira. Na letra da canção, ela dizia: “É só uma túnica rasgada, isso não comprova nada / A fera não matou José, isso é história inventada"

O corregedor da Câmara dos Deputados, deputado Paulo Bengtson (PTB-PA), vai entregar hoje seu parecer sobre o pedido de representação contra a deputada Flordelis (PSD-RJ). A entrega será feita ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), às 11 horas, na residência oficial da Presidência.

Flordelis é acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói (RJ).

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Em sua defesa, a deputada afirma que existe erro na conclusão das investigações e alega que não pode ser julgada e condenada antes que todo o processo seja concluído.

Cabe ao corregedor da Câmara fazer a análise prévia da acusação e emitir parecer, que será encaminhado à Mesa Diretora. Em seguida, a Mesa poderá enviar o caso ao Conselho de Ética para abertura de processo contra a deputada (veja infográfico abaixo).

O pedido de representação contra Flordelis foi feito pelo deputado Léo Motta (PSL-MG).

*Da Agência Câmara de Notícias

Durante debate virtual sobre violência contra mulheres na política, na última sexta-feira (18), a deputada Flordelis (PSD-RJ) afirmou estar sofrendo perseguição política pelo fato de ser deputada federal e pediu o apoio das colegas da bancada feminina para que não perca o mandato parlamentar.

"Está acontecendo comigo agora uma violência muito grande contra mim por ser deputada federal. Aconteceu um crime na minha casa e eu não cometi tal crime. As acusações contra mim não têm nada a ver, são acusações absurdas", disse a deputada. "Queria pedir o apoio das mulheres, que me apoiem, que me ajudem. Eu vou conseguir provar minha inocência. Eu sou inocente", emendou.

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Flordelis é acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói. Nesta sexta-feira, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que Flordelis seja monitorada por tornozeleira eletrônica e fique em recolhimento domiciliar das 23h às 6h.

Na Câmara, ela foi notificada pelo corregedor, deputado Paulo Bengston (PTB-PA), sobre o pedido de representação feito contra ela pelo deputado Léo Motta (PSL-MG). Ela já entregou sua defesa e aguarda decisão da corregedoria sobre o envio ou não do caso ao Conselho de Ética.

*Da Agência Câmara de Notícias

A deputada Flordelis usou a sua conta do Facebook, nesta quarta-feira (16), para prestar uma homenagem ao marido, Anderson do Carmo, assassinado em 2019. Na rede social, Flordelis fez uma declaração de amor para o esposo, dizendo que sente muita falta de tê-lo por perto. "Meu Nem, sinto tantas saudades, não consigo me acostumar a viver sem você", iniciou ela no texto.

"Até tento, mas não consigo, fazíamos quase tudo juntos, sinto sua falta ao meu lado, tem sido muito difícil viver sem você. [...] Meu Nem, meu amor, você segue vivo dentro de mim. Um ano e três meses longe, parece uma eternidade, mas o que me acalma é a certeza de que mesmo que você não possa voltar, um dia eu vou poder ir até o seu encontro", completou.

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Na postagem, a parlamentar também falou que ele sempre será lembrado: "Deus tem sido meu Refúgio, minha Força, meu Socorro, em Deus tenho depositado minha confiança. Vou lembrar de você, todos os dias e em todas as situações que eu viver e você continuará vivo através de mim e da nossa família. Sempre te amarei, Nem! Até um dia!".

Depois que o texto foi publicado, diversos internautas criticaram Flordelis. "Toma vergonha nessa cara nojenta!", comentou um dos usuários da plataforma. Flordelis é acusada de ter mandado matar Anderson do Carmo, em junho do ano passado. Ela foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Anderson foi morto com 30 tiros na garagem da residência onde morava com Flordelis e a família.

Veja a homenagem feita por Flordelis:

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Filiada ao Partido Social Democrático (PSD), Flordelis recebeu 196.959 votos na eleição de 2018, tornando-se a deputada federal com o quinto melhor desempenho no Rio de Janeiro, o maior entre candidatas mulheres. Para a polícia, também foi nesse período que o plano de matar o marido Anderson do Carmo começava a ser posto em ação, conforme documentos oficiais a que o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, incluindo o relatório final da Polícia Civil, duas denúncias oferecidas pela promotoria, além de depoimentos juntados aos autos.

Antes de ser alçada à política nacional, Flordelis já havia concorrido a vereadora de São Gonçalo duas vezes, em 2008 e 2012, sem sucesso.

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Com a ascensão repentina, o protagonismo da bancada evangélica e elogios recebidos de figuras relevantes, a exemplo da primeira-dama Michelle Bolsonaro e da ministra Damares Alves, no entanto, ela e o marido passaram a figurar entre os cotados para a disputa da prefeitura em 2020.

Considerado o principal mentor da mulher, Anderson foi muito ativo durante a campanha. Naquele pleito, a família também conseguiria emplacar um filho adotivo na Câmara de São Gonçalo. Era Wagner Andrade Pimenta, o Misael da Flordelis, de 41 anos - que após o assassinato se voltou contra a mãe e passou a adotar apenas o nome de Misael. Em Brasília, Anderson era atuante nos bastidores e administrava verbas de gabinete da deputada federal, além de continuar gerenciando as carreiras eclesiástica e artística da mulher. O controle financeiro exercido pelo pastor, que já incomodava parte da família antes, foi escalonando e ganhou força após Flordelis assumir o mandato, segundo os investigadores. Para o grupo, Anderson ficava com muito e repassava muito pouco.

Flordelis teria começado a cooptar parentes do núcleo de confiança em meados de 2018, o que resultaria em uma sequência de tentativas frustradas de homicídio, diz a acusação. A lista inclui envenenamentos em série, procura por pistoleiros e simulações de assaltos. "Anderson era excepcional para gerir os negócios, mas também muito rigoroso para dirimir os conflitos da casa. Cortava mesada, punia", diz o delegado Allan Duarte, titular da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, responsável pelo inquérito. "Isso provocou uma revolta, uma indignação por parte daqueles que se sentiram injustiçados, até o momento que uma facção, de fato, se formou dentro da família."

Sete dos oito parentes denunciados por associação criminosa pelo Ministério Público fazem parte da chamada "primeira geração" da casa. Ao menos dois deles também eram assessores parlamentares.

O plano

Uma conversa entre Flordelis e o filho socioafetivo André Luiz de Oliveira, o Bigode, em outubro de 2018, é considerada reveladora pela polícia. Por WhatsApp, a pastora manda mensagens pedindo ajuda ao filho para "pôr um fim nisso". "Cara, tô te pedindo, te implorando. Até quando vamos ter que suportar esse traste no nosso meio? Independência financeira é pouco."

Em dezembro, Flordelis escreve mais uma vez a André. "Fazer mais o quê? Separar eu não posso, porque vai escandalizar o nome de Deus", diz a mensagem. Com sintomas de vômito, febre e diarreia, Anderson deu entrada seis vezes no hospital entre abril e outubro daquele ano. Para a investigação, o intervalo coincide com "as persistentes tentativas de envenenamento" do pastor.

No período, outros dois familiares também chegaram a passar mal. Um deles após aceitar uma bebida oferecida por Anderson e o outro por consumir um leite fermentado que estava aberto na geladeira. Ex-namorada dos pastor e filha biológica de Flordelis, Simone dos Santos Rodrigues teria confessado ao irmão Luan Santos que participava das tentativas de envenenamento. "Mas o bicho é ruim de morrer" é a frase atribuída à acusada.

Após quebra de sigilo do celular, a polícia descobriu que ela pesquisou na internet termos como "cianeto nos alimentos" e "cianeto onde comprar".

A filha adotiva Marzy Teixeira da Silva, de 36 anos, também teria procurado "veneno para matar pessoa que seja letal fácil de comprar" e "cianureto de cobre PA comprar no Rio", segundo a polícia. Mais tarde, ela faria buscas por "alguém da barra pesada" e "assassino onde achar".

Para a acusação, esse é um dos indícios de que, como o envenenamento não surtia o efeito esperado, o plano teria evoluído depois para simulação de um latrocínio. Segundo testemunha ouvida no inquérito, Rayane dos Santos Oliveira (filha adotiva de Simone e neta de Flordelis) teria questionado se ela conhecia "algum bandido" e disse que estaria "precisando (de um) urgente".

Embora a moça tenha respondido que não, a família teria conseguido contratar um pistoleiro. De acordo com a investigação, o criminoso chegou a ir à porta do Ministério Flordelis para executar o serviço, mas Anderson teria escapado por sorte. Sem saber da emboscada, o pastor usou um veículo que não era o de costume para sair da igreja - ainda assim, o valor combinado de R$ 2 mil teria sido entregue por André, o Bigode.

Uma mensagem de janeiro de 2019, atribuída a Flordelis, reforça a tese da encenação do roubo. "Dez mil (reais) depois do serviço feito, mas as outras pessoas do carro não podem ser atingidas", diz parte do texto.

Na ocasião, Anderson teria saído de casa para uma concessionária. "Simula um assalto, ele foi para o Rio hoje."

Na lista de filhos denunciados também estão o adotivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva, o Neném, e o biológico Adriano dos Santos Rodrigues, de 33 anos. Outras duas pessoas, que não fazem parte da família, também estão presas, suspeitas de participar de uma tentativa de fraude do processo.

Segundo a investigação, Neném é acusado de ajudar a tramar a execução e de mentir em depoimento. À polícia, uma filha declarou que ele teria preferido apoiar Flordelis por ser financeiramente dependente da deputada.

Já Adriano é suspeito de tentar ajudar a incriminar outras pessoas, incluindo os irmãos Misael e Luan Santos, motivo pelo qual responde por associação criminosa e falsidade ideológica - mas não por homicídio. "Mãe, quero falar uma coisa para a senhora. Independente do que aconteça eu sempre vou te amar" é uma das falas atribuídas a ele no processo.

Com base em depoimentos, os investigadores afirmam, ainda, que Anderson chegou a saber do plano para assassiná-lo e até recebeu, por deslize dos acusados, mensagem tratando sobre o assunto - o iPad do pastor era sincronizado. No entanto, ele não teria levado a ameaça a sério. Segundo testemunhas, para o pastor era "Deus no céu e Flordelis na Terra". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma rajada de tiros acordou de madrugada boa parte da casa da missionária, cantora gospel e deputada federal Flordelis dos Santos, de 59 anos, na Rua Cruzeiro, onde normalmente dormiam mais de 30 pessoas. Habituados a descansar sob o som de confrontos nas redondezas de Pendotiba, em Niterói, outros moradores só foram despertar mesmo com a gritaria e o corre-corre seguintes.

Estirado no chão da garagem e ferido à bala, estava o pastor Anderson do Carmo de Souza, de 42 anos, marido, administrador da casa e principal mentor das carreiras artística e política de Flordelis. Eram 3h30 do dia 16 de junho de 2019. Foi quando começou a investigação. O enteado da vítima, Flávio dos Santos Rodrigues, de 39 anos, foi preso como executor ainda no velório. Ao menos outros oito integrantes da família teriam participação no crime. Entre os acusados, só a suposta mandante está em liberdade: Flordelis, beneficiada pela imunidade parlamentar. Ela alega inocência.

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O Estadão teve acesso ao relatório final da Polícia Civil, duas denúncias oferecidas pela promotoria, além de depoimentos juntados aos autos do processo. A história narrada nos documentos contraria o histórico de boa pastora da deputada federal e sugere uma trama nada cristã, que envolve disputa por dinheiro, interesses políticos e até suspeitas de abuso sexual.

Com oratória de causar inveja, o pastor Anderson do Carmo conduzia os cultos com bom humor. Durante a pregação, alternava leituras de versículos bíblicos com episódios da própria biografia. Uma das passagens mais exploradas era sua história de amor com Flordelis.

Segundo conta, os dois se conheceram em uma igreja na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio, em 1991, época em que ela já havia começado a recolher jovens abandonados.

No início do relacionamento, Anderson era um adolescente de 15 anos e começava a liderar um grupo de jovens da Assembleia de Deus. Por sua vez, Flordelis cantava e tocava guitarra nos cultos e declarava já ter feito pregação até na porta de baile funk. Recém-separada do primeiro marido, ela tinha o dobro da idade dele: 31 anos. Na época, a missionária já cuidava de ao menos cinco crianças recolhidas, além dos três filhos biológicos - Flávio e Adriano dos Santos Rodrigues, e uma moça, Simone, xodó e braço direito.

Nessa época, ele foi morar com Flordelis. Em uma casa de dois quartos, sala e cozinha no Jacarezinho, espremiam-se bebê, crianças e adolescentes que ela alega ter resgatado do tráfico ou das calçadas do Rio. Pobre e numerosa, a família dependia de doações para sobreviver.

Anderson e Flordelis se casaram em 1998. Entre filhos biológicos da missionária, adotados e sócioafetivos (aqueles que nunca tiveram a situação regularizada na Justiça), teriam criado um total de 55 jovens, muitos deles com histórias comoventes. Na casa, havia desde recém-nascido abandonado no lixão a ex-integrantes de facções criminosas e sobreviventes da Chacina da Central do Brasil. Com o tempo, Flordelis também começou a colecionar aparições em jornais e problemas com a Vara da Infância. Para fugir da Justiça, teria pulado de casa em casa e dormido na rua.

A mudança

 

Rejeitado por "pais espíritas", o pastor Luan dos Santos tinha 15 anos na época que foi acolhido. Segundo relata, Flordelis levava a família para "evangelizar" à noite, peregrinando pela cidade e entregando mantimentos a desabrigados. Com o passar dos anos, a evangelização foi se transformando no Ministério Flordelis, a igreja da família, com sede em Mutondo. Nos tempos de carestia, todos tinham função na casa e os irmãos adolescentes precisavam cuidar dos mais novos. Parte deles, por exemplo, dava banho nos menores. Uns eram responsáveis por recolher doações nas ruas e em feiras. Outros organizavam a comida. Também havia filhos destacados para falar sobre a mãe a quem parasse para ouvir.

Embora fosse da mesma faixa etária de alguns filhos, Anderson se consolidou como o administrador da casa e da igreja. Inteligente e bem articulado, ele seria "a mente por trás" da transformação de Flordelis em uma espécie de "marca". O ano de 2009 é decisivo para o boom financeiro do casal. Em outubro, surge o filme Flordelis: Basta Uma Palavra Para Mudar, recheado de atores globais que dispensaram cachê para retratar a vida da missionária. Nele, Anderson é o produtor.

Foi nessa época que Flordelis fechou contrato com a gravadora MK Music, uma das maiores do universo gospel, iniciando uma rotina de convites para shows e grandes eventos. Em alta, a igreja da família começou a abrir filiais, como em Jardim Catarina, Itaboraí, Itaipuaçú, Pendotiba e Piratininga. No início da década, o casal conseguiu comprar uma casa espaçosa em um condomínio em Pendotiba, Niterói. Foi lá que Anderson acabou executado.

Uma filha adotiva relatou à polícia que "a partir do momento que a situação financeira começou a melhorar", na mesma proporção começaram as brigas entre sua mãe e seu pai adotivos. "A mãe acreditava que ela era a responsável pela melhoria da condição financeira da família, porque tudo girava em torno de seu nome, e não do nome do seu pai, apesar de ele ter sido o mentor dela", diz o inquérito.

Com as suspeitas do crime recaindo sobre Flordelis, a igreja acabou rebatizada de Comunidade Evangélica Cidade do Fogo. Já com a denúncia do Ministério Público, oferecida no mês passado, a missionária perdeu o contrato com a MK Music.

Investigação revela privilégios entre filhos e suspeitas de abuso

 

Uma série de episódios foi trazida à tona pela investigação policial em uma versão diferente. Ao contrário da história conhecida, Anderson começou a frequentar a casa de Flordelis na década de 1990 porque namorava com Simone, a filha biológica da missionária, relação que depois foi trocada pela mãe.

"Flordelis foi na casa da mãe de Anderson e pediu autorização para levá-lo para orar nos montes", descreve o advogado Ângelo Máximo, que representa a família do pastor. A mãe dele, Maria Edna do Carmo, morreu aos 65 anos, vítima de um enfarte, dez meses após o filho. Uma das primeiras a acusar Flordelis de mandar matar o marido, a irmã Michele do Carmo de Souza, de 39 anos, falecera de anemia pouco antes, em outubro. "Partiram sem ver justiça."

São comuns depoimentos relatando que Flordelis e Anderson agiam para distanciar filhos adotivos das famílias biológicas. Uma das testemunhas de acusação, Luan Santos, por exemplo, afirma ter sofrido uma "lavagem cerebral". "Ao se casar em 2008, Anderson o proibiu de convidar os pais biológicos", relata no processo.

Muitos discordam também da afirmação que a casa era um ambiente de solidariedade. Segundo testemunhas, Flordelis faria distinção entre os filhos e priorizava a chamada "primeira geração" - ou seja, os biológicos e primeiros a ser adotados. O grupo tinha direito a despensa separada, enquanto os demais ficavam restritos à "geladeira pública", e ganhava melhores presentes e mais dinheiro.

Já Anderson é descrito como "rígido" e "ambicioso" e acusado de "centralizar o dinheiro" e provocar crises na família.

No inquérito, consta ainda declaração de um ex-integrante do ‘Ministério Flordelis’, segundo o qual pessoas da igreja realizavam "rituais tenebrosos" e havia "práticas sexuais entre seus membros". O depoimento teria sido confirmado por um ex-pregador, que disse nunca ter presenciado estudos teológicos na casa. "É uma seita com aparência de congregação religiosa (...) em nada tem a ver com os escritos da Bíblia."

Um dos filhos adotivos afirmou ter sido submetido a uma espécie de "iniciação": supostamente ficara trancado por dias em um quarto, recebendo visita apenas de Flordelis para ter relações. Também há relato de que uma filha tenha sido oferecida a pastores estrangeiros - a Polícia Civil considera não ter provas suficientes para concluir se houve prática de abuso sexual.

Ainda assim, informações sobre possíveis intimidades do casal foram parar no relatório da investigação a que o Estadão teve acesso. Existe a suspeita de que Anderson e Flordelis tenham ido a uma casa de swing em Botafogo, bairro nobre da capital, na madrugada do crime. A deputada nega. Sua versão, porém, não bateria com dados de monitoramento de tráfego recolhidos pela polícia. 

A internet "ressuscitou" um antigo comercial de fraldas, veiculado na TV na década de 1990, e a lembrança tem repercutido nas redes sociais. O motivo é a protagonista da propaganda, a pastora e deputada federal Flordelis, apontada como mandante do assassinato do próprio marido, o também pastor, Anderson do Carmo.

À época da propaganda, Flordeliz já havia adotado 42 crianças. Na peça publicitária, ela aparece ao lado de um bebê e recomenda uma marca de fraldas . Se você quer sempre ver o seu filho feliz e seu bebê saudável, use fraldas descartáveis da Turminha Feliz. Experiência de mãe. E mãe de 42 filhos. Não vaza e custa pouco. Fraldas Turminha Feliz".

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O vídeo foi bastante compartilhado nas redes sociais e os comentários foram inúmeros. "Que monstrinho"; "Olhando em retrospecto e sabendo quem é essa mulher agora, fica muito sinistro a propaganda"; "Use fraldas Turminha Feliz e se case com seu filho no futuro, e encomende a morte dele". 

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A MK Music, gravadora comandada pelo senador Arolde de Oliveira e sua esposa, Yvelise de Oliveira, anunciou que a cantora e deputada Flordelis teve o seu contrato rompido. Em nota, mas sem detalhar a decisão, a empresa carioca disse: "A MK Music informa que a cantora Flordelis não faz parte do seu cast de artistas". Flordelis estava na MK há pouco mais de dez anos.

Nas redes sociais, internautas chegaram a questionar a gravadora gospel pela demora de emitir um comunicado sobre a pastora. Depois que a firma deu a explicação, seguidores festejaram a notícia. "Decisão mais acertada", disse uma pessoa no Facebook. "Vão devolver o dinheiro dos CDs vendidos também?", ironizou outro usuário da rede social.

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Flordelis é acusada de ser a mandante do assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. Ela foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Anderson foi morto com 30 tiros na garagem da residência onde morava com Flordelis e a família. 

Na última segunda (16), a pastora e deputada federal Flordelis falou, pela primeira na televisão, sobre as acusações de ser a mandante do assassinato do seu próprio marido,o também pastor Anderson do Carmo. em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, ela garantiu ser inocente e deu detalhes da noite em que o crime aconteceu. Segundo a deputada, pouco antes de ser assassinado, Anderson e ela tiveram relações sexuais no capô do carro da família, em uma estrada deserta. 

Anderson do Carmo foi assassinado com 30 tiros na garagem da residência onde morava com Flordelis e a família, no dia 16 de junho de 2019. Segundo a investigação policial, o crime teria sido planejado pela própria Flordelis e executado por alguns de seus filhos; sete deles já estão presos.

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A deputada negou, durante toda a entrevista, o seu envolvimento na morte do marido. "Estou vivendo o pior momento da minha vida. Não estou preparada para ser presa, e não vou ser. Porque eu sou inocente, e a minha inocência será provada. Eu não matei, eu não fiz isso que estão me acusando. Eu não fiz. Não é real, não é verdade. É uma injustiça", disse.

Flordelis também deu detalhes da noite em que o crime aconteceu e chegou a fazer uma restituição dos eventos na garagem de sua casa. Ela contou que, pouco antes da morte do pastor, eles tiveram relações sexuais em uma estrada deserta. "Fomos a Copacabana, andamos no calçadão, fizemos as brincadeiras, andamos na praia. Depois fomos para o carro, ele pegou uma pista deserta, não sei dizer o local, só se eu for lá, talvez eu consiga, mas não prestei atenção no caminho. 

Eu sei que ele chegou em um lugar que tinha muitos carros parados, mas não tinha bar, nada disso. Nós paramos ali, namoramos, que era uma coisa normal nossa, na estrada. Me beijou bastante, eu sentei no capô do carro e tivemos relações. Falei 'amor, amanhã a gente vai acordar cedo, né?'. Isso foi por volta de 2h e alguma coisa".

Na entrevista, a deputada também disse ser mentira que ela teria adotado Anderson e, em seguida, virado sua sogra. Segundo o inquérito policial, o pastor teria sido assassinado por questões financeiras e de poder na família. A viúva é apontada como mentora do crime mas, não pôde ser presa por conta da imunidade parlamentar. 

 

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados se reúne nesta terça-feira (1º), às 9h30, em conferência virtual, para definir internamente a situação da deputada Flordelis (PSD-RJ), denunciada pelo homicídio de seu marido, pastor Anderson do Carmo. O crime foi no dia 16 de junho de 2019, quando ele chegou em casa, em Niterói, sendo alvejado com vários tiros.

Os parlamentares decidirão se o pedido de representação - feito pelo deputado Léo Motta (PSL-MG) - contra a deputada será enviado à Corregedoria da Casa.

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Segundo o regimento interno da Câmara, denúncia apresentada por um deputado contra outro é enviada à Corregedoria, por decisão da Mesa Diretora.

É a Corregedoria quem faz a análise prévia da acusação, parecer que é devolvido à Mesa Diretora. Em caso de decisão procedente, o caso segue para análise do Conselho de Ética.

Em virtude da pandemia provocada pelo novo coronavírus, o colegiado está com atividades suspensas. Para que sejam realizadas reuniões virtuais, o corregedor, deputado Paulo Bengtson (PTB-PA), apresentou um projeto que autoriza o Conselho de Ética a realizar sessões pelo mesmo sistema utilizado nas votações do plenário. O corregedor vai propor à Mesa a votação imediata da proposta.

Se a Mesa Diretora encaminhar a representação à Corregedoria, o corregedor notificará a deputada para apresentar a defesa por escrito. Depois disso, ela tem cinco dias úteis para se defender.

A partir daí, o corregedor terá até 45 dias úteis para dizer à mesa se a denúncia tem ou não elementos que justifiquem a instauração de processo por quebra de decoro parlamentar. Somente se a mesa aceitar a denúncia é que o requerimento vira uma representação, quando então será encaminhada ao Conselho de Ética, que vai instaurar processo.

PSD

O Partido Social Democrático (PSD) decidiu tomar as medidas cabíveis para suspender a filiação da deputada federal. De acordo com o presidente do partido, Gilberto Kassab, a sigla vai adotar medidas internas para expulsar a deputada de seus quadros.

O caso

A deputada foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada.

Segundo o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI), no Estado do Rio de Janeiro, na primeira fase da investigação foi identificado como executor o filho biológico da deputada, Flávio dos Santos Rodrigues. O filho adotivo do casal, Lucas César dos Santos, foi apontado como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.

Na segunda fase da apuração, ainda segundo o delegado, novas provas e ações de inteligência constataram que Flordelis foi a mandante do homicídio. A investigação aponta como motivação principal a disputa de poder entre o casal e a emancipação financeira dela.

Defesa

O advogado Anderson Rollemberg, que defende Flordelis, afirmou não há elementos que sustentem a denúncia contra ela. Para ele, as mensagens encontradas pela polícia no celular da deputada não foram escritas por ela, mas sim por uma das filhas, que tinha acesso ao aparelho.

*Com informações da Agência Câmara

Não é novidade que a deputada Flordelis usa peruca, mas no último domingo (30) fotos dela sem o acessório viralizaram nas redes sociais. Nas imagens, ela aparece quase careca, com partes do couro cabeludo aparecendo.

O registro, segundo o jornal Extra, foi feito enquanto ela trocava de front lace, nome das perucas que usa. Inclusive, também nesse fim de semana, veio à público a informação de que as perucas usadas pela parlamentar chegam a custar R$ 8 mil e são da mesma marca usada pela cantora Beyoncé. 

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Flordelis é acusada de mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo. A parlamentar foi acusada de homicídio triplamente qualificado, homicídio tentado, associação criminosa, uso de documento ideologicamente falso e falsidade ideológica. Outras dez pessoas também foram denunciadas no caso, nove estão presas.

A pastora e deputada Flordelis realizou um ensaio romântico com o marido, o pastor Anderson do Carmo, três dias antes do crime. A parlamentar é acusada de ser a mandante do assassinato do marido.

Em entrevista para o jornal Extra, o produtor e editor de moda Marco Antônio Ferraz, que é amigo dela, contou alguns detalhes de sua convivência com o casal. Marco encontrou Flordelis e Anderson para produzir as imagens, realizadas em frente à Alerj, no centro do Rio de Janeiro, e o ensaio seria compartilhado nas redes sociais. Segundo a publicação, testemunhas que presenciaram o casal, relataram que eles estavam felizes e que não havia clima de desavenças.

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“Nunca vi nada que me provasse que eles não se amavam. Convivi com a família. Sei o nome de cada um dos 55 filhos. Tudo isso é muito chocante. Mas acredito nas investigações”, disse o produtor ao jornal.

Na entrevista, Marco ainda contou que havia se afastado de Flordelis porque precisou fazer um tratamento de saúde e depois iniciou um projeto no teatro, mas que também houve um desentendimento com a pastora e ele decidiu se afastar.

Sobre o pastor Anderson, o produtor detalhou o seu comportamento. “Me lembro que o pastor Anderson era louco por ela. Nunca o vi olhando para o lado ou ouvi qualquer fofoca sobre amante, nada disso. Ele era um homem assustadoramente inteligente e dava o mundo para a Flor se ela quisesse”, comentou Marco.

“Se a Flor quisesse um avião, o pastor Anderson iria dar um jeito de dar o melhor que existisse para ela. Tudo que Flor precisava, ele buscava o melhor, não media esforços ou dinheiro. É difícil entender o que aconteceu”, complementou.

Já sobre o comportamento de Flordelis, Marco define como “fria e racional”. O produtor frequentava a casa da pastora e revelou que ela nunca tocou no assunto sobre a morte do marido, apenas em uma ocasião chegou a fazer um comentário sobre o assunto com ele. “Apenas uma vez, na casa dela, para um outro trabalho, a Flor me viu parado na porta e disse: ‘ele morreu bem aí onde você está’. E foi muito fria. Não estranhei. Era difícil saber o que ela sentia ou pensava. Era assim também nas ações para salvar gente das mãos de bandidos. Sempre muito racional”, disse o produtor.

O ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato à Presidência em 2018, Fernando Haddad (PT), aproveitou a prisão do presidente do PSC, pastor Everaldo Pereira, para disparar críticas contra quem une religião e política visando o que chamou de 'charlatanismo'. Em publicação no Twitter, nesta sexta-feira (28), o petista estendeu o comentário à deputada Flordelis, denunciada como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. 

"Espero que o charlatanismo que tomou conta deste país comece a ser desmontado. Não se mistura religião e política sem produzir o caos. Flordelis e Everaldo, vão com Deus!", escreveu na rede social. 

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Pastor Everaldo foi preso nesta sexta pela Polícia Federal na Operação Tris in Idem, que também afastou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), do cargo por 180 dias. O religioso é investigado na operação que apura um esquema de corrupção na secretaria de Saúde do Estado e foi citado na delação premiada do ex-secretário da pasta, Edmar Santos, pela sua influência no setor.

Já Flordelis foi apontada, na última segunda-feira (24), como a mandante do assassinato do marido. A parlamentar foi acusada de homicídio triplamente qualificado, homicídio tentado, associação criminosa, uso de documento ideologicamente falso e falsidade ideológica. Outras dez pessoas também foram denunciadas no caso, nove estão presas.

A conclusão da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre o caso da deputada Flordelis (PSD-RJ), apontada como mandante da morte do seu marido, pastor Anderson do Carmo, e o fato de a parlamentar seguir em liberdade levou senadores a cobrarem da Câmara dos Deputados a votação da proposta de emenda à Constituição que extingue o foro especial de julgamento para autoridades dos três Poderes e do Ministério Público, o chamado foro privilegiado.

Mesmo com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018, que entendeu que parlamentares investigados por crimes que não tenham relação com o mandato devem ser julgados em primeira instância e não pela suprema corte, como no caso da deputada, senadores defenderam pelas redes sociais, na terça-feira (25), a aprovação da PEC 10/ 2013 para pôr fim ao que eles consideram um privilégio.  

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“1.175 dias na gaveta. Acorda! Até quando o fim dos privilégios para políticos e o limite aos juros criminosos cobrados pelos bancos adormecerão na gaveta da Presidência da Câmara dos Deputados? #DesengavetaMaia #FimdoForoPrivilegiado”, cobrou o autor da PEC, senador Alvaro Dias (Podemos-PR).

Relator da PEC, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também cobrou a análise da proposta.

"A Polícia já aponta a deputada Flordelis como mandante do assassinato do marido. A liberdade dela só está garantida pelo absurdo foro privilegiado. Nosso relatório à PEC 10/2013, pedindo o fim do foro privilegiado, está parado no Parlamento. O que falta para a Câmara votar?", disse no Twitter

Aprovado pelo Senado em 2017, o texto mantem o foro privilegiado apenas para os presidentes da República, da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF). Todas as demais autoridades (parlamentares, ministros, juízes, governadores, procuradores e comandantes das Forças Armadas, entre outros) seriam julgadas a partir da primeira instância em caso de crimes comuns. A previsão é que com a aprovação da medida mais de 50 mil autoridades percam o foro.

Outros senadores reforçaram a cobrança. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) criticou a demora da Câmara dos Deputados em se manifestar sobre o assunto.

“O projeto que acaba com o foro, aprovado no Senado, está na gaveta do Maia há quase dois anos. Só mais um exemplo do poder absurdo que os presidentes concentram no Congresso. E ainda querem uma reeleição inconstitucional. #FimdoForoPrivilegiado”, disse.

Para o líder do PSL, senador Major Olimpio (SP), a aprovação da PEC representa um passo importante contra a impunidade.

“Se no Brasil as leis já beneficiam criminoso, se tiver foro privilegiado então, pode ser corrupto, fazer rachadinha e até matar que não vai preso. Chega do foro privilegiado, chega de impunidade!”, pediu no twitter.

Sobre a situação da parlamentar dentro do partido, o presidente do PSD-RJ, senador Arolde Oliveira, informou que o diretório aguarda uma posição da diretoria nacional e os desdobramentos jurídicos relativos ao caso. 

“O PSD-RJ diante do indiciamento da deputada Federal Flordelis, acompanhará as ações do PSD Nacional e os seus desdobramentos perante a Justiça e adotará as medidas estatutárias pertinentes ao caso”, informou pelo twitter.

Ainda no ano passado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sinalizou que pautaria a proposta no início da agenda de 2020, o que acabou não acontecendo.

Caso

Indiciada por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada, Flodelis não chegou a ser alvo de prisão temporária ou preventiva em razão da imunidade parlamentar prisional. O mecanismo é garantido por um artigo da Constituição que prevê que parlamentares só podem ser detidos em caso de 'flagrante de crime inafiançável'. O caso de Flordelis deve ser julgado pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Niterói, que recebeu a denúncia oferecida pelo Gaeco/MPRJ.

*Da Agência Senado

Após uma longa investigação, a pastora e deputada federal Flordelis foi denunciada como mandante do assassinato de seu próprio marido, o também pastor Anderson do Carmo. A denúncia deixou o país em choque, sobretudo, algumas pessoas que chegaram a ter algum contato com deputada, como os atores e o diretor de um documentário sobre ela. Alguns, como Letícia Sabatella e Thiago Martins, chegaram a se pronunciar a respeito do caso.  

Em 2009, o realizador Marco Antonio Ferraz reuniu um time de peso para contar, no cinema, a história da mulher que, na época, havia adotado mais de 40 crianças e jovens livrando-os do tráfico. Hoje, após a acusação de Flordelis, Marco se diz arrependido de ter feito o filme e outros atores da produção também se mostraram chocados com o desfecho da história da agora deputada.

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Letícia Sabatella disse, em entrevista ao UOL, ter caído em uma armadilha e se mostrou muito pesarosa com os fatos relacionados à mulher que parecia ser alguém de boa índole. “Um crime como este...Horrível. Aprendi com o tempo a ter mais cautela com quem ostenta tanto a sua autopromoção, beirando a divindade. Lamento demais pelas vítimas desses lobos em pele de cordeiro”, lamentou.

Já o ator Thiago Martins, que também integrou o elenco do documentário, pediu justiça pelo assassinato de Anderson. “Sei o quanto uma ajuda e um carinho são importantes. Fiquei muito triste e decepcionado. Espero que a justiça seja feita e que ela pague pelo seu erro, uma pena apagar toda admiração e respeito que tinha por ela”. 

Os cinco filhos e uma neta da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) que foram presos na segunda-feira, 24, acusados de participação na morte do marido da deputada, o pastor Anderson do Carmo, foram transferidos nesta terça-feira, 25, para o complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu (zona oeste do Rio). Inicialmente detidos na carceragem da Delegacia de Homicídios de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, eles foram conduzidos na noite de segunda-feira para o presídio de Benfica (zona norte do Rio), onde passaram por triagem.

Segundo a Polícia Civil, os filhos da deputada (Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco Silva e Adriano dos Santos) e a neta Rayane dos Santos Oliveira se negaram a prestar depoimento sobre a morte do pastor, ocorrida em junho de 2019. A filha Simone precisou de atendimento médico, e outros pediram calmantes.

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Flordelis, que é pastora e acusada de ser mandante do crime, não foi presa por ter imunidade parlamentar. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na segunda-feira que a Casa vai analisar e decidir quais providências tomar em relação ao caso dela.

Segundo a polícia, além de planejar a morte do marido, Flordelis tentou convencer os filhos a não incriminá-la, nos depoimentos. A deputada teria passado a prometer vantagens financeiras aos filhos. Alexander Felipe, conhecido como Luan, contou em depoimento uma semana após a morte do pastor que Flordelis havia prometido uma viagem aos Estados Unidos caso ele desistisse de depor contra ela. Segundo o filho, a deputada sempre havia sido contrária à viagem dele, mas depois do crime disse que estava sem dinheiro, mas que usaria um cartão de crédito para comprar as passagens dele, da mulher e do filho, desde que eles viajassem o mais rápido possível, sem prestar depoimento à polícia.

Para Lucas Cezar dos Santos, que está preso, a deputada federal prometeu regalias na cadeia, caso ele confessasse ter matado o pastor Anderson por vontade própria, sem interferência dela. Lucas é filho do casal e está preso acusado de comprar a arma usada no crime. FlordeliS apresentou à polícia uma carta em que Lucas assumia a autoria do crime. Mas o rapaz disse que apenas copiou um texto enviado pela mãe, para confessar a morte do pastor e envolver outros dois irmãos. A carta chegou ao presídio onde Lucas estava preso por meio de Andreia Santos Maia, também presa na operação de segunda-feira. Segundo a polícia, Andreia sabia que a carta era falsa e seria usada no inquérito policial, e recebeu R$ 2 mil para prestar esse serviço, por meio do marido, o ex-PM Marcos Siqueira, que dividia a cela com Lucas.

Os cinco filhos e uma neta da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD), presos em unidades prisionais do Complexo Penitenciário de Gericinó, Zona Oeste do Rio de Janeiro, se recusaram a prestar depoimento. Eles estão sendo acusados de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, pai deles e marido da deputada. Segundo informações do RJ1, uma das filhas precisou de atendimento médico, enquanto outros pediram calmantes. 

O Ministério Público e a Polícia Civil do Rio de Janeiro denunciaram a deputada federal Flordelis e mais dez pessoas pelo assassinato do pastor Anderson, que aconteceu na madrugada do dia 16 de junho de 2019, em Niterói. Segundo a Promotoria, a denúncia foi aceita pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Niterói, que expediu mandados de prisão preventiva contra nove dos 11 acusados. Na manhã desta segunda-feira (24), o MP do Rio e a Polícia deflagraram a Operação “Lucas 12” para cumprir as ordens de prisão, além de realizarem 14 buscas em endereços ligados aos denunciados em Niterói, São Gonçalo, Rio de Janeiro e Brasília.

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A deputada federal é acusada de planejar e ser a mandante do crime, mas está solta por conta da sua imunidade parlamentar. Ela deve aguardar abertura de um processo administrativo da Câmara dos Deputados.

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-> Defesa de Flordelis diz que não há elementos para denúncia

Em 2008, o editor de moda Marco Antonio Ferraz conheceu a história de Flordelis, mãe adotiva de 44 crianças na época e hoje deputada federal. Impressionado com a luta daquela mulher, ele decidiu levar a trajetória dela aos cinemas e produziu o documentário Flordelis — Basta uma palavra para mudar. O filme contou com um elenco estrelado e foi lançado um ano depois, em 2009. Porém, hoje o filme é motivo de arrependimento para o realizador que ficou chocado quando a deputada foi acusada de ser a mandante do assassinato do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo. 

Fascinado com a missão de vida de Flordelis, que adotava crianças carentes livrando elas do tráfico, Marco Antonio reuniu um grande elenco para contar essa história nos cinemas. Participaram do documentário nomes como Cauã Raymond, Bruna Marquezine, Ana Furtado, Leticia Spiller, Alinne Moraes, e Marcello Antony, entre outros. Todos trabalharam sem receber cachê e alguns, inclusive, investiram dinheiro do próprio bolso para que a produção fosse finalizada. 

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Agora, 11 anos após o lançamento do filme, o diretor e realizador do documentário se diz arrependido. Chocado com a acusação de que Flordelis teria sido a mandante do assassinato do próprio marido, ele confessou, em entrevista ao Extra, que não faria o filme nos dias de hoje. “Me arrependo. Se fosse hoje, jamais teria feito esse filme. Não sou cineasta. Sou um contador de histórias e o que contei foi uma mentira diante dos fatos que conhecemos agora.Estou dilacerado, me sinto enganado. É como se não pudesse confiar em ninguém”.

Marco também contou que o pastor Anderson trabalhou como produtor executivo do filme e relatou sobre o comportamento dele com a então esposa. “Ele era louco por ela. Fazia qualquer coisa que ela quisesse ou mandasse. Ele me perguntou o que eu queria que ela vestisse para a pré-estreia e eu disse para contratar um personal stylist. Ele não quis. Pediu que eu comprasse um vestido chique, que dinheiro não seria um problema. Fomos a uma loja de grife e pagamos R$ 2 mil num vestido. Foi um sonho realizado ver aquela mulher, que saiu do morro, ali, chiquérrima e linda. E no fim das contas, tudo isso não passava de uma mentira”.

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O advogado Anderson Rollemberg, que defende a deputada federal Flordelis (PSD-RJ), afirmou não ver elementos que sustentem a denúncia contra ela. A parlamentar foi denunciada nessa segunda-feira (24) pelo homicídio de seu marido, pastor Anderson do Carmo. O crime aconteceu em 16 de junho de 2019, quando ele chegou em casa, em Niterói, e foi alvejado com vários tiros.

“Temos aqui o desfecho da segunda fase da investigação, em que a autoridade policial apontou que a deputada Flordelis seria a mandante deste crime. Ao ver da defesa, não há elementos, mínimos que fossem, para ela receber esse tratamento de ser indiciada, denunciada, como mandante desse terrível crime”, disse Rollemberg.

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Segundo o advogado, que alega só ter tido acesso pleno à investigação nesta segunda-feira, não há elementos nos autos que justifiquem a denúncia contra sua cliente.

“Pela leitura rápida que tivemos, os elementos que ali apontam a autoridade policial, ao ver da defesa, não são suficientes para que ela fosse denunciada, muito menos presa. Foi feita uma ginástica muito grande para colocar a deputada como mandante desse crime e também para prender os filhos”, declarou o advogado.

Segundo ele, as mensagens encontradas pela polícia no celular da deputada não foram escritas por ela, mas sim por uma das filhas, que tinha acesso ao aparelho.

“Isso já foi muito debatido na primeira fase. Não era a deputada que fazia a digitação para o Lucas [um dos filhos, presos no primeiro momento]. Era uma das filhas. Já foi desde o início esclarecido, no primeiro momento das oitivas, que ocorreram logo após o fato. Vejo fora do contexto se utilizar dessas mensagens para incriminá-la. Se for só isso, não há motivo sequer para ela ser denunciada como mandante”, destacou Rollemberg.

Por ter imunidade parlamentar, a deputada não pode ser presa, a não ser em flagrante delito. O PSD já anunciou que ela foi suspensa do partido e pode acabar sendo expulsa.

O inquérito da Polícia Civil que investiga o assassinato do pastor Anderson do Carmo concluiu que a mandante do crime foi a esposa dele, a deputada federal Flordelis.

De acordo com o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI), no Estado do Rio de Janeiro, na primeira fase da investigação foi identificado como executor o filho biológico da deputada, Flávio dos Santos Rodrigues. O filho adotivo do casal, Lucas César dos Santos, foi apontado como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.

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Na segunda fase da apuração, ainda segundo o delegado, novas provas e ações de inteligência constataram que Flordelis foi a mandante do homicídio. A investigação aponta como motivação principal a disputa de poder entre o casal e a emancipação financeira dela.

Nesta manhã, a polícia e o Ministério Público Estadual (MPRJ) realizam a Operação Lucas 12, que visa cumprir nove mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra onze envolvidos na morte do pastor. Os endereços são no Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e em Brasília.

Parlamentar é indiciada

Flordelis foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. Cópia do inquérito será encaminhado à Câmara dos Deputados para a adoção de medidas administrativas. 

O pastor Anderson do Carmo foi assassinado no dia 16 de junho do ano passado, dentro da própria casa, no bairro Badu, em Niterói. Na ocasião, Flordelis relatou que o pastor teria sido morto durante um assalto, após o casal ter sido seguido por elementos suspeitos em uma moto. Ele foi atingido por tiros na garagem, quando retornou ao carro para buscar algo que tinha esquecido.

O delegado Allan Duarte dará mais detalhes da investigação em entrevista coletiva às 10h de hoje, na Cidade da Polícia, no Rio.

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